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ISSN 2318-7263
SAEMI2014
SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MUNICIPAL DO IPOJUCA
REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSALLíngua Portuguesa (Leitura) e MatemáticaEducação de Jovens e Adultos (EJA) - Fase 2
PREFEITO DO IPOJUCACarlos José de Santana
VICE-PREFEITO DO IPOJUCAPedro José Mendes Filho
CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO Antônio Alberto Cardoso Giaquinto
SECRETARIA DO GOVERNOPedro Henrique Santana de Souza Leão
SECRETARIA DE EDUCAÇÃOMargareth Costa Zaponi
CarosEDUCADORES,O Saemi – Sistema de Avaliação Educacional Municipal do Ipojuca, em seu segundo ano de existência, vem consolidar a proposta inicial de oferecer, à rede municipal de ensino do Ipojuca, um retrato da qualidade da educação ofertada pelo município.
Apresentamos, nesta coleção, os resultados das avaliações aplicadas pelo Saemi, durante o ano de 2014, com o intuito de contribuir para as discussões acerca das políticas implementadas na rede de ensino. Os resultados dessas avaliações constituem ferramentas fundamentais para subsidiar a rede e as escolas, no desenvolvimento de ações que possam aperfeiçoar, substantivamente, a qualidade da educação oferecida às crianças e aos jovens do município. De posse desses dados, os gestores, junto às equipes pedagógicas, podem refletir sobre os projetos político-pedagógicos e as estratégias de ensino das escolas, com vistas à melhoria do desempenho dos estudantes.
A coleção Saemi 2014 está organizada de forma a otimizar a análise, a interpretação e a apropriação dos resultados de todas as avaliações aplicadas nesse ano.
A Revista da Avaliação Longitudinal, na presente edição, informa os resultados obtidos pelos estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e Matemática, nas avaliações de entrada e de saída de 2014. Desse modo, é possível estabelecer uma comparação com os dados revelados pelas avaliações de 2013 e verificar a evolução desses estudantes.
As Revistas da Avaliação Transversal, por sua vez, apresentam as informações referentes às avaliações aplicadas ao final do ano de 2014, do 4º ao 8º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências da Natureza. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também participou do processo, por meio da verificação do desempenho de seus estudantes, em Língua Portuguesa e em Matemática.
A análise acurada dos resultados dessas avaliações, verificando-se as habilidades consolidadas pelos estudantes e aquelas que ainda estão em processo de consolidação, é condição essencial para que os dados aqui fornecidos se transformem em ações efetivas, que promovam modificações substanciais no processo educacional de nosso município.
Mais uma vez, contamos com a participação de todos para que as mudanças aqui propostas se tornem realidade.
MARGARETH COSTA ZAPONI
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
08 1. A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS
DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES
11 2. AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
12 3. A INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS
16 4. RESULTADOS DESTA ESCOLA
17 5. PADRÕES DE DESEMPENHO
36 6. REFLEXÃO PEDAGÓGICA
Refletir sobre a avaliação educacional em larga escala como estratégia efetiva
para a melhoria da qualidade do ensino passa diretamente por compreender
a importância da figura do educador nesse contexto. Afinal, como se apropriar
dos resultados das avaliações e utilizar os dados, de forma prática, no trabalho
pedagógico?
Pensando nisso, esta revista foi desenvolvida especialmente para você, profes-
sor(a). Nas próximas páginas, é possível conferir informações sobre os principais
elementos da avaliação educacional e os resultados da sua escola. Apresen-
tando os princípios da avaliação, sua metodologia e seus resultados, o objetivo
desta publicação é fomentar debates na escola que sejam capazes de aprimorar
o trabalho pedagógico, com base nos resultados obtidos no SAEMI.
A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES
1
As avaliações externas em larga escala vêm se revelando, progressivamente, uma importante
ferramenta para o trabalho das equipes gestoras e pedagógicas das escolas em nosso país. O
ato de avaliar a rede pública de ensino demonstra que a educação brasileira está atingindo um
nível de maturidade tal, que permite pensar além dos limites do espaço escolar.
As práticas de avaliação, anteriormente, se restringiam à avaliação interna, conduzida pelos
professores, em suas turmas. Como o nome indica, essa avaliação tem sentido no interior da
escola; faz-se necessário, porém, verificar se os estudantes de toda a rede de ensino estão de-
senvolvendo aquelas habilidades consideradas essenciais para que consigam avançar em sua
caminhada educacional. As escolas avaliam muito mais do que essas habilidades mínimas, pois
trabalham com um currículo amplo, que focaliza diversos elementos, com o objetivo de expandir
ao máximo o nível de conhecimento de seus estudantes: a avaliação interna aborda, portanto,
muitos aspectos que vão além das habilidades mensuradas pelas avaliações externas.
A avaliação externa surgiu da constatação daquela necessidade. Por suas características, as
avaliações internas não objetivam estabelecer um paralelo com outras unidades escolares, ou
mesmo com outras redes de ensino. Já as avaliações externas têm essa intenção, fornecendo
aos gestores de rede e aos gestores escolares informações a respeito do desempenho dos
estudantes, naquelas habilidades que se espera que tenham consolidado, em determinada dis-
ciplina e etapa de escolaridade. De posse dessas informações, os gestores de rede podem
verificar as políticas implementadas pelas secretarias de educação que se revelaram eficazes,
e as que merecem revisão.
Os gestores escolares, por seu turno, em diálogo com a gestão de rede, atuam como media-
dores entre os resultados da avaliação externa e seu impacto no cotidiano da escola. Entra
em ação, nesse momento, a equipe pedagógica da unidade escolar: junto à equipe gestora,
coordenadores pedagógicos e professores podem se debruçar sobre os resultados da avalia-
ção, verificando o desempenho da escola, das turmas e dos estudantes. Essa verificação tem
o intuito de observar quais são as habilidades desenvolvidas pelos estudantes, e quais as que
merecem atenção diferenciada. Entretanto, há que se ter cuidado com uma visão reducionista
desses resultados: não se pode compreender tais habilidades como as únicas a serem trabalha-
das em sala de aula. A Matriz de Referência, base para as avaliações em larga escala, consiste
em um “recorte” do currículo, relacionando aquelas habilidades mínimas já referidas, passíveis
de serem avaliadas em um teste de proficiência com questões objetivas.
Embora os resultados de desempenho não sejam os únicos a serem levados em consideração,
quando se avalia a trajetória escolar de um estudante, eles podem auxiliar na tomada de deci-
sões sobre as estratégias a serem adotadas, visando à melhoria da qualidade do ensino ofer-
tado pelas redes e pelas escolas. A expectativa é que, de posse desses resultados, a equipe
pedagógica repense suas práticas, analisando cada ângulo possível. A avaliação externa em
larga escala pode ser o marco inicial de uma discussão acerca do desempenho da escola e do
sistema de ensino em que ela está inserida: partindo de seus dados, é possível refletir sobre o
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 09 SAEMI 2014
trabalho pedagógico desenvolvido e elaborar e implementar ações que tenham como foco as
dificuldades de aprendizagem observadas.
Para tanto, é necessário, em primeiro lugar, ler e interpretar pedagogicamente os resultados da
avaliação. Essa leitura não se resume às médias de proficiência e à comparação com as médias
da rede e de outras escolas; essas informações são importantes para situar a unidade escolar
no conjunto de escolas que formam o sistema, mas não são suficientes para compreender, na
totalidade, o desempenho específico daquela escola. Cada instituição precisa, portanto, estu-
dar as informações produzidas, verificando, por exemplo, a distribuição dos estudantes pelos
Padrões de Desempenho, e o que isso significa em termos de desempenho desses estudantes.
Essa distribuição é ponto de partida para detectar problemas mais amplos, comuns à maioria
dos estudantes da escola, mas a leitura dos resultados não se deve limitar a ela, também: é ex-
tremamente importante que seja realizado um movimento de interpretação dos resultados das
turmas e dos estudantes, individualmente.
Ao analisar os dados produzidos pela avaliação, a equipe pedagógica poderá entender o que
funcionou e o que precisa ser aperfeiçoado, com relação às metodologias adotadas. Estratégias
que se mostraram eficazes, em um determinado momento, podem não ser mais produtivas, por
motivos diversos: esses motivos, muitas vezes, só podem ser percebidos por aqueles que lidam
dia a dia com a realidade da escola, avaliando as condições de oferta do ensino e o perfil dos
estudantes atendidos.
Efetuada a revisão das metodologias de ensino, torna-se relevante pensar em intervenções
pedagógicas mais ou menos abrangentes. Algumas podem ser pontuais, direcionadas a casos
individualizados; outras podem ter um caráter sistêmico, abarcando turmas ou até mesmo a es-
cola em si. O que importa, aí, é detectar as questões levantadas pelos resultados da avaliação
externa e averiguar como podem ser solucionadas, contribuindo para a melhoria do processo
de ensino e aprendizagem.
Outro ponto que merece destaque é a formação para o uso dos resultados. É possível que tanto
os gestores escolares, como as equipes pedagógicas tenham dificuldades em entender e usar
esses resultados. Essas dificuldades podem ser oriundas não só da complexidade própria dos
sistemas de avaliação em larga escala, mas também da formação dos profissionais que atuam
na escola. No caso dos professores, os cursos de atualização e de especialização podem contri-
buir para que novas ideias sejam agregadas às práticas já existentes, quando se perceber que,
depois de adequadamente lidos e interpretados os resultados da avaliação, é necessário rever
os processos pedagógicos adotados pela escola.
Importa lembrar que gestão de rede, gestão escolar e equipe pedagógica – coordenadores
e professores – são corresponsáveis pelas ações adotadas em prol de um ensino equânime.
Certo é que o professor assume papel de destaque nesse processo, dado ser ele quem está
presente todos os dias em sala, acompanhando passo a passo a evolução de seus estudantes.
E é aos docentes que dedicamos esta publicação, esperando que a leitura concorra para que
sua prática seja cada vez mais bem-sucedida.
SAEMI 2014 10 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
A avaliação transversal se preocupa com a descrição de características de um
conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-
plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os
estudantes de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública são avaliados.
Outro exemplo é o Pisa, avaliação organizada pela OECD, que, a cada três anos,
avalia uma amostra de jovens que tenham em torno de 15 anos.
A Secretaria Municipal de Educação do Ipojuca, por meio do Saemi, avalia, de
forma censitária, os estudantes do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens
e Adultos (EJA), ao final de cada ano letivo, desde 2013, nas disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática e Ciências da Natureza. Em 2014, passou-se a avaliar,
ainda, a área de Ciências Humanas.
