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CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES R ano 3 nº 23 fevereiro/março de 2010 www.cut.org.br Páginas 4 e 5 A marcha da liberdade 10 anos da Jornada em Defesa do Brasil Página 3 Metalúrgicos da CUT em SP investem em formação sindical Página 2 100 anos de Pagu Página 8 Campanha da Fraternidade defende economia solidária Página 7 Sem essa de juros a mais e Estado de menos Página 8 Procure o hemocentro em sua cidade 40 horas semanais no horizonte Página 6 Fórum Social Mundial reflete mudanças Página 6

A marcha daliberdade - CUT · como forma de deter o desemprego; combate às privatizaçõeseaoFMI. A Jornada permeou todas as atividades da CUT e dos movimentos sociais ao longo daquele

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Page 1: A marcha daliberdade - CUT · como forma de deter o desemprego; combate às privatizaçõeseaoFMI. A Jornada permeou todas as atividades da CUT e dos movimentos sociais ao longo daquele

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

R

ano 3 nº 23 fevereiro/março de 2010 www.cut.org.br

Páginas 4 e 5

A marchada liberdade

10 anos da Jornadaem Defesa do Brasil

Página 3

Metalúrgicos da CUT emSP investem em

formação sindicalPágina 2

100 anos de PaguPágina 8

Campanha daFraternidade defende

economia solidáriaPágina 7

Sem essa dejuros a mais e

Estado de menosPágina 8

Procure o hemocentro em sua cidade

40 horas semanaisno horizonte

Página 6

Fórum Social Mundialreflete mudanças

Página 6

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Jornal da CUT Presidente:Secretária nacional de Comunicação: Direção Executiva

Jornalista responsável: Redação eedição:

Projeto gráfico e diagramação: Capa: Colaborou nesta edição:Impressão: Tiragem:

é uma publicação mensal da Central Única dos Trabalhadores. Artur Henrique da Silva Santos.Rosane Bertotti. : Adeilson Ribeiro Telles; Antonio Lisboa Amâncio do

Vale; Aparecido Donizeti da Silva; Carmem Helena Foro; Dary Beck Filho; Denise Motta Dau; Elisângela dos Santos Araújo; ExpeditoSolaney; Jacy Afonso de Melo; Jasseir Alves Fernandes; João Felício; José Celestino; José Lopez Feijóo; Julio Turra; Junéia MartinsBatista; Manoel Messias; Maria Julia Nogueira; Pedro Armengol; Quintino Severo; Rogério Pantoja; Rosana Sousa de Deus; Rosaneda Silva; Shakespeare Martins de Jesus; Vagner Freitas; Valeir Ertle. Isaías Dalle (MTB 16.871).

Isaías Dalle, Leonardo Severo, Luiz Carvalho, Paula Brandão, Vanessa A. Paixão (secretaria e revisão), William Pedreira daSilva e Éder Eduardo (programador). TMax Propaganda. Parizotti.subseção Dieese. Bangraf. 20 mil exemplares.

edi orialonquista

Artur Henrique, presidente nacional

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rasi

l2a n o 3 n º 2 3 f e v e r e i r o / m a r ç o d e 2 0 1 0 w w w. c u t . o r g . b r

Através de convenção coletiva assinada durante aCampanha Salarial 2009, os 13 sindicatos demetalúrgicos da CUT no Estado de São Pauloconquistaram um dia de licença remunerada, porano, para aproximadamente 200 mil trabalhadoresparticiparem de curso de formação sindical. Aprimeira aula está prevista para março, em SãoBernardo doCampo.

Por enquanto, a cláusula de licença remunerada estávalendo para três grupos da base metalúrgica:montadoras, máquinas e eletroeletrônicos, e autope-ças, forjaria e parafusos. Ainda faltam outros trêsgrupos, cuja representação patronal ainda nãoassinou a convenção.

O curso, que já vem sendo chamado de Programa deFormação da Base, vai acontecer na sede dossindicatos. A participação no curso será escolha decada trabalhador ou trabalhadora. O conteúdo doprimeiro módulo do curso vai se concentrar no temaconvenção coletiva – como se constroem as pautas,como são encaminhadas, e a importância de cadatrabalhador nas conquistas e consolidação darepresentação sindical. O principal público do curso,segundo ossindicatos,é composto pelosnão-filiados.

Neste momento, os sindicatos estão fechando,empresa por empresa, detalhes da participação dostrabalhadores–datasequantidadedepessoas.

