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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
PEDAGOGIA
Aline de Oliveira Fattori
Fernanda Cristine da Silva
A INSERÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO COTIDIANO DO 2° ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL I: A CONTAÇÃO FEITA PELO PROFESSOR.
LINS - SP 2012
1
Aline de Oliveira Fattori
Fernanda Cristine da Silva
A INSERÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO COTIDIANO DO 2° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I: A CONTAÇÃO FEITA PELO PROFESSOR.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Pedagogia. Sob a orientação da Profa. Ma. Kátia M. G. Paixão e Profa. Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo.
LINS
2012
2
Aline de Oliveira Fattori
Fernanda Cristine da Silva
A INSERÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO COTIDIANO DO 2° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I: A CONTAÇÃO FEITA PELO PROFESSOR.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro
Universitário Católico Salesiano Auxílium para obtenção do título de graduação
do curso de Pedagogia.
Aprovado em ________/________/________
Banca Examinadora:
Orientadora: Profa. Ma. Kátia M. G. Paixão
Titulação: Mestre
Assinatura: ___________________________________
Profa. Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo
Titulação: Mestre
Assinatura: ___________________________________
Profa. Me. José Médice
Titulação: Mestre
Assinatura: ___________________________________
3
DEDICATORIA
Dedicamos este trabalho a todos que estiveram ao nosso lado para a realização desta conquista.
Aline e Fernanda
4
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, por me permitir realizar
mais esta conquista em minha vida, e por me dar força e clareza
nas horas mais difíceis, e nas tomadas de decisões. Também
agradeço aos meus pais Ramiro da Silva e Cleusa Felix M. da
Silva, por sempre estarem me apoiando a seguir em frente e, por
não me permitir desistir com qualquer dificuldade. Em especial,
agradeço a minha irmã Elisangela Vanessa da Silva, pois foi ela
quem, em muitas vezes me socorreu nas horas de medo e
insegurança. Obrigada pela ajuda e apoio durante toda a
elaboração deste trabalho.
Quero agradecer também a todos os amigos, à orientadora e aos
professores, que auxiliaram, tirando dúvidas durante, e após a
elaboração do trabalho. Em especial, agradeço a minha amiga e
parceira de trabalho Aline de Oliveira Fattori, que me manteve
sempre calma e foi sempre companheira e justa durante todo o
trabalho.
Fernanda Cristine
5
AGRADECIMENTO
A Deus
Agradeço a Deus por mais uma etapa cumprida.
Obrigado por todos os dias com saúde, trabalho, alimento, amigos,
por todos os dias o Senhor estar do meu lado me protegendo e
iluminando os meus caminhos.
Obrigado pela vida.
À Família
Agradeço aos meus irmão Fabiana de Oliveira e Danilo Oliveira
de Carvalho,
que me incentivou para esta conquista.
Em especial a minha mãe Célia Regina de Oliveira, que sempre me
apoiou e
confiou em mim. Obrigada!
Amo vocês.
Ao Marido
Ao meu marido Rodolfo de Castro Fattori por todos os momentos
bons, de alegria e felicidade. Obrigado por me apoiar e não deixar
que eu desistisse dos
meus sonhos.
Você é um ótimo companheiro.
6
Orientadora
Katia, obrigada pelo esforço, pela paciência e principalmente pela
eficiência em me ajudar desempenhar esse trabalho.
Sem você seria mais complicado.
Professores
A todos os professores pelos conhecimentos transmitidos, pelo
esforço e dedicação.
Em especial a professora Fátima por sempre nos auxiliar. Entre
muitas você é especial.
Vocês são inesquecíveis!
Amigos
Agradeço a todos os companheiros de classe, pois foi uma
caminhada de três anos. Em especial a minha amiga e
companheira de trabalho Fernanda Cristine, sempre cooperando
para que nunca houvesse desistência. A minha amiga Jessica
Feltrin que sempre me ajudou.
Obrigada pela amizade.
Aline de Oliveira Fattori
7
EPIGRAFE
Sem sonhos, a vida não tem brilho.Sem metas, os sonhos não tem
alicerces.Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe,
trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar
seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por omitir!
Augusto Cury
(ALINE)
Minha fé é no desconhecido,
em tudo que não podemos compreender por meio da razão.
Creio que o que está acima do nosso entendimento
é apenas um fato em outras dimensões
e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder.
Charles Chaplin
(Fernanda)
8
RESUMO
A Literatura Infantil permite que a criança entre em contato com um mundo simbólico, estimulando sua imaginação, sua criatividade e dando-lhe a oportunidade de expressar-se, a partir de outras linguagens, desde que, a escola lhe ofereça acesso e possibilidades. Este trabalho trata da importância da Literatura Infantil no cotidiano escolar do 2°ano do Ensino Fundamental (ciclo I). O objetivo foi trazer conhecimento sobre a contação de história feita pelo professor: qual sua inserção no planejamento pedagógico, quais recursos e técnicas são mais utilizados, e quais os benefícios desta estratégia, para o desenvolvimento do interesse pela escrita e leitura. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola Estadual na cidade de Lins-SP, onde foram entregues oito (8) questionários com dez (10) questões, para professores do 2° ano do Ensino Fundamental I. Como referencial teórico baseou-se em autores como: Cléo Bussato, Betty Coelho, Maria Zilbermen Regina Lajolo, Maria Alice Faria, dentre outros. Através da pesquisa realizada, percebeu-se que, infelizmente o trabalho com a literatura infantil não está sendo inserido como um momento de estímulo à leitura, mas sim, como rotina, atividade comum na escola, apenas nos momentos de uso de espaços como biblioteca ou sala de leitura. Percebeu-se que a contação de histórias praticamente não existe, sendo reduzida à simples leitura. Acredita-se que isto se deve, à falta de conhecimento dos professores, acerca da importância da Literatura Infantil, pois muito se utilizam dos livros, mas os objetivos pedagógicos traçados pelos professores acabam não se concretizando, em razão de práticas apenas de leitura, escassa utilização de recursos diversificados para a contação de historias, e ênfase de atividades de avaliação após a contação ou leitura. Por meio desta pesquisa, evidenciou-se a Literatura Infantil na prática escolar e espera-se ampliar as possibilidades do trabalho pedagógico, para além da simples leitura de textos ou livros.
Palavras - chave: Literatura Infantil - Contação de histórias – Leitura -
Estratégias.
9
ABSTRACT
The Children's Literature allows the child to contact a symbolic world,
stimulating your imagination, your creativity and giving you the opportunity to
express themselves, from other languages, provided that the school will provide
access and opportunities. This paper addresses the importance of Children's
Literature in the daily school's 2nd year of elementary school (Cycle I). The goal
was to bring knowledge about storytelling made by the teacher: how its
inclusion in educational planning, which features and techniques are best used,
and what the benefits of this strategy, the development of interest in reading
and writing. The research was conducted in a State school in the city of Lins-
SP, which were handed eight (8) quizzes with ten (10) questions for 2nd year
teachers in the Elementary School I. As a theoretical, framework was based on
authors such as: Cleo Bussato, Betty Bunny, Maria Regina Zilbermen Lajolo,
Alice Maria Faria, among others. Through the survey, it was noted that
unfortunately work with children's literature is not being inserted as a time to
encourage reading, but, as a routine, common activity in school, just in time for
use as a library or spaces reading room. It was felt that the storytelling hardly
exists, being reduced to simple reading. It is believed that this is due to lack of
knowledge of teachers about the importance of Children's Literature, for much
of the books are used, but the educational goals outlined by teachers end up
not being realized in practice only reason to read, scarce use of diverse
resources for storytelling and emphasis of assessment activities after reading or
storytelling. Through this research, it became clear to Children's Literature in
school practice and expects to expand the possibilities of pedagogical work,
beyond the simple reading texts or books.
Keywords - Keywords: Children's Literature - Story telling - Reading -
Strategies.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1-Monteiro Lobato.................................................................................14
Figura 2-Flanelógrafo.................................................................. ....................25
Figura 3-Personagens de História ...................................................................26
Figura 4- Fichas de desenho ...........................................................................26
Figura 5 - Movimentos Corporais......................................................................27
Figura 6- onamatopeia......................................................................................28
Figura 7-Avental de História .............................................................................29
Figura 8-Tapete de história...............................................................................29
Figura 9- Fantoche............................................................................................31
Figura 10- Fantoche..........................................................................................32
Figura 11- Resposta da pergunta n°1 dos professores.....................................42
Figura 12- Resposta da pergunta n°2 dos professores.....................................43
Figura 13- Resposta da pergunta n°3 dos professores.....................................44
Figura 14- Resposta da pergunta n°4 dos professores.....................................45
Figura 15- Resposta da pergunta n°5 dos professores.....................................45
Figura 16- Resposta da pergunta n°6 dos professores.....................................46
Figura 17- Resposta da pergunta n°7 dos professores.....................................47
Figura 18- Resposta da pergunta n°8 dos professores.....................................48
Figura 19- Resposta da pergunta n°9 dos professores.....................................49
Figura 20- Resposta da pergunta n°10 dos professores...................................50
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 12
CAPÍTULO I –LITERATURA INFANTIL ................................................. 14
1 CONCEITUAÇÃO E IMPORTANCIA .............................................. 14
1.1 A literatura infantil - sua origem ...................................................... 16
1.2 Relações entre o 2° ano do ensino fundamental I e a literatura
infantil .................................................................................................... 17
1.3 Contribuições da literatura infantil .................................................. 20 CAPÍTULO II–LEITURA E CONTAÇÃO ................................................. 22 2 O PAPEL DO PROFESSOR ........................................................... 22
TÉCNICAS DE CONTAR HISTÓRIA .............................................. 24
2.1 O uso do flanelógrafo ..................................................................... 24
2.2 Trabalhando com Gravuras ........................................................... 25
2.3 Com desenhos ................................................................................ 26
2.4 Utilizações de movimentos corporais .............................................. 27
2.5 Utilizações de sons .......................................................................... 28
2.6 Suportes para contação .................................................................. 29
2.7 Participações durante a história ...................................................... 30
2.8 Música e poesia............................................................................... 30
2.9 Usos de objetos ............................................................................... 31
2.10 Usos de técnologia .......................................................................... 32
CAPÍTULO III–ATIVIDADES APÓS A HISTÓRIA .................................. 34
3 ATIVIDADES ................................................................................... 34
CAPÍTULO IV–PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ........................................ 41
CONCLUSÃO .......................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 54
APÊNDICES ............................................................................................ 55
12
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa se desenvolveu com professores, de alunos do 2° ano do
Ensino Fundamental I, da rede pública, com o objetivo de analisar a inserção
da Literatura Infantil, por meio da leitura e contação de histórias, verificando as
concepções dos professores, no cotidiano dos alunos do 2º ano, e como os
mesmo trabalham com a literatura infantil, se utilizam de recursos e técnicas
para leitura/contação de história.
