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A CRISE DO NEODESENVOLVIMENTISMO NO GOVERNO DILMA E OS RUMOS DO PRONATEC NO RECENTE CENÁRIO DE RETRAÇÃO ECONÔMICA E DESEMPREGO RICARDO AFONSO FERREIRA DE VASCONCELOS 1 MÁRIO LOPES AMORIM 2 Resumo O governo de Dilma Rousseff herdou do governo de Lula a tarefa de continuar fomentando o crescimento da economia nacional via modelo neodesenvolvimentista. Dessa forma, além das medidas anticíclicas adotadas para debelar os reflexos da crise mundial, outras medidas foram tomadas no sentido de sustentar o ciclo de expansão neodesenvolvimentista, dentre elas os investimentos estatais em infraestrutura, o fomento aos programas sociais de geração de renda e, no plano educacional, a expansão da oferta de vagas em cursos de profissionalização/qualificação da mão de obra por intermédio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) criado em 2011 com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país, em um cenário econômico marcado pela expansão do emprego e suposto apagão de mão de obra qualificada. Isto posto, este artigo pretende analisar aspectos da crise do neodesenvolvimentismo e seus reflexos sobre os rumos da política de qualificação profissional presente no PRONATEC. Para tanto, são utilizados pressupostos e paradigmas do método dialético-materialista, pretendendo identificar e analisar elementos de contradição relacionados ao processo de expansão e crise do modelo neodesenvolvimentista e seus desdobramentos nas diretrizes de qualificação profissional propostas pelo PRONATEC. -Palavras-Chave: Neodesenvolvimentismo; Qualificação Profissional; PRONATEC. INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo analisar aspectos da expansão e crise do neodesenvolvimentismo e seus reflexos sobre os rumos da política de qualificação profissional presente no PRONATEC, em torno da seguinte questão-problema: A crise do neodesenvolvimentismo pode ensejar alterações na formatação e funcionamento do PRONATEC? Neste sentido, pretende-se identificar alterações ou reconfigurações na formatação da oferta dos cursos e de vagas no recente quadro de crise econômica do governo de Dilma Rousseff. E para tanto, este trabalho utiliza pressupostos e paradigmas do método dialético- 1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE). Docente do Instituto Federal do Pará (IFPA)-Campus Belém. [email protected] 2 Doutor em Educação pela USP. Docente do PPGTE-UTFPR. [email protected]

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A CRISE DO NEODESENVOLVIMENTISMO NO GOVERNO DILMA E OS

RUMOS DO PRONATEC NO RECENTE CENÁRIO DE RETRAÇÃO ECONÔMICA

E DESEMPREGO

RICARDO AFONSO FERREIRA DE VASCONCELOS1

MÁRIO LOPES AMORIM2

Resumo

O governo de Dilma Rousseff herdou do governo de Lula a tarefa de continuar fomentando o

crescimento da economia nacional via modelo neodesenvolvimentista. Dessa forma, além das

medidas anticíclicas adotadas para debelar os reflexos da crise mundial, outras medidas foram

tomadas no sentido de sustentar o ciclo de expansão neodesenvolvimentista, dentre elas os

investimentos estatais em infraestrutura, o fomento aos programas sociais de geração de renda

e, no plano educacional, a expansão da oferta de vagas em cursos de

profissionalização/qualificação da mão de obra por intermédio do Programa Nacional de

Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) criado em 2011 com o objetivo de

expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica

no país, em um cenário econômico marcado pela expansão do emprego e suposto apagão de

mão de obra qualificada. Isto posto, este artigo pretende analisar aspectos da crise do

neodesenvolvimentismo e seus reflexos sobre os rumos da política de qualificação profissional

presente no PRONATEC. Para tanto, são utilizados pressupostos e paradigmas do método

dialético-materialista, pretendendo identificar e analisar elementos de contradição relacionados

ao processo de expansão e crise do modelo neodesenvolvimentista e seus desdobramentos nas

diretrizes de qualificação profissional propostas pelo PRONATEC.

