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A CADEIA PRODUTIVA DO FUMO EM SANTA CATARINA Filipe Guilherme Ramos da Silva Graduando Ciências Econômicas ESAG/UDESC [email protected] Guilherme Augusto Schütz Graduando Ciências Econômicas ESAG/UDESC [email protected] Daniel Augusto de Souza Professor do Departamento de Ciências Econômicas ESAG/UDESC [email protected] Resumo O presente artigo pretende analisar o comportamento das exportações brasileira e catarinense de tabaco no período de 2000 a 2009, descrevendo brevemente, em um primeiro momento, a produção do gênero no país e no estado de Santa Catarina, observando a atuação das principais empresas produtoras bem como o funcionamento da cadeia produtiva do fumo e as condições da produção nacional. Em uma segunda etapa serão utilizados dados retirados da base AliceWeb do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior (MDIC) para calcular o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas do fumo e o Índice de Orientação Regional dos principais mercados consumidores de fumo exportados pelo Brasil. A utilização desses índices tomará por base a metodologia proposta por Balassa (1965) e Yeats (1997) respectivamente, bem como as alterações propostas por Dalum, Laursen e Villumsen (1998) e Tillmann e Silva (2009), com o intuito de discutir a vantagem comparativa da exportação brasileira e catarinense de tabaco, assim como a orientação dos principais tipos produzidos em território nacional: Virginia e Burley. Por fim, o presente artigo pretende ainda discutir as condições do mercado internacional de tabaco, como a evolução do preço internacional, o efeito das variações do câmbio frente ao crescimento das exportações, a produtividade das regiões produtoras assim como a presença de políticas públicas de fomento a produção. Os resultados apontam que a cadeia do fumo no Brasil embora tenha aumentando as exportações no período analisado, assim como a produtividade média, não registrou aumentos significativos de dinamismo das exportações. Entretanto o mesmo não ocorreu em Santa Catarina, que a partir da segunda metade do período em análise aumentou significativamente a participação nas exportações brasileiras bem como a eficiência do setor. Palavras-Chave: Comércio Exterior; Cadeia Produtiva de Fumo; Economia Regional.

A CADEIA PRODUTIVA DO FUMO EM SANTA … no Brasil 223,8 mil produtores de fumo sendo que 83% estão localizados na região sul, mais especificamente 42% no RS, 25% em SC e 16% no PR

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A CADEIA PRODUTIVA DO FUMO EM SANTA CATARINA

Filipe Guilherme Ramos da Silva

Graduando Ciências Econômicas – ESAG/UDESC

[email protected]

Guilherme Augusto Schütz

Graduando Ciências Econômicas – ESAG/UDESC

[email protected]

Daniel Augusto de Souza

Professor do Departamento de Ciências Econômicas – ESAG/UDESC

[email protected]

Resumo

O presente artigo pretende analisar o comportamento das exportações brasileira e catarinense

de tabaco no período de 2000 a 2009, descrevendo brevemente, em um primeiro momento, a

produção do gênero no país e no estado de Santa Catarina, observando a atuação das

principais empresas produtoras bem como o funcionamento da cadeia produtiva do fumo e as

condições da produção nacional. Em uma segunda etapa serão utilizados dados retirados da

base AliceWeb do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior (MDIC)

para calcular o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas do fumo e o Índice de

Orientação Regional dos principais mercados consumidores de fumo exportados pelo Brasil.

A utilização desses índices tomará por base a metodologia proposta por Balassa (1965) e

Yeats (1997) respectivamente, bem como as alterações propostas por Dalum, Laursen e

Villumsen (1998) e Tillmann e Silva (2009), com o intuito de discutir a vantagem

comparativa da exportação brasileira e catarinense de tabaco, assim como a orientação dos

principais tipos produzidos em território nacional: Virginia e Burley. Por fim, o presente

artigo pretende ainda discutir as condições do mercado internacional de tabaco, como a

evolução do preço internacional, o efeito das variações do câmbio frente ao crescimento das

exportações, a produtividade das regiões produtoras assim como a presença de políticas

públicas de fomento a produção. Os resultados apontam que a cadeia do fumo no Brasil

embora tenha aumentando as exportações no período analisado, assim como a produtividade

média, não registrou aumentos significativos de dinamismo das exportações. Entretanto o

mesmo não ocorreu em Santa Catarina, que a partir da segunda metade do período em análise

aumentou significativamente a participação nas exportações brasileiras bem como a eficiência

do setor.

Palavras-Chave: Comércio Exterior; Cadeia Produtiva de Fumo; Economia Regional.