Os procedimentos adotados, para a realização da pesquisa bibliográfica
foram: a investigação a partir de livros, revistas, artigos científicos, documentos
oficiais e propostas oficiais sobre o assunto.
A pesquisa descritiva teve como objetivo primordial, a descrição das
características de determinada população ou fenômeno, por meio da utilização
de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como: o questionário e a
observação sistemática.
Para a pesquisa de campo foi realizado um questionário com 10
questões, para 8 professores, sendo aplicados em uma escola da rede pública
da cidade de Lins-SP. Os questionários trataram sobre os espaços físicos da
escola, biblioteca, sala de leitura, o acervo que contém na sala de aula, a
frequência que é trabalhada a literatura infantil com os alunos, entre outras
questões, analisando o trabalho com a literatura infantil.
Procedeu-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas, acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
quantitativa, obtivemos as conclusões correspondentes aos dados coletados.
A partir dos dados coletados, realizou-se uma análise explicativa, com a
preocupação central de identificar os fatores que determinam, ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
No capitulo I, “A Literatura Infantil: conceito e importância” vai abordar o
que é literatura infantil, conceito e importância, além das contribuições que o
trabalho com a literatura infantil proporciona.
No capítulo II, “A leitura e a contação de histórias”, abordamos o papel
do professor como contador de histórias, suas técnicas e recursos que podem
ser utilizados para inserção da Literatura Infantil no ambiente escolar.
13
No capitulo III: “Atividades após a história”, fala sobre as atividades
propostas após a leitura e a contação de história.
No capitulo IV: “Pesquisa de campo”, o objetivo foi expor e analisar os
dados coletados, acerca da inserção da literatura infantil no cotidiano do 2º ano
do Ensino Fundamental I, do ponto de vista dos professores.
Na conclusão, comenta-se sobre a avaliação, que ela ainda apresenta
dificuldade de inserir a Literatura Infantil no cotidiano dos alunos, e que ainda
falta a exploração de recursos variados, e pouco se oportuniza momentos de
leitura/contação de histórias, para estimular o prazer e a apreciação pelas
mesmas.
14
CAPITULO I
A LITERATURA INFANTIL
1. CONCEITUAÇÃO E IMPORTÂNCIA
Figura 1: Monteiro Lobato
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?Artigo=757.
A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização. (CAGNETI, 1996, p.7)
A literatura infantil concede oportunidades de viajar e atuar, num mundo
mágico e de imaginações, se faz a descoberta do mundo, onde sonhos e
realidade se incorporam, onde a realidade e a fantasia estão ligadas, podendo
modificar a realidade, seja ela boa ou ruim, além de ser uma leitura prazerosa.
A literatura infantil acaba sendo aquela que corresponde aos anseios do
leitor, de alguma forma identifica-se com ele, então, a literatura pode ser tanto
para o público adulto, quanto para as crianças.
A literatura realiza na alma e no cérebro da criança, uma configuração
de certo modo metafórica, de todo problema partindo de sua necessidade. Por
meio da literatura infantil, o aluno terá oportunidade de desenvolver seu
potencial criativo, ampliar os horizontes da cultura e do conhecimento, ela
também diverte a criança, favorece o desenvolvimento de sua personalidade,
oferece capacidades intelectuais, enriquecendo a sua existência.
15
A convivência com textos literários provoca a formação de novos
padrões, e o desenvolvimento do senso crítico. Portanto, a literatura deve ser
trabalhada de forma consciente pelos professores, pois sua presença no
cotidiano do aluno deve visar à formação de leitores literários, então, mais do
que uma tarefa dos educadores, ela é uma tarefa institucional, que deve
envolver professores, auxiliares, equipe gestora, pais e crianças, é um
compromisso a ser assumido por todas as partes.
No século XVII, a literatura infantil começa a delinear-se para o público
infantil, mas com o propósito de ser um suporte pedagógico na escola, com
uma única finalidade: a de educar, e com a intenção de ensinar apenas os
conteúdos sérios. Sendo assim, os primeiros textos infantis tiveram adaptações
ou minimizações de textos escritos para os adultos, facilitando o vocabulário e
as reflexões, que estariam acima do que eles consideravam possível para a
compreensão infantil, ou seja, foram feitas algumas “adaptações”, assim,
atraindo as crianças a participar das diferentes experiências que a vida pode
proporcionar, ao nível do real ou do maravilhoso.
A criança pelo que deveria passar a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria se distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta. (CUNHA, 1999, p.22)
A literatura infantil é muito importante, pois influi em todos os aspectos
da educação do aluno, promovendo mudanças no comportamento, faz com
que o ensino se torne um processo mais lúdico e significativo, propicia ao leitor
a curiosidade e o interesse pela descoberta, permite que ele vivencie situações
pelas quais jamais passou, abrindo-lhe horizontes, e tornando-o capaz de
enfrentar situações novas. Toda criança em processo de alfabetização, pode
se beneficiar da literatura infantil, pois ela desenvolve não só a imaginação,
como também, permite que os alunos se coloquem como personagem das
histórias de contos e das fábulas.
Cabe deixar claro que, sua importância não se restringe apenas como
um passatempo módico, as histórias têm como função, despertar na criança o
gosto pela leitura.
16
1.1 A literatura infantil – sua origem
Segundo (CUNHA, 1999, p.22) “A história da literatura infantil tem
relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no inicio do século
XVIII”.
Por meio das obras escritas por Regina Zilberman que foram
pesquisados, sabe-se que predominou a leitura durante o século XVIII e teve
como finalidade, organizar a sociedade burguesa, pois a partir de então a
família era considerada como um elemento de status. Tornou-se
necessário,por conta da grande industrialização, que se iniciou na Europa, dar
atenção à pedagogia.
A origem da literatura infantil encontra-se na Novelística Popular
Medieval, a qual tem seus primeiros registros na Índia. Ela foi constituída como
gênero durante o século XVII, época em que houve mudanças na estrutura
social e no âmbito artístico.
Grandes autores da literatura infantil como: Esopo (escravo grego)
tornou-se conhecido por suas fábulas, como, por exemplo: A lebre e a
Tartaruga; O Galo e a Raposa, O Urso e as Abelhas, entre muitas outras.
Charles Perrault, contemporâneo de La Fontaine, genial fabulista, autor
de uma literatura popular.
No século XVIII, o francês Charles Perrault (Cinderela, Chapeuzinho Vermelho) coleta contos e lendas da Idade Média e adaptá-los,constituindo os chamados contos de fadas,por tanto tempo paradigma do gênero infantil. (CADEMARTORI, 1987, p.33)
Os irmãos Grimm, colecionadores de histórias folclóricas, estão assim
ligados à gênese da literatura infantil. Tiveram seus contos republicados e
adaptados uma infinidade de vezes, e ainda hoje há relatos que se apresentam
modificados.
Em cada país vão aos poucos, surgindo propostas diferentes de obras
literárias infantis. Quanto ao Brasil, deve-se tomar a obra de José Monteiro
Lobato, como um marco da literatura infantil nacional, pois foi ele quem iniciou
a verdadeira literatura infantil brasileira.
Jose Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo,
em 1882, formou-se em direito e atuou como promotor público e depois se
tornou fazendeiro, devido à herança deixada por seu avô. Em 1917 comprou a
17
revista do Brasil, e com isso deu origem as suas atividades editoriais,
publicando o livro “Urupês” e muitas outras obras, dando sempre prioridade a
autores novos. Em 1921 Monteiro Lobato publica “Narizinho Arrebitado”, que
mostra a sua preocupação com a literatura infantil, trazendo a necessidade de
se escrever histórias para crianças, numa linguagem que as interessassem.
Foram vendidos inúmeros exemplares, pois foi uma história que cativou o
público, até chegar à área da educação.
Os livros Brasileiros eram editados na Europa, Monteiro Lobato passou a
editar livros didáticos e infantis no Brasil, modificando o formato clássico,
revestindo-os com capas desenhadas e coloridas. Monteiro morreu em 1948,
tornando-se historicamente, o precursor da literatura infantil no Brasil.
Além de Monteiro Lobato, outros autores compartilharam a evolução da
literatura infantil Brasileira, embora de modo diferenciado. Alguns recorreram
ao folclore e as histórias populares como: José Lins do Rego, que publicou as
“Histórias da velha Totônia” (1936), Luiz Jardim, “O boi Aruá” (1940) e vários
outros. Também foram criando narrativas originais como: Érico Veríssimo, em
“As aventuras do avião vermelho” (1936), Graciliano Ramos, em “A terra dos
meninos pelados” (1939). No decorrer do tempo foram criadas leituras literárias
como: poesia, conto, ficção, histórias de aventuras, por vários autores da
época.