O objetivo dessa avaliação é produzir informações qualificadas sobre o desem-
penho escolar dos estudantes avaliados e sobre os fatores associados a esse
desempenho, possibilitando o monitoramento e a formulação de políticas educa-
cionais equitativas.
Com base nos resultados dessa avaliação, a Secretaria de Educação poderá im-
plementar políticas de melhoria da educação pública da rede, assim como, tam-
bém, a escola terá acesso a um conjunto de informações que lhe possibilitarão
tomar decisões e adotar estratégias pedagógicas apropriadas ao desenvolvimen-
to das competências em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza e
Ciências Humanas.
A seguir, apresentaremos os elementos que fundamentam a avaliação educacio-
nal, utilizados para subsidiar a avaliação transversal do Saemi. Leia, atentamente,
essa parte da revista, para compreender os resultados de sua escola, que serão
apresentados na seção 4.
2AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
Para compreender os resultados alcançados no Saemi, é preciso considerar e
interpretar os seguintes aspectos: a participação, a média de proficiência alcan-
çada e o percentual de estudantes nos Padrões de Desempenho. É o conjunto
dessas informações que fornecerá um diagnóstico completo sobre o desempe-
nho da educação na rede municipal do Ipojuca.
A seguir, serão apresentados exemplos desses resultados e a interpretação dos
mesmos, para que depois, você, professor, possa analisar os resultados da sua
escola, apresentados na seção 4.
A título de análise, consideramos, em nosso exemplo, os resultados da EJA Fase 2
nas aplicações do Saemi em 2013 e 2014. Os resultados apresentados referem-se
à rede municipal, como um todo.
3 A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Resultados de ParticipaçãoOs sistemas de avaliação educacional em larga escala, como o Saemi, estão relacionados com a garantia de um direito
fundamental de todo estudante, qual seja, o direito de aprender. A serviço da qualidade da educação, na medida em
que permite o acompanhamento do ensino ofertado na rede municipal de educação do Ipojuca, o Saemi deve sempre
buscar a participação maciça de seus estudantes. Por isso, é necessário o acompanhamento do número de estudantes
que realizam os testes a cada ano, observando a participação em cada etapa de escolaridade avaliada. Além disso,
para que os resultados alcançados retratem, de fato, o desempenho médio da sua escola, é importante que todos os
estudantes sejam avaliados. Quanto maior a participação, mais consistente é o resultado alcançado.
O que informam os resultados de participação?
O número estimado de estudantes para a realização dos testes e quantos, efetivamente, participaram da avaliação
no município e na sua escola, para cada etapa de escolaridade.
RESULTADOS DE PARTICIPAÇÃO LÍNGUA PORTUGUESA - EJA FASE 2
Edição Número de estudantes Previstos Número de estudantes Efetivos Percentual de Participação
SAÍDA 2013 299 118 39,5%
SAÍDA 2014 373 120 32,2%
A participação no Saemi 2013 em Língua Portuguesa, para a EJA Fase 2, foi de 39,5%. Além do percentual, o re-
sultado informa, também, o número de estudantes previstos para a avaliação, 299 e o número de estudantes que,
efetivamente, fizeram parte dela, no caso, 118 estudantes.
Na avaliação de 2014, o percentual de participação diminuiu, ficando em 32,2%. O número efetivo de estudantes
aumentou de 118 para 120 estudantes e o número de estudantes previstos, de 299 para 373.
RESULTADOS DE PARTICIPAÇÃO MATEMÁTICA - EJA FASE 2
Edição Número de estudantes Previstos Número de estudantes Efetivos Percentual de Participação
SAÍDA 2013 300 93 31,0%
SAÍDA 2014 376 124 33,0%
No exemplo, a participação no Saemi 2013 em Matemática foi de 31,0%. Além do percentual, o resultado informa,
também, o número de estudantes previstos para a avaliação, 300, e o número de estudantes que, efetivamente,
fizeram parte dela, no caso, 93 estudantes.
Na avaliação de 2014, o número de estudantes previstos aumentou para 376, bem como o número de estudantes
efetivos – 124. A participação na avaliação também aumentou um pouco, ficando em 33,0%.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 13 SAEMI 2014
Proficiência MédiaA Proficiência Média é o resultado alcançado pela escola na avaliação, com base em uma Escala de Proficiência.
Com essa informação, você pode analisar o desempenho da sua escola em relação a ela mesma, em cada edição
do Saemi, e em relação à média alcançada pelas escolas do município. Esse exercício permite o monitoramento
da evolução do desempenho da sua escola, orientando as ações que precisam ser implementadas para garantir a
melhoria do desempenho ao longo dos anos. Além disso, você poderá ainda identificar, através da média alcançada
por sua escola, em qual dos padrões de desempenho ela se encontra. Essa análise permite a você, professor, saber
quais as habilidades seus estudantes ainda não desenvolveram, exigindo atenção para garantir o desenvolvimento
pleno da aprendizagem dos mesmos.
RESULTADOS DE PROFICIÊNCIALÍNGUA PORTUGUESA - EJA FASE 2
Edição Proficiência Média Padrão de Desempenho
SAÍDA 2013 544,0 Elementar I
SAÍDA 2014 598,6 Elementar I
Como pode ser observado, a Proficiência Média em Língua Portuguesa da EJA Fase 2, nas duas aplicações do Sae-
mi, foi de 544,0 em 2013 e 598,6 na avaliação de 2014. Percebe-se um aumento na proficiência entre uma avaliação
e outra. A etapa avaliada encontra-se no Padrão Elementar I.
RESULTADOS DE PROFICIÊNCIAMATEMÁTICA - EJA FASE 2
Edição Proficiência Média Padrão de Desempenho
SAÍDA 2013 559,3 Básico
SAÍDA 2014 572,5 Básico
Já a Proficiência Média em Matemática foi de 559,3 em 2013 e 572,5 em 2014. Além de observar a média de pro-
ficiência, com esse resultado é possível identificar em qual Padrão de Desempenho a EJA Fase 2 se encontra, na
rede municipal de Ipojuca, como um todo. No exemplo, apesar de um pequeno aumento na média de proficiência,
a etapa avaliada se manteve no mesmo Padrão – Básico.
SAEMI 2014 14 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
Distribuição dos estudantes pelos Padrões de DesempenhoOs Padrões de Desempenho permitem classificar o aprendizado dos estudantes através de níveis de aprendiza-
gem. Com isso, pelos Padrões, é possível saber quais são as habilidades e competências desenvolvidas por cada
estudante, bem como aquelas habilidades que eles ainda não desenvolveram plenamente. Esse resultado é ex-
tremamente importante para diagnosticar os estudantes que apresentam as maiores dificuldades (localizados nos
Padrões de Desempenho mais baixos).
No Saemi, há quatro Padrões de Desempenho: Elementar I, Elementar II, Básico, Desejável.
DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO LÍNGUA PORTUGUESA - EJA FASE 2
Edição Elementar I Elementar II Básico Desejável
SAÍDA 2013 48,3% 16,1% 25,4% 10,2%
SAÍDA 2014 42,5% 20,8% 36,7% 0,0%
Na avaliação do Saemi 2013, em Língua Portuguesa, 48,3% dos estudantes, encontravam-se no Padrão de Desem-
penho Elementar I, ao passo que 16,1% estavam no Elementar II e 25,4% no Padrão Básico, enquanto 10,2% dos
estudantes estavam no Padrão Desejável, para essa etapa de escolaridade.
Na avaliação de 2014, percebe-se uma alteração nesses percentuais. O percentual de estudantes no Padrão mais
baixo, Elementar I, diminuiu para 42,5%; já no Padrão Elementar II, aumentou para 20,8%. No Padrão Básico, o per-
centual de estudantes aumentou para 36,7%, enquanto, no Padrão Desejável, esse percentual diminuiu, ficando em
0,0%.
DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO MATEMÁTICA - EJA FASE 2
Edição Elementar I Elementar II Básico Desejável
SAÍDA 2013 14,0% 11,8% 47,3% 26,9%
SAÍDA 2014 10,5% 23,4% 47,6% 18,5%
No exemplo acima, na avaliação de Matemática de 2013, 14,0% dos estudantes, encontravam-se no Padrão de
Desempenho Elementar I, ao passo que 11,8% estavam no Padrão Elementar II e 47,3% estavam no Padrão Básico.
Nesse ciclo, 26,9% dos estudantes estavam no Padrão Desejável, para essa etapa de escolaridade.
Na avaliação de 2014, esses percentuais apresentam alteração, diminuindo, no Padrão Elementar I, para 10,5% e,
no Padrão Desejável, para 18,5%. O percentual de estudantes no Padrão Elementar II aumentou para 23,4% e, no
Padrão Básico, se manteve estável, 47,6%.
Agora que você já sabe como os resultados são apresentados e como devem ser lidos e interpretados, faça o mes-
mo para a sua escola.
Lembre-se da importância de discutir no coletivo da escola sobre os resultados do Saemi.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 15 SAEMI 2014
A seguir apresentamos os resultados da sua escola. Analise-os e discuta com a
equipe pedagógica sobre o desempenho alcançado nas avaliações realizadas
em 2013 e 2014.
Para que você se aproprie, substantivamente, desses resultados e possa reela-
borar a sua prática pedagógica com vistas à melhoria do desempenho dos estu-
dantes, estude o conteúdo desta revista e discuta com os demais profissionais
da escola.
RESULTADOS DESTA ESCOLA
4
A seguir apresentamos os Padrões de Desempenho da EJA Fase 2, com um item
exemplar para cada Padrão.
PADRÕES DE DESEMPENHO
5
Elementar I Elementar II Básico Desejável
Padrões de Desempenho Estudantil
Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cor-
tes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com
base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEMI. Esses cortes
dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais apresentam o
perfil de desempenho dos estudantes.
Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de Desem-
penho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam
ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garan-
tir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar,
evitando, assim, a repetência e a evasão.
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o
êxito e a qualidade da aprendizagem dos estudantes. Contudo, é pre-
ciso salientar que mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais
elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que
progridam cada vez mais.
Além disso, as competências e
habilidades agrupadas nos Padrões
não esgotam tudo aquilo que os
estudantes desenvolveram e são
capazes de fazer, uma vez que as
habilidades avaliadas são aquelas
consideradas essenciais em cada
etapa de escolarização e possíveis
de serem avaliadas em um teste
de múltipla escolha. Cabe aos
docentes, através de instrumentos
de observação e registros
utilizados em sua prática cotidiana,
identificarem outras características
apresentadas por seus estudantes
e que não são contempladas nos
Padrões. Isso porque, a despeito
dos traços comuns a estudantes
que se encontram em um mesmo
intervalo de proficiência, existem
diferenças individuais que
precisam ser consideradas para a
reorientação da prática pedagógica.