-Palavras-Chave: Neodesenvolvimentismo; Qualificação Profissional; PRONATEC.

INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo analisar aspectos da expansão e crise do

neodesenvolvimentismo e seus reflexos sobre os rumos da política de qualificação profissional

presente no PRONATEC, em torno da seguinte questão-problema: A crise do

neodesenvolvimentismo pode ensejar alterações na formatação e funcionamento do

PRONATEC?

Neste sentido, pretende-se identificar alterações ou reconfigurações na formatação da

oferta dos cursos e de vagas no recente quadro de crise econômica do governo de Dilma

Rousseff. E para tanto, este trabalho utiliza pressupostos e paradigmas do método dialético-

1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE). Docente do Instituto Federal do Pará

(IFPA)-Campus Belém. [email protected] 2Doutor em Educação pela USP. Docente do PPGTE-UTFPR. [email protected]

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materialista, pretendendo identificar e analisar elementos de contradição relacionados ao

processo de expansão e crise do modelo neodesenvolvimentista e seus desdobramentos nas

diretrizes de qualificação profissional propostas pelo PRONATEC. Utilizam-se também alguns

pressupostos de autores keynesianos para análise do neodesenvolvimentismo lulo-petista.

A análise da trajetória do Pronatec num cenário de transição da expansão

neodesenvolvimentista para um recente quadro de crise econômica permite a priori inferir que,

mudanças na formatação do referido programa de qualificação profissional podem estar

diretamente vinculadas ao novo contexto de crise do neodesenvolvimentismo.

1 O SENTIDO DO NEOPOPULISMO E NEODESENVOLVIMENTISMO LULISTA

Os estudos de Singer (2012) e Alves (2014) sustentam que os governos de Lula e Dilma

seriam expressões de uma modalidade de “reformismo fraco” que não rompeu com a

hegemonia neoliberal, portanto, não poderiam ser designados como pós-neoliberais. Nesse

sentido, Alves (2014) argumenta que o neodesenvolvimentismo em sua vinculação com a

ascensão do governo de Lula “não é apenas um novo modo de desenvolvimento do capitalismo

no Brasil, mas uma frente política inspirada por uma estratégia política ou estratégia de governo

denominada lulismo” (Alves, 2014, p. 170). E, por sua vez, o lulismo seria segundo este autor:

[…] uma estratégia de governo de uma nova ordem burguesa no Brasil que se

caracteriza por (1) interpelar o apoio do subproletariado pobres e das camadas de

baixa renda do proletariado brasileiro, das cidades e do campo por meio de programas

sociais […] e valorização do salário mínimo – 70% , de 2002 a 2012; (2) por adotar a

postura de não confrontar o capital com o bloco de poder (o que explica o viés

bonapartista de Lula e Dilma, agindo aparentemente acima das classes antagônicas,

extirpando, inclusive do discurso político, o léxico do antagonismo de classe e

cultivando como alma mater, a conciliação social como valor fundamental com mote

“Lula Paz e Amor” ou ainda “Brasil País de todos”); (3) e, por fim, por adotar um

reformismo fraco baseado em políticas de combate a pobreza, incentivo ao consumo

visando mercado interno e programas sociais voltados para a redução da desigualdade

social. Na verdade, o reformismo fraco oculta a incapacidade política da frente do

desenvolvimentismo de operar reformas sociais que incomodem os interesses de

camadas, frações e categorias sociais no bloco de poder neoliberal (SINGER 2012

apud ALVES, 2014, p. 170).

