A Magia Da Franco_grau1_Edicao3

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    Arthur Edward Powell

    A Magia da

    FRANCO-MAONARIA

    Aprendiz

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    A Magia daFRANCO-MAONARIA

    Arthur E. Powell

    Original publicado em 1924:

    The Magic of Freemasonry

    Traduo de verso em espanhol "LaMagia de La Francmasoneria" por

    Elder de Lucena Madruga

    3 reviso - janeiro de 2014

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    Dedicado aos Irmos do Rito de YorkCuiab - MT - Brasil

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    Arthur Edward Powell (1882-1969) esteve ligado SociedadeTeosfica. Procurou tornar o conhecimento tradicional maisacessvel atravs da publicao dos seus estudos, que tmcomo base esotrica os trabalhos de Charles Leadbeater,Helena Blavatsky e de Annie Besant. As suas obras renem,de forma magistral, uma vasta amplitude temtica relacionadacom a constituio septenria do ser humano luz do

    esoterismo tradicional.

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    ndice1

    Apresentao

    Captulo 1

    A Chamada da Maonaria 1

    Captulo 2

    A Abertura de Uma Loja no Primeiro Grau 17

    Captulo 3

    Os Instrumentos de Trabalho do PrimeiroGrau 33

    Captulo 4

    A Investidura 49

    Captulo 9

    A Virtude do Silncio 55

    1NT: esto excludos deste volume os captulos de 6 a 8 que trata dos 2 e3 graus.

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    APRESENTAO

    O presente livro escrito originalmente em ingls em1924, traduzido para o espanhol2 e eu o traduzi para oportugus. Acredito ser este texto importante para o maomespecialmente interessado na compreenso dos mistriosocultos por detrs dos rituais, dos procedimentos ritualsticose das ferramentas que os maons, em cada grau, se utilizamno trabalho de construo de seu templo interior.

    Devem haver equvocos no texto, gerados da primeiratraduo do ingls para o espanhol, e em particular com

    minha parte na traduo do espanhol para o portugus. Aindaassim, no particular e no conjunto, este livro nos traz muitosesclarecimentos e, o mais importante, nos estimula aprosseguir.

    H um conjunto de princpios para o qual a Maonariaao redor do mundo converge, ainda que consideremos queem cada regio e pas a Ordem capaz de refletir o carter eo temperamento de uma ampla variedade de ambientes

    culturais e sociais, ela ao mesmo tempo consegue preservarum consistente ponto de vista filosfico.MacNulty, em seu livro "Maonaria: uma jornada por

    meio do Ritual e do Simbolismo"3, apresenta resumidamenteestes princpios, dizendo que a Maonaria uma sociedadefraternal muito antiga, secular, que exige a crena em um SerSupremo como qualificao principal para filiao e que dedicada prtica da tolerncia, respeito e compreenso dos

    outros; ao fomento de elevados padres de moralidade entreseus membros; e ao trabalho caritativo. MacNulty afirmaainda que a maonaria certamente isso e faz todas essas

    2N.T.: Verso em espanhol pode ser obtida no site:http://bligoo.com/media/users/1/81525/files/Arthur%20Powell%20La%20magia%20de%20la%20francmasoneria.pdf3Editora Madras, 2006

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    coisas, mas que de uma maneira difcil de definir ela pareceser "algo mais". Este "algo mais" estaria relacionado suaexpresso simblica, estruturada em "graus", por meio dosquais ela comunica seus ensinamentos de moralidade e que

    tem sido preservada, embora no interpretada, pelasObedincias manicas espalhadas pelo mundo inteiro.

    A interpretao dos smbolos, se mesmo para ser feita, responsabilidade do maom individual; e no processodessa interpretao pessoal - e de ver os princpios queemergem disso em operao em sua prpria vida - quepodemos entender a sobrevivncia da Ordem Manicacomo um "Mistrio".

    O livro "A Magia da Franco-Maonaria" traz umainterpretao desse simbolismo manico - conforme aconcepo de Arthur Powell - representado atravs dosrituais e Instrumentos de Trabalho de cada grau.

    Elder MadrugaSecretrio de Orientao Ritualstica Adjunto para o Rito de YorkGrande Oriente do Brasil - Mato Grosso

    Gesto do Emin. Ir. JLIO TARDIN

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    Captulo 1A CHAMADA DA MAONARIA

    odo aquele que sente os ideais da Franco-

    Maonaria deve alguma vez ter-seperguntado por que esta Ordem o atrai, e oque nela o retm. Em realidade, somos muitos os quefazemos esta pergunta continuamente e formulamosrespostas que no afetam seno as bordas do problema,porque sempre h um elemento que nos escapa, algointangvel e indefinido que no podemos localizar,definir ou analisar, ainda que seja absolutamente realque esteja definido de um modo perfeito, e que existe,sem dvida alguma, algo que exerce inconfundvelseduo; algo que, ao mesmo tempo em que acalma ohomem interior, aumenta-o em grau extraordinrio,algo misterioso, sedutor e estimulante, que nos impeleperpetuamente para diante, como finito impulso paraum infinito objetivo.

    Mais notvel, entretanto, que, muito tempo antesde sabermos o que , na realidade, a Franco-Maonaria(que, no obstante, sentimos no fundo de nossocorao), j nos damos conta disso, pois, ainda que amaioria dos candidatos Maonaria tenha uma ideia

    T

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    vaga e geral de que esta digna de respeito e cremque uma venervel instituio que inculca elevadosideais relativos vida, no lhes possvel saber muito

    mais acerca desta associao. Pouco ou nada podesaber o profano de suas cerimnias, embora saiba queestas existam. No obstante, a absoluta ignorncia dosensinamentos e mtodos da Franco-Maonaria no obstculo para que os homens se iniciem em suaFraternidade. To pouco explica o problema, a cnicaafirmao de que a atrao que os homens sentem pelaOrdem, se deve mera curiosidade, pois quase todosos Mestres sabem, por experincia prpria, que istono verdade.

    Em todas as demais coisas costumamos olhar,antes de dar um salto e procuramos nos informar antesde dar um passo definido ou lanar-nos a algumaempresa. A mais elementar prudncia nos aconselhaque averiguemos em que consiste a instituio a qualdesejamos nos aderir, ou o plano que havemos deseguir. No obstante, pouco ou nada podemos saber deantemo a respeito da Franco-Maonaria, pois at osprprios Mestres Maons seriam as ltimas pessoas domundo a revelar algo referente a eles ou suainstituio. Apesar de tudo isso entramos naFraternidade convencidos, plenamente, de que novamos por mau caminho, e nos submergimos nastrevas sem sentir escrpulos nem timidez,respondendo a uma chamada interior que no sabemosexplicar nem compreender.

    Ainda mais, sabido que nenhum homem sensato

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    capaz de opinar sobre os assuntos da corrente davida, antes de haver feito um detido exame. Pois bem,quando se trata da Franco-Maonaria ocorre o

    contrrio, porque todos costumamos ter uma ideiafavorvel e preconcebida de nossa Ordem que a quenos induz a penetrarmos nela. Isso prova que a Franco-Maonaria tem um selo caracterstico que a diferenciade todas as demais coisas do mundo, e que nosimpressiona ainda antes de comearmos nossa vidamanica.

    No entanto, antes de sondarmos profundamenteeste fator misterioso e intangvel que constitui ocorao e a entranha da atrao que nos impulsionapara a Maonaria, conveniente que passemos revistaa alguns dos aspectos desta atrao, cujo isolamento eexame no difcil fazer. O ritual simples, dignificadoe belo, j desapareceu quase por completo do mundomoderno. certo que a Igreja Catlica e a alta IgrejaAnglicana conservam ainda grande parte do ritual. Navida cvica, subsistem ainda algumas cerimnias,como as de abertura do Parlamento, coroaes,jubileus, inauguraes de esttuas e algumas outras,porm estes acontecimentos so relativamenteescassos, alm disso, nada h em sua natureza queforme parte da vida regular do cidado corrente. Comefeito, durante muitas geraes, a crescente influnciado materialismo procurou eliminar de nossa vida ascerimnias, como se tratasse de uma superstio.

    No resta dvida de que esta tendncia s e boa,enquanto impedem que os homens tomem parte em

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    cerimnias ritualsticas que, no tendo seno aparatoexterno, no se baseia em nenhuma realidade interna,nem se fundamentam no que, nos tempos primitivos,

    recebia o nome de magia e se considerava como achamada, para que estudassem as foras mais ocultase internas da natureza, e os seres pertencentes a ummundo distinto do nosso.

    No entanto, indubitvel que quase todo o mundoabriga um secreto amor pelas cerimnias ou peloritual. Prova disso a adeso do povo a certasinstituies, como por exemplo, a extravagante edesconcertante guarda de corpos, as procisses doLorde Maior, as perucas dos Juzes e coisas desteestilo. O entusiasmo pelas exibies histricas, assimcomo os caprichosos vestidos que as mes idealizampara seus filhos, e a perene fantasia do traje dos jovense dos ancios, so outros tantos exemplos desteirreprimvel amor pelas cerimnias.

    Rituais e cerimnias so, indubitavelmente, umdos principais atrativos que tem a Maonaria para amaioria de seus iniciados. H na vida moderna tantaagitao, tanta precipitao, tanta confuso, tantaindecncia, tanta insistncia pelos direitos prprios,to pouca considerao pelos sentimentos alheios e topouca dignidade ou cortesia que broteespontaneamente de bondosos coraes, que nos causaextraordinrio prazer, o fato de entrar na atmosfera tooposta das Lojas, onde reina a dignidade e a ordem emvez da indigna inquietude a que estamos acostumadosno mundo externo.

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    Maravilhoso tnico para os nervos fatigados pelatenso da vida ordinria a entrada no recinto de umaLoja manica, onde tudo quietude, ordem e paz;

    onde cada cargo da Oficina e cada irmo tm o seulugar fixo e o seu dever prescrito; onde ningumusurpa as funes alheias; onde uma vez que tenhasido eleita ou determinada a forma do rito, todoscooperam harmoniosamente e de bom grado, paralevar a cabo as cerimnias, de tal forma que se crie oambiente que algum dia h de caracterizar at mesmoo mundo externo, quando os homens cessarem suadisputa, aprenderem a lio da fraternidade, ecooperarem para a suprema Vontade da evoluo, afim de ordenar todas as coisas, bela, forte esabiamente.

    Tambm agradvel o gozo esttico que produz otomar parte em uma cerimnia bem dirigida, em quetodos os irmos, no s tenham estudado intensamenteos atos e palavras que lhes correspondem, mastambm, que compreendam seu significado e ponhamo melhor de sua alma em tudo quanto faam ou digam.