São apresentados, a seguir, exemplos de itens característicos de cada Padrão.
SAEMI 2014 18 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
Os estudantes que se encontram no Padrão de Desempenho Elementar I apresentam manifestações de habilidades
relacionadas à apropriação do sistema de escrita, como também aos processos iniciais de leitura. Dado o caráter
inicial do processo de alfabetização, esses estudantes necessitam de uma intervenção pedagógica focalizada tanto
em tarefas que possibilitem o desenvolvimento das habilidades do eixo da Matriz de Referência, denominado Apro-
priação do sistema alfabético, como aquelas que dizem respeito ao eixo Leitura: compreensão, análise e avaliação.
No que se referem aos aspectos gráficos, as crianças que apresentam este Padrão de Desempenho fazem distinção
entre a escrita e outras formas de representação como desenhos, garatujas, formas geométricas e/ou outros sím-
bolos. Isso significa, que reconhecem que na escrita são usadas letras, embora ainda não saibam como agrupá-las
de forma convencional na leitura.
A partir dos 250 pontos de proficiência, os estudantes já identificam algumas letras do alfabeto (especialmente as
iniciais), quando apresentadas isoladamente ou em um conjunto de letras (sequência de três letras).
Os estudantes com proficiência a partir de 300 pontos, além das habilidades descritas anteriormente, identificam a
sílaba inicial de uma palavra, especialmente em palavras formadas exclusivamente por sílabas no padrão canônico
(consoante/vogal). Este fato indica que as crianças que se encontram neste nível de proficiência percebem as rela-
ções entre fala e escrita de forma mais sistemática, demonstrando que desenvolveram habilidades específicas da
consciência fonológica.
Aqueles que estão no limite da passagem deste Padrão ao seguinte – entre 350 e 400 pontos –, além de terem
consolidado as habilidades relacionadas à identificação de letras do alfabeto, reconhecem uma mesma letra, ou
sequência de letras, grafada em diferentes padrões gráficos (maiúscula, minúscula, de imprensa, cursiva). Esses
estudantes lêem, silenciosamente, palavras dissílabas e trissílabas, especialmente as paroxítonas, quando formadas
exclusivamente por sílabas no padrão canônico, ou por sílaba formada exclusivamente por uma vogal. Tal consta-
tação indica que resolvem tarefas relacionadas a habilidades iniciais de leitura de palavras, sendo esse um marco
importante de seu processo de alfabetização.
Além dessas habilidades, os estudantes com nível de proficiência entre 400 e 450 pontos compreendem a função da
segmentação de espaços em branco, na delimitação de palavras em textos escritos e realizam a leitura de palavras
dissílabas ou trissílabas, paroxítonas, formadas por diferentes estruturas silábicas (sílaba no padrão CV, CVC, ditongo).
Os estudantes que se encontram entre 450 e 500 pontos identificam o gênero ao qual pertencem alguns textos
mais familiares, como receita. Surgem, neste nível, as primeiras ocorrências de habilidade de leitura de frases na
ordem direta (sujeito, verbo, objeto). Também aparecem ocorrências de localização de informações explícitas (que
se encontram na superfície textual) em textos curtos e de gênero familiar ao contexto escolar como parlendas e
textos que informam sobre curiosidades. Em textos narrativos curtos (entre três e quatro linhas), os estudantes que
até 600 pontos
Elementar I
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Língua Portuguesa - EJA Fase 2
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 19 SAEMI 2014
apresentam este nível de proficiência identificam elementos, como o tempo em que ocorre um determinado fato e
a personagem principal da narrativa.
Aqueles com proficiência entre 500 e 550 pontos aprimoram habilidades relacionadas à consciência fonológica,
uma vez que realizam tarefas de contagem de sílabas em palavras formadas por diferentes padrões silábicos. Con-
seguem ainda identificar sílabas no padrão canônico (consoante/vogal) no final de palavras.
Em relação às habilidades de leitura de textos, além daquelas que se referem à localização de informações explíci-
tas em textos curtos, as crianças que se encontram neste Padrão de Desempenho realizam inferências a partir da
leitura de textos que conjugam linguagem verbal e não verbal como histórias em quadrinhos e tirinhas. Trata-se de
gêneros que, geralmente, circulam nas esferas escolares.
Com relação às habilidades relacionadas aos usos sociais de gêneros e suportes textuais, inicia-se o desenvolvi-
mento da habilidade de identificar gêneros textuais menos familiares, como a carta e a finalidade de textos, como
bilhete, lista de compras, folheto, tabela de preços. Os estudantes que se encontram neste Padrão de Desempenho
identificam também o assunto de textos verbais.
Os estudantes que estão no limite da passagem deste Padrão de Desempenho ao seguinte, com proficiência entre
550 e 600 pontos, ampliaram habilidades relacionadas à consciência fonológica, como a de identificar sons iniciais
e/ou finais de palavras formadas por sílabas no padrão CV e também as relativas à leitura de palavras em diferentes
extensões e padrões silábicos.
As habilidades relacionadas à localização de informações em texto se ampliam, uma vez que os estudantes que
se encontram neste nível localizam informações em textos de diversos gêneros, podendo tal informação estar no
início, meio ou fim do texto. Esses estudantes identificam o espaço entre os elementos que compõem uma narrativa.
Ampliam-se, também, aquelas habilidades relacionadas à identificação de gênero, finalidade e assunto de textos,
assim como se amplia a extensão dos textos que esses estudantes conseguem ler.
Além de inferirem informações em textos exclusivamente não verbais, desde o primeiro Padrão, os estudantes que
apresentam este nível de proficiência inferem informações em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal
e o sentido de uma palavra ou expressão. Reconhecem ainda o local de inserção de determinada palavra numa
sequência em ordem alfabética, considerando sua letra inicial.
SAEMI 2014 20 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(P041722E4) Leia o texto abaixo.
BROWNE, D. O melhor de Hagar, o horrível. Porto Alegre: LP&M, 2008. p.45. (P041722E4_SUP)
Nesse texto, o homem chama o gerente do restaurante porque quer
A) apresentar um amigo.
B) reclamar da comida.
C) reclamar do garçom.
D) sugerir novo cardápio.
Esse item avalia a habilidade de inferir informações im-
plícitas em textos. Nesse caso, trata-se de uma tirinha do
Hagar composta por dois quadrinhos. Essa habilidade
requer que o estudante observe as imagens e as articu-
le aos textos verbais, considerando a sequência em que
aparecem, para, assim, compreenderem o motivo pelo
qual Hagar chama o gerente do restaurante. O fato de a
informação a ser inferida ser pontual na tirinha contribui
para facilitar a resolução do item.
Os estudantes que optaram pela alternativa A, prova-
velmente, fizeram essa escolha pelo fato de no último
quadrinho o homem aparecer apontando para o amigo
na frente do gerente. Porém, esses estudantes descon-
sideraram que ambos apontam um para o outro para
tentarem “escapar” do gerente.
Os que marcaram a letra B, o gabarito, desenvolveram
a habilidade avaliada pelo item, pois inferiram que o ho-
mem queria “reclamar da comida”. Tal inferência foi per-
mitida pela pista textual apresentada no primeiro balão.
O homem fala que a comida está um horror e logo em
seguida pede para chamar o gerente. A continuidade da
leitura mostra que depois ele desiste de reclamar por
ficar com medo do gerente ao ver o tamanho dele, fato,
aliás, que provoca humor na tirinha.
Os estudantes que assinalaram a alternativa C, prova-
velmente, consideraram apenas a imagem do primeiro
quadrinho, em que o homem aparece demonstrando
sua irritação ao garçom, por meio dos gestos. Assim, es-
ses estudantes, inferiram que o homem queria reclamar
desse profissional, desconsiderando a sua fala.
Aqueles que escolheram a letra D podem ter inferido
que o fato de o homem não gostar da comida indicaria
que ele iria “sugerir um novo cardápio” ao gerente. Toda-
via, esses estudantes não focalizaram a atenção na irri-
tação do homem ao comer uma comida ruim, expressão
enfatizada, também, na fala do amigo, e, por isso, seu
interesse em chamar o gerente para reclamar.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 21 SAEMI 2014
Os estudantes que apresentam o Padrão de Desempenho Elementar II desenvolveram todas as habilidades de
leitura descritas no Padrão de Desempenho Elementar I. Localizam sílabas iniciais e finais de palavras formadas
exclusivamente pelo padrão CV, reconhecem ainda sílabas mediais.
Quanto às habilidades de leitura, elas se ampliam, tanto aquelas que se referem à apreensão de elementos que se
encontram na superfície textual e à identificação de elementos da narrativa, quanto aquelas que dizem respeito à
realização de inferências.
Apropriam-se também das habilidades relacionadas aos usos sociais da leitura e da escrita, o que indica que esses
estudantes demonstram ter maior familiaridade com gêneros textuais diversos.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
de 600 a 650 pontos
Elementar II Língua Portuguesa - EJA Fase 2
SAEMI 2014 22 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(P000311PA) Veja a fi gura: fruteira.
Qual a fi gura cujo nome tem a sílaba (pedaço) do meio igual a de FRUTEIRA?
A)
B)
C)
D)
Esse item avalia a habilidade de identificar sílabas em
uma palavra. Esta é uma habilidade relacionada à cons-
ciência fonológica, cujo desenvolvimento é importante
no processo de alfabetização, porque permite ao estu-
dante perceber que a palavra é formada por segmentos
menores que ela própria, no caso deste item, por síla-
bas. O fato de o item solicitar a identificação da sílaba do
meio de uma palavra contribui para ser considerado de
difícil resolução.
Os estudantes que optaram pelas alternativas A ou D,
provavelmente, fizeram essa escolha pelo fato de a con-
soante “D” das sílabas mediais das palavras “BANDEI-
RA” e “PANDEIRO” ser semelhante foneticamente à con-
soante “T” da palavra “FRUTEIRA”, já que tem o mesmo
ponto e modo de articulação.
Os que marcaram a letra B, o gabarito, identificaram que
a sílaba medial “TEI” da palavra “CARTEIRA” é igual à da
palavra “FRUTEIRA”.
Aqueles que selecionaram a alternativa C, provavelmen-
te, consideraram apenas as duas primeiras letras das síla-
bas mediais das palavras “FRUTEIRA” e “MARTELO” que
são iguais.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 23 SAEMI 2014
Os estudantes que apresentam Padrão de Desempenho Básico desenvolveram, além das habilidades de leitura
descritas anteriormente, outras que ampliam suas possibilidades de interação com os textos como leitores, o que
permite afirmar que são considerados alfabetizados.
Os estudantes com proficiência entre 650 e 700 pontos desenvolveram habilidades mais sofisticadas, ligadas à
consciência fonológica, como a habilidade de identificar o número de sílabas de palavras de diferentes extensões
e formadas por padrões silábicos diversos.