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1. Introdução

A produção de tabaco está presente no Brasil desde meados do século XVII, segundo

Nardi (1996), a cultura do tabaco teve vital importância na efetivação do intercâmbio com a

Inglaterra em troca do fornecimento de novos escravos africanos, viabilizando assim as

condições de renovação da força de trabalho utilizada nas grandes propriedades rurais

produtoras de cana-de-açúcar e de café.

No século XX, principalmente após a 2ª Guerra Mundial, houve uma grande difusão do

hábito do consumo de tabaco, em diversos veículos de comunicação, que contribuíram para o

grande crescimento do setor no Brasil bem como no restante do mundo. No Brasil, a produção

se concentrou principalmente na região Nordeste e Sul, marcadamente por pequenas

propriedades, segundo o Anuário do Tabaco de 2011, a produção diretamente identificada

com a produção familiar é constituída de cerca de 200 mil pequenas propriedades.

Embora a produção de tabaco seja secular no país, e o setor tenha atingido seu franco

crescimento durante o século XX, o Brasil apenas em meados da década de 1980 passou a

figurar entre os maiores produtores mundiais, principalmente devido à promoção de novos

investimentos estrangeiros diretos através da aquisição de empresas estatais, ou empresas

nacionais em dificuldade. Em 2011, segundo dados do Anuário do Tabaco (2011) o país

ocupa a posição de segundo maior produtor, com 750 mil toneladas, ficando atrás apenas da

China com 2,4 milhões de toneladas.

Em Santa Catarina a introdução da produção comercial ocorreu segundo, Paulilo

(1990), ocorreu em 1950 por iniciativa da Souza Cruz, que incentivou a produção na região.

Outras empresas instaladas em Santa Catarina foram listadas por Júnior, Binotto e Pereira

(2010), como a Universal Leaf, Continental Tobacco Alliance, Alliance One e Kannenberg. A

atuação dessas empresas faz com que Santa Catarina, ocupe a posição de segundo maior

produtor de fumo do país, com 27,5% da produção nacional. Em 2010 cerca 65% da produção

do estado foi exportada, já em 2011, houve uma pequena diminuição das exportações do

setor, exportando cerca 59% da produção.

Embora os indicadores sugiram que o setor está em expansão, o que se observa é uma

redução tanto na produção quanto no consumo mundial do tabaco, de acordo com dados do

Anuário do Tabaco 2011, a diminuição da demanda total é da ordem de 0,2%. Segundo

Benício Werner, presidente da Associação Brasileira dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA),

entre 2000 e 2010, houve um crescimento de 3,1% da produção mundial, assim como um

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crescimento de 14,1% do mercado externo, no entanto no mesmo período, ocorreu uma

redução da ordem de 10,9% no consumo de tabaco e 14,4% nos estoques mundiais.

Os números vêm gerando discussões entre pequenos e grandes produtores, pois além

das flutuações no comercio internacional, o setor vem enfrentando outras medidas restritivas

nacionais e internacionais de órgãos de saúde e vigilância sanitária Outro problema recorrente

ao setor é contrabando de cigarros, sendo este problema recentemente discutido em 2011 em

meio à decisão de alteração sobre a tributação incidente e a adoção de um preço mínimo.

Embora existam diversos outros fatores além dos supracitados que exerçam influencia

na produção nacional, o setor continua apresentando grande potencial exportador, portanto o

presente artigo pretende concentrar a análise no comportamento das exportações brasileira e

catarinense de tabaco no período de 1980 a 2009, descrevendo, brevemente, em primeiro

momento, a produção do gênero no estado de Santa Catarina, observando a atuação das

principais empresas produtoras bem como o funcionamento da cadeia produtiva do fumo e as

condições da produção nacional.

Em uma segunda etapa serão utilizados dados retirados da base de dados Alice-web do

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior (MDIC) para calcular o

Índice de Vantagens Comparativas Reveladas do fumo e o Índice de Orientação Regional dos

principais mercados consumidores de fumo exportados pelo Brasil. A utilização desses

índices tomará por base a metodologia proposta por Balassa (1965) e Yeats (1997)

respectivamente com o intuito de discutir a vantagem da exportação brasileira e catarinense

de tabaco, bem como a direção das exportações.

Por fim, o presente artigo pretende ainda discutir as condições do mercado internacional

de tabaco, como a evolução do preço internacional, o efeito das variações do câmbio, a

produtividade dos principais países produtores e as consequências para a cadeia catarinense

de fumo.

