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http://6cieta.org São Paulo, 8 a 12 de setembro de 2014.ISBN: 978-85-7506-232-6
A CARTOGRAFIA TEMÁTICA NA ESPACIALIZAÇÃOAGROPECUÁRIA DO PONTAL DO TRIÂNGULO
MINEIRO
Matheus Eduardo Souza Teixeira
Universidade Federal de Uberlândia
Lucas Miguel de Paula
Universidade Federal de Uberlândia
Roberto Barboza Castanho
Prof. Dr. do curso de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia
INTRODUÇÃO
A agropecuária refere-se à junção dos substantivos agricultura e pecuária, sendo
assim, uma área do setor primário que é responsável pela produção de bens de consumo
essenciais a manutenção da vida, principalmente mediante o cultivo de plantas em geral,
bem como o criatório de animais, como gado, suíno, aves, entre outros.
Desde os tempos de colonização, o Brasil sempre foi considerado um país de
exportação agropecuária, ou seja, os primeiros exploradores extraiam diversas matérias
primas, tais como, ouro, pedras preciosas, madeira nobre, entre outros e levavam para o
país colonizador. Na atualidade, observa-se que não ocorreram muitas mudanças,
continua-se exportando produtos primários, mas com um diferencial, se obtém alguns
recursos para transportá-los para outros países, gerando assim divisas.
Para Silva Junior (2008, p.9) a partir dos anos de 1960 com a revolução verde o
Brasil conseguiu adquirir uma serie de tecnologias fazendo com o mesmo se tornasse a 9ª
economia mundial, mesmo tendo inúmeros problemas sociais. Ainda assim, a grande
riqueza do país se encontra nos campos agrícolas espalhados pela sua extensão territorial.
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Desta forma, deve-se considerar que o Brasil na atualidade é uma nação onde
sua economia está voltada para a produção agropecuária, assim salienta-se que o
mapeamento destas culturas, é uma das melhores formas para que se possa compreender
como se dá o avanço é os processos destes cultivares.
Por intermédio disto, faz-se necessário compreender que a utilização da terra
cada vez mais tem tomado um espaço excessivo no que se refere à produção agropecuária,
voltada principalmente para as monoculturas.
Entretanto, tem-se o conhecimento de que grande percentual da produção de
alimentos é gerada a partir do cultivo e criatórios com origem em propriedade familiar,
onde, através do emprego de força de trabalho destas unidades de pequena produção, se
abastece grande parte do País.
Assim, torna-se de fundamental importância o conhecimento de todas as áreas
do País, principalmente dos potenciais produtivos que ainda podem ser explorados
economicamente, e claro, vindo ao encontro de um equilibro socioambiental satisfatório e
necessário a cada dia. Diante dessa argumentação, a Cartografia temática, auxilia na
Espacialização de dados e conhecimento dessas áreas propensas. Através de técnicas
cartográficas e com o arcabouço tecnológico disponível atualmente, é possível efetuar-se
cruzamentos e observações importantes para a Ciência Geográfica, e em especial para a
cartografia como um todo.
Dentro deste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo especializar a
produção agropecuária desenvolvida no Pontal do Triângulo Mineiro, tendo como alicerce
fundamental a Cartografia Temática.
Assim, faz-se necessário, a espacialização e mensuração da área em estudo,
sendo esta Ituiutaba/MG, localizada no Município de Minas Gerais, mais sucintamente na
Mesorregião Geográfica do Triangulo Mineiro/Alto Parnaíba, conforme demonstrado na
figura 01. A Microrregião Geográfica de Ituiutaba possui 143.348 habitantes (IBGE, 2010). A
produção primária é o principal alicerce econômico deste recorte espacial, tendo como
destaque a cultura de cana-de-açúcar, pecuária de corte, cultivo de milho, soja, entre outros.
(Figura 02).
O bioma Cerrado é predominante nos municípios em estudo, onde as veredas
fazem parte do cenário Geográfico, e que infelizmente vem sendo alvo de degradação
ambiental para ceder espaço aos empreendimentos agropecuários.
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Figura 01: Mapa de localização da Microrregião Geográfica de Ituiutaba – MG.
Figura 02: Mapa dos municípios que compõe a Microrregião Geográfica de Ituiutaba – MG.
Fonte: Base Digital IBGE (2010) Org.: Autores
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Tópicos acerca da Cartografia Temática
A humanidade sempre procurou conservar a memória dos lugares e dos
caminhos de seu interesse, neste sentido tornaram-se imprescindíveis alguns aprendizados,
como por exemplo, registrar representações gráficas do espaço geográfico em placas de
argila, madeira, meta, folhas ou até mesmo em forma de desenhos em paredes de cavernas,
entre outras formas rochosas. (JOLY, 2007).