Quanto à leitura, a interação com textos narrativos revela que tais estudantes identificam o conflito gerador em
narrativas. As habilidades de realização de inferências também se ampliam, pois os estudantes que se encontram
neste nível de proficiência desenvolveram a habilidade de inferir o assunto de um texto a partir de seu título, de
perceber o que provoca o efeito de humor num texto e de reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de
onomatopeias em poesias. A partir dos 700 pontos, os estudantes ampliam a habilidade de inferir informações em
textos que conjugam linguagem verbal e não verbal como tirinhas. Outra habilidade que aparece neste nível é a de
identificar a relação entre pronomes anafóricos e seus referentes.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
de 650 a 750 pontos
Básico Língua Portuguesa - EJA Fase 2
SAEMI 2014 24 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(P042172E4) Leia o texto abaixo.
DAVID, Jim. Garfi eld – Toneladas de Diversão. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 46. (P042172E4_SUP)
O que faz esse texto fi car engraçado?
A) O gato querer sair de férias.
B) O gato levar uma geladeira para a viagem.
C) O homem estar desanimado.
D) O homem sair de férias com o gato.
Esse item avalia a habilidade de identificar efeitos de humor em textos diversos,
nesse caso, em uma tirinha do Garfield. Para acertar o item, o estudante precisa
ler a tirinha articulando as imagens ao texto verbal para, então, interpretar, correta-
mente, o texto e inferir o fato que lhe confere humor.
Os estudantes que marcaram as alternativas A ou D, provavelmente, articularam
as informações verbais e não verbais da tirinha, pois compreenderam que o gato
e seu dono estão se preparando para sair de férias. Porém, esses estudantes des-
consideraram o que provoca o humor no texto.
Aqueles que marcaram a alternativa B, o gabarito, identificaram o humor da tirinha
ao interpretarem que Garfield, ao invés de levar uma mala para a viagem, como
seu dono, carregava uma geladeira.
Os que escolheram a letra C, possivelmente, focalizaram a atenção apenas nos
elementos não verbais da tirinha, em que o homem aparece parado e com as pál-
pebras caídas em toda a sequência dos quadros. Esses estudantes interpretaram
que ele estaria desanimado e que esse fato faria o texto ficar engraçado.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 25 SAEMI 2014
acima de 750 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência compatível com o Padrão de Desempenho
Desejável é o fato de terem desenvolvido habilidades de leitura além daquelas esperadas para a etapa de escola-
rização em que se encontram. Este Padrão abriga vários níveis de desempenho, portanto as habilidades descritas
apresentam diferentes níveis de complexidade, a depender da proficiência dos estudantes.
Os estudantes com 750 pontos de proficiência ampliaram a habilidade de inserção de uma palavra na ordem alfa-
bética, tendo como referência a segunda ou a terceira letra da palavra. Aprimora-se ainda a habilidade de inferir o
sentido de uma palavra ou expressão em texto curto. Neste nível, o estudante consegue identificar o interlocutor
em textos como propagandas.
A partir dos 800 pontos de proficiência, constata-se a ampliação das habilidades de leitura anteriormente referidas,
especialmente aquelas ligadas ao estabelecimento de relações lógico-discursivas entre partes ou elementos dos
textos, como relações de causa e consequência e relações lógico-discursivas marcadas por conjunção temporal ou
advérbio de tempo.
Observa-se, portanto, que as principais conquistas, a partir deste nível de proficiência, dizem respeito à capacidade
de interagir com os textos percebendo as relações existentes entre as diferentes partes que os constituem.
Desejável Língua Portuguesa - EJA Fase 2
SAEMI 2014 26 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(P042203E4) Leia o texto abaixo.
Carlos Eduardo M. de AlmeidaEstudante, explorador de cavernas e ciclista
Uma vez eu me perdi na Serra de Itatiaia. Fiquei 24 horas andando, sem dormir e sem comer. Mas a vez que tive mais medo foi quando eu e uns amigos estávamos descendo o rio Formoso, no Mato Grosso, e uma corredeira sugou o bote para o fundo do rio. Fiquei enroscado em uma galhada e não conseguia me soltar. Logo estava pronto para outra, mas que sufoco... Quase morri. Sempre me pergunto por que entro nessas aventuras. Acho que é por necessidade. Desde criança sou assim e não consigo parar. Onde tiver natureza, uma turma e muita ação, eu estou bem. A sensação de liberdade é enorme.
Revista Capricho, São Paulo. 7 dez. 1996, p. 7. Fragmento. (P042202E4_SUP)
Nesse texto, qual é o trecho que dá ideia de lugar?
A) “... eu me perdi na Serra de Itatiaia.”.
B) “... não conseguia me soltar.”.
C) “Desde criança eu sou assim e não consigo parar.”.
D) “Fiquei 24 horas andando, sem dormir e sem comer.”.
Esse item avalia a habilidade de estabelecer relações lógico-discursivas presen-
tes no texto. O texto que dá suporte ao item informa sobre as aventuras de uma
pessoa, e os estudantes devem identificar o trecho no qual há uma ideia de lugar.
Os estudantes que optaram pela alternativa A, o gabarito, identificaram o trecho
no qual há uma referência ao lugar onde Carlos se perdeu, marcada pela conjun-
ção “na” e pelo advérbio “Serra de Itatiaia”.
Os que marcaram a alternativa B, provavelmente, identificaram o advérbio de ne-
gação “não” no início da frase, mas desconsideraram que esse advérbio não é o
que dá uma ideia de lugar.
Os estudantes que optaram pela letra C, possivelmente, confundiram uma ideia
de tempo, marcada pela expressão “Desde criança”, com a ideia de lugar, solicita-
da no comando do item.
Os que escolheram a letra D, provavelmente, consideraram o fato de no trecho
aparecer o termo “andando” e pensaram que estaria dando ideia de lugar. Esses
estudantes podem, ainda, ter confundido a ideia de tempo, marcada pela locução
adverbial “24 horas” com a ideia de lugar.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 27 SAEMI 2014
Percebe-se neste Padrão de Desempenho a gênese do
sentido numérico e dos efeitos das operações. Os estu-
dantes demonstram manipular os números nos diversos
contextos, seja para comparar quantidades ou para asso-
ciá-las à sua representação numérica, seja para manipular
algoritmos ou resolver problemas envolvendo alguns dos
significados das operações aritméticas.
Os estudantes que se encontram neste Padrão de De-
sempenho desenvolveram estratégias operativas utilizan-
do contagem, quando, por exemplo, resolvem problemas
envolvendo adição, subtração e multiplicação com apoio
de imagem. Eles estabelecem relações e comparações
numéricas, além de evidenciar habilidades matemáticas
relativas à consciência direcional, ou seja, eles projetam
as dimensões espaciais do corpo no espaço imediato, de-
monstrando o apoderamento de conceitos espaciais so-
bre o movimento ou localizações de objetos no ambiente.
A partir dos 200 pontos de proficiência, os estudantes as-
sociam figuras bidimensionais presentes na composição
de objetos do cotidiano, quando, por exemplo, percebem
que as faces laterais de uma pirâmide são triângulos.
Os estudantes com proficiência entre 250 e 300 pontos
são capazes de diferenciar o maior do menor, o mais alto
do mais baixo, o mais curto do mais comprido, a partir da
comparação entre objetos. Eles também reconhecem
cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro e as-
sociam objetos do cotidiano à forma de figuras tridimen-
sionais, quando, por exemplo, relacionam esfera à bola e
cubo à caixa, além de identificar informações apresenta-
das em gráficos de coluna.
Os estudantes com proficiência entre 300 e 350 pontos
começam a resolver problemas envolvendo o significado
de juntar da adição e retirar da subtração com apoio de fi-
guras e com quantidades menores que 10. Eles também re-
conhecem os números ordinais, mas identificam até o nono
elemento de um arranjo. Além de identificar a posição de
um personagem a partir de uma referência, utilizando-se
das noções de mais próximo/perto, eles são capazes de
comparar e ordenar comprimento, altura e espessura.
Percebe-se que, no intervalo de 350 a 450 pontos, além
das habilidades descritas anteriormente, esses estudantes
identificam o registro por extenso de números naturais até
20, reconhecem até o 12º elemento de uma fila e relacio-
nam conceitos e propriedades matemáticas dos quatro
domínios quando mobilizam habilidades em situações da
vida cotidiana, que não exigem maior formalização. Eles
também realizam a leitura e a interpretação de dados ma-
temáticos apresentados em gráficos de colunas, além de
identificar intervalos de tempo (hora, dia, semana, mês e
ano) em situações envolvendo sequências de eventos e
localizam informações, em pequenos textos, envolvendo
significado numérico. Demonstram, ainda, ser capazes de
relacionar os valores entre cédulas e moedas do Sistema
Monetário Brasileiro, e associar objetos do mundo físico a
sólidos geométricos (cubo e pirâmide).
Constata-se no intervalo entre 400 a 450 pontos marcos
cognitivos no campo Numérico, pois esses estudantes,
além de resolverem problemas envolvendo as ações de
comparar e completar quantidades, eles manipulam o al-
goritmo da adição e subtração sem reagrupamento, bem
como problemas envolvendo a multiplicação.
Devido à presença ainda incipiente de habilidades mate-
máticas neste Padrão de Desempenho para estudantes
que se encontram nesta etapa de escolarização, torna-se
necessário que a escola amplie o contato com atividades
que sejam significativas, de forma a possibilitar o desenvol-
vimento de habilidades relativas a Grandezas e Medidas
e Tratamento da Informação, além de ampliar os campos
Numérico e Geométrico.
até 450 pontos
Elementar I
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Matemática - EJA Fase 2
SAEMI 2014 28 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(M042277E4) Regina trocou a quantia abaixo por notas de R$ 10,00.
Quantas notas de R$ 10,00 ela recebeu nessa troca?A) 4B) 8C) 10D) 80
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envolvendo
a troca de cédulas do Sistema Monetário Brasileiro, em função de seus valores.
Para resolvê-lo, eles devem, primeiramente, identificar a situação de troca pro-
posta pelo enunciado, para então observarem as notas apresentadas no suporte
do item. Em seguida, devem calcular a quantia que Regina possui para realizar a
troca, ou seja, devem reconhecer que 4 cédulas de 20 reais perfazem um total de
80 reais. Dessa forma, podem concluir que, nessa troca, Regina recebeu 8 notas
de 10 reais. Os estudantes que indicaram a alternativa B, possivelmente, desenvol-
veram a habilidade avaliada pelo item.
