A DOUTRINA DO DETERMINAR E DO NO ACEITO Autor: Pastor Roldenyr Cravo 1 A DOUTRINA DO DETERMINAR Um dos fundamentos da teologia neopentecostal a confisso positiva ou confisso de f. uma doutrina que ensina que o

crente deve chamar a existncia coisas que no existem com o objetivo de materializar as bnos pretendidas. Essa doutrina est associada doutrina do conhecimento dos direitos. Todo cristo deve conhecer seus direitos previstos na bblia e por isso deve reivindicar tais direitos e determinar para que eles sejam concedidos. Ensinam que aquele que no determina sua bno est sem f, ou sua f fraca.

luz da Teologia Bblica, a doutrina da determinao traduz uma inverso de valores perniciosa, perigosa, mas a racionalidade fcil de seu entendimento tem arrebanhado inmeros adeptos no meio evanglico brasileiro: afinal de contas, se tem uma igreja onde voc pode dar ordem pra Deus, porque vai numa igreja onde voc tem que ficar esperando?

Essa doutrina (frmula mgica) tem seduzido lderes de muitas denominaes evanglicas e pentecostais, que vem neste ensinamento uma forma de encher rapidamente as igrejas.

Igrejas esto se enchendo de pessoas a procura da bno imediata, do atendimento urgente do seu pedido, da quebra da maldio. Essa emergencialidade que caracteriza o pblico das igrejas neopentecostais e emergentes, ocorre em funo dos efeitos da ps-modernidade, da globalidade e do relativismo, onde os valores capitalistas do consumismo, da superficialidade e imediatidade so palavras-chave para o sucesso.

Em razo disso, muitos lderes de Igrejas pentecostais tm adotado essa doutrina neopentecostal, esto inserindo essas prticas na sua liturgia, nas suas pregaes e ministraes. Esto ensinando aos evanglicos determinar a sua beno, a ordenar e a exigir de Deus o atendimento para suas mais variadas pretenses: carro, casa, emprego, dinheiro, cura, casamento, separao, viagem, vendas, etc, etc.

A doutrina da determinao funciona em conjunto com outras, dentre elas, a doutrina da prosperidade segundo a qual, basta que os seguidores faam pagamentos constantes de dzimos ou ofertas, que podero cobrar (determinar) de Deus suas pretenses de prosperidade material, e tudo ser concedido.

Esta doutrina d a ntida impresso de que se est diante de um verdadeiro negcio: pagou? determina que leva ! A determinao uma ordem; normalmente ela emitida por um superior a um subordinado ou seja, a ordem um

comando que obriga quem recebe a atender. O que aconteceria numa hiptese onde um soldado se dirige ao seu General e lhe determina uma ordem? Aconteceria exatamente

isso que voc imaginou... Em socorro desse entendimento, neo-pentecostalistas mais proeminentes, (dentre eles RR.Soares), justificam que o texto de Joo

14.13 onde aparece o termo PEDIR, est mal traduzido, pois no grego significaria determinar.

1.1 - TEXTO DE JOO 14:13 NAS VRIAS VERSES BBLICAS MODERNAS. - E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. [ARC] - E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. [ACF] - Y todo lo quepidiereis al Padre en mi nombre, esto har, para que el Padre sea glorificado en el Hijo [RV] - And whatsoever ye shall ask in My name, that will I do, that the Father may be glorified in the Son [KJV]

1.2 - TEXTO DE JOO 14:13 NOS ORIGINAIS EM GREGO COM TRANSLITERAO PARA O PORTUGUS

1.3 - ETIMOLOGIA A palavra grega usada para pedir (aiteo),que segundo o Lxico de Strong 154, significa: pedir, implorar, petio, e no

determinar. Outras palavras so utilizadas no Novo Testamento para expressar a idia de determinar: "keleuo" (determinar, comandar, ordenar),

"prostasso" (determinar, mandar, ordenar, prescrever, comandar), "horizo" (definir, determinar, designar, ordenar), "paraggello" (determinar, comandar, incumbir), "diatasso" (arranjar, apontar, ordenar, prescrever, dar ordem), "entellomai" (ordernar, mandar que seja feito, encarregar) ou "krino" (determinar, resolver, decretar).

Se Jesus quisesse ensinar que os crentes devem determinar ao invs de pedir, suplicar ou rogar, teria usado uma dessas palavras.

