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A fé em cristo, mas sem obediência a ele, pode salvar alguém? - Uma análise de Tiago 2.14-26 - PARTE 2 12/1/2011 10:19:35 5 Comentário(s) Imprimir artigo 3 O QUE DIZ E O QUE QUER DIZER O TEXTO DE TIAGO 2.14- 26? No versículo 2.14, Tiago faz uma pergunta que revela a sua teologia acerca da verdadeira fé: “De que adianta...?" (grego ofelos, “qual o lucro”, “qual a vantagem”, “qual o benefício”, “qual o proveito”) 26, dando a entender que esse tipo de fé (sem obras) é teórica, abstrata, imaginária ou inexistente . Para Tiago é um absurdo alguém dizer que tem fé e ao mesmo tempo não tem as obras derivadas desta fé27 . É interessante o paralelo de ideias entre Tiago e o Senhor Jesus em Mateus 7.21-23, onde Ele também alerta àqueles que o ouviam, que não tem proveito algum (para o seu presumido discípulo) chamá-Lo de “Senhor”, se não tiver existindo uma obediência correspondente a Ele29 . Tiago não está exortando os seus leitores para acrescentarem à fé (que alegam possuir) boas obras, para então serem salvos. Neste versículo, ele está chamando a atenção para eles se auto-analisarem, se a vida cristã do dia-a-dia estava revelando as características de serem uma nova vida em Cristo. Sendo afirmativa a resposta, então eles possuíam a fé

A fé em cristo

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a fé salvadora.

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A f em cristo, mas sem obedincia a ele, pode salvar algum? -Uma anlise de Tiago 2.14-26 - PARTE 212/1/2011 10:19:355 Comentrio(s)Imprimir artigo 3 O QUE DIZ E O QUE QUER DIZER O TEXTO DE TIAGO 2.14-26?No versculo 2.14, Tiago faz uma pergunta que revela a suateologia acerca da verdadeira f: De que adianta...?" (grego ofelos,qual o lucro, qual a vantagem, qual o benefcio, qual oproveito) 26, dando a entender que esse tipo de f (sem obras) terica, abstrata, imaginria ou inexistente . Para Tiago umabsurdo algum dizer que tem f e ao mesmo tempo no tem asobras derivadas desta f27 . interessante o paralelo de ideias entre Tiago e o Senhor Jesusem Mateus 7.21-23, onde Ele tambm alerta queles que oouviam, que no tem proveito algum (para o seu presumidodiscpulo) cham-Lo de Senhor, se no tiver existindo umaobedincia correspondente a Ele29 . Tiago no est exortando osseus leitores para acrescentarem f (que alegam possuir) boasobras, para ento serem salvos. Neste versculo, ele estchamando a ateno para eles se auto-analisarem, se a vida cristdo dia-a-dia estava revelando as caractersticas de serem umanova vida em Cristo. Sendo afrmativa a resposta, ento elespossuam a f verdadeira. Se no, ento que se arrependessem ese convertessem verdadeiramente ao Senhor Jesus! 30Dos versculos 2.15 a 17, a deduo obvia: da mesma formacomo meras palavras aparentemente piedosas, contudo,desacompanhadas de atitudes piedosas, no tm nenhum proveitopara uma pessoa necessitada, assim tambm, uma f em Deusque no est sendo traduzida em atitudes de obedincia a Ele,signifca que uma f morta e que no trs nenhum benefciopara aquele que a possui!31A tenso aqui entre aquilo que sedeclara ser e aquilo que de fato est sendo. Comentando acercadeste tipo de f, Songer diz: F, aqui, usada para dar a entendero tipo de crena em Deus que uma profsso sem obras acarreta.(1990, p. 141). A diferena aqui no entre f e obras, mas entref com obras e f sem obras. 