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A importância das histórias em quadrinho s como veículo de informação e entretenimento: a nova SIPAT. Um estudo de caso.
Aparecida Ribeiro dos Santos1 José Elias da Silva2
Esta apresentação tem como objetivo divulgar a produção editorial do Grande ABC, mais especificamente da Empresa Nova SIPAT em Santo André, e o trabalho que esta realiza no tocante à criação de textos e imagens inseridos em mídias e suportes alternativos, como gibis, baralhos, caixas de remédios e outros, que objetivam conscientizar o trabalhador dos cuidados necessários em relação a sua saúde no trabalho e além deste. Por meio das histórias em quadrinhos e de outras formas de comunicação há também a preocupação de levá-los a uma conscientização mais profunda que perpassa pela formação intelectual e humanística dos trabalhadores. A metodologia apresentada no trabalho será a pesquisa bibl iográfica e o estudo de caso da empresa e o seu trabalho de comunicação referente à saúde do trabalhador. Palavras Chaves: Comunicação, Histórias em Quadrinhos, Saúde, Segurança.
Introdução
... "o paradoxal e o incompreensível não morrem, se encarados com alegria. Só se morre de tédio. E felizmente as histórias em quadrinhos estão distante dele" .
Frederico Fellini
Pretende-se neste estudo divulgar a produção editorial do Grande ABCD, na
personificação da Empresa Nova SIPAT em Santo André, por meio de um estudo de caso.
O estudo de caso nos mostrará de que forma esta empresa utiliza como veículo de
comunicação suportes alternativos, como as histórias em quadrinhos objeto de nossa
análise a fim de divulgar mensagens de conscientização a respeito de saúde e segurança do
trabalhador.
É fundamental para o avanço dos processos comunicacionais que as habilidades
do emissor, no caso deste estudo- a Nova SIPAT recorra à mídias e suportes diferenciados
a fim de atingir seus propósitos.
Com a utili zação de meios e métodos alternativos para veicular suas informações a
Nova SIPAT procura atingir em cheio o seu público - alvo formado em sua grande maioria
por operários que trabalham em áreas de risco, levando-os à conscientização da
importância de utili zar-se o material de segurança, além de outras informações
relacionados à saúde como alcoolismo, drogas, Aids.
1 Mestre em Comunicação Social pela UMESP e professora da FAENAC 2 Graduando do curso de Produção Editorial da FAENAC
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As histórias em quadrinhos, que é um dos meios alternativos utili zados pela
empresa e cerne de nossa análise, funcionam como uma interação entre emissor e receptor
facili tada por esse meio de comunicação que utiliza recursos linguísticos específicos,
humor e uma narrativa que se aproxima muito da oralidade, do tom informal para informar
e conscientizar, objetivando uma construção cidadã e humanística.
A histór ia em quadr inhos como meio de comunicação
As histórias em quadrinhos disseminaram-se a partir da simbiose entre a
linguagem escrita e visual oferecendo ao leitor recursos linguísticos e imagéticos
diferenciados dos encontrados em outras narrativas.
A narrativa das histórias em quadrinhos aproxima o leitor de suas vivências quer
sejam espirituais, metafísicas, quer sejam concretas, como o cotidiano de seu trabalho no
caso da narrativa realizada pela Nova SIPAT em suas histórias. Aliado ao aspecto mítico,
que faz com que o leitor possa ser conduzido ao mundo imaginário prenhe de sensações
sinestésicas e metafóricas , mesmo quando se trabalha com temas concretos de seu dia a
dia.
Esse aspecto é relevado pela hibridização das linguagens, ao se conjugar em um
mesmo texto a escrita e o desenho, a mensagem mesmo sendo de caráter informativo e
preventivo, por vezes, altamente referencial, como no caso das histórias em quadrinhos
analisadas nesse estudo tornam-se agradáveis e de fácil entendimento.
O leitor e o autor estabelecem uma interação cujo centro é um assunto em comum,
ao qual dedicam suas atenções visuais e cognitivas, por meio de uma atividade
conversacional que muito se aproxima da linguagem de seu dia a dia. Esse diálogo entre
os atores sociais nasce a partir de um sentido que se integra naturalmente aos contextos nos
quais a comunicação se desenrola.
A construção de sentidos pelos atores é elaborada por ações de comunicação
específicas chamadas de processos que intervém sobre os diversos contextos e formam
assim a trama de situação comunicacional.