1.2 Relações entre o 2° ano do Ensino Fundamental I e a literatura infantil
O ato de ler e escrever adquire importância fundamental, contribui para
várias áreas do saber, assim, obtendo conhecimento, facilita a comunicação
entre as pessoas, é por meio da leitura que se desenvolve a capacidade de
explorar o mundo e de si mesmo, obtendo um espírito critico, aprimora o
vocabulário, possibilita diferentes ideias e experiências, além do estímulo à
leitura. A leitura não é um comportamento natural do ser humano, ela é
cultural, e precisa ser adquirida, é necessária a formação de leitores e
condições sociais, que permitam ao leitor movimentar-se com autonomia
dentro do campo literário.
É função da escola, proporcionar aos alunos o livre acesso à leitura, com
vários tipos de livros, assim, incentivando a prática da leitura. A literatura
18
infantil é indispensável tanto na escola, como em outros meios institucionais
que trabalham para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança.
Segundo Ana Maria Machado (2011), “É fundamental que a escola seja um
ambiente propicio a uma sensibilização para a leitura, a uma intimidade maior
com bons textos, a uma leitura de qualidade”. (p.37)
Deve-se ainda ressaltar que o ato de ler não deve se tornar uma frustrante experiência escolar. O prazer pelo ato de ler precisa ser estimulado desde a infância para que se torne um “caso de amor” tornando-se o ensino aprendizagem mais atrativo aos olhos da
criança. (CADERMARTORI, 1987, p.67).
A criança que é estimulada com as histórias aprende a enfrentar seus
medos, vencer suas dificuldades, e, sobretudo, a prepara para a vida, e que
encontrará meios para o seu desenvolvimento afetivo e emocional, pois sua
sensibilidade capta a sua realidade.
É função do professor, ampliar o conhecimento dos alunos, alfabetizar,
propor diversão, trabalhando com a imaginação, com a criatividade, contar
histórias ricas, que ensinam a criança a superar problemas, seja na escola,
com os amigos, com o professor, em casa; ajuda a superar conflitos, seja na
perda de algum familiar; ensina como tomar decisões, através das atitudes dos
personagens da história, o aluno se coloca no lugar do mesmo, e analisa como
deve resolver seus problemas, além de conhecer outras culturas através da
história, pode também sair dos assuntos mais comuns e abordar assuntos
diferentes, explorando aspectos inusitados.
É necessário, que o (a) professor (a) tenha a prática da leitura, o
conhecimento de diversos tipos de textos, pois não tem como o mesmo
estimular seus alunos à leitura, se ele não tem essa tal prática, e não conhece
diversos tipos de textos literários, não tem interesse em histórias, não conta
com emoção, não sabe usar técnicas e estratégias que podem ser utilizadas no
cotidiano da sala de aula, para estimular, incentivar e obter atenção dos alunos
no momento da contação de história, ou em qualquer outro trabalho com a
literatura. Segundo Ana Maria Machado (2011, p.38) “Grande nó das atitudes
em relação à leitura no Brasil hoje, está na formação de professores não
leitores”.
19
É importante, a inserção da literatura infantil no cotidiano dos alunos do
2° ano do ensino fundamental I, para isso, o professor pode trabalhar de várias
formas, vários tipos de leitura, usarem estratégias, técnicas, fazer várias
atividades partindo dos textos literários, como: poema, conto, crônica, fábula,
novela, narração, lenda, teatro, história em quadrinhos, sejam elas trabalhadas,
no “Cantinho da leitura”, na biblioteca da escola, quando faz a interpretação de
texto, roda de conversa, onde todos os alunos dão sua opinião, argumentam,
falam sobre os personagens, comparando-se com os mesmos, seja na leitura
feita pelo professor, em voz alta, interpretação de imagens que contem no livro,
relacionar uma lista de personagens ou títulos conhecidos com suas imagens,
dramatizarem uma história conhecida, cada aluno escolhe um livro para ler em
casa, reescrita de um texto literário com ou sem imagens, elaboração de uma
sequência de imagens com diálogo, a partir de uma história conhecida,
localizar uma palavra, por exemplo, numa canção conhecida. O professor já
está inserindo a literatura infantil no cotidiano dos seus alunos, de uma forma
lúdica, prazerosa e ao mesmo tempo, alfabetizando. Essa é a relação da
literatura infantil com os alunos do 2°ano do ensino fundamental I.
O trabalho com a leitura deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura pode ser realizada; no entanto, alguns cuidados são necessários: nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se necessário negociar o significado (validar interpretações), essa negociação precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação dos alunos. Ao professor cabe orientar a discussão, posicionando-se apenas quando necessário; ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e preparar os alunos. (ZILBERMAM, 1989, p.56)
Este trabalho, com o 2° ano do ensino fundamental I é muito importante,
pois prepara a criança, para várias áreas do saber, assim, possibilitando os
conhecimentos e bons sentimentos. Portanto, o lugar da literatura infantil está
vinculado à escola, com o propósito de dar continuidade as suas experiências.
A partir do momento em que a criança ingressa no ensino fundamental,
ela encontrara nos textos que lhe são apresentados, linguagens diferentes que
ela já conhece, mas o surgimento de uma vivência adquirida, lhe assegurará
uma interação maior com os significados dos códigos, onde divertimento junto
20
a significação vão ganhando novos sentidos, e uma nova linguagem no
decorrer do tempo.
A criança já vem com uma bagagem para o 2° ano do ensino
fundamental I, é necessário dar continuidade em suas experiências linguísticas
iniciadas em seus primeiros anos de escolaridade (ensino infantil).
1.3 Contribuições da Literatura Infantil
A literatura infantil contribui para reforçar os laços de desenvolvimento e
descobertas da criança. Desenvolve na criança a linguagem, cativando-as pelo
prazer de ouvir o outro, pela entonação e sonoridade da voz do narrador, pelo
reconhecimento e valorização da escrita, que seria ler e escrever. Através da
literatura, a criança aprende Matemática, história, geografia, mas, sem se dar
conta de que está aprendendo vários conteúdos pedagógicos.
O trabalho com a literatura infantil transmite valores que são importantes
para o desenvolvimento da criança, como: alegria, amor, confiabilidade,
cooperação, coragem, cortesia, disciplina, honestidade, igualdade, justiça,
lealdade, limpeza, misericórdia, paciência, paz, respeito, responsabilidade,
solicitude e tolerância. Isto contribuirá para o aumento de sua capacidade e
para o desenvolvimento de uma atitude critica, em relação ao seu
comportamento e ao dos demais que estão a sua volta.
Através da literatura infantil consegue-se educar, instruir, distrair, a
história agrada às pessoas de diversos tipos de públicos, sem distinção de
idade ou de classe social, fazem todos sorrirem, imaginar, criar, socializar,
prender a atenção, aquietar-se, informar-se, permite a autoidentificação,
favorece a aceitação de situações desagradáveis, ajuda a resolver conflitos,
acenando com a esperança, deixa o narrador e os ouvintes envolvidos com os
personagens da história, incentiva as crianças a gostarem de livros, e trará à
infância o interesse pela leitura. Além de a história ser fonte de prazer, ela
contribui para o desenvolvimento da criança.
Estes aspectos são de grande importância para o trabalho com a
literatura Infantil no 2°ano do Ensino Fundamental I, pois é através da história
que o professor pode trabalhar esses aspectos citados, visando à formação de
22
CAPITULO II
LEITURA E CONTAÇÂO DE HISTÓRIA
2. O PAPEL DO PROFESSOR
A contação de histórias na alfabetização é de grande importância, pois é
com elas que se podem transportar as crianças para um mundo cheio de
descobertas, onde podem desenvolver sua imaginação, criatividade, liberdade,
ampliando sua cultura e tornando-as mais expressivas, dando-lhe subsídios
para suas ideias, questionamentos e críticas. Mas, para que tudo isso ocorra é
precisamos da principal peça, que é o professor. O professor tem que estar
atento nas escolhas dos livros, na forma de apresentá-los, para assim,
despertar os interesses das crianças em ouvir histórias e ter o gosto pela
leitura.
Para inserir as crianças no universo da leitura, o professor deve usar
estratégias para que a literatura infantil seja aceita pelos alunos, e assim,
mostrar a importância da leitura para o desenvolvimento cognitivo, social e
psicológico das crianças. A literatura infantil para o aluno deve ser algo
prazeroso, para que possa desenvolver sua imaginação, sua criticidade.
Com a contação, a aula torna-se mais divertida, o aluno pode tornar-se
mais participativo e entusiasmado, além de alegre, pois muitas vezes, por meio
da contação, o aluno expressa suas emoções. As estratégias de contação são
necessárias para dar à Literatura Infantil um significado, e fazer com que seja
prazerosa para os alunos.
No planejamento dos momentos de leitura e contação, o professor deve
avaliar o texto a ser lido, organizar o espaço, recursos, estratégias, tempo,
mais, adequados aos objetivos que quer alcançar e preparar atividades que
possam ampliar os conhecimentos de seus alunos.
A escolha do livro deve ser criteriosa, pois o professor deve se
preocupar com alguns fatores importantes, como: se o enredo do texto está de
acordo com a faixa etária e os interesses de seus alunos; se o texto e a versão
selecionada é original, ou uma adaptação do texto original, pois este deve ser
rico em possibilidades de apresentação e interpretação, ou seja, o professor
deve fazer os levantamentos dos conhecimentos prévios de seus alunos sobre
23
o texto, para que no desenvolvimento da contação, o professor lance de
estratégias para explorar os pontos da história mais emocionantes, e despertar
a curiosidade das crianças.
Além da estrutura do texto, o professor deve se preocupar em estudar a
história, e além de tudo, divertir-se com ela, observando sua mensagem para
uma boa contação.