32Nos versculos 2.18 a 19, ele continua reforando o que j dissesobre a verdadeira f.33O autor desafa para que se tentemostrar34 a ele uma f sem (no grego, chris, parte de,separadamente,) as obras, querendo d a entender de se trata deuma possibilidade concreta impossvel.Tiago tambm chega a pegar pesado quando utiliza a ilustraodos demnios. Eles crem em Deus, mas no Lhe obedecemvoluntariamente (no tm obras). Ou seja: Tiago diz que mostraque a sua f em Deus verdadeira, pelas obras de obedincia aEle.35No trecho de 2.20-25, ele cita dois conhecidos exemplos bblicosentre os judeus para ilustrar o seu ensino. A tnica a mesma: af que Abrao e Raabe possuam no Senhor foi comprovada (a suaexistncia) pela obedincia a Ele em seus respectivos contextos.36Comentando o versculo 22, Fritz Rienecker & Cleon Roger (1997,p. 542) cita o texto em que Bengel diz A f mesma aperfeioada,isto , demonstrada verdadeira, pelas obras. Ou seja, a f queeles possuam no Senhor foi aperfeioada (demonstrada comorealmente existindo) pela obedincia a Ele naquilo em que amesma foi exigida.Na realidade, no versculo 2.20 Tiago d o seu puxo de orelhamais forte no leitor, que alegava que tinha f em Deus e achavaque era salvo, embora no estivesse produzindo as obras de umverdadeiro flho de Deus. Ele o chama de insensato (grego kenos,vazio, sem base, tolo, vo).37No se trata de errointelectual, mas moral.38Comentando sobre esse leitor insensato, Moo (1996, p. 106) diz: provvel que indique uma compreenso defciente eperversidade moral. Parece que para Tiago no adianta algumter conhecimento terico sobre Deus (fazer confsses de f ou crerem determinada declarao doutrinria, por exemplo) 39 e possuiruma conduta de vida moral e eticamente contrria aos ensinosdas Escrituras. Se isso est ocorrendo, alerta Tiago, como j foidito, deixe a insensatez, arrependa-se e creia verdadeiramente noevangelho de Jesus Cristo, para que seja regenerado pelo EspritoSanto (Tt 3.5) e produza os Seus frutos na vida crist (Gl 5.22-23)! No versculo 2.26, ele ento fnaliza40 o seu argumento,reforando o que vem dizendo desde o versculo 2.14, ao utilizaruma analogia interessante: Corpo sem Esprito = Corpo Morto F (em Jesus Cristo) sem Obras (sem obedincia a Deus) = FMortaA concluso para Tiago categrica: assim como impossvelexistir um corpo vivo sem o seu esprito, assim tambm impossvel existir uma f viva sem as suas obras decorrentes, ouseja: submisso ao Senhorio de Cristo, demonstrada atravs daobedincia aos mandamentos das Escrituras.4 COMO ESTE TEXTO SE APLICA IGREJA HOJE?No versculo 1.22, Tiago exorta para que seus leitores sejamregularmente41praticantes das Escrituras e no apenasouvintes. E isso se refere ao trecho que foi analisado. Para que seja praticada corretamente (ou aplicada) a Palavra deDeus, necessrio que antes de sua prtica, ela seja interpretadacorretamente. Quanto interpretao do texto, isso foi realizadono captulo anterior. Agora ser elaborada a aplicao desse texto. a) Tiago alerta para evitar o auto-engano: por toda a histria doser humano registrada na Bblia, o Senhor tem freqentementechamado ateno, seja do povo de Israel (Jz 2.1-5; 6.8-10;10.11-16; 1 Sm 7.2-4; Is 58; Jr 3.11-18; Jl 2.12-17), das naesvizinhas (Jr 43.8-13; 47; 48; 49; 50), de Sua igreja (Tg 4.7-10; Ro12.1-2; Ap 2.5, 16, 21, 22; 3.3, 19) ou mesmo dos no convertidosao evangelho (Mt 4.17; Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 17.30; 26.20), dasuprema necessidade do arrependimento de pecados e daobedincia a Ele, conforme os mandamentos das Escrituras.Tiago faz eco desta prtica divina (chamar ao arrependimento) aosacolejar e despertar seus leitores para que estes no se enganem,pensando que esto salvos da condenao eterna, por crerem emDeus teoricamente ou mesmo em vrias verdades bblicas acercaDele, embora continuem a viver a vida do dia-a-dia como a suanatureza humana pecaminosa se dispe. 42 Ele chama este tipode f de morta, sem proveito ou intil para o seu possuidor. Segundo Tiago, a f em Deus no pode ser utilizada para que apessoa se esconda de Deus atrs dela e a use como instrumentocamufador de sua vida de pecado.Como bem comentou Ulrich Parzany:43O novo modelo de religio disfarado de cristianismo [ocristianismo nominal] uma imunizao contra a f verdadeira.Religio o caminho mais forte para proteger o homem de Deus[...]. Muitos simplesmente adotam uma religio para se sentirembem e tirar Deus de suas costas. Esse tipo de cristianismo umaameaa muito mais forte para a igreja do que o atesmo.Para o ser humano, no existem atalhos nem caminhosalternativos para o arrependimento e sujeio a Cristo comoSenhor. Est mais que explcito, em toda a Escritura, que ohomem pecador (Gn 6.5; Sl 51.5; Ro 3.10-18), desobediente a Leido Senhor, rebelde para com Ele (Ro 1.28-31) e sujeito ao maligno(Ef 2.2; 1 Jo 5.19). O seu destino fnal ser o inferno (Ap 20.15),caso no se arrependa de seus pecados e se converta a JesusCristo.Todas as pessoas, mesmo as que vivem hoje na ps-modernidade,herdaram de Ado e Eva a natureza pecaminosa e que, por causadisso, so separadas do Deus Santo. O problema da inimizadepermanente do ser humano para com Deus, por causa do seupecado, no ser resolvido da forma que seja agradvel a pessoa,mas do modo como o Senhor estabelece em Sua Palavra.Por isso, quando algum que foi eleito por Deus, se arrepende deseus pecados, cr verdadeiramente em Jesus Cristo como Senhore Salvador, se sujeitando integralmente a Ele, acontece o seguinte(no necessariamente nessa ordem):a) os seus pecados so perdoados (Cl 2.15; 1 Jo 1.9; 2.12);b) tem paz com Deus e justifcada pelo Senhor (Ro 5.1);c) o Esprito Santo passa a morar nela e a transforma numa novacriatura, imagem moral de Jesus; o corao de pedra do serhumano transformado para um de carne, obediente ao Senhor(Ez 36.26-27; Ro 8.29; 2 Co 3.17-18; 5.17; Tt 3.4-6);d) liberto do poder do imprio das trevas (Cl 1.13-14) e do poderdo seu pecado (Ro 6.14, 22; Ap 1.5);e) o seu nome escrito no livro da vida (Ap 20.15; 21.27);f) passa a amar o seu prximo (Gl 5. 22-23; 1 Jo 3.14; 4.7-8);g) porque o seu carter est sendo transformado gradativamentepelo Esprito Santo (2 Co 3.17-18), ele passa ter uma prtica devida social diferente para melhor (Ef 4.17-24; Cl 3.5-10; 1 Pe 1.13-16).h) tem como maior aspirao da vida o negar-se a si mesmo eseguir felmente a Jesus (Mt 16.24-25), fazendo a vontade doSenhor em cada momento de sua vida (Jo 4.34; 6.38) e isso inclui,inexoravelmente, se reunir regularmente com outros discpulos,em um mesmo local (igreja), para ador-lo e obedecer a suavontade (At 2.42-47);i) procura conduzir a sua vida em santidade (1 Ts 4.3-8), evitaamoldar a sua mentalidade quela que padro no mundo alheioaos valores do Reino de Deus (Ro 12.1-2) e zeloso em praticarboas obras (Ef 2.10; Tt 2.14). O que est descrito nas alneas de a a i acima o se tornaruma nova criatura, conforme Paulo ensina em 2 Corntios 5.17 e,de acordo com Tiago 2.14-26, a comprovao concreta e objetiva,que a pessoa teve a verdadeira f salvadora em Cristo.No NT, ser uma nova criatura, regenerada pelo Esprito Santo,nunca sinnimo de uma simples mudana de religio (sair dojudasmo para a religio crist), nem muito menos dodescrente no evangelho, passar a participar das atividadesreligiosas das igrejas (cultos, campanhas, celebraes, shows ouespetculos), mas sim, trata-se de um encontro com Deus, onde opecador reconhece o seu pecado, se arrepende do mesmo e sesubmete ao senhorio de Jesus Cristo por toda a sua vida. O se tornar uma nova criatura em Jesus Cristo, umatransformao radical produzida pelo Esprito Santo e que ohomem no convertido ao Evangelho nem deseja, nem poderealizar por fora prpria. Biblicamente, as atitudes,comportamentos, crenas, valores, cosmovises e prticas de vida,de natureza regenerada, s podem ser oriundas de uma naturezahumana regenerada pelo Senhor (Dt 30.6; 1 Sm 10.6; Is 59.21; Jr24.7; Ez 11. 19-20; 36.26-27; Mt 7.15-20; 12.33-35). CONCLUSOSe o versculo 2.14 fosse parafraseado e estendido s vriasaplicaes na realidade das igrejas evanglicas da atualidade,poder-se-ia perguntar:a) Que adianta algum dizer que entregou a sua vida a Jesus,mas continua na prtica costumeira de pecados tais como:mentira, desonestidade, impontualidade nos compromissos(principalmente nos cultos), consumismo, explorao econmicado prximo, colar nas provas escolares, falar mal e julgar osoutros; tem mais prazer e interesse nas coisas do mundo(consumismo, programas de TV, videogames, flmes, festas, jogosde futebol, etc.) do que no Reino de Deus?44b) Que adianta algum dizer que cr que a Bblia inspiradaplenria e verbalmente por Deus, se ele pouco a l, estuda ou aobedece?c) Que adianta algum dizer que cr que Jesus o Filho de Deus,se continua existindo no seu corao dio racial ou tnico contranegros, judeus, nordestinos, imigrantes, pobres ou contra quemquer que seja?d) Que adianta algum dizer no louvor, que ama a Deus e aoprximo, mas possui grandes latifndios de terras, cercados defamlias vivendo em precrias condies de vida, sem lhes prestarnenhum tipo de ajuda humanitria? 45e) Que adianta algum dizer que cr que Deus o Senhor doimpossvel, mas no intercede regularmente a Ele e procuradesenvolver aes concretas (dentro de suas possibilidades) pelosenfermos nos hospitais, pelos desabrigados vtimas dos fenmenosda natureza (enchentes, terremotos, secas, etc.), pelos que estocarentes em suas necessidades bsicas de sobrevivncia (comida,roupa, habitao, etc.) e pelos principais problemas scio-poltico-econmicos do pas?f) Que adianta o poltico que afrma que creu em Jesus como seuSenhor, porm, na sua prtica poltica diria, demonstra atos dedesonestidade, corrupo e falta de tica?g) Que adianta o funcionrio pblico que diz ser crente emJesus, mas que, no seu desempenho profssional, continua comos muitos vcios da conhecida cultura de empresa pblicabrasileira (impontualidade, absentesmo, abuso de licena mdica,morosidade e baixa produtividade, baixa qualidade noatendimento ao pblico, apadrinhamento com polticos, etc.),prejudicando aos interesses da populao de um modo geral?h) Que adianta o presidente de uma das maiores denominaesevanglicas do pas dizer que homem de Deus, por ter crido noSenhor, entretanto, pratica uma srie de irregularidades ticas,administrativas e fnanceiras (declarao de imposto de rendaqueno corresponde realidade, registro das entradas de dzimos eofertas diferentes do que realmente ocorre, transporte de valoressem a autorizao das autoridades legais, envolvimento escusocom partidos polticos, no paga salrios justos aos empregadosda igreja, etc.)?i) Que adianta, na realizao dos mega-shows evanglicos, aondese apresentam cantores, grupos musicais e pregadores famosos,com o uso de toda sorte de recursos tecnolgicos para promoodo entretenimento, se na vida de todos eles (cantores, integrantesdos grupos musicais, pregadores, promotores dos shows,componentes das equipes que do sustentao aos eventos e osque vo assistir aos shows), no estiverem existindo as obrasocasionadas pela f no Senhor, que Tiago adverte em 2.14-26?Esses shows tm algum proveito?46j) Que adianta algum dizer que crer que Deus justo e santo,todavia, na sua vida no esto presentes as obras que socaracterizadas por esses atributos divinos, ou seja, por exemplo,compra regularmente DVDs, CDs e softwares piratas?k) Que adianta a pessoa dizer que crer que Deus sempre cumpreas Suas promessas, no entanto, essa pessoa no honra seuscompromissos fnanceiros assumidos?E a lista certamente continuaria por mais alguns tpicos. Se aexortao de Tiago foi severa para os seus leitores da poca, eladeve ser tambm para os atuais.

Como Tiago mesmo disse em 1.16 e 22, os membros das igrejasdevem se auto-avaliar e verifcar se a sua prtica de vida est deacordo com a f em Cristo que professam. Se no, cabe ento aeles, que reajam com humildade, arrependimento, f e obedinciadiante do Senhor, j que:3 Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seusmandamentos. 4 Aquele que diz: Eu o conheo, mas no obedeceaos seus mandamentos, mentiroso, e a verdade no est nele. 5Mas, se algum obedece sua palavra, nele verdadeiramente oamor de Deus est aperfeioado.Desta forma sabemos queestamos nele: 6 aquele que afrma que permanece nele, deveandar como ele andou. (1 Joo 2.3-6-NVI).__________________________________Notas29 EmMateus 7.21-23, tambmocorre uma construogramatical no grego parecido com a de Tiago. Tanto o verbo dizer(Mt 7.21, ...Nem todo aquele que me diz...), como o fazer (Mt7.21, Aquele que faz a vontade...), um particpio presente. Ouseja: quando algum declara que Jesus o Senhor da sua vida, seessa declarao for verdadeira, a prova disso que ele ao mesmotempo tambm estar obedecendo ao Senhor em cada rea de suavida. necessrio tambm ressaltar que o contexto de Mateus7.21-23, se inicia no versculo 7.15 (que pelos frutos maus, osfalsos mestres sero conhecidos) e conclui no 7.27, quando Eleaborda sobre o praticar a Sua Palavra. A grande questo no simplesmente produzir fruto, mas o tipo de fruto produzido,porque sempre sero produzidos. Mas apenas os bons (aobedincia Palavra) que revelam se a rvore boa (um coraoque foi transformado pelo evangelho).30 Pode-se objetar aqui que Tiago no iria exortar para seconverter, algum que ele chamou de irmo (versculo 2.14).Porm, o fato de algum ser chamado de irmo no NT, nosignifca, necessariamente, que ele seja de fato um crente emJesus. O termo pode ter um sentido mais amplo. Por exemplo, emAtos 2.37, aps ouvir o sermo de Pedro, os judeus perguntaram aele: Irmos, que faremos? Pedro, ento, no versculo 2.38, pregapara que se arrependam e sejam batizados.31 No versculo 2.17, no original grego (como na traduo emportugus da NVI), a palavra f vem acompanhada com o artigodefnido, especifcando assim que se refere f j mencionadaanteriormente no versculo 2.14. Ver a nota de rodap n 28acima.32 Moo, Op. cit., p. 103.33 Quando Tiago diz no versculo 2.18 ...A minha f pelasobras , a preposio pelas (no grego ek), rege o substantivo nocaso genitivo. A idia da orao essa: A minha f [de dentro das]obras. Teologicamente, o que ele est afrmando o seguinte: dedentro de sua vida crist transformada, ele extrai a f real que aproduziu. Para a anlise desta preposio, ver: GREENLEE, J.Harold. Gramtica exegtica abreviada do grego neotestamentrio.Rio de Janeiro: Juerp, 1973, p. 59-79.34 O verbo que Tiago usou que foi traduzido por mostrar (grego,deiknymi) foi utilizado 32 vezes no NT, sempre com o signifcadode apresentar (ou visualizar) algo concreto para os olhoshumanos.35 Produzir obras em Tiago equivale, teologicamente, a produzirum novo modo de viver, por ser uma nova criatura em Cristo (2Co 5.17), segundo Paulo, j que obras = obedincia em Romanos1.5 (NVI). Obras em Tiago no se limita a obras de caridade. Apalavra grega (ergon) traduzida por obra foi utilizada 169 vezes eest presente em todos os livros do NT. Paulo a emprega diversasvezes se referindo a prtica de vida crist, procedimento,comportamento, obedincia e ser uma nova criatura, porexemplo. Os textos de Romanos 2.6, 1 Corntios 3. 13-15, Glatas5.19, Colossenses 1.10; 3.17, 2 Timteo 2.21; 3.17, Tito 2.7, 14;3.1 e 8 so alguns exemplos de como Paulo utilizou a palavraergon. Ver o conceito do vocbulo obra em VINE, W. E..; UNGER,Merril F. e WHITE. JR, Willian. Dicionrio Vine: o signifcadoexegtico e expositivo das palavras do Antigo e do NovoTestamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.827-828.36 H um enorme debate teolgico acerca do signifcado deAbrao e Raabe terem sido justifcados pelas obras, conforme osversculos 2.21 e 25 parecem indicar, bem como o porqu de Tiagoter usado esses dois exemplos contrastantes (um homemconsiderado heri para o povo judeu e uma prostituta, e ambossendo gentios). Ver as explicaes esclarecedoras em Moo, Op. cit.,p. 107-116; Songer, Op. cit., p. 142-143.37 GINGRICH, F. & DANKER, Frederick W, Op. cit., p. 115.38 DAVIDS, Peter H. Novo comentrio bblico contemporneo:Tiago. So Paulo: Vida, 1997, p. 91.39 Quando ele diz no versculo 2.19: Voc cr que existe um sDeus?, ele no est perguntando: Voc cr em Deus?. H umadiferena sutil, mas importante. No primeiro caso, trata-se,possivelmente, de uma crena numa confsso de f do judasmo edo cristianismo primitivo, que para a poca de hoje, equivaleria declarao doutrinria de uma igreja. J no segundo caso, trata-se realmente de uma profsso de f em Deus. Ver Davids, Op. cit.,p. 102.40 No original grego, este versculo inicia com duas conjuneshsper gar (assim, pois), fnalizando um assunto tratado nocontexto imediatamente anterior.41 O tempo presente dos verbos gregos ginesthe e poits, que aNVI traduziu como sejam praticantes, transmite a idia de umaprtica regular. Para RIENECKER, Fritz & ROGERS, Cleon, p.538: O tempo presente indicado ao contnua e pede um hbitode vida.42 Aquilo que Paulo chama de vivendo na carne em Romanos8.5-8 e Glatas 5.17, 19-21.43 Revista Ultimato, nov./1989, p. 19.44 Observe que est dito mais prazer. No existe problema emassistir um bom flme, porm, quando algum que afrma que discpulo de Jesus, tem mais interesse e fervor nisto do que, porexemplo, ir a uma reunio de orao, ele demonstra que est comas prioridades alteradas no seu corao.45 Geralmente, no Brasil, os donos das empresas alegam que nopagam um salrio melhor aos seus empregados em virtude dainsufcincia de recursos fnanceiros por parte da organizao.Porm, estes mesmos proprietrios, junto com a sua famlia,desfrutam de um padro scio-econmico alto, aonde possuemcarros importados, roupas de grife, imveis luxuosos, viajam parao exterior, etc.. Ou seja: eles no tm recursos para pagar um bomsalrio para os seus empregados, mas tm para gastar consigomesmo (de maneira luxuosa) e com os seus familiares. o mesmoprocedimento dos donos dos antigos engenhos de cana de acare das fazendas de caf. Estes donos de empresas, por ser umanova criatura em Cristo, deveriam inserir nas relaes Capital xTrabalho uma nova maneira de gerenciar essa relao, sob a ticada justia do Reino de Deus, que inclui, certamente, uma justadistribuio da riqueza gerada pelos componentes de quem aproduziu (os empregados).46 Evidentemente que tem proveito sim, mas de naturezafnanceira e para os promotores desses eventos.