A partir desses registros e representações gráficas, que se têm os primeiros
indícios de cunho cartográfico, culminando em uma Cartografia realmente geográfica e com
precisões de acordo com o espaço em questão.
A Cartografia é uma ciência que trata de estudo e operações tanto na percepção
teórica, quanto na técnica da elaboração de cartas e mapas de acordo com o sistema de
projeção, escala determinada e coordenadas geográficas, bem como uma preocupação com
a forma de divulgação de tais produtos.Diante desta assertiva, pode-se considera
Cartografia como uma ciência bastante ampla e ao mesmo tempo precisa, uma vez que leva
em conta aspectos matemáticos que traduzem a leitura do espaço geográfico, independente
da escala de mensuração do mesmo.
Dentro deste contexto, Robinson et al (1987, p.3) diz,
En un sentido amplio, la cartografía incluye cualquier actividad en la que la
representación y utilización de mapas tenga un interés básico. Ello incluye la
enseñanza de lahabilidad en la utilización de los mapas, el estudio de la historia
de la cartografía; el mantener colecciones de mapas com las actividades
asociadas de catalogación y bibliografía y larecogida, comparación y
manipulación de losdatos y eldiseño y preparación de mapas, cartas, planos y
atlas. A pesar de que cada una de estas actividad espueda implicar
procedimientos altamente especializados y requerir um adiestramiento especial,
todas ellas se relacionan com los mapas; y esel carácter único de éstos, como
objeto intelectual central, lo que aglutina a los cartógrafos que trabajan com
ellos.
Com a inserção dos diferentes ramos de estudo operados com a divisão do
trabalho científico no fim do século XVIII e início do século XIX, desenvolveu-se outro tipo de
Cartografia, a então Cartografia Temática. Apesar da Cartografia Temática ser considerada
um ramo da Cartografia, ao lado da Cartografia Topográfica, as visões temáticas e
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topográficas do mundo são historicamente sucessivas: as representações temáticas não
substituem as representações topográficas e sim se acrescentam a elas. (MARTINELLI, 2005).
Assim, tal complexidade e complementação faz-se necessária para a real interpretação do
espaço, diante das singularidades existentes no mesmo, independentemente da conotação
ou até mesmo da natureza, tais como, dinâmicas em áreas urbanas, interpretação de áreas
de risco ambiental, produção do espaço rural, entre outras.
Neste sentido, Rosette e Menezes (2003, p.2) conceituam a Cartografia Temática,
como sendo, “[...] o ramo da Cartografia que trata da representação gráfica, para um fim
específico, de um tema ou uma correlação de temas, sobre um mapa-base ou base
cartográfica”.
Considera-se nesse aspecto, a Cartografia Temática como uma ciência de grande
importância para o entendimento dos diversos fenômenos que ocorrem no globo, sejam
fenômenos físicos, sociais, demográficos e econômicos. Assim, a Cartografia Temática
presta-se de grande valia para a tomada de decisões, bem como no correto emprego dos
recursos disponíveis de quem dispõe das informações transmitidas pelos mapas temáticos.
Salienta-se que os objetivos de qualquer investigação, seja ela acadêmica ou profissional,
norteia a elaboração dos produtos cartográficos, visando alcançar as metas desejadas, vindo
ao encontro da melhor utilização do objeto de análise, considerando os ditames que se
desdobram pela busca incessante do tempo e espaço.
Assim, Fitz (2008, p.48), diz,
De maneira geral, diz-se que a Cartografia Temática preocupa-se com o
planejamento, a execução e a impressão final, ou plotagem de mapas temáticos,
que são aqueles que possuem um tema principal a ser representado. Para se
obter um bom resultado em um mapa temático, alguns preceitos devem ser
respeitados e, como esses mapas se baseiam em mapas preexistentes, deve-se
ter um conhecimento preciso das características de base de origem.
É importante destacar, que não apenas a Cartografia Temática representa o
espaço geográfico, mas sim proporciona um perfil, bem como promove discussões
interdisciplinares do espaço produzido, do espaço dinamizado, ou até mesmo do espaço
estagnado.
Vale ressaltar, que neste início do século XXI a gama tecnológica disponível para
a produção e divulgação cartográfica é muito significativa, e sua tendência é de aumentar a
cada dia que passa, considerando a evolução tecnológica disponível para tal finalidade,
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estando presente na forma tradicional (mapas), mas também em elementos tecnológicos
substanciais, como por exemplo, a simplicidade e praticidade da portabilidade da
comunicação cartográfica disponibilizada através de meios digitais, onde, instantaneamente
tem-se localização, situação e demais infinitas informações possíveis e imagináveis.