2. Cadeia Produtiva de Fumo no Brasil

O Brasil encontra-se como segundo maior produtor de fumo do mundo, perdendo

apenas para a China. Esta posição é ocupada desde 2000, ano em que o país ultrapassou a

Índia. Já nas exportações de fumo, desde 1995, o Brasil ocupa a primeira posição mundial de

fumo em folha. Este patamar foi alcançado devido a qualidade do produto exigida pelos

padrões mundiais, e pela estabilidade política e econômica do Brasil. (DESER, 2010)

A produção nacional se concentra fortemente no sul do país, ocupando os estados do

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com destaque para a cidade de Santa Cruz do

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Sul (RS) onde estão localizadas as sedes das maiores empresas de beneficiamento do tabaco.

O cultivo de tabaco é realizado em média, por pequenas propriedades e constitui-se em uma

agricultura familiar. (ANUARIO, 2011)

Segundo Seffrin (1995) apud Tillmann e Silva (2009) nos anos noventa a cadeia

fumageira era constituída por grandes grupos empresariais responsáveis por todas as etapas da

produção, ainda segundo o autor essa estrutura foi produto de uma série de fusões ocorridas

na mesma década. Atualmente a Souza Cruz é a líder nacional de negócios em folha e

cigarros; a Philip Morris do Brasil é a segunda colocada em vendas de cigarros; e a Alliance

One Brasil é a terceira maior empresa do setor e a segunda maior exportadora do país; e a

Universal Leaf Tabacos é a líder mundial no comércio em folha. A participação de outras

empresas como a Kannenberg, Brasfumo, reforça a expansão do setor no país, bem como a

busca de novos mercados.

A concentração da produção entre empresas multinacionais, o grande potencial

exportador do segmento, aliada à exigência dos mercados internacionais, fazem com que haja

uma estratégia coordenada entre produtores e indústrias a fim de assegurar a qualidade do

produto. Isso ocorre principalmente através de contratos que beneficiam não somente as

empresas, como também os produtores, na medida em que estes, por agir de forma

coordenada, podem obter benefícios como facilidades na obtenção de financiamentos

bancários, além de assegurar a comercialização da produção.

Segundo Tillmann e Silva (2009), a ação dos produtores obtém êxito uma vez que o

país ocupa a posição de maior exportador de tabaco do mundo, neste aspecto as políticas

públicas têm contribuído para manutenção da posição de principal exportador, isso ocorre

principalmente através de financiamentos públicos da produção.

Segundo o Anuário do Crédito Rural (BACEN), em 2009 foram realizados no Brasil

204,2 mil contratos de financiamento de custeio para a cultura do fumo, o que representa 19%

do total de 1,027 milhão de contratos de custeio agrícola. Somente os contratos de fumo

atingiram o montante de R$ 764,2 milhões, com uma média de R$ 3,7 mil por contrato. Em

2005 os financiamentos registraram um recorde, com 323,6 mil contratos, e um montante de

R$ 858,2 milhões. O forte crescimento dos financiamentos pode ser observado conforme o

gráfico 1 abaixo:

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Gráfico 1 – Número de contratos de financiamentos concedidos a agricultores e

cooperativas produtores de fumo

Fonte: Banco Central, Anuário do Crédito Rural.

Segundo relatório da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, na safra de 2011

existiu no Brasil 223,8 mil produtores de fumo sendo que 83% estão localizados na região sul,

mais especificamente 42% no RS, 25% em SC e 16% no PR. O aumento do número de

produtores também foi acompanhado por um aumento de produtividade média, que na última

década registrou um aumento de 11%, o aumento do número de produtores pode ser

observado conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Número de fumicultores - Brasil

Estado/Região 2007 2008 2009 2010 2011

Paraná 33.377 32.714 30.904 35.210 36.110

Santa Catarina 58.149 57.085 59.475 55.170 55.810

Rio Grande do Sul 92.474 92.201 95.621 94.780 94.890

Região Sul 184.000 182.000 186.000 185.160 186.810

Outros Estados 37.240 36.850 37.060 36.950 37.020

Brasil 221.240 218.850 223.060 222.110 223.830

Fonte: Afubra.

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Segundo DESER, o Brasil exporta aproximadamente 28% do total mundial de fumo

exportado. Sendo que em torno 93% deste total correspondem as variedades Virgínia e

Burley, os principais importadores de Virgínia são a União Européia, Estados Unidos e China,

representando cerca de 65% do total de Virgínia exportado. Quanto ao tipo Burley, os

principais importadores são, EUA, União Européia e Japão, representando 80% do total de

Burley exportado. A evolução das exportações brasileiras podem ser observadas conforme o

Gráfico 2.