Quando o professor tem a preocupação em ler previamente a história a
ser contada, dificilmente encontrará dificuldades em realizar a contação da
história para a sala. Antes de realizar a contação, o professor deve preocupar-
se em apresentar o tema ou assunto a ser lido de forma clara, ou seja, falar
sobre o gênero textual, quem escreveu o enredo da história, fazer um
levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos, questionando-os sobre o
que será lido, se já conhecem a história ou assunto.
Ao realizar a contação de histórias, o professor deve preocupar-se com
a entonação, para transmitir emoção nos fatos da história, pois o professor
pode realizar a contação para um grande grupo de crianças, o melhor volume
de sua voz, e como esta técnica pode prender a atenção de seus alunos. Cléo
Busatto (2008) chama a atenção para o ambiente de sala de aula: “Vamos
imaginar, você está com todas as crianças a sua volta, umas vinte, ou trinta.
Logo, a técnica deverá ser outra, o volume de voz ampliado e a sua energia
deverá atingir a todos, simultaneamente.” (p. 47).
Para preparar o ambiente para a história, a introdução será o, primeiro
momento estabelecido entre o professor (narrador) e as crianças (os ouvintes),
e tem grande importância na contação, pois é a parte que prepara o ouvinte
para a história a ser contada, estimulando seu imaginário para o enredo de
toda a história. Este estímulo dá-se diante de uma boa apresentação.
Se a introdução do próprio livro é longa e complexa, o professor deve
reduzir ao ponto de não se tornar cansativa para possibilitar a atenção.
A introdução estabelece o contato inicial entre narrador e ouvinte, devendo ser enunciada com voz clara, pausada, uniforme. Nem todos os livros trazem introduções precisas, completas. Se a história é lida, a criança pode suprir a falta. Mas, se é para ser ouvida, cabe ao narrador completar, adaptar, pois fica difícil começar a narração sem a fase preparatória inicial. Quase sempre basta acrescentar o “Era
24
uma vez”, “Um dia” e colocar as frases em ordem direta. (COELHO, 2008, p.22)
É com esta introdução, que todo o enredo da história ganha sentido,
trazendo detalhes e significados, tornando-a mais criativa e emocionante de ser
ouvida.
O professor deve se preocupar em recapitular partes da história, para
possibilitar aos alunos interpretações, relação com seus conhecimentos prévios
e seleção de trechos mais significativos.
Como diz Solé (1998, p. 31), “O processo de leitura deve garantir que o
leitor compreenda o texto, e que possa ir construindo uma ideia sobre seu
conteúdo, extraindo dele o que lhe interessa, em função dos seus objetivos”.
A exploração do texto é de grande importância para que se tenha uma
boa conclusão, explorar detalhes, trabalhar com o conhecimento prévio ou a
introdução da história, faz com que as crianças criem em seu imaginário várias
conclusões, além de mexer com o seu emocional. O professor pode se utilizar
de várias técnicas como a de cantar, fazer gestos e bater palmas, desta forma,
o contador consegue viver o personagem e ter confiança no trabalho que está
sendo desenvolvido, podendo fazer as corretas adaptações, e a escolha das
técnicas mais apropriadas para cada história a ser contada, não perdendo o
enredo, o foco e nem o sentido de toda história. Segundo Betty Coelho (2008,
p.26) “Se o narrador baseou sua escolha em critérios adequados, não deve
arriscar-se à adaptação de improviso, que podem prejudicar a integridade do
texto”.
TÉCNICAS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIA
Toda história deve ter várias possibilidades de ser contada, além da
própria narração do contador, deve-se lançar mão de inúmeras técnicas e
recursos. Vejamos algumas alternativas
2.1 O uso do Flanelógrafo
Segundo Betty Coelho (2008, p.40) “O Flanelógrafo é um quadro de
forma retangular em madeira compensada ou papelão grosso, com uma face
coberta de flanela de cor clara, azul de preferência, porque servirá de cenário”.
25
Figura 2: Flanelógrafo
Fonte: http://blogebi.blogspot.com.br/2010/09/flanelografo.html
O uso do Flanelógrafo é ideal para apresentar os personagens da
história que se movimentam durante a narrativa. O professor pode criar estes
personagens, confeccionando ou utilizando recortes de revistas e jornais. O
professor não deve confundir o Flanelógrafo com gravuras, onde as gravuras
reproduzem a cena, pois no Flanelógrafo os personagens são apresentados
individualmente, cada um em seu lugar, dando ideia de movimento.
2.2 Trabalhando com Gravuras
Se o livro a ser utilizado para a contação não apresenta figuras, é
pequeno para uma apresentação coletiva, ou suas ilustrações não são
grandes, o professor pode fazer uso das gravuras. Podem-se ampliar as figuras
do livro, ou mesmo, criar figuras para aquele livro que não apresenta
ilustrações.
O professor pode utilizar diferentes materiais para que seja feita esta
adaptação como: a cartolina, papéis coloridos, pintura com tinta, lápis de cor e
26
papel camurça. Estes recursos favorecem a observação de detalhes,
contribuindo para a organização do pensamento, facilitando assim, um
entendimento mais fácil do enredo e do desfecho da história contada.
Figura 3: Personagens de história
Fonte: http://www. historiasparaeducacaoinfantil.blogspot.com
http://www. espacoeducar-liza.blogspot.com
O uso deste recurso requer que o contador, antecipadamente, organize
as figuras para que no momento da apresentação tenha um efeito natural,
causando assim, a surpresa e o encantamento nos alunos.
Segundo Betty Coelho (2008, p.40) “Cada recurso, portanto, é valioso
em sua peculiaridade, permitindo variar a apresentação e recriar de modo
original”.
2.3 Com desenhos
O contador utiliza esta técnica para dar asas à imaginação de seus
ouvintes, no caso do professor, para que os alunos participem da contação, de
forma que todos, ou parte do grupo vá até o quadro desenhar as ideias e fatos
sugeridos pela leitura. Este recurso é uma forma do aluno imaginar e criar sua
própria versão da história.
Figura 4: Fichas de desenho
27
Fonte: http://www.fichasdesenhos.com/materiais-para-contar-histrias.html
2.4 Utilizações de movimentos corporais
Quando se fala em contar histórias, automaticamente, imaginam-se
livros cheios de figuras e cores, para que seja apreciado visualmente o
contador pode também, utilizar-se de técnicas para produção de imagens
verbais, sonoras e corporais tornando assim, sua contação mais rica e
chamativa para seus ouvintes.
Figura 5: Movimentos corporais
Fonte: http://pipando.wordpress.com/
Segundo Cléo Busatto (2008, p. 52), “a imagem é um dos elementos de
encantamento na contação de histórias.” A autora deixa claro que o uso da
expressão corporal, pode ser um ponto importante para a realização da
contação, por exemplo, quando se conta um conto como João e Maria ou a
Bela Adormecida, em que há trechos sobre medo, desespero e sono. O
contador utiliza-se da expressão corporal para demonstrar a aflição e a emoção
dos personagens, materializando-se, através de sua expressão corporal à
situação psicológica dos personagens.
As imagens corporais estimulam o imaginário das crianças, dando forma
à contação, pois através de seu corpo é possível construir todo o contexto da
história.
Sem estas imagens o conto perderia a graça e o fascínio, e para que elas surjam no imaginário do ouvinte com toda a força que elas trazem consigo é preciso que antes elas sejam visualizadas por nós, na nossa tela interna, com tanta precisão, que ao narra-las elas criem vida e se materializem no espaço. (BUSATTO, 2008, p.54).
28
2.5 Utilização de sons
Além de imagens corporais, o contador pode utilizar de imagens
sonoras, produzindo o áudio da história. A utilização desse recurso traz ao
ouvinte elementos e pistas para projetar em seu imaginário, as imagens da
narrativa. O contador pode utilizar das onomatopeias, para associá-las a fatos,
personagens, objetos, por exemplo, imitar a porta que se abre, dentre muitos
outros exemplos.
Segundo Cléo Busatto (2008, p.56) “Aproprie-se das onomatopeias –
sons que carregam imagens e faça um bom uso delas”.
O contador pode realizar o uso deste recurso em grandes grupos, como
em sala de aula, desde que tenha o cuidado de não transformar a narrativa em
uma desordem, pois todos os recursos como imagens sonoras e corporais,
devem ser utilizadas com moderação, pois podem proporcionar vários efeitos.
Quando mal utilizadas, acabam tendo um resultado não esperado pelo
contador, como o não retorno do silêncio pelos expectadores.
Figura 6: Onomatopeia
Fonte: http://folhavitoriense.blogspot.com/
29
2.6 Suportes para contação
O contador também pode utilizar para sua narrativa de suportes
diferenciados para a contação, como aventais e tapetes. São técnicas simples,
que permitem trabalhar toda a narrativa com figuras e imagens estimulando e
encantando o imaginário dos ouvintes.
Figura 7: avental de histórias
Fonte: http://educaja.com.br/
Figura 8: Tapete de histórias
Fonte: http:// costurandohistorias.com /
30
2.7 Participações durante a história
Ao contar histórias, o professor pode utilizar-se de interferências feitas
por ele e pelos alunos, esta é uma técnica com bom efeito diante deles, pois
além de ouvir histórias, eles também podem participar ativamente da contação.
Segundo Betty Coelho (2008, p. 43) “A interferência consiste numa participação
ativa dos ouvintes, pela voz e/ou gestos, podendo ser bastante variável: falada
[...], cantada [...], e de grupo [...]”.
Esta técnica é um ótimo recurso para se utilizar com um público
numeroso, onde o contador com muita criatividade interage com seus ouvintes.
Embora, seja uma técnica de bons resultados, alguns cuidados devem ser
tomados para que a contação de histórias não vire uma desordem, e haja o
equilíbrio entre a interferência e o silêncio.