Nas histórias em quadrinhos é importante analisar-se de que forma o estudo dos
processos comunicacionais faz-se presente, pois torna-se absolutamente necessário
identificar quais são os atores sociais emissores ou receptores da comunicação, no caso de
nosso estudo a própria organização Nova SIPAT como ator social, que são presentes na
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construção da narrativa, sem este enfoque é impossível descobrir-se o significado profundo
da comunicação.
Segundo, Vergueiro, 1999, o surgimento e o desenvolvimento das histórias em
quadrinhos ocorreram de uma forma muito mais abrangente no seio da comunicação de
massa. As histórias em quadrinhos, indubitavelmente, pertencem a Indústria Cultural e
como tal, carregam em si todos os aspectos correlacionados aos outros veículos como a
"pasteurização de conteúdos", o imperialismo, a preocupação com audiência e a recepção
passiva.
Para esse autor, no entanto, o papel das histórias em quadrinhos seria o de uma
mídia alternativa, assim como as rádios e tvs comunitárias e os jornais de bairro, ou seja, a
partir do momento em que os veículos de massa preocupam-se mais com o geral- o global
a história em quadrinhos como suporte e meios alternativos particulariza. Além de fornecer
informações, entretenimento e humor como no caso das histórias em quadrinhos criadas
pela Nova SIPAT. "no caso das histórias em quadrinhos, seria talvez equivocado imaginá-
las como manifestações artísticas ou de comunicação totalmente desvinculadas da
realidade em que foram criadas". ( VERGUEIRO, 1999, s/p)
As histórias em quadrinhos apresar de pertencerem ao universo da comunicação de
massa retratam, ou melhor , fazem um recorte da realidade atuando a partir das condições
de produção históricas e sociais da sociedade que representam, aparecem com uma
resistência à massificação da linguagem e de conteúdos, análogo ao que já foi exposto
acima com os veículos de comunicação comunitários.
Nesse sentido a Nova SIPAT veicula um conteúdo voltado à conscientização dos
trabalhadores promovendo uma construção cidadã e continuada ao informar e entreter a
respeito dos problemas relacionados à saúde e segurança destes e por extensão de suas
famílias e das comunidades em que residem.
"As histórias em quadrinhos, em geral, de um lado não dão muitas informações, mas de outro permitem ao leitor preencher as lacunas, os silêncios de personagens com a sua própria percepção e imaginação; criar em cima das tiras. Além disso, elas permitem a construção de um novo conhecimento a respeito de vários fenômenos". (GOTTIEB, 1999, p. 179).
Concordamos, em tese, com a assertiva da autora, pois é claro que as histórias em
quadrinhos as quais se refere são aquelas produzidas em massa pela Indústria Cultural, mas
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as histórias em quadrinhos são capazes , sim de informar sem perder as suas características
de humor e os recursos linguísticos como no caso que será analisado da Nova SIPAT.
"As histórias em quadrinhos comunicam numa linguagem que se vale de experiência visual comum ao criador e ao público. Pode-se esperar dos leitores modernos uma compreensão fácil da mistura imagem- palavra e da tradicional decodificação do texto . A história em quadrinhos pode ser chamada "leitura" num sentido mais amplo que o comumente aplicado ao termo". ( EISNER, 1989, p. 7)
A COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS
Segundo Vigneron, 1997, a comunicação inserida no contexto organizacional é
absolutamente necessária. Secularmente o homem vem desenvolvendo métodos e
tecnologias que alteraram as relações de trabalho e a própria forma de relações
comunicacionais nas empresas.
No entanto, com todo o desenvolvimento tecnológico que introduziu nas empresas
como a robotização, elas ainda são formadas por pessoas, que pensam, sofrem,
questionam buscam soluções e necessitam de informação e conhecimento.
"Introduzir novas técnicas de comunicação não pode acontecer sem repensar a comunicação interna e externa das organizações. Sabe-se que o homem resiste às mudanças que devem ser preparadas e acompanhadas. A informação, a motivação e a formação dos homens e mulheres são fundamentais".( Mathelort apud Vigneron, 1997 , p. )
Faz-se imperiosa a percepção que no atual estágio de modernização em que nos
encontramos com a inserção no cotidiano das organizações das tecnologias da informação
e da comunicação que a comunicação interpessoal desempenhe um papel relevante.
Cabendo-lhe a articulação, formação, informação, a conscientização dos
trabalhadores a partir dos seus interesses comuns e dos interesses das comunidades em que
assistem.