A escolha das demais alternativas de resposta sugere que esses estudantes não se
apropriaram da situação de troca proposta no contexto do item. Os estudantes que mar-
caram a alternativa A, provavelmente, apenas, indicaram o número de cédulas presente
no suporte do item. Aqueles que marcaram a alternativa C, possivelmente, associaram
o valor monetário informado no enunciado do item (R$ 10,00) ao número 10. Já aqueles
que optaram pela alternativa D, possivelmente, reconheceram que 4 notas de 20 reais
equivale a 80 reais, porém, não estabeleceram a troca dessa quantia por notas de 10
reais, por, possivelmente, não terem se apropriado do comando para resposta.
É fundamental que os estudantes desenvolvam a habilidade avaliada por esse
item, pois, em suas vivências diárias, eles, certamente, terão que identificar as
moedas e cédulas que constituem o Sistema Monetário Brasileiro. Portanto, é im-
portante que se investigue a noção de valor1 que eles apresentam nessa etapa de
escolaridade e que, a partir do resultado encontrado, se crie possibilidades para
que eles compreendam alguns dos conceitos que envolvem esse conhecimento.
1 O valor citado no texto se refere ao valor monetário de produtos, como, por exemplo, quanto
custa um picolé, um lápis ou, ainda, por que um lápis é mais caro que o outro.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 29 SAEMI 2014
Os estudantes que apresentam o Padrão de Desempenho Elementar II desenvolveram todas as habilidades des-
critas no Padrão de Desempenho Elementar I. Eles demonstram ter se apropriado do sentido numérico com mais
propriedade que os estudantes que se encontram no Padrão anterior.
Constata-se que esses estudantes identificam propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais, o
que evidencia uma sistematização das habilidades que lhes permitem projetar para a dimensão plana o objeto re-
presentado tridimensionalmente, quando, por exemplo, relacionam a roda de um carro à sua forma circular.
Os estudantes que se encontram no intervalo de 450 a 500 pontos de desempenho, no que se refere a Grandezas
e Medidas, conseguem estabelecer trocas entre cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro em situações-
-problema. Demonstram, no que se refere a habilidades de medida de tempo, reconhecer horas exatas e meia hora
em relógios digitais e analógicos. No campo Espaço e Forma, os estudantes que se encontram neste Padrão de
Desempenho demonstram que identificam propriedades geométricas que lhes permitem diferenciar figuras planas
– como o triângulo, o retângulo e o círculo – em representações que combinam essas formas. Além disso, identifi-
cam a localização/movimentação de objetos em mapas tomando como referência noções de perto/longe, direita/
esquerda. No campo Tratamento da Informação, identificam informações apresentadas em gráficos de coluna, bem
como identificam, em diferentes gêneros textuais, informações relativas ao significado numérico.
Os estudantes com proficiência entre 500 e 550 pontos resolvem problemas de multiplicação envolvendo o signifi-
cado de dobro e triplo, com e sem apoio de figura, bem como problemas de divisão envolvendo a ideia de metade
com e sem apoio de figura. No campo Geométrico, eles identificam figuras bidimensionais em desenhos formados
pela composição de retângulos, círculos e triângulos, bem como associam objetos do mundo físico à representação
de sólidos geométricos (cubo, pirâmide, cilindro e cone), o que representa uma maior abstração das propriedades
que envolvem essas figuras.
Ao considerar esse conjunto de habilidades, evidencia-se a necessidade de continuar a desenvolvê-las, sobretudo,
as que dizem respeito aos campos Geométrico e Grandezas e Medidas, que necessitam de uma intervenção mais
efetiva da escola em diálogo com outras áreas do conhecimento.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
de 450 a 550 pontos
Elementar II Matemática - EJA Fase 2
SAEMI 2014 30 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(M042278E4) O gráfi co abaixo apresenta a produção agrícola de seis tipos de frutas no Estado de Pernambuco, em 2012.
18 000
16 000
14 000
12 000
10 000
8 000
6 000
4 000
2 000
0
4 6153 471
8 387
2 546
16 794
14 512
Limão Laranja Mamão Tangerina Melão Maracujá
Frutas
Qu
an
tid
ad
e p
rod
uzid
a (
ton
ela
das)
Produção Agrícola de algumas frutas, noEstado de Pernambuco - 2012
De acordo com esse gráfi co, qual fruta teve a menor produção?A) Laranja.B) Maracujá.C) Melão.D) Tangerina.
Esse item avalia a habilidade de os estudantes lerem infor-
mações e dados apresentados em um gráfico de colunas.
Para resolvê-lo, eles devem, primeiramente, observar que
a produção de cada fruta, em toneladas, está explicitada
sobre cada coluna do gráfico. Dessa forma, eles podem
comparar as quantidades informadas, observando que a
fruta que teve a menor produção está associada à coluna
de menor altura, ou seja, a fruta indicada na alternativa
D. Os estudantes que assinalaram essa alternativa, possi-
velmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
A escolha da alternativa A sugere que esses estudantes,
possivelmente, estabeleceram um critério de comparação
apenas entre as duas primeiras colunas do gráfico, con-
cluindo dessa forma que a menor produção foi de laranja.
Aqueles que marcaram a alternativa C, provavelmente,
confundiram os conceitos de maior/menor ao indicarem
a fruta produzida em maior quantidade. Já aqueles que
assinalaram a opção B não atribuíram significado ao co-
mando para resposta do item e indicaram a loja referente
à última coluna do gráfico.
O desenvolvimento das habilidades em leitura e interpre-
tação de dados em tabelas ou gráficos é de suma impor-
tância, uma vez que, irá permitir que esses estudantes
não só sejam capazes de, futuramente, avaliar criticamen-
te as informações estatísticas comumente divulgadas em
jornais, revistas e outras mídias, como, também, poderá
ajudá-los a tomarem decisões com base na interpretação
dessas informações. Por isso, é importante trabalhar, des-
de essa etapa de escolaridade, mecanismos que possi-
bilitem a esses estudantes processarem informações, o
que inclui escrita, leitura e cálculo, nos diversos contextos.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 31 SAEMI 2014
Neste Padrão de Desempenho, é perceptível um aumento do grau de complexidade das habilidades do campo
Numérico que pode ser verificado quando esses estudantes demonstram resolver problemas de multiplicação e
divisão com e sem apoio de figura. Além de serem capazes de manipular o algoritmo da adição e subtração sem
reagrupamento e identificar o registro por extenso de números naturais até 30. Amplia-se também o pensamento
geométrico, uma vez que eles demonstram identificar retângulos, círculos e triângulos com base na análise de figu-
ras construídas pela justaposição de outras.
Os estudantes que se encontram no nível entre 550 e 600 desenvolveram as habilidades dos níveis anteriores.
Além disso, demonstram ampliar o conhecimento relativo aos sólidos geométricos, passam a reconhecer o cone e
a esfera, e a identificar em calendários os dias da semana, meses e anos.
Os estudantes cuja proficiência se localiza no intervalo de 600 a 650 pontos consolidaram a habilidade de iden-
tificar igualdades e desigualdades numéricas por meio da contagem, indicando o desenvolvimento da habilidade
relativa ao estabelecimento de relações e comparações numéricas sem apoio de figuras. Eles também demonstram
resolver problemas relativos à divisão sem apoio de figuras com grau de complexidade maior que nos níveis ante-
riores, bem como extrair informações de gráficos de colunas.
Ao observar o conjunto de habilidades que estão localizadas neste Padrão de Desempenho, constatam-se marcos
cognitivos nos campos Numérico, Geométrico e das Medidas, demonstrando que os estudantes cuja proficiência se
encontra neste intervalo, encontram sentido para seu objeto de estudo de maneira significativa. Esses estudantes
percebem a relação existente entre a Matemática e o mundo.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
de 550 a 650 pontos
Básico Matemática - EJA Fase 2
SAEMI 2014 32 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(M042279E4) O desenho a seguir representa a planta baixa do apartamento que Selma comprou.
Quarto Quarto
Banho
Sala Cozinha
Nessa planta, a sala desse apartamento tem a forma A) pentagonal.B) quadrangular.C) retangular.D) triangular.
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identifi-
carem uma figura bidimensional pelo número de lados.
O conhecimento mobilizado pelos estudantes para a
identificação do retângulo consiste na percepção de
suas propriedades e características, como por exemplo,
o número de lados, a medida de seus ângulos internos,
as relações entre seus lados e nomenclatura. Os estu-
dantes que marcaram a alternativa C demonstram ter
desenvolvido essa habilidade.
Os estudantes que marcaram as demais alternativas
demonstram que a habilidade de identificar figuras bi-
dimensionais ainda encontra-se em processo de desen-
volvimento. Aqueles que marcaram as alternativas A ou
D, provavelmente, não reconhecem a nomenclatura des-
se polígono e o associa ao polígono cuja nomenclatura
é mais familiar (alternativa D) ou ao polígono cujo nome
é menos usual (alternativa A). Já os estudantes que op-
taram pela alternativa B, possivelmente, consideraram o
quadrado por associá-lo a qualquer tipo de retângulo,
demonstrando não reconhecer que, além de todas as
propriedades que caracterizam o retângulo, o quadrado,
também, possui todos os lados iguais.
Para o desenvolvimento da habilidade avaliada por esse
item, sugere-se que, durante o processo de ensino, sejam
discutidas as propriedades que definem cada polígono,
não somente as formas ou qualidades estéticas que eles
apresentam. Trabalhar as características geométricas que
definem cada polígono é essencial para que os educan-
dos desenvolvam o pensamento geométrico.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 33 SAEMI 2014
acima de 650 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência compatível com o Padrão de Desempenho
Desejável é o fato de terem desenvolvido habilidades matemáticas além daquelas esperadas para a etapa de es-
colaridade em que se encontram.
Constata-se que estudantes com proficiência localizada acima de 650 pontos desenvolveram todas as habilidades
dos níveis anteriores e consolidaram aquelas relativas à resolução de problemas envolvendo as ações de juntar,
separar, acrescentar e retirar quantidades sem apoio de figuras, além de resolverem problemas envolvendo divisão
sem apoio de figuras em situações mais complexas. Eles consolidaram também as habilidades relativas ao reco-
nhecimento de figuras tridimensionais, extração de informação em gráficos de colunas e identificação de intervalo
de tempo.
Desejável Matemática - EJA Fase 2
SAEMI 2014 34 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
(M042280E4) Um fl oricultor plantou 875 mudas de rosas, distribuindo-as igualmente em 25 fi leiras.Quantas mudas de rosas foram plantadas em cada fi leira? A) 21 875B) 850C) 305D) 35
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envolvendo
divisão de números naturais.
