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A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NOS CENTROS DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS)DE ANÁPOLIS – GO
João Henrique Pio Dos Santos
Thais Pereira Da Silva
Orientadora: Profª Msª Glaciane Dias dos Santos
INTRODUÇÃO• Considerações sobre o uso racional de medicamentos (VIEIRA, 2007);
• Essencialidade da Atenção Farmacêutica (SILVA, 2006);
• A Atenção Farmacêutica foi elaborada especificamente para satisfazer as necessidades dos pacientes em relação aos medicamentos (STORPIRTIS, 1999).
• No contexto de Atenção Farmacêutica existem pacientes que fazem uso de medicamentos continuamente para diferentes patologias (AFONSO & PUERTA, 1991);
INTRODUÇÃO
• Trabalhos demonstram que a prática da Atenção Farmacêutica promove a qualidade de vida dos pacientes com distúrbios psicoativos (FREITAS et al. 2006).
• Onocko-Campos & Furtado (2006) - CAPS é um dispositivos estratégicos da reforma dos cuidados em saúde mental no Brasil;
• Na condição de serviços públicos de saúde mental no campo da saúde coletiva, devem garantir acesso, integralidade e resolutividade na assistência prestada, agregando os diferentes níveis de atenção (ONOCKO-CAMPOS, 2001).
OBJETIVOSObjetivo Geral
• O presente estudo teve o objetivo de demonstrar a necessidade de maior incorporação e valorização do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional do CAPS.
Objetivos Especifico:
• Demonstrar que profissional farmacêutico deve ser um agente atuante na promoção da saúde;
• Esclarecer o que é o CAPS e a importância do farmacêutico para este órgão;
• Determinar a importância da atenção farmacêutica no CAPS Vidativa;
• Contribuir para o conhecimento acadêmico sobre Saúde Pública no estado de Goiás.
METODOLOGIA
• Tratou-se de uma revisão bibliográfica não sistemática, onde foram pesquisados os assuntos CAPS, Atenção Farmacêutica e Dispensação de medicamentos;
• Foram encontrados 70 estudos entre eles monografias, artigos, leis, resoluções, portarias e apostilas, desses 51 atendiam os requisitos propostos a seguir ;
1. Relacionados aos temas propostos, como o CAPS, Atenção Farmacêutica, Reforma Psiquiátrica no Brasil e Dispensação de Medicamentos;
2. Publicações no período entre 1990 a 2010, nos idiomas inglês, português e espanhol, nas bases de dados Scielo, Medline e Pubmed.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICACentros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• No Brasil, até a segunda metade do século XIX, não houve assistência médica específica aos doentes mentais (MOSTAZO & KIRSCHBAUM, 2003);
• Primeiro hospital psiquiátrico no Brasil surge em 1852 - Hospício D. Pedro II, no Rio de Janeiro (MOSTAZO & KIRSCHBAUM, 2003);
• Após o golpe militar de 1964, a política oficial na área da saúde mental, baseava-se no investimento do aumento dos leitos psiquiátricos, multiplicando a rede privada contratada (SOARES & SAEKI, 2006);
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• 1979 a visita do psiquiatra italiano Franco Basaglia e o I Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, em São Paulo, dois marcos históricos na discussão das Políticas de Saúde Mental no Brasil (SOARES & SAEKI, 2006);
• Projeto de Lei nº 3.657/89, do deputado federal Paulo Delgado, que discorre sobre a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por outros recursos assistenciais (Hospitais-Dia, Núcleos e Centros de Atenção Psicossocial - NAPS e CAPS, Lares Protegidos) (SOARES & SAEKI, 2006);
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• A Reforma Psiquiátrica Brasileira, atualmente, na sua vertente assistencial, é marcada pela implantação de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico (WETZEL et al. 2008);
• A Declaração de Caracas (1990/2004) estabeleceu a política e as diretrizes, em acordo com a tendência mundial de “atendimento comunitário, descentralizado, participativo, integral, contínuo e preventivo” preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (SANDUVETTE, 2007):
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• Os CAPS surgem no Brasil a partir de 1986 tendo como fontes inspiradoras as estruturas de hospital-dia que surgiram na França na década de 1940 (PITTA, 1994);
• O primeiro CAPS do país surge em março de 1987, com a inauguração do CAPS Luis da Rocha Cerqueira, na Cidade de São Paulo (GOLDBERG, 1992);
• Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades de atendimento intensivo e diário aos portadores de sofrimento psíquico grave, constituindo uma alternativa ao modelo centrado no hospital psiquiátrico, caracterizado por internações de longa permanência e regime asilar (SILVA, 2000);
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• Os CAPS são definidos pela Portaria nº 224 de 29 de janeiro de 1992, do Ministério da Saúde, como unidades locais/regionalizadas, que contam com uma população adstrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de quatro horas, por equipe multiprofissional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004);
