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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VOZ DO MESTRE”
A Internet como mídia para a Educação a Distância
ANGELA MONTEIRO MAZZEI DE ALMEIDA
ORIENTADORA: Profª Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
Maio de 2002
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VOZ DO MESTRE”
A Internet como mídia para a Educação a Distância
ANGELA MONTEIRO MAZZEI DE ALMEIDA
Trabalho monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Especialista em Docência Superior.
Rio de Janeiro
Maio de 2002
Agradeço à Deus, ao meu Mestre Jesus, aos meus
pais, Osmar e Isaura, aos meus familiares, ao meu
filho Rafael e às minhas amigas Edlice, Emília,
Fátima e Eloísa, pela ajuda, compreensão e
paciência que tiveram comigo durante a realização
deste trabalho.
Dedico este trabalho de pesquisa à minha amada tia
e eterna professora Adelayde Marta Mazzei Albert e,
a todos os professores da UCAM, que muito me
incentivaram para que ele fosse realizado.
“Aprendamos docéu o estilo da disposição e
também o das palavras. Como hão de ser as
palavras? Como as estrelas. As estrelas são
muito distintas e muito claras . . . O estilo pode
ser muito claro e muito alto; tão claro que o
entendam os que não sabem, e tão alto que
tenham muito que entender nele os que sabem”.
Padre Antônio Vieira (1608 – 1697)
Sermão da Sexagésima
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo introduzir a Internet e suas ferramentas, isoladas ou
inseridas em um sistema de gerenciamento de curso, àqueles educadores interessados em
utilizar esta mídia para o ensino a distância. Através de pesquisa teórica, com ênfase na
pesquisa bibliográfica e documental, pretendeu-se descrever as ferramentas de
comunicação disponíveis para uso na Internet, as características técnicas gerais de um
ambiente virtual de aprendizagem e as características gerais de funcionamento e
ferramentas de um sistema de gerenciamento de curso específico. Os seguintes autores,
dentre outros, foram pesquisados: David B. Harris, Deanie French, Lynnette Porter e
William Horton. Para que se ofereça Educação a Distância (EAD) de alta qualidade via
Internet, devem-se considerar alguns pontos importantes mencionados ao final deste
trabalho no capítulo referente às conclusões. A EAD requer um bom casamento do
material com a mídia. Ensinar utilizando a Internet como meio requer habilidades especiais
dos professores. Receber aulas pela Internet requer tipos diferentes de participação por
parte dos alunos. O método de ensino deve ser cuidadosamente adaptado tanto às
necessidades e aos interesses daquele que ministra o curso como aos daqueles que o
recebem. Um bom programa de EAD requer planejamento cuidadoso. Cada curso deve ser
cuidadosamente avaliado para que se constate se ele é adequado a um ambiente de EAD. A
EAD somente é eficaz quando existe uma perfeita combinação entre conteúdo, estilo de
apresentação e capacidade de aprender a partir das informações ou situações apresentadas.
Palavras-chave: Ead, internet, educação, curso a distância, web, ambiente virtual, email,
correio eletrônico, chat, bate-papo virtual, fórum, videoconferência, whiteboard, design
instrucional, compartilhamento de telas, screensharing, audioconferência, mud, domínios
ou dimensões de usuários múltiplos, grupos de discussão, listas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 09
1.1 O tema e o problema .............................................................................................. 09
1.2 Objetivos e questões de estudo ........................................................................ 11
1.3 Procedimentos/Metodologia ............................................................................ 11
2 A INTERNET E SUAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO ............... 13
2.1 O que é a Internet? ................................................................................................ 13
2.2 Ferramentas disponíveis na Internet ................................................................... 14
2.2.1 Síncronas ........................................................................................................ 16
2.2.1.1 bate-papo virtual ..................................................................................... 16
2.2.1.2 whiteboard .............................................................................................. 17
2.2.1.3 compartilhamento de telas ...................................................................... 17
2.2.1.4 audioconferência ..................................................................................... 17
2.2.1.5 videoconferência via Web ...................................................................... 18
2.2.1.6 Multiple User Domain/Dimensions (MUDs) ......................................... 18
2.2.2 Assíncronas ..................................................................................................... 20
2.2.2.1 correio eletrônico .................................................................................... 20
2.2.2.2 grupos de discussão ................................................................................ 20
3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ........................................... 25
4 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CURSO: WebCT ............................ 30
4.1 Conta ALUNO ........................................................................................................ 31
4.2 Conta DESIGNER ................................................................................................. 32
4.3 Conta GRADER ..................................................................................................... 33
4.4 Conta ADMINISTRADOR .................................................................................. 33
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 37
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 40
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas
AOL — America Online
ARPANET — Advanced Research Project Agency Network
BBS — Bulletin Board System
CERN — Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire
CGIs — Common Gateway Interfaces
DL — Distance Learning
EAD — Educação a Distância
HTML — Hypertext Markup Language
HTTP — Hypertext Transfer Protocol
IRC — Internet Relay Chat
ISDN — Integrated Services Digital Network
MBONE — Multicast Backbone Service
MSN — Microsoft Network
MUD — Multiple User Domain/Dimension
SGML — Standard Generalized Markup Language
SMIL — Synchronized Multimedia Integration Language
URL — Uniform Resource Locator ou Universal Resource Locator
W3C — World Wide Web Consortium
WWW — World Wide Web
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 O tema e o problema
As descobertas científicas e os avanços tecnológicos atualmente acontecem
de forma cada vez mais rápida e dinâmica. Isto gera a necessidade no ser humano de
buscar atualização e expansão de conhecimentos de forma constante e permanente para
poder continuar a fazer parte do mercado de trabalho, em um mundo cada vez mais
competitivo e globalizado. Torna-se necessário, então, facilitar o acesso às informações ao
maior número possível de pessoas, sem deixar de levar em conta as diferenças temporais,
geográficas e de níveis de conhecimento, tão diferentes entre as pessoas. E é assim que a
EAD associada aos computadores e à Internet pode ter um papel muito importante na
formação, especialização e atualização de profissionais de diversas áreas, atuando como
mais uma porta de acesso à educação permanente e a informações atualizadas.
Os recursos oferecidos pelos computadores e pela Internet podem ser
utilizados para minimizar os efeitos dos diversos obstáculos que a EAD sempre enfrentou
como, por exemplo, dentre outros, a distância física, o isolamento, a monotonia e a falta de
interação.
Em ambientes virtuais planejados para que haja uma interação intensificada
entre alunos e professores, entre os alunos e mesmo entre os professores, a solidão do
estudo a distância tenderá a ser diminuída e a construção do conhecimento de forma
colaborativa facilitada. Esta interação tornar-se-á possível com a utilização dos
mecanismos de comunicação disponibilizados pela Internet. Estes mecanismos podem ser
síncronos [bate-papo virtual, whiteboard, compartilhamento de tela, audioconferência,
videoconferência e os MUDs] ou assíncronos [correio eletrônico, grupos de discussão,
páginas estáticas e páginas dinâmicas].
Um outro exemplo de recurso que pode ser utilizado em um ambiente
virtual de aprendizagem é a disponibilização de ferramentas de busca que facilitem o
acesso rápido às informações, o que provavelmente atuará como um fator motivante de
pesquisa e aquisição de conhecimento.
As possibilidades existentes para a utilização dos recursos da Internet estão
na mesma proporção da criatividade do ser humano, isto é, elas são infinitas. Por esta
razão, este estudo não teve a pretensão de fornecer nenhuma fórmula mágica e definitiva.
Pretendeu-se apenas, através de uma pesquisa bibliográfica e documental, informar quais
10
recursos e possibilidades que, atualmente, a Internet dispõe e o que já está sendo
desenvolvido e utilizado em termos de ambientes para a EAD.
A idéia desta pesquisa teve origem nas dificuldades encontradas por aqueles
educadores que desejam utilizar a Internet como veículo para ensinar a distância. Esta
tarefa não é de maneira alguma fácil, simples ou trivial, uma vez que o processo de
Educação a Distância tem características e necessidades próprias.
Tome-se como exemplo dessas dificuldades o que diz Turoff (EUA, 1996),
ao comentar sobre utilização da sala de aula virtual [Virtual Classroom™]. Ele nos explica
que alguns professores utilizarão o curso que eles já ensinam no modo presencial,
exatamente como está, com esta nova tecnologia.