Para resolvê-lo, eles devem ser capazes de reconhecer o significado de partilha
apresentado no contexto do item, identificando que as 875 mudas foram distribuí-
das igualmente em 25 fileiras. Logo, devem aplicar a operação de divisão para
a resolução do problema, observando que 875 refere-se ao dividendo e 25 ao
divisor. Uma possível estratégia para a resolução desse item é a utilização do
algoritmo da divisão euclidiana, escrevendo o dividendo à esquerda e o divisor
à direita. Embora não seja a mais prática, outra possível estratégia é a utilização
de subtrações sucessivas, isto é, tirar 25 de 875 repetidas vezes, até encontrar
o número de vezes que “25 cabe em 875” (875 – 25 = 850, 850 – 25 = 825... e
assim sucessivamente). A escolha da alternativa D sugere que esses estudantes
desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
A escolha da alternativa C indica que esses estudantes, possivelmente, com-
preenderam que a situação problema envolve divisão, porém erraram no proce-
dimento de cálculo ao aplicaram o algoritmo da divisão euclidiana. Os estudantes
que optaram pelas demais alternativas não compreenderam o significado de divi-
são implícito no contexto do item. Os que marcaram a alternativa B realizaram uma
subtração, retirando o menor número apresentado no enunciado do maior (875
– 25), enquanto aqueles que optaram pela alternativa A realizaram a multiplicação
dos valores apresentados, encontrando como resultado 21 875.
É necessário que, desde essa etapa, os estudantes sejam levados a perceber
que a divisão envolve duas variáveis em uma relação constante e que essa ope-
ração não deve ser apresentada a eles apenas como a inversa da multiplicação,
pois outras significações podem ser perdidas, como, por exemplo, a ideia de sub-
trações sucessivas. Além disso, fica evidente que uma das maiores dificuldades
apresentadas por eles ao resolver essa operação é perceber que existem novas
relações a serem compreendidas com a distribuição, uma delas é lidar com a ideia
de “todo” e “parte”1.
1 As relações parte todo também se relacionam com a divisão, mas de forma diferente das
relações envolvidas nos problemas aditivos, nas quais o tamanho das partes não precisa ser igual.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 35 SAEMI 2014
Com base nos resultados da avaliação, como associar, na prática, competên-
cias e habilidades ao trabalho pedagógico em sala de aula? O artigo a seguir
apresenta sugestões sobre como essa intervenção pode ser feita no contexto
escolar, visando promover uma ação focada nas necessidades dos estudantes, a
partir da análise de algumas competências e habilidades.
REFLEXÃO PEDAGÓGICA
6
A importância da valorização do conhecimento de mundo no processo de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos
Ao tratar do desenvolvimento cognitivo de adultos, em processo de escolarização, julga-se
necessário situar a Educação de Jovens e Adultos – EJA - no contexto do direito à educação,
e retomar os princípios legais que orientam e fundamentam essa modalidade de ensino. Isso
porque há especificidades importantes que perpassam os conteúdos, as metodologias e os
processos de ensino e de aprendizagem dos indivíduos que são atendidos pela EJA e que
devem ser levados em consideração quando se pretende propor ou mesmo discutir sobre
o que e como ensinar indivíduos nessa faixa etária.
Dentre os direitos sociais conquistados, a educação é considerada um direito subjetivo, in-
alienável e fundamental do homem, e instrumento essencial para a aquisição de outros bens
sociais. No contexto brasileiro, essa premissa é garantida nos documentos legais, a partir
da Constituição Federal de 1988, reafirmada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional – LDB 9394/96, e explicitada nos demais documentos que orientam e regulamentam
a educação nacional. Especificamente, sobre aquelas pessoas que não tiveram acesso ou
puderam dar continuidade aos estudos na idade adequada, o artigo 208 da CF/88 garante,
explicitamente, esse direito ao estabelecer que é dever do Estado garantir o Ensino Funda-
mental, gratuitamente, assegurando, inclusive, a “sua oferta gratuita para todos os que a ele
não tiveram acesso na idade própria”. Nesse sentido, a EJA passa a ser compreendida não
mais como uma modalidade suplementar, mas como um direito de toda pessoa, componen-
te imprescindível para a construção e o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, cujo
princípio é a garantia do exercício pleno da cidadania.
Garantir o acesso é o primeiro passo na direção da efetivação desse direito, mas é preciso ir
além e assegurar, também, a aprendizagem dos estudantes e a qualidade do que eles estão
aprendendo. Nesse sentido, observando os objetivos legais, propostos para a educação, há
que se garantir que esta propicie o pleno desenvolvimento do indivíduo para que o mesmo
possa usufruir, substantivamente, desse direito, incluindo a capacitação para um trabalho dig-
no.
Essas são premissas fundamentais que precisam perpassar toda e qualquer proposta cur-
ricular e ser traduzida por práticas pedagógicas que favoreçam a sua efetivação. Nesse
sentido, ao analisar o desempenho dos estudantes da EJA e pensar sobre o seu processo
de aprendizagem, é preciso, também, levar em conta, as características desse público e da
própria modalidade de ensino. Sobretudo, é essencial que se tenha clareza sobre as possi-
bilidades e limites de cada indivíduo no que se refere ao processo de aprender. Em relação
aos limites, o professor e a escola têm possibilidade e responsabilidade de intervir, pautan-
do suas ações em orientações, cientificamente construídas, que colaborem para garantir
que todos aprendam, mesmo que em ritmos e tempos diferenciados.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 37 SAEMI 2014
Seguindo essa perspectiva, é que este artigo foi desenvolvido, propondo-se a ser um pon-
to de partida e de inspiração para o desenvolvimento de práticas de ensino que visem à
aprendizagem dos estudantes da EJA nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Não se
trata de um roteiro a ser seguido, mas, essencialmente, de um conjunto de reflexões e
problematizações voltadas para os profissionais da escola, sobretudo, para os professores
que atuam nessa etapa de escolaridade e com esse público específico. Serão tratadas, par-
ticularmente, as questões relacionadas às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
No entanto, essas reflexões devem ser levadas para as diferentes áreas e para cada
conteúdo, em particular.
É objetivo ainda, deste texto, fomentar as reflexões acerca do desen-
volvimento de habilidades cognitivas consideradas fundamentais no
processo de aprendizagem dos estudantes e aferidas nos testes das
avaliações em larga escala. Nota-se, não só em relação à EJA, mas
no campo educacional, de modo geral, certo distanciamento ou, pelo
menos, pouca proximidade entre o que é avaliado em testes de profi-
ciência e o currículo proposto para o processo de escolarização. Mais
ainda, percebe-se, muitas vezes, certa ansiedade em buscar a trans-
posição do que prevê as Matrizes de Referência da avaliação, para a sala
de aula. No entanto, é preciso compreender que o que é avaliado em testes
de proficiência, nas avaliações em larga escala, são apenas recortes do que é in-
dicado como conteúdos escolares a serem desenvolvidos no processo de escolarização,
em cada etapa e modalidades de ensino. No que diz respeito à EJA, além dessa questão, o
próprio currículo e as concepções de ensino e aprendizagem do adulto ainda são temáticas
bastante discutidas no meio educacional e que colocam muitos descompassos e desafios
para aqueles que se dedicam a esse campo.
Vale ressaltar, que muitos avanços já se efetivaram nessa área, entretanto, encontra-se ain-
da poucas referências teóricas sobre o processo de aprendizagem dos adultos. Em grande
parte, valemo-nos das teorias da aprendizagem e do desenvolvimento da criança para bus-
car compreender como esse processo ocorre entre os adultos. O que não invalida os es-
forços empreendidos nessa área, tanto no que se refere às contribuições das teorias da
aprendizagem, em geral, que colaboram para que entendamos como o ser humano – adulto
ou criança - se relaciona, intelectualmente, com o mundo, como, também, nos inúmeros
conhecimentos pedagógicos, produzidos pela larga experiência educacional com jovens e
adultos, no Brasil e na América Latina, sobretudo, a partir dos saberes da Educação Popular.
Princípios orientadores da Prática Docente na EJA
O processo de alfabetização dos estudantes jovens e adultos, assim como também dos
estudantes do ensino regular, deve pautar-se no princípio da emancipação dos sujeitos:
alfabetizar deve significar ir além do desenvolvimento de habilidades de aquisição e apro-
priação do código alfabético e do domínio dos cálculos matemáticos. Mesmo não sendo
consenso, a alfabetização, nessa perspectiva, deve levar o estudante a um desenvolvimento
Dentre os direitos sociais
conquistados, a educação é
considerada um direito subjetivo,
inalienável e fundamental do homem,
e instrumento essencial para a
aquisição de outros bens sociais.
SAEMI 2014 38 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
mais amplo, ao empoderamento dos conhecimentos construídos na escola e ao fortaleci-
mento de sua autonomia. Só assim, pode-se dizer que a escola estaria cumprindo, efetiva-
mente, seu papel de emancipação dos sujeitos e garantindo o que, na legislação, é consid-
erado como cidadania plena.
Dadas as especificidades do público atendido pela EJA, é interessante que, ao fazer seu
planejamento, o professor busque as estratégias de ensino que melhor se adéquem a esse
perfil de estudante, pois se tratam de sujeitos com uma experiência de mundo importante,
que, sem dúvida nenhuma, interfere no seu modo de perceber as coisas e, obviamente, na
maneira como apreendem os conteúdos escolares. Esses indivíduos trazem para a escola
uma grande variedade de saberes, resultantes do seu estar no mundo e que precis-
am dialogar com os saberes escolares.
É fato que a possibilidade de aprender é constante e por toda a vida,
podendo ocorrer em qualquer idade e em diferentes circunstâncias.
O que faz toda a diferença são os estímulos e as motivações que
podem ser mobilizadas para isso. Nesse sentido, o papel do pro-
fessor e da escola é crucial, desde a organização e seleção dos
conteúdos, passando pelos procedimentos de ensino e pelas
escolhas desta ou daquela metodologia a ser adotada. Sobre o
ensino na EJA, segundo Schwartz, “o fazer do professor precisa
incluir, selecionar, priorizar, organizar, planejar, articular, tornar lógico
o conhecimento, desenvolvendo estratégia de (re) construí-lo com os
estudantes” (2010, p. 84). Para tanto, propõe-se o reconhecimento e a
valorização dos conhecimentos que cada estudante traz consigo, das suas
experiências vividas para além da escola. Esses devem ser referência e devem
dialogar com os processos de elaboração dos conhecimentos historicamente construídos e
validados cientificamente.
Possivelmente, partindo desse ponto, os estudantes sentir-se-ão mais seguros e arriscarão
a dar passos maiores em direção ao novo, ao desconhecido. Mas, como traduzir isso para
o trabalho realizado pelo professor que atua em turmas de jovens e adultos? Como viven-
ciar essa perspectiva, concretamente, e dar-lhe significado? As proposições a seguir têm
como objetivo fazer algumas reflexões sobre diferentes possibilidades de concretização
das ações que possuem, como base, os princípios apontados até agora.