O avanço das TICs não deve ser um empecilho para o avanço intelectual e cidadão
dos trabalhadores, cabe a comunicação interpessoal buscar também alternativas como
teatro, jornais, histórias em quadrinhos como as da Nova SIPAT e outros suportes para
que essa inserção seja um elo para viabili zação de projetos que os incluam na sociedade da
informação e da comunicação, coibindo-se o processo de exclusão que se agiganta aos
nossos olhos.
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Nova SIPAT: passo a passo
A Nova SIPAT começou sua trajetória há mais ou menos 12 anos.
Após um longo período, devido a mudanças econômicas, políticas e sociais, sentiu a
necessidade de trilhar novos caminhos, e acabou por optar por um novo segmento dentro
das empresas: a área de segurança do trabalho.
As empresas a essa época, buscavam caminhos e linguagens alternativas e
diferenciadas para conscientizar os colaboradores sobre questões referentes a saúde e
segurança dentro do local de trabalho e utili zação dos equipamentos de proteção
individual.
Sempre pautando por uma visão futurista, a NOVA SIPAT viu nesta mudança um
novo nicho de mercado e estabeleceu sua missão: desenvolver projetos de comunicação
interna e marketing social.
Criou então um novo conceito na área de comunicação: a Linguagem Teatral, com
espetáculos para abordar de maneira direta e objetiva, todas as questões relacionadas a
segurança do trabalhador.
Quebrou também um paradigma por meio de palestras animadas interativas, em
que os atores são os palestrantes, conseguiu resgatar o interesse dos colaboradores, que
antes tinham a idéia de que palestras eram cansativas e sonolentas. Com as palestras
animadas, a empresa tinha sempre muita informação, para muitos.
Após um tempo, inovou mais uma vez, levando o teatro para dentro das linhas de
produção da empresa. Nasceram disso as Intervenções, inspiradas nos happening do anos
60, pequenas interferências nos locais de trabalho, com personagens lúdicos que ficaram
famosos em muitas empresas, e que conseguiam atender a todas as expectativas dos
colaboradores e das empresas, pois passavam as informações sem a necessidade de parar a
produção da fábrica.
Já nessa época, a NOVA SIPAT começou a desenvolver materiais didáticos e
informativos, como gibis, cartilhas, e diversos jogos para a semana de prevenção de
acidentes de trabalho.
Com esse trabalho a pesquisa sobre as formas e suportes de comunicação atingiram
uma enorme gama de possibili dades.
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Partimos do principio que toda informação deveria "grudar" em nossos receptores e isso só
seria possivel com produtos que tivessem um enorme potencial de informação mas, que
permitissem uma intensa interatividade.
A dinâmica do álbum de figurinhas, por exemplo, é um dos trabalhos mais
inovadores da NOVA SIPAT: atos e condições inseguras na empresa, estão colocados em
um álbum, e a ação corretiva deve ser feita através das figurinhas, que deverão ser trocadas
pelos colaboradores para preenchimento correto deles.. Com isso cria-se a interação entre
todos, e no final o painel será a fabrica montada com segurança e qualidade.
Mas a NOVA SIPAT não parou por ai. Começou a atuar em outros departamentos
das empresas: Recursos Humanos, Departamento Médico, Meio Ambiente, Serviço
Social, sempre utilizando linguagens alternativas e diferenciadas.
Vieram então os projetos específicos e personalizados:
�Programas de Rádio ao vivo, apresentados durante os horários de refeição, no
restaurante da empresa;
�Feira de Segurança e Qualidade, com stands e personagens "vendendo" saúde,
segurança, proteção ao meio ambiente;
�Talk Show ao vivo, com paródias, entrevistas, musica e participação direta dos
colaboradores, entre outros.
Hoje conhecida no mercado por seu arrojo e determinação, a NOVA SIPAT firma-
se como uma agência solucionadora de problemas, especializada em soluções em
comunicação interna.
Comentár ios da mídia a respeito da nova SIPAT
"Artista dá novo tom à semana de segurança"
“O número 370 da rua Barão de Rio branco, em Santo André, no ABC paulista, fica entre o 274 e o 299 e abriga um negócio que, à primeira vista, pode parecer tão maluco quanto a numeração da rua. A Nova SIPAT, Comunicação. Projetos e Eventos faz animação teatral de semanas de prevenção de acidentes (SIPAT) e campanhas de qualidade total, destinadas ao pessoal do chão da fábrica. "Mas "peão" nop gosta de teatro, diriam preconceituosos. A Nova SIPAT não concorda”. Gazeta Mercantil - 18 de janeiro de 1995- Paulo Trevisan Jr.
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"20º SIPAT: SEGURANÇA: UM DEVER DE TODOS"
“ ... Sem dúvida, o ponto alto do evento foi a apresentação do Grupo de teatro Nova SIPAT com a peça "Zero-Zero- A contra o acidente do Trabalho". A peça, com 60 minutos de duração, enfocou situações do dia- a -dia das diversas áreas operacionais, ressaltando a importância da observação às Normas de Segurança, assim como a utili zação correta dos Equipamentos de Proteção Individual- EPI. Evidentemente, o espetáculo tinha muito humor, porém, as questões levantadas, eram sérias e a maneira como foram colocadas contribuiu para o sucesso da apresentação” . Gerdau- abril/maio 1996. Publicação Interna
"Alô, alô segurança!"
“A comunicação passa a ser mais umA aliada na divulgação da saúde e segurança do trabalho” . Revista Proteção março de 1996.
Análise da linguagem dos quadrinhos da nova SIPAT
As histórias em quadrinhos são uma mídia com linguagem própria, e mesmo
aquelas que visam à divulgação da saúde e segurança do trabalhador utilizam-se de
recursos lingüisticos específicos das histórias em quadrinhos veiculadas nos veículos de
comunicação de massa.
Concordamos com Mangueneau, 2001, que o suporte não e acessório. Hoje,
estamos cada vez mais conscientes de que o meio não é um simples meio de transmissão
do discurso, mas que ele imprime um certo aspecto a seus conteúdos e comanda os usos
que dele podemos fazer. O meio não é um simples meio, um instrumento para transportar
uma mensagem estável: uma mudança importante do meio modifica o conjunto de um
gênero de discurso.
A linguagem dos quadrinhos é híbrida, ou seja, utiliza os recursos da escrita e
imagéticos a fim de entreter e informar como no caso das analisadas neste trabalho.
O leitor é quem constrói a ação, interage com ela por meio da hibridização da
linguagem. É textual, util iza - se da narrativa com enredo, personagens, diálogos,
geralmente em primeira pessoa, o que lhe conota uma certa intimidade com o leitor.
A linguagem escrita aproxima-se da oralidade, fazendo com que o leitor se sinta
parte do contexto narrativo, recurso este muito importante nas HQ da Nova Sipa que tem
por objetivo levar o leitor a conscientizar-se a respeito de saúde e segurança e não apenas
entreter.
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Há uma adequação lingüistica, justamente, para trazer o leitor mais próximo da
história, da informação. O uso de onomatopéias faz com que a linguagem se aproxime da
oralidade, novamente com o intuito de persuadir o leitor a sentir-se íntimo com o contexto
da história.
As pausas são expressas por sinais de pontuação e são operadores e indicadores das
mudanças de sentimento e estados psicológicos dos personagens.
A utilização dos grafemas, dos diacríticos, assim como os balões sãoi utilizados
para exprimirem sentimentos.
As histórias em quadrinhos da Nova SIPAT fazem uso das funções referencial e
metalinguística da linguagem a fim de divulgar sua mensagem. Os balões reforçam o tom
conversacional.
Um aspecto a ser relevado nas HQ da Nova SIPAT é a util ização do humor, mesmo
tratando-se de uma narrativa com o objetivo explícito de informar e conscientizar o
trabalhador .
"Cada povo, cada época, cada cultura tem do humor uma visão particular, muitas vezes intraduzível a outra língua. O espaço do humor é il imitado, nele cabem todas as escalas do sentimento e ele se vale de todos os processos para expressá-lo. O humorismo é um valor critico, um instrumento que pode ser ao mesmo tempo liberto e libertador. AS HQ revelam um pouco da condição humana. Os leitores podem rir, sorrir, chorar com elas". (BRITO apud GOTTIEB, 1996, p. 177)
E no caso das Histórias em Quadrinhos da Nova SIPAT conscientizar o
trabalhador a respeito de sua saúde e os métodos preventivos para sua segurança no
trabalho.
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Os recursos estilísticos das HQS utilizados pela nova SIPAT
O uso da linguagem coloquial torna a narrativa muito próxima do universo
semântico- linguístico do leitor. O tom narrativo aproxima o leitor da oralidade, fazendo
com que haja uma interação entre o emissor e o receptor. A utili zação da narrativa faz-se
presente por meio dos diálogos, das personagens, do espaço e outros recursos da narrativa
que aproximam o leitor ao contexto da história.