    A prpria disposio da Loja, a ordenada e dignacolocao das colunas, os Oficiais e suas insgniasespeciais que enfeitam a assembleia com pinceladas decores agradveis, a situao das Luzes e todas asdemais coisas adjuntas com as quais estamosfamiliarizados, contribuem para formar um toutensemble que conforta a vista, agrada aos sentidos,apraz a mente, satisfaz a natureza religiosa e, aomesmo tempo em que contrasta com a maioria, com a

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    maior parte de nossa vida diria, constitui-se numaesperana para o porvir do nosso mundo.

    Outro elemento de grande beleza que comove

    todo aquele que sente a poesia e a msica, orequintado ritmo e emoo plena que emana de nossoantigo ritual, cujas palavras e frases no h igual naliteratura inglesa com exceo da Bblia e das obras deShakespeare.

    O antigo provrbio ingls de que uma coisa belaproporciona gozo eterno pode aplicar-se s simples eprofundas palavras de nosso ritual, porque, apesar deserem ouvidas continuamente, todos os anos, nasdiferentes cerimnias, nunca perdem seu atrativo, nemcansam, nem envelhecem; melhor, sua beleza, suamajestade, seu significado, aumentam medida quenos familiarizamos com elas que so verdadeirasprovas de suprema literatura, de satisfao tica e dereligioso significado.

    Quo admirvel a tradio de que as palavras denosso ritual ho de repetir-se sem acrescentar, omitirnem alterar nada, porque, a maioria das sentenasforam redigidas de forma to perfeita, que qualquervariao romperia sua sonoridade e corromperia seusignificado.

    A formosura da linguagem contribui tanto quantoos demais fatores, para que as palavras do ritualproduzam intensa impresso. Estes amplos eprofundos ensinamentos no devem seu poder asutilezas metafsicas nem a anlises filosficas, nem asua novidade intrnseca, seno melhor, sua

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    simplicidade, conciso e universalidade. Propriedadecomum de todos os sistemas religiosos conhecidos e aidentidade dos preceitos ticos, no obstante, o mtodo

    de apresentao s antigas verdades de moral e deamor fraternal, assim como a franqueza, a restrio, agrandeza e verdadeira sinceridade do ritual manico,com seu transcendental significado, fazem com queestes ensinamentos nos paream sempre novos,vvidos, inspiradores e prticos.

    Muitos intelectuais modernos que acham curtas,estreitas e anticientficas as ideias de certas ortodoxiasreligiosas, aceitam, com verdadeira complacncia, acarncia absoluta de dogmas teolgicos e de outrosgneros de que se vangloria a Maonaria. Grande partedos pensadores de cultura mediana reconhece afraternidade, aceitam uma lei tica e um cdigo moralbaseado na fraternidade; porm no deriva esta depreceitos religiosos externos, seno dos ditames deseus coraes e da inata benevolncia que sentem porseus camaradas.

    A Franco-Maonaria expe estes ensinamentoscom tanta universalidade e catolicismo, que os homenspertencentes a qualquer dos credos, assim como os queno aceitam nenhum, podem aceit-los semescrpulos, reconhecendo-os como norma de verdadeque eles conhecem por experincia interna, semnecessidade de apoio de muletas teolgicas.

    Alm disso, j no possvel negar que nostempos modernos existe muita gente que no professauma frmula definida de crena religiosa, qui,

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    porque est convencida, de que no pode aceitarhonradamente os credos que satisfaziam os homens aopassado. A necessidade de expresso de f religiosa

    que esta gente experimenta sem pod-lo evitar, e quepraticamente todos sentimos, pode satisfazer-se emgrande parte com a sinceridade simples da ticamanica e sua declarao de fraternal benevolncia.

    O conjunto desta tica, verdadeiro corao e nervoda Franco-Maonaria, constituem a palavraFraternidade, a palavra sem par em todos os idiomas.Se o maom a aceita sem evasivas, equvocos nemreservas mentais de nenhuma espcie, alcanar opleno desenvolvimento manico; porm, se arechaa, no ter direito de penetrar no sagrado recintodo Templo ainda que ostente o mais elevado dos graus.A fraternidade para o maom o que a luz do sol paraos seres vivos. Assim como a luz do sol pode dividir-se em infinitos matizes e cores, e seu poder transmutar-se em incontveis foras e manifestaes de vida,assim o esprito de Fraternidade resplende no coraodo homem, podendo iluminar sua natureza e inspirarsuas aes de modos to infinitos como as areias domar e to diversos como as flores do campo. O espritofraternal to penetrante como o ter existente emtodas as formas de matria, porque se infunde em todaa vida do franco-maom, iluminando-a com suaSabedoria, sustentando-a com sua Fora e fazendocom que sua Beleza se irradie at os confins maislongnquos da terra.

    Os homens seguidamente se vem obrigados a

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    agir sob normas ticas de nvel inferior s quedesejariam por inumerveis razes. Os motivos a quese deve este estado de coisas so sutis e complexos.

    Assim, por exemplo, muitos temem que sua bondadese tome por debilidade ou a sua generosidade porsentimentalismo. Outros tm medo de que se acrediteque so mais virtuosos que seus camaradas e,violentando suas ideias e emoes, no desenvolvem avirtude que sentem pulsar em seu corao. Muitasvezes os homens no se atrevem a realizar um atovirtuoso em pblico, porm experimentariam grandealegria se pudessem realiz-lo sem que ningum seinteirasse dele.

    A Franco-Maonaria proporciona aos homensdeste gnero dos quais h muitos no mundo ummeio de expresso seguro e secreto. O fato de que aLoja esteja a coberto de profanos - o que constitui oprimeirssimo e constante dever de todo o franco-maom - d uma sensao de segurana e de reserva,pois impede que possa penetrar os olhares do mundoexterno e proporciona ao maom a oportunidade de"soltar" as rdeas que lhe restringem e de ser seu eureal, esse Eu Superior que teme apresentar-se livre efrancamente, em todas as partes, menos nos sagradosrecintos do Templo, onde os homens confiam nele elhe chamam de Irmo. Porque o nome de Irmo altamente mgico.

    Assim como todo o mundo um cenrio e todosos homens so comediantes, assim o maom tem querepresentar um papel em sua Loja, na qual pode tirar a

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    falsa mscara que, forosamente, h de levar no mundoe colocar a outra muito mais nobre de maom. E destamaneira, ao mesmo tempo em que se regozija de que o

    modo de maom lhe permita falar e agir como muitasvezes houvesse desejado fazer no mundo, se tivesseatrevido, encontra em sua Loja tal oportunidade paramanifestar qual a verdadeira natureza de seu ser que,rarssimas vezes, poderia encontr-la em outra parte.De maneira que o elemento de fico, associado a algode carter dramtico, torne possvel que o homem realseja, por uns momentos, aquilo que pretendia ser.

    Devem haver muitos maons que anseiam achegada de um dia em que seja possvel sentir e agirno mundo externo do mesmo modo como o fazem naLoja, e em que as normas desta sejam as do mundo. Abondade, a tolerncia, a benevolncia e a amizademtuas, a cortesia e a ajuda, a camaradagem e afidelidade so os verdadeiros elementos de nossa obrana Loja, so os fundamentos do Templo, quecimentado na virtude, h de ser erigido pela Cincia,cada vez com maior Sabedoria. Porm, estas coisasno podem existir mais que parcialmente no mundo,porque o corao dos homens ainda duro e aignorncia lhes cega. Por isto, temos de fechar foranossas Lojas, para evitar que suas sagradas coisassejam maculadas e que seja manchado o tapete doTemplo.

    O ideal da Maonaria constitui um fator imensona vida de todo o verdadeiro maom, porque se enrazamais profundamente do que qualquer sprit de corps

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    e o esprito mesmssimo da vida. Para o maom, aOrdem uma Divindade que no pode ser maculadajamais com a mais leve mancha, uma estrela eterna,

    um imvel sol dos cus, um centro do qual no podeafastar-se, a menos que seja falso consigo mesmo.Quanta poesia encerra o nome da Ordem! Os

    homens tm sentido atravs de todas as pocas suaideologia e em todos os pases do mundo tm feitocerimnias semelhantes s que fazemos agora e as queos filhos dos nossos filhos ensinaro a seusdescendentes. A celebrao dos rituais manicosremontam noite dos tempos pr-histricos. Ascerimnias das quais as nossas se derivam, foramcelebradas por homens de todas as raas e centenas deidiomas e dialetos, em climas escalonados desde otrrido Equador at os polos gelados, na cidade,bosque, em frteis plancies e ridos desertos e sobreas montanhas mais altas e os vales mais profundos. AFranco-Maonaria tem existido onde quer que hajamvivido os homens e suas eternas tradies elandmarks tem sido transmitidos de gerao emgerao, enlaando o passado com o presente, e estecom o futuro em uma humana solidariedade e ligandotudo em uma indissolvel unidade com o GADUquedo centro traou as linhas em que temos de construirseu Sagrado Templo e ordenou a seus fiis obreirosque trabalhassem nele para completar a obra de SuasDivinas Mos.

    A poesia da Franco-Maonaria sobrepuja todas asoutras poesias, porque estas so temporais e fugazes,

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    enquanto que aquela no tem em conta o transcorrerdo tempo, nem as mutaes modificam em nada seusantigos e imutveis fundamentos (landmarks). Que

    mistrio encerra isto? Que mistrio se oculta por trsdestas singelas e profundas cerimnias? Pode algumsatisfazer satisfatoriamente esta pergunta? Ser capazalgum homem de dar uma resposta satisfatria antesde chegar a ser mais que homem e de ler estesverdadeiros sinais dos quais unicamente ouvimos emnossas lojas os sinais substitutos?

    Assim retornamos como sempre a esse misteriosoe intangvel elemento que nos prende com garra maispoderosa que a do leo. este elemento que constituia verdadeira razo para que os homens se faamfranco-maons e que uma vez que algum sejafranco-maom, o seja para sempre!. Cada segredocomunicado o preldio de ulteriores segredos; cadanovo toque no , em realidade, seno uma chave depassagem que nos abre a porta de regies cada vezmais prximas ao oculto corao, do que se sustenta oesoterismo da Franco-Maonaria.

    Todos os diversos elementos de que temos faladoem particular, dizendo que fazem chamamentosisolados ao maom, no so mais que os instrumentosindividuais que formam uma orquestra. Consideradaem si, a grande sinfonia mais sublime que todas aspartes apesar de que a harmonia combinada destas aque a torna audvel. Ela nos murmura coisas quenenhum instrumento do mundo pode expressar, a noser em fragmentos, em sucesses de notas que

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    interpretam na terra, submetidas s leis do tempo e doespao, as melodias do cu, as quais s os celestesouvidos podem escutar em toda sua ntegra.

    Antes de nos fazemos franco-maons, devemossentir um leve rumor que, infiltrando-se atravs dosespessos muros da Loja fechada, desperte esses tnuesestremecimentos meldicos em nossos coraes. Isto o que aviva esse secreto estmulo que nos arrasta parao esquadro, onde nosso primeiro passo dado emignorncia, se bem que tendo a certeza interna de quea luz h de chegar com toda a segurana.

    Enquanto damos os nossos primeiros passossecretos, descobrimos muitos elementos agradveis noRitual manico que nos produzem estranho assombroe tanta satisfao, que jamais nos arrependeremos, dehaver posto a proa para a aventura. As magnficasfrases antigas, a dignidade e a harmonia dosmovimentos, da cor e da emoo, agradam aossentidos e s almas dos homens fatigados pela tensoe pela distrao das coisas mundanas.

    A ampla e singela filosofia de vida, a simplesdeclarao de fraternidade, a tica de fidelidade eamizade, a verdade sem dogmas, a religio sem seita,a reverncia sem sacrifcios da dignidade, e o amorsem sentimentalismo. Todos estes so elementosimportantes a contriburem para despertar a Maonariano corao do Maom. E o gosto de viver em umambiente de fraternidade, a oportunidade de livrar-seda armadura que, por necessidade, h de vestir ohomem nos campos de luta do mundo exterior da Loja,

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    o livre intercmbio de sentimentos fraternais, semtemor s ms inteligncias e repulsas, constituem,tambm, valiosos elementos da chamada Maonaria.

    Alguns dos fatores que unem o Maom com aOrdem atravs de laos que nada pode romper, nemafrouxar, so as seguintes: uma troca de mscara, umnovo papel a aprender, um pretexto que nosso secretoideal, um conhecimento antecipado do futuro quetemos a certeza de chegar um dia, uma homenagemgloriosa a uma sublime Divindade, uma submerso nomais grandioso sonho que o mundo tem conhecido, umlao secreto que nos une com todas as classes dehomens que a terra produziu e uma tradio maisantiga e venervel que todas as havidas e por haver.

    Mas, o que a chamada em si? Todas estas coisasno so seno nomes e acessrios. Qual a substnciade que todas elas so sombras? Que coisa h na selvavirgem que chama aos seres selvagens? Que so essassecretas e sagradas coisas que murmuram asmontanhas ao ouvido do homem de forma tosilenciosa e ao mesmo tempo to sonora, que apaga ofragor dos demais cnticos da Terra. Essas coisas queo mar sussurra ao marujo; o deserto ao rabe; o gelo aoexplorador dos polos; as estrelas ao astrnomo; a sfilosofia ao observador e os materiais do ofcio aoarteso?

    No homem existe algo que mais que o homem,o qual se chama a Franco-Maonaria. Esta chamadarecorre ao mais santo e maior que nele existe, ao ques ele poder conhecer, quando se converta no Mestre

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    da Loja de sua prpria natureza, quando chegue a serele mesmo. Assim como o golpe do malhete repercuteem todo o Templo, encontrando eco no ocidente, sul e

    noroeste e transpassando at mesmo os muros da Lojapara chegar ao mundo externo, assim tambm aFranco-Maonaria lana uma chamada aos maisrecnditos santurios do sacratssimo ser humano;uma chamada que h de ser respondida, que noadmite rechao, que lhe ordena voltar-se para enfrentara Luz. Assim como todos os irmos respondem ordem do Mestrepelo sinal, assim responde o homem chamada da Franco-Maonaria, ainda que noconhea em que esta consiste, e responde com suavida. Ele no pode fazer outra coisa que obedecer;abandonar a empresa e morrer; ele deve responder eprosseguir na eterna busca da palavra perdida, que no nenhuma palavra, porm algo que est oculto no'centro'.

    De maneira que, a chamada da Franco-Maonaria complexa e mltipla, ao mesmo tempo em que simples e nica. Na Franco-Maonaria existem muitascoisas que ho de acalmar os anelos dos coraeshumanos, e, no entanto, a Franco-Maonaria em si, isto, em sua esplndida perfeio, uma coisa que nuncapoder encher-nos at transbordar, at que o homemdeixe de ser homem, para converter-se em um SerDivino, o que h de ocorrer seguramente, naconsumao dos tempos.

    A Franco-Maonaria virtude e cincia, tica efilosofia, religio e fraternidade. Nenhuma destas

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    coisas, porem, por si s a define. No h multido declulas que possa fazer um organismo vivo, nemgalxia de estrelas que possa formar um cosmos, nem

    raios de luz que possam fazer um sol. Do mesmomodo, nenhum agrupamento de elementos de belezaou de fraternidade pode fazer a Franco-Maonaria;esta cria todas essas coisas, transmite ao ser muitospontos de companheirismo, mas continua sendo ummistrio que apesar de poder ser sempre descrito nuncapode ser explicado. A isto se deve que a chamada daMaonaria seja o que , e que ns a amamos, porque ohomem tambm um ser que se pode descreverperpetuamente, porm, jamais, explicar-se. De modoque, na Franco-Maonaria, o homem se busca a simesmo, e atravs de seus mistrios e cerimnias"Jpiter faz aceno a Jpiter".

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    Captulo 2

    ABERTURA DE UMA LOJA NO PRIMEIRO

    GRAU

    ma das caractersticas do Ritual manicoque mais surpreende aos homens pensadorese imaginativos que frases to simples e

    claras, que quase parecem familiares, despertem, comopor magia, ideias na alma e a incitam para quebusquem seu caminho s apalpadelas entre as palavras,como se essas fossem portas que conduzissem a outromundo longnquo, mundo espaoso, cheio demaravilhas, mistrio e realidade.

    Dissipou-se mais engenho em inventarinterpretaes das sentenas pronunciadas nacerimnia da abertura, do que em nenhuma outra partedo Ritual. Estas perguntas e respostas produzem aimpresso impresso que a familiarizao contribuipara tornar mais profunda - de que se trata de grandescoisas em preparao, de que se chama existnciapoderosas foras e que se vo revelando segredosocultos e empreendendo momentnea ao. J aprimeira frase, que consiste de sete palavras (coisabastante notvel), nos chama a ateno,imediatamente, como toque de clarim que revela oesquema introdutrio dos fundamentos da Franco-Maonaria. "Irmos, ajudai-me a abrir a Loja". Esta

    U

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    a chamada do Venervel Mestre, o Chefe eleito eaceito, o representante do Altssimo. Por meio dela seafirma a Fraternidade, convida-se cooperao,

    anuncia que vai realizar-se um ato e que vai se levar acabo a Abertura de uma Loja, isto , desse corpointegral de que cada Irmo constitui uma parte.

    Entre as diversas interpretaes que se tem dado abertura da Loja, nos propomos que se eleja uma s: ade "microcosmos" do homem individual ou maom.Trataremos de relacionar a cada Oficial e Irmo comalgum elemento claramente definido da estruturapsicolgica humana, e de dar a cada frase da cerimniade abertura, um significado apropriado disciplina decada poder e faculdade do homem, a fim de que estepossa preparar-se para empreender qualquer ao.

    Se realizarmos o nosso propsito com finalidade,no s veremos que existe uma relao fcil adescobrir entre cada Oficial da Loja, e os elementosque constituem a natureza complexa do homem (queconsta de corpo, alma e esprito), seno que cadapalavra da cerimnia pode ser aplicada de maneira aque o maom h de encontrar-se em si mesmo, antesde levar a cabo uma empresa e chamar suas foras existncia, para estar em condies de realizar seutrabalho com sano juzo, com fora inteligente e coma beleza de um hbil obreiro.

    To perfeito o sistema delineado que se podeaplicar a todos os grandes e pequenos atos individuais,por exemplo: ao governo de um reino ou redao deuma carta; para ajudar o amigo, ou para resolver um

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    problema; para dar uma conferncia, ou sustentar umaconversao, ou para formar um plano de trabalho arealizar em um dia, em uma hora ou em um momento.

    Em algumas Lojas se observam certas cerimniaspreliminares, como a de entrar no Templo emprocisso e acender a luzes. Esta cerimnia significanosso afastamento das lutas do mundo externo, asituao de cada faculdade em seu lugar adequado e aentrada de uma atitude ou atmosfera espiritual, da qualexclui o ar vulgar das ocupaes mundanas. Elas nosrecordam o inesgotvel depsito de poder espiritual doqual podemos deduzir, se quisermos Sabedoriainfinita, Fora onipresente e Beleza que resplandecepelo Universo inteiro.

    Para poder fazer uma apresentao mais completade nossa tese, vemo-nos obrigados a recorrer Cinciapsicolgica do Oriente, porque esta a anlise maiscompleta e aperfeioada do carter psicolgico do serhumano. Embora a psicologia Ocidental v seaproximando rapidamente da antiga e primorosaclassificao Oriental, no est bastante definida paraservir sem ajuda alheia a nosso propsito. Portanto,vamos recorrer s anlises budistas e hindustas, jvulgarizadas no Ocidente, dando tambm os termossnscritos em benefcio dos estudantes habituados aseu emprego. Podemos fazer o seguinte quadro denossas correspondncias:

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    OFICIAIS

    ELEMENTOS PSICOLGICOS

    OCIDENTAIS ORIENTAIS

    VM Sabedoria Buddhi

    PV Fora ou Vontade tmaSV

    Beleza ou MenteCriadora Manas Superior

    PD Razo ou Inteligncia Manas Inferior

    SD Desejo ou Sensao Kama

    GIVitalidade Fsica

    (Crebro)

    Prana (LingaSharira ou Duplo

    Etrico)

    GE Corpo Fsico Sthula Sharira

    IPM

    Sabedoria Madura,experincia de atos

    passados convertida emnatureza.

    Karama Sharira(Corpo Causal)

    Observe-se que a principal diferena existente

    entre o IPM (que a rigor no um oficial)e os demaisoficiaisda Loja, consiste em que o primeiro representao atualizado, o realizado e completo e os demais o queexiste potencialmente. O IPM representa o que ohomem fez e os demais oficiais o que eles podemfazer. Passemos agora a examinar cada uma dasperguntas e respostas da cerimnia de Abertura.

    Vimos j que as palavras de abertura pronunciadaspelo Venervel Mestre - Irmos, ajudai-me a abrir aLoja, constituem uma invocao do Mestre deSabedoria, a todos os poderes e faculdades que possuio homem, para que o ajudem no trabalho que vairealizar. Depois o Mestre volta-se para a Mente

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    criadora, projetadora e concebedora de formas e delinhas de conduta, e lhe pergunta: - Qual o primeirocuidado de todo Maom? o qual responde quela que

    consiste em - "Verificar se a Loja est devidamentecoberta". O Mestre instrui a Mente, para que cumpraseu dever; a Mente transmite a ordem ao Crebro e esteltimo, aps certificar-se de que o Corpo fsico se"encontra no lugar que lhe corresponde", manifestaque o Temploest a coberto de profanos.

    Poderiam escrever-se muitos volumes acerca dotrabalho da porta da Loja que se descreve como oprimeiro e constante dever de toda Loja pertencente Franco-Maonaria. Um dos aspectos deste trabalhoconsiste no segredo, porm deixemos isso de lado elimitemo-nos funo do Guarda Externo do Templo(GE) ou Cobridor, como representante do Corpofsico.

    Enumeremos, para comear, os fatores externosdos deveres do GE: primeiro,permanece na parteexterior da porta do Templo; segundo, vai armado comuma espada desembainhada; terceiro,h de impedir aentrada de intrusos e profanos; quarto, cuidar de queos Candidatos entrem convenientemente preparados.

    Representando o GE o Corpo fsico, que oelemento mais exterior da personalidade, no cremosque seja difcil compreender o motivo de suapermanncia fora do Templo, posto que, no se possapermitir a entrada no recinto do Templo nada quepertena personalidade, nem os apetites e desejos docorpo. Tem se dito acertadamente que, assim como as

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    vestes exteriores e os chapus devem ser retirados e,deixados fora da Loja, assim tambm, deve cada irmoabandonar seus sentimentos pessoais porta do

    Templo.No devemos, porm, nos satisfazer unicamente,com excluir do Templo as influncias indesejveis, jque o Guarda Externo realiza uma misso muito maisimportante que esta. Devemos ter sempre presente queo Guarda Externo um Irmo Maom e um Oficial daLoja. Ainda que parea isolado de seus irmos que seencontram no interior do Templo, nenhuma Loja estcompleta se carece dele, uma vez que o primeiro deverde todo Guarda Interno (GI) verificar se ele seencontre em seu posto. Sem ele no se pode abrir aLoja, e se ele deixa de cumprir o seu dever, o trabalhodaquele perde sua efetividade. O GE no deveabandonar, nem por um s instante, seu posto, h deestar sempre alerta e pronto para ao. Jamaisembainhar sua espada. Para manej-la comeficincia, dever possuir qualidades genunas:vigilncia, prontido, fora, habilidade, decisoinstantnea, valor e infatigabilidade.

    Cremos que o significado de tudo isso bemevidente em nossa anlise psicolgica. Em todo otrabalho que empreendermos, nosso primeiro deverconstituir em vermos se possumos as condiesfsicas que a obra requer. As boas intenes, oselevados propsitos e as nobres resolues no tmutilidade alguma, a menos que se possuam os meiosmateriais para se poder efetiv-los. A pedra de toque

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    da vida aplicar-se- sempre no plano fsico. AMaonaria no consiste to somente em alta filosofiae exaltada tica, seno que ela essencialmente

    prtica. Os fundamentos espirituais do Amor fraternal,da Caridade e da Verdade, ho de ter suas contrapartesfsicas no plano material.

    O cuidado do corpo fsico aplicado ao indivduoconstitui um aspecto importante do trabalho do GuardaExterno. A deficiente sade do corpo pode no apenasser um meio de passagem de influncias indesejveis Loja, como tambm que o trabalho das demaisfaculdades percam a sua efetividade. A debilidadecorporal, a negligncia, a preguia, a lentido, acovardia e a falta de destreza, podem tornar ineficaz avigilncia ou diminuir a eficincia da obra. Bem disseum grande Instrutor oriental: o primeiro passo que seh de dar no caminho que conduz ao Nirvana o depossuir uma perfeita sade fsica.

    Assim, pois, o GE fisicamente considerado,representa a atividade fsica, a qual depende em grandeparte da sade do corpo. Como o GE no deveintrometer-se, nem ser obstculo, esta funo secumpre melhor, quando goza de perfeita sade. Ocorpo, fiel servidor de seu dono - a Mente - atua tantomais perfeitamente quanto menos conscincia de suaexistncia tem o homem.

    Porm, ainda temos de levar a coisa mais adiantee considerar que o GE representa todos os aspectosfsicos de nossos empreendimentos. Em toda a parte daobra, o primeiro e constante cuidado dever se

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    concentrar nos materiais e em suas aplicaes fsicas.O arteso precisa de materiais para seu comrcio e deinstrumentos de trabalho, e no existe prova melhor de

    ser bom trabalhador do que a de ter em ordem seusinstrumentos, dos quais o mais importante seuprprio corpo.

    Portanto, todo o verdadeiro maom deveprovidenciar para que as ferramentas, sistemas,projetos e aparatos fsicos dos quais v necessitar,sejam os mais perfeitos possveis e estejam bemcuidados. E s quando haja cumprido estes requisitos, quando estar em condies de empregar suasfaculdades, proveitosamente, na obra manica que hde realizar.

    Permita-nos que saiamos um pouco do tema doGuarda Externo ou Cobridor, para dizer que o deverimediato do Venervel Mestre (VM) o de assegurar-se de que todos os irmosque se achem no Templosejam maons, coisa que se comprova imediatamente.

    A aplicao psicolgica disso evidente. neces-srio que no comeo de toda empresa, provemos e noscompenetremos de quais sejam nossos sentimentos,motivos e pensamentos, com o objetivo de constatar seso dignos de quem maom, se obedecem reta leido esquadro e se so puros e imaculados os distintivosdos franco-maons.

    Em seguida o VMpergunta quais so os trsOficiaisprincipais, como se chamasse existncia asforas que lhe correspondem, e que so: a Vontade queprocura a Fora impulsionadora, a Mente que concebe

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    os planos de ao e a Sabedoria que guia. Estes trsOficiaisocupam cadeiras de presidncia e representamos princpios estticos do homem, mananciais do

    poder e no os veculos que transformam a energia emao. Para este ltimo propsito, cada um deles temum Oficial auxiliar que mvel e dinmico, temliberdade para mover-se pelo assoalho da Loja eobedece aos mandatos das Presidncias: a Sabedoriadirige a razo (Primeiro Dicono); a Vontade energizao desejo (Segundo Dicono) e a Mente estimula oCrebro (Guarda Interno) ao.

    Voltando novamente a tratar do GE e havendo jfalado da primeira parte de seu dever, qui nos sejaproveitoso examinar a funo que exerce quando cuidade que os "candidatos estejam convenientementepreparados. Ao mesmo tempo em que o GE (corpofsico) mantm afastados os intrusos, h de conservaralertas os caminhos dos sentidos, de tal forma que, asnovas impresses e o novo conhecimento ouexperincia, entrem, quando estejamconvenientemente preparados. Em relao a isto, interessante saber que podemos aplicar cada um dosdetalhes da preparao do candidato, maneira decomo deveramos receber os novos fatores econsideraes, depois de um detido exame e p-los prova e aplic-los ao trabalho manico.

    Portanto, devemos despoj-los de toda a ideia delucro pessoal. Devemos ceg-los, para que, em vezdeles nos dirigirem e nos conduzirem, sejamos ns queo faamos. Uma vez que separemos todas as traves e

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    obstculos, devemos preparar-nos para aplic-lospotentemente ao. Com o corao puro, temos denos preparar para aplic-los ao servio dos que tenham

    necessidade de apoio ou ajuda, ainda que com o riscode que nossos esforos encontrem como resposta, aingratido, a hostilidade ou a incompreenso.Devemos ansiar por oferecer tudo quanto possumos,dobrando os joelhos para reverenciar ou para fazerhumildes servios e mantendo-nos todo o tempo, emcontato com a Me Terra, duro leito rochoso da aoprtica; devemos nos preparar para aplicar todo onosso poder ao objetivo que tenhamos em vista,desafiando todos os perigos, at mesmo a morte.

    O passo seguinte dado na cerimnia de Abertura,em relao ao GI (crebro), consiste em descrever afuno do crebro que a vida do corpo, isto , emadmitir princpios conhecidos e dispensar os que sejamdesnecessrios, assim como em dar as boas-vindas,com as devidas precaues, a novas ideias e inditosconhecimentos. O Guarda Interno vem a ser o serventeda mente (Segundo Vigilante), segundo diz o Ritual;lio bastante fcil de compreender, embora nemsempre se possa aplicar com facilidade. Nem todos osMaons podem converter seu crebro em servoobediente mente, porque, s vezes, aquele se rebelacontra esta, arrastando-a consigo. Observe-se depassagem que, segundo o sistema oriental, a MenteSuperior governa o fluxo do Prana ou Vitalidade, comque se quer dar a entender que a direo da sadecorporal se localiza na Mente, como muitas escolas do

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    pensamento proclamam atualmente, quem sabeerrando em algo.

    Os deveres do PD e do SD, que se descrevem em

    suas respostas um pouco desconcertantes, e que sejadito de passagem, no parece que se cumprem nascerimnias atuais, tm um alto interesse psicolgico.Cremos ser conveniente estud-las juntas.

    O PD que representa o intelecto ativo eraciocinador, a conscincia normal em estado deviglia, h de levar as mensagens e comunicaes daSabedoria Vontade. Esta ltima, representada peloPV, quem procura a Fora impulsionadora para arealizao da obra, energiza o seu servente oumensageiro (SD) ou o Desejo, que, por sua vez,transmite a ordem ao SV (ou a Mente Criadora), que quem recebe os planos de realizao da empresa.

    A manifestao que o SD h de ver se cumpriramas ordens pontualmente, refere-se ao fato de que oDesejo insistente e se mantm ativo poderamosdizer quase agressivo at que a Mente tenha aceitadoa ordem e formulado um plano para execut-la.

    Similarmente a mente inferior, a Razo,representada pelo PD, espera a volta do SD", isto ,que a conscincia normal viglica permanea emestado de espera, na expectativa, at que o Desejo sesatisfaa e cesse sua atividade, ao haver alcanado oseu propsito.

    Uma vez definida desta forma os fatoresinferiores, dinmicos ou ativos, verifica-se umanotvel mudana na fraseologia, pois o VMdirige-se

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    aos elementos estticos superiores representados pelosvigilantes e lhes pede uma explicao raciocinada.

    No Ritual descreve-se o lugar que ocupa o SV

    Mente Criadora, dizendo que assinala o Sol em seumeridiano, ou seja, o ponto mais elevado que este astroocupa no cu. Isto parece indicar que o nvel superiorde conscincia a que pode chegar o homem noprimeiro grau, o da Mente Superior. Mais ainda, aInteligncia Suprema h de dirigir o homem, como oSol ao dia, e assim como os movimentos deste astroservem para chamar os homens do trabalho aodescanso e vice-versa, do mesmo modo, a IntelignciaSuprema determina o momento em que os homens hode atuar e quando devem abandonar a ao, quandoho de trabalhar e quando podem relaxar. S quando aInteligncia e no o Desejo ou a Vontade dirige egoverna, quando se tira proveito e prazer, ou seja, quando o homem pode ser ao mesmo tempo eficientee feliz.

    Passando a tratar do PV - a Vontade - querepresenta o trmino do dia, o Sol poente, saiba-se quequando o VM - ou a Sabedoria, o Ego reinante daconscincia ntegra - ordena, a Vontade extrai da Lojaa fora motriz e desta forma d fim empresa. Pormisto no se realiza seno quando cada irmo "tenhacumprido seu dever", ou seja, depois de haverexercitado plenamente todas as faculdades e poderes ede haver feito todos seus deveres.

    E por ltimo, o Ritual diz que o VM, ouSabedoria, representa o Sol nascente, o manancial da

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    da ao, para seu futuro emprego; que a Sabedoriaacumulada dos sculos, tal como se encontra escrita naBblia, esteja depositada na Loja e que os eternos

    smbolos do Esquadro e do Compasso se encontramante nossos olhos para regular nossas aes e manter-nos dentro dos devidos limites para com todos oshomens. Tambm se nos recorda que, tudo quantosomos e conhecemos procede unicamente de Deus,nica origem da luz e da vida, e que toda a ao no seno manifestada pelo Verbo de Deus.

    Esta uma interpretao simples e elementar daabertura da Lojados franco-maons no primeiro grau,a qual se verifica de tal forma que sua majestade, suadignidade, sua invocao ao Supremo e o melhor queh em cada um de ns, seu estmulo para quetratemos de divisar por detrs do externo vu daspalavras e das formas, esse secreto mundo interno decoisas, do qual no so seno transitrios e fugazesefeitos, todos estes elementos de nossa vida externano se percam nem desmeream, apesar de que acerimnia se repita continuamente.

    Em concluso, resumamos brevemente a aberturaem termos da presente interpretao psicolgica.Antes de empreender uma obra, seja qual for a suamagnitude, o maom concentra suas foras e se colocana devida atitude e ambiente, recordando a infinitaBeleza, Fora e Sabedoria, donde pode extrair, sequiser, os materiais que necessite para integrar-se a simesmo. Logo, aperfeioa dentro do possvel, todas ascondies fsicas necessrias empresa; examina e

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    prova seus motivos para ver se so puros e imaculados.Ao eliminar cuidadosamente todas as influnciasindesejveis e indignas, abre a porta de sua natureza

    para dar entrada, depois de detido exame, a todos osmateriais ou conhecimentos novos que lhe possamservir para realizar a obra.

    O Ego Supremo emite o seu mandato, o qual pormeio da conscincia normal de viglia se transmite Vontade, a qual lhe d seu impulso que, por sua vez,se converte em urgente desejo; em continuao aMente imaginativa concebe um plano de Beleza quetranslada ao crebro e ao corpo para que o levem acabo.

    De maneira que, todos esses atos so dirigidospela Vontade e seu impulso se deriva dela; porm,emanam do Ego Supremo ou Sabedoria. No entanto, omaom deve sempre ter presente que tudo quanto ele procede unicamente de Deus, seu Senhor, porque,como as Escrituras crists citadas no Ritual dizem compalavras que no se podem parafrasear sem destruirsua beleza, em Deus radica a nica inspirao. "Suasso a primeira e a ltima palavra e o princpio e o fimde toda a ao com Deus, a ao do mesmo Deus".

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    Captulo 3

    OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO 1

    GRAU

    apresentao dos Instrumentos de Trabalho doprimeiro grau ao irmo recm iniciado,constituem-se em um dos mais belos e vvidos

    episdios da cerimnia de iniciao, ao mesmo tempoem que as frases com que se descreve estesinstrumentos, tomadas das Sagradas Escrituras, sodas mais belas do Ritual. Quase todo o mundo estfamiliarizado com estes instrumentos, porm, poucosso os que as associaram com as significaes maisprofundas que as indicadas pelo SV. No entanto, em

    nossa interpretao da Franco-Maonaria, temos comoespecial propsito o de nos aprofundarmos, tantoquanto possvel, nos significados mais ocultos denossos smbolos, propsito esse que torna possveldarmos significado espiritual a objetos e atos tornadoscostumeiros. Com este exerccio imaginativochegaremos a compreender, gradualmente, que toda a

    ao e todo o objetivo de nossa vida vulgar, tm umsignificado espiritual ao mesmo tempo que material.Quando comeamos a estudar os instrumentos de

    trabalho do primeiro grau e meditamos a respeitodeles, nos apercebemos, quase que de relance, que eles

    A

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    no foram escolhidos ao acaso entre os instrumentosutilizados pelos pedreiros. Ao contrrio, seusignificado filosfico e simblico so to profundos

    que nos transportam diretamente ao corao, o ncleode nossos mais fundamentais conceitos sobre a vida eo trabalho.

    Antes de entrar na matria, bom ser queanotemos de passagem, a evidente correspondnciaexistente entre os trs Instrumentos de trabalho doprimeiro grau e os trs principais oficiais da Loja.Assim, a Rgua de 24 polegadas que se emprega paramedir e planejar a obra corresponde Sabedoria doVM que tambm medir e planejar, quando dirige. OMalhoque se utiliza para golpear, tem relao com oPV cuja qualidade a Fora e cuja misso consiste natransmisso de energia. O Escopo corresponde ao SVporque, assim como este representa o atributo daBeleza, assim o Escopo o instrumento com que oMaom desbasta a pedra bruta, criando nela, linhas,superfcies e molduras para o embelezamento doofcio.

    Se estudamos mais profundamente o significadode nossos Instrumentos de trabalho, descobrimos querepresentam o conjunto da vida manifestada em trsaspectos: Cognio (conhecimento), Emoo eAtividade. O Eu possui trs modalidades deconscincia, quando entra em relao com o No-Eu,pois tem condies de conhecer, sentir e agir. Ns noconhecemos nenhuma modalidade alm daconscincia, pois a vida que ns experimentamos se

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    acha compreendida nesta trplice possibilidade deconhecer, sentir, e agir.

    Pois bem, o conhecimento se deriva da

    observao que se obtm ao utilizar a Rgua de 24polegadas, de uma ou de outra forma. A ao aaplicao da fora que levamos a cabo por meio doMalho, ao passo que o Escopo o instrumento comque nos pomos em contato com a matria do mundoexterno e com o qual executamos nossa vontade nela,contato que, em termos de conscincia, a qualidadede sentir. De maneira que ns "conhecemos" como aRgua de 24 polegadas, sentimos como o Escopo e"agimos" como o Malho.

    E, se aprofundarmos mais, descobriremos que htrs coisas necessrias em toda a obra inteligente: aprimeira nosso plano ou projeto; a segunda, a energiaou fora que propusemos empregar nossa tarefa, aterceira o instrumento real com que executamos otrabalho. Claramente se v que estes trs elementossimbolizam graficamente por nossos instrumentos detrabalho, pois fazemos o nosso plano com a Rgua de24 polegadas, aplicamos nossas foras por meio doMalho e levamos a cabo realmente o trabalho com oEscopo. De maneira que alm de teis, so arqutiposde toda a possvel variedade de instrumentospertencentes s trs referidas classes.

    Estudemos agora, detalhadamente, estes trsinstrumentos de trabalho, comeando pela Rgua de 24polegadas, que a mais fundamental e transcendentalde todas para o homem. A funo desta consiste,

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    naturalmente, em medir o comprimento; pois bem, amedida de comprimento a base das medidas de todoo gnero em todos os departamentos da vida, como

    sabem muito bem os homens de cincia. No existenem conhecemos outra base possvel. Apenas quandomedimos as formas dos objetos quando chegamos acompreender o que estes so. Isto no s se aplica slinhas, seno, como natural tambm, s superfcies,volumes e ngulos, visto que as unidades nas quaisestes se expressam se baseiam, em ltima anlise, namedida de comprimento. Assim tambm, temos dedizer que a nica forma de localizar ou determinar aposio de um objeto em relao a outros, se baseia noemprego da medida do comprimento. A forma doscorpos no se pode descrever se no se recorrer aostermos da medida de comprimento.

    Mais ainda: no s os objetos materiais comotambm todo o acontecimento ou fenmeno danatureza, s se pode descrever e medir em termos demedida longitudinal, em ltima anlise. Por exemplo,a luz e a cor s se podem medir, por conseguintedescrever, pela comprimento ou velocidade de suasondas, cujas duas qualidades implicam a medida decomprimento como essencial ingrediente.

    O mesmo se pode dizer a respeito de todas asoutras formas, como o calor, o som e a eletricidade. Opeso de um corpo no mais que uma maneira dedescrever a fora da gravidade. To importante para omaom saber que tudo se mede em termos de unidadede comprimento. Todas as propriedades da matria,

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    conhecidas por ns, representam-se finalmente emtermos de medida de comprimento, j que se trata detextura, dureza, elasticidade, calor especfico,

    durabilidade ou de qualquer outra que seja. Idnticoprincpio se aplica medio da velocidade e dosmovimentos de todo o gnero, trata-se de tomos emolculas, de trens, planetas e estrelas. Quandomedimos a energia dos msculos, do vapor, daeletricidade, da energia inter-atnica ou daradioatividade, no conhecemos outro modo deexpressar as observaes ou clculos que no seja o dargua.

    Outro fator cientfico bem conhecido que otempo no se pode medir seno em termos de espao,posto que, a nica maneira de estimar seu transcursoconsiste em registrar fenmenos de movimento;movimento que, como natural, s se pode expressarem termos dependentes da medida longitudinal. Secarecssemos de nosso sistema de medio de espao,no saberamos como registrar o transcorrer do tempo.

    De maneira que o tempo e o espao, a matria e afora, e todas as combinaes conhecidas desteselementos primrios com que se elabora nossa vidaordinria, unicamente se pode medir, conhecer ecompreender, valendo-se da medida de comprimentoda Rgua de 24 polegadas; isto , que a base de toda acincia ou conhecimento se radica no emprego dargua. Este princpio aplicvel a todos osdepartamentos da experincia e do conhecimentohumano, posto que, at quando se trate de arte,

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    filosofia ou religio, preciso reconhecer que asnicas ideias conhecveis e inteligveis relativas a estasmanifestaes humanas, so as que podem medir ou

    estimar de algum modo, j que onde a medio terminacomea a ignorncia ou a conjectura. Nosso saber tanto como a nossa habilidade de medir, quer se tratede pesar um pedao de pedra, quer apreciar o valorespiritual de uma ideia.

    No obstante, existe ainda outro campo deaplicao da Rgua de 24 polegadas. Por necessidade,h de ser ela o primeiro Instrumento de trabalho dosmaons, j que, enquanto esta no seja aplicada, no sepode aplicar utilmente nenhum outro. Todo o trabalhotil se realiza aplicando os Instrumentos de trabalhoonde correspondem, o que unicamente pode ser bemrealizado, valendo-se da Rgua. Se assim no fosse,aqueles se converteriam em instrumentos destrutivos.A arte da vida consiste em aplicar nossos poderes efaculdades que so os nossos instrumentos, no local emomento precisos.

    Creio que clarssima a razo pela qual a Rguade 24 polegadas seja o primeiro Instrumento deTrabalho que se entrega ao Aprendiz. Ela ,naturalmente, a primeira coisa essencial na execuode obras de todo o gnero e o tambm na aquisiodo saber, na qual se baseia a habilidade de todo oartfice. Se nos apercebermos bem da natureza eobjetivo da Rgua de 24 polegadas, nos ser reveladomaravilhoso tesouro de significao existente nossmbolos vulgares da Franco-Maonaria. Este estudo

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    preliminar do primeiro Instrumento de Trabalho quedeparamos em nossa vida manica, h de facilitar ocaminho para chegarmos a compreender os outros

    instrumentos deste Grau, (o Malho e o Escopo) queiremos estudar em continuao, a comear pelo Malho.Vimos antes que o Malho representa o poder ou a

    fora, uma vez que o instrumento que serve paragolpear. Representa o mtodo mais simples eelementar de aplicao da fora, e o smbolo de todasas formas fsicas morais e espirituais da mesma. O fatodisto ser assim esclarecido quando se explicam osInstrumentos de Trabalho no primeiro grau, dizendoque so smbolos de trabalho manual, ao mesmo tempoque da parte superior da natureza humana, ou seja, daconscincia.

    Pois bem, a vida do homem consiste em mover amatria, em translad-la de um lugar para outro,princpio que se pode aplicar tanto s formas supremasde trabalho filosfico ou espiritual, como s atividadespuramente mecnicas ou manuais. Toda ao se reduz,em ltimo extremo, a mover a matria, quer se trate desubstncia da Terra e de todos os objetos que com elafabricamos, quer da matria das mentes humanas, dassubstncias das almas, e at da trama imaginativa comque se criam os sonhos. A fora vibrada pelo homem eo poder que ele exerce sobre a matria e osacontecimentos, consta, ao fim de tudo, que possamover a matria de um lugar ao outro. O primeiroinstrumento que o homem primitivo imaginou paramover a matria do plano material, foi o Malho, e

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    quando fabricou o Malho ou o martelo rudimentar,provavelmente se consistiria em um pedao de pedraque segurava com a mo, inaugurando uma nova era:

    a era das ferramentas, a era em que comeou a valer-se das coisas alheias ao corpo, para conseguir o que sepropunha. Este passo dado na evoluo foi toimportante que alguns homens da cincia definiram ohomem como animal fabricador de instrumentos(homo faber). Traduzindo esta definio emlinguagem manica, poderamos dizer que o homem um ser que leva o Malho na mo. O fato de que ohomem se atrevesse a agarrar este Malho um ato designificado importantssimo, uma vez que ele deucomeo aurora da conscincia do poder, aurora emque o homem teve o primeiro vislumbre de suadivindade latente. Hoje em dia, o Mestre da Loja ohomem que traz o Malho na mo, para simbolizar odireito que tem a dirigir a Loja. Permita-nos umapequena digresso no campo da cincia natural, poisqui seja interessante examinar como todo ofenmeno, assim como todas as atividades do homeme das mquinas, se derive do emprego do Malho, dadescarga de um golpe. Todas as foras da natureza sodescargas ou golpes. A luz consiste em uma forma deimpulso dado ao ter ou aos corpsculos. O mesmovem a ser o som, a eletricidade, o magnetismo e,provavelmente, a afinidade qumica e a gravitao. Ovento o golpeio de umas partculas do ar contra asoutras, as msicas das rvores so o choque de seusramos; as ervas floridas e as rvores abrem caminho na

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    terra fora de presso; as ondas se arremetem contraa costa e as partculas de gua se empurram, ao descerpelo leito do rio para o oceano. Em todo o fenmeno

    se observa as partculas de matria a se golpearem e seempurrarem entre si, incessantemente. A naturezaassim traz um Malho em cada uma de suas infinitasmos.

    Tambm as mquinas fabricadas pelos homensso Malhos aperfeioados, uma vez que todas elas sebaseiam na projeo ou descarga de golpes ouimpulsos. Ele faz com que o fogo lance partculas decombustvel e que produza calor e gazes. Faz com queo vapor impulsione o pisto e que cada membro damquina empurre o que lhe convm. Faz com que afora magntica obrigue girar a armadura e queproduza eletricidade. Faz com que a eletricidade fendao ter e transmita sua mensagem por toda a terra. Nasprimeiras etapas da evoluo humana, o homem oMalhode si mesmo e utiliza a fora de seus prpriosmsculos; porm, medida que sua alma sedesenvolve, vai se apoderando dos Malhos daNatureza e ordena a esta que lhe obedea,concentrando as energias para que o sirvam, aNatureza termina por converter-se em seu Malho, emsua serva.

    Esta a primeira lio do Malho. A lio da foraou poder do msculo, da sensao, da emoo, dointelecto e da espiritualidade. Este poder ilimitado,porque dentro de ns existe uma reproduo doGADU, cujo poder onipotente, como nos diz na

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    abertura da Loja. Mais tarde trataremos disto, quandoestudarmos o significado especial do Malho aotrabalhar em conjuno com o Escopo, porque a

    individualidade do maom encontra na expresso dofio do Escopo.Estudemos agora o Escopo (ou Cinzel). O

    fundamental do Escopo consiste em seu poder decortar, de abrir passagem na matria. Para poderrealizar sua funo perfeitamente, deve possuir um fiocortante e resistente em proporo obra a realizar, ealm disso, h de ser capaz de receber e transmitir afora que se aplique por meio das diferentes classes demalhos.

    Em todas as artes, ofcios e indstrias, se utilizaminstrumentos cortantes e basta examin-loscuidadosamente, para perceber que todos eles sebaseiam no Escopo, sendo modificaes e aplicaesdesta ferramenta. Para compreender isso melhor,estudemos a arte de trabalhar a madeira, o metal ou apedra.

    Os variadssimos instrumentos idealizados parapolir os materiais ou para fazer estrias ou molduras,consistem em cinzis de diferentes modelos fixos emcabos ou asas. Similarmente, todas as classes de tradose brocas, abrem caminho no material por meio daborda chanfrada como a extremidade do escopo,existente no extremo da ferramenta. Todas asvariedades de limas, grosas e serras, possuem tambm,numerosos escopos, pois cada dente um escopominsculo que corta, precisamente, como o fazem

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    todos os escopos. O agricultor se vale de um escoposob forma de arado, grade ou enxada, para sulcar aterra; e as foices, arados, ceifadeiras mecnicas, etc.,

    no so mais que escopos aos quais se deu a formaadequada de acordo com o que delas se exige. Astesouras e pinas dos obreiros so escopos unidos aospares. At mesmo todas as formas de pulverizao demoagem, de polimentos que constituem a base demuitos ofcios, se fundamentam no princpio doescopo, pois as diminutas partculas do moinho atuamcomo pequenssimos escopos que fragmentam omaterial com os quais entram em contato.

    No necessrio prosseguir mais para seaperceber que todos os instrumentos cortantesutilizados pelo homem so escopos, cuja formadepende da natureza do trabalho que se h de realizar.

    A aplicao do princpio desta ferramenta aosmundos moral e mental fcil de descobrir. Assimcomo o escopo do trabalhador da pedra deve serfabricado com material bem temperado, possuir um fiobem cortante e ser capaz de receber e transmitir aenergia que se descarrega sobre o cabo, assim tambm,deve o maom especulativo possuir qualidades morais,faculdades mentais e poderes espirituais comcaractersticas correspondentes. O homem s podeatuar sobre o mundo que o rodeia, inclusive, sobre suaprpria natureza, aplicando os poderes que possui emsi mesmo, por meio dos rgos de suas diversasfaculdades. O material que produzir estas faculdadesdeve ser sadio: sentimentos generosos e bons, uma

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    Trabalho em separado, e com algum detalhe, qui sejaconveniente comparar e contrastar as funespertencentes a cada um dos membros do grupo.

    A princpio no podemos seno nos pasmar faces diferenas fundamentais e radicais existentes entrea funo da Rgua de 24 polegadas, do Malho e doEscopo. O primeiro um instrumento essencialmenteesttico e os outros dois so dinmicos. Aquele indicao caminho, estes o percorrem. A Rgua de 24polegadas s se pode empregar bem, quando estestacionria, enquanto que os outros instrumentos sso teis, quando se pe em movimento. A Rgua rgida, inflexvel e fixa, alm disso sua virtude estdeterminada de uma vez para sempre; os outros doisso essencialmente mveis e capazes de se adaptarem,infinitamente, s necessidades do trabalho e dooperrio. A Rgua impessoal ao passo que no Malhoe o Escopo se infundem personalidade do indivduoque com eles trabalha.

    O Aprendiz se apercebe facilmente o que tudo issosignifica. Na vida h sempre polos de esprito ematria, enquanto os princpios da vida so fixos, asaplicaes dos mesmos ao trabalho prtico seroinfinitamente flexveis. Os ideais impessoais devemdirigir as energias pessoais. E assim como cada golpedado com o Malho sobre o Escopo h de ter porobjetivo o cortar a pedra, na medida assinalada pelaRgua de 24 polegadas, assim tambm, os atos dosMaons obedecero fielmente os mandatos da mente.Toda a obra inteligente deve ser precedida de um

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    projeto, cuja tarefa s pode ser realizada com a mente,a qual toma as suas medidas e dirige todas asatividades para o fim proposto.

    Assim, pois, os trs Instrumentos de Trabalho doprimeiro grau representam a trplice natureza dohomem ou, pelo menos, sua trplice natureza externa,ou seja, o corpo, os sentimentos e a mente. O homemse diferencia dos animais por sua mente, suainteligncia, seu poder de planejar coisas, em umapalavra, por sua Rgua de 24 polegadas que necessariamente e sempre o primeiro instrumento e omais importante de que se serve o pedreiro, edetermina o uso que este faz das demais ferramentas;assim tambm a mente de suprema importncia parao homem, uma vez que, de seu correto empregodepende sua natureza de homem. A funo dainteligncia consiste em dar ordens, e a dos desejos edo corpo, em obedecer.

    Estudando detidamente o significado do Malho edo Escopo como instrumentos de utilizao ajustada,pode-se descobrir coisas de grande valor para osMaons; porm, se tal fizssemos, elevaramos o nossoestudo a um grau superior.

    Estude o Aprendiz sua prpria natureza, compacincia e perseverana, separando em suaconscincia, to distintamente quanto lhe sejapossvel, os trs fatores de seu eu exterior: o corpo, ossentimentos ou sensaes e a mente. Logo h de ver nomaom a representao simblica de todo o poder quelhe d energia, a qual deve aprender a controlar. Neste

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    poder descobrir a Fora Onipotente. No Escopo vertodas as faculdades, as quais deve desenvolver, educare temperar aos propsitos da obra que tem diante de si

    que no outros que a construo do Templo Sagrado. na sua Rgua de 24 polegadas que descobrir suahumanidade, Divino poder da razo que adornar-se-da morada corprea, dirigindo todas as coisas para onico grande objetivo: ao servio do homem e gloriado GADU. medida que pondere sobre todas estascoisas e aperfeioe suas faculdades, de tal forma que aenergia nele existente possa obedecer, por meio destas,aos mandatos da mente, realizando belas obras deartfice, descobrir o segredo de sua individualidadeque, ao emergir no mesmssimo fio de seu Escopo, ocapacite para traar (delinear) sua marca nica esingular, sinal de sua propriedade exclusiva por direitode nascimento, que s ele pode traar.

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    Captulo 4

    A INVESTIDURA

    Discurso de Investidura que pronuncia oPrimeiro Vigilante (PV) no primeiro grau,

    dos trechos mais notveis do Ritual da Maonaria. Oacontecimento em si, dramtico e de grandesignificao para o Aprendiz recm iniciado, vai

    acompanhado de palavras cuja beleza sobressai entremuitas coisas belas selecionadas para conjurar, porassociao, vises repletas de intensas sugestesemotivas, histricas, msticas e artsticas.

    Dramtico momento aquele em que se veste coma Insgnia ao novo irmo, investido pela primeira vezcom o nome de franco-maom.

    No curso da Iniciao passou, simbolicamente,por muitos perigos, provas e dificuldades. Depois dehaver triunfado de tudo, se aproxima do Leste eencontra a Luz. Uma vez que tenha sido admitido pelaLoja, como Membro da Antiga e HonorvelFraternidade, prestado o J.ou solene Promessa, e devidamente aceito e saudado como Irmo. O aprendiz

    aprende um sinal, um toque e uma palavra, segredospelos quais poder se dar a conhecer a todos os irmosdo mundo. Logo se pe o selo final obra e se confiaao aprendizo sinal externo de franco-maom, sendodesde ento, um maom investido e perfeito.

    Muito obtusa deve ser a imaginao do candidato

    O

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    que no se sinta profundamente comovido quandoescute as palavras que lhe dirige o Oficial investidor.A guia Romana, o Toso de Ouro, a Ordem da

    Jarreteira ... existir em nosso idioma outras frasesmais impregnadas do que estas, com o aroma dahistria, com as glrias do passado, com as insaciveisaspiraes dos msticos e dos videntes de todas aspocas, com o romance e a gentileza da cavalaria, comas honras que os reis conferiam aos grandes do pas?Nos inesquecveis momentos que ocupa a cerimniada investidura, desfilam por nossa imaginaotumultuosas imagens, nas quais ouvimos o rumor denumerosas pisadas das poderosas legies romanasdando ao vento suas bandeiras, nas quais recordamoso esprito aventureiro dos cavaleiros que emindomvel busca por toda a Terra, desafiavam perigos,passavam privaes e venciam as dificuldades, e temosa viso de tronos e crtes onde se concedem commagna pompa, honras e favores reais.

    Razo tem o Aprendiz para sentir-se to orgulhosocomo quaisquer dos que tenham recebido donssupremos, pois ouve o que lhe dizem, que no h nomundo coisa to bela como este simples distintivo,com o qual se tem honrado, desde tempos imemoriais,os puros de corao, os verdadeiros Maons. Destaforma, o nefito sente-se ligado aos sculos passadose v desfilar ante seus olhos os coraes que lheprecederam na escola manica.

    Nunca havereis de manchar a sua brancura!Haver algum Aprendiz, que neste momento solene,

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    no faa o voto de afastar de si tudo o que possamanchar seu formoso distintivo? O distintivo daInocncia h de recordar-lhe, seguramente, a

    inocncia da infncia. O vnculo da amizade... nocabe dvida que querer us-lo como tal. E ouvindo aspalavras do VM, faz votos de afastar de si todos ospensamentos de animosidade para com os Irmos.

    O contedo e o alcance destas breves sentenasso imensos. Elas abarcam todas as etapas da vida comseus ideais, a bandeira do soldado, o santurio dodevoto, a honra do estadista, a inocncia da criana e acamaradagem e o companheirismo do homem. A cenada investidura uma cena dramtica, um acabadotriunfo da arte, um digno remate de uma esplndidacerimnia.

    Muitos Maons perguntam por que no o VM oOficial investidor, em vez do PV. Este ponto tem muitaimportncia, tanto sob o aspecto filosfico como sob oponto de vista individual, e merece ser estudado. Noobstante, necessrio que examinemos antes,nitidamente, a relao exata que existe entre o VM e oPV, para poder apreciar devidamente o problema ecompreender, em todo o seu alcance, esta parte dacerimnia.

    Estudemos primeiramente as relaes geraisexistentes entre os dois Oficiais principais. Estosituados em partes opostas da Loja, um frente ao outro,um deles olha para o Oestee o outro para o Leste, isto, um dirige o olhar para a luz e o outro o afasta.Encontram-se nos dois polos, entre os quais se tece a

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    trama da vida. So o Eu e o no-Eu, o Uno e seuReflexo, o Esprito e a Matria, a vida e a Forma, aalma e o corpo. O VM a vida transbordante e infinita;

    o PV a fora ou rigidez onipotente que contm edomina a vida; aquele ilumina e instrui, este reflete edistribui. O VM representa a luz, o Sol nascente, aaurora, a manh, o PV o smbolo das Trevas, do Solpoente, da tarde: um o princpio, o outro o fim; aqueleabre o dia, este o encerra, anunciando a chegada danoite.

    O VM o centro, o PV a circunferncia; oprimeiro o interno e o segundo o externo.

    Pois bem, o avental, distintivo do franco-maom, a insgnia mais usada de todas, o sinal visvel eexterno do membro da Ordem; a representaoexterior da verdadeira natureza do homem interno. Oavental no seno a realidade interna, a pureza, ainocncia, a fraternidade, ou melhor, o smbolo detodas estas coisas, a representao na forma e namatria de todas estas realidades espirituais.

    Da que o Distintivo, que um objeto material eforma exterior, seja colocado pelo Oficial querepresenta as coisas externas.

    O VM transmite a luz pura da verdade e dailuminao, ao passo que o PV apresenta o recipienteque contm a luz. O primeiro comunica os sinaise diza palavra porm o segundo confere o distintivo exteriore proclama que o Aprendiz possui todos estessegredos. A vida emana do VM; a forma do PV. O VMprepara o corao; o PV veste o corpo. O primeiro abre

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    as portas da vida ao candidato, o segundo outorga aforma que revela a natureza da vida, um meio para quepossa se manifestar.

    Vejamos agora o ponto de vista do indivduo. Ovestimento do avental um feito na vida do indivduo; um passo dado de avano no progresso evolutivo eum prtico que d acesso a uma vida nova e maisnobre. Ningum pode levar um homem Franco-Maonaria caso no se apresente espontaneamentecomo candidato aos segredos e mistrios da antigaFranco-Maonaria, na qualidade de homem livre,movido pela luz secreta de seu esprito.

    Outros homens podem mostrar-lhe a luz, nopodem porm, fazer com que a veja, uma vez que,quem deve dar os primeiros passos deve ser ocandidato. O aspirante deve apoiar-se em sua prpriafora e no na alheia. Os demais lhe apontam ocaminho, porm deve ser ele quem o percorre.

    Seu ser interno, seu VM, lhe outorga a luz, massua prpria Vontade, que sua prpria Fora, h deimpeli-lo a caminhar na luz e a difundi-la para que seusirmos participem dela.

    Da que o PV, que no individual representaVontade, investe o Distintivo que proclama o passoque o novo maom acaba de dar.

    O ato da investidura , pois, um dos maisdramticos, comoventes e significativos do primeirograu. Impressiona de tal forma a quem se aproxima daFranco-Maonaria com pura inteno que jamaisesquecer. O Aprendiz Maom, considerado

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    filosoficamente, preenche todos os requisitos daclssica definio do sacramento, pois um sinalsensvel e exterior de uma graa espiritual e interna.

    O Aprendiz que compreende bem seu significado,reconhece que aceita e veste este sinal exterior evisvel, espontaneamente; sabe que tomou com inteiraliberdade a determinao de percorrer a senda dapurificao que lhe conduzir iluminao, ecompreende que, ao aceitar o Distintivo, secompromete a realizar a Obra que ele mesmo se impe.Fez o voto solene de caminhar sempre adiante e nopode retroceder, a menos que falte sua promessa. Asorte est lanada o primeiro passo est dado, agora eledeve seguir avanando continuamente, at unir-se Luz na qual tem posto os seus olhos.

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    Captulo 9

    A VIRTUDE DO SILNCIO

    ambiente, secreto de que se envolve aMaonaria, constitui sem dvida para os no

    Maons, a caracterstica mais notvel da Ordem. Estaimpresso vem corroborar e fortalecer-se na Iniciao

    e nos graus seguintes de maneira suficientementecontundente para que, quem passou por todas essascerimnias, no perca jamais de vista seu dever desilncio manico.

    Podem existir alguns Maons que, a princpio, emesmo durante muito tempo, sintam a necessidade desemelhante segredo. At os mais pensadores se

    desconcertam quando tentam determinar qual o valorprtico do silncio que prometeram guardar, poisquando do voltas s suas cabeas a natureza dossegredos, to zelosamente guardados, difcil quepossam evitar um sorriso incrdulo, ante a idia de dargrande importncia a uns tantos instrumentos epalavras secretas, cuja divulgao pela imprensa no

    poderia ocasionar grandes transtornos, ao que parece.Claro , a convenincia de que exista um sinal secretopara que os franco-maons possam reconhecer-seentre si, porm, no justifica ao que parece, asextraordinrias precaues que tomam os membros da

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    Ordem Manica, para conservar os seus sinaissecretos e suas palavras de passe.

    Este tema se presta a profundas reflexes; para

    isso dividiremos nosso estudo em dois aspectos, isto ,o do Segredo e o do Silncio. O primeiro o aspectoexterno e exotrico e o ltimo o interno ou esotrico.O segredo ou reserva um recurso mundano de defesa,relativamente fcil. Ao contrrio, o silncio essencialmente espiritual e no tem nada a ver com asconvenincias mundanas.

    Existem muitas razes simples e bvias para quea Franco-Maonaria guarde o segredo externo, pois,embora hoje em dia, no sejam perseguidos por ideiasreligiosas nem por opinies filosficas, conservamos,no entanto, a tradio de pocas antiqussimas em que,os que sustentavam opinies ou praticavam ritos queno eram ortodoxos, deviam guardar o mais severosegredo e a mais estrita reserva, se no quisessem prsuas vidas em perigo.

    Na realidade, o pensamento original, asinvestigaes cientficas, a cultura e principalmente, asinvestigaes religiosas, foram at uma pocarelativamente recente, ocupaes que entranhavagrandes perigos, se no realizadas a portas fechadas. Areserva, ou segredo, eram tambm muito convenientesem muitos ofcios e transaes comerciais, com oobjetivo de conservar as receitas e frmulas, e protegeros interesses dos verdadeiros artesos.

    parte destas consideraes puramente prticas,no cabe dvida de que, os atos de natureza ritualstica

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    ho de proteger-se contra o menosprezo e as burlas dosprofanos, a fim de que, coisas preciosas e sagradas nosejam execradas pelos que so demasiado ignorantes

    para compreender sua natureza interna e seusignificado espiritual. Se no fosse tomada a medidade guardar as coisas em segredo, provvel que osirmos mais dbeis seriam incapazes, de suportar oesforo e sucumbiriam ao ridculo; e, ante qualquerevento, far-se-ia um desperdcio desnecessrio, deenergia para desviar os gracejos dos ignorantes, ou asmalevolncias dirigidas contra a Ordem e seus,procedimentos.

    Existem outras razes poderosas para que seguarde o segredo manico entre os quais se destaca ade criar deliberadamente, uma atmosfera de mistrio,pois, se bem que essa atmosfera atraia curiosos e osalente a se aprofundar nos Mistrios secretos daNatureza, tambm tende a ativar o sentimento religiosodos homens, procurando ainda aumentar a revernciaque se deve ter pelo Ritual manico. O amormisterioso saudvel e benfico, se dirigidoprudentemente, pois, no existe algum, por cnico queseja, que no abrigue uma secreta atrao pelomistrio. Porque, quem no anseia, por mais ctico queseja, conhecer e compreender o significado daNatureza com todas as maravilhas da vida e da morte;da conscincia, da origem e destino das mirades devidas de que est cheio o universo; e do que existe nasestrelas, assim como sua durao? No existereverncia to verdadeira como a do homem de cincia

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    que estuda os milagres da Natureza, para arrancardiminutos fragmentos dos seus tesouros.

    Alm disso, o mero fato de participar de segredos

    na conversao com outros, estabelece um sutil lao desimpatia que ajuda a fortalecer a cadeia fraternal.Poucos homens passam da idade espiritual em queexperimenta essa satisfao de possuir segredos, que uma das caractersticas mais destacadas das crianas.Exceto os que carecem de imaginao, todosencontram certo encanto em participar com outros, napossesso de segredos, o que ocorre at no caso em queestes no tenham valor algum, nem sejaminteressantes. O mero fato de que os franco-maonssejam capazes de reconhecer aos membros de suafraternidade, em qualquer lugar da Terra e distingu-los de todos os demais homens, um atrativo que temalgo de sonho e romance.

    Uma lio valiosssima que se deduz da prtica dosegredo e da reserva, a do domnio da lngua. Diz-seque a lngua o membro mais rebelde do corpo e omais difcil de se dirigir; em verdade, poucos so oshomens capazes de conservar um segredo, seja estegrande ou pequeno. Quase todos tem propenso sdebilidades da curiosidade, com cujo defeito vai unidointimamente o desejo de saciar a curiosidade alheia,comunicando ao prximo o que seria convenienteguardar em segredo. De modo que a franco-maonariaproporciona uma excelente disciplina, talvez algoelementar, para ter quieta a lngua e d uma educaoque nos pode ser til muitas vezes. Na frase jocosa de

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    Mark Twain de que a verdade nosso tesouro maisapreciado e, portanto, devemos economiz-la..., seencontra uma grande verdade.

    Se os franco-maons no adquirissem na Ordemoutra coisa mais que a capacidade de no dizer coisasdesnecessrias e de conservar o domnio da lngua, nohaveria gasto o tempo em vo. O fato de que noencontre uma razo poderosa que justifique a estritaconservao dos segredos manicos, serve para queseu treinamento seja mais efetivo. No se deve confiaros grandes Mistrios a quem no seja capaz de guardarsegredos sem importncia.

    No entanto, andaramos equivocados seacreditssemos que a Franco-Maonaria no temsegredo algum que deve ser ocultado, a todo o custo,aos profanos, pelo temor de que resulte um prejuzoreal. O mundo ocidental vai se compenetrar de que aFranco-Maonaria tem ntima relao com osverdadeiros Mistrios, e que so comunicados aosIniciados os segredos reais. Foram estas coisasrelegadas ao esquecimento durante muitos sculos,porm, est muito longe o dia em que se restabeleam,e em que se confiram genunos segredos de terrvel eextremado poder aos homens dignos e puros; porque,a Franco-Maonaria magia- na verdadeira acepodesta mal definida palavra - e magia de ordem elevada,apesar de que, atualmente, se perdeu quasecompletamente a arte. Quando chegar o momento desua restaurao, sero essenciais a reserva e o segredoabsolutos e, ento, a educao que agora recebemos

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    com o objetivo de que guardemos nossos segredos,aparentemente inofensivos, nos manter naqueles diasem boas condies e far com que sejamos dignos de

    que nos confiem o farol do verdadeiro conhecimento,donde procede o poder da magia espiritual parailuminao dos homens a servio do mundo.

    Dirijamos agora nossa ateno ao aspecto internoda conservao do segredo e do verdadeiro significadodo silncio manico.

    Mltiplas e valiosssimas so as lies do silncio,assim como de sua beleza e mistrio. Do silnciosamos e a ele devemos retornar, quando chegar a hora.Quando estamos em silncio, podemos nos aprofundarno significado dos mistrios da Vida. No silnciosolitrio de nossos coraes, onde descobrimos asgrandes experincias da Vida e do Amor.

    preciso acalmar a natureza inferior para poderver a verdade ou encarar a vida com toda a equidade efirmeza. S quando se silencia e aquieta o tumulto daspaixes egostas; dos veementes desejos; do diodestruidor ou da malevolncia, quando se podedeixar ouvir a voz do Guia Interior - que o HomemVerdadeiro e quando o Venervel Mestre podedirigir a Loja. As mensagens e ordens do Mestre doEgo sbio, no podem ser transmitidas a elementos denatureza inferior, nem podem ser "obedecidas comtoda exatido", se no quando haja silncio na Loja,cessado o desentendimento gerado pelas lutasemocionais e mentais, e quando todas as partes doorganismo se subordinem direo silenciosa do Dono

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    da Conscincia, ou seja, do Ego.Quando o corao est em silncio, a inspirao

    aparece e a viso se aclara. No desvelo silencioso da

    noite, na calma do deserto, no cume solitrio dasmontanhas, no sossego dos bosques e sob o prateadodossel das estrelas, as paixes se debilitam, ailuminao emanada da mente, o corao se inflama eo esprito adquire asas para remontar-se ao cu.

    Nos escassos momentos do silncio, em que seacalma o estrpito das buliosas atividades do homeme de suas inquietas civilizaes, quando podemosencontrar a paz e sentir a beatitude de uma clara viso.O silncio sempre mais eloquente que a linguagem;quando tratamos de expressar a verdadeira simpatia, acompreenso mais profunda, o maior dos amores, omais genuno dos afetos e a mais nobre dascamaradagens, no encontramos mais que palavrasimperfeitas e inadequadas, porm, estes sentimentos secomunicam livre e facilmente, se permanecermos emsilncio. Emerson estava certo quando disse que ovolume de um discurso se pode medir pela distnciaque separa o orador do ouvinte. Entre os amigos existeuma compreenso, uma inteligncia calada: noexiste simpatia mais real ante a dor que a silenciosa".No olhar dos ces e dos cavalos se descobrem mudascompreenses que, s vezes, nos parecem maisverdadeiras e consoladoras que as mais eloquentespalavras dos homens.

    s emoes mais sublimes sobrepujam acapacidade do discurso e alcanam o seu pinculo

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    homens, com frequncia, expressam muito mais que aspalavras. As coisas que eles no sabem como bemexpressar, so como vus que cobrem outras mais

    profundas que no sabem ou no se atrevem amanifestar por meio da linguagem. Nos momentos desilncio, aparece na superfcie a verdadeira natureza dohomem e este se d conta de uma alma mais ntima. Oshomens dbeis e impuros, sentem isto,instintivamente, por isso, temem a solido e tm medode ficar a ss consigo mesmos, pois so incapazes dedominar sua natureza ruim. E, ao contrrio, os fortes,os puros no temem o silncio, mas o buscam, porquesabem que na solido, podem aproximar-se de seuDeus mais ntimo. Talvez no exista uma prova tocerta da grandeza e fora interior, como a dacapacidade de experimentar os longos perodos desilncio e deles tirar proveito, sejam buscadosdeliberadamente ou que, tenham sido provocados peladesero de um amigo ou de um amante, porque,quando isto ocorre, as vontades dbeis e ruins sedesesperam e voltam ao vcio, enquanto que aspoderosas e puras aumentam sua moderada fortaleza,assim como a doura de seu carter.

    O mesmo acontece com a amizade, quandochegam os momentos de separao ou de sombra. Seo afeto fraco, acabar por desaparecer como coisamurcha, porm, se forte, sua fortaleza e suaresistncia aumentaro.

    A Franco-Maonaria nos conduz desde os mundosdo estrpito e da luta ao do silncio, no qual ficam

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    encobertos os segredos do corao. Todo o maomdescer, no curso de sua carreira, ao silncio da tumba,e desta, ter de passar pelo portal da morte, para entrar

    em uma vida mais nobre, na qual possa encontrar osverdadeiros segredos de Mestre Maom. Se conseguirtriunfar em sua busca, encontrar-se- no mundo dosmsticos e videntes, em que os laos de amor e deamizade se unem no Compasso, a todas as unidadesseparadas e onde alcanar uma conscincia superior do crebro e entrar em uma regio em que aparecemas diferenas e se apagam at os pares de opostos,transformando-se em uma unidade superior.

    Portanto, a Franco-Maonaria volta a proclamar asua maneira peculiar, simblica e dramtica, aantiqussima lio de que o Reino dos Cus h deencontrar-se dentro. A paz se consegue no centro, nosilncio. Ainda que o Maom saia do Oriente e seencaminhe para o Ocidente, no poder encontrar osverdadeiros segredos do Mestre Maom, at queretome ao Centro e olhe dentro de seu prprio corao.

    Ensina-se ao Mestre Maom que o construtor doTemplo Superior, ou seja, a Mente criadora eplasmadora das formas belas, tem sido vilmenteassassinado por alguns irmos de categoria inferior sua e que, portanto, no pode ele comunicar-lhe osverdadeiros sinais. No obstante, o Mestre Maomrecebe certos sinais que substituem ao outro, at que,tanto o tempo como as circunstncias, revelem overdadeiro. Isto significa que, devido rebeldia e aomope egosmo dos elementos inferiores do homem,

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    perdeu-se a possibilidade de obter os verdadeirossegredos por meio da mente. Porm, se esta acalmadae se elevar a conscincia a um nvel superior, sobre os

    cinco pontos de companheirismo, isto , por meio doamor, o Maom que chegou ao Centro poder abrigara esperana de encontrar o perdido. De modo que, omaom pode chegar sua meta e encontrar o segredono silncio do Centro, silenciando a mente; porm,deve encontr-lo por si mesmo, pois at os segredossubstitutos se comunicam em um sussurro: osverdadeiros no podem se pronunciar em voz alta nemem voz baixa, porque devem ser achados a ss, nosilncio do Eu ntimo.

    A prpria Natureza grande mestra do silncio,pois realiza suas mais formosas obras de artfice, sememitir s