Enquanto isso, os componentes das ComissõesSindicaisde Empresa (CSE),nomeque osmetalúrgi

cos cutistas dão à Organização no Local de Trabalho(OLT), estão passando por um período de prepara-ção, com ajuda das subseções do Dieese. É pelasCSE’s que passa o trabalho de convencer ostrabalhadorese trabalhadorasa participardocurso.

As comissões, na verdade, estão na raiz desseprojeto. Funcionando como uma espécie de subsededos sindicatos no interior das empresas, com poderpara tratar diretamente com as direções das empre-sas os assuntos de interesse cotidiano dos funcioná-rios, são vistas como a maneira mais aprimorada deaproximar o sindicato da base – e o Programa deFormação da Base tende a ampliar o número e oalcance dessas comissões. No ABC, por exemplo,existem96empresascomCSE.

MetalúrgicosdeSP investememFormação

Reunião no Comitê Sindical da Rolls-Royce, em São BernardoR

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Santiago Moraes Souza, 15 anos, começa suacarreira de desenhista e chargista

comemorando aquilo que, na opinião dele,"pode representar o início de uma mudança napolítica". A prisão de José Roberto Arruda, que

ocupava o governo do Distrito Federal, pode sertambém mais uma oportunidade para o Brasilfazer de fato uma reforma política de grandes

proporções - com o fim dos investimentosprivados em campanhas, o que atualmente só

faz aumentar o poder das grandes corporações.

A igualdade e o sonho são coisas semelhan-tes. Inatingíveis na aparência, brilhantes naessência, indispensáveis no caminho.

O texto principal desta edição do “Jornal daCUT” cunhou outro adjetivo: irreversível.

Se pensarmos mais calmamente, é verdadepura. Os conservadores vêm tentando háséculos deter a luta das pessoas comuns –palavra aqui compreendida como a maiorriqueza existente sobre a Terra – e estãoficando cada vez mais cansados.

Vai continuar dependendo de nossa nobrezaa pavimentação dessa marcha rumo àigualdade. Um abraço fraterno entre todos, acapacidade de lutar frente às injustiças, dedizer não aos que insistem em nos vendercomo habitual, de sabermos que somosiguais em tudo que temos de diferente.

Entre todos os prazeres de fazer parte daCUT, o maior, sem dúvida, é comprovar quepor aqui praticamos de fato esses conceitostão complexos de democracia e igualdade.

Este mês de março é rico em exemplos.2010, e todos os seus dias, também serão.

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“Informacut” anuncia o 1º de Maio de 2000, com o lema da Jornada

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his ória

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Um ano antes, 1999, o Brasil havia sido marcado porepisódios trágicos. A moeda brasileira havia despencadoem relação ao dólar, apesar das garantias do governoFHC e parte da mídia de que isso não aconteceria;apagão monstro em março; revela-se a história dodeputado da serra elétrica, Hildebrando Paschoal; osbancos Marka e FonteCidam recebem ajuda ilegal doBanco Central e compram dólares abaixo da cotação; ojuiz Lalau é desmascarado; falência da incorporadoraEncol; 12 milhões de brasileiros sem emprego decente.Depois da chamada crise asiática e da reeleição de FHC,entre essas e outras o Brasil fechava o último ciclo doséculo XX.

Apesar da melancolia que se abatia sobre o estado geralda nação, não houve desânimo. Passada a Marcha dos100 Mil, com que os movimentos sociais haviam feito oaté então maior protesto contra a era FHC, em agosto de99, a CUT, os partidos de esquerda e diversas entidadesdo movimento social ingressaram no ano 2000 comdisposição para continuar combatendo os efeitos nocivosdas políticas neoliberais.

Logo em janeiro, as entidades do Fórum Nacional de Lutapor Trabalho, Terra e Cidadania realizaram as primeirasreuniões, em São Paulo, para definir uma série deatividades intitulada Jornada em Defesa do Brasil. Aagenda era muito bem definida: luta pela manutençãodos direitos e contra a flexibilização do artigo 7º daConstituição, iniciativa do governo que quebraria aespinha dorsal do sistema de proteção social aotrabalhador; aumento do salário mínimo para, ao menos,o equivalente a 100 dólares – à época, mal chegava a 75dólares e não era suficiente para adquirir uma cestabásica; redução da jornada para 40 horas semanais,como forma de deter o desemprego; combate àsprivatizações e ao FMI.

