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A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E O
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ISO
14001: UMA ANÁLISE ENTRE REGIÕES
E PAÍSES
Andrea Cristina Trierweiller (UFSC )
Lucila Maria de Souza Campos (UFSC )
Debora Spenassato (UFSC )
Danielly Nunes de Carvalho (UFSC )
Thiago Henrique Silva dos Santos (UFSC )
Este artigo tem como objetivo analisar o número de certificações ISO
14001 nos setores de atividade, mundialmente, entre regiões e países,
enfatizando o setor da construção. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica com o levantamento de artiggos sobre gestão ambiental
no setor da construção em periódicos científicos nacionais e
internacionais, em que foi possível identificar definições,
características e oportunidades de investigação relacionadas ao tema
e, também, de uma pesquisa documental, com a análise da distribuição
das certificações com base no CD da ISO (2011). Dentre os resultados,
o setor da construção apresenta o maior número de certificações no
mundo, porém, no Brasil, esse setor não figura entre os cinco primeiro
colocados. Além disso, houve um grande aumento de certificações
nesse setor entre os anos de 1998 e 2010. A implementação de SGAs no
setor da construção e certificação ISO 14001 se tornam fundamentais
para atender não somente as exigências de mercado, mas a demanda
por sustentabilidade oriunda dos stakeholders.
Palavras-chaves: ISO 14001, SGA, Certficação, Construção
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Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
O setor da construção se destaca em muitas economias globais. Essa importância está ligada
ao fato de seu resultado possibilitar a operação e ampliação de outras indústrias. O setor
contribui com o PIB – Produto Interno Bruto, além de outros indicadores, gerando muitos
postos de trabalho (TESTA; IRALDO; FREY, 2011). E ainda, é responsável pela construção
de infra-estruturas como: estradas, ferrovias, barragens, habitação, contribuindo com a
qualidade de vida da sociedade (SEOPAN, 1992).
Segundo Lam et al., (2011) o SGA tem sido uma das mais importantes ferramentas para a
construção sustentável nas duas últimas décadas, exercendo influência positiva no setor.
Porém, o desempenho ambiental ideal não pode ser garantido somente pela implementação do
SGA (ISO14001, 2004) e muitas questões relativas ao desenvolvimento sustentável não tem
sido devidamente tratadas, havendo a necessidade da introdução de especificações verdes.
Essas especificações devem fornecer um canal para traduzir a teoria da sustentabilidade na
prática para a comunidade da indústria da construção.
A qualidade, custo e tempo são as considerações dominantes na elaboração de especificações
para projetos de construção convencionais (GELDER, 2001; COX, 1994; GIUNTA e
RAMIEREZ, 1991). No entanto, com o aumento da consciência ambiental é necessário
integrar, nas especificações, os conceitos relacionados ao desenvolvimento sustentável. As
especificações são usadas para transmitir orientações escritas sobre o material prescrito,
práticas de pessoal, equipamentos e mão de obra e assim, devem fornecer informações claras
quanto à qualidade da construção e alcance das exigências. Contudo, Hill and Bowen (1997)
alertam que muitas organizações afirmam adotar especificações verdes ou que prestaram
consultoria para tal, mas o desempenho ambiental destas especificações em relação a mitigar
os impactos da construção não são bem documentados. Além disso, o alcance destas
especificações verdes varia entre as organizações.
Portanto, preocupações como o estudo de especificações verdes nos SGAs demonstram a
importância de estudar a sustentabilidade na indústria da construção e, por conseguinte, a
importância de vislumbrar este setor em relação a outros setores da economia. Nesse sentido,
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este artigo tem o objetivo analisar o número de certificações ISO 14001 nos setores de
atividade, mundialmente, entre regiões e países, enfatizando o setor da construção.
O artigo está estruturado da seguinte forma: (1) Introdução; (2) O setor da construção e a
gestão ambiental; (3) Método de pesquisa; (4) Análise e discussão dos resultados; (5)
Considerações finais.