Gráfico 2 - Exportações Brasileiras de fumo (em folha)

Fonte: MDIC – AliceWeb, elaboração própria.

De acordo com Carvalho et al, entre 2000 a 2005 a produção e os estoques mundiais de

fumo reduziram, ao mesmo tempo que o consumo mundial cresceu, criando oportunidades de

expansão das exportações brasileiras de maneira significativa. Também vale ressaltar a

competitividade do preço pago ao produtor em decorrência a outros países. Outro fator

importante para atender as exportações, foi a redução no consumo interno do cigarro,

principal produto derivado do tabaco, pelas restrições impostas pelo governo para combater o

tabagismo. Forçando, desta forma, as empresas a se adequarem ao mercado externo.

3. Cadeia Produtiva de Fumo em Santa Catarina

Santa Catarina é o segundo maior produtor de fumo do país, com 27,5% da produção

nacional. Sendo que deste total 65% da produção catarinense foi exportada no ano de 2010

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caindo para 59% em 2011. A participação de Santa Catarina no total exportado pelo Brasil

era, em 2000, de 8% apenas, passando para 24% em 2011, no mesmo período observou-se um

aumento do número de produtores de 10,8%, embora a produtividade tenha se mantido

relativamente constante.

A produção de fumo no estado se estende em 80% das cidades, entretanto a região mais

produtora é a região do Vale do Itajaí e Sul com aproximadamente 29% da produção

catarinense cada. Destacam-se as microrregiões de Canoinhas, Rio do Sul, Ituporanga e

Araranguá, que juntas respondem por 67,5% da produção do estado.

Figura 1 - Concentração da produção por microrregião geográfica - Santa Catarina -

Safra 2010

Nota: Produção total de tabaco em Santa Catarina em 2010 foi de 252,8 mil t.

Fonte: IBGE, elaboração própria.

As principais empresas do ramo na região são, Souza Cruz, Universal Leaf Tabacos e a

Alliance One. A Souza Cruz faz parte do grupo British American Tabacco (BAT), o segundo

maior grupo no mercado mundial. A empresa domina 62% do mercado nacional e conta com

mais de 45 mil produtores rurais integrados. Em Santa Catarina a Souza Cruz possui uma

filial na cidade de Blumenau, com outras instalações para estocagem em Rio Negrinho e

Timbó.

A Universal Leaf Tabacos conta com mais de 40 mil produtores integrados e com

capacidade de aproximadamente 160 mil toneladas por ano. A empresa possui uma unidade

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industrial com a maior capacidade diária de beneficiamento de fumo do mundo, localizada em

Santa Cruz do Sul (RS).

A Alliance One surgiu da fusão da Dimon Incorporated com a Cia. Meridional de

Tabaco em 2005. Em 2011 a empresa inaugurou uma fábrica em Santa Catarina na cidade de

Araranguá. A capacidade instalada de processamento é de 70 mil toneladas ao ano.

A atuação das empresas citadas, principalmente com o aumento da capacidade de

processamento de fumo para exportação que antes ocorria principalmente no Rio Grande do

Sul, é uma das razões, segundo Varaschim (2011) pelo aumento da participação catarinense

nas exportações nacionais de fumo, entretanto Varaschim (2011) observa que as empresas

estão mais exigentes em relação à classificação das folhas e o preço pago pelo produto está

abaixo das expectativas dos produtores principalmente devido às empresas ainda possuírem

estoques de safras anteriores.

A crescente participação catarinense no mercado internacional de tabaco tem atendido

principalmente a União Europeia, os Estados Unidos e o Leste Europeu, recentemente

registrou-se um aumento das exportações para a Ásia, sinalizando um novo mercado para o

fumo catarinense, a evolução das exportações catarinenses podem ser observadas no gráfico 2.

Em contrapartida ao aumento das exportações, o número de produtores se manteve

relativamente estável entre 2007 e 2011, conforme observado na Tabela 1, e a produtividade,

segundo IBGE (2011), reduziu cerca de 5% no mesmo período, o que reforça a hipótese de

que a produção catarinense tem atendido mais a demanda do mercado internacional do que ao

mercado nacional.

Os principais tipos de fumo produzidos no estado, Virginia e o Burley, são

amplamente aceitos no mercado internacional. No estado há predominância na produção do

primeiro tipo, correspondendo a 85% do volume total produzido no estado enquanto o

segundo tipo corresponde aproximadamente 14% do volume total produzido.