Há a mescla da função referencial da linguagem, quando há explicações a respeito
da segurança do trabalhador, com a linguagem emotiva que aproxima o emissor do
receptor, a linguagem humorística torna o discurso mais ameno, contudo, sem perder o seu
objetivo de informar.
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O tom conversacional faz com que o leitor se identifique ou pelo menos os seus
pares na história. O sinais de pontuação são util izados para exprimirem os sentimentos das
personagens. O uso de algumas expressões em negrito e maiúsculas são um recurso
estil ístico para enfatizar o argumento das personagens e transmitirem suas emoções. O uso
de onomatopéias faz com que a linguagem se torne muito próxima da oralidade.
Na hibridização da linguagem visual e da escrita as HQs entretem e informam ao
mesmo tempo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo buscou-se relevar a importância das histórias em quadrinhos como
uma mídia alternativa, que apesar de pertencer a Indústria Cultural, hoje, insere-se em um
processo midiático análogo a outros veículos como o rádio, o jornal de bairro de cunho
mais comunitário.
E é justamente isto o que ocorre quando é utilizada para fins educativos e
conscientizadores, como no caso exposto desse trabalho a respeito da produção editorial da
Nova SIPAT.
Neste artigo não pretendemos esgotar a análise e a pesquisa da utili zação das
histórias em quadrinhos no cenário da comunicação interpessoal.
Porém, alguns aspectos são passíveis de discussão, como a eficácia da
aplicabilidade das histórias em quadrinhos na comunicação das empresas com um
conteúdo educativo e informativo, mas que apesar disso não fogem às características que
fizeram e fazem as HQs serem tão atrativas ao público.
A Nova SIPAT foi capaz de demonstrar por meio de seu trabalho em quadrinhos e
é possível informar, educar e entreter ao mesmo tempo. O uso das onomatopéias, da
narrativa, dos grafemas, dos sinais de pontuação da expressões exageradas das
personagens, do humor conduzem - nos, indubitavelmente, a um imaginário instigante.
No entanto, todos esses recursos aliados ao humor em nenhum momento fazem
com que a verdadeira intenção do emissor seja deixada de lado, a de informar e
conscientizar os trabalhadores a respeito da saúde e segurança no trabalho.
Eco, 1990, nos aponta o fato de que a finalidade comercial e o sistema de
distribuição do produto HQ lhe determinariam a natureza, poder-se-ia responder que
também nesse caso, como acontece na prática da arte, o autor de gênio é o que sabe
resolver os condicionamentos em possibilidades.
A Nova SIPAT enquadra-se nesta categoria de saber administrar as limitações e
inferências que permeiam um produto da Indústria Cultural numa forte demonstração das
possibilidades prenhes de sermos capazes de utili zá-la desde que possamos inseri-la num
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processo de engajamento político e social do cidadão, as HQs ao contrário do que se
imagina são capazes de aflorar a gênese do ser pensante e crítico e fortalecer os laços do
trabalhador/ leitor com a empresa em que atua e, principalmente com a sua comunidade.
"...O homem oprimido só poderá libertar-se a partir do desenvolvimento de sua consciência e à medida que esta lhe sirva para atuar em conjunto com outros homens, transformando-se a si mesmo e transformando seu mundo até instâncias qualitativamente superiores. É preciso compartilhar o conhecimento para que exista uma relação de diálogo, verdadeiramente entre iguais, uma relação libertadora". ( ACEVEDO APUD GOTTIEB, 1996, p. 180)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ECO, U. Apocalípticos e Integrados. São Paulo, Editora Perspectiva, 1990. EISNER, W. L iteratura popular e imagens in : Revista Superinteressante. São Paulo, ano 11, n9, set. 1989, 1997.. GOTTIEB, L. Mafalda Vai à Escola. A comunicação dialógica de Buber e Moreno na Educação, nas tiras de Quino.São Paulo, Editora Iglu, 1996. MAINGUENEAU, D. Análise de Textos de Comunicação. São Paulo, Editora Cortez, 2002. VERGUEIRO, W. C. S. Alguns aspectos da sociedade e da cultura brasileiras e quadr inhos. Disponível em : << http://www.eca.usp.br/nucleos/nphqeca/agaque/indiceagaque.htm VIGNERON, J. Comunicação Interpessoal e Formação Permanente. São Paulo, Editora Angellara, 1997.