1.4 - HERMENUTICA 1.4.1 - A SOBERANIA E A ONIPOTNCIA COMO ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS

Sob a tica das Sagradas Escrituras, a soberania e a onipotncia de Deus so temas que esto espalhados por toda a Bblia. Onipotncia: Deus tem poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira. Soberania ou Supremacia: Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando o fim que desejar. Deus onipotente e pode fazer o que Ele quiser e quando quiser. Deus soberano e todas as coisas lhe esto sujeitas. Desta forma, a doutrina da determinao fere a doutrina bblica da onipotncia e da soberania de Deus, como atributos

naturais da sua personalidade, conforme Ele se revela nas Sagradas Escrituras. Deus Senhor de todas as coisas. Todas as coisas esto sujeitas soberania de Deus, conforme nos ensina 1Corintios, 15:27:

Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus ps. Mas, quando diz que todas as coisas lhe esto sujeitas, claro est que se excetua aquele que sujeitou todas as coisas. A prpria salvao um ato da soberania de Deus. A bblia diz em Efsios 2:8 Porque pela graa sois salvos, por meio da f; isso no vem de vs, dom de Deus.

A etimologia da palavra GRAA (Strong, 5485, 5486- Xaris, Charis, ou Caris) significa benefcio, benevolncia, generosidadde, favor no merecido.

Portanto, a GRAA SALVADORA um atributo da SOBERANIA DE DEUS. Este entendimento est implcito em Joo 3:36 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo aquele que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna. Deus quer que todos os homens se salvem e venham conhecer a verdade (1Timteo 2:4), porque a verdade de Deus que liberta o homem do pecado, da justia e do juzo.

Outro detalhe est em Joo 1:3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Este trecho contrasta com a doutrina da Confisso Positiva, que ensina que o crente deve verbalizar suas pretenses, trazer a existncia coisas que no eram como se j fossem ou, simplesmente, trazer a existncia o que declaramos com nossa boca como se fosse um verdadeiro abracadabra.

Deus ONIPOTENTE. S ele tem o poder de chamar existncia coisas que no so como se j fossem (Romanos 4:17b). Nada foi feito sem Jesus, porque ele a Palavra, o Logos que criou o mundo, e toda vida que existe foi criada a partir dele. Sem

Ele, nada do que foi feito se fez. S Jesus pode fazer e desfazer: E no temais os que matam o corpo e no podem matar a alma; temei, antes, aquele que

pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo... (Mateus, 10:28). S Jesus o que abre e ningum fecha; fecha e ningum abre (Apocalipse, 3:7). E se ao invs de determinar o crente profetizar sua bno. Menos pior. A resposta est na prpria Bblia, em 1Cor.14:3

Mas o que profetiza fala aos homens para edificao, exortao e consolao. Se Deus quiser me consolar, me edificar com um carro do ano, uma casa nova, um emprego, uma viagem, ento que seja! AMM!

Porque Deus onipotente, poderoso para conceder infinitamente mais do que aquilo que pedimos ou pensamos (Ef.3:20), desde que o que eu pea esteja de acordo com a vontade Dele (1Jo.5:14).

Mas e quando Deus quiser me exortar? Como que fica? Amm, ou eu no aceito? No a casa, emprego, viagem, carro que vai nos consolar. Quem nos consola o Esprito Santo. ele que nos edifica, consola e

exorta tambm. A Bblia nos ensina que no devemos nos preocupar com o que comer, vestir ou outras coisas (Mateus,6:25-26) porque Deus

nosso provedor. Se Ele provedor de todas as criaturas, quanto mais dos Filhos. Independentemente do que voc pensa ou pea, Deus vai prover se for da vontade DEle.

Tambm diz que devemos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justia e todas essas coisas vos sero acrescentadas (Mateus, 6:33). Que coisas? As coisas materiais necessrias nossa subsistncia.

Aqui reside a questo de querer esperar ou no. O tempo do homem o kronos, medido em segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e sculos. Mas o tempo de Deus o

kayros, que significa MOMENTO OPORTUNO. S Deus sabe o momento oportuno de nos abenoar com outras coisas. O Salmo 40:1 trata da soberania de Deus: Esperei com pacincia no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. S Deus sabe se ns estamos prontos

para receber ou no. oportuno aqui, lembrar-mos da experincia de Jos. Ainda adolescente, Jos foi vtima da inveja dos seus irmos, que o

venderam como escravo. De uma situao a outra, Jos foi parar na casa do Eunuco do Fara, que o ps como responsvel pelos seus bens. A fornicao da mulher do eunuco colidiu com a lealdade de Jos e ele foi parar na priso. L Jos permaneceu aproximadamente 13 anos. Nos ltimos 2 anos, Jos teve uma oportunidade com o padeiro e o copeiro de Fara, que tambm foram presos. Um morreu e o outro retornou pra a corte. Tudo como Jos havia profetizado pra eles. Mas ao copeiro, pediu que lembrasse dele quando chegasse na corte. Foi s o copeiro sair, e esqueceu imediatamente de Jos. Dois anos depois que o Fara teve uma situao, ficou desnorteado, ningum resolvia, o copeiro teve conhecimento, ento finalmente se lembrou de Jos. Foi s ento que Jos saiu da priso. 13 anos depois. Deus o ps como segundo homem mais importante do Egito, abaixo apenas de Fara.

Todo agir de Deus tem uma motivao, um objetivo. Deus no faz nada toa, nem por acaso; tudo que Deus faz para Glria do Seu Nome: soli Deo Glria, mesmo na nossa vida.

A Bblia nos ensina que a grande preocupao de Deus que todos sejam salvos, que venham ao conhecimento da verdade e que tenham seu nome escrito no Livro da Vida.

Dentro de um quadro desses fica difcil entender a doutrina do determinar. Todos os textos bblicos nos 4 evangelhos, que falam sobre receber alguma coisa de Deus, falam em PEDIR (aiteo) e no

determinar (paraggello) em Nome de Jesus. Porque tudo que PEDIMOS em nome de Jesus, endereado a Deus, o Pai. O Filho intercede por ns. INTERCEDER

PEDIR EM FAVOR DE ALGUM. O Deus-Filho se sujeita ao Deus-Pai, veja 1Cor.15:28. Ora, se nem o Deus-Filho determina nada ao Deus-Pai, como ns, que somos menos que a poeira do cho, vamos determinar alguma coisa para Deus?

Outro aspecto da SOBERANIA de Deus est na carta de 1Joo 4:14. Este texto explica que tudo que PEDIMOS deve estar conforme (sujeito) vontade de Deus.

Ento, no basta simplesmente PEDIR EM NOME DE JESUS. necessrio que este pedido esteja conforme a vontade de Deus, para que Ele possa nos ouvir.

Observe que o texto fala em ouvir (...sabemos que Ele nos ouve...). Para que Deus oua nossos pedidos necessrio que o pedido esteja conforme a vontade Dele. Somente para Ele nos ouvir. Isso no quer dizer atendimento automtico. Pediu, conferiu, t conforme, atendeu.

Diante dessa situao, como o neopentecostalismo classificaria a situao de Jos? Portanto, a pacincia um atributo do crente salvo, daquele que deseja receber alguma coisa de Deus, que necessita da sua

proviso, do seu favor, da sua misericrdia. O crente no tem F para determinar. O crente tem F para crer e confiar: quem cr espera, confia e descansa, pois sabe que no

momento oportuno, Deus se levantar. Existem outros textos nas Sagradas Escrituras que revelam a SOBERANIA de Deus: "Jurou o SENHOR dos Exrcitos, dizendo: Como pensei, assim suceder, e, como determinei, assim se efetuar. Is 14:24 "Porque o SENHOR dos Exrcitos o determinou; quem, pois, o invalidar? A sua mo est estendida; quem, pois, a far

voltar atrs?" Is 14:27 "Eu sei, SENHOR, que no cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos." Jr

10:23 "Que nos salvou e nos chamou com santa vocao; no segundo as nossas obras, mas conforme a sua prpria

determinao e graa que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" 2Tm 1:9 A mera interpretao gramatical e superficial destes textos nos levam a uma concluso: na verdade, quem determina DEUS. ele quem determina todas as coisas, porque todas as coisas, incluindo o ser humano, esto sujeitas a Deus, ao seu Poder e sua vontade. A ns, s nos cabe obedecer.

Isso fica bem claro em vrios textos, mas especialmente em 1Samuel captulo 15, quando Deus determinou ao rei Saul que matasse todos os Amalequitas. O rei no fez do jeito que Deus determinou: ele preservou as melhores ovelhas, as melhores vacas, e, ainda preservou a vida do rei de Amaleque. Mas Deus havia mandado exterminar tudo. Ento Deus determina ao profeta Samuel repreender o rei Saul e anunciasse o seu julgamento. O Rei Saul ainda quis apresentar umas justificativas da sua atitude. Ento Samuel vai e fala da parte do Senhor ao rei Saul:

...Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifcios como em que se obedea palavra do Senhor?

Eis que o obedecer melhor do que o sacrificar; e o atender melhor do que a gordura de carneiros. Porque da rebelio como o pecado de feitiaria, e o porfiar como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele tambm te rejeitou a ti, para que no sejas rei.

(1Sam.15:22-23)

Observe que Deus no poupou nem o rei por no ter obedecido a sua determinao. Toda histria de Israel e da Igreja est cheia de exemplos bem claros da SOBERANIA E ONIPOTNCIA DE DEUS.

Deus SOBERANO e ONIPOTENTE. Para Deus no existe meia obedincia, nem jeitinho. Obedecer atender, e pronto! H um ditado entre os militares que diz o seguinte: misso dada misso cumprida. S o comandante tem autoridade para dar misso.

2 A DOUTRINA DO EU NO ACEITO Esta frase ou mantra ficou popularizada nas igrejas de teologia neopentecostal, e muitas igrejas srias, pentecostais histricas ou

reformadas, vm copiando essa frmula, aplicando nos seus cultos, nas suas ministraes, ensinando ao povo, sem ter cuidado de analisar se isso tem respaldo nas Sagradas Escrituras.

Isso ocorre principalmente em situaes difceis, com algumas barreiras que julgamos intransponveis. correto no aceitar ou recusar a prova ou a tribulao? Precisamos meditar na verdade do Senhor Jesus Cristo e discernir o que provao e tentao.

As provaes, que so as tribulaes, opresses, dores e sofrimento acontecem na vida do crente por duas razes distintas: 1) prova: neste caso o Senhor nos encoraja a alegrarmo-nos e regozijarmos por sermos dignos de padecer pelo seu nome, porque

grande ser o galardo no reino do cu (Mateus 5.10-12 e I Pedro 3.14). A Palavra assegura que Deus no permitir que sejamos tentados alem do que possamos suportar (I Corntios 10.13 e II

Pedro 2.9). Assim sendo, no h razo para se desesperar, mas confiar que o Senhor conosco e no nos deixar desamparados na angstia.

2) tentao: a Palavra diz que a tentao no vem de Deus, mas a colheita do fruto da carne e da desobedincias. Vejamos: Tiago 1.13-15: Ningum, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus no pode ser tentado pelo mal e a ningum tenta. Mas cada um tentado, quando atrado e engodado pela sua prpria concupiscncia. Depois, havendo a concupiscncia concebida, d luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

Exemplos:

1) J, homem de vida farta, repentinamente, perdeu tudo quanto possua, inclusive os dez filhos, sendo entregue nas mos de satans, o qual lhe feriu com uma chaga maligna. Qual foi a atitud de J?

1) se lanou em terra e adorou, e disse: nu sai do ventre da minha me e nu tornarei para l; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. (J 1:20-21).

2) a mulher dele no aceitou, e disse-lhe: Ainda retns a tua sinceridade? Amaldioa o teu Deus e morre. J, lhe respondeu dizendo: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e no receberamos o mal? Em tudo isto no pecou J com os seus lbios (J 2.6 a 10).

Por acaso, no aceitou J com pacincia toda a provao que lhe foi proposta? E, caso J no tivesse aceitado o sofrimento que o Senhor Deus havia permitido? Certamente teria perdido a grande beno que o Senhor havia lhe reservado.

Observe: J entra na tribulao, na prova adorando o Senhor (Jo.1:20 ...e se lanou em terra e adorou...) e sai da prova adorando o senhor (Jo.42:2 ...bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido...).

Aqui (J.42:2) J reafirma a soberania de Deus na vida dele (venha o teu Reino). Observe que Deus ainda no havia dado qualquer bno para J. Isso s ocorreu no versculo 10, quando J, finalmente,

entendeu que a submisso vontade de Deus, a confiana na pacincia, o perdo liberado e a orao, eram as chaves para a libertao do seu cativeiro. Deus ento restitui a J o dobro daquilo que ele tinha. Observe: J era um homem prspero, mas no tinha experincia ntima com Deus. Quando ele alcanou o que Deus queria para ele, Deus o fez prosperar em dobro. E qual foi a prosperida de de J: sua famlia

2) Paulo narra em II Corntios 12 uma experincia muito forte que teve com o Senhor. Paulo tambm tinha suas inquietaes, suas

angstias, seus erros e suas falhas. Isso estava atrapalhando a obra que Deus queria fazer na vida dele, como vaso escolhido para levar o evangelho aos gentios. O Esprito de Sabedoria e Inteligncia (Is.61:1) era to forte sobre Paulo que ele comeou a se exaltar, a se achar grande, melhor.

Para que no se exaltasse, recebeu um espinho na carne, a saber, um mensageiro de satans a esbofete-lo, e, por trs vezes orou ao Senhor pedindo a libertao, mas o Senhor lhe respondeu: A minha graa te basta porque o meu poder se aperfeioa na fraqueza (v.9a).

A tribulao no maldio, porque se fosse, Deus no permitiria que Paulo permanecesse atribulado. Paulo acrescenta: porque quando estou fraco, ento sou forte (v.10b). Paulo chegou ao cmulo de afirmar ...de boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para quee em mim habite o poder de Cristo... .

Podemos concluir que, de acordo com a Teologia Neopentecostal, certamente Paulo seria considerado endemoninhado, com uma maldio hereditria.

3) Jesus: A Palavra relata que o prprio Jesus Cristo, nos momentos que antecediam ser entregue para que se cumprissem as escrituras, estava muito angustiado, pois Ele j sabia do sofrimento que haveria de passar, e quando orava ao Senhor Deus Pai dizia: Pai, se possvel, passa de mim esse clice, todavia, no se faa a minha vontade, mas a tua (Lucas 22.40-42).

A Carta aos Hebreus, no Captulo 12:1-3 narra que Jesus, apesar de ser Deus, e nessa condio ter todos os recursos celestiais sua disposio, milhares de milhares de legies de anjos sua disposio, ainda assim, Jesus suportou o sofrimento, a cruz e rejeitou a afronta.

Portanto, ns tambm, pois que estamos rodeados de uma to grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embarao e o pecado que to de perto nos rodeia e corramos, com pacincia, a carreira que nos est proposta.

Olhando para Jesus, autor e consumador da f, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se a destra do trono de Deus.

Considerai, pois, aquele que suportou tais contradies dos pecaddores contra si m esmo, para que no enfraqueais, desfalecendo em vossos nimos.

Para aqueles que argumentam que justamente pelo fato de Jesus ser Deus, e ter Nele todo poder e toda fortaleza, mesmo em sua forma humana, s Ele poderia suportar tudo aquilo, pois um ser humano, mortal, comum, jamais teria suportado, a resposta est nas prprias palavras de Jesus, em 2 passagens: Mateus, 10:24-25a

No o discpulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discpulo ser como seu mestre, e ao servo ser como seu senhor...

Joo, 15:20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: no o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, tambm vos perseguiro a vs; se guardarem a minha palavra, tambm guardaro a vossa. Mas tudo isso vos faro por causa do meu nome, porque no conhecem aquele que me enviou.

REVERNCIA Em nenhum momento a Bblia nos ensina a nos rebelar contra Deus. Em Mateus 6:7-13 Jesus nos ensina a orar. E a orao se comea se dirigindo a Deus como filho: Pai nosso.... Malaquias disse

que o filho deve ter honra, reverncia para com o pai. Jesus deu exemplo de submisso, quando disse ao Pai: passa de mim este clice, todavia no seja como eu quero, mas como T queres.... E a orao prossegue dizendo: ...seja feita a TUA vontade,,,. Aqui est outro aspecto da submisso.

CONCLUSO De tudo quanto foi exposto e em muitos outros artigos teolgicos srios, podemos concluir que esta outra doutrina hertica, e

como toda heresia, no possui nenhum respaldo bblico. Todos aqueles que a praticam, dentro ou fora da Igreja, esto caminhando para a morte espiritual, levando o povo ao engano. E na

medida em que as coisas no acontecerem de acordo com esse discurso, as pessoas mergulharo num oceano de dvidas, incertezas e tormentos.

Deus no se deixa escarnecer. O que o homem semear, ele colher. Aqueles que, conhecendo a verdade, levarem o povo de Deus ao engano, ao fracasso e derrota, com toda certeza, tero contas a acertar com Deus naquele Grande e Terrvel dia.