4. Referencial Teórico

Em ordem a atingir o objetivo do presente artigo, de analisar o comportamento das

exportações de tabaco de Santa Catarina e do Brasil, foram utilizados o Índice de Vantagem

Comparativa Revelada, proposto por Balassa (1965) e o Índice de Orientação Regional,

proposto por Yeats (1997), o primeiro índice é fundamentado na Teoria de Vantagens

Comparativas desenvolvida por David Ricardo (1817), nela um país possuirá vantagens

comparativas em relação a outro, se na produção de um bem, o custo de oportunidade da

produção desse bem for mais baixo neste país do que nos demais, desse modo há incentivos à

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especialização na produção de bens com maior vantagem comparativa. A especialização

viabiliza as relações comerciais, pois na ausência de barreiras comerciais, na medida em que

um país concentra, de forma eficiente, a produção de um bem, este poderá obter ganhos ao

realizar trocas com países especializados na produção dos demais bens.

A Teoria de Vantagens Comparativas atualmente não é suficiente para explicar o

comércio internacional, principalmente porque este não considera o papel desempenhado pela

tecnologia assim como a diferenciação dos produtos e os rendimentos crescentes de escala,

além disso, a teoria pressupõe que o comércio seja entre dois países e que haja ausência de

custos de transporte. Entretanto mesmo com as limitações estabelecidas pelas hipóteses da

teoria, o Índice de Vantagem Comparativa Revelada, proposto por Balassa (1965) ainda

continua um indicador útil para avaliar a participação das exportações de um dado produto de

uma economia em relação às exportações de uma zona de referência, comparando esse

quociente com a participação das exportações totais dessa economia em relação às

exportações totais mundiais. O presente artigo utilizará o índice primeiramente adotando o

Brasil como zona de referência, em ordem a observar as vantagens do setor nacional e

posteriormente Santa Catarina, adaptando o índice originalmente proposto, para verificar a

vantagem comparativa do setor de tabaco no estado.

O índice varia de zero a infinito e caracteriza os maiores valores como produtos de

maior vantagem comparativa, conforme observa Waquil et al (2004) esta vantagem pode ser

traduzida como indicador da superioridade do nível de eficiência produtiva e de

comercialização brasileira frente aos demais países que atuam no mercado internacional,

apesar das distorções existentes, como por exemplo, não levar em consideração o peso das

importações.

Como observa Maia (2002, p. 04), “o índice consiste na comparação do saldo comercial

efetivo (observado) por produto, com o saldo comercial teórico (neutro) que ocorreria caso a

participação de cada produto no saldo global fosse igual à sua participação no fluxo total de

comércio”.

Outro indicador a ser utilizado no presente artigo é o Índice de Orientação Regional,

proposto por Yeats (1997) que defende sua utilização em conjunto ao Índice de Vantagens

Comparativas Reveladas de Balassa (1965) para identificar os efeitos de acordos comerciais

sobre comércio internacional, desse modo é possivel observar o fluxo comercial intrabloco e

extrabloco das exportações de tabaco.

Diferentemente do Índice de Vantagens Comparativas Reveladas, o Índice de

Orientação Regional apresenta uma particularidade observada por Waquil et al (2004) :

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Em geral, o índice de Vantagens Comparativas Reveladas só é calculado para produtos

processados ou manufaturados, porque o comércio internacional de produtos agrícolas é

bastante distorcido pela presença de subsídios à exportação e barreiras comerciais, que podem

viesar a análise. Entretanto, nestes casos em que o Brasil tem uma grande participação no

mercado internacional e enfrenta barreiras impostas principalmente pelos países desenvolvidos,

o cálculo do índice pode subestimar as reais vantagens comparativas do país.

O resultado do índice também se situa entre zero e infinito, sendo que a unidade sinaliza

igual tendência de exportar para membros e não membros do bloco econômico no qual o país

de referência esteja inserido, já os valores crescentes indicam maior tendência de exportações

para o bloco.

As vantagens na utilização do índice também foram identificadas por Waquil et al

(2004), segundo o autor , no curto e médio prazos, as mudanças nas vantagens comparativas,

custos de transporte e preferências dos consumidores tendem a ser pequenas, nesse sentido o

Índice de Orientação Regional identifica de modo mais preciso a influência de acordos

comerciais e regionais, bem como barreiras comerciais sob as exportações do país de

referência.