Valorização do repertório linguístico e dos conhecimentos matemáticos prévios dos estudantes
A importância de trabalhar, em sala de aula, levando em consideração o repertório linguísti-
co e matemático dos estudantes é algo que vem sendo debatido nos meios acadêmicos,
em grupos de pesquisas e entre professores da educação básica. Sobretudo, quando se
trata dos estudantes da EJA, essa questão fica evidente, pois os anos vividos lhes conferem
aprendizagens diversas e, por meio das quais, eles constroem suas histórias. Ao trabalhar o
ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, por exemplo, o professor deve estar atento
O processo de alfabetização
dos estudantes jovens e
adultos, assim como também dos
estudantes do ensino regular, deve
pautar-se no princípio da emancipação
dos sujeitos: alfabetizar deve significar ir
além do desenvolvimento de habilidades
de aquisição e apropriação do código
alfabético e do domínio dos cálculos
matemáticos.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 39 SAEMI 2014
a essas questões, principalmente ao aspecto geracional e etário, que têm forte impacto no
perfil dos estudantes, que lhes permitiu construir saberes próprios de sua cultura e de seu
contexto social. É papel do professor e da escola criar oportunidades para que ele encontre
o significado e a relevância daquilo que está aprendendo. Pois, o que se percebe muitas
vezes é que alguns estudantes não se envolvem com as atividades propostas, não porque
não sabem ou porque carecem de pré-requisitos para tal, mas porque não se identificam
com as mesmas. Além disso, criar possibilidades de se trabalhar, interdisciplinarmente, é um
desafio interessante para o professor e para os estudantes.
Nesse sentido, a seleção das abordagens e dos materiais utilizados em sala de aula deve
primar por esse principio, tendo em vista que, o que se pretende não é apenas instrumen-
talizar os estudantes a decodificarem, mecanicamente, as letras, frases e textos; nem tão
pouco somente memorizar as fórmulas e conceitos matemáticos, mas apropriar-se desse
conjunto de conhecimentos e usá-lo a seu favor, como ferramentas de intervenção no mun-
do que os cerca, permitindo-os posicionar-se, criticamente diante dos fatos, dos aconteci-
mentos e das informações que circulam.
Pensando assim, a seleção dos materiais, seja para o desenvolvimento das habilidades de
Língua Portuguesa, de Matemática ou de qualquer outra disciplina, deverá ser feita levando
em consideração tais aspectos e, certamente, terá mais significado para o estudante.
Fora da escola, os estudantes estão imersos em um vasto repertório de textos e informações,
que circulam diariamente nos diferentes espaços sociais. São bombardeados por notícias,
informações, dados; muitas vezes se apropriam dessas informações de maneira acrítica ou
pouca reflexiva. Não porque “não sabem”, mas porque, o ato ler, interpretar e analisar implica
na mobilização de vários outros conhecimentos, que nos ajudam no processo apropriação e
reflexão daquilo que nos chegam como informação.
O processo de ensino da leitura de textos e da interpretação de dados matemáticos por meio dos textos que circulam no cotidiano dos estudantes
Há muitos desafios enfrentados pelas escolas e pelos educadores no que concerne à or-
ganização do trabalho em sala de aula, em turmas de jovens e adultos. A própria condição
desses homens e mulheres, que retornam aos bancos escolares para concluir uma etapa
importante da vida social que ficou pendente, seus dilemas, suas demandas cotidianas, colo-
cam, para si e para a escola, provocações importantes a serem consideradas. Dentre essas,
a escolha do material, da metodologia, da didática a ser desenvolvida, para que as aulas
não se tornem algo enfadonho e desestimulante para essas pessoas. Há um conjunto de
proposições curriculares e de conteúdo a ser seguido, mas há, também, desejos, anseios
e expectativas que precisam ser levados em conta para que o percurso formativo dessas
pessoas seja, de fato, produtivo, significativo para suas vidas e faça as provocações e as
mudanças necessárias para que o princípio constitucional da cidadania se efetive, concre-
tamente.
SAEMI 2014 40 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
O trabalho para o desenvolvimento da leitura, por exemplo, requer alguns critérios que
poderão contribuir enormemente para o desenvolvimento de habilidades essenciais no pro-
cesso de aprimoramento cognitivo do educando. Ao trabalhar com textos nos anos iniciais,
por exemplo, um dos objetivos é possibilitar que o estudante desenvolva a habilidade de
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Trata-se de uma habilidade, extremamente,
importante para o crescimento de qualquer leitor, mas, principalmente, para leitores jovens
e adultos que, imersos em uma sociedade, essencialmente letrada, absorvem, diariamente,
milhares de informações. E dependem dessas informações para dar direção às suas vidas,
ao seu trabalho, para responder às demandas diárias que lhes são postas. A forma como se
apropriam ou compreendem o que leem, define, em muito, os destinos de suas vidas. Por
isso, esta é uma habilidade que deve ser desenvolvida pelos estudantes. Além disso, o
texto, nas suas diferentes formas de apresentação, é o elemento básico para
o trabalho com as demais disciplinas. Por meio da habilidade de leitura,
o indivíduo desenvolve outras habilidades, essenciais, como, por ex-
emplo, a própria organização do pensamento, a capacidade de co-
municar-se, de compreender o que lê e o que ouve, de se fazer
entender, de expressar-se e transmitir sua opinião, seu ponto de
vista diante das coisas e do mundo.
A mediação do professor, nesse processo, é indispensável, pois,
muitas vezes incorremos no equívoco de achar que, por se tratar-
em de adultos, os estudantes são autodidatas, capazes de desen-
volver, sozinhos, as habilidades cognitivas e o professor ser apenas
um facilitador desse processo. Apesar de os estudantes adultos trazer-
em consigo, seu conhecimento de mundo, suas experiências de vida, – e
que são características fundamentais para o desenrolar do processo de esco-
larização – isso não retira do professor o importante papel de ser mediador e provocador
no desenvolvimento do conhecimento dos estudantes. Ao contrário, reforça a sua função
na promoção de um ambiente que seja, efetivamente, dialógico, na construção coletiva e
cooperativa do conhecimento.
O ensino da leitura deve passar, precipuamente, pelo esmiuçar do texto; pela construção
e desconstrução do que está escrito ou do que foi dito. E até daquilo que não foi. A leitu-
ra é sempre um embate e um debate entre quem produz o texto e aqueles que o leem,
pois, ambos trazem consigo suas experiências, suas expectativas, suas intenções. Por isso,
pode-se dizer que o texto tem múltiplas faces que precisam ser desvendadas, dando voz
aos leitores, deixando-os buscarem, na sua leitura, a compreensão sobre o que leem. Há,
portanto, intertextos nos textos lidos e esses, ao serem desvelados, ampliam, sobremaneira,
a compreensão e o entendimento de quem os lê.
Cabe, então, ao professor, provocar a reflexão sobre as intencionalidades dos textos que cir-
culam, seja no material didático, seja nos meios de comunicação, impressos ou não, sejam nas
diferentes fontes textuais da sociedade. Nenhum texto é isento de intenções. Quando se es-
creve ou se fala alguma coisa, há por trás uma ou várias finalidades. Não há neutralidade nessa
A mediação do professor,
nesse processo, é indispensável,
pois, muitas vezes incorremos no
equívoco de achar que, por se tratarem
de adultos, os estudantes são autodidatas,
capazes de desenvolver, sozinhos, as
habilidades cognitivas e o professor
ser apenas um facilitador desse
processo.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 41 SAEMI 2014
produção. Por isso, ao trabalhar com textos em sala de aula o professor precisa estar atento a
essa questão, precisa levar os estudantes a desvelarem os possíveis sentidos por trás do que
está sendo comunicado. Entretanto, esse “desvelar” não se dá de maneira homogênea, da mes-
ma maneira por todos os estudantes, pois cada um lê e interpreta a partir de sua experiência, de
vida e de leitura.
Para que os objetivos específicos de cada disciplina sejam alcançados não significa que seja
necessário trabalhá-la desarticulada das demais. Mesmo que o objetivo seja desenvolver
habilidades de Língua Portuguesa, é possível fazê-la de maneira articulada com outras áreas
do conhecimento. Não são as disciplinas escolares que definem os conhecimentos. Ao con-
trário, a organização dos conhecimentos construídos, em áreas e ou disciplinas, se dá pela
necessidade de ordenar a complexidade dos dados e informações produzidas. No entanto,
é perfeitamente possível e enriquecedor, tratar do desenvolvimento de determinada habili-
dade ou conhecimento de maneira interdisciplinar.
Ao ensinar sobre a leitura de textos verbais, o professor pode trabalhar outras formas de
textos, como, por exemplo, a leitura de gráficos e tabelas, habilidade importante de ser desen-
volvida no campo dos conhecimentos matemáticos. Além disso, trata-se de um tipo de texto
presente no cotidiano de todos os estudantes, independente de sua origem social, do local
onde vivem – se na grande ou pequena cidade; se no centro ou na periferia – são gêneros
textuais que perpassam suas rotinas de leitura e contato com a informação. Nesse sentido, ao
trabalhar com esse tipo de textos o professor democratiza e enriquece o processo de ensino
e de aprendizagem.
Retomando as características dos estudantes jovens e adultos, de se trabalhar a partir dos
conhecimentos de mundo que eles trazem consigo, ou seja, a partir daqueles conhecimen-
tos que estão para além da escola, sugere-se algumas atividades, cujos objetivos podem
ser, dentre outros, o desenvolvimento das habilidades de Inferir o sentido de uma palavra ou
expressão (Língua Portuguesa), Ler informações e dados apresentados em diferentes tipos
gráficos (Matemática), bem como habilidades de outras disciplinas como Geografia, História,
Ciências etc.
Sugestão de estratégias para o trabalho em sala de aula
O que se espera é que não seja disperso o objeto principal proposto para esse texto: que
sejam valorizados os conhecimentos de mundo trazido pelos estudantes e que, ao trabalhar
qualquer conteúdo, o professor busque relacioná-lo às experiências de seus estudantes
para que todo o trabalho tenha significado e possa ser fonte de mudanças e ressignifi-
cações na vida dos mesmos. Pensando por esse lado, uma sugestão é a utilização de temas
relacionados aos contextos dos estudantes. Inspirados na proposta freiriana da “palavra
geradora”, os temas geradores também cumprem o papel de, além de proporcionar a apren-
dizagem dos conteúdos escolares, gerarem o desenvolvimento da consciência política e
crítica.