2. O setor da construção e a gestão ambiental
Turk (2009) cita Zeng et al., (2003) para reforçar que o setor da construção fornece
facilidades para as atividades humanas e estimula o desenvolvimento social, porém o impacto
ambiental das atividades, produtos e serviços da construção é significativo (OFORI et al.,
2000). Seu produto, em se tratando de ciclo de vida, é responsável por 20 a 35% dos impactos
de todos os produtos dentro das principais categorias de impacto ambiental, como:
aquecimento global e toxidade humana (TUKKER et al., 2006). Sendo um dos principais
consumidores de recursos não renováveis, responsável pelo consumo de energia global em
torno de 30 a 40% (UNEP, 2007). Contudo, a melhoria contínua do desempenho ambiental,
torna-se cada vez mais onerosa [...]. Os custos diretos e indiretos associados com a
ineficiência energética, resíduos e poluição afetam seriamente a vantagem competitiva das
empresas do setor (FERGUSSON; LANGFORD, 2006). E ainda, Kein, Ofori e Briffet (1999)
salientam que a indústria da construção não é de modo inerente, um processo ambientalmente
amigável, exercendo um grande impacto ambiental. Para Geipele e Tambovceva (2011)
grandes volumes de resíduos resultam da produção, transporte e uso de produtos e materiais
de construção.
As empresas da construção necessitam de uma abordagem sistêmica à gestão ambiental, em
nível de projeto, estrutura e organização (SRDIC e ŠELIH, 2011). No nível da organização,
esta pode ser realizada por meio do estabelecimento de uma estrutura formal que implementa
a gestão ambiental: um SGA. O SGA é uma parte do sistema de gestão da organização que
visa gerenciar os aspectos ambientais relacionados com as atividades da organização,
produtos e serviços (PEROTTO et al., 2008; CAMPOS e MELO, 2008). Porém, Gluch et al.,
(2009) salienta que é um desafio para a indústria da construção, alinhar as estruturas
permanentes da organização – a exemplo de um SGA – com a organização temporária
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(projetos). A lacuna entre a organização e seus projetos causa contradições que afetam a
forma pela qual os objetivos ambientais de longo prazo são implementados nos projetos.
Essa situação é confirmada por Gluch e Räisänen (2012), que conduziram um trabalho com o
objetivo de analisar as inter-relações entre a prática de projeto e da gestão ambiental. Com
base no estudo de caso de duas grandes empresas de construção da Suécia (IntCon e NorCon),
ambas comprometidas estrategicamente com o seu “esverdeamento”, certificadas ISO 14001 e
seguidoras do padrão GRI (Global Reporting Initiative). Os resultados mostraram como as
novas práticas de gestão ambiental eram contraditórias com a cultura dos projetos. Ou seja, os
membros do projeto e os, da organização se esforçavam para o alcance de diferentes
objetivos.
As empresas da construção em todo o mundo estão buscando obter a ISO 14001 e isso,
também ocorre na Turquia. Esse setor, como uma atividade, é classificado no NACE
(Nomenclatura Generale des Activites Economiques dans I'Union Europeenne ou General
Name for Economic Activities in the European Union) e é baseado no padrão europeu de
classificação da indústria. No Grupo F há 3 subgrupos: construção de edifícios (F41),
engenharia civil (F42) e atividades especializadas de construção (F43). O autor considerou os
3 subgrupos e concluiu que, a certificação ISO 14001 contribui para as empresas de
construção turcas, não só em termos de benefícios ambientais, mas de gestão empresarial e de
comercialização (TURK, 2009).
A ISO 14001 articula um conjunto de passos que as organizações devem realizar para
obtenção da certificação: definição de uma política ambiental; identificação dos aspectos
ambientais das atividades de produção e serviços, estabelecimento de claras metas e objetivos
ambientais, monitoramento, avaliação e revisão periódica da gestão. Certificação e
conformidade contínua com as normas e ainda, exige uma série de auditorias (MORI;
WELCH, 2008; DELMAS, 2002).
Os SGA’s tem se tornado uma importante ferramenta para aquelas organizações que
procuram gerenciar suas questões ambientais, envolvendo a prevenção da poluição,
cumprimento da legislação e minimização dos impactos que suas atividades causam ao meio
ambiente (CAMPOS, 2012).