5. Método

O Índice de Vantagem Comparativas Reveladas de Balassa (1965) é definido por :

(1)

Onde:

= Valor das exportações do produto j pelo país i

= Valor total das exportações do país i

= Valor total das exportações mundiais do produto j

= Valor total das exportações mundiais

Embora esta seja a forma originalmente proposta por Balassa (1965), trabalhos mais recentes

como o de Dalum, Laursen e Villumsen (1998) e Tillmann e Silva (2009) apontam para a

existência de viés, devido aos seus valores serem entre zero e infinito além de criar

problemas de carência de normalidade. Dalum, Laursen e Villumsen (1998), sugere uma

alteração para dar pesos iguais tanto a valores abaixo da unidade quanto acima da unidade.

Esse método é conhecido como Índice Simétrico de Vantagem Comparativa Revelada,

definida por:

11

(2)

Desse modo os autores impõem limites de -1 a 1 que além de resolver os problemas

supracitados, facilitam a interpretação, sendo assim, valores abaixo da unidade possuem uma

desvantagem competitiva na exportação do produto j, e os valores acima da unidade possuem

vantagem competitiva na exportação do produto j.

O Índice de Orientação Regional originalmente proposto por Yeats (1997) é definido

por:

(3)

Onde:

= Valor das exportações intra-regionais do produto j

= Valor total das exportações intra-regionais

=Valor das exportações extra-regionais do produto j

=Valor total das exportações extra-regionais

A mesma proposta de alteração simétrica é feita para este índice, desse modo o Índice

Simétrico de Orientação Regional é definido por:

(4)

De acordo com Yeats (1997) este índice varia de menos um a unidade, sendo valores iguais à

zero representando igual tendência para exportar o bem para países do bloco como de fora do

bloco e, valores crescentes indicam maior tendência de exportações para o bloco.

No presente artigo, além de adotar as alterações sugeridas a fim de evitar os problemas

citados, Se utilizará uma adaptação do Índice Simétrico de Vantagem Comparativa Revelada

(ISVCR) com o intuito de identificar a vantagem comparativa na produção de tabaco no

estado de Santa Catarina, sendo assim, j representa o Estado de Santa Catarina, z é a zona de

referencia, definida como o Brasil. é o valor das exportações do produto i de Santa

Catarina, e é o valor das exportações brasileiras do produto i. é o valor total das

exportações do Estado e é o valor total das exportações do país.

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Os dados utilizados no cálculo destes índices foram estão disponíveis na Organização

das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO – e no Sistema de Análise das

Informações de Comércio Exterior – AliceWeb.

6. Resultados e discussões

6.1. Índice Simétrico de Vantagem Comparativa Revelada (ISVCR)

Os valores positivos obtidos no cálculo do Índice Simétrico de Vantagem Comparativa

Revelada para o Brasil confirmam o grande potencial produtivo e exportador da produção de

tabaco brasileira permanecendo ainda de acordo com a análise feita por Tillmann e Silva

(2010).

Tabela 2 - ISVCR, Brasil

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

ISVCR 0,88 0,88 0,90 0,89 0,90 0,90 0,90 0,91 0,91 0,91

FONTE: MDIC – AliceWeb e FAO

Os índices próximos à unidade ocorrem devido a um maior crescimento das exportações

destes produtos frente aos demais produtos exportados pelo país, relativamente ao

crescimento das exportações mundiais. Tillmann e Silva (2009) observam ainda que a

pequena variação do índice pode ser justificada pelo fato de não haver aumento significativo

de dinamismo no setor.

No caso dos índices obtidos para o estado de Santa Catarina é possível verificar

mudanças significativas no dinamismo do setor uma vez em boa parte do período analisado o

estado apresentou uma desvantagem competitiva, sinalizado pelos índices negativos obtidos.

Porém a partir de 2005 o estado começa a participar de forma mais ativa das exportações do

fumo, a participação que era de 10,8% em 2005 atingiu 22,2% em 2009, reflete a tendência de

crescimento nas exportações nacionais de fumo registradas no mesmo período.

A mudança de comportamento do setor registrada em 2005 coincide com o aumento

significativo no número de contratos de financiamentos concedidos a agricultores e

cooperativas produtores de fumo no estado, desse modo a partir de 2006 o estado passa a

registrar vantagens comparativas, apresentando o maior índice em 2008.

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Tabela 3 - ISVCR, SC

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

ISVCR -0,23 -0,29 -0,33 -0,38 -0,31 -0,12 0,27 0,21 0,56 0,36

Fonte: AliceWeb – MDIC

6.2. Índice Simétrico de Orientação Regional (ISOR)

O cálculo do Índice Simétrico de Orientação Regional tem como objetivo verificar as

variações no comércio de forma mais detalhada, pois como citado anteriormente, as mudanças

nas vantagens comparativas, custos de transporte e preferências dos consumidores tendem a

ser pequenas, tornado-se mais viável a análise das variações do comércio e os principais

destinos do fumo nacional através do ISOR, sendo este calculado para os dois principais tipos

de fumo exportado, Virginia e Burley.