PERCURSO METODOLÓGICO
Os procedimentos metodológicos que nortearam esta investigação tiveram
como início uma revisão bibliográfica acerca da temática, versando sobre Cartografia
Temática; Agropecuária; Espaço Geográfico; entre outras. Na sequência, efetuou-se a coleta
de dados censitários, sendo estes disponibilizados no site do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), através do sistema de recuperação automática (SIDRA), dos
anos de 1995 e 2012. Ainda referente aos dados, selecionou-se as variáveis de maior
representatividade no setor agropecuário, tais como, suínos, bovinos, aves, sendo estes de
criatórios. Em relação à agricultura, buscou-se nos cultivos também de maior relevância e
que compõe a diversidade do cenário rural da Microrregião Geográfica de Ituiutaba, como
por exemplo, cana-de-açúcar, soja, milho e arroz, entre outras.
A terceira etapa teve concentrada na tabulação de tais dados coletados, como
por exemplo, em tabelas e gráficos, objetivando a compreensão e distribuição das variáveis
no decorrer dos anos, para posteriormente estabelecer o perfil e técnicas cartográficas
sobre a área em estudo.
Na quarta etapa, a elaboração dos mapas foi o eixo central deste momento,
onde em conjunto com as variáveis já coletadas, podem-se elaborar os mapas temáticos
levando em consideração os dados previamente tabulados, bem como as melhores formas
que os representam. Formas diversas de representação como pontos, linhas e cores foram
selecionadas na representação temática das variáveis constantes nas Unidades Político
Administrativas pertencentes à Microrregião em estudo.
Após a elaboração dos produtos cartográficos, realizou-se a análise dos mesmos,
tendo como foco principal a validação da metodologia aplicada, bem como a veracidade dos
dados em relação à representação da realidade. Neste sentido, seguiu-se para a última
etapa que esteve centrada nas considerações acerca da metodologia aplicada e da
representatividade do recorte espacial estabelecido.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O conjunto de mapas temáticos, que representam a Microrregião Geográfica de
Ituiutaba, foi elaborado visando “o cruzamento de informações que concernem a mesma
finalidade, como por exemplo, quantidades de suínos de 1995 em comparação com a
quantidade de 2012, quantidade de aves 2012 com a quantidade de aves de 1995, a
quantidade de arroz nos anos de 1995 e 2012 comparado com a quantidade produzida de
cana-de-açúcar nos respectivos anos”.
Neste sentido, na figura 03, observa-se a representação cartográfica da
quantidade de aves no ano de 1995 na forma de símbolos, onde cada símbolo (ponto)
representa 200 aves, enquanto que da forma coroplética têm-se a representação deste
criatório para o ano de 2012. Observa-se uma certa “poluição” no modelo representado pela
semiologia de pontos, entretanto outros “cruzamentos” podem ser atribuídos a esta forma
de representação.
Figura 03: Criatórios de aves nos anos de 1995 e 2012 na MRG de Ituiutaba - MG
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
Na figura 04 observa-se a produção de arroz do ano de 1995 em hectares
demonstrada através de cores em cinco classes crescentes, sem tratamento estatístico
(cálculo de intervalo de classes igualitárias). Na mesma figura foi sobreposta a produção de
cana-de-açúcar também em hectares na forma de gráfica de barras, onde se observa que o
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município de Ituiutaba teve um substancial crescimento em sua área seguido do município
de Santa Vitória.
Figura 04: Produção de cana-de-açúcar e arroz nos anos de 1995 e 2012 na MRG de Ituiutaba-MG.
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
Na figura 05, a produção de bovinocultura de corte no ano de 2012 é
representada através de pontos, onde cada ponto equivale a 600 cabeças. Enquanto que a
produção de bovinos no ano de 1995 é especializada através de cores, apenas diferenciando
as Unidades Político Administrativas com a representação da totalidade da variável.
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Figura 05: Representação da produção de bovinocultura de corte nos anos de 1995 e 2012 na MRGde Ituiutaba-MG.
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
Na figura 06, a variável condizente a produção canavieira em hectares é
representada tanto para o ano de 1995 quanto para o ano de 2012 através de gráficos de
barras, onde o município de Ituiutaba novamente se destaca em relação aos demais. Não foi
o objetivo da pesquisa, mas deve-se ressaltar que no supracitado município existem duas
usinas sucroalcooleiras, o que de certa forma alavanca e proporciona a consolidação dessa
cultivar neste recorte espacial da MRG. Na forma coroplética, visualiza-se a produção de
cana-de-açúcar do ano de 2012.