É necessário que o educador que deseja utilizar a Internet para EAD avalie
as suas necessidades de acordo com seus objetivos estabelecidos para que, então, faça a
escolha das ferramentas e ambientes que lhe sejam adequados.
A Internet possui um enorme potencial que continua sendo pouco ou nada
utilizado para a EAD. Os seus recursos são pouco ou nada explorados. São poucas as
ofertas de cursos que utilizam as características multimídia da Internet combinando
diferentes mídias na criação de ambientes propícios ao aprendizado. De modo geral, não há
compromisso com a utilização apropriada de cada mídia de forma integrada e variada para
o enriquecimento do material oferecido ao aluno.
É grande a tentação de se utilizar o que já está pronto. Paul destaca, dentre
uma série de problemas, os pacotes pré-preparados de materiais de curso que “exercem
uma autoridade indevida para muitos estudantes, que se tornam conseqüentemente menos
aptos a questionarem o que aprendem” (Paul apud Belloni, 1999, p. 44). Outro problema
destacado por Paul é o fato de os pacotes de cursos, produzidos centralizadamente, terem
“dificuldade de incluir a infinita variedade de tipos de tutoria e serviços de apoio
demandados pelos aprendentes” e ainda oferecerem “pouco para suas diferenças
individuais de background, necessidades e estilos de aprendizagem” (Ibid., p. 45).
Com um estudo dos recursos disponíveis na Internet e suas possíveis
combinações para gerar ambientes virtuais de aprendizagem para EAD aliados, é claro, a
uma elaboração/adaptação de materiais especialmente preparados para a Internet e seu
público, será possível uma conjugação harmoniosa e eficaz que, provavelmente, propiciará
maior envolvimento dos alunos e, conseqüentemente, maior índice de satisfação e sucesso
entre os mesmos.
11
O exposto justifica a seleção desta problemática para investigação. No
desenvolvimento do estudo foram utilizados como pressupostos teóricos os conceitos,
dentre outros, de David B. Harris, Deanie French, Lynnette Porter e William Horton sobre
a Internet e suas ferramentas e sobre os ambientes virtuais de aprendizagem. Caberá a cada
educador utilizar as informações divulgadas neste trabalho de acordo com as suas
necessidades, objetivos, metodologia e público-alvo.
1.2 Objetivos e questões de estudo
Esta pesquisa pretendeu alcançar os seguintes objetivos:
Descrever as ferramentas de comunicação disponíveis para uso na
Internet.
Descrever características técnicas gerais de um ambiente virtual de
aprendizagem.
Descrever as características gerais de funcionamento e listar as
ferramentas de um sistema de gerenciamento de curso.
Durante a execução desta pesquisa, as seguintes questões foram
investigadas:
Quais são e para que servem as ferramentas que estão disponíveis na
Internet?
Quais são as características desejáveis em uma sala de aula virtual?
O que é e como funciona um sistema de gerenciamento de curso de
ensino virtual?
1.3 Procedimentos/Metodologia
A execução desta Monografia foi baseada em pesquisa teórica com ênfase
na pesquisa bibliográfica e documental que foi realizada de acordo com cronograma
elaborado e a utilização das técnicas listadas a seguir:
a) levantamento de bibliografia e outras fontes;
b) seleção dos dados levantados;
c) leitura analítica e fichamentos;
d) análise comparativa e interpretação dos dados.
12
A coleta de dados foi levantada a partir de consultas a livros, periódicos,
documentos, artigos de revistas, publicações avulsas, informações disponíveis na Internet e
materiais selecionados da imprensa escrita e falada em geral. As interpretações da
pesquisa, assim como as conclusões e recomendações, foram apoiadas no material
consultado.
Este trabalho foi estruturado de forma a conter neste Capítulo a origem e
justificativa do tema escolhido, a apresentação do problema, os objetivos visados e as
questões de estudo investigadas, assim como os procedimentos metodológicos utilizados.
O Capítulo 2 descreve a Internet, sua história e suas ferramentas. O Capítulo 3 expõe os
ambientes virtuais de aprendizagem, descrevendo suas principais características. O
Capítulo 4 introduz um sistema de gerenciamento de curso para ensino virtual, WebCT,
com suas ferramentas e características técnicas. O Capítulo 5 que encerra o trabalho traz as
conclusões que a pesquisa permitiu alcançar. Sugestões também foram dadas, esperando-se
que os educadores que desejem utilizar a Internet para projetos em EAD possam analisar e
escolher a melhor forma de atender às necessidades de seus alunos.
Para a formatação do presente relatório foram seguidas as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a saber: NBR 6023/2000, NBR
10520/2001 e NBR 14724/2001.
13
2 A INTERNET E SUAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO
2.1 O que é a Internet?
A Internet desenvolveu-se a partir de uma rede chamada Advanced Research
Project Agency Network (ARPANET) que foi iniciada em 1969 por um grupo de
universidades e grupos de pesquisa privados sob o patrocínio do Departamento de Defesa
dos Estados Unidos. Seu objetivo era conectar computadores das forças armadas e dos
estabelecimentos de pesquisa por todo o território americano e além-mar. Mais tarde
algumas universidades do Reino Unido criaram, então, seus próprios sistemas, unindo-se à
rede de pesquisa anterior em meados dos anos 80.
Até a metade dos anos 90, a maioria dos usuários da Internet constituía-se
de organizações acadêmicas e de pesquisa. Esse panorama começou a se modificar
rapidamente com os usuários domésticos conectando-se através de provedores comerciais
de acesso e ganhando acesso à Internet e a sua enorme quantidade de informações. Hoje
em dia, a maioria das universidades no mundo todo está ligada à Internet e também muitas
empresas e organizações utilizam esta mídia para comunicar suas mensagens, anunciar e
vender produtos e serviços e como mídia para publicações eletrônicas.
A Internet é uma rede mundial de redes de computadores. Freqüentemente
chamada de “A Rede”, ela é uma matriz de redes que interconecta milhões de
supercomputadores, mainframes, estações de trabalho, computadores pessoais, laptops e
até mesmo rádios portáteis. Todas as redes que compõem a Internet utilizam um grupo
padrão de protocolos de comunicação, permitindo assim que computadores com diferentes
software e hardware se comuniquem. Algumas das características mais populares da
Internet são a transferência de dados, o correio eletrônico e a habilidade de acesso à
informação localizada em bases de dados remotas [login remoto]. Uma outra característica
notável é a existência de grupos de usuários, o que permite que as pessoas troquem
informações e debatam sobre assuntos de interesses específicos. Além destas
características, existem os serviços de alto nível como, por exemplo, o Multicast Backbone
Service (MBONE) que permite a transmissão de mensagens a mais de um destino. Este
serviço é utilizado para videoconferências.
A World Wide Web (WWW), também conhecida como Web, é mais um
serviço de alto nível da Internet e foi desenvolvida no European Laboratory for Particle
Physics (CERN - Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) em Genebra nos anos
14
90. A Web é um servidor de informações da Internet que utiliza como ferramenta primária
de navegação o Hipertexto, no qual é possível a criação de links para documentos
relacionados, localizados em outros pontos da Internet. O Hipertexto é um formato de
apresentação de texto com alta concentração de referências cruzadas através de links.
Os documentos publicados na Web são apresentados no formato chamado
Hypertext Markup Language (HTML). A linguagem HTML é um sistema de códigos
usados na Web para formatar texto e criar hyperlinks entre documentos. A HTML foi
construída com base na Standard Generalized Markup Language (SGML). A SGML é
uma linguagem de formatação de textos que é amplamente utilizada para grandes bases de
dados e projetos multimídia.
O formato HTML além de permitir a inserção dos links ativos para outros
documentos permite, também, o controle sobre a aparência da página quanto ao seu
formato e tipografia na tela.
A Web utiliza um protocolo [conjunto de regras que determina os formatos
nos quais a informação pode ser trocada entre sistemas de computadores diferentes]
cliente-servidor chamado Hypertext Transfer Protocol (HTTP) para gerenciar a
transferência de dados. O acesso à Web pode ser feito através da utilização de navegadores
como o Netscape Navigator e o Internet Explorer.
A Internet atualmente cobre quase todos os países do mundo. E é importante
lembrar que a Internet não foi criada como um empreendimento comercial e não é
governada por nenhuma autoridade central. Sua organização é informal e deliberadamente
não-política — seus controladores tendem a se concentrar mais em aspectos técnicos do
que em controle administrativo.