Considera-se o ciclo neodesenvolvimentista da década de 2000 sob o governo de Lula

como expressão de uma “modernidade hipertadia” que substituiu o “modelo de

desenvolvimento neoliberal” conduzido “pela aliança PSDB-PFL, que fracassou nas eleições

de 2002” (ALVES, 2014, p. 130-131). Logo, a “eleição de Lula da Silva pelo PT significou a

necessidade de construção de um modelo de desenvolvimento capitalista, não mais orientado

pelos parâmetros neoliberais” (idem, p. 130-131). No entanto, na avaliação de Alves o governo

de Lula foi incapaz de romper com o núcleo duro da economia neoliberal, e por isso manteve

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os pilares da macroeconomia neoliberal, sinalizando já na época da campanha eleitoral através

da Carta aos Brasileiros que se manteria alinhado com o bloco hegemônico no mercado

mundial. Para este autor, “o objetivo do novo governo pós-neoliberal era reorganizar o

capitalismo no Brasil e não aboli-lo. Enfim, promover um choque de capitalismo nos moldes

pós-neoliberais” (idem, p. 131). Mas, como se estruturou o projeto neodesenvolvimentista no

Brasil e quais as suas bases de apoio econômico?

Para Giovanni Alves (2014, p. 138) o “Neodesenvolvimentismo” do governo de Lula se

assentou sobre um tripé composto por: a) “Programas de incentivo estatal a oligopolização da

economia (fortalecimento de grandes grupos econômicos privados com apoio do BNDES)”; b)

“Programas de investimentos públicos em infraestrutura (com ou sem parceria público-

privada)” e; c) “Programas estatais de transferência de renda visando a valorização do mercado

interno de consumo (bolsas, salário-mínimo e formalização salarial)”. Ademais, a articulação

desses elementos que compõem o tripé do neodesenvolvimentismo representa uma “política

reformista hipertardia” que na opinião do referido autor:

[...] visa promover um tertium datur entre a utilização do fundo público no

financiamento e crescimento da economia brasileira, de acordo com os interesses dos

oligopólios privados agroindustriais e financeiros; e a utilização do gasto público para

programas de combate à pobreza e transferência de renda às famílias mais pobres,

como, por exemplo, a elevação do salário-mínimo e expansão do Bolsa-Família

(idem, p. 137).

Por conseguinte esta modalidade de reformismo tardio atinge as camadas sociais que

foram e são diretamente afetadas pelo processo de expansão capitalista em curso no nosso país

nas últimas décadas. Deve-se considerar que a interface desse diálogo se dá na construção de

um projeto reformista socialdemocrata que propõe a tarefa histórica de “extinguir a pobreza

extrema e ampliar o mercado de consumo” (Idem, p.143). Ou seja, é uma modalidade

“reformismo fraco” que impulsiona o que Alves denomina de “choque de capitalismo” e cuja

tarefa primordial é a de promover o desenvolvimento capitalista nos seguintes moldes:

Por um lado, assume a tarefa histórica de combater a pobreza extrema e promover a

inclusão do subproletariado no mercado de trabalho formal, realizando, deste modo,

o sonho de consumo dos trabalhadores da massa marginal; por outro lado, preserva os

pilares do modo de desenvolvimento social excludente do capitalismo histórico no

Brasil, incentivando a centralização e concentração do capital oligopólico nas

condições histórico-mundiais da senilidade capitalista como modo de

desenvolvimento civilizatório (idem, p. 140).

E nesse sentido, as políticas redistributivas assumiram um papel estratégico como

elemento legitimador do neodesenvolvimentismo, estabelecendo “expectativas de capacidade

aquisitiva em mercados de grande porte como o Brasil. Produz-se a ilusão do desenvolvimento

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como realização das necessidades humanas das massas marginais” (idem, p.141). Dito de outra

forma, a expansão neodesenvolvimentista e suas políticas de transferência de renda criam a

perspectiva de inclusão social via absorção do indivíduo na condição de trabalhador-

consumidor.