Segundo Betty Coelho (2008, p.44) “A maioria das histórias oferece
oportunidade de usar a interferência, mas as crianças devem habituar-se
também a ouvir caladas, sem interferir”.
Em algumas situações, o professor não deve fazer interferências, ou
pode fazê-la de forma que os alunos não participem com questionamentos
pertinentes, embora sem aguardar respostas. Esta é uma forma do narrador
apontar as principais partes do enredo.
Já, nos casos onde o narrador torna a interferência participativa deve
sempre estar preocupado em avaliar quando se pedem vaias, palmas, risos,
dentre outras manifestações.
2.8 Música e poesia
Algumas histórias possuem pequenos trechos poéticos, como no conto:
A Cinderela, dos Irmãos Grimm (apud. Irmãos Grimm. Livros de textos: Ler e
Escrever, São Paulo. 2010. p. 82), no trecho em que a jovem vai até a aveleira
e diz:
Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me toda de ouro e de prata.
31
Percebe-se que, neste verso, o contador deve fazer uma interpretação
poética utilizando de uma entonação leve e suave.
No mesmo conto, há um trecho, onde duas pombas pousam na aveleira
e cantam para alertar o príncipe sobre a mentira das irmãs de Cinderela (apud.
Irmãos Grimm. Livros de textos: Ler e Escrever, São Paulo.2010. p. 82):
Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! não é a noiva certa que vai sentada atrás!
Segundo Betty Coelho (2008, p. 27), “Estudar uma história é também
inventar as músicas, ou adaptar a letra às músicas conhecidas, conforme
sugestão do texto, que são introduzidas no decorrer do enredo ou no seu final”.
A música e a poesia podem ser técnicas de complementação para a
narrativa, onde o contador pode brincar divertir e encantar seus ouvintes.
2.9 Usos de objetos
O uso de objetos na contação pode ocorrer com fantoches, objetos
acústicos, personagens e cenário, baseado na história. Esta construção pode
ser feita através de sucata ou de utensílios cotidianos como: talheres, copos
descartáveis, sacos de lixo, embalagens, utilidades domésticas, garrafas,
papelão, dentre outros materiais.
O ponto mais importante deste tipo de recurso é que os próprios alunos
podem escolher selecionar os objetos e adaptá-los, dando asas a sua
imaginação, e interagindo uns com os outros para chegar a um produto final.
Figura 9: Fantoches
32
Fonte: HTTP//.lekailustradora.blogspot.com.
Figura 10: Fantoches
Fonte: http:// campinas.olx.com.br
A utilização de objetos para a contação proporciona à criança brincar
com a imaginação, pois qualquer objeto pode se transformar em personagens
e cenário, e com isso, a contação se torna viável e possível.
2.10 Usos de tecnologia
A cada dia que passa, percebe-se que a tecnologia está mais presente
no cotidiano das crianças, e logo cedo elas aprendem a manusear e a trabalhar
com estas tecnologias. O professor muitas vezes, ainda tem receio de colocar
a mão na massa e utilizar-se dessas tecnologias para o benefício de seu
33
trabalho em sala de aula, porém, existem àqueles, que mesmo não sabendo
como funcionam corretamente alguns meios tecnológicos, procuram aprender e
conhecer, para tirar benefícios para sua aula.
Na contação de histórias, o uso dessas tecnologias pode ser
incrementado de várias formas, como por exemplo: utilizar um aparelho de
som, utilizar o computador para que as crianças, além de ouvir e ler a história
possam ver imagens, como na comunicação alternativa, o que possibilita
múltiplas linguagens para os diferentes estilos de aprendizagem e
características individuais, contemplando inclusive, os alunos com deficiência.
A utilização dos recursos, como comunicação alternativa através de
softwares, traz para as crianças portadoras de deficiência, um grande avanço,
pois elas se interagem melhor, e podem, além de tudo, participar e adquirir o
desenvolvimento da linguagem.
34
CAPITULO III
ATIVIDADES APÓS A HISTÓRIA
3. ATIVIDADES
Após a contação de histórias, o professor pode propor aos alunos
atividades que tenham um maior aproveitamento da história que foi contada,
podendo entender melhor seu enredo, a partir de sua interpretação. Ao propor
uma conversa, após a história, deve-se ter cautela na escolha das questões,
para que a ênfase não seja moralista, ou seja, focada em oferecer sempre uma
moral da história.
Em contrapartida, descobrir as reações emocionais das crianças, diante
da história ouvida, é de grande valor, pois os alunos expressarão sentimentos,
relatarão o que compreenderam, e até mesmo, apontarão semelhanças e
diferenças com outras histórias.
Comentar não significa propor questões interpretativas e muito menos destacar a mensagem contida na história. A criança por si só percebe essa mensagem e a revela nas colocações que faz. São comentários interessantes, oportunos, engraçados, algumas vezes denunciando conflitos existenciais. (COELHO, 2008, p. 57)
Esta conversa após a contação de história é a primeira proposta de
atividade a ser realizada com os alunos, dando-lhes a oportunidade de
expressar seus sentimentos e sua impressão pessoal sobre a história.
Há algumas atividades que possibilitam a integração/articulação entre as
áreas do conhecimento, não só como processo de trabalho do professor na
sala de aula, como da própria escola como coletividade. Propor essas
atividades após a história faz com que a criança, faça melhor proveito do
conhecimento transmitido, enriquecendo assim, seu vocabulário, sua cultura,
abrangendo também a linguagem artística.
Segundo Betty Coelho (2008, p. 59) “A história funciona então, como
agente desencadeador de criatividade, inspirando cada pessoa a manifestar-
se, expressivamente, de acordo com sua preferência.”.
Podem-se citar inúmeras atividades, que possam ser propostas de forma
a não retirar o brilho e a importância da história como: a dramatização, os
desenhos, as dobraduras, os recortes, as brincadeiras, as maquetes, dentre
35
muitas outras. Estas atividades dão aos alunos, a oportunidade de
expressarem suas ideias, expor seus sentimentos e conhecimentos adquiridos
a partir da contação, além de serem atividades, que devem ser escolhidas
espontaneamente, a partir das necessidades e interesses dos alunos. É
importante, que o professor pense em oferecer diversos tipos de textos
literários na contação, pois desta forma, estará contribuindo para a formação
de leitores, do que apenas ensinar a ler.
[...] a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes. (BRASIL, 2001, p.55)
Na aprendizagem da leitura, o aluno tem que sentir-se instigado a ler,
portanto, o professor pode propiciar essa aprendizagem através da contação,
propondo atividades organizadas e atrativas, tornando assim essa fase de
aprendizado significativa, e construindo o hábito da leitura impulsionado pelo
prazer e não como obrigação escolar.
Para que a leitura possa ser inserida no cotidiano escolar, de modo
contextualizado, e a partir de objetivos claros e objetivos, o professor deve
pensá-la a partir das atividades organizativas do trabalho docente, como
propõe NERY apud BRASIL, 2007: “atividades permanentes, sequência
didática, projeto e atividade de sistematização”.
Pensando na questão da leitura, pode-se pensar na atividade
permanente, como um trabalho regular, diário, semanal ou quinzenal que
objetiva uma familiaridade maior com um gênero textual, um assunto/tema de
uma área curricular, de modo que, os estudantes tenham a oportunidade de
conhecer diferentes maneiras de ler, de brincar, de produzir textos, de fazer
arte.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001. p. 63) a
atividade permanente corresponde a “[...] situações didáticas propostas com
regularidade e voltadas para a formação de atitude favorável à leitura [...]”.
Como exemplos de atividades permanentes, NERY apud BRASIL, 2007
propõe: Você Sabia? Ou, a “Hora de...”, momento em que se discutem
assuntos/temas de interesse das crianças. Nesta atividade, conhecimentos
sobre outras áreas curriculares: história, geografia, curiosidades científicas,
matemática, notícias, dentre outras, são objeto de leitura e discussão.
36
Entretanto, o objetivo aqui é o ensino da leitura a partir do conteúdo curricular,
e não o que propomos neste trabalho.
Em consonância à proposta defendida neste trabalho, sugerimos a roda
de leitores – momento em que as crianças selecionam em casa, na biblioteca
(livros, textos, gibis, entre outras.), para ler em dias e horários pré-
determinados. Depois de feita a leitura, pode ser discutida com os colegas, o
que foi lido e compreendido.
No dia combinado, uma parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, o que pensou, sugere outros títulos do mesmo autor ou conta uma pequena parte da história para “vender” o livro que o entusiasmou aos colegas. (BRASIL, 2001, p. 63)
Outra opção para o trabalho com a leitura é a sequência didática, que
pressupõe um trabalho pedagógico organizado em uma determinada
sequência, em um determinado período estruturado pelo professor, onde este,
deve se preocupar em propor a leitura para seus alunos de forma que eles
busquem ler não apenas aquilo que se é instituído, mas também, ler aquilo que
se tem curiosidade, interesse e preferência.
Os planos de aula, em geral, seguem esta organização didática. Por
exemplo: a sequência didática permite que se leiam textos relacionados ao
mesmo tema, de um mesmo autor, de um mesmo gênero; realizem-se
atividades de arte, como: teatro, pintura, música, dentre outras, ou que se
estudem conteúdos de várias áreas do conhecimento do ensino fundamental,
de forma interdisciplinar.
São situações didáticas adequadas para promover o gosto de ler e privilegiadas para desenvolver o comportamento do leitor, ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da prática de leitura: formação de critérios para selecionar o material a ser lido; constituição de padrões de gosto pessoal, rastreamento da obra de escritores preferidos, etc. (BRASIL, 2001, p.63).
Como sugestão de sequência didática, propõe-se a leitura de fábulas,
cujo objetivo é trabalhar com as estratégias de leitura, no sentido de a criança ir
tomando consciência que a leitura envolve seleção, antecipação, inferência e
verificação.
Depois da leitura, as crianças podem refletir e discutir algum assunto
polêmico, ou discutir as perspectivas do narrador e do leitor. É também
37
momento de ensinar aos alunos, a produzir textos com outras linguagens,
representando sua forma de pensar e expressar seu sentimento perante a
leitura.
Considerando-se as tendências individuais, não é conveniente pedir apenas desenhos. É melhor que cada um tenha oportunidade de expressar-se de acordo com suas preferências: desenhar, recortar, dobrar, modelar, etc. (COELHO, 2008, p.62).
Após a contação, o professor pode propor aos alunos uma
representação sobre aquilo que foi lido, esta atividade propõe aos alunos uma
divertida forma de expressão, onde não se tem ensaios, nem preparação para
realizar a atividade, pois os próprios alunos decidem entre si quem fará as
interpretações dos personagens, e a construção de cenários. Desta forma, os
alunos têm que se organizar e se adequar, de acordo com o que ouviu da
história. Para que esta atividade tenha um bom desempenho, é necessário
utilizar-se de histórias curtas, para memorizar.
Há enredos que se prestam melhor à dramatização, isto é, enredos de repetição, movimentados e fáceis de guardar, pois a dramatização logo após a narrativa não é ensaiada, os participantes escolhem o próprio papel resolvem entre si as situações de modo convincente, sem ser necessárias, caracterizações de vestuário ou cenário. Levando em conta a predisposição geral da turma para participar, escolhido o elenco, o restante do grupo poderá compor o cenário: árvores, flores, pedras, vento, brinquedos, sem se afastarem de seus lugares para apreciar a ação do elenco, numa posição de expectadores ativos. (COELHO, 2008, p.60)
Ainda com relação à sequência didática, o professor pode continuar
explorando a história, propondo a construção de uma maquete, onde se é
reproduzido uma ou mais cenas da história contada.
Desta forma, o aluno tem a liberdade de expressar suas ideias e mostrar
outras habilidades, pois cada um vai ser responsável, em construir um ou mais
cenários da história, que pode desembocar em um projeto ou exposição.
Consiste em reproduzir uma ou mais cenas da historia. Cada criança se incumbe de uma tarefa a seu gosto depois vão arrumando as peças que construíram com o material disponível, o que resulta numa construção plástica original, que as deixam bastante animadas. (COELHO, 2008, p. 63)
Este momento se torna prazeroso para a criança, pois além de
demonstrar suas habilidades e utilizar a criatividade, pode observar o trabalho
do outro, tornando-se mais propensas a aceitar opiniões e críticas de outros,
38
obtendo um crescimento, que será muito importante em seu futuro, como
cidadão atuante.
Já o projeto é uma modalidade de organização do trabalho pedagógico,
que prevê um produto final, cujo planejamento tem objetivos claros:
dimensionamento do tempo, divisão de tarefas e, por fim, a avaliação final em
função do que se pretendia. (NERY apud BRASIL, 2007).
O projeto é um trabalho articulado, em que as crianças usam de forma
interativa, as quatro atividades linguísticas básicas: falar, ouvir, escrever e ler, a
partir de muitos e variados gêneros textuais:
Os projetos são situações em que linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem tarefas que articulam esses diferentes conteúdos. (BRASIL, 2001, p.62)
Podem-se citar alguns exemplos de projetos como diz BRASIL, 2001,
p.62: gravação de contos e poemas lidos, para que seja arquivado, como
material de uso escolar; produção de vídeos, contendo as curiosidades dos
alunos, diante de assuntos do cotidiano de uma sociedade; feiras de livros, a
partir da exposição de livros confeccionados pelos alunos, partindo ou não de
histórias conhecidas, ou seja, o aluno pode ter a liberdade de reproduzir uma
história conhecida, ou escrever uma versão inédita de sua própria historia.
Os projetos de leitura trazem a oportunidade de compreender melhor o
processo de leitura e escrita, mostrando-nos que para formar leitores, o
professor não deve apenas focar em ensinar os alunos a decifrar códigos, e
sim, a compreender aquilo que se lê.
No segundo ano do ensino fundamental I, os professores têm uma
grande preocupação em alfabetizar o aluno, muitas vezes, focam-se apenas na
escrita, esquecendo-se da leitura, ou ensina-se a ler apenas para a realização
de tarefas.
O processo de aquisição da escrita deixa claro que, a leitura é
importante em nosso cotidiano, pois nos deparamos com diferentes e
inusitadas situações, em que a leitura se faz essencial: ler uma bula, para
tomar um medicamento, ler placas, para andar nas ruas, contar com o auxílio
das receitas para preparar um prato, dentre outros exemplos.
No nosso dia a dia lemos com os mais diferentes propósitos: para nos informar sobre as atualidades, para localizar endereços e telefones,
39
para fazer uma receita, para saber como vão pessoas que estimamos, para nos divertir ou emocionar, para tomar decisões, para pagar contas, para comprar algo, entre outros. (SÃO PAULO, 2010, p.20).
No processo de aquisição da leitura e da escrita, faz-se necessária a
realização de atividades de sistematização, na qual se objetiva fixar os
conteúdos que estão sendo trabalhados.
Na alfabetização, são os conteúdos relativos à base alfabética da língua,
ou ainda, as convenções da escrita e os conhecimentos textuais. As atividades
de sistematização podem ser lúdicas, como: os jogos, as brincadeiras, a
música, as artes, a cultura e a de interação social.
Para que a leitura e contação façam parte do cotidiano escolar, é
necessária a apresentação de diversos gêneros, suportes e propostas
literárias, diariamente, sem deixar de lado o planejamento, e o uso de recursos
e estratégias variadas. O professor não pode privar o aluno de livros, com
vocabulário não usual, pois deve acreditar na capacidade de seus alunos.
No que tange a textos longos, professor pode arriscar-se desde que
utilize de contação de partes da história, com calma e clareza.
É fundamental, que a escola como um todo, considere a leitura e a
contação, como fundamentais para a vida de todas as pessoas, sejam
alfabetizadas ou não, pois o contato variado e com qualidade com a escrita,
amplia a visão de mundo, estimula a formação de cidadãos leitores, possibilita
a compreensão da relação entre a fala e a escrita, dentre muitos outros
benefícios.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001, p. 65)
“Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler
ensina a ler e a escrever”.
Ainda se tem sobre a leitura, uma visão errada, pois ela ainda é muito
vista por professores e pela sociedade, como algo necessário apenas para
decifrar o sistema de escrita, mas esta não é a realidade, pois o que a escola e
os professores devem propor a seus alunos é que eles se tornem leitores
competentes, onde eles mesmos possam escolher o material adequado, e de
qualidade para suas leituras, e seu crescimento pessoal.
O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possa “decifrar” o sistema de escrita. É- já disse – formar leitores que saberão escolher o material escrito adequado para
40
buscar a solução de problemas que devem enfrentar e não alunos capazes apenas de oralizar um texto selecionado por outro. É formar seres humanos críticos, capazes de ler entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explicita ou implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem, em vez de persistir em formar indivíduos dependentes da letra do texto e da autoridade de outros. (LERNER, 2002. p.27)
Desta forma, é um desafio transformar crianças em leitores, onde elas
não se preocupem apenas com a obrigação de ler, e sim, da leitura por prazer,
fazer com que elas compreendam que a literatura, além de ser prazerosa,
também é de grande importância para adquirir conhecimento, e para estimular
sua criatividade e imaginação, por isso, é necessário compreenderem que se
devem abandonar atividades apenas mecânica, ou seja, ler apenas por ler,
para ensinar a criança a decifrar códigos, e a partir daí compreender o
processo de escrita, mas dar à leitura, aos contos, uma importância maior,
onde a literatura se torne algo presente no cotidiano das crianças, de forma
prazerosa e alegre, onde elas possam enxergar a verdadeira motivação na
leitura.
41
CAPITULO IV
PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo tem como objetivo, expor os dados coletados em pesquisa
de campo e bibliográfica, acerca da inserção da literatura infantil no cotidiano
do 2º ano do Ensino Fundamental I, a seguir os dados dos pesquisados.
Tabela 1: Pesquisa de Campo/Docente
Sexo Idade Docência Formação Observações
Feminino 35 anos 11 anos Letras X
Feminino 44 anos 22 anos Pedagogia X
Feminino 57 anos 20 anos Letras X
Feminino 35 anos 4 anos Pedagogia X
Feminino 38 anos 17 anos Pedagogia X
Feminino 49 anos 17 anos Pós-graduação Pós-graduação não especificada
Feminino 29 anos 7 anos Pedagogia X
Feminino 52 anos 18 anos Letras X
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
As questões foram preparadas antecipadamente, de forma dissertativa,
entregues aos (8) professores da classe, de duas escolas Estaduais, cada
questionário com 10 (dez) questões para levantar informações sobre espaço
físico, acervo de livros, planejamento semanal sobre a literatura infantil,
recursos utilizados, entre outras questões que norteiam a prática-pedagógica
dos professores, na inserção da literatura Infantil no 2° ano do ensino
fundamental I.
A primeira questão foi voltada ao espaço físico utilizado na leitura/
contação de histórias: “Em quais espaços físicos você realiza o momento da
leitura ou contação de histórias? Justifique?”.
As respostas foram variadas conforme mostra o gráfico a seguir:
“Na sala de leitura,na sala de aula,na biblioteca e no pátio”.
“Depende da escola,sala de leitura,biblioteca,pátio,quadra e sala de
aula”.
42
Figura 11 - Resposta da pergunta nº. 1, dos professores
26%
26%22%
12%
14%
Espaço Físico utilizado para Leitura
Biblioteca
Sala de Aula
Pátio
Quadra
outros
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
O espaço físico é importante, pois revela concepções pedagógicas e o
planejamento pedagógico.
Na perspectiva walloniana, o espaço fisico contribui para um
desenvolvimento infantil integral, contemplando os domínios afetivos, motores
e cognitivos.
Como observa-se no gráfico acima, a maioria dos professores relatam
que para o momento da leitura, frequentam sempre a biblioteca (%) da escola
e a sala de leitura (%).
Defendemos que, para o professor estimular os alunos à leitura, o
interessante é que esta fuja do usual, sendo uma contação de histórias, em
lugares diferentes, por exemplo, um gramado, embaixo de uma árvore. Esta
alternância de ambientes, propicia uma maior aproximação com a linguagem
escrita, cria uma atmosfera lúdica e produz um ritual que dará um sentido para
este momento.
Na segunda questão, o objetivo foi analisar a existência da Biblioteca e
Sala de leitura, sua frequência e os tipos de livros: “Na sua escola, tem
biblioteca ou sala de leitura? Caso exista, com que periodicidade seus alunos a
frequentam? Quais tipos de livros compõem o acervo?
43
Figura 12- resposta da pergunta nº. 2 dos professores
36%
29%
14%
21%
Tipos de livros que compõem o acervo da Biblioteca da escola
Livros Infantis
Revistas
Jornais
Gibis
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Nas escolas pesquisadas existem a sala de leitura e a biblioteca, para
que seja utilizada pelos alunos da escola. A porcentagem dos alunos que
frequentam uma vez por semana estes espaços é de 88% , e duas ou mais
vezes por semana, foi de 12%.
Através das conversas com as professora, ficamos sabendo que os
alunos não têm o momento de leitura/contação de história na biblioteca, pois
esse momento é na sala de leitura , os alunos pegam seu recurso (material) na
biblioteca, e levam para a sala de leitura, é ali que acontece o momento de
leitura/contação, que segundo as professoras é pelo menos uma vez por
semana.
Os tipos de materiais que compõem estes acervos são variados, tais
como: livros infantis (contos, poesia, poema, fábulas etc), revistas infantis:
Picolé (Editora Coquetel) e Recreio (Editora Abril), jornais e gibis. Através das
questões respondidas pelos próprios professores, eles afirmam que têm
conhecimento de quais livros compõem o acervo da escola.
Na questão de nº 3, o objetivo foi verificar se todas as salas de aula
contêm um acervo de livros, seu tipo e sua quantidade. A pergunta proposta
aos professores foi: “Você possui acervo de livros na sala de aula”? .
Figura 13- resposta da pergunta nº. 3 dos professores
44
Tipos de Livros que compõem o Acervo da
Classe
55%33%
11%
Revitas/Gibis
Contos/Poesias
Piadas
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Observa-se que todos os professores têm acervo na sua sala de aula, e
que esses são variados. Além dos tipos de livros que têm nesse acervo, foi
pesquisada a quantidade de livros que têm em cada acervo, que varia entre 40
a 58 livros em cada acervo.
Como citado acima, têm livros de poesias, contos, que faz parte da
literatura infantil, já a revista, o gibi e as piadas não são textos literários.
Segundo Ana Maria Machado (2011), não é mais um problema no Brasil,
o acesso ao livro infantil, pois toda escola recebe livros de qualidade. Para Ana
Maria Machado, o que falta são professores que saibam o que fazer com esses
livros.
Na questão nº 4, o objetivo era analisar qual o espaço da literatura
infantil no planejamento pedagógico semanal: “Com qual periodicidade você
trabalha a literatura infantil nas suas aulas? Por quê?”.
Figura 14- resposta da pergunta nº. 4 dos professores
45
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Analisando as respostas, observa-se que o trabalho com a literatura
infantil ocorre de uma a duas vezes por semana, o que correspondem a
mesma periodicidade com que os alunos frequentam a biblioteca, ou a sala de
leitura. No planejamento semanal, analisamos que a literatura infantil, enquanto
contação de histórias ocorre uma vez por semana, somente com a retirada de
material, e que este é o momento reservado, todas as turmas têm horários
específicos para frequentar a sala/biblioteca, combinamos com professores e
direção da escola.
Ainda na quarta questão, podemos analisar a justificativa dos
professores sobre o trabalho com a literatura infantil.
Figura 15- resposta da pergunta nº. 4 dos professores
50%38%
12%
Por que Trabalhar a Literatura Infantil na Sala de Aula?
Necessário
Incentiva a Leitura e Escrita
Estimulo a Imaginação
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
A justificativa que mais sobressaiu entre as professoras foi a do incentivo
à leitura e escrita.
46
Como já foi visto no capitulo anterior, a literatura infantil no cotidiano
escolar, proporciona o prazer pela leitura e escrita, pode-se trabalhar várias
outras matérias especificas, transmitindo valores que são muito importantes
para o desenvolvimento da criança.
No questionário para os professores, a questão cinco (5) voltada ao tipo
e frequência que os alunos levavam materiais de literatura infantil para suas
casas, a partir das respostas pode-se verificar que os alunos levam materiais
1(uma) vez por semana, e são de vários gêneros, os mesmos citados, que
contém no acervo e na biblioteca da escola. Porém, há muitas crianças que
não têm o apoio da família, ou porque os pais trabalham muito, ou é criado
pelos avós, até mesmo porque, a família não tem a prática de leitura e acaba
transmitindo isso para os filhos. Assim, dificulta muito o trabalho da professora,
pois não tem apoio da própria família dos alunos.
Na sexta questão, o objetivo foi verificar se os professores já haviam
feito, ou se estavam desenvolvendo algum projeto de literatura infantil. “Você já
fez ou desenvolveu algum projeto de Literatura em suas aulas?
Figura 16- resposta da pergunta nº. 6 dos professores
12%
88%
Você Fez ou Desenvolveu Projetos de Leitura na Sala de Aula?
SIM
NÃO
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Através das questões respondidas pelos professores, observou-se que
muitos confundem atividade de rotina com projeto, como: roda de conversa,
discussão, leitura todos os dias , leitura com produção de história, e várias
outras atividades. Essas atividades após a leitura são rotinas, e não um projeto.
Analisando as respostas, infelizmente alguns professores ainda não têm
conhecimento do que um projeto. Houve uma professora, que respondeu que
já havia desenvolvido projetos como: Fábulas,e o projeto:Literatura para
47
Todos, no (2) bimestre.
A sétima questão foi voltada na atividade proposta pelo professor , após
a leitura/contação de história. “Após a leitura/contação de história, são
propostas outras atividades para os alunos? Quais?
Figura 17- resposta da pergunta nº. 7 dos professores
Quais as Atividades propostas para os Alunos
após a Leitura/Contação de Histórias?
31%
5%31%
5%
28%Roda de Conversa
Texto Fatiado
Interpretações
Representações
Desenhos
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Analisando o gráfico acima, pode-se observar que há uma grande
diversidade de atividades propostas para os alunos após a leitura e contação .
As atividades de rotina se faz necessário e importante, no cotidiano dos alunos,
quando a professora faz a leitura/contação de história e sempre propõe alguma
atividade, faz com que a leitura/contação sempre tenha uma função
pedagógica, seria importante um momento de apreciação, deixar o aluno
imaginar, sem se preocupar se vai ter atividade após a história.
Na questão oito destinou-se ai verificar, quais recursos as professoras
mais utilizavam no momento da leitura/contação.
Figura 18- Resposta da pergunta nº. 8 dos professores
48
Quais Recursos Utiliza com mais frequência
no momento das Histórias?
24%
11%
11%19%
24%
11%Fantoche
Música
Mimica
Entonação
Livros com ou sem Figuras
Representações
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
A partir das respostas, pode-se observar que os professores sempre
utilizam alguns recursos no momento da leitura/contação de história, e o mais
usado é o fantoche, pois elas falaram que os alunos prestam mais atenção,
gostam mais.
Há vários outros recursos que devem ser explorados, assim,
diversificando os materiais, fazendo com que os alunos fiquem encantados
pela literatura infantil, imaginando, criando seus personagens, estimulando a
imaginação, atenção, apreciação e incentivando à prática da leitura.
O trabalho com a leitura deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura pode ser realizada; no entanto, alguns cuidados são necessários: nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se necessário negociar o significado (validar interpretações), essa negociação precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação dos
alunos. (ZILBERMAM, 1989, p.56)
Na questão nove, o objetivo foi verificar se o professor achava que a
literatura infantil trazia contribuições no desenvolvimento dos alunos? “Qual a
importância, e a contribuição da literatura infantil para você, no
desenvolvimento escolar dos seus alunos?”
Figura 19- Resposta da pergunta nº 9. dos professores
49
12%
33%33%
22%
Para o Professor: Qual a Importância e a Contribuição da Literatura infantil no
Desenvolvimento Escolar dos seus Alunos?Comunicação entre os Alunos
Estimulação
Melhor desempenho
Outros
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
Observa-se no gráfico que, os professores acham que a literatura infantil
tem um papel importante na vida dos alunos, como por exemplo: desenvolve
uma boa comunicação entre os alunos, estimula a escrita e a leitura, melhora
no desenpenho, e outros, que foram citados como: “ necessário”; “estimula a
imaginação”; “estimula seu lado crítico”. Foram estas, as respostas dadas pelas
professoras.
Sabe-se que a literatura infantil é mais do que estimular, ela é essencial
no cotidiano escolar do alunos. A literatura corresponde aos anseios dos
alunos, trazendo um mundo prazeroso de imaginações , fantasias e realidades.
Na última questão, nosso objetivo foi verificar se os professores têm
prazer de ler e contar histórias, e quais livros que eles mais leem. “Você gosta
de contar histórias para seus alunos”? “Quais livros que vocês mais leem?”
Figura 20- Resposta da pergunta nº 10. dos professores
Fonte: elaborado pelas pesquisadoras
50
Como observado no gráfico, 74% dos professores contam textos
literários para seus alunos, 13% responderam que leem para a classe o que os
próprios alunos trazem de casa, e 13% não responderam se gostam ou não de
fazer leitura para seus alunos.