2.2 Ferramentas disponíveis na Internet
Pode-se dizer que a utilização da Internet como meio tornou-se uma das
opções mais populares para a disseminação de programas de EAD. As vantagens da
utilização da Internet são inúmeras.
Porter (EUA, 1997), relata que a Internet, em especial a Web, por sua
capacidade de interação e multimídia vem proporcionando a EAD uma crescente
popularidade com novos grupos de alunos e educadores. Os materiais educacionais podem
ser armazenados em um site da Web de forma que alunos de qualquer lugar tenham acesso
à informação a qualquer hora.
15
Porter (Ibid.) considera que talvez a parte mais excitante da Internet seja sua
capacidade de multimídia e de hipertexto. A Web oferece informação em muitos formatos
diferentes. A autora diz que o texto ainda é um meio popular de transmissão de
informação, mas que a Internet também apresenta informação em formatos sonoros tais
como música, voz ou efeitos especiais. Os gráficos podem ser estáticos [fotografias,
desenhos, cartoons, diagramas, tabelas ou outro trabalho artístico] ou podem ter
movimento [animações e vídeos].
O recurso dos links de hipertextos permitem ao aluno mover-se de um ponto
de informação a outro a ele relacionado. Um link pode ser, por exemplo, uma palavra ou
uma frase, um ícone ou um símbolo, ou ainda uma figura.
As páginas estáticas na Web são um meio utilizado para apresentar
informação. O termo “estática” refere-se ao fato deste tipo de apresentação ser
unidirecional. O aluno lê a página, mas não interage pessoalmente com ela. Isto não
significa que uma página estática venha a ser monótona. Além do texto, qualquer tipo de
ferramenta da Web pode ser incorporada a uma página estática incluindo gráficos,
animações, som e vídeo. Além disso, uma página estática pode conter informação estável,
ou que muda freqüentemente. Em qualquer um dos casos, ela continua sendo uma mídia
unidirecional.
Muitos sites utilizam páginas dinâmicas da Internet para oferecer opções
além do próprio site. As páginas dinâmicas incluem a possibilidade de execução de busca
em uma base de dados, de fazer perguntas, de customizar a aparência do site, de cantar ou
executar outros tipos de interatividade.
Recentemente [em 1998] foi desenvolvida e lançada pelo World Wide Web
Consortium (W3C) a Synchronized Multimedia Integration Language (SMIL), uma
linguagem que possibilita a sincronização de recursos multimídia.
Parecida com a linguagem HTML, a linguagem SMIL utiliza um número
reduzido de tags e faz uso da tecnologia streaming, que envia os arquivos aos poucos para
o cliente de modo a proporcionar a sensação de continuidade sem a necessidade de um
download prévio do arquivo completo.
Embora não seja uma animação propriamente dita, a linguagem SMIL
permite que diferentes arquivos [áudio, Flash, imagens, vídeo, texto, etc.] sejam
coordenados simultaneamente na tela. É uma linguagem de integração onde os elementos
de multimídia são referenciados e não incluídos.
16
Os arquivos gerados — RealText [*.rt], RealPix [*.rp] e o próprio SMIL
[*.smi] — podem ser abertos, visualizados e editados em qualquer editor de texto. Isso
facilita a compreensão da programação do SMIL e ajuda na elaboração de uma
apresentação. Estes arquivos SMIL podem ser visualizados em diversos players, o mais
comum é o RealPlayer, mas existem outros como por exemplo: Grins, QuickTime, Soja,
etc. A RealNetworks lançou o RealSlideShow, uma ferramenta que gera apresentações em
SMIL sem a necessidade de nenhuma codificação.
A opção de dividir o código em pequenas partes é bastante usada pois
permite organizar o código e resolver possíveis problemas. Os dois primeiros arquivos [*.rt
e *.rp] contêm a definição do texto e das imagens. O arquivo SMIL [*.smi] faz a
sincronização, chamando os arquivos anteriores.
Embora a Internet seja considerada um meio assíncrono quanto à
distribuição de informações, suas ferramentas podem ser tanto síncronas como assíncronas.
Existem atualmente disponíveis na rede muitas ferramentas orientadas para a Internet e
várias delas são freeware [distribuídas gratuitamente].
2.2.1 Síncronas
As ferramentas classificadas como síncronas são aquelas que permitem a
comunicação entre usuários em tempo real. Para que sejam utilizadas estas ferramentas é
necessário que os usuários estejam conectados à rede ao mesmo tempo.
2.2.1.1 bate-papo virtual
O bate-papo virtual [chat] refere-se ao aplicativo que permite conversação
em tempo real de um grupo de pessoas com uma conexão à Internet de baixa velocidade. A
maioria dos bate-papos virtuais é ainda feita com texto e, assim, os participantes da sala
digitam suas mensagens. Existem alguns aplicativos atualmente que suportam áudio e
vídeo. Os usuários trocam mensagens através de uma rede. Cada membro da conferência
vê todas as mensagens escritas pelos outros. As sessões de bate-papo virtual são como um
grupo de discussão instantâneo.
As salas para bate-papo virtual podem ser inseridas em páginas da Web, ou
podem ser criadas com a utilização de uma ferramenta externa ao navegador — um
aplicativo de Internet Relay Chat (IRC). Assim, a aparência de uma sessão de bate-papo
virtual depende da ferramenta utilizada. Estas salas podem também ser oferecidas através
17
de um serviço que apenas permite a participação de seus membros. A Microsoft Network
(MSN), Compuserve e a America Online (AOL), por exemplo, oferecem salas de bate-
papo virtual, ou funções semelhantes.
2.2.1.2 whiteboard
As ferramentas de whiteboard fornecem o equivalente ao quadro branco ou
quadro-de-giz que existe na maioria das salas de aula tradicionais e paredes dos escritórios
por todo o mundo. O whiteboard é uma área de desenho compartilhada. Os participantes
podem desenhar em turnos e todos os participantes vêem o que está sendo desenhado nesse
quadro. Na maioria dos casos, os whiteboards são fornecidos por um programa externo ao
navegador. Assim sendo, a aparência do whiteboard depende do programa utilizado.
2.2.1.3 compartilhamento de telas
O recurso do compartilhamento de telas permite que os alunos vejam o que
se passa no computador do professor, o líder da sessão, de modo que este pode demonstrar
procedimentos ou mesmo o funcionamento de um determinado aplicativo a partir do seu
próprio computador. Os alunos vêem em suas telas exatamente o que acontece na tela do
computador do líder. Algumas sessões de compartilhamento de telas permitem que os
alunos compartilhem a tela de seus próprios computadores, ou mesmo que eles controlem a
tela do líder. A maioria das ferramentas de compartilhamento de telas permite que o líder
compartilhe a tela de seu computador completamente, apenas um aplicativo específico ou
simplesmente uma única janela.
2.2.1.4 audioconferência
A audioconferência [também chamada de conferência de voz ou net-phone]
via computador utiliza a rede como um telefone. Os participantes podem falar uns com os
outros.
Os serviços de audioconferência, freqüentemente são fornecidos por um
programa externo ao navegador. Assim sendo, a aparência e o modo de operação da
audioconferência dependerá do programa utilizado.
A audioconferência requer uma conexão de alta velocidade. A menos que a
conexão seja tão rápida como uma conexão do tipo Integrated Services Digital Network
18
(ISDN) de dois canais [128 Kbps], a qualidade de som e os retardos podem tornar a
conversa mais frustrante do que informativa.
2.2.1.5 videoconferência via Web
A videoconferência trabalha com compressão de áudio e vídeo utilizando
vários tipos de linhas para transmissão em tempo real.
Quando um vídeo é digitalizado, o computador pode manipular os dados. A
digitalização transforma cada quadro do vídeo em uma matriz bidimensional de pixels.
Quando o professor é mostrado pela câmera, a imagem composta de pixels transmitida é
lida pelo site do equipamento receptor e projetada no monitor. Um vídeo full-motion
permite que os movimentos da imagem sejam suaves. Alguns sistemas de videoconferência
não utilizam vídeos full-motion. Neste caso, quando uma imagem é transmitida, algumas
partes da imagem que não se moveram ou que não foram modificadas desde a última
transmissão da imagem não são atualizadas. Apenas as partes da imagem que foram
movidas são atualizadas: esses pixels são enviados para o site receptor para atualização da
imagem. Dependendo da velocidade de transmissão e da capacidade de transporte do canal
utilizado na transmissão dos dados, a imagem resultante no monitor pode ser retardada ou
tremida. Quanto maior a quantidade de vídeo que pode ser transmitido em um canal,
melhor será a imagem.
A capacidade de transporte de uma linha ou canal de comunicação é a sua
largura de banda. Largura de banda é, em termos simplificados, a quantidade de
informação que pode fluir por uma linha num dado momento. A largura de banda é medida
em bits por segundo (bps). Quando milhares de bits por segundo são descritos, a medida é
dada em kilobits por segundo (kbps).
O áudio consome uma quantidade constante do espaço de transmissão no canal
— uma largura de banda constante e, por este motivo, o áudio nunca fica comprometido.
Se a capacidade de transporte de um canal for aumentada, a capacidade para transportar o
vídeo é que será aumentada, não a do áudio.
O tamanho da largura de banda disponível para uso determina quanta
informação pode ser enviada por unidade de tempo. A comunicação por vídeo requer uma
grande quantidade de largura de banda; a comunicação por áudio requer uma largura de
banda menor. As linhas de comunicação podem transmitir tanto áudio como vídeo. A
19
ISDN é um exemplo de um tipo de rede que oferece maior largura de banda que as linhas
telefônicas tradicionais. A Ethernet é um outro exemplo.
Ethernet e ISDN representam dois tipos diferentes de canais de
comunicações. ISDN funciona por comutação de circuitos e Ethernet funciona por
comutação de pacotes. Quando um canal que funciona por comutação de circuitos é
utilizado, a conexão pode, teoricamente, ser mantida por quanto tempo for desejado. Ao
realizar a conexão por esse tipo de canal, a largura de banda necessária é fornecida e
nenhum outro usuário pode usar aquela largura de banda. Por outro lado, nos canais por
comutação de pacotes, as larguras de banda são compartilhadas por todos os usuários do
sistema. Quando um canal que funciona por comutação de pacotes está sendo acessado por
muitos usuários, as informações levam mais tempo para serem enviadas e recebidas do que
quando o canal é acessado por apenas uns poucos usuários. Ao trabalhar com
videoconferência via Web, o ideal é ter um fluxo contínuo de informação, o que significa
que um canal que utilize a comutação de circuitos é o mais indicado.
A videoconferência permite que os participantes vejam no mínimo uma
pequena imagem em vídeo do apresentador. Alguns sistemas permitem imagens maiores e
visão nos dois sentidos.
Para uma sessão de videoconferência satisfatória é necessária uma conexão
de rede muito rápida, tipicamente uma conexão de 256 kbps. Velocidades mais baixas
produzem vídeo com jitter que podem absolutamente não transmitir a noção de
movimento.
Os serviços de videoconferência, na maioria das vezes, são fornecidos por
um programa externo ao navegador. Assim sendo, a aparência e o modo de operação da
videoconferência dependerão do programa utilizado. A qualidade das imagens de vídeo
variam muito e dependem da qualidade da conexão, da qualidade da câmera de vídeo e da
velocidade de processamento dos computadores.
2.2.1.6 Multiple User Domain/Dimensions (MUDs)
Os MUDs facilitam a conversação em tempo real entre vários participantes.
Embora muitas pessoas ainda associem MUDs aos espaços onde os usuários podem jogar,
ou criar ambientes de jogos elaborados, os MUDs estão sendo cada vez mais utilizados em
ambientes educacionais. Eles permitem que o aluno assuma uma personagem, se eles assim
desejarem, para encenar situações de trabalho, por exemplo. Esses ambientes também
20
proporcionam um espaço em que os participantes podem conversar virtualmente sobre um
determinado assunto.
Os MUDs podem ser muito simples, utilizando apenas texto digitado.
Entretanto, com o advento de aplicativos de hipermídia mais avançados, os MUDs podem
permitir que os participantes utilizem voz. A tecnologia mais recente permite que o usuário
digitalize uma imagem, como, por exemplo, a foto de uma cabeça, que pode ser colocada
em um “corpo virtual” móvel na tela. Esta pessoa virtual pode ser manipulada para mover-
se em ambientes virtuais e interagir com outras pessoas virtuais. À medida que a
tecnologia se torna mais sofisticada e mais comumente utilizada, os MUDs podem fornecer
um ambiente virtual para colaboração mais formal, simulações, demonstrações e
encenação de situações.
2.2.2 Assíncronas
As ferramentas classificadas como assíncronas são aquelas que permitem a
comunicação entre usuários sem que seja necessário que os usuários estejam conectados à
rede ao mesmo tempo. As mensagem são enviadas e armazenadas em um servidor para
serem recebidas quando o destinatário estiver conectado.
2.2.2.1 correio eletrônico
O correio eletrônico é um serviço da Internet que permite a troca de
mensagens entre usuários que não estejam obrigatoriamente conectados no mesmo
instante. Por meio de um navegador ou de outro aplicativo equivalente, o usuário pode
enviar mensagens e/ou arquivos para outras pessoas utilizando o seu computador
conectado à Internet ou a uma Intranet [rede interna ou doméstica projetada para o uso
dentro dos limites de uma companhia ou instituição]. De uma forma simplificada pode-se
dizer que os dados enviados são armazenados em um servidor onde ficam até que a pessoa
a qual foi dirigida a mensagem acesse esses dados para lê-los.
Harris (EUA, 1999) considera o correio eletrônico como a abordagem mais
simples de distribuição de informação que pode resultar em aprendizado. É tipicamente
utilizado como suporte para outras modalidades de EAD via Internet ou como um meio de
discussão assíncrono. Há, entretanto, duas maneiras pelas quais o correio eletrônico pode
ser utilizado para promover o aprendizado: distribuição de procedimentos de ocorrência
única e distribuição de notícias periódicas.
21
2.2.2.2 grupos de discussão
Os grupos de discussão são espaços virtuais onde uma pessoa coloca uma
pergunta ou opinião e as outras pessoas do grupo lêem e anexam respostas. Depois outras
respostas podem ser ainda anexadas e a seqüência de comentários pode continuar
indefinidamente.
Existem diferentes nomes de classificação para os grupos de discussão
quanto à forma de disponibilização ou distribuição das mensagens:
Listas de correio eletrônico
Um servidor de lista de correio eletrônico permite que os membros de uma lista
qualquer façam um broadcast de suas mensagens para todos os membros dessa mesma
lista. O servidor mantém o registro dos inscritos no grupo. Quando uma mensagem
chega, uma cópia é enviada a cada um dos membros da lista.
Uma lista de correio eletrônico é essencialmente um serviço automatizado. Um
aplicativo especial é instalado em um servidor para a execução desta função. Para fazer
parte de uma lista, é necessário inscrever-se na mesma. Para ser removido de uma lista,
é necessário apenas que o usuário retire o seu nome [unsubscribe] da lista em questão.
As listas de correio eletrônico podem ser distribuidoras de informações de forma
unidirecional, ou podem ser listas de discussão. Em uma lista de correio eletrônico
unidirecional os usuários apenas recebem mensagens da lista mas não podem colocar
mensagens na mesma. Esse tipo de lista é utilizado para fornecer informação aos
membros de uma organização ou para um grupo específico. No caso de uma lista de
discussão, todos nela inscritos são capazes de colocar mensagens nessa lista. Assim,
perguntas podem ser feitas, respostas podem ser dadas, permitindo que se realizem
discussões assíncronas nesse tipo de lista.
Newsgroups
Os Newsgroups são sites onde pessoas colocam mensagens relevantes ao assunto do
newsgroup. O funcionamento do newsgroup está apoiado em um protocolo padrão de
modo que diferentes programas possam ser utilizados para o acesso de escrita e leitura
de mensagem de um newsgroup.
Fórum
O termo “Fórum” refere-se a grupos de discussão que oferecem mais atributos do que
um newsgroup padrão, ou que podem ser integrados mais facilmente na interface do
22
usuário em um curso. Muitos destes fóruns dependem de aplicativos proprietários. É
possível fazer a integração de um fórum em uma página Web. Isto facilita o acesso dos
usuários e elimina a maior parte das dificuldades de navegação e colocação de
mensagem no fórum.
Fórum ou Bulletin Board é essencialmente composto de texto e, normalmente, permite
a inclusão de links para Uniform Resource Locators ou Universal Resource Locators
(URLs), possibilitando assim o direcionamento a uma página na Internet que esteja
sendo discutida ou que, por exemplo, contenha mais informações.
Um Bulletin Board System (BBS) é um sistema de comunicação eletrônica
que permite que seus usuários deixem mensagens, leiam mensagens, façam upload e
download de programas, incluindo os do tipo shareware. Os computadores são conectados
a um BBS via modem. Existem milhares de BBS ativos nos Estados Unidos, mas, devido à
proliferação da Internet, a maior parte das informações e material que eles fornecem
encontram-se duplicados em Newsgroups e sites.
Em relação aos roteamentos das mensagens eletrônicas, as seguintes
topologias são possíveis:
Um-para-um – somente o emissor e o receptor têm
acesso à mensagem. O esquema é igual a uma
conversação telefônica [bidirecional] ou a uma carta
pessoal [unidirecional].
Broadcast – o sistema de broadcast permite que uma
pessoa envie uma mesma mensagem a todos os outros
envolvidos no curso. Esse é um esquema típico utilizado
pelo professor para fazer comunicados a todos os alunos
de um curso.
De-alguns-para-alguns – neste esquema todos podem
mandar mensagens e todos podem selecionar quais
mensagens querem receber. É como um Bulletin Board
onde todos podem colocar recados, mas ninguém é
obrigado a ler mais do que lhe interessa.
xxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxx
23
De-todos-para-todos – nesse esquema todos recebem
todas as mensagens enviadas a todos. É como um
encontro em mesa redonda onde todos ouvem tudo o que
é ditos pelos outros.
Cada ferramenta utilizada na Internet requer uma determinada velocidade de
conexão para funcionar bem.
Horton (EUA, 2000) sugere que durante o projeto de um curso sejam
previstas opções para as conexões mais lentas de modo a acomodar os diferentes níveis
tecnológicos dos alunos. A falta de links de comunicação de alta velocidade e a
necessidade de acessar um curso por canais mais lentos podem ser dificuldades a serem
enfrentadas pelos alunos. Por exemplo, se uma atividade requer mídia de alta largura de
banda, devem também ser fornecidas versões alternativas de baixa largura de banda.
Ainda segundo Horton (Ibid.), após a escolha das tecnologias a serem
utilizadas em um curso, é necessário determinar como disponibilizar estas tecnologias de
modo que os alunos não sejam sobrecarregados com altos níveis de complexidade
desnecessários. As tecnologias devem ser sempre as mais simples possíveis. Uma sugestão
é a utilização de ferramentas que contenham múltiplas capacidades em uma única e
simples interface. A integração das ferramentas de comunicação nas páginas da Internet é
mais uma sugestão. Também deve ser considerada a criação de um programa de instalação
customizado para simplificar o processo de aquisição e ajustes das ferramentas necessárias
ao curso.
Já Porter (EUA, 1997) é de opinião que à medida que o número de
ferramentas disponíveis aumenta, pode-se esperar uma maior variedade de métodos
educacionais e de treinamento. Quanto maior for o número de opções existentes para que
as pessoas possam se comunicar, transmitir e receber informações e materiais em
diferentes formatos, melhor se tornará o processo de ensino/treinamento;
conseqüentemente atendendo melhor às diferentes necessidades e preferências das pessoas.
Ao utilizarem a Internet em cursos a distância, os alunos podem dar sua
contribuição enviando mensagens por correio eletrônico ao professor ou aos colegas. Salas
24
de bate-papo virtual e listas de correio eletrônico podem conectar grupos de alunos para a
discussão de um tópico e compartilhamento de idéias. Tarefas podem ser enviadas
eletronicamente em vez da utilização do correio regular e o retorno pode ser obtido a curto
prazo. Os materiais dos alunos podem ser acrescentados ao site do curso na Web para
serem compartilhados com outros alunos fazendo o mesmo curso. Informações novas
também podem ser acrescentadas ao site mais rapidamente.
A utilização da Internet com meio oferece à EAD a possibilidade de uma
troca de informações entre um grande número de pessoas com a possibilidade de um
intervalo de tempo de espera curto entre o envio e o recebimento de uma mensagem, sendo
esse intervalo, às vezes, quase inexistente, ou seja, a comunicação pode se realizar em
tempo real.
25
3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Mais e mais alunos, diz Porter (Ibid.), de casa ou do trabalho, têm acesso a
Web, assim como a outras partes da Internet. Embora a estrutura básica de um curso possa
ser composta apenas pela utilização de informações e fontes ligadas pela Web, muitos
professores que utilizam a Web como instrumento educacional não ignoram o fato de os
alunos terem acesso a correio eletrônico, listas de correio eletrônico, grupos de discussão, e
outros serviços da Internet. Desse modo, várias atividades que utilizam outros serviços da
Internet são freqüentemente partes esperadas de um curso que utiliza a Web como base.
Os alunos e os professores podem encontrar-se ou não durante um curso. No
entanto, de acordo com Porter (Ibid.), uma sala de aula eficaz é o lugar onde alunos e
professores criam uma comunidade de compartilhamento. A troca de mensagens via
correio eletrônico pode estabelecer um elo afetivo entre os participantes de um curso,
assim como a participação em uma lista de correio eletrônico, um newsgroup ou um MUD.
Através de videoconferências via rede, os participantes podem ver e/ou ouvir e/ou falar uns
com os outros, criando-se, assim, uma forma de comunicação mais pessoal.
Quando os professores utilizam mais de uma mídia para criar a sala de aula
virtual, o sentido de comunidade entre alunos e professores é aumentado. Quanto maior for
o número de opções para a comunicação entre as pessoas e a noção de que existem pessoas
por trás dos programas, mais pessoal se torna o aprendizado.
Kubala (apud Horton, EUA, 2000) considera a introdução de grupos de
discussão, bate-papo virtual e correio eletrônico em um curso como elementos motivadores
para os alunos, aumentando a participação nos projetos e dando vida aos debates. Os
alunos mostram-se mais participativos em debates online e outras atividades virtuais do
que nas atividades tradicionais. Com a colaboratividade os alunos sentem-se mais seguros.
Eles ficam ousados e abertos ao confronto em relação à exposição de suas idéias.
O que é uma sala de aula virtual? Como se parece? Como é distribuída a
informação? Como os alunos acessam a informação? Como os alunos recebem feedback?
French, Ransom e Bett (EUA, 1999) ao falarem sobre a anatomia de uma sala de aula
virtual listaram algumas características do aprendizado baseado na Internet a serem
consideradas:
Opções de tempo – hora e lugar não limitam os alunos. Os indivíduos
estudam de acordo com suas necessidades.
26
Método de apresentação – o material é fornecido pela Internet e os
alunos localizam a informação através de um navegador.
Interatividade – os alunos são aprendizes ativos. A informação é
apresentada em pequenos blocos com a participação freqüente do aluno.
Links de hipertexto – os alunos são colocados em contato com
informação que está eletronicamente ligada a informações relacionadas,
podendo assim expandir suas idéias básicas, aprender conceitos
relacionados, ver fontes de documentação e ser estimulados a
aprendizado adicional.
Multimídia – opções de apresentações integradas melhoram o
aprendizado através de som, música e/ou vídeo.
Apelo visual – o aplicativo para a produção de documentos de qualidade
para a Internet é simples para desenvolver documentos de texto.
Características de editoração embutidas oferecem um visual sofisticado
com cor, gráficos, animações e fotos com relativa facilidade.
Comunicação rápida – correio eletrônico, salas de bate-papo, grupos
eletrônicos, e aplicativos para estações de trabalho colaborativas
oferecem opções para interações freqüentes. Os alunos se tornam
proficientes em contatos eletrônicos em minutos ou em poucas horas.
Obtenção de dados e captura de informação – sistemas eletrônicos
oferecem cópias impressas das interações entre os alunos, registros de
participação em sistemas colaborativos e respostas de professores a
perguntas.
Facilidade de atualização – mudanças e correções nas informações são
simples.
Horton (EUA, 2000) afirma que qualquer tipo de atividade é possível
quando a Internet é utilizada para o ensino. Se um tipo da atividade pode ser realizada em
uma sala de aula tradicional ou através de um computador isolado, poderá ser realizada em
um curso feito pela Internet. É claro que alguns ajustes deverão ser feitos para a adequação
às limitações da tecnologia do ensino via rede de computadores, especialmente em termos
de largura de banda e ausência de contato presencial. Os ajustes podem ser feitos com a
utilização de novas tecnologias da Web para produzir as experiências de aprendizado,
27
sendo que algumas delas não são possíveis de serem realizadas em uma sala de aula
tradicional ou através de um computador isolado.
Uma sugestão de Horton (Ibid.) é fazer o ensino via Internet parecido com
um jogo. Os jogos têm um apelo muito forte para os participantes e mesmo não sendo
desejável que se imite a agitação e violência dos jogos da moda, o autor considera, porém,
que pode ser útil tomar emprestado alguns dos princípios motivadores, listados a seguir, os
quais atraem as pessoas para os jogos de computador:
Maior atividade e interatividade, ou seja, mais ação e menos leitura.
Maior número de exemplos, estudos de casos, e cenário —
especialmente da área de interesse do aluno.
Figuras simples, claras e apropriadas. Mais visual e menos conversa.
Multimídia, sempre que for apropriado e prático.
Harris (EUA, 1999) diz que utilizar a Internet para dar aulas requer mais do
que a criação de um bom conteúdo. Isto requer um compromisso com o fornecimento de
todo um ambiente de aprendizagem. Prover todo um ambiente de aprendizagem requer a
criação de um bom conteúdo, mas também requer o reconhecimento de que o conteúdo
será passado pela interface. A interface, por sua vez, é apoiada pela infra-estrutura. Estas
três camadas, conteúdo, interface, e infra-estrutura, funcionam juntas, propiciando um
ambiente de aprendizagem completo.
Harris (Ibid.) chama a atenção para a importância do Design Instrucional
pois na EAD via Internet, a rede é o veículo de instrução. O autor explica que este veículo
pode tomar diferentes formas dependendo da mídia de aprendizado que será utilizada. A
mídia para a EAD via Internet pode ser: correio eletrônico, listas de correio eletrônico,
páginas estáticas na Web, páginas interativas na Web, bate-papo virtual, videoconferência
ou a combinação de duas ou mais destas mídias. Cada mídia poderá contar com uma infra-
estrutura similar. A interface, porém, é diferente para cada mídia. É indispensável que o
Designer Instrucional leve em consideração a mídia a ser utilizada.
O Designer Instrucional deve, tanto quanto possível, ajudar os participantes
na utilização da mídia escolhida. Por exemplo, se a mídia escolhida se constituir de páginas
interativas na Web, as páginas devem conter ícones apropriados e instruções de modo que
seja fácil a navegação pelo conteúdo. Além disso, o retorno a um ponto específico, a
28
revisão de um conteúdo já visto, o envio de comentários ou respostas a perguntas e o
acompanhamento do progresso devem ser tarefas fáceis.
Criar um ambiente de aprendizado em sua totalidade requer que o Designer
Instrucional leve em conta a mídia do aprendizado. O Design Instrucional não deve incluir
só o conteúdo, mas também deve nivelar a interface e a infra-estrutura de modo a tornar a
experiência do aprendizado satisfatória.
Harris (Ibid.) segue ressaltando que na criação de um ambiente de
aprendizado a compatibilidade, a integração e a sinergia precisam ser consideradas. A
infra-estrutura, a interface e o conteúdo têm que ser compatíveis. Por exemplo, se o
Designer Instrucional inclui o envio de mensagens de correio eletrônico, a infra-estrutura
deve incluir uma conta de correio eletrônico, a interface deve incluir um programa de
correio eletrônico, e o conteúdo deve incluir os parâmetros para mensagens de correio
eletrônico. O conteúdo, a interface e a infra-estrutura, necessitam de uma integração de
modo que atuem como um ambiente de aprendizado inteiro ao invés de agirem como um
patchwork, isto é, como um trabalho composto de retalhos.
Se possível, uma sinergia deve ser criada entre as camadas. Neste caso,
sinergia significa tirar vantagem das características na interface e infra-estrutura de modo
que o todo do ambiente de aprendizagem seja maior do que a soma de suas partes.
Para Porter (EUA, 1997), uma sala de aula virtual não deveria ser muito
diferente de uma sala de aula física—pelo menos nos pontos importantes. A autora
classifica uma sala de aula eficaz como a que provê os seguintes itens:
Disponibilização das ferramentas necessárias aos alunos quando eles
delas necessitam. Se não for possível haver todas as ferramentas na
sala de aula, um professor eficiente explicará onde as ferramentas
podem ser facilmente encontradas.
Criação de uma expectativa e de um ambiente que conduzam ao
aprendizado.
Aproximação dos professores e alunos para que compartilhem
informação e troquem idéias.
Disponibilização de mecanismos para avaliação de performance.
Um ambiente seguro onde o aprendizado possa acontecer.
29
A sala de aula virtual, portanto, deverá sempre conter as ferramentas
necessárias ao curso, incluindo recursos para envio e recebimento de informações entre
alunos e professores.
Professores que planejam criar uma sala de aula virtual, utilizando quaisquer
tecnologias que sejam apropriadas para seu curso e alunos, devem criar um ambiente de
aprendizado eficaz que vá ao encontro dos itens anteriormente descritos.
Um ambiente de aprendizagem é o espaço, real ou virtual, onde o aluno será
exposto a conteúdos e atividades com o objetivo de propiciar condições que ajudem esse
aluno a construir seu conhecimento sobre um determinado assunto ou área de interesse. O
ambiente de aprendizagem, portanto, deve viabilizar a disseminação e a aquisição do
conhecimento.
A expressão "ambiente virtual de aprendizagem" está relacionada à
programação de condições de aprendizagem, enriquecidas com recursos da Informática
para estimular a aprendizagem por meio da construção de conceitos e da interação do aluno
com o professor, com os colegas, com os recursos utilizados e com o conhecimento que
está sendo estudado, propiciando a interação e a cooperação, possibilitando que o aluno
construa relações que constituam aprendizagens consideradas de valor. Com base nessa
concepção, um ambiente de aprendizagem não deve ser rígido nem absolutamente
estruturado, com todos os detalhes predefinidos e controlados. Deve sim ser um ambiente
que possibilite modificações no processo, dependendo das interações e situações que se
apresentem.
30
4 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE CURSO: WebCT
Porter (Ibid.) considera necessário ressaltar que a maior parte dos
aplicativos comerciais disponíveis para a Web concentra-se no gerenciamento de mídia.
Pacotes como o FrontPage da Microsoft ou o PageMill da Adobe fornecem modelos para a
criação, coordenação e exibição de mídia na Web do tipo texto, vídeo, áudio e gráficos.
Raramente esses pacotes incluem estratégias ou modelos que asseguram apresentações
sólidas do ponto de vista instrucional. Apresentar gráficos estonteantes e simulações
complexas não leva necessariamente ao aprendizado. A autora menciona a pesquisa de
Hiltz [1995], por exemplo, que descobriu que o sucesso do aluno variou mais por
organização do curso, Design Instrucional e esforço do professor do que pelo tipo ou
quantidade de mídia utilizada. E acrescenta que anos antes do advento da Web, Clark
(apud Porter, EUA) concluiu que “a melhor evidência é que a mídia é apenas um mero
veículo que apresenta instrução mas não influencia resultados mais do que um caminhão
que entrega as compras modifica a alimentação das pessoas . . . somente o conteúdo do
veículo pode diretamente influenciar a alimentação e ou resultados.”
Porter (Ibid.) recomenda cautela na escolha dos aplicativos comerciais de
desenvolvimento para Web; a maioria deles não incorpora teoria alguma ou modelos de
ensino e aprendizagem. Segundo a autora, alguns pacotes, entretanto, começam a ser
desenvolvidos, dirigidos ao projeto de instrução para a Web.
Encontram-se descritos neste capítulo as características gerais de interface e
as principais ferramentas de comunicação do sistema de gerenciamento de curso WebCT
(Web Classroom Tools), que foi desenvolvido pelo Departamento de Ciências da
Computação da University of British Columbia, no Canadá.
O WebCT oferece ao cliente/usuário ferramentas que podem ser adaptadas
através de um sistema de contas.
A versão 3.0 é compatível com os padrões de acessibilidade de nível 1 do
World Wide Web Consortium (W3C). A versão 3.6 é compatível com a Seção 508 do Ato
sobre Americanos com Deficiências.
Atualmente, o WebCT está sendo usado por universidades e instituições de
ensino superior em todo o mundo.
O WebCT não foi projetado para ajudar na criação do conteúdo. Esse pacote
fornece ferramentas para controlar a estrutura e a apresentação dos conteúdos bem como
31
de serviços adicionais, como ferramentas de comunicação e de apoio ao aluno. O conteúdo
para uma turma WebCT é criado dentro do computador do Designer fazendo uso de
aplicações tradicionais, como programas do tipo do Paint para a edição de imagens e
editores HTML.
Colocado de modo simples, o WebCT é uma coleção integrada de scripts de
Common Gateway Interfaces (CGIs), imagens, formatos de páginas, JavaScript e Java
applets [pequenos aplicativos de características limitadas] que funcionam em um servidor
Web, permitindo a criação, manutenção e o uso das ferramentas.
Assim como em outros sistemas de gerenciamento de curso, o sistema
funciona por meio da criação de contas. Os diferentes tipos de contas dentro da estrutura
WebCT são quatro: Aluno, Designer, Grader e Administrador. Cada uma destas contas dá
ao usuário, de acordo com seu nível, um conjunto de permissões para que execute
determinadas atividades dentro do ambiente.
O WebCT permite a criação de uma página de “Boas-Vindas” externa a um
curso que pode ser acessada por qualquer um que não possua uma conta para aquele curso
em particular.
Para acessar o ambiente do curso, cada usuário WebCT necessita de uma
conta, isto é, de um nome de usuário e de uma senha válidas. O WebCT autentica todos os
usuários com base no nome de usuário e na senha a eles associada, permitindo-lhes acesso
à vista apropriada do curso baseada na classe dos usuários. As contas de usuários permitem
controlar as ações individuais dos mesmos, assim como permitem que seu desempenho
dentro do curso seja avaliado. É também de acordo com o nome do usuário e sua senha e
seus respectivos privilégios que o aplicativo reconhece as áreas que o usuário poderá
visualizar e onde poderá interagir, modificar e/ou acrescentar conteúdos. Existe uma opção
que permite que os alunos criem suas próprias contas, se assim for planejado pelo Designer
do curso.
4.1 Conta ALUNO
A área do curso exibida a partir da senha de um aluno mostra os seguintes
componentes:
a Página de ferramentas
32
Os links de informação, comunicação, acesso e material de estudo levam o
aluno à página de ferramentas WebCT e esta, por sua vez, leva a outras páginas e
ferramentas.
b Ferramentas WebCT
Fornece ferramentas abrangendo um grande número de serviços:
c URLs
Os links podem apontar para qualquer URL, mesmo fora do WebCT.
d Menus Hierárquicos
Os Menus Hierárquicos permitem ao aluno navegar seqüencialmente e
hierarquicamente através das páginas. É o método primário de distribuição do
conhecimento.
4.2 Conta DESIGNER
Cada turma possui um Designer responsável por projetar e construir um
ambiente de aula. As tarefas do Designer são: estruturar conteúdos, planejar a aparência
das páginas e criar as contas Grader e de Alunos.
O Designer é o responsável pela preparação e manutenção da estrutura,
apresentação e conteúdo das classes WebCT, bem como pela criação de contas para
Graders e Alunos que participam dos cursos. Para ajudá-lo nessa tarefa, o WebCT fornece,
além do que os alunos vêem, um frame com um número de botões que permite a
navegação por todo o site com a opção de se fazerem alterações nas aulas.
A ferramenta para a construção do curso é interativa. O aplicativo inclui
modelos para a construção de vários tipos de páginas padrão incluindo características
gerais de curso, tarefas e listas de leituras recomendadas.
O aplicativo suporta a apresentação de todas as formas de conteúdo Web.
Multimídia, imagens, sons, HTML, PDF, Flash, Shockwave, áudio ou vídeo streaming e
outros tipos de documentos podem ser apresentados utilizando-se o WebCT. Imagens,
sons, e áudio/vídeo streaming, podem ser inseridos no conteúdo sem que o usuário tenha
conhecimento prévio de HTML, e pequenas edições no conteúdo online [tais como a
correção de uma letra] podem ser facilmente realizadas em uma janela do próprio
navegador.
33
4.3 Conta GRADER
Cada turma tem um número de Graders responsáveis pela criação de
questões e testes.
O Grader tem a mesma interface do aluno com a exceção de que essa
interface permite o acesso à edição de testes.
O aplicativo suporta três tipos de acompanhamento de aprendizado: testes,
auto-avaliações e pesquisas. Questões de múltipla-escolha, combinação de colunas,
respostas abreviadas, questões de cálculo e de parágrafos também são possíveis, sendo que
apenas as questões cujas respostas são de parágrafos livres não podem ser corrigidas e têm
notas atribuídas pelo aplicativo. Estas últimas podem ser corrigidas online pelo tutor ou
pelo seu assistente.
Testes para a auto-avaliação podem ser integrados aos módulos de ensino e
fornecer feedback instantâneo, sem que isto seja computado como uma nota de avaliação.
As pesquisas são anônimas e também não são computadas como nota de avaliação.
4.4 Conta ADMINISTRADOR
Cada servidor tem um administrador responsável pela criação, remoção e
modificação de turmas e pela mudança de senha dos Designers do curso.
O processo para implementação de um curso segue 7 passos:
Criar a turma;
desenvolver a turma hierarquicamente;
colocar o conteúdo no servidor;
criar a estrutura e a apresentação;
associar a estrutura com o conteúdo;
criar as contas dos alunos e
acompanhamento.
O aplicativo fornece através de sua interface administrativa informações de
utilização tais como quantidade de espaço de disco utilizada por cada curso, número de
contas de alunos por curso, etc. Toda a administração do WebCT é feita através da Web.
O gerenciamento de registros permite, por exemplo: adição de alunos,
mudança de senhas, manutenção e distribuição de notas e estatísticas, pesquisas para
demonstrar, comparar e analisar subgrupos de alunos utilizando qualquer característica
34
como base para a pesquisa, adição de categorias de conteúdo arbitrárias aos registros do
aluno [por exemplo, número de seção, freqüência, comentários, etc.] de forma semelhante
a uma planilha.
A navegação, interação e o uso dos materiais de aprendizagem se dá por
meio de links e ícones. A figura a seguir mostra um exemplo de um menu de links e ícones.
Os links e ícones do exemplo mostrado na figura 12 levam o aluno à página
que contém:
1 Conteúdo do curso
2 Fórum para tópicos de discussão
3 Ferramenta de comunicação [email]
4 Links e material de referência
5 Glossário
6 Teste de avaliação final
7 Ferramenta para a busca por palavra ou frase
8 Informações sobre o instrutor e sobre o curso
É preciso que se tenha um navegador, uma conta WebCT e uma conexão
com o servidor. Toda a interação ocorre por meio do navegador.
O servidor WebCT está disponível nas plataformas Unix e Windows NT.
Ele deve pelo menos ser equivalente a um processador Pentium III 550, 512 MB de RAM.
Quanto ao disco rígido, 40 Mb para a instalação do WebCT, aproximadamente 2 MB para
o curso, 1 MB para cada aluno mais o espaço necessário para o material do curso.
A maior parte da instalação do WebCT é feita pelos administradores locais.
Existe a opção de um suporte grátis disponível. Esse suporte é basicamente todo feito via
Internet. Existem listas de email, sendo uma lista para discussão entre usuários do WebCT
e outra para contato com os responsáveis pelo desenvolvimento do WebCT.
O WebCT oferece ao professor ajuda completa contextualizada online,
também disponível como um manual independente [130 páginas], e documentação tutorial
online para auxiliar usuários inexperientes a darem seus primeiros passos.
Existe também um link para a central de aprendizagem [www.webct.com]
onde os professores podem compartilhar informações sobre assuntos de interesse geral ou
específico.
35
O WebCT atualmente não suporta o uso dos navegadores Netscape
Navigator nas versões 4.78 e 6.x. e Microsoft Internet Explorer nas versões 5.5 SP1 e 6.0.
O WebCT, como conjunto de ferramentas, é bastante completo possuindo
quase todas as ferramentas disponíveis para a Web. As ferramentas de comunicação são
fechadas: o email e o fórum só podem ser acessados dentro do WebCT e não interagem
com outros emails ou ferramentas de comunicação. A conta de email é integrada às
ferramentas de manutenção de acompanhamento e de nível do aluno, permitindo, assim,
que listas de alunos pertencentes a um nível particular ou que possuam determinadas
características de participação recebam emails de grupos.
As salas de bate-papo virtual podem existir dentro de um curso único ou
entre cursos de um mesmo servidor. As atividades das salas de bate-papo virtual podem ser
registradas e lidas pelo professor.