Em termos de avaliação do ciclo neodesenvolvimentista ocorrido na década de 2000,

Bresser-Pereira (2013, p.5-6), não obstante reconheça méritos do mandato presidencial de Lula,

tais como, “quase dobrar a taxa de crescimento”, diminuir “a desigualdade” e melhorar “o

padrão de vida de milhões de brasileiros”, além de alcançar “grande prestígio internacional”, o

referido economista também sentencia que, no geral, “o crescimento que se registrou a partir

de 2006 foi, portanto, passageiro, foi devido à conjuntura internacional favorável”. E, em

grande parte também se deveu “ao aumento do mercado interno proporcionado pela elevação

dos salários reais e pela ampliação do credito ao consumidor” (Idem, p. 6). Dessa forma, ao

final de seu governo, constata-se que Lula permitiu que sua política econômica fosse dominada

pelo objetivo do controle da inflação, deixando como herança para o governo de sua sucessora,

Dilma Rousseff, uma pesada herança baseada numa “taxa de juros elevada, e uma taxa de

cambio altamente sobreapreciada” (Idem, p. 6).

2 O GOVERNO DILMA E A CRISE DO NEODESENVOLVIMENTISMO

No quadro político-institucional de transição do governo de Lula para o governo de

Dilma Rousseff percebe-se o advento de dois importantes elementos que concorreram para a

crise de hegemonia do projeto lulo-petista de poder. Primeiramente, no âmbito político é

possível identificar elementos de reconfiguração no interior do bloco do poder, uma vez que,

de acordo com Teixeira e Pinto:

Apesar da manutenção e da legitimidade do bloco no poder durante o governo Lula,

os dois últimos anos de seu mandato, notadamente após a profunda crise internacional

de 2008, começaram a aparecer mudanças mais estruturais no bloco no poder

brasileiro, potencializando fissuras na hegemonia da fração bancáriofinanceira, em

virtude do fortalecimento de outras frações (segmentos exportadores de commodities

e de parte da indústria nacional que passou a recuperar-se em termos absolutos) e dos

efeitos econômicos e ideológicos da crise financeira internacional (TEIXEIRA;

PINTO, 2012, p.933).

O segundo elemento, diretamente relacionado à esfera econômica, vincula-se a

combinação de duas importantes situações conjunturais enredadas no segundo governo de Lula:

a) a manutenção do tripé básico de política macroeconômica que se perpetuou ao longo dos

governos de FHC e Lula; b) os efeitos da crise internacional de 2008-2009 e a manutenção de

medidas econômicas visando evitar que os efeitos da referida crise contaminasse a estabilidade

econômica do Brasil e a manutenção do ciclo de expansão econômica neodesenvolvimentista.

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Efetivamente, o governo de Lula não conseguiu romper com os princípios que

conduziram os rumos da política econômica dos governos anteriores, quais sejam: a) controle

da inflação; b) manutenção da taxa de juros elevada; c) taxa de câmbio sobrevalorizado. Por

isso, segundo Bresser-Pereira (2013, p. 5) considera que “em relação a politica

macroeconômica seu governo não foi bem‑sucedido”, uma vez que este não conseguiu escapar

da armadilha do “tripé macroeconômico” herdado dos governos anteriores. , e,

consequentemente, “não logrou baixar substancialmente a taxa de juros, e, principalmente, não

logrou neutralizar a tendência a sobreapreciação cíclica e crônica da taxa de cambio”. Dessa

maneira, Lula deixou para o governo de sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, elementos

de diretrizes econômicas que poderiam inviabilizar a continuidade do desenvolvimento do país.

No seu início o governo de Dilma Rousseff configurou duas tendências de diretrizes

econômicas. De um lado, a manutenção de mecanismos de políticas econômicas objetivando

debelar os efeitos da crise mundial, e, de outro, a adoção de medidas econômicas objetivando

dar novo impulso ao ciclo neodesenvolvimentista iniciado na gestão de Lula. Dessa forma,

percebendo a política econômica de Dilma como uma modalidade de continuísmo herdado do

governo anterior, Reinaldo Gonçalves (2013, p. 54), buscando avaliar os dois primeiros anos

do governo Dilma, considera este, “nas suas características gerais, uma extensão do Governo

Lula”. E sustentou esta opinião da seguinte forma:

[...] nos dois primeiros anos de Dilma não houve mudanças notáveis nas estratégias e

políticas que afetam mais diretamente a estrutura da economia e os rumos do processo

de desenvolvimento. Os ajustes de política econômica foram reações ao agravamento

dos desequilíbrios externos, ou, então, ajustes marginais nas políticas

macroeconômicas de curto prazo em decorrência do fraco crescimento da renda e de

outros sérios problemas herdados do governo Lula (endividamento dos indivíduos,

elevado custo da dívida pública etc.). Como parte destes ajustes, cabe mencionar a

política comercial restritiva focada nas importações de produtos chineses (Idem, p.

54).

Por outro lado, não obstante se perceba traços de continuísmo na política econômica de

Dilma em favor da manutenção da estabilidade macroeconômica, observam-se também alguns

elementos de aprofundamento da diretriz de fomento ao desenvolvimento econômico, ou seja,

a adoção de medidas econômicas objetivando dar novo impulso ao ciclo neodesenvolvimentista

iniciado na gestão de Lula, dentre elas o maior incentivo ao crescimento industrial num cenário

econômico marcado pelo acentuado quadro de desindustrialização presenciado tanto no

governo de FHC quanto no governo de Lula.

Para Wilson Cano (2012, p. 834-836), a questão da desindustrialização do país é

resultado de uma conjunção histórica de fatores. O primeiro fator se refere à política cambial

prevalecente do Plano Real, com câmbio excessivamente valorizado para servir de âncora dos

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preços e âncora fiscal. O segundo fator, diz respeito a abertura econômica desregrada em

períodos distintos (governos de Sarney, Collor e FHC). O terceiro, está relacionado a taxa de

juros elevada que desestimula o investimento, o que deixa a indústria vulnerável. O quarto fator

está vinculado ao investimento estrangeiro direto e investimento interno no qual predomina “a

alocação nos serviços, especialmente no setor financeiro, construção, negócios imobiliários,

agropecuária e mineração, sendo hoje mais reduzida a participação na indústria de

transformação” (idem, p. 835). E o quinto e último fator está diretamente associado a

desaceleração da economia mundial, afetando os Estados Unidos a Europa e até a China.

A intenção do governo Dilma de fomentar a expansão econômica incentivando a

indústria, no entanto, esbarrou nos interesses do capital rentista, do setor exportador de

commodities, além das próprias intenções do governo em manter diretrizes de políticas capazes

de assegurar a estabilidade macroeconômica.

Ora, não obstante o avanço realizado nos primeiros dois anos do governo Dilma, o

poder do capitalismo rentista no Brasil tem até agora impedido que a taxa de juros

real baixe para níveis aceitáveis. E o poder dos exportadores de commodities tem

impedido que se imponha um imposto variável sobre suas exportações que permita

que a taxa de câmbio se aproxime do nível de equilíbrio industrial. Como também o

tem impedido o receio do governo, seja do aumento da inflação, seja da redução de

salários – ambos fenômenos temporários e limitados que advirão da depreciação

necessária para neutralizar a doença holandesa e ajustar a taxa de câmbio no equilíbrio

industrial (BRESSER-PEREIRA, 2015, p. 387)

Ressalta-se que este quadro de avanço da desindustrialização apresenta relação direta

com a adoção de uma política de câmbio apreciado. Sendo assim, Bresser-Pereira (2015, p.389)

considera que a indústria brasileira encontra-se “desprotegida” diante do quadro de

“sobreapreciação cambial que mais que anula o efeito da modesta proteção tarifária”. Sentencia

também que “o Brasil, com sua taxa de câmbio sobreapreciada, pratica um política econômica

desprotecionista desde que, no início dos anos 1990, fez a abertura comercial e financeira e

perdeu o controle sobre a taxa de câmbio” (Idem, p. 389). E não obstante o referido autor

considere a natureza nociva que a política cambial exerce sobre o agravamento da

desindustrialização, afirma que mesmo assim o “Brasil é taxado de protecionista por políticos

e economistas estrangeiros, que enumeram as medidas protecionistas no governo Dilma” (Idem,

p. 389).