O setor da construção tem estado sob ameaça de perder sua competitividade como resultado
da extensiva política, regulações ambientais e do consumo de energia. Testa, Iraldo e Frey
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(2011) analisam as ligações entre regulação ambiental e competitividade, com foco em
empresas que operam no setor da construção, são elas: (1) se o rigor da política ambiental
afeta o desempenho competitivo das empresas do setor; (2) como a regulação direta,
instrumentos econômicos, acordos voluntários da indústria, práticas de compras verdes e
esquemas de certificação ambiental afetam esse desempenho. Como resultado, uma regulação
ambiental mais rigorosa, mensurada pela frequência de inspeção, estimula o investimento em
equipamentos tecnológicos avançados, produtos inovadores e desempenho da empresa.
Segundo Turk (2009), há um número limitado de estudos sobre a implementação da ISO
14001 na indústria da construção, considerando os diversos países. Nesses estudos, dois tipos
diferentes de metodologias são identificadas: (1) estudos baseados em uma amostra de
empresas da construção e (2) estudos de caso em apenas uma única firma. O autor apresenta
um resumo desses estudos, conforme a Tabela 1 (TURK, 2009, p. 561):
Tabela 1- Resumo de estudos baseados na ISO 14001 na indústria da construção
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Fonte: Adaptado de Turk (2009)
Para Gangolells et al., (2010), as baixas taxas de certificação no setor da construção são
atribuídas a incerteza causada pela aplicação dos SGAs baseados nos padrões tradicionais, no
nível do projeto (GRIFFITH; BHUTTO, 2008). Ao contrário das indústrias de manufatura, a
indústria da construção é complexa (BALL, 2002), com produtos exclusivos, que incluem
grande variedade de técnicas e sistemas de construção. Além disso, nesse setor, o local de
produção é o mesmo onde o produto é utilizado (HOCHSTADT, 2004). Envolve períodos
tipicamente curtos, mas é largamente exposto às condições exteriores. Por esta razão, segundo
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Hoyle (2004), os sistemas são frequentemente aplicados a partes isoladas ao invés de toda a
organização, assim, sua eficácia tem sido questionada.
Testa, Iraldo e Frey (2011) destacam que o desempenho da empresa com a adoção do SGA
tem sido investigado, encontrando-se provas que sustentam o efeito positivo da aplicação do
SGA (KING et al., 2005; ARIMURA et al., 2008; IRALDO et al., 2009), embora outros
estudos tenham obtido resultados divergentes (DAHLSTROM et al., 2003; BARLA, 2007).
Alguns autores defendem que a implantação de um SGA não garante a melhora do
desempenho ambiental da organização (SEKARAN, 1992; NAWROCKA; PARKER, 2009).
Mesmo quando uma empresa demonstra um melhor desempenho após implantar um SGA,
isto não prova que a melhoria foi causada exclusivamente pelo sistema, sendo bastante
aceitável ter sido obtida pela coexistência de outros fatores (SEKARAN, 1992).
Dentre os Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs), a ISO 14001 tem sido amplamente
promovida na prática, pois fornece diretrizes para uma organização estabelecer os objetivos
da gestão ambiental e se comprometer para um processo confiável e efetivo, de melhoria
contínua. Os elementos principais no sistema de gestão ISO 14001 incluem política
ambiental, planejamento, implementação e operação, monitoramento e ação corretiva. A ISO
14001 não especifica um padrão de desempenho ambiental. Isso permite estabelecer um
processo estruturado para implementar um programa de gestão ambiental (LIYIN; HONG;
GRIFFITH, 2006).
Contudo, observa-se que, os estudos sobre gestão ambiental no setor da construção ainda são
insipientes na literatura brasileira, principalmente em periódicos científicos, são poucos
artigos em língua portuguesa e destes, o maior foco tem sido o estudo da gestão de resíduos.
3. Método de pesquisa
O artigo foi estruturado, inicialmente, por uma breve revisão da literatura. Posteriormente,
procedeu-se à pesquisa documental com a aquisição da base de dados fornecida pela ISO –
International Organization for Standardization (ISO, 2011), em que consta a quantidade de
certificações ISO 14001 no mundo.
Esta pesquisa tem foco quantitativo e natureza descritiva tendo sido feito o tratamento e
análise dos dados com o uso de planilhas eletrônicas Excel.
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O CD da ISO 2011 fornece o número de certificações por setores industriais para cada país
separadamente e o número total de certificações por regiões (Figura 1) em 2010.