SAEMI 2014 42 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
Dependendo das características da turma, o professor pode eleger algum tema ou alguns
temas para serem desenvolvidos em suas aulas. Uma maneira de resolver isso é, no início
do ano letivo, fazer uma anamnésia com os estudantes, buscando conhecê-los mel-
hor, saber se trabalham, onde moram, com quem moram, quais suas principais
atividades, suas experiências de leituras etc. A partir daí, o professor terá em
mãos um importante conjunto de dados que poderão ser organizados e
servirão de base para o planejamento do ano letivo. Isso não significa,
porém, que o planejamento será estático e imutável, mas poderá e de-
verá ser redirecionado, constantemente, dependendo das demandas no
decorrer do trabalho. O que ocorre é que, muitas vezes, as circunstân-
cias solicitam redefinição e redirecionamento do trabalho, mas, nem sem-
pre isso é feito, dadas as rigidezes às quais os planejamentos escolares
ficam submetidos.
Conhecendo os estudantes, pode-se eleger, juntamente com eles, o tema ou
os temas que serão tratados em determinado período letivo. Os conteúdos curricu-
lares de cada disciplina deverão estar inseridos nesse tema.
Dentre as infinitas possibilidades, o tema trabalho, geralmente é coerente com o público
jovem e adulto que retorna à escola, ainda que haja, entre eles, muitos sem emprego. O
trabalho é, essencialmente, humano e é, por meio dele, que se organiza uma sociedade
e as relações entre os homens e destes com a natureza e o espaço social em que vivem.
Portanto, eleger o tema trabalho é criar uma importante via de formação humana, política
e social, assim como, também, desenvolver as habilidades de leitura de textos verbais e
não verbais; identificar a finalidade de um texto; o sentido de uma palavra ou expressão; ler
dados apresentados em tabelas e gráficos; realizar operações e resolver problemas que
envolvam uma ou mais operações. Na organização do trabalho, o professor pode definir
o objetivo e a estratégia que utilizará, dependendo da habilidade que queira que os estu-
dantes desenvolvam em cada momento. É importante frisar que, tanto o desenvolvimento
dessas habilidades quanto a construção dos sentidos e das reflexões dos textos não se dão
de maneira linear. Muitas vezes o professor é surpreendido pelo desempenho do estudante;
mesmo que o desenvolvimento daquela habilidade não esteja previsto como objetivo de
intervenção, o estudante poderá manifestá-la no desenvolvimento de suas tarefas. Isso é
importante de ser observado e considerado pelo professor, para que os estudantes não
fiquem desestimulados, e para que não se perca uma singular oportunidade de desafiá-los
no seu processo de desenvolvimento cognitivo.
Com o tema definido e com base nas informações dadas pelos estudantes, é possível pen-
sar nos conteúdos e traçar as estratégias que serão utilizadas para que os objetivos propos-
tos sejam alcançados. A título de sugestão, seguem algumas proposições a serem desen-
volvidas com os estudantes em sala de aula:
O que se espera é que não
seja disperso o objeto principal
proposto para esse texto: que
sejam valorizados os conhecimentos
de mundo trazido pelos estudantes
e que, ao trabalhar qualquer
conteúdo,...
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 43 SAEMI 2014
1º momento
Dividir os estudantes em grupos de três a cinco membros em cada um, dependendo do tamanho
da turma. Solicitar que cada grupo faça um levantamento sobre o que tem sido veiculado sobre
trabalho, emprego/desemprego, crescimento econômico etc. Tal levantamento deverá consider-
ar meios de comunicação (impressos, TV, internet etc.). Além disso, se for possível, algum grupo
poderá fazer entrevista ou coletar material de algum sindicato de trabalhadores da cidade. In-
dependente do veículo, os estudantes deverão registrar sua coleta de dados. Para aqueles que
ficarem incumbidos de levar notícias de jornal, panfletos de sindicatos, levarão o próprio texto
impresso. Para a realização dessa atividade o professor poderá dar o prazo de uma semana.
2º momento
De volta à sala de aula, o professor deverá recolher todo o material produzido e recolhido pelos
estudantes. Posteriormente, deverá fazer uma discussão sobre o processo de coleta das infor-
mações, saber se tiveram dificuldades, como se deram os procedimentos, o que acharam desse
trabalho etc. O importante é estimular o posicionamento dos estudantes e a participação dos estu-
dantes. O professor deve ir conduzindo, fazendo as intervenções necessárias. Depois, ele deverá
organizar o material, levando em consideração os achados dos estudantes. Sobre a forma de orga-
nização dependerá muito do que for levantado, por isso, o professor terá liberdade para proceder
a essa organização de acordo com as características da turma, com os seus objetivos etc.
Se possível, estimule a leitura do material produzido e, caso haja necessidade de reescrita, faça
isso, coletivamente, tomando o cuidado para não expor e/ou constranger os estudantes. Esse
processo de correção coletiva é muito interessante, mas precisa ser feito com cautela para que
não desestimule os estudantes a escreverem mais vezes.
Para aqueles que ficaram com a coleta das notícias veiculadas pela TV ou rádio, o texto poderá
ser produzido coletivamente, por todos os estudantes ou, por apenas, pelo próprio grupo re-
sponsável. É importante que se exercite a transcrição da narrativa. Em momento oportuno, o pro-
fessor poderá trabalhar as questões das marcas da oralidade no texto escrito.
3º momento
Reorganize os grupos de modo que os estudantes se misturem e peça para que eles relatem
uns para os outros suas impressões sobre o material que coletaram. Para isso, elabore um roteiro
que, depois de uma discussão livre, deverá ser distribuído para ajudá-los no processo de reflexão
sobre os textos levantados. Depois, deverão ser abertas novas discussões com todos os da-
dos levantados e trazidos pelos estudantes. Nesse momento, é importante levantar questões tais
como: do que se trata esse texto? O que seu título quer dizer? Qual ou quais foram as intenções
do autor? Quem o produziu? Para responder a essas indagações, é importante fazer uma análise
sintática e semântica das palavras e expressões, bem como uma reflexão contextual sobre os
textos encontrados e produzidos. Isso ajudará na compreensão sobre a finalidade de cada texto.
SAEMI 2014 44 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
4º momento
Depois de explorar bastante a questão sintática e semântica do texto e de fazer diferentes
reflexões sobre a realidade, é possível ampliar a apropriação dos textos. Possivelmente, os
estudantes, na coleta dos dados, já terão trazidos números, percentuais, gráficos e tabelas,
mas, caso não os tenham trazido, é possível desenvolvê-los em sala de aula, juntamente
com eles. O tema trabalho dá essa condição, de tabular dados e analisá-los com os estu-
dantes. Aliás, esse tipo de leitura é complementar à análise dos textos. Trata-se de mais
forma de veicular os dados, o que complementam os textos verbais.
A partir desse momento, uma série de outras atividades poderá ser desenvolvida, amplian-
do sua abrangência para aspectos históricos, econômicos, culturais. Desse modo, os con-
teúdos de outras áreas poderão ser envolvidos.
Fica a critério da escola e dos professores, trabalhar com diferentes temas ao longo do
ano ou semestre letivos. No entanto, é possível fazer de um tema uma unidade didática,
através da qual a escola se organiza e todo o conteúdo é trabalhado. Nas experiências com
Educação de Jovens e Adultos, essa tem sido uma estratégia bastante interessante e tem
contribuído para que o trabalho com os conteúdos escolares tenham real significado na vida
dos estudantes, dando a eles o apoderamento necessário para se posicionar criticamente
no meio em que vivem, a partir da formação escolar.
Avaliação
A avaliação deverá ser feita desde o começo do trabalho, pela participação e envolvimento
dos estudantes. Ademais, na reescrita dos textos e na elaboração dos gráficos e tabelas; na
leitura e interpretação dos textos verbais e no tratamento dos dados matemáticos apresen-
tados nos gráficos e tabelas etc.
É possível, ainda, sistematizar o material produzido pelos estudantes e prepará-lo para ser
exposto na escola e, até, uma apresentação feita pelos estudantes para toda a escola.
Por fim, considerando, ainda, as características do estudante jovem e adulto, outro cuidado
que o professor que trabalha com esse público precisa se atentar é a heterogeneidade das
turmas. É fato que, na composição de qualquer turma escolar, sejam elas constituído por cri-
anças, jovens ou adultos, há diferenças entre os indivíduos que marcam o modo como cada
um aprende. Mas, no tocante às turmas de jovens e adultos, pelos motivos já citados, essa
característica é mais significativa e tem maior interferência no processo de aprendizagem.
Portanto, deve ser levada em consideração na elaboração dos currículos, nos planos de
curso e planejamento das aulas.
Essa diversidade deve ser tomada como ponto positivo e favorável à aprendizagem dos
estudantes. Para lidar com essa questão, a escola, sobretudo, o professor em sala de aula,
precisa se adaptar, criar estratégias que favoreçam o uso dessa característica e, ao mesmo
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 2 45 SAEMI 2014
tempo, possibilite o desempenho do seu trabalho. Há uma ideia, defendida por Paulo
Freire, que muito contribui para que esse desafio se torne aliado do professor: são os
“círculos de cultura”. De acordo com essa perspectiva, todas as pessoas têm algo a
aprender e a ensinar; há uma troca constante entre ensino e aprendizagem. Os con-
hecimentos são compartilhados e construídos, coletivamente, através da contribuição
de cada um.
A organização do espaço, diz muito da concepção de educação e de estudante que
se tem. Ao imaginar uma aula que leve em consideração a perspectiva de que os es-
tudantes aprendam e ensinam entre si, e aprendam e ensinam junto com o professor,
é possível pensar em uma alteração da disposição das carteiras, por exemplo, que
podem ser organizadas em círculo, por exemplo. Essa perspectiva explicita o enten-
dimento sobre como se dá o processo de ensino e de aprendizagem, pois, além de
criar uma estrutura que possibilite e estimule a interação e a cooperação entre os
estudantes, desloca a ideia do professor como alguém que transmita o conhecimento.
Nessa perspectiva, o professor é o mediador de um possível e constante debate. Na
segunda parte desse texto, serão feitas algumas propostas de atividades que poderão
ser aplicadas nesse formato de organização do espaço da sala de aula.
SAEMI 2014 46 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS
COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN DA COMUNICAÇÃOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
Ficha catalográfica
IPOJUCA. Secretaria Municipal de Educação do Ipojuca.
SAEMI – 2014/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
Jan./Dez. 2014, Juiz de Fora, 2014 – Anual.
Conteúdo: Revista da Avaliação Transversal – Língua Portuguesa (Leitura) e Matemática – Educação de Jovens e Adultos (EJA) - Fase 2
ISSN 2318-7263
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS
COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN DA COMUNICAÇÃOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA