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INTRODUÇÃO.........................................................................................................07FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................12LEGISLAÇÃO..........................................................................................................12EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E A SALA DE AULA..................................................19A SAÚDE E A ESCOLA..........................................................................................24PESQUISA DE CAMPO..........................................................................................28CARDÁPIO SEMANAL DOS ALUNOS...................................................................28CARDÁPIO SEMANAL DA ESCOLA.....................................................................36ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................................................39CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................41REFERÊNCIAS............................................................................................................44
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Simone Burigo
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO E DA SAÚDE DAS CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL
CURITIBA
2010
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO E DA SAÚDE DAS CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Pesquisa ao curso de Pós- Graduação, de Gestão Pedagógica da Educação Infantil e Séries Iniciais, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista.
Orientadora: Prof.ª M.S.C. Santina Célia Bordini
CURITIBA
2010
Dedico este trabalho, aos meus pais por todo apoio e incentivo, e aos demais famil iares que acompanharam toda esta minha trajetória.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que fez com que eu trilhasse esse caminho,
possibilitando a descoberta da minha capacidade, me enchendo de força.
Ao curso de Pedagogia, da Universidade Tuiuti do Paraná, que me
permitiu atingir mais este degrau, o da pós - graduação.
À professora Santina Célia Bordini, que oportunizou a elaboração
deste estudo.
Aos amigos, que souberam dizer as palavras certas, nas horas exatas.
SUMÁRIO
RESUMO
Este trabalho é um estudo sobre a alimentação e a saúde das crianças no ensino fundamental. Este tema surgiu da necessidade de dar continuidade ao trabalho iniciado na pesquisa da monografia realizada na graduação, bem como saber se os lanches distribuídos nas escolas estaduais têm valor nutritivo. Tem como objetivo, identificar de que forma as escolas estaduais têm contribuído para garantir uma alimentação saudável às crianças do ensino fundamental visando interferir em seus costumes alimentares de forma positiva. Para tanto, os objetivos específicos foram: Verificar como as escolas estaduais desenvolvem o cardápio das crianças; identificar os alimentos ofertados no cardápio diário; analisar o cardápio das refeições servidas pela escola durante uma semana; conhecer a forma de alimentação das famílias dos alunos; identificar as formas com que a educação interfere na escolha dos alimentos; analisar como as professoras trabalham com estas questões em sala de aula relacionadas a esse assunto. Esta monografia utilizou a metodologia da pesquisa bibliográfica que permitiu a revisão da literatura, e também, a pesquisa de campo, por meio de questionário aplicado aos alunos da 4º série do ensino fundamental a fim de conhecer como é a alimentação desses estudantes em seu cotidiano. O trabalho empírico foi realizado na Escola Estadual Padre Olímpio de Souza na qual foi feita uma análise do cardápio da instituição durante uma semana. É relevante esse estudo à medida que permite através da conclusão, destacar que a merenda escolar na Escola Estadual Padre Olímpio de Souza deixa a desejar, no sentido da monotonia alimentar, pois há repetição dos alimentos na mesma semana. A alimentação e a saúde das crianças é um direito, segundo o Ministério da Saúde, bem como a Lei de Diretriz a Bases da Educação Nacional lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996, afirmando que através do Programa de Alimentação Escolar a escola deve fornecer alimentação saudável às crianças no ensino fundamental.
Palavras-chave: alimentação saudável; educação nutricional e a sala de aula; saúde na escola.
7
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho surgiu a partir do interesse pessoal de saber como as
escolas estaduais de Curitiba elaboram o cardápio servido às crianças no ensino
fundamental a fim de saber qual o valor nutritivo que apresenta.
A presente pesquisa busca trazer embasamento tanto prático como
teórico nessa área de estudos, para que em nossa docência possamos
aperfeiçoar o conhecimento tendo em vista qualificar o trabalho no ensino
fundamental.
O interesse em abordar o tema alimentação no ensino fundamental surgiu
da necessidade de dar continuidade ao trabalho iniciado na pesquisa da
monografia realizada na graduação.
Este trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa na Escola
Estadual Padre Olímpio de Souza da rede estadual situado em Curitiba, para
saber como é a educação nutricional.
Na escola Estadual Padre Olímpio de Souza é proibido às crianças
ficarem o tempo integral na instituição, e por esta questão é fornecido somente
uma refeição à tarde que é na hora do recreio.
Nesse contexto, foi observado semanalmente o cardápio das crianças no
ensino fundamental, bem como o cardápio servido pela instituição.
Nesta perspectiva, o objetivo geral foi identificar de que forma as escolas
estaduais têm contribuído para garantir uma alimentação saudável às crianças
do ensino fundamental visando interferir em seus costumes alimentares de
forma positiva. Para tanto, os objetivos específicos foram: Verificar como as
escolas estaduais desenvolvem o cardápio das crianças; identificar os alimentos
ofertados no cardápio; analisar o cardápio das refeições servidas pela escola
durante uma semana; conhecer a forma de alimentação dos alunos;
8
identificar as formas que a educação interfere na escolha da alimentação;
analisar como as professoras trabalham com estas questões em sala de aula.
Algumas crianças quando estão na escola comem os alimentos saudáveis
pelo fato dos seus colegas também comerem, mas em casa muitas vezes a
realidade é outra, pois não adquire refeições saudáveis e comem alimentos
gordurosos aumentando a obesidade.
É importante que os professores inseridos no ensino fundamental trabalhe
a alimentação saudável com as crianças como, por exemplo, construir um mural
dos alimentos saudáveis e que tenham valores nutritivos para que as mesmas
sigam um correto estilo alimentar, bem como terá um melhor rendimento escolar.
É possível perceber, que o conceito de alimentação saudável não é bem
entendido pelos pais, professores e claro, pelas crianças, pois muitos pais
deixam os seus filhos fazer refeições inadequadas para suprir a ausência deles,
sem se preocupar com as conseqüências futuras. Por meio do Programa
Cantina Saudável foi proibido nas escolas estaduais a comercialização de
alimentos gordurosos para as crianças. Entretanto, em frente algumas
instituições há comercialização de alguns produtos não saudáveis como doces e
salgadinhos, o que contribui para o excesso de peso na idade infantil, e algumas
crianças do ensino fundamental não tem consciência de que o que elas comem
pode ser prejudicial à sua saúde.
O enfoque dessa pesquisa seguiu os princípios da metodologia da
observação participativa que segundo Minayo (1996), permitem reconhecer a
independência entre as linguagens teórica e observacional.
9
A pesquisa foi desenvolvida por meio de questionário com oito crianças
do ensino fundamental para saber como é a alimentação delas semanalmente
durante o dia: café manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
Este trabalho foi organizado em três capítulos que se apresentam da
seguinte maneira:
No primeiro capítulo foi abordado sobre a Legislação Nacional que trata
do assunto. A alimentação esta incluída na legislação como direito da criança e
em documentos específicos, encontra-se o universo peculiar desse sujeito de
direitos, a criança, evidenciando a urgência em protegê-la, documentos tais
como a Declaração dos Direitos da Criança que foi adotada pela Assembléia das
Nações Unidas; aparece o Programa Nacional de Alimentação Escolar, sendo
responsável por este programa, uma nutricionista que desenvolve atividades
educativas referentes à nutrição, para promover à saúde e o bem-estar dos
alunos e auxilia na melhoria da capacidade de aprendizagem e na formação de
bons hábitos alimentares. Segundo Meyer (2006) em torno da área Saúde
Escolar tem sido registrada muitas leis, decretos e discussões.
O Ministério da Saúde possui programas de promoção de saúde na
escola que destaca a preocupação em relação à saúde das pessoas inseridas
na instituição e dos que participam da comunidade escolar. Essa instituição
considera o ambiente escolar como indutor de práticas alimentares saudáveis
relatando a promoção da alimentação saudável na escola. O Ministério da
Saúde (2008) traduziu a preocupação com a educação alimentar por meio dos
“Dez Passos para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas”. Esses
dez passos constituem um conjunto de estratégias a serem trabalhadas de
maneira complementar e permitem a formulação de ações ou atividades de
acordo com a realidade de cada local.
10
A Coordenação de Vigilância Nutricional da Secretaria de Estado da
Saúde do Paraná (2006) elaborou um material educativo com o objetivo de
contribuir para a formação de práticas alimentares e estilos de vida saudável.
O segundo capítulo destaca a importância da educação nutricional na
sala de aula. Segundo SANTOS (2005), as responsabilidades em relação à
alimentação das crianças são de todos e de cada um. A autora também aborda
que nas escolas estaduais o governo é o responsável pelos alimentos; também
a Secretaria da Saúde deve tomar algumas medidas necessárias para que as
crianças possam manter uma refeição adequada.
O Programa de Alimentação Escolar tem o objetivo de fornecer refeições
para manter as crianças alimentadas. Este programa tem como responsável
uma nutricionista que desenvolve atividades educativas referente à nutrição
promovendo a saúde e o bem-estar dos alunos. Essa atividade educativa traz
uma abordagem significativa na escola, pois a nutricionista desenvolve esse
trabalho recebendo influências do contexto social, político e econômico.
Costa (2001) destaca também o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) conhecida como Programa de Merenda em que acontecem
atividades educativas para promover à saúde dos alunos dentro da instituição.
No Ministério da Saúde (2008) aparece à alimentação saudável que
contempla alguns atributos básicos como: a acessibilidade física e financeira, o
sabor, a variedade, a cor, a harmonia e a segurança alimentar.
O terceiro capítulo aborda a saúde e a escola destacando que esse tema
está relacionado na disciplina de ciências e que a saúde envolve processos
tanto biológico, emocional, psicológico e espiritual. Meyer (2006) aponta em
suas pesquisas que a saúde e a doença são compreendidas como
11
um processo contínuo e relata que na sala de aula o professor precisa abordar
com os alunos a importância de manter uma alimentação saudável. Essa autora
destaca também que na disciplina de ciências é importante fazer a discussão
sobre os alimentos que possuem valores nutritivos. Ela aborda também que a
escola atua ignorando os afetos e separando-os dos conteúdos racionais que
procuram ensinar e destaca que as emoções e os sentimentos ficam fora do
aprendizado e fala da caminhada que é o início do nosso processo de conquista
do ser saudável, bem como relata que tanto o professore quanto os alunos em
sala de aula precisam ter liberdade podendo expressar suas opiniões e que
todos devem respeitar. Portanto, a concepção de educar, como afirma MEYER
(2006), não é uma tarefa fácil, pois pressupõe uma mudança de paradigma.
As considerações finais parecem permitir o entendimento de que a
merenda escolar nas escolas estaduais tem valor nutritivo, mas deixa a desejar,
pois de acordo com o cardápio analisado semanalmente percebe-se que a
refeição servida para os alunos não apresenta variedade havendo monotonia
alimentar, evidenciado pelo fato de que os lanches das crianças são elaborados
por nutricionistas da Secretaria da Educação, mas na instituição é elaborado
pelas merendeiras. Além disso, é constatado que a ação pedagógica cotidiana
da professora também está relacionada à saúde das crianças e por meio de
programas referentes aos alimentos, que professores juntamente com os seus
alunos podem proporcionar atividades que contribuam com o desenvolvimento e
o crescimento da criança.
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 LEGISLAÇÃO
A alimentação esta incluída na legislação como direito da criança e em
documentos específicos, encontra-se o universo peculiar desse sujeito de
direitos, a criança, evidenciando a urgência em protegê-la, documentos tais
como a Declaração dos Direitos da Criança que foi adotada pela Assembléia das
Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e retificada pelo Brasil: através do
art.84, inciso XXI, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos art.1º da Lei
n 91, de 28 de agosto de 1935, e 1º do Decreto nº 50.517, de dois de maio de
1961.
“Nas escolas, a saúde tem sido um tema de preocupação e atribuição, considerando-se tanto uma dimensão assistencial, quanto o desenvolvimento de hábitos, atitudes e valores compatíveis com uma determinada concepção de “indivíduo saudável”. (MEYER, 2006 p. 05).
A autora acima citada relata que hoje têm sido registradas muitas leis,
decretos e discussões de cunho acadêmico e político em torno dessa área
Saúde Escolar, mas o seu lugar, no currículo e na vida escolar, segue sendo um
lugar de disciplinamento, controle, conflitos e ambigüidades silenciadas nas
grandes discussões que cercam, no contexto reformista atual, tanto a formação
de professores quanto do currículo da escola básica.
Pode-se dizer que na disciplina de ciências aparece o tema Saúde
Escolar e no momento atual têm sido registradas muitas leis, decretos e
discussões na formação de professores quanto o currículo da escola.
A alimentação saudável é importante para o desenvolvimento da criança e
por esta questão as escolas estaduais precisam distribuir alimentos que supram
as carências nutricionais das mesmas para que supram as necessidades do
organismo.
13
“Para promover uma alimentação saudável, a escola é um espaço privilegiado, pois em relação à saúde fornece influência na formação de crianças e adolescentes visando à participação de todos os membros da comunidade escolar como os alunos, professores, pais, merendeiras que são responsáveis pelo fornecimento dos lanches aos funcionários.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008 p. 10).
O Ministério da Saúde aborda que na escola não se deve enfocar
somente a educação, mas a preocupação em relação à saúde das pessoas
inseridas dentro da instituição e dos que participam da comunidade escolar.
“A escola não pode ser vista apenas como um sistema eficiente para produzir educação, mas como uma comunidade humana que se preocupa com a saúde de todos os seus membros e com aquelas pessoas que se relacionam com a comunidade escolar. A escola saudável precisa, portanto, ser entendida como um espaço vital gerador de autonomia, participação, crítica e criatividade, dado ao escolar para que tenha a possibilidade de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais.” (id. 2008, p. 11).
Conforme o Ministério da Saúde (2008) considera o ambiente escolar (e
não apenas a alimentação) como indutor de práticas alimentares saudáveis e a
avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em curto, médio e
longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha com os
seguintes eixos:
- Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação
regional;
- O estímulo à produção de hortas escolares, a partir da realização de atividades
com os alunos e o uso dos alimentos produzidos na alimentação escolar;
- O estímulo à implantação das boas práticas de manipulação nos serviços que
ofertam alimentação escolar;
14
- A restrição ao comércio de alimentos e preparações com altos teores de
gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal incentivo ao consumo de
frutas, verduras e legumes;
- O monitoramento da situação nutricional dos escolares.
Com o propósito de favorecer a adesão da comunidade escolar e facilitar
a implementação de estratégias, os eixos apresentados foram traduzidos nos
“Dez Passos para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas”,
constituindo em um conjunto de estratégias a ser trabalhado de maneira
complementar e permitindo a formulação de ações ou atividades de acordo com
a realidade de cada local.
Esses dez passos são os seguintes:
1º passo: A escola deve definir estratégias, em conjunto com a comunidade
escolar, para favorecer escolhas saudáveis.
2º passo: Reforçar a abordagem da promoção da saúde e da alimentação
saudável nas atividades curriculares da escola.
3º passo: Desenvolver estratégias de informação às famílias dos alunos para a
promoção da alimentação saudável no ambiente escolar, enfatizando sua co-
responsabilidade e a importância de sua participação neste processo.
4º passo: Sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentação
na escola para produzir e oferecer alimentos mais saudáveis, adequando os
locais de produção e fornecimento de refeições às boas práticas para serviços
de alimentação e garantindo a oferta de água potável.
15
5º passo: Estringir a oferta, a promoção comercial e a venda de alimentos
ricos em gorduras, açúcares e sal.
6º passo: Desenvolver opções de alimentos e refeições saudáveis na escola.
7º passo: Aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e
verduras, com ênfase nos alimentos regionais.
8º passo: Auxiliar os serviços de alimentação da escola na divulgação de
opções saudáveis por meio de estratégias que estimulem essas escolhas.
9º passo: Divulgar a experiência da alimentação saudável para outras escolas,
trocando informações e vivências.
10º passo: Desenvolver um programa contínuo de promoção de hábitos
alimentares saudáveis, considerando o monitoramento do estado nutricional
dos escolares, com ênfase em ações de diagnóstico, prevenção e controle dos
distúrbios nutricionais. (ibid. 2008, p. 12).
Conforme foi apresentado acima, pode-se dizer que os dez passos são
importantes dentro da instituição, pois a saúde precisa estar contida no currículo
escolar, a alimentação saudável precisa ser trabalhada na escola tanto para os
alunos quanto aos seus pais, as refeições devem ser saudáveis sendo proibida
a venda dos alimentos gordurosos e com alto teor de açúcar, é necessário que
as crianças se habituem ao consumo de frutas, é importante trocar informações
sobre os alimentos saudáveis com alunos de outras escolas, sendo assim,
visando interferir nos costumes alimentares das crianças de forma positiva.
16
O Manual Operacional é necessário na promoção das práticas
alimentares saudáveis em um trabalho que envolva as pessoas dentro da
instituição, bem como a comunidade escolar.
Segundo o Ministério da Saúde (2008) os “Dez Passos para a Promoção
da Alimentação Saudável nas escolas” é um manual que foi estruturado sob a
forma de oficinas de trabalho, organizados a partir de três unidades temáticas
que são:
- Intersetorialidade: O estabelecimento de parcerias e o desenvolvimento com o
serviço de saúde e a família;
- Ambiente escolar saudável;
- Alimentação saudável na sala de aula.
Pode-se dizer que o tema central em cada unidade é discutido no formato
de oficinas a partir de um estudo de caso, sendo apresentada para a resolução
das situações, bem como os problemas levantados.
Para cada oficina são apresentados neste trabalho os gestores das áreas
de educação e saúde, trabalhadores da educação, profissionais da saúde no
nível local, representações da comunidade escolar e de outros setores e
organizações.
Como relata o Ministério da Saúde (2008) “cada oficina é apresentada de
acordo com a seguinte estruturação:
- Objetivos principais e secundários: indicam o que se pretende alcançar com
a realização das oficinas sugeridas na unidade, oferecendo aos facilitadores
um fio condutor para o planejamento, as adaptações locais e a avaliação
crítica;
- Participantes;
17
- Materiais necessários: envolve a especificação de quais recursos materiais
são indispensáveis à realização das oficinas;
- Metodologia;
- Tempo estimado: corresponde a uma estimativa da carga horária necessária
para o desenvolvimento das atividades;
- Sugestões para encaminhamentos;
- Comentários.
O objetivo da proposta é que este Manual sirva de ponto de partida como
um exercício para os gestores e toda a comunidade escolar, visando favorecer a
criação de um ambiente produtor de práticas alimentares saudáveis que sejam
reflexivas e adaptadas à realidade e cultura local.
“A partir das discussões geradas, necessidades locais podem ser identificadas e analisadas e, a partir daí, decisões podem ser pactuadas coletivamente e, dependendo do nível das proposições, as oficinas podem fundamentar a elaboração de políticas ou planos de ação para as escolas.” (ib. 2008, p. 16).
Em se tratando das oficinas como aponta o Ministério da Saúde (2008),
pode-se dizer que não têm caráter prescritivo, pois os participantes constituem
as sugestões apontadas, respeitando-se a necessidade de consideração e
adequação à realidade local.
Em junho de 2004, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná por meio
do Programa Cantina Saudável, proibiu a comercialização de alguns alimentos
nas escolas públicas e privadas, como balas, pirulitos, refrigerantes e sucos
artificiais, salgadinhos, salgados fritos e pipocas. Essa medida foi tomada para
que as crianças possam se alimentar de forma saudável e não sofrerem
conseqüências futuramente.
18
Tanto as escolas públicas quanto as privadas deverão colocar à disposição dos
alunos alimentos como frutas para que possam enriquecer o seu valor nutritivo.
Para promover o apoio à alimentação saudável junto com as crianças,
pais, professores e proprietários dos estabelecimentos alimentícios, a
Coordenação de Vigilância Nutricional da Secretaria de Estado da Saúde do
Paraná (2006) elaborou um material educativo visando que as crianças possam
contribuir para a formação de prática alimentar e estilos de vida saudável.
A Secretaria da Saúde no Município de Curitiba também implantou muitas
ações que foram realizadas para o aprimoramento das crianças que estão
inseridas no contexto escolar. Entre as ações, a Secretaria divulga a questão
dos maus hábitos alimentares e oferece cardápios balanceados nas Unidades
da Rede Municipal de Ensino. Além disso, buscou-se o apoio de outras
Secretarias do Município para ajudar na divulgação de conceitos que
contribuíssem para a melhoria dos índices da população atendida pela Rede
Municipal de Ensino, e com a comunidade envolvida.
Em se tratando da alimentação, pode-se dizer que está relatada nas
Diretrizes as bases da Educação Nacional, incluída na legislação, como direito
das crianças em documentos específicos.
Já nas Diretrizes a bases da Educação Nacional lei nº 9.394, 20 de
dezembro de 1996, do direito à educação e do dever do educar aponta o art.-4º
Dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
19
Pode-se dizer que o desenvolvimento integral da criança é
responsabilidade do Ministério da Saúde, portanto, a promoção à saúde deve
ser assumida como responsabilidade tanto do Estado quanto do Município.
Para que a criança adquira um conhecimento e aprendizagem em
relação à saúde e nutrição, é necessário que a escola proporcione estes
conhecimentos sobre a alimentação escolar por meio de atividades práticas que
possam ser executadas pelos professores em que veremos no próximo capítulo
sobre a educação nutricional e a sala de aula.
2.2 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E A SALA DE AULA
No que diz respeito à alimentação muitas crianças vão à escola para se
alimentarem e muitas vezes as refeições deixa a desejar e por esta questão
muitas delas não seguem um correto estilo alimentar tanto em casa quanto na
escola.
Pesquisas realizadas apontam que muitas crianças no ensino
fundamental em escolas estaduais apresentam carência nutricional e por esta
questão acabam tendo problemas de aprendizagem, portanto, as escolas podem
contribuir para superar estas carências nutricionais por meio da merenda
escolar.
Santos (2005) relata que as responsabilidades em relação à alimentação
das crianças são de todos e de cada um. Primeiramente é do governo que zela
o bem-estar da população, depois é o da comunidade, através de suas
organizações e agências educativas, às quais compete orientar as crianças para
hábitos alimentares adequados e logo em seguida vêm à família, em qual o
indivíduo faz parte.
20
A autora acima citada descreve que a própria criança quando se torna
independente é que deve cuidar da sua alimentação, pois ela já sabe quais os
alimentos que são indispensáveis para a sua saúde.
O governo é responsável pelos alimentos nas escolas estaduais e como
afirma SANTOS (2005) é ele quem recolhe os impostos e satisfaz as
necessidades básicas das crianças e orienta os recursos para as mesmas.
É importante que a alimentação das crianças no ensino fundamental seja
adequada e suficiente para suprir as necessidades do seu organismo, pois o
governo deve dar atenções voltadas à produção de alimentos nas escolas
estaduais. Atualmente, muitas crianças do ensino fundamental não têm uma
alimentação adequada em casa e não querem comer os alimentos fornecidos
nas escolas e esta questão constitui-se em dos mais graves problemas nas
instituições e por essa razão é que a Secretaria da Saúde tomou algumas
medidas necessárias para que as crianças possam manter uma refeição
adequada.
Segundo AERTS et.al (2007) a promoção de saúde na instituição é uma
mediação entre as pessoas e o ambiente, sendo assim, é importante que as
escolas divulguem informações sobre a saúde envolvendo à alimentação.
Em relação à promoção de saúde é importante que no ensino
fundamental os professores em seu ato pedagógico forneçam aos alunos
informações precisas em relação à saúde, incluindo à alimentação para o pleno
desenvolvimento integral da criança.
Outra questão importante é o Programa de Alimentação Escolar que
representa um conjunto de projetos cujas intenções seriam as de fornecer
refeições para manter as crianças alimentadas, tentando refletir sobre a
desnutrição e o fracasso escolar, assim como garantir através desse programa
21
alguns dos direitos da criança.
O responsável por este programa é uma nutricionista que desenvolve
atividades educativas referente à nutrição para promover à saúde e o bem-estar
dos alunos. Dentre essas atividades podem-se encontrar discussões sobre os
hábitos alimentares, fatores influentes na produção, distribuição e acesso aos
alimentos, entre outros. Dessa forma, essas atividades educativas favorecem a
integração de todos os funcionários da escola, promovendo oportunidades para
discutir as condições de saúde, bem como ajudar a contribuir para o crescimento
e desenvolvimento das discussões.
No que diz respeito em relação aos alimentos há o Programa de
Alimentação Escolar que é um espaço para desenvolver atividades em relação à
saúde, adquirir conhecimento e aprendizagem na escola, além de tratar de
assuntos como os cuidados com a higiene pessoal e ambiental, os fatores que
influem na distribuição de alimentos e os cuidados na hora de prepará-los.
Pode-se dizer que na escola tanto os alunos quanto os funcionários
passam um grande tempo dentro da instituição e é por este motivo entre outros,
que esse espaço deve ser privilegiado para promover à saúde. A escola deve
proporcionar condições para desenvolver atividades e adequar um ambiente
favorecedor em que os alunos e familiares, os funcionários e os profissionais de
saúde possam se sentir favorecido dentro do contexto escolar.
De acordo com COSTA et al. (2001), no Programa de Alimentação
Escolar, o nutricionista se integra a outros profissionais que estão inseridos
neste espaço e na sua função, e pode promover à saúde na escola através de
atividades que sejam educativas.
22
Dentro da instituição pode-se dizer que o nutricionista promove um
trabalho educativo com as crianças e dialoga estabelecendo uma relação com o
público presente.
As atividades educativas que o nutricionista desenvolve na escola
recebem influências do contexto social, político e econômico. Dentro do contexto
escolar são importantes que sejam utilizadas estratégias pedagógicas no que se
refere à alimentação das crianças, para que essas adquiram conhecimento em
relação à sua saúde.
Segundo ASSIS apud COSTA (2001) relata que as atividades educativas
em nutrição têm espaço próprio nas escolas quando se fala em promoção da
saúde e na possibilidade de virem a ser produtoras de conhecimento.
COSTA (2001) em se tratando da alimentação das crianças na escola há
o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) conhecida como Programa
de Merenda em que acontecem atividades educativas para promover à saúde
dos alunos dentro da instituição.
As merendeiras e os nutricionistas estão envolvidos no PNAE e são
responsáveis pela merenda escolar, pois o Programa de Alimentação faz parte
de uma política social inserida no contexto político e econômico. (id, 2001).
O PNAE atribui à suplementação alimentar por meio de lanches e outras
refeições no intervalo das aulas, principalmente para as crianças que vivem em
condições precárias, para que estas possam se alimentar, tentando assim suprir
as carências nutricionais.
23
“A alimentação na escola é muito significativa para a criança e para que o conhecimento seja produzido no âmbito escolar é necessário que se torne o respeito à merendeira, o acato em suas idéias dentro do contexto escolar, o estímulo a sua prática referente à alimentação e de intercâmbio entre as pessoas e a colaboração com outros funcionários da escola e com equipes de nutricionistas.” (ib., 2001).
Na escola é importante que a alimentação das crianças apresente
nutrientes necessários nos alimentos oferecidos a elas, pois assim contribui na
redução de doenças, tais como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e
doenças nutricionais.
Uma alimentação saudável precisa contemplar alguns atributos básicos:
Acessibilidade física e financeira: significa que uma alimentação saudável está
disponível e não é cara, pois se baseia em alimentos in natura e produzidos
localmente.
- Sabor: ao contrário do que muitas pessoas supõem, uma alimentação saudável
é e precisa ser saborosa. Assim, tem o resgate do sabor como atributo
fundamental à promoção da alimentação saudável.
- Variedade: vários tipos de alimentos fornecem diferentes nutrientes, evitando a
monotonia alimentar e atendendo às demandas fisiológicas.
- Cor: uma alimentação saudável é representada por grupos de alimentos de
diferentes colorações que, além de rica em vitaminas e minerais, torna a refeição
bastante atrativa.
- Harmonia: uma alimentação saudável é equilibrada em quantidade e
qualidade, dependendo da fase do curso da vida e do grau de atividade física,
estado nutricional, estado de saúde e idade e sexo do indivíduo.
- Segurança alimentar: para ser saudável, a alimentação precisa ainda estar livre
de contaminantes físicos, químicos e biológicos.
24
“Por isso, medidas preventivas e de controle, incluindo as boas práticas de higiene, devem ser adotadas em toda a cadeia de alimentos, desde a sua origem até o preparo para o consumo em casa.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008 p. 35).
É importante que o tema saúde seja abordado nas escolas como
disciplina de ciências, portanto, saúde e escola devem estar relacionadas nas
instituições em que veremos no próximo capítulo.
2.3 A SAÚDE E A ESCOLA
Pode-se dizer que a saúde é um tema abordado na escola,
especificamente na disciplina de ciências. Em relação à saúde, os livros
didáticos impõem regras tanto morais quanto higiênicas.
A autora MEYER (2006) relata sobre as sociedades mais simples, a
sociedade ocidental e a sociedade moderna e ela aborda que a corporalidade do
homem é determinada pelos condicionantes sociais e culturais.
“Nas sociedades mais simples, corpo e espírito são vistos de forma indissociável. O homem se sente parte integrante da natureza e as relações sociais são construídas e consolidadas pelo corpo”. (MEYER, 2006, p. 52)
A sociedade ocidental promove a separação entre trabalho manual e
intelectual e afasta o homem afetivamente do seu trabalho. (id. 2006, p. 52).
Na sociedade moderna que supervaloriza a produção, a eficiência e a
racionalidade, saúde/doença são vistas como conceitos estanques: um é a
ausência do outros. (ib. 2006, p. 53).
25
Em relação à saúde, pode-se dizer que envolve processos como
biológico, emocional, psicólogo e espiritual.
Pesquisas realizadas por MEYER (2006) demonstram que a saúde e a
doença, dentro de uma perspectiva mais ampla, compreendem-se como um
processo contínuo, em que os dois se alternam constantemente. Não existem
pólos absolutos entre a saúde e a doença, pois a presença de uma não significa
ausência da outra.
Através do que foi relatado acima, pode-se fazer a reflexão de como a
sala de aula possa ser um ambiente saudável, pois é um espaço com várias
crianças e é um espaço em que o professor coordena as suas atividades.
O professor em sala de aula precisa abordar com os alunos a importância
de manter uma alimentação saudável, buscando mostrar a eles que os
alimentos gordurosos e com alto teor de açúcar podem trazer conseqüências
como o excesso de peso, bem como algumas doenças.
O professor, a escola, e a sociedade vêem o ser saudável como aquele
ser que é limpo, asseado, disciplinado, obediente.
“Analisando-se o discurso dos livros didáticos e de muitos professores, no que se refere às questões de saúde e educação, nota-se a preocupação em enquadrar os indivíduos dentro de determinados padrões de comportamento: domesticação, a passividade e o conformismo.” (MEYER, 2006, p. 54).
Em algumas escolas, vários professores na área de ciências realizam
programas voltados para a saúde e neste tema é importante fazer a discussão
com os alunos sobre os alimentos que possuem valores nutritivos, a
sexualidade, drogas, bem como a AIDS. Pode-se dizer que em muitos casos, os
professores de ciências se sentem despreparados para lidar com discussões
sobre esses temas, o que causa constrangimento tanto para eles quantos aos
alunos consolidando tais assuntos como tabu.
26
A autora destaca que em relação à saúde é importante que a comunidade
escolar não fique presa a áreas nem a períodos determinados para abordar
esses temas que faz parte da vida de todos, ou seja, por todos os professores
na medida em que forem aparecendo na escola.
“Uma política educacional transformadora é fundamental, porém ela não se concretiza por decreto. Necessita do envolvimento e da vontade de mudar de todos os envolvidos no processo escolar, principalmente do professor que, como coordenador do trabalho e devido a sua função social, tem a responsabilidade de constituir-se em desencadeador dessa mudança.” (MEYER, 2006, p. 54).
Em relação à escola, a autora citada acima aborda a preocupação dos
alunos e professores de se formarem intelectualmente. A escola atua ignorando
os afetos e separando-os dos conteúdos racionais que procuram ensinar e
destaca que as emoções e os sentimentos ficam fora desse aprendizado.
Assim como separa a saúde da doença, a escola também dissocia o
homem de si mesmo, na medida em que fragmenta o corpo, a mente e as
emoções. Esquece que educação é a transformação de cada homem e do
mundo e que é um processo permanente que se dá ao longo da vida. (id. 2006,
p. 55).
A autora (2006) fala da caminhada que não existe receita para o início e
se iniciá-la negamos a nós mesmos e aos nossos educandos o direito de irmos
ao encontro das nossas possibilidades. Essa caminhada é o início do nosso
processo de conquista do ser saudável, ou seja, aquele que tem espaço para
ser ele mesmo.
“A sala de aula saudável é aquela onde existe liberdade de expressão e opiniões, respeito aos sentimentos e emoções, espaço para alegria, o lazer, a fantasia, a criatividade e a autonomia, respeito às diferenças e às vivências de cada um e reflexão e crítica sobre os conteúdos da vida”. (MEYER, 2006, p. 56)
27
A autora aborda que tanto os professores quanto aos alunos em sala de
aula precisam ter liberdade podendo expressar suas opiniões e todos devem se
respeitar. Cada aluno tem a sua vivência e a sala de aula precisa ser um
ambiente favorecedor
que seja de alegria, lazer, bem como fazer com que as crianças busquem
criatividade e autonomia.
A concepção de educar com certeza não é uma tarefa fácil, pois
pressupõe uma mudança de paradigma. O texto apresenta que uma
metodologia tradicional, onde o professor professa seu saber e os alunos devem
tê-lo como verdade absoluta não comporta esse tipo de proposta.
A proposta pedagógica que viabiliza essa idéia passa pelo resgate da
pessoa humana, primeiramente pelo professor, que é o coordenador desse
processo. Alguém que não tenha disposição para olhar para o seu mundo
interior, para perceber a necessidade de apropriar-se de seu corpo como parte
integrante de si mesmo, que tenha medo de revelar suas emoções e
sentimentos, correndo o risco de parecer tolo, dificilmente conseguirá permiti-lo a
seus alunos (id. 2006, p. 56).
Em relação à saúde em sala de aula pode-se dizer que as crianças
precisam adquirir conhecimento e aprendizagem sobre a alimentação saudável,
pois os nutrientes promovem o crescimento e o desenvolvimento das mesmas,
sendo assim, a instituição precisa promover palestras ou realizar teatros para
estimular os alunos a construírem bons hábitos alimentares.
28
3. PESQUISA DE CAMPO
Utilizando a metodologia qualitativa a pesquisa de campo foi realizada na
Escola Estadual Padre Olímpio de Souza por meio de questionário aplicado aos
alunos da 4º série do ensino fundamental a fim de conhecer como é a
alimentação desses estudantes em seu cotidiano.
Primeiro foi realizado a pesquisa bibliográfica em fontes diversas já
descritas no capítulo anterior.
Em seguida, o trabalho empírico realizado na Escola Estadual Padre
Olímpio de Souza foi organizado em duas partes: um questionário aplicado aos
alunos em sala de aula e a análise do cardápio da escola.
3.1 Cardápio semanal dos alunos.
No quadro 1, colocado a seguir, é possível observar uma compilação dos
alimentos ingeridos pelos alunos que responderam ao questionário durante uma
semana.
29
Segunda-feira Café Almoço Jantar
Aluno 1 Café com leite e
pão com manteiga
Feijão, arroz,
carne e beterraba
Feijão, arroz e
carne
Aluno 2 Nescau e pão com
geléia
Feijão, arroz, bife
e alface
Macarrão com
carne moída
Aluno 3 Café com leite e
pão com queijo e
margarina
Macarrão com
molho vermelho
Macarrão com
molho vermelho
Aluno 4 Sucrilhos com
leite
Lasanha de carne Café com pão e
manteiga
Aluno 5 Vitaminas de
frutas
Arroz com carne e
alface
Arroz com carne
Aluno 6 Café com torrada Feijão com arroz e
salada
Miojo
Aluno 7 Nescau com
bolacha recheada
Feijão, arroz e
salsicha
Nescau com pão e
margarina
Aluno 8 Nescau com
bolacha salgada
Macarrão com
carne moída
Macarrão com
carne moída
30
Terça-feira Café Almoço Jantar
Aluno 1 Nescau e pão com
maionese
Feijão, arroz,
carne e farofa
Miojo
Aluno 2 Nescau Feijão e arroz Pastel de queijo
Aluno 3 Bolacha salgada e
chá
Feijoada com
arroz e couve
Chá com bolacha
salgada
Aluno 4 Café com leite e
pão com
margarina
Arroz, feijão e
carne
Arroz, feijão e
carne
Aluno 5 Nescau com pão e
geléia de uva
Arroz com carne e
alface
Arroz com carne
Aluno 6 Neston com
sucrilhos
Feijão com arroz Neston com
sucrilhos
Aluno 7 Nescau com
bolacha recheada
Macarrão com
carne moída
Macarrão com
carne moída
Aluno 8 Nescau com pão e
presunto
Feijão, arroz,
tomate e bife
Feijão e arroz
31
Quarta-feira Café Almoço Jantar
Aluno 1 Café com leite e
bolacha maisena
Feijão, arroz,
carne e alface
Feijão, arroz e
carne
Aluno 2 Nescau e pão com
geléia de uva
Feijão, arroz, bife,
rúcula e tomate
Feijão, arroz e bife
Aluno 3 Café com leite e
pão com queijo e
margarina
Feijão, arroz e
batata frita
Nescau com pão e
margarina
Aluno 4 Café com pão,
manteiga e queijo
Macarrão com
alho
Café com pão e
manteiga
Aluno 5 Vitaminas de
frutas
Arroz com carne e
alface
Arroz com carne
Aluno 6 Café com bolacha
salgada
Feijão com arroz e
salada de tomate
Miojo
Aluno 7 Nescau com
bolacha maisena
com leite
condensado
Feijão, arroz, bife
e batata frita
Batata frita
Aluno 8 Nescau com pão e
manteiga
Feijão, arroz e
carne
Feijão, arroz e
carne
32
Quinta-feira Café Almoço Jantar
Aluno 1 Café com leite e
pão com queijo e
presunto
Feijão, arroz e
carne
Coxinha, quibe e
empadinha
Aluno 2 Nescau e pão com
nutella
Feijão, arroz e
frango
Feijão, arroz e
frango
Aluno 3 Café com leite e
pão com queijo e
margarina
Polenta com
frango ao molho
Nescau com pão e
margarina
Aluno 4 Café com pão,
manteiga e queijo
Feijão, arroz e
peixe
Miojo
Aluno 5 Vitaminas de Arroz com carne, Sopa de carne
frutas alface e tomate com mandioca
Aluno 6 Café com pão e
manteiga
Feijão com arroz
e salada de
brócolis
Pastel de palmito
Aluno 7 Nescau com
bolacha maisena
com leite
condensado
Feijão, arroz, bife
e batata frita
Feijão, arroz e
batata frita
Aluno 8 Nescau com pão e
manteiga
Feijão, arroz e
frango
Feijão, arroz e
frango
33
Sexta-feira Café Almoço Jantar
Aluno 1 Café com leite e
pão com
margarina
Feijão, arroz,
frango e batata
frita
Batata frita
Aluno 2 Nescau e pão com
nutella
Feijão, arroz,
carne e tomate
Feijão, arroz e
carne
Aluno 3 Café com leite e
pão com queijo e
margarina
Macarrão com
carne
Macarrão com
carne
Aluno 4 Nescau com pão,
manteiga e queijo
Feijão, arroz,
beterraba e carne
Arroz, macarrão e
carne
Aluno 5 Suco de laranja
com torrada
Arroz com peixe,
alface e tomate
Arroz com peixe
Aluno 6 Café com pão,
manteiga e geléia
de goiaba
Feijão com arroz e
salada de tomate
X-salada
Aluno 7 Nescau com pão,
queijo e presunto
Feijão, arroz, bife
e batata frita
Sanduíche do Mc-
Donald
Aluno 8 Nescau com pão e
manteiga
Feijão, arroz ebife Feijão, arroz e bife
34
Sábado Café Almoço Jantar
Aluno 1 Nescau com
bolacha recheada
Sanduíche Sanduíche
Aluno 2 Nescau Feijão, arroz e
carne
Pastel de carne
Aluno 3 Café com leite e
pão com queijo e
margarina
Macarrão com
molho vermelho
X-salada
Aluno 4 Café com pão,
manteiga e queijo
Feijoada Miojo
Aluno 5 Suco de laranja
com esfirra de
carne
Arroz com carne Arroz com carne
Aluno 6 Café com pão e
doce de leite
Risoto Achocolatado com
pão e manteiga
Aluno 7 Nescau com pão
e doce de leite
Feijoada Misto quente com
nescau
Aluno 8 Nescau com pão
e manteiga
Feijão, arroz e
frango
Nescau e pão com
manteiga e queijo
35
Domingo Café Almoço Jantar
Aluno 1 Nescau com
bolacha recheada
Costela e feijão
cavalo
Sanduíche
Aluno 2 Nescau com
bolacha recheada
Risoto de palmito
e carne
Risoto de palmito
e carne
Aluno 3 Pão com
mortadela e
refrigerante
Macarrão com
carne
X-salada
Aluno 4 Café com pão,
queijo e presunto
Frango e arroz Frango e arroz
Aluno 5 Nescau Arroz com carne Nescau com pão,
manteiga, queijo e
presunto
Aluno 6 Café com pão e
doce de leite
Carne e arroz Achocolatado com
pão e manteiga
Aluno 7 Nescau com pão e
queijo
Arroz, frango e
salada
Misto quente com
nescau
Aluno 8 Café com leite e
pão com
margarina
Risoto de palmito Risoto de palmito
36
Fazendo uma análise do quadro 1, é possível verificar que os oito alunos
da 4º série do ensino fundamental tiveram como alimentos na semana:
Café da manhã: Pão com manteiga, café com leite, nescau, bolacha, poucas
frutas, sucrilhos e chá.
Almoço: Feijão, arroz, carne e pouca salada. Poucas crianças relataram que
comem lasanha, feijoada e batata.
Jantar: Miojo, pão com manteiga, café, pastel e alguns repetem o almoço.
Por meio do cardápio trazido pelas crianças pode-se dizer que a
alimentação delas é equilibrada, pois alguns alunos comem alimentos nutritivos
como o café, leite, feijão, arroz, carne, vitaminas de frutas, bolacha salgada, mas
poucas crianças é que comem salada. Outras crianças comem alimentos
gordurosos como pastel, lasanha, batata frita, sanduíches e miojo.
3.2 Cardápio semanal da escola.
No quadro 2, colocado a seguir, é possível observar o cardápio semanal
dos lanches servidos pela escola no qual ocorreu a pesquisa.
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Nescau com
bolacha maisena
Risoto Sopa de
macarrão
com soja
Bolacha
salgada com
leite e coco
Sopa de
letrinhas
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A análise desses resultados foi feita levando em conta os seguintes
aspectos que caracterizam uma alimentação saudável segundo o Ministério da
Saúde:
Acessibilidade física e financeira: significa que uma alimentação saudável
está disponível para todos e não é cara, pois se baseia em alimentos in natura e
produzidos localmente.
Os lanches da Escola vêm diretamente da Secretaria da Educação, pois
os alimentos distribuídos chegam enlatados para a instituição. As pessoas que
trabalham na secretaria da Escola é que confere a chegada dos alimentos.
Sabor: A alimentação saudável precisa ser saborosa.
Por meio de conversas informais, os alunos relataram que a refeição da
instituição é saborosa.
Variedade: Os alimentos fornecem diferentes tipos de nutrientes.
A refeição distribuída na Escola não é tão variada, pois há monotonia
alimentar havendo repetição dos alimentos na mesma semana.
Cor: uma alimentação saudável é representada por grupos de alimentos de
diferentes colorações que torna a refeição bastante atrativa.
Aos olhos não oferece atrativo de cor.
Harmonia: Uma alimentação saudável é equilibrada em quantidade e qualidade.
Os alimentos são pensados para as crianças sendo elaborada por uma
nutricionista que elabora o cardápio. As merendeiras não seguem o cardápio
38
elaborado pela nutricionista, pois as mesmas é que fazem as merendas para os
alunos.
Segurança alimentar: Medidas preventivas e de controle, incluindo as boas
práticas de higiene.
Na instituição há segurança alimentar, pois as merendeiras apresentam
cuidados de higiene em relação aos alimentos.
39
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Segundo relato da diretora da Escola Estadual Padre Olímpio de Souza, o
cardápio é elaborado por nutricionistas que trabalham na Secretária da
Educação e que existe grande preocupação em garantir que os alimentos
tenham valor nutritivo. Os alimentos distribuídos chegam enlatados vindos junto
com o cardápio da merenda escolar.
As merendeiras não seguem o cardápio feito pelas nutricionistas, pois as
mesmas é que fazem a merenda da instituição.
Através de conversas informais com professoras e pedagogas da rede
pública, pode-se dizer que os lanches oferecido para as escolas estaduais,
apresentam valor nutritivo, como também os alimentos gordurosos são proibidos
dentro da instituição.
Na Escola Estadual Padre Olímpio de Souza, os professores na
disciplina de ciências fornecem aos alunos informações precisas em relação à
saúde, incluindo à alimentação, bem como os nutrientes necessários para o
nosso organismo.
“Para promover uma alimentação saudável, a escola é um espaço privilegiado, pois em relação à saúde fornece influência na formação de crianças e adolescentes visando à participação de todos os membros da comunidade escolar como alunos, professores, pais, merendeiras que são responsáveis pelo fornecimento dos lanches aos funcionários.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2008, p.10).
A alimentação da Escola Estadual Padre Olímpio de Souza apresentam
cuidados de higiene por parte das merendeiras, mas a refeição distribuída aos
alunos não tem variedade, pois há repetição dos alimentos na mesma semana.
Os alunos
40
relataram que a refeição é saborosa, pois dificilmente aparece salada no
cardápio, além disso, não oferece atrativo de cor na merenda escolar servida
para as crianças.
É possível perceber que muitos pais não estabelecem parcerias com a
escola no que se refere o tema saúde e alimentação dos seus filhos.
41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o estudo realizado, foi possível verificar que a merenda escolar na
Escola Estadual Padre Olímpio de Souza deixa a desejar, pois o cardápio
analisado semanalmente não apresentou variedade havendo monotonia
alimentar, pois há repetição dos alimentos na mesma semana. Conforme foi
citado anteriormente, os lanches distribuídos pela Secretaria da Educação
chegam enlatados para as Escolas Estaduais, mas o cardápio é elaborado por
nutricionistas.
Por meio de conversas informais com a diretora da escola, a mesma
relatou que as merendeiras que trabalham na instituição não seguem o cardápio
elaborado pela nutricionista, pois são elas que fazem as merendas para os
alunos.
Na sala de aula com as oito crianças da 4º série do ensino fundamental
realizei um questionário perguntando para cada aluno os alimentos que
consumiram durante uma semana e a cada resposta ia sendo feito a anotação
no caderno a fim de conhecer como é a alimentação desses estudantes em seu
cotidiano.
Por meio da pesquisa de campo na Escola Estadual Padre Olímpio de
Souza também foi realizado uma análise sobre o cardápio da escola.
A alimentação e a saúde das crianças é um direito delas, a partir do que
preconiza o Ministério da Saúde, bem como as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996.
42
Nas Escolas Estaduais não há comercialização de vendas de alimentos
gordurosos como salgadinhos, salgados fritos, balas, doces, entre outros.
Percebe-se que fora da escola, as crianças compram nas distribuidoras
próximas a instituição esses tipos de alimentos.
A Escola Estadual Padre Olímpio de Souza realiza palestras em relação
à alimentação saudável convidando pais, professores, alunos e os demais
funcionários para participar, mas dificilmente os pais participam dessas
atividades.
O papel do professor neste espaço, em relação à alimentação das
crianças no ensino fundamental, pode ser o de orientar essas crianças quanto
aos alimentos saudáveis. Na disciplina de ciências pode realizar um trabalho em
grupo com o tema alimentação onde cada grupo pesquise um tipo de alimento
como os carboidratos, proteínas, sais minerais e os açúcares fazendo com que
elaborem cartazes e pedir para que tragam alimentos como frutas, doces,
salgados, entre outros para fazer uma apresentação de cada tipo de alimento
para ser apresentado a outras turmas.
Dentro das instituições públicas identifica-se o Programa Nacional de
Alimentação Escolar que representa um conjunto de projetos cujas intenções
seriam as de fornecer refeições para manter as crianças alimentadas, onde
todas as merendeiras e nutricionistas da rede pública estão envolvidas, e
juntamente com os professores realizam atividades educativas para promover à
saúde das crianças.
Desta maneira, conclui-se que para que a criança adquira conhecimento
e aprendizagem em relação à alimentação, a escola deve proporcionar palestras
e atividades educativas com a colaboração das pessoas
43
envolvidas no processo. O enfoque deste estudo permitiu aprimorar o
entendimento sobre a importância da alimentação nas Escolas Estaduais e a
verificação de que este trabalho educativo deve estar presente na vida da
criança. Em se tratando de alimentação, o professor pode auxiliar com uma ação
pedagógica no que se refere à saúde das crianças, atuando por meio de
programas referentes à alimentação saudável juntamente com os seus alunos.
A partir dessa pesquisa foi possível ampliar meu conhecimento em
relação à alimentação saudável no ensino fundamental, atingindo os objetivos
iniciais, verificando que as escolas devem oferecer alimentos que sejam
nutritivos para complementar à alimentação das crianças, que nem sempre é
realizada no lar adequadamente. A pesquisa também permitiu identificar como
as ações do Ministério da Educação por meio do Programa de Alimentação
Escolar vêm contribuindo para garantir a melhoria da alimentação saudável das
crianças no ensino fundamental. Entendo assim, que as crianças necessitam de
uma alimentação balanceada, que contém entre outros: carboidratos, proteínas,
gorduras, vitaminas, sais minerais e água, enfim, uma alimentação saudável
para garantir uma boa saúde.
Vale dizer que o que se pretendeu nessa pesquisa não foi ser conclusivo
e sim, garantir que este estudo constitua-se como subsídio para reflexão no
trabalho social, comprometido com a melhoria da vida das crianças. Iniciando
um caminho que pretende ampliar a discussão sobre a alimentação e a saúde
das crianças no ensino fundamental.
44
REFERÊNCIAS
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MEYER. D. E. E. Saúde e sexualidade na escola. 3. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual operacional para profissionais de saúde e educação. Promoção da alimentação saudável nas escolas. A escola como espaço de promoção da alimentação saudável. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008.
45
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual operacional para profissionais de saúde e educação. Promoção da alimentação saudável nas escolas. Implementando os dez passos da alimentação saudável na escola. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008.
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