O último ano do primeiro mandato presidencial de Dilma Rousseff evidenciou o

agravamento de três grandes problemas diretamente associados às diretrizes econômicas

implementadas pelo referido governo e que comprometeram a continuidade do projeto

neodesenvolvimentista a médio e longo prazo: I) O baixo índice de crescimento da economia;

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II) o aumento dos gastos do governo; III) o aumento dos índices de inflação, ameaçando o teto

estabelecido pelo próprio governo.

As dificuldades de crescimento ou expansão da economia brasileira se traduziram em

2014 – último ano do primeiro mandato de Dilma - na discussão em torno da possibilidade de

nosso país estar entrando num quadro de recessão. Segundo Marques Junior (2013, p 47), o

Governo buscou “assegurar uma taxa de crescimento do PIB acima de 3%, a fim de compensar

o desempenho decepcionante da primeira metade do mandato”. A adoção de uma “taxa de

câmbio administrada, taxas reais de juros reduzidas, forte intervenção” governamental na

economia e “política fiscal expansionista” (Idem, p. 47) foram os mecanismos pelos quais o

governo lançou mão para garantir o crescimento econômico.

Outro problema enfrentado pela presidente Dilma e o ministro da Fazenda Guido

Mantega está relacionado ao aumento dos gastos governamentais que por sua vez remete ao

controle do déficit público, posto que, a manutenção e ampliação dos programas sociais

encontra um elemento limitador de ordem econômico-legal que consiste na manutenção do

equilíbrio orçamentário e do superávit primário (saldo em suas contas). No entanto, os

resultados obtidos pelo governo no período de 2013 e início de 2014 apontaram para um quadro

de deterioração da situação fiscal, com aumento das despesas e tendência de diminuição da

arrecadação. Dessa forma, Marques Jr. (2013, p. 43) Afirma que “a piora do quadro fiscal

decorre do fato de a arrecadação dos tributos crescer abaixo do ritmo de crescimento das

despesas públicas”. Também considera como relevante que, no item despesas, “os três níveis

de governo mantêm a expansão das despesas obrigatórias, como pessoal e serviço da dívida,

bem como o crescimento das despesas com os benefícios previdenciários e assistenciais” (Idem,

p. 43).

Quanto ao problema envolvendo a escalada de aumento da inflação, observa-se que

entre 2013 e 2014, ocorreu uma tendência cada vez mais forte de superação do teto ou meta

estabelecida pelo próprio governo para o índice inflacionário. Segundo Marques Jr.,“a inflação,

medida pelo IPCA”, tinha se mantido “ao redor de 6,5% ao ano, sem tendência para o centro

da meta, que é de 4,5% ao ano” e as projeções para o biênio 2013-14 “indicavam uma inflação

média em torno de 5,8% ao ano, ainda acima do centro da meta” (Idem, p. 47).

Certamente, do ponto de vista de manutenção da estabilidade monetária, fiscal e de

controle inflacionário seria mais prudente que o governo Dilma adotasse “um programa de

ajuste fiscal capaz de gerar superávits primários suficientes para cobrir o pagamento de juros

nominais e equilibrar as contas públicas”. Todavia, sendo 2014 “ano de eleição presidencial a

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adoção destas medidas poderia assumir uma conotação antipopular, afetando os índices de

popularidade do governo e da presidenta Dilma” (idem, p. 47). Por isso, segundo o referido

autor, o governo adotou uma estratégia de “protelar ao máximo um forte ajuste fiscal,

administrando a situação fiscal a fim de elevar as chances de reeleição da atual governante”

(Idem, p. 47).

Efetivamente, o novo cenário de crise econômica do neodesenvolvimentismo lulo-

dilmista afetou o andamento e a configuração das diretrizes de programas de formação

profissional, especialmente o PRONATEC, cuja gênese se deu no auge do ciclo

neodesenvolvimentista.

3 O PRONATEC: DO APOGEU AO DECLÍNIO DO NEODESENVOLVIMENTISMO

O ciclo econômico neodesenvolvimentista lulo-petista contribuiu para criar novas

demandas relacionadas à formação profissional para o atendimento do setor produtivo nacional.

E de acordo com Rodrigues e Santos (2014), estas novas demandas do setor produtivo inseridas

na nova fase de expansão econômica estabeleceram as condições para a expansão do ensino

profissional.

Neste cenário contraditório do novo-desenvolvimentismo, foi criado pelo governo

brasileiro [...] o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego –

Pronatec – que se constitui em um conjunto de ações que visam ampliar a oferta de

vagas na EPT brasileira. Com metas ousadas de atender oito milhões de beneficiados,

criação de 200 novas escolas técnicas federais e investimento de um bilhão de reais,

o Programa ocupa, atualmente, o centro do debate sobre a Educação Profissional e

apresenta, em sua estrutura, espaços onde se evidenciam relações entre o público e o privado para o atendimento de suas metas (ROGRIGUES; SANTOS, 2014, p. 6)

Frequentemente em períodos de expansão econômica no Brasil surgem demandas do

setor produtivo relacionadas a aquisição e absorção de um maior contingente de mão de obra

qualificada. De acordo com Frigotto (2009, p. 74-75) de tempos em tempos produziu-se um

vozerio reclamando do sistema educacional e de seus professores pela falta de profissionais

qualificados, sendo que o mais recente surgiu ao final de 2007 em torno do PAC cuja meta é o

crescimento do produto interno bruto (PIB) em aproximadamente 5% ao ano. Daí surgiu à

expressão 'apagão educacional' “para se referir ao déficit de trabalhadores qualificados

demandados nessa conjuntura”. Esta metáfora, por conseguinte, “dá a entender algo conjuntural

e momentâneo, que pode ser corrigido rapidamente, talvez por um novo programa emergencial

ou por um 'gato ou gambiarra' para consertar o estrago” (Idem, p. 74-75).

De certo que este discurso do “apagão educacional” mascara um processo de exclusão

social que busca equacionar a falta de mão de obra qualificada por meio de soluções

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imediatistas nas quais se atacam o problema da quantidade exterminando a qualidade. E uma

das respostas de caráter imediatista formuladas em âmbito federal para contornar o problema

do “apagão educacional” e a consequente carência de mão de obra qualificada foi a formulação

de um amplo programa objetivando aumentar a oferta de cursos de educação profissional. Daí

a razão de ser do PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego),

que foi lançado logo no início do governo Dilma, pretendendo ofertar “milhões de vagas até

2014 para a qualificação técnica e profissional de trabalhadores e de alunos do ensino médio,

intensificando a expansão e interiorização das redes federal, estadual e privada” [...]

(SALDANHA, 2012, p. 6).

Regulado pela Lei 12.513, de 26 de outubro de 2011, o Programa Nacional de Acesso

ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), de acordo com o seu artigo 1º, se propôs a

“ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica, por meio de programas, projetos e

ações de assistência técnica e financeira” (BRASIL, 2011). E para tanto, a referida lei determina

em seu parágrafo único do art. 1º um conjunto de objetivos, dentre eles: expandir/democratizar

a “oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio”; melhorar a “qualidade do

ensino médio público” articulando-o com a educação profissional, estimular a “expansão da

rede física de atendimento da educação profissional e tecnológica”; e ampliar as “oportunidades

educacionais dos trabalhadores” via “formação e qualificação profissional” (BRASIL, 2011).

Ressalta-se que o referido conjunto de diretrizes configuradas no Pronatec buscou dar

conta das demandas presentes em um cenário de expansão econômica e baixo desemprego.

Porém, a partir de 2014, com a reconfiguração do cenário econômico nacional no final do

primeiro mandato de Dilma Rousseff, caracterizado pela crise do neodesenvolvimentismo, e

por um quadro de inflação alta, baixa taxa de crescimento do PIB, déficit externo crescente e

aumento do desemprego, é possível vislumbrar importantes alterações no modus operandi do

PRONATEC. E algumas destas mudanças já estão sendo veiculadas em sites governamentais.

O site/portal “pronatecmec” informa a respeito de algumas destas mudanças previstas para a

versão 2016 do Pronatec, dentre elas: a) a oferta de vagas em destaque nos “cursos de Inglês

básico, Espanhol Básico, Dispositivos Móveis, Libras Básico, Eletricista Industrial, Auxiliar de

Crédito e Cobrança, Projetos Sociais e Agente de Observação de Segurança”; b) a ênfase na

“oferta de cursos de qualificação profissional, com duração de 2 a 6 meses são de auxiliar

administrativo, operador de computador, auxiliar de recursos humanos, eletricista, inglês básico

e recepcionista”; c) “direcionamento para a oferta de cursos de acordo com a região em questão,

de modo a atender a demanda por mão de obra local”, de maneira que “o número de vagas

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ofertadas (e até mesmo o curso e a área)” dependa “da necessidade de mão de obra do local”;

d) Surgimento do Pronatec EJA, como modalidade da bolsa-formação do Pronatec, sendo

considerada pelo governo como “uma estratégia para ampliar a atratividade da educação para

jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir os estudos na idade própria”

(PORTAL MEC, 2016).

Da mesma forma, o portal “institutofederal.mec” também veiculou duas importantes

alterações para o Pronatec no ano de 2016, sendo a mais importante a possibilidade de “oferta

de cursos de formação inicial e continuada na modalidade de ensino a distância, a criação de

um índice de conclusão de cursos por unidade de ensino e o estímulo à estruturação de cursos

em itinerários formativos, incluindo aqueles voltados para o jovem aprendiz”. Outra inovação

será “a participação dos estudantes na confirmação de suas matrículas e frequências”.

As referidas mudanças são consideradas pelo governo como formas de

“aperfeiçoamento” necessárias a continuidade do Pronatec. Segundo o discurso do secretário

de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marcelo Feres, veiculado

no citado portal/site: “[...] os avanços promovidos pelo Pronatec a partir de 2011 são

inquestionáveis, mas como em toda política pública, para o próximo ciclo existe uma grande

oportunidade para se desenvolver ações novas e aperfeiçoar o funcionamento do programa”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os governos de Lula e Dilma mantiveram as estruturas básicas do modelo neoliberal,

devidamente estruturado no governo de FHC, porém acrescentando mecanismos de fomento à

retomada do crescimento econômico (incentivo ao crédito e ao consumo) e de ampliação de

políticas sociais compensatórias e de geração de renda. Tudo isto em torno do projeto

neodesenvolvimentista que visava garantir a inserção do país na dinâmica da economia

globalizada. E neste sentido, o PRONATEC foi concebido como uma política pública de

educação profissional para atender às expectativas de formação massiva de mão de obra

minimamente qualificada, sendo também uma resposta imediatista aos apelos do suposto

“apagão” de mão de obra demandado pela expansão econômica do neodesenvolvimentismo

lulo-dilmista. E não obstante, na atual conjuntura, esteja ocorrendo a transição de um cenário

econômico de crescimento, para outro caracterizado por crise e recessão, permanece a

perspectiva de continuidade do Pronatec como alternativa imediatista de formação massificada

e precarizada da força de trabalho em nosso país.

REFERÊNCIAS

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