Na figura 07, tem-se uma vista geral de criatórios de gado desenvolvidos na área
em estudo. Vale destacar que tal atividade é se suma importância para a economia dos
municípios pertencentes a essa porção territorial de Minas Gerais,
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Figura 06: Espacialização da produção de cana-de-açúcar em área e toneladas de 1995 e 2012 naMRG de Ituiutaba-MG.
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
Figura 07: Pecuária de corte presente na MRG de Ituiutaba – MG
Fonte: Autores
Na figura 08, observa-se o cultivo de cana-de-açucar na Microrregião Geográfica
de Ituiutaba, enfatizando sua presença mais acentuada nos últimos anos.
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Figura 08: Vista parcial de área destinada ao cultivo de cana-de-açúcar
Fonte: Autores
Quanto à figura 09, a mesma traduz a espacialização da suinocultura
desenvolvida na Microrregião Geográfica de Ituiutaba, sendo que para o ano de 2012 a
representação selecionada foi a de pontos, onde a variável é representada com a proporção
de 1 ponto demostrando 100 cabeças de suínos. Na forma coroplética, observa-se a
quantidade de cabeças de suínos no ano de 1995, obedecendo ao intervalo de 6 classes com
tratamento estatístico.
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Figura 09: A suinocultura (cabeças) no ano de 1995 e 2012 na MRG de Ituiutaba-MG.
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
Na figura 10, observa-se a produção de suínos no ano de 2012 através de
pontos, sendo que 1 ponto representa 40 cabeças. Na forma coroplética distribuída em 5
classes sem tratamento estatístico, tem-se a produção de milho em toneladas também no
ano de 2012. Neste momento, o maior plantel de suínos é condizente com a produção em
toneladas de milho, ambas variáveis presentes no município de Ituiutaba.
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Figura 10: Produção de milho em toneladas e criatório de suínos no ano de 2012 na MRG deItuiutaba-MG.
Fonte: IBGE (2014) Org.: Autores
PALAVRAS FINAIS
A espacialização das principais atividades agropecuárias desenvolvidas na
Microrregião Geográfica de Ituiutaba, Minas Gerais através da cartografia foi considerada de
substancial relevância, uma vez que inúmeras formas de representação podem ser
atribuídas, mas que, no entanto, apenas algumas foram selecionadas, visando atingir os
objetivos desta investigação.
A Ciência Geográfica sempre se utilizou de mapas para a compreensão dos
atores que a dinamizam, assim, diante dessa assertiva, pode-se inferir uma serie de
aplicabilidades, desde que os métodos e técnicas aplicados sejam coerentes e corretos
dentro dos parâmetros acadêmicos.
O recorte espacial selecionado apresenta uma pluriatividade muito significativa,
que vai desde uma grande transformação do seu espaço agropecuário até os novos moldes
de cultivo da Terra, como por exemplo, a importante produção de arroz até meados da
década de 90, e que passa a ser substituída por cultivares como milho, cana-de-açúcar,
entre outras. A bacia leiteira de Ituiutaba, e consequentemente pertencente a grande parte
dos municípios pertencentes à MRG que leva seu nome, também recebe um importante
destaque até meados do inicio da década dos anos 2000.
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Assim, a dinâmica rural do recorte espacial, proporciona consequentemente
uma produção cartográfica bastante peculiar, uma vez que devido as flutuações censitárias
no que tange as suas variáveis, pode-se produzir produtos cartográficos diferenciados,
lançando mão de diversas técnicas de representação temática, principalmente quando se
tem disponível softwares que facilitam tal tarefa.
Dentro das técnicas de cartografia temática, principalmente às que condizentes
à retina, é possível obter interessantes mapas, que sem dúvida alguma proporcionam
análises e interpretações importantes acerca tanto da temática discorrida nesta pesquisa,
quanto em demais áreas da Ciência.
É importante salientar que diante de tantas demandas acerca da compreensão
espacial, o profissional Geógrafo deve-se ater também, além da interpretação de variáveis,
situações politicas, sociais, ambientais, o conjunto de instrumentais acerca das técnicas,
como por exemplo, domínio no manejo de softwares de acordo com as normas
cartográficas vigentes, pois atualmente, têm-se profissionais que elaboram produtos ditos
cartográficos, mas que na verdade, deixam de lado as técnicas que norteiam a produção
cartográfica, deixando espaço para outros profissionais elaborarem, igualmente, ou melhor,
tais produtos, mas que devido a necessidade do entendimento do Espaço Geográfico,
acabam por sua vez ocupando lugar no mercado de trabalho, e inclusive, nas instituições de
ensino superior.
Assim, esta investigação não é encerrada neste momento, uma vez que a
dinâmica espacial da Microrregião Geográfica de Ituiutaba produz dia a dia inúmeras
facetas, seja no espaço rural, seja na condição natural, com o Cerrado metamorfoseando-se
de acordo com as estações do ano, e que a cada dia, novas oportunidades surgem, vindo ao
encontro dos novos ditames deste inicio do século XXI.
REFERÊNCIAS
FITZ, P. R. Cartografia básica. São Paulo: Oficinade Textos, 2008.
IBGE. Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística.Cidades@. 2010. Disponível em:<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313420&search=minas-gerais|ituiutaba>. Acesso em: 16 de fev. 2014.
JOLY, F. A cartografia. Tradução Tânia Pellegrini.Campina – SP: Papirus, 1990.
MARTINELLI, M. Mapas de Geografia eCartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2ed, 2005.
ROBINSON, A. H. et al. Elementos de Cartografia.Tradução Rosa Maria Ferreira. Barcelona:Omega, 1987.
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ROSETTE, A. C.; MENEZES, P. M. L. Erros Comuns naCartografia Temática. In: XXI CongressoBrasileiro de Cartografia, 2003, BeloHorizonte. Cartografia. Disponível em:<http://www.geosenso.com/arquivos/Erros_Ca
rt_Tematica_2003.pdf>. Acesso em: 11 de Mar.de 2014.
SILVA JUNIOR. D. F. Legislação sobre agrotóxicose afins: legislação federal. 2ª ed. Piracicaba.FEALQ, 2008.
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A CARTOGRAFIA TEMÁTICA NA ESPACIALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA DOPONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
EIXO 6 – Representações cartográficas e geotecnologias nos estudos territoriais e ambientais
RESUMO
A Cartografia Temática sempre auxiliou na compreensão da dinâmica do espaço geográfico.
Entretanto, nos últimos anos com a grande oferta de tecnologias disponíveis, não apenas para a
Cartografia, mas para a ciência com um todo, o conhecimento da dinâmica espacial, tornou-se
popularizado e eficaz, se utilizado corretamente. Neste sentido, este estudo teve como objetivo,
espacializar a produção agropecuária desenvolvida no Pontal do Triângulo Mineiro, tendo como
alicerce fundamental a Cartografia Temática. Os procedimentos metodológicos que nortearam
esta investigação, tiveram como início uma revisão bibliográfica acerca da temática. Dando
continuidade, efetuou-se a coleta, tabulação, espacialização (elaboração de mapas) e análise de
dados censitários, sendo estes do ano de 2012 disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Paralelamente, efetuou-se a reambulação nos municípios que fazem
parte da Microrregião Geográfica de Ituiutaba - MG, sendo este o recorte espacial estabelecido.
Vale ressaltar, que os mapas temáticos foram elaborados, a partir dos softwares de
geoprocessamento ArcGis, tendo como base a malha digital disponibilizada pelo IBGE do ano de
2010 e que se apresentou satisfatoriamente a demanda gerada no decorrer da pesquisa como um
todo. Diante do exposto, pode-se enfatizar, que a área em estudo apresenta uma grande aptidão
para a produção, tanto de agricultura, quanto de pecuária, com destaque na produção de
cana-de-açúcar, onde a mesma apresentou um total de 4.240.660 toneladas, e no setor de
criatórios, com notoriedade à bovinocultura de corte, totalizando 679.600 cabeças. (IBGE, 2014).
Outras variáveis, também apresentaram percentuais de produção, tais como, suinocultura,
avicultura, soja e milho, sendo estas os principais atores do cenário geográfico em observância,
que compuseram o conjunto de mapas temáticos do espaço em análise. As técnicas disponíveis
na atualidade para uso e cultivo da Terra, são fatores primordiais para que os municípios que
compõe Microrregião pesquisada, apresentem destaque em relação à produtividade e relevância
para o cenário mineiro, associados à condição de fertilidade dos solos, clima e relevo. Assim, o
mapeamento cartográfico temático, foi fundamental na compreensão do uso e ocupação da Terra
dos municípios que compões o recorte geográfico em análise, principalmente no que tange aos
aspectos das técnicas disponibilizadas pelo software, espacialização agropecuária e análises
inferidas a partir dos resultados obtidos, visando um planejamento eficaz e coerente com os
novos ditames da comunidade local/regional.
Palavras-chave: cartografia temática; agropecuária; espaço geográfico.
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