Tabela 4 - ISOR, Virgínia

Ano U.E EUA China

2000 0,28 -0,38 0,74

2001 0,35 -0,31 0,68

2002 0,35 -0,40 0,69

2003 0,33 -0,28 -0,60

2004 0,28 -0,39 -0,09

2005 0,37 -0,50 0,50

2006 0,51 -0,25 0,09

2007 0,37 -0,22 0,67

2008 0,30 -0,25 0,80

2009 0,43 -0,05 0,06

σ 0,07 0,122 0,468

0,36 -0,30 0,35

Fonte: AliceWeb - MDIC

Os resultados obtidos na Tabela 4 - ISOR, Virgínia indicam que o fumo tipo Virginia

tem como principal destino a União Européia, que além de obter os maiores índices, possui o

menor desvio padrão, de certo modo os índices obtidos surpreendem na medida em que a

União Européia adota tarifa específica entre 220 e 560 euros/t no fumo em folha, ademais de

tributação média em torno de 20,7%. (SECEX/MDIC).

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As exportações do fumo tipo Virginia para os Estados Unidos apresentaram índices

negativos, embora tenham apresentado tendência de aumento do índice principalmente a

partir de 2005. Tillmann e Silva (2010) atribuem a barreiras comerciais americanas com a

determinação legal de percentual mínimo de 75% de fumo doméstico na produção de

cigarros.

O comércio do fumo brasileiro com o mercado chinês tem registrado crescimento

significativo conforme indicam os índices, embora haja um grande desvio padrão a média das

exportações permaneceu próxima a da União Europeia.

O cálculo do ISOR para o tipo de fumo Burley tem como objetivo verificar o

comportamento das exportações para a União Europeia, Estados Unidos e Japão, principais

destinos das exportações desse tipo de fumo.

Tabela 5 - ISOR, Burley

Ano U.E EUA Japão

2000 0,36 0,08 0,23

2001 0,28 0,24 0,39

2002 0,17 0,33 0,36

2003 0,19 0,33 0,42

2004 0,23 0,28 0,38

2005 0,40 0,18 -0,99

2006 0,48 0,35 -0,99

2007 0,51 0,37 -1,00

2008 0,48 0,37 -1,00

2009 0,67 0,30 -1,00

σ 0,16 0,09 0,71

0,38 0,28 -0,32

Fonte: AliceWeb - MDIC

Conforme se verifica na Tabela 5 - ISOR, Burley, a União Europeia, tem sido o

principal destino das exportações do fumo tipo Burley, reforçando o que já foi observado nas

exportações de Virginia, observa-se também uma forte tendência de crescimento a partir de

2005. Diferentemente do que foi observado nas exportações de Virginia, as exportações de

Burley para os Estados Unidos assumiram valores positivos, indicando que uma maior

abertura do mercado para este tipo de fumo. Os índices ainda apontam que as exportações

15

para o mercado japonês tiveram forte queda principalmente a partir de 2005, atingindo ao

limite inferior do índice desde 2007 indicando completa retração nas exportações para este

país.

16

6.3. Discussões

Partindo de que, em primeira instância, a variação da taxa de câmbio, gera interferências

na balança comercial, e posteriormente estas relações geram interferências na própria taxa de

câmbio, realizando um processo de ajustamento, como previsto na teoria macroeconômica.

Estas alterações podem ser separadas em curto prazo e longo prazo e ocorrem de maneira

negativa, ou seja, uma valorização da moeda tende a reduzir as exportações, tudo o mais

constante. (FLEMING, 1962)

O crescente aumento das exportações de fumo catarinense, e a valorização do Real

frente ao Dólar, podem ser observados conforme o Gráfico 3: Gráfico 3

Gráfico 3 - Exportações de Santa Catarina

Nota: Taxa de câmbio real

Fonte: MDIC, IPEA, elaboração própria.

Com a análise do gráfico podemos afirmar que as séries não apresentam correlação

positiva, trazendo a problemática principal, a justificativa para o conseqüente aumento das

exportações de tabaco nos últimos anos frente a uma valorização da moeda nacional.

De forma geral, podemos levantar algumas hipóteses que possam gerar interferências

nas exportações do fumo:

1. O aumento da produtividade nas plantações de fumo do estado e até mesmo do

Brasil, tornando-se mais viável a produção do mesmo em território nacional.

2. O consumo mundial de tabaco, ou seja, um aumento na demanda pelo produto.

3. Um possível aumento do preço internacional do produto.

17

A produtividade média da cultura do fumo em Santa Catarina, de 2000 a 2011 foi de

1.931 Kg/ha, mantendo-se próxima deste patamar durante o decorrer da década. Comparando-

se com demais estados do Sul do Brasil, a produtividade manteve-se estável durante o período

analisado.

Tabela 6 - Produtividade média das plantações de fumo - 2000 a 2011

PR SC RS

Média 1.980 1.931 1.958

Desvio Padrão 74,254 87,096 197,977

Fonte: IBGE, elaboração própria.

Desta forma, nota-se que a produtividade média das lavouras não justifica

exclusivamente o aumento das exportações de fumo de Santa Catarina frente a valorização do

real. O consumo mundial de tabaco também se manteve estável nos últimos anos, em 1995 o

consumo foi de 6,194 milhões de toneladas, reduzindo para 6,008 milhões de toneladas em

2009.

Além das variáveis citadas, a análise do comportamento do preço médio do tabaco

praticado pelo mercado internacional indica um forte crescimento conforme observado no

Gráfico 4.

Gráfico 4 - Preço do tabaco (U$/Kg)

Nota: Série deflacionada pelo IPC/EUA, ano base 2000.

Fonte: Afubra, MDIC – elaboração própria.

18

Comparando-se ao Gráfico 3, constata-se que o aumento do preço do tabaco no mercado

internacional aumenta concomitantemente ao crescimento das exportações, muito embora não

seja possível atribuir exclusivamente o aumento de preço como razão do aumento de

exportações.

7. Conclusões

No presente artigo analisou-se de maneira qualitativa a cadeia produtiva de fumo no

Brasil e no estado de Santa Catarina, descrevendo a evolução das exportações, número de

produtores, produtividade média, tipos produzidos, assim como o direcionamento de políticas

publicas de fomento a expansão do setor.

Em ordem a analisar de maneira quantitativa o comportamento e a evolução da

participação brasileira no mercado internacional de fumo, adotou-se o Índice de Vantagem

Comparativas Reveladas, com o intuito de verificar se houveram incrementos na eficiência

produtiva da cadeia tanto em nível nacional quanto estadual. Nesse sentido os índices

sinalizaram que embora as exportações brasileiras tenham aumentado, assim como a

produtividade média, na segunda metade do período analisado, não houve aumentos

significativos de dinamismo das exportações. Entretanto o mesmo não ocorreu em Santa

Catarina, que a partir da segunda metade do período em análise aumentou significativamente

a participação nas exportações brasileiras, refletido na mudança de sinal do índice. Desse

modo é possível observar que o setor tem aumentando a eficiência não somente produtiva

quanto exportadora uma vez que o crescimento da participação catarinense ocorreu em meio a

um aumento de exigência de qualidade dos mercados internacionais.

Ainda no intuito de captar as modificações no comércio internacional, foi calculado o

Índice de Orientação Regional para os dois principais tipos de fumo exportado pelo Brasil. Os

resultados indicam crescimento nas relações comerciais com a União Europeia e com a China,

ainda que a última tenha apresentado um maior desvio padrão nos índices calculados, o

mesmo não ocorrendo com os Estados Unidos, que apresentaram índices negativos, sendo

uma das razões as barreias comerciais existentes na importação desse gênero.

Analisando os resultados obtidos no calculo do índice para o tipo Burley, observou-se

índices positivos e com tendência de crescimento principalmente a partir de 2005 para a

União Europeia e Estados Unidos, embora o mesmo não tenha ocorrido com o Japão que

reduziu significativamente as importações brasileiras do bem.

Ainda que o objetivo principal do presente artigo tenha sido o de analisar o

comportamento das exportações de fumo brasileiro e catarinense, foram levantadas algumas

19

hipóteses que justificassem o aumento das exportações, principalmente devido ao fato da

expansão das exportações ocorrerem em meio à valorização cambial do Real frente ao Dólar,

o que contraria a teoria, bem como a literatura consultada. Nesse sentido as hipóteses tem

apenas o intuito de discutir alguns aspectos identificados como relevantes, principalmente

porque os índices não captam satisfatoriamente o comportamento individual de cada variável

sobre as exportações, sendo necessária uma análise econométrica mais aprofundada capaz de

justificar o aumento das exportações sob as condições citadas.

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