A ferramenta de apresentação permite que grupos de alunos compartilhem
arquivos e os editem em conjunto para publicar projetos de equipe. É possível dividir
alunos em grupos e designar uma área de apresentação e um fórum de conferência privada
para cada grupo.
O WebCT possui uma área para a troca de mensagens encadeadas com
opção de pesquisa. Arquivos também podem ser anexados e armazenados nessa área. O
uso de arquivos gráficos JPEG, GIF e BMP também é possível no ambiente WebCT.
O sistema para disponibilizar os conteúdos é o clássico, constituído
simplesmente de links dispostos hierarquicamente que permitem uma visão geral de todos
os conteúdos do curso. É possível particularizar a interface gráfica [cores, disposição de
links, banners e headers nas páginas].
O pacote é totalmente online, ou seja toda a participação do aluno se
concentra no momento em que há conexão com o servidor.
O aplicativo permite anotações de cada página de conteúdo individual pelo
aluno, as quais podem ser compiladas mais tarde com o próprio conteúdo para compor um
guia de estudos que pode ser impresso. Os professores podem adicionar “dicas” a um curso
para sugerir estratégias de aprendizagem.
O aplicativo mantém registro por aluno da página de conteúdo visitada por
último. Quando o aluno retorna ao curso, o aplicativo pode colocar o aluno de volta à
mesma posição e contexto, permitindo, assim, um retorno rápido ao aprendizado. Da
36
versão 2 em diante existe uma ferramenta de registro de posição que permite aos usuários
acrescentar bookmarks.
Não só o registro de informações relacionadas ao aluno [data do primeiro
acesso, data do acesso mais recente, histograma mostrando relações de proporções de
acesso detalhadas em todas as áreas do curso para um determinado aluno, utilização das
ferramentas de conferência, leituras e contribuições, etc.] é mantido, mas também
informações sobre conteúdo [número de acessos a cada página de conteúdo, média de
tempo despendido em cada página de conteúdo, etc.].
Existem informações opcionais que podem ser liberadas para o acesso pelos
alunos. Por exemplo, as notas e discussões podem ser pesquisadas. Os alunos podem ter
sua própria homepage para o curso, utilizando uma ferramenta geradora de homepages.
Para construir suas próprias páginas em um curso WebCT os alunos não necessitam de ter
conhecimento sobre HTML.
Uma cópia local de segurança de um curso pode ser feita na área de trabalho
do computador como proteção contra uma eventual queda do sistema.
Teoricamente não existe limite de cursos que podem ser criados com o
WebCT. Este número depende única e exclusivamente dos recursos de servidores
disponíveis. O número de conexões é limitado apenas pelas configurações do sistema
operacional utilizado. O número de professores é, teoricamente, ilimitado. O número de
alunos, porém, é limitado pelo tipo de licença adquirida.
37
5 CONCLUSÃO
Atualmente um grande número de pessoas quer e precisa dar continuidade a
sua instrução. A maioria dessas pessoas necessita de um novo tipo de treinamento que leve
em conta as diferenças temporais, geográficas e de base de conhecimento que existem
entre elas. A EAD via Internet vai ao encontro dessas necessidades, suprindo uma
demanda que não é mais comportada pela sala de aula presencial, com espaço físico e
tempo limitados. Associada aos computadores e à Internet, a EAD passa a oferecer a
possibilidade a cada aluno de estudar de acordo com seu próprio ritmo e necessidades, por
meio de cursos online que fiquem disponíveis todo o tempo ou em horários que lhe for
convenientes. Os materiais educacionais podem ser armazenados em sites da Web de
forma que alunos de qualquer lugar tenham acesso à informação a qualquer hora. Além
disso, através das ferramentas de comunicação disponíveis na Internet, é possível que haja
uma troca de informações mais freqüente com o professor e, também, a interação com
outros alunos. O potencial para o compartilhamento de informações através da Internet é
maior do que através de outros meios de transmissão e recepção de informações.
O planejamento de um curso de EAD deve partir de uma cuidadosa análise
para que se tenha certeza de que o curso é adequado para ser apresentado em um ambiente
de EAD. Alguns tipos de cursos, mais do que outros, são naturalmente mais adequados
para que sejam ministrados a distância com sucesso. Há cursos que são melhor
apresentados em aulas presenciais e não se adaptam à EAD. O método de ensino deve ser
cuidadosamente adaptado às necessidades e interesses da pessoa que ministra o curso e
daqueles que o vão receber.
Durante a elaboração de um curso de EAD, deve-se levar em conta o fato de
que a EAD somente é eficaz quando existe uma perfeita combinação entre conteúdo, estilo
de apresentação e capacidade de aprender a partir das informações ou situações
apresentadas. Um bom programa de EAD requer planejamento cuidadoso; quanto mais
cuidadosamente elaborado for o curso, maior a probabilidade de que ele venha a atender às
necessidades educacionais dos alunos.
É necessário, portanto, que o educador que deseja utilizar a Internet para
EAD avalie as necessidades em questão de acordo com os objetivos estabelecidos para que
possa fazer a escolha das ferramentas e ambientes que lhe sejam adequados. Desse modo,
ambientes virtuais poderão ser criados para que haja uma interação intensificada entre
38
todos os envolvidos no processo, alunos e professores, através do uso apropriado e
oportuno dos mecanismos de comunicação [síncronos e/ou assíncronos] que existem na
Internet, diminuindo, assim, a solidão do estudo a distância e privilegiando a troca de
informações, com um intervalo de tempo de espera entre o envio e o recebimento de uma
mensagem —curto ou praticamente inexistente.
Durante o projeto de um curso o ideal é que sejam previstas opções
alternativas para atender aos diferentes níveis tecnológicos dos alunos de modo que todos
possam ter acesso ao material de estudo. Do mesmo modo, quanto maior for a facilidade
de utilização dos recursos escolhidos pelos alunos, maior será a disponibilidade que eles
terão para se dedicar à aquisição de novos conhecimentos. Uma boa alternativa é a
integração das ferramentas de comunicação às páginas da Internet. Se possível, também, a
criação de um programa de instalação customizado para simplificar o processo de
aquisição e ajustes das ferramentas necessárias ao curso, podem ser elementos de grande
ajuda para os usuários menos experientes.
Caso o professor opte por utilizar um sistema de gerenciamento de curso,
cabe relembrar que a maior parte dos aplicativos comerciais disponíveis para a Web
concentra-se no gerenciamento de mídia, não incorporando teoria alguma, ou modelos de
ensino e aprendizagem. É recomendável um exame das características dos pacotes
disponíveis, pois já se tem notícia de que alguns começam a ser desenvolvidos dirigidos ao
projeto de instrução para a Web.
O ambiente de aprendizagem a ser criado não deve ser rígido nem
completamente estruturado, com todos os detalhes pré-definidos e controlados. Deve-se
tentar criar um ambiente no qual modificações possam ser feitas durante o processo,
dependendo das interações e situações que se apresentem. Esse ambiente deve propiciar a
interação e a cooperação e possibilitar que o aluno desenvolva atividades que o levem a
construir o seu conhecimento de forma satisfatória.
Ensinar utilizando a Internet como meio — é importante lembrar — requer
habilidades especiais dos professores, tanto quanto receber as aulas pela Internet requer
tipos diferentes de participação e envolvimento da parte dos alunos. A instituição ou
companhia que oferece EAD via Internet, entretanto, deve também compreender como um
programa de EAD deve fazer parte de sua missão e objetivos. Não basta que uma
instituição ou companhia tenha apenas a vantagem de oferecer cursos; essa instituição ou
companhia deve ter como missão fornecer ao aluno materiais e serviços de alta qualidade.
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Na verdade, oferecer EAD via Internet requer uma abordagem futurista em
relação à educação. Para se oferecer EAD de alta qualidade via Internet, deve-se buscar
criar uma combinação favorável dos elementos importantes, com o intuito de reunir
professores qualificados, tecnologias apropriadas, materiais efetivamente planejados para a
Internet e alunos que apreciem esse tipo de educação e dela necessitem. Cada um desses
elementos requer que a instituição ou companhia que ofereça programas de EAD planeje
toda a estrutura de modo a não somente tentar satisfazer às necessidades de aprendizagem
imediatas, mas também deve estar apta a aprimorar o tipo de programa que oferecerá no
futuro.
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