• A Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, estabelece que os CAPS passem a ser definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, constituindo-se em CAPS I, CAPS II e CAPS III (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004);
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• Em outubro de 2005 o Ministério da Saúde totalizou a implantação de 689 CAPS em todo Brasil;
• O CAPS I dá resposta efetiva a 50 mil habitantes;
• CAPS II dá cobertura a 100 mil habitantes;
• CAPS III dá cobertura a 150 mil habitantes;
(RABELO & TORRES, 2006)
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• De acordo com dados do Ministério da Saúde, existem no país 1620 CAPS em funcionamento, desses, 716 são CAPS I, 418 CAPS II, 55 CAPS III, 128 CAPSi e 258 CAPSad. No estado de Goiás, são 10 CAPS I, 14 CAPS II, 2 CAPSi e 4 CAPSad, com um total de 30 unidades (IBGE, 2010);
• A Portaria nº 336 de 19 de fevereiro de 2002 (MISTÉRIO DA SAÙDE, 2002) amplia a abrangência dos serviços substitutivos, definindo o CAPS como um serviço ambulatorial de atenção diária, devendo funcionar segundo a lógica do território e responsabilizar-se pelas ações em saúde mental de sua região;
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• A Portaria nº 336 de 19 de fevereiro de 2002 (MISTÉRIO DA SAÙDE, 2002) estabelece que para municípios com população entre 20 mil e 70 mil habitantes pode-se implantar o CAPS I;
• Em municípios com população entre 70 mil e 200 mil habitantes pode ser operacionalizado o CAPS II;
• Em municípios com mais de 200 mil habitantes, o CAPS III; esse último podendo funcionar 24 horas;
• Estabelece também o Centro de Actenção Psicossocial infanto-juvenil (CAPSi) II para atendimento a crianças e adolescentes com transtornos mentais e Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas (CAPSad) II para atendimento a pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas;
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
• O CAPS trabalha com equipe multiprofissional e as atividades desenvolvidas neste espaço são bastante diversificadas, oferecendo atendimentos em grupos e individuais, oficinas terapêuticas e de criação, atividades físicas, atividades lúdicas, arteterapia, além da medicação, que antes era considerada a principal forma de tratamento (MIELKE et al. 2009);
• De acordo com Oliveira & Freitas (2008), a equipe multiprofissional deveria ser constituída por psiquiatras, neurologistas, enfermeiros, farmacêuticos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, musicoterapeutas, terapeutas ocupacionais, auxiliares de enfermagem, monitores e estagiários, entre outros.
Atenção Farmacêutica e Dispensação
• De acordo com Hepler e Strand (1990), os medicamentos são administrados com o propósito de alcançar a cura da patologia, eliminação ou redução dos sintomas, interromper ou controlar o processo de uma doença e também para prevenção de uma patologia.
• Morbidade relacionada com medicamentos apresenta componentes clínicos e biossociais (OSHIRO & CASTRO, 2006).
• Diante da necessidade de diminuir os problemas relacionados a medicamentos e implementar o seu uso racional, os farmacêuticos repensaram o seu papel na sociedade.
• A prática farmacêutica se voltou para o paciente, assegurando uma terapia efetiva (STRAND, CIPOLLE & MORLEY, 1998).
Atenção Farmacêutica e Dispensação
• Nos Estados Unidos, Hepler e Strand (1990) elaboraram um conceito de prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico, chamada Atenção Farmacêutica.
• A Atenção Farmacêutica, é uma atividade prospectiva que objetiva prevenir problemas relacionados a medicamentos (PRMs).
• Prover Atenção Farmacêutica significa realizar três funções primordiais para o paciente: identificar PRMs potenciais e reais, resolver PRMs reais e prevenir PRMs potenciais.
• Fornecer informação apropriada para assegurar o uso racional e não apenas dispensar (STRAND, CIPOLLE & MORLEY, 1992).
Atenção Farmacêutica e Dispensação
• Acompanhamento e orientação do paciente;
• Avaliação dos seus fatores de risco;
• Prevenção da saúde;
• Promoção da saúde e vigilância das doenças.
• Disposição de serviços de prevenção clínica;
• Vigilância e publicações em saúde pública;
• Promoção do uso racional de medicamentos pela sociedade.
Atenção Farmacêutica e Dispensação
• De acordo com Severino, et al. (2008) a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico em um contexto multiprofissional voltado à promoção, manutenção e recuperação da saúde, tanto no nível individual quanto coletivo, tendo o medicamento, como elemento fundamental, visando o acesso qualitativo e quantitativo e o seu uso racional.
• Atenção Básica Farmacêutica se refere as ações específicas do profissional farmacêutico no contexto da assistência a população (LESSA, 1998).
• O conceito de Atenção Farmacêutica é considerado aplicável a todos os países mesmo levando em consideração diferenças como a situação socioeconômica (OMS, 1999).
Atenção Farmacêutica e Dispensação
• O farmacêutico é o responsável não só pelo fornecimento do medicamento, como também pela orientação para o seu uso adequado (ANGONESI & SEVALHO, 2010).
• Segundo a PNM (Portaria Nacional de Medicamentos), a dispensação é uma das atividades da Assistência Farmacêutica e é privativa do farmacêutico.
• Atribuições do farmacêutico, na dispensação de medicamentos de acordo com Angonesi (2008).
• A ausência de Atenção Farmacêutica qualificada pode gerar transtornos para o paciente e prejuízos para os sistemas públicos e privados de saúde (OLIVEIRA & FREITAS, 2008).
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
• A terapia medicamentosa dos transtornos mentais pode ser definida como tentativas de modificar ou corrigir comportamentos, humores ou pensamentos patológicos pela química (KAPLAN et al. 1997).
• “Usuários De Um Centro De Atenção Psicossocial: Um Estudo De Suas Representações Sociais Acerca De Tratamento Psiquiátrico” (MOSTAZO & KIRSCHBAUM, 2003).
• Oliveira & Freitas (2008), no estudo “Instrumento Projetivo Para Implantação Da Atenção Farmacêutica Aos Portadores De Transtornos Psicossociais; Atendidos Pelo Centro De Atenção Psicossocial”, verificaram que a automedicação é um dos problemas mais citados e comuns entre os pacientes.
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
• Os profissionais farmacêuticos precisam de conhecimento e treinamento adequado para prestar a orientação aos usuários de medicamentos, com o propósito dos pacientes aumentarem a sua adesão ao tratamento, e estimular o seu uso racional e seguro (BRAGA et al. 2005).
• Atenção Farmacêutica em pacientes psiquiátricos implica em gerar uma boa relação interdisciplinar entre o médico prescritor e o farmacêutico dispensador (FERNANDES, 2006).
• Na Psiquiatria, a interdisciplinaridade é uma necessidade inquestionável, devido à existência de tantos fatores inespecíficos que podem conspirar contra o tratamento (FRIDMAN & FILINGER, 2002).
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
• Segundo Fridman & Filinger (2002), a interação médico-farmacêutico frente aos pacientes psiquiátricos deve basear-se em alguns pontos como:– Comunicação profissional-paciente-familiares;– Medicação;– Troca ou ajuste na medicação;– Reuniões científicas.
• Segundo Fridman (2001), o profissional farmacêutico na aplicação da Atenção Farmacêutica aos pacientes com problemas neuropsiquiátricos deve focar os seguintes aspectos concretos:– RAMs freqüentes;– Enfermidades concomitantes;– Cumprimento dos Tratamentos;– Interações Medicamentosas.
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
– Cuidados específicos;– Uso de álcool;– Grupos de Risco;– Uso de medicamentos de Venda Livre;– Monitoramento e Seguimento;– Fatores Farmacotécnicos.
• É fundamental: detectar e informar os PRMs; melhorar a colaboração com o médico; observar e analisar as possíveis complicações das diferentes patologias neuropsiquiátricas; enfatizar ao paciente tudo aquilo que irá contribuir para a eficácia do tratamento (FRIDMAN, 2001).
• Um objetivo fundamental da Atenção Farmacêutica é promover o
cumprimento terapêutico ou conseguir com que o paciente se ajuste ao plano de tratamento estabelecido (NIETO & MANRIQUE, 2005).
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
• É importante que o paciente e/ou seus familiares entendam a natureza da enfermidade e que saibam o que devem esperar dos (NIETO & MANRIQUE, 2005).
• Segundo Fridman (2001), algumas atitudes devem ser tomadas para uma melhor adesão ao tratamento:
– É recomendável que o paciente conheça e compreenda a importância do cumprimento do tratamento e as vantagens que representam para ele e para a sociedade.
– É importante que o paciente conheça o prognóstico de sua enfermidade e os efeitos benéficos e colaterais que podem apresentar a administração do medicamento.
Importância da Atenção Farmacêutica no CAPS
– A boa relação profissional entre paciente, farmacêutico e outros profissionais da equipe de saúde, é uma excelente ferramenta de trabalho para favorecer o cumprimento dos tratamentos.
– Devem ser feitos esquemas terapêuticos adequados aos hábitos de vida do paciente, sobretudo em pacientes polimedicados.
• A utilização de novos fármacos que permitem menos doses ou outras formas de administração faz com que os pacientes cumpram melhor o tratamento. É importante avisar ao paciente sobre a melhoria sintomática e a necessidade de continuar o tratamento mesmo que os sintomas tenham cessado. (NIETO & MANRIQUE, 2005).
CONCLUSÃO• A Atenção Farmacêutica torna-se importante onde haja a dispensação de
medicamentos com a presença de um farmacêutico habilitado.
• A dispensação correta de medicamentos e a Atenção Farmacêutica adequada.
• A falta de reconhecimento do profissional farmacêutico .
• Dispensação de medicamentos comumente realizada por outros profissionais da área da saúde no CAPS.
• Os estudos sobre o CAPS são escassos no meio acadêmico da área de saúde.
• Por fim tornam-se necessário uma melhor valorização do farmacêutico como agente promotor da saúde.