Figura 1- Seis regiões englobadas no estudo
Fonte: Elaborado pelos autores
Como o foco do trabalho é nos setores industriais, optou-se por unir os países que faziam
parte de cada região especificada pela ISO, tendo assim, dados relativos aos setores industriais
por região, que continham as quantidades de certificações válidas em 2010 para os 39 setores
(Tabela 1).
Tabela 1- 39 setores industriais estudados
Fonte: CD ISO (2011)
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Tendo o número de certificações nos setores para cada país e por regiões, foi possível realizar
novo tratamento dos dados, conforme as etapas a seguir, a fim de atingir os objetivos
propostos.
Etapa 1. Separação das certificações válidas nos setores industriais em 2010 pelos
países da América Latina (20 países) e, especificamente, no setor da construção;
Etapa 2. Análise das certificações nas seis regiões de estudo;
Etapa 3. Análise dos dados referentes às emissões de certificados ISO 14001 no
período de 1998 a 2010 no setor da construção.
4. Análise e discussão dos resultados
Esta seção está subdividida em: Número de certificações ISO 14001 na América Latina
considerando os 39 setores industriais em 2010 e, especificamente, no setor da construção,
incluindo também, os cinco setores com maior número de certificações; estatística descritiva
das certificações ISO 14001 válidas no ano de 2010 segundo as seis regiões de estudo, os
setores com maior e menor número de certificações, os cinco países com maior número de
certificados e que mais cresceram no ano de 2010; e, a evolução das certificações no setor da
construção no período de 1998 a 2010.
4.1. Número de certificações ISO 14001 nos setores industriais na América Latina
Considerando todos os setores industriais (Tabela 1) certificados pela ISO 14001, foram
analisados 20 países da América Latina no ano de 2010, dentre eles está o Brasil, o qual
apresentou maior número de certificações neste ano, com 885 no geral. Em seguida, aparecem
a Colômbia, o Chile e a Argentina, com 618, 596 e 594, respectivamente, conforme mostra a
Figura 2.
Dentre os países que obtiveram número de certificações inferior a cinco estão Nicarágua e
Paraguai. Talvez essa baixa adesão esteja relacionada ao fato de que esses países possuem
fraco desenvolvimento industrial e, consequentemente, não há pressão para a busca pela
implantação de SGAs. Esses países são essencialmente agrícolas, o Paraguai possui grande
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produção madeireira, porém esta indústria carece de equipamentos e transporte, sendo ainda,
fraco o reflorestamento, a maior parte da madeira é destinada para combustível. A Nicarágua
possui sua economia predominantemente no setor de serviços, especialmente, o turismo
(AMERICA ECONOMIA, 2013). Além disso, a Guiana não possui nenhuma certificação.
Figura 2- Número de certificações válidas em 2010 nos países da América Latina
Fonte: Elaborado pelos autores
Dentre os 39 setores industriais, os que se destacaram com maior número de certificações, na
América Latina foram: 1º) Basic metal & fabricated metal products com 384; 2º) Food
products, beverage and tobacco, com 317; 3º) Chemicals, chemical products & fibres, com
306; 4º) Construction, com 305; e, 5º) Transport, storage and communication, com 286.
Analisando o percentual de certificações ISO 14001 no setor da construção em relação ao
total de certificações nos 39 setores industriais em 2010 (Figura 2), tem-se a Figura 3:
Figura 3- Percentual de certificações ISO 14001 no setor da construção em relação aos 39 setores em 2010
Fonte: Elaborado pelos autores
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A Figura 3 evidencia o superior número de certificações no setor da construção na Colômbia,
e é possível constatar que, o Brasil apresenta o mesmo percentual de certificações no setor
industrial em 2010 que países bem menores em termos de extensão territorial e
desenvolvimento industrial, a exemplo do Peru e Argentina. Salienta-se que, Costa Rica,
Cuba, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Porto Rico, Venezuela não possuem certificações no setor da construção.
Analisando o setor da construção na América Latina, a Colômbia apresenta o maior número
de certificações, em seguida, Chile e Brasil, conforme Figura 4.
Figura 4- Número de certificações ISO 14001 no setor da construção em 2010
Fonte: Elaborado pelos autores
No Brasil, o setor da Construção não está, nem mesmo, entre os cinco primeiro colocados.
Destaca-se que, o Brasil é um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, tendo
um grande peso para o setor “Basic metal & fabricated metal products” obtivesse em
primeiro lugar nas certificações (147 do total de 885 certificações).
4.2. Certificações nos setores industriais por região
Fazem parte do estudo seis regiões, as quais podem ser visualizadas na Tabela 2, juntamente
com algumas medidas de dispersão e de tendência central dos dados sobre as certificações
válidas em 2010.
Na Tabela 2, a análise dos dados considerou 39 setores de atividade e as estatísticas
descritivas são relativas ao número total de certificações nesses setores para cada região. A
região “Extremo Oriente” possui a maior média de certificações, ou seja, 2.634,03, o setor
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Nuclear fuel possui a menor quantidade de certificações (31). Enquanto que, Construction
possui a maior quantidade (16.667). Nota-se assim, que a diferença do número de
certificações ISO 14001 pelos diferentes setores dentro de uma mesma região é grande. A
região que possui menos certificações é “Austrália e Nova Zelândia”, com média 12,72, em
que o setor Construction possui maior quantidade de certificações (105). De forma geral, dos
39 setores analisados nas seis regiões, o setor que obteve menos certificações foi Nuclear fuel
com 159 e o setor com maior quantidade foi Construction com 29.411.
Tabela 2- Estatística descritiva das certificações ISO 14001 válidas em 2010 segundo regiões
Fonte: Elaborado pelos autores
Os cinco países com maior número de certificações ISO 14001 em 2010 e, também, que
possuem quantidades acima de 10.000 são, respectivamente: China (69.784), Japão (35.016),
Espanha (18.347), Itália (17.064) e Reino Unido (14.346). E ainda, se for considerado os
cinco países que mais cresceram no número de certificações em 2010, tem-se: China, Reino
Unido, Itália, República Checa e Coréia do Sul (ISO, 2011).
4.3. Evolução das certificações ISO 14001 no setor da construção no período de 1998 a
2010
Analisando o número de certificações no setor da construção no mundo no período
especificado, nota-se um significativo crescimento, conforme a Figura 5.
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Figura 5- Evolução das certificações ISSO 14001 no setor da construção no mundo
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao comparar os anos iniciais da análise com os últimos anos, é evidente o crescimento do
número de certificações, passando de 298 em 1998 para 29.411 em 2010. Contudo, percebe-se
que ouve um decréscimo de certificações no ano de 2008. Em 2007 o setor continha 15.060
certificações, caindo para 9.696 em 2008, voltando a crescer em 2009, com 28.711
certificações na construção.
5. Considerações finais
O objetivo inicial deste artigo foi atingido, tendo sido possível analisar o crescimento das
certificações ISO 14001 no setor da construção, a distribuição das certificações pelos setores
industriais em 2010, nas seis regiões de estudo e nos países da América Latina.
Ao se considerar a América Latina, o Brasil apresentou o maior número de certificações
(885). Em seguida, aparecem a Colômbia, o Chile e a Argentina, com 618, 596 e 594,
respectivamente. Os países que obtiveram número de certificações inferior a cinco foram a
Nicarágua e o Paraguai. Talvez, essa fraca adesão esteja relacionada ao fato de que esses
países possuem baixo desenvolvimento industrial e, consequentemente, não há pressão para
implantação de SGAs. Contudo, no setor da construção brasileiro ao se comparar o
desempenho com os outros 39 setores analisados demonstra fraco desempenho estando no
mesmo patamar que países bem menores em termos de extensão territorial e desenvolvimento
industrial.
Dentre os 39 setores industriais, aquele com maior número de certificações (384) na América
Latina foi o Basic metal & fabricated metal products. O Brasil é um dos maiores exportadores
de minério de ferro do mundo, o que contribui para esta colocação. O país com maior número
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de certificações ISO 14001 é a China com 69.784 e apresenta o maior crescimento em
certificações.
Notou-se um crescimento significativo de certificações no setor da construção passando de
298 em 1998 para 29.411 em 2010. Enfim, a implementação de SGAs no setor da construção
e certificação ISO 14001 se tornam fundamentais para atender não somente as exigências de
mercado, mas a demanda por sustentabilidade oriunda dos stakeholders.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pelo apoio
financeiro no Projeto de Pesquisa e concessão de Bolsas. Agradecemos também à CAPES –
Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior pelo apoio financeiro no Projeto
PróDoc.
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