A Jornada permeou todas as atividades da CUT e dosmovimentos sociais ao longo daquele ano. E diversossetores se somaram, embalados pela contrariedade –56% de rejeição total ao governo FHC – e pelo desejo demudanças. As grandes mobilizações e datas compuse-ram o calendário da Jornada, como o Dia Internacional daMulher e o 1º de Maio, que naquele ano foi marcado poruma passeata da Praça da Sé até o estádio da VilaEuclides, em São Bernardo, onde houve apresentaçõesmusicais. O Dia do Trabalhador serviu igualmente parafestejar os 20 anos da greve de 1980 no GrandeABC.

2000 também foi o 20º ano sem crescimento da renda porhabitante, ou seja, duas décadas perdidas. Em abril, numlance de forte simbologia involuntária, uma réplica dacaravela de Pedro Álvares Cabral, construída pelogoverno ao preço de R$ 4 milhões para comemorar os500 anos do descobrimento, não conseguiu sair doestaleiro em Porto Seguro (BA), incapaz de navegar.Naquele mesmo dia, diante do vexame internacional, umgrupo de índios e estudantes que protestava foi duramen-te reprimido pela polícia.

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10 anos da Jornada em Defesa doBrasil

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Políticassociaisemeioambiente

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O Brasil tem avançado na luta contra a desigualdade. Um dosdados que corroboram essa tese é a ascensão de classesocial de mais de 20 milhões de pessoas entre 2003 e 2008.Segundo avaliação da Fundação Getúlio Vargas, enquantocerca de 19 milhões deixaram a linha de pobreza, outros 1,5milhão saíram da classe D, diminuindo em 43% o grupo dosmais pobresnesse período.

A atuação da CUT e dos movimentos sociais fez com que oPaís tocasse em temas além da pauta econômica, como aampliação da licença-maternidade para seis meses, ocombate à violência doméstica por meio da criação da LeiMaria da Penha, a adoção de políticas de cotas raciais nasuniversidades públicas e a aprovação do Estatuto da Igualda-de Racial, em2009,na Câmara dosDeputados.

Contudo, a sociedade brasileira ainda patina em itens espi-nhosos.Adiferença de salário entre gêneros e raças permane-ce e o recente ataque de setores conservadores ao III Progra-ma Nacional de Direitos Humanos, que reconhece a união civilentre pessoas do mesmo sexo e a descriminalização doaborto, apontam a necessidade de ampliar a mobilização pelaimplementação de políticas públicas que contribuam para aigualdadededireitos.

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Perante essa urgência, a CUT promove até o final de marçouma série de atividades que têm a equidade como temacentral. Além da Oficina de Combate ao Racismo, queaconteceu nos dias 25 e 26 de fevereiro, e da participação nacaminhada organizada pela Marcha Mundial de Mulheres, noinício de março, a Central realizará dois encontros nacionaisna capital paulista. Um de políticas sociais, de 18 a 20 demarço, que tratará de temas como a inserção de pessoas comdeficiência e a erradicação do trabalho escravo. O outro trataráde meio ambiente, nos dias 30 e 31 de março, abordando,entre diversos pontos, como promover o desenvolvimento deforma a reduzir asassimetrias regionais.

Em 2010, ano do centenário da declaração do Dia Internacio-nal da Mulher, a Marcha Mundial das Mulheres promoveráentre de 8 a 18 de março a terceira ação internacional.

Com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamoslivres”, a entidade feminista que conta com a participação daCentral Única dos Trabalhadores iniciará uma caminhada de10 dias a partir de Campinas, no interior paulista, e seguirá atéSão Paulo defendendo bens comuns e serviços públicos,

Sem liberdade,a marcha continua

A Central continua a debater ações para a igualdade nasegunda quinzena de março. O II Encontro Nacional dePolíticas Sociais tratará de temas como direitos humanose a defesa da acessibilidade e da empregabilidade daspessoas com deficiência.

Além de dirigentes cutistas, o evento contará com o Ministroda Secretaria Especial de DireitosHumanos,Paulo Vanuchi.

De acordo com o Secretário Nacional de Políticas Sociaisda CUT, Expedito Solaney, o objetivo é estabelecer umplano de atividades para 2010, priorizando a erradicaçãodo trabalho escravo – especialmente em relação à PEC438, que destina à reforma agrária terras onde foremflagrados trabalhadores em situação análoga à escravidão– e do trabalho infantil. “Além de uma violência contra ainfância, o trabalho exercido por crianças também retira domercado o trabalhador qualificado e apto a ter carteiraassinada”, diz o dirigente. Na Comissão Nacional deErradicação do Trabalho Infantil (CONAETI), no FórumNacional de Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) eno Conselho Nacional dos Direitos da Criança e doAdolescente (CONANDA), a CUT sempre defende o tema

como parte integrante do mundo do trabalho. “Isso,inclusive, nos motivou a relançar uma campanha paraerradicação do trabalho infantil no 10º Concut, em parceiracom a OIT”, lembrou Solaney.

No final do mês, a CUT também volta a discutir o meioambiente. Primeira central a incorporar o tema em seusdebates internos, a entidade participou da elaboração doplano que o governo federal apresentou na 15ªConferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), nofinal de 2009, na Dinamarca. Na ocasião, o governo secomprometeu a reduzir entre 36,1% e 38,9% a quantidadede lançamento de gás carbônico na atmosfera.

Segundo Carmen Foro, Secretária do Meio Ambiente daCUT, o resultado da conferência, que terminou sem umacordo entre as lideranças mundiais, aumenta aresponsabilidade dos trabalhadores para a construçãode propostas de desenvolvimento sustentável. “Estamosem um ano de eleições e devemos cobrar dos candidatosmodelos de crescimento que sejam inclusivos, respeitemo meio ambiente e contribuam para garantir que oaquecimento global diminua”, afirmou.

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EdsonSantos,ministroda Igualdade Racial,fala na abertura da Oficina Nacionalde Combate aoRacismo

paz e desmilitarização, autonomia econômica e o fim daviolência contra asmulheres.

A principal bandeira da Central durante a marcha e para ascomemorações do 8 de março será a igualdade salarial entrehomens e mulheres. “O Brasil já ratificou a Convenção 100da OIT (Organização Internacional do Trabalho) – que tratade remuneração igual para trabalho de igual valor –, masapós a aprovação cada nação deve se adequar ao quedispõe a norma”, afirma Rosane Silva, Secretária da MulherTrabalhadoradaCUT.

Como forma de produzir subsídios para colocar a convençãoem prática, a CUT iniciou um estudo nacional sobre asdisparidades salariais entre os gêneros, e até o final de 2010apresentará o resultado, já com uma proposta de lei própriapara o País.

Defendemos ainda a ratificação daConvenção 156 – atualmente tramitando na Câmara dosDeputados –, que determina a igualdade de tratamento eoportunidades para os trabalhadores dos dois sexos comresponsabilidades familiares e a ampliação irrestrita daslicenças maternidade e paternidade. “Apesar de 30% dasfamílias serem chefiadas por mulheres, o salário das trabalha-doras é considerado pelos patrões como uma simples ajudano orçamento doméstico. Queremos que homens e mulherestenham direito a se dedicar durante seis meses aos filhosrecém-nascidos como forma de dividir as responsabilidades etambém de acabar com o discurso de empregadores quejustificam a não contratação de nossas companheiras devidoao período de licença”, explicou Rosane.

Seis meses para todos -

• Há cerca de 24,5 milhões debrasileiros portadores dealgum tipo de deficiência,equivalente a 14,5% dapopulação;

• 9 milhões estão em idade detrabalhar, mas apenas 1 milhãotêm alguma atividade.

Fonte: IBGE 2009

• 4,5 milhões de pessoas entre5 e 17 anos trabalham no Brasil;

• O número representa 10,2%do total de brasileiros entre 5 e17 anos;

• A maior parte, 51,6% éempregado ou realiza

trabalho doméstico;

• A renda médiadesse grupo é deR$ 269.

Fonte: PNAD 2009

Como já há uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional)no Congresso para ampliar a licença maternidade, a Centralirá apresentar uma emenda que extenda a paternidade paraos seis meses seguintes após o retorno da mulher aomercado de trabalho.

Segundo destaca pesquisa do Dieese (Departamento Intersindi-cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgada emmarço de 2009, o rendimento médio por hora de trabalho dasmulheres casadas com filhos é de R$ 5,89, contra R$ 6,91daquelas sem filhos.A taxa de desemprego das que não possu-em filhos (13,1%) também é menor do que a das que possuem(15,6%), comprovando a preferência dos empregadores poraquelasquenãotenhamderealizarachamadaduplajornada.

Deficientes físicos no Brasil Trabalho infantil

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Vai ser mesmo no dia 1º de junho, em São Paulo, aAssembleia Nacional da Classe Trabalhadora.Milhares de dirigentes e militantes sindicais de todasascentrais,detodososramosedetodasascategoriasvãosereunirparadivulgarsuasprincipaispropostasereivindicaçõesparaospróximosquatroanosdeBrasil.

Durante o ato, os dirigentes também vão oficializar oapoio à candidatura à Presidência da Repúblicapreferida pelo movimento sindical. Já existe consen-so total sobre quem deve ser combatido: qualquer umdasbandasdo PSDBe do DEM(ex-PFLe ex-Arena).

políti a

Reunindo cerca de 50 mil pessoas no final de janeiro, oFórum Social Mundial 2010 – Dez Anos, em PortoAlegre, e o Fórum Social Mundial Temático da Bahia,deram um passo além nos debates e definiram ocalendário de mobilizações, uma pauta concreta deenfrentamento aos descaminhos do capital transnaci-onal e sua lógica especulativa.

Paraqueoresultadochegasseabomtermofoiessenciala ação dos cutistas em sintonia com a Coordenação dosMovimentos Sociais (CMS). Na abertura oficial de PortoAlegre, em cerimônia que contou com a presença dopresidente Lula, o presidente da Central Única dosTrabalhadores, Artur Henrique, foi escolhido pararepresentar os movimentos sociais brasileiros: “A lutacontra o imperialismo e o neoliberalismo encontra-se noDNAdo Fórum, que nasceu combatendo aAlca, e é combase neste acúmulo de organização, mobilização econsciênciaquedevemosseguiremfrente”.

“O momento é de afirmarmos a pauta comum eavançar, derrotando as tentativas de retrocessoneoliberal e abrindo caminho ao desenvolvimentosustentável, com políticas públicas de valorização doemprego e geração de renda”, avaliou o secretário deRelações Internacionais da CUT, João Felício, duranteosdebatesdo Fórum.

A agenda estabelecida pela CMS tem início no 8 deMarço, Dia Internacional da Mulher, passando pelaJornada de Mobilizações em Defesa da ReformaAgrária e Contra a Criminalização dos MovimentosSociais em abril; pelas comemorações do 1º de Maio,Dia do Trabalhador; pelo 31 de maio, na AssembleiaNacional dos Movimentos Sociais e pelo 1º de junho, naAssembleia Nacional da Classe Trabalhadora,convocadapelascentraissindicaisparaSãoPaulo.

Tanto na capital gaúcha como na baiana foi essencial acontribuição de renomados intelectuais, como DavidHarvey, professor da Universidade de Nova Iorque,Susan George - co-fundadora e presidente do ATTAC,movimento francês que se notabilizou pela campanhapara taxar em 1% o fluxo do capital especulativo paraacabar com a pobreza mundial, e Boaventura deSousa Santos,professorda Universidade de Coimbra.

Ato em defesa do projetodemocrático e popular

A pauta de reivindicações será um documentoconciso, com as propostas de consenso entre as seiscentrais sindicais, que têm concepções bastantediversasentre si.

Já a “Plataforma da Classe Trabalhadora para asEleições 2010”, fruto de uma série de debatesrealizada pela CUT em todas as regiões do Brasil,como parte da Jornada pelo Desenvolvimento comDistribuição de Renda e Valorização do Trabalho,será lançada oficialmente no 1º de Maio da CUT, emtodososEstados.

Lula fala na abertura do FSM no Sul, observado porArtur Henrique e Lilian Celiberti, militante uruguaia

FSM definecalendário de lutas

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In ernacional

mobiliza ão~

A CUT e as centrais sindicais intensificam a pressãosobre o Congresso para aprovar a redução da jornadade trabalho semanal. Há consenso de que o projeto deemenda constitucional precisa ir a plenário, ao menosem primeiro turno na Câmara dos Deputados, aindaneste semestre, por se tratarde ano eleitoral.

Por isso, a CUT programa um Dia Nacional de Lutapara maio,em que serão realizadas greves,atrasos naentrada de turnos e mobilizações de rua em todos ossetores de atividade, como forma de manter o tema napauta e para mostrar a determinação de todas ascategorias em reduzir a jornada sem redução desalários e com remuneração de 75% a mais sobre ashorasextras.

Antes disso, haverá mobilizações no interior doCongresso Nacional, as chamadas “OcupaçõesPacíficas do Congresso” para março e abril. Aorganização de cada uma das Ocupações ficará acargo de uma ou mais estaduais. As demais CUTsestaduais, todas mais distantes geograficamente deBrasília, poderão evidentemente se somar àsatividades.

Assim fica o calendário:

1º a 4:CUT-SPe CUT-GO8a 11:CUT-MGe CUT-RS15 a 18:CUT-DF22 a 25:CUT-RJ,CUT-BAe CUT-CE

Março

Abril5 a 8:CUT-PR,CUT-SPeCUT-PE12 a15:CUT-RS,CUT-MGe CUT-SC26 a29:CUT-GOe CUT-DF

Durante as atividades no interior do Congresso, asdelegações devem visitar os gabinetes de todos osdeputados e deputadas, pressionando pela aprova-ção do projeto, como já fizemos, em duas ocasiões, nomêsde fevereiro.

ACUT mantém-se irredutível na defesa de dois pontosessenciais do projeto: aumentar o custo da hora extra,como forma de inibi-las, e não vincular a redução dajornada à concessão de novos benefícios fiscais paraospatrões–algoqueelesquerem incluir nadiscussão.

OcupaçãodoCongressoNacionalem nome das 40 horas semanais

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2/2/

2010

No início de fevereiro, delegaçõescutistasagitarama rotina do Congresso

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urtas

Em março, a Condsef (Confederação dos Trabalhadoresno Serviço Público Federal) prossegue as negociaçõescom a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério doPlanejamento. Na agenda encaminhada pela SRH àCondsef já estão confirmadas reuniões para tratardemandas da AGU, INEP, FNDE, PCCTM, Ciência eTecnologia, Agricultura, CPST e Ibama. No dia 9 de marçoestá confirmada também uma reunião para debater ainstituição da negociação coletiva no setor público. Por serano eleitoral, o governo tem até abril para encaminharprojetos para votação no Congresso Nacional e queenvolvam impacto orçamentário. A união e pressão emtorno do atendimento da pauta de reivindicações dosservidores será o grande diferencial para que o governo tiredopapel demandasaindanãoatendidas.

Agenda dos servidores

Pré-sal

Nos dias 10 a 12 de março a Secretaria Nacional de

Formação da CUT realiza a 1ª reunião do Coletivo Nacional

de Formação. Esta reunião será realizada na Escola

Sindical Sul, em Florianópolis (SC), com a presença de

membros da Executiva Nacional, Coordenações das

Escolas Sindicais, secretários/as de Formação dos Ramos

e representantes das CUTs Estaduais, e tem como objetivo

consolidar a estratégia do Plano Nacional de Formação de

Dirigentes para o ano de 2010, em consonância com os

eixos prioritários do Planejamento Estratégico.

Coletivo de FormaçãoPara comemorar os 60 anos de história, o Sindicato dos Metalúrgicos deItu e Região faz um passeio ciclístico no dia 14 de março, na cidade dePorto Feliz, São Paulo. Durante a atividade, serão sorteados brindes aosparticipantes. Outras atividades ocorrerão nos municípios que fazemparte da base da entidade.

Entre os dias 2 e 4 de março, o Sindilimpeza (Sindicatodos Trabalhadores nas Empresas de Asseio eConservação de Santos, São Vicente, Praia Grande,Cubatão, Guarujá e Bertioga) passa por eleições. Oscandidatos da chapa 1 da CUT e da Contracs (Confede-ração Nacional dos Trabalhadores no Comércio eServiços) lutarão pelo aumento real de salário, aumentodo piso salarial, garantia de emprego, auxílio-creche,auxílio-educação, licença-maternidade de seis meses,redução da jornada de trabalho para 40 horas e pelamanutenção dosdireitos já conquistadospela categoria.

Metalúrgicos de Itu

Limpeza em Santos

Campanha da Fraternidade

Desenvolvimento ambientalmente sustentável e solidário.Este é o tema do V Congresso Estadual da Fetagri (Federaçãodos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Amazonas),que acontece de 22 a 25 de março, em Manaus. Ao todo, oCongresso terá a participação de 212 delegados e delegadasde todo o Estado, representando 54 dos62 municípios.

Rurais em eleição

Cartaz preparado para a campanha deste ano

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O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic)lançou oficialmente no dia 17 de fevereiro a Campanha daFraternidade Ecumênica 2010, que tem como tema“Economia e Vida”. A Campanha deste ano propõe umaanálise do atual modelo econômico, visando a mudançapara uma sociedade mais solidária, englobando a luta emfavor da tributação justa, a adoção de políticas econômicasde distribuição de renda e o desenvolvimento da economiasolidária.ACUT, as demais centrais sindicais e o Dieese, aconvite do Conic, apresentaram sugestões de conteúdo ede estratégia para a Campanha.

No dia 16 de março, São Paulo sedia um debate comsindicalistas sobre o pré-sal. O objetivo é esclarecerrecentes questões sobre as reservas de petróleo e oandamento de uma nova lei para o setor petroleiro. Essedebate contará com a participação da CUT e demaiscentrais, da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) edo Movimento Sem Terra, com as presenças confirmadasdo presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, e docoordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros),JoãoAntônio de Moraes.

O Sindicato dosTrabalhadores emTransportes Rodoviários de SorocabaeRegiãorealizanosdias15e16demarçoeleiçãoparaaescolhadanovadireção da entidade.Adiretoria eleita terá entre suas responsabilidades atransiçãodos trabalhadoresdaempresadeônibusqueoperavanacidadeparaaquelaqueganharafutura licitação.

A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores emEducação) convoca os sindicatos filiados a organizarem o Diade Mobilização nos estados e municípios em defesa do PisoSalarial Nacional, a ser realizado em 10 de março, e aparticiparem também do Dia Nacional de Paralisação, queserá realizado no dia 16 de março.Aentidade decidiu voltar àsruas em defesa do Piso em virtude das dificuldades deimplementar a Lei 11.738/08 nos estados e municípios. No dia4 de março, uma reunião define estratégias para garantir ocumprimento da Lei.

Rodoviários de Sorocaba

Em defesa do Piso

No dia 3 de março, a Fetquim-SP (Federação dos Trabalhadores doRamo Químico da CUT no Estado de São Paulo) entrega a pauta daCampanha Salarial do Setor Farmacêuticoo à representação patronal.Entreasreivindicações:10%dereajuste(reposiçãosalarialmaisaumentoreal); piso salarial no valor de R$ 1.158,00 (29% de reajuste); participaçãonos lucros e resultados (PLR) de dois pisos salariais (R$ 2.316,00), semdiferenciação;estabilidadenoemprego;reduçãodajornadadetrabalho.

Campanha dos farmacêuticos

OInstitutoObservatórioSocial,nafiguradeSecretariaOperativadaRedLat(Rede Latino-Americana de Pesquisa em Empresas Multinacionais),organizouumapesquisasobre “Oportunidadeseameaçascolocadaspelaascensão global da China para os trabalhadores latino-americanos”. Apesquisa visa subsidiar o movimento sindical, já que seus representantesnão contam com uma reflexão aprofundada sobre o tema. Segundo oestudo, a inserção chinesa na economia global observada nos últimosanos, somada à crise econômica mundial, tem gerado transformações naestrutura econômica global. Setores produtivos de vários países têmsentido forte concorrência, principalmente devido ao baixo custo dosprodutos oferecidos pelos chineses. Como consequência, o cenário dasrelações comerciais com a China tem mudado significativamente, eafetado,diretaeindiretamente,ostrabalhadores.Apesquisacompletavocêencontra emwww.redlat.net ou www.observatoriosocial.org.br.

Ascensão chinesa

Conheç@mais sobre as atividades do seu ramoe do seu estado no portal da CUT

www.cut.org.br

A Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores emEstabelecimentos de Ensino) realizará nos dias 11 e 12 demarço, em São Paulo, o seu Seminário de Preparação paraa Conferência Nacional de Educação (CONAE).Aatividadereunirá professores e trabalhadores técnicos e administrati-vos do setor privado de ensino de todo o país e tem comoobjetivo preparar a delegação para a Conferência, incluindoa apresentação e o debate sobre o documento base daCONAE e a construção de estratégias para as intervençõesa serem feitas, a partir das propostas prioritárias da Contee,ao longodaatividade.

Preparação para a CONAE

Os trabalhadores na Educação do Paraná, representados pela APP-Sindicato, definiram o calendário de mobilizações para o primeiro semestre,comdestaqueparaaparalisaçãoestadualenacionalnodia16demarço,emdefesa do Piso Salarial Nacional. Devido ao prazo de negociação com ogoverno ser reduzido neste ano, em vista da legislação eleitoral proibir aconcessãodeaumentossalariaisseismesesantesdaseleições,acategoriadefiniuumaintensificaçãodasmobilizaçõesatéabril.Aequiparaçãosalarialéa principal reivindicação da categoria. Os educadores querem um aumentode 25,97%, mais a reposição inflacionária do ano, estimada pelo Dieese em4,31%,entreoutrascláusulas.

Professores mobilizados

TrabalhadoresetrabalhadorasdaAgriculturaFamiliardaRegiãoSulestarãoreunidos(as)entreosdias24e26demarçonacidadedeErechim(RS)parao 3° Congresso da Fetraf-Sul/CUT. A Federação, que nasceu no início dadécada de 80, sempre teve o ideal de lutar pela igualdade, democracia,solidariedadeedireitoàvidados trabalhadores.As lutasdiáriaspela reformaagrária,pelosdireitosprevidenciários,pelocréditoagrícoladiferenciadoparaa agricultura familiar também não podem ser esquecidas. Atualmente, aFetraf-Sul/CUT conta com mais de 120 sindicatos e associações filiados noRio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que representam mais de 100mil famílias de agricultores familiares, credenciando-a cada vez mais comoumaentidadelegítimaquerepresentaaAgriculturaFamiliardoSuldoBrasil.

3° Congresso da Fetraf-Sul

Page 8: A marcha daliberdade - CUT · como forma de deter o desemprego; combate às privatizaçõeseaoFMI. A Jornada permeou todas as atividades da CUT e dos movimentos sociais ao longo daquele

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Menos juros e mais trabalhadores públicos

e onomia ultura

Desde o início deste ano, a imprensa vem pregando anecessidade de aumento da taxa básica de juros. Dandovoz a consultores de mercado, as notícias alardeiam umasuposta pressão inflacionária que justificaria a elevação dataxa já emabril.

A pressão por juros mais altos foi intensificada no final defevereiro, depois que o IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística) anunciou o IPCA-15 (Índice dePreços ao Consumidor Ampliado) que, entre os dias 15 dejaneiro e 10 de fevereiro, atingiu 0,94%.

Para a CUT, trata-se de pressão do mercado para elevar aremuneração dos títulos da dívida pública. Ao aumentar osjuros básicos da economia, o Banco Central atrai especula-dores pela oferta de títulos com maior rendimento e, aomesmo tempo, encarece o custo do dinheiro circulante. Ocrédito produtivo e para consumo sobe. E a produção,portanto a geração de emprego e salário, perde ritmo.

Quem ganha com isso são os bancos, as corretoras eapenas 0,04% das famílias brasileiras, aquelas que de fatopossuem os títulos da dívida pública, segundo estudo doeconomista Marcio Pochmann.

O argumento de que a inflação deve subir muito e por issoos juros devem ser elevados não se sustenta, segundoavaliação da CUT.Ameta de inflação anual estipulada pelogoverno é de 4,5%, podendo se alongar por mais doispontos percentuais. Não há nenhum sinal consistente deque tal meta será desrespeitada. Inexiste uma inflação dedemanda, já que a capacidade de produção no País nãoatingiu seu limite.

A subida da inflação registrada em fevereiro (havia sido de0,52% em janeiro) deve-se em sua maior parte, segundo opróprio IBGE, ao aumento das mensalidades das escolasprivadas e a reajustes nas tarifas de transporte urbano – emSão Paulo, por exemplo, as tarifas de ônibus subiram 17%,muito acima da inflação. “Isso nos mostra a necessidade deestabelecermos mecanismos para coibir a ganância dosempresários pelo lucro fácil e rápido”, comenta ArturHenrique,presidentedaCUT.

Abrir o Conselho Monetário Nacional – órgão que estabele-ce a meta de inflação – a representantesdos trabalhadores

Umséculodepois,Paguvive

“Sou a rainha do meu tanque / Sou Pagu indignada no palanque/ Fama de porralouca, tudo bem / Minha mãe é Maria Ninguém /Não sou atriz-modelo-dançarina / Meu buraco é mais em cima /Nem toda feiticeira é corcunda / Nem toda brasileira é bunda /Meu peito não é de silicone / Sou mais macho que muito "home"(trecho da canção Pagu,de Rita Lee e Zélia Duncan)”

Descendente de paulistas quatrocentões e alemães, Pagunasceu Patrícia Rehder Galvão, no dia 9 de junho de 1910, emSão João da Boa Vista, São Paulo. Menina de cabelos negros,volumosos, foi poeta, romancista, jornalista, cronