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Universidade Federal do Ceará – UFC Centro de Humanidades – CH Departamento de Literatura – DL Curso de Letras Disciplina: Literatura Portuguesa I Prof. Ms. William Craveiro A Demanda do Santo Graal Fortaleza-CE 2011

A Demanda Do Santo Graal

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Universidade Federal do Ceará – UFCCentro de Humanidades – CH

Departamento de Literatura – DLCurso de Letras

Disciplina: Literatura Portuguesa IProf. Ms. William Craveiro

A Demanda do Santo Graal

Fortaleza-CE2011

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A Demanda do Santo Graal

• Originárias da Inglaterra e/ou da França

• Nasceram da prosificação e metamorfose das canções de gesta (poesias de temas guerreiros)

• As novelas de cavalaria penetraram em Portugal no século XIII, durante o reinado de D. Afonso III.

• Circulavam em meio à fidalguia e à realeza

• Traduzidas do francês: não há notícias de novelas de cavalaria autenticamente portuguesas.

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A Demanda do Santo Graal

• Originárias da Inglaterra e/ou da França

• Nasceram da prosificação e metamorfose das canções de gesta (poesias de temas guerreiros)

• As novelas de cavalaria penetraram em Portugal no século XIII, durante o reinado de D. Afonso III.

• Circulavam em meio à fidalguia e à realeza

• Traduzidas do francês: não há notícias de novelas de cavalaria autenticamente portuguesas.

• Convencionou-se dividir a matéria cavaleiresca em três ciclos: ciclo bretão ou arturiano, ciclo carolíngio e ciclo clássico.

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A Demanda do Santo Graal

• Das novelas de cavalaria que circularam por Portugal, apenas permaneceram estas: História de Merlim, José de Arimatéia e A Demanda do Santo Graal.

• História de Merlim desapareceu: só temos a tradução espanhola, calcada sobre a portuguesa.

• José de Arimatéia foi publicado, em 1967, em edição paleográfica.

• A lenda do Santo Graal, de remotas origens célticas, foi inicialmente cantada em verso, tendo Perceval como herói.

• Por volta de 1220, em França, por influxo clerical, opera-se a prosificação da lenda, da autoria presuntiva de Gautier Map. A lenda, até então de cunho nitidamente pagão, cristianiza-se, passando a assumir um valor místico.

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A Demanda do Santo Graal

• Presença da ascese, traduzida no desprezo do corpo e no culto da vida espiritual.

• A Demanda do Santo Graal é uma novela de cavalaria mística e simbólica

• Galaaz simboliza um novo Cristo

• Próximos dele, em grandeza física e moral, situam-se Boorz e Perceval, e mais distantes, embora com seu quinhão de glória, Lancelote, Tristão, Palamades, Erec, Galvão, Ivam, Estor, Morderet, Meraugis e outros.

• A Demanda do Santo Graal faz parte da matéria da Bretanha.

• As mais remotas menções a Artur seriam provenientes de obras de cunho historiográfico:

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A Demanda do Santo Graal

No século VIII, Nennius, em sua Historia Britonum, apresenta Artur como um chefe guerreiro de atuação marcante na resistência bretã às invasões saxônicas do século VI.

Por volta de 1125, William of Malmesbury, em Gesta regum anglorum, fala de Artur como um grande guerreiro.

Geoffrey of Monmouth, em Historia regum Britanniae, terminada talvez em 1136, fez de Artur um rei e o descreve como um homem cheio de virtudes.

• Imbricamento da realidade com a ficção: lutas entre bretões e saxões.

• Revanche dos bretões no plano ficcional; messianismo.

• Influência de Monmouth sobre o Roman de Brut, de Wace, escrito em francês.

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A Demanda do Santo Graal

• Chrétien de Troyes, por volta de 1162, cria seu primeiro romance arturiano, intitulado Érec et Énide. Seguem-se Cligès ou la fausse morte, 1164; Lancelot ou le chevalier à la charrette, 1168; Yvain ou le chevalier au lyon, 1173; Perceval ou le conte du Graal.

• A ligação da lenda arturiana com o cristianismo principiou, via evangelhos apócrifos, com Robert de Boron, que, no final do século XII, escreveu em versos uma trilogia: Le roman de l’estoire dou Graal (Joseph), Le livre de Merlin (Vulgata de Merlin) e Didot-Perceval (autoria contestada por alguns estudiosos, constitui-se numa demanda do Santo Graal).

• Outro romance em prosa de fins do século XII é Perlesvaus. Inicia no ponto em que ficou interrompido o Perceval de Chrétien de Troyes.

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• Composto seguramente antes de 1210 por Wolfram von Eschenbach, Parsifal é um poema que pretende apoiar-se num texto provençal atribuído a Kyot, mas há sérias controvérsias a respeito da existência de Kyot. Parte do Parsifal confere com o Perceval inacabado de Chrétien de Troyes. O Graal, em Eschenbach, é uma pedra.

• Por volta de 1220, na região de Meaux, na França, iniciou-se um processo de prosificação dos romances arturianos em grandes compilações de caráter cíclico: a Vulgata e a Post-Vulgata.

• A Vulgata da matéria da Bretanha é também conhecida por ciclo do pseudo Gautier Map ou por Le Lancelot-Graal. Compõe-se dos seguintes livros:

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L’estoire del saint Graal;

L’estoire de Merlin;

Le livre de Lancelot del lac, em três partes;

La queste del saint Graal;

La mort le roi Artus.

(Le livre d’Artus, tardiamente incorporado ao ciclo, com o objetivo de preencher uma lacuna entre o Merlin e o Lancelot)

• A Post-Vulgata da matéria da Bretanha também é conhecida por ciclo do pseudo Robert de Boron. Compõe-se dos seguintes livros:

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Estoire de Joseph d’Arimathie;

Merlin com sua Suite;

Queste del saint Graal, terminada com uma breve Mort d’Arthur.

• Contemporâneos a esses dois ciclos há obras que, embora não façam parte do ciclo arturiano, trazem alguma coisa da matéria da Bretanha (Ex: Le roman de Tristan ou Le Tristan, do segundo quartel do século XIII).

• Considera-se, hoje, que os textos arturianos da península ibérica são tradução da Post-Vulgata ou pseudo Boron ou Romance do Graal não em sua primeira, mas numa segunda versão.

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A Demanda do Santo Graal

• A Demanda do Santo Graal é uma cópia do tempo de D. Duarte (1420-1438), não tendo sido conservada a tradução que poderia remontar à metade do século XIII.

• Nossa Demanda é o códice 2594 da Biblioteca Nacional de Viena.