51
CONCLUSÃO
O tema proposto fez perceber, que a inserção da literatura infantil, no 2°
ano do ensino fundamental I é importante no processo de alfabetização, pois
além de permitir que o aluno estimule sua imaginação, criatividade e trabalhe
sua personalidade, ela também o ajuda, na aprendizagem da leitura, ou seja, o
processo do ler para escrever, ler por prazer e não apenas do ler por ler. A
maneira de realizar esta inserção apontada no trabalho foi através da contação
feita pelo professor, e pode-se observar que, para a realização disso, existem
inúmeras maneiras, técnicas e recursos.
Com os dados coletados por meio de questionário, pode-se perceber
que muitos professores não compreendem qual a real importância do trabalho
com a literatura infantil, como parte do cotidiano escolar dos alunos, momento
em que esses, não são meros expectadores, mas sim, tendo grande
participação nas aulas, com a contação, onde o professor estimula o
imaginário, a criatividade, e traz emoção para os alunos, transformando assim,
em um momento único e prazeroso, onde as crianças se sentem livres e
incentivadas a participar dando sua opinião, e acrescentando conhecimentos
para si, e para os outros que também estão ouvindo e prestando atenção, e é
desta forma, que se consegue, que os alunos desenvolvam o gosto pela leitura
desde pequenos.
É necessário, que os professores compreendam a importância da
inserção da literatura infantil, no cotidiano dos alunos do 2°ano do ensino
fundamental I.
O professor deve ter conhecimento de como trabalhar, e quais recursos
utilizar, pois estes recursos e materiais variam, e podem utilizá-lo como, por
exemplo: através de fantoches, aventais, expressões, dentre tantas outras
estratégias, para deixar sua contação mais criativa e divertida para os alunos,
algumas técnicas, como a entonação que não exigem recursos auxiliares,
também é de grande uso e importância na hora de contar uma história,
podendo inovar de diversas formas, colocando uma fantasia para demonstrar
outra época, mudar o tom da voz para demonstrar uma emoção ou passagem
da história, podendo brincar com os alunos, pedindo a participação ativa deles
52
durante a história, transformando assim, a contação, em uma peça de teatro,
onde todos participam e interagem entre si e com a história contada.
A pesquisa também mostra a falta de informação e conhecimento por
parte dos professores, em relação aos projetos de literatura, onde a maioria
cita que se restringem a uma leitura feita, diária de revistas, jornais, gibis,
dentre outros gêneros. Desta forma, o professor precisaria de um
conhecimento maior sobre o que são projetos de literatura, qual a sua função, e
de que forma este trabalho pode beneficiar os alunos.
Como mostra o primeiro capítulo, pode-se observar que a literatura
infantil começou a ser vista como uma leitura importante em sala de aula, para
a formação de leitores e para trabalhar com o imaginário, a criatividade dos
alunos, podendo assim, além de ser prazerosa, tornar este gênero uma porta
para a aprendizagem do ler e escrever, de forma mais interessante e divertida.
Percebeu-se que muitos dos professores ao longo da pesquisa, ainda
confundem o que realmente é contar histórias, pois consideram esta prática
estritamente importante, para que as crianças apenas aprendam a ler,
esquecendo que se deve estimular o ato de ler por prazer, por hábito, e não
apenas para aprender a ler ou escrever.
A autora Delia Lerner (2002) fala que: “deve-se formar cidadãos
praticantes de leitura e escrita, e não apenas pessoas que compreendem o
sistema de escrita”, desta forma, o professor deve estar atento à oportunidade
de transformar essa ideia, não apenas tornar a leitura como atividade didática,
onde os alunos vão aprender convencionalmente a ler, mas para que eles
tornem-se autônomos, para escolher suas leituras e materiais que chamam sua
atenção para essa prática.
O que muito se vê hoje nas escolas, é que muitos professores estão
apenas preocupados em ensinar a ler, pois uma das exigências é fazer com
que as crianças do 2º ano do ensino fundamental I terminem o ano, sabendo
ler e escrever corretamente, mas este não deveria ser o maior propósito,
porque além de aprender a ler e a escrever, os alunos devem também tornar-
se cidadãos críticos e formadores de opinião.
Este trabalho teve grande importância para o crescimento pessoal e
profissional, pois ele mostrou a importância da literatura infantil para o
desenvolvimento sócio educativo das crianças, além de fazer com que os
53
mesmos, se tornassem leitores competentes, e percebessem que a leitura
pode ser um meio prazeroso e interessante para se divertir e melhorar a
aprendizagem.
54
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 2001. BUSSATTO, Cléo. Contar e Encantar: Pequenos segredos da narrativa. Petrópolis-RJ, Vozes, 2008.
CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 4. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. CAGNETTI , Sueli de Souza, Livro que te quero livre, São Paulo: Nordica,1996. COELHO, BETTY. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2008. CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria e Pratica. São Paulo: Ática, 1999. LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: O real, o possível e o
necessário.Porto Alegre: Artmed, 2002.
MACHADO, Ana Maria. Contando historias, formando leitores/ Ruth Rocha. Campinas, SP: Papirus 7 mares, 2011. SOLÈ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
SÃO PAULO. LER E ESCREVER: guia de planejamento e orientações. Volume 1. 2ª série. São Paulo: SEESP, 2010. SÃO PAULO. LER E ESCREVER: Livro de textos do aluno. Volume 1. 2ª série. São Paulo: SEESP, 2010.
55
ZILBERMEN, Lajolo Maria Regina. Literatura infantil Brasileira, História e Histórias. São Paulo: Ática, 1989.
57
APÊNDICE A
Questionário para Professores
Nós, Fernanda Cristine da Silva e Aline de Oliveira Fattori, alunas do Curso de
Pedagogia do Unisalesiano gostaríamos que respondessem às questões abaixo, do
qual faz parte do nosso Trabalho de Conclusão de Curso com o titulo “A inserção da
literatura infantil no cotidiano do 2° ano do ensino fundamental: a contação feita pelo
professor”, para que possamos obter material de pesquisa para análise qualitativa dos
dados. Desde já agradecemos sua participação.
Sexo:____________ Idade:_____________ Escolaridade:__________________________________________________________ Tempo de docência:______________________________________________
1) Em quais espaços físicos, você realiza o momento da leitura ou
contação de histórias? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2) Na sua escola tem biblioteca ou sala de leitura? Caso exista, com que
periodicidade seus alunos a frequentam? Quais tipos de livros compõem o
acervo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3) Você possui acervo de livros na sua sala de aula?(quantidade e tipo)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4) Com qual periodicidade, você trabalha a literatura infantil nas suas
aulas? Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) Os alunos costumam levar livros, ou materiais de leitura para casa? De
que tipo? Com que frequência?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6) Você já fez ou desenvolve projeto de literatura em suas aulas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
58
7) Após a leitura/contação de histórias, são propostas outras atividades
para o aluno? Quais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8) Quais recursos utilizam com mais frequência, no momento da história? E
quais recursos os alunos demonstram maior interesse?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9) Qual a importância e a contribuição da literatura infantil para você, no
desenvolvimento escolar de seus alunos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10) Você gosta de contar histórias para seus alunos? Quais livros que você
mais lê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
59
APÊNDICE B
TABELAS REFERENTES AO QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
Tabela n° 1 - pergunta n° 1 “Em quais espaços físicos você realiza o momento da leitura ou contação de histórias? Justifique.
Biblioteca Sala de Aula Pátio Outros Quadra
6 6 5 4 2
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 2 – pergunta nº 2 “Na sua escola tem biblioteca ou sala de leitura?
Caso exista, com que periodicidade seus alunos a freqüentam? Quais tipos de
livros compõe o acervo?
Livros Infantis Revistas Jornais Gibis
6 4 3 3
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 3 – pergunta nº 3 “Você possui acervo de livros na sua sala de
aula?(quantidade e tipo)
Revistas/Gibis Contos/Poesias Piadas
6 4 1
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 4 – pergunta nº 4 “Com qual periodicidade você trabalha a literatura
infantil nas suas aulas? Por que?
Apenas uma vez por semana
Apenas duas vezes por semana
Importante Incentivar Estimular Necessário
a Leitura a Imaginação
3 5 3 1 4
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 5 – pergunta nº 5 “Os alunos costumam levar livros ou materiais de
leitura para casa? De que tipo? Com que freqüência?
os alunos levam materiais 1 vez por semana e são de vários gêneros, os
60
mesmos citados que contem no acervo e na biblioteca da escola
8
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 6 – pergunta nº 6 “Você já fez ou desenvolve projeto de literatura em
suas aulas?
SIM Não
1 7
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 7 – pergunta nº 7 “Após a leitura/contação de historias são propostas
outras atividades para o aluno? Quais?
Roda de Conversa Texto Fatiado Interpretações Representações Desenhos
4 1 4 1 3
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 8 – pergunta nº 8 “Quais recursos utiliza com mais freqüência no
momento da historia? E quais recursos os alunos demonstram maior interesse?
Fantoche Música Entonação Mímica Livros com ou sem Figuras Representações
4 2 2 2 4 1
Fonte: Elaborada pelas autoras
Tabela nº 9 – pergunta nº 9 “Qual a importância e a contribuição da literatura
infantil para você no desenvolvimento escolar de seus alunos?
Comunicação entre os Alunos Estimulação Melhor Desempenho Outros
1 2 3 2
Fonte: Elaborada pelas autoras
11) Tabela nº 10 – pergunta nº 10 “Você gosta de contar histórias para seus
alunos? Quais livros que você mais lê?
Textos Literários Livros que os Alunos Levam para Escola
7 1
Fonte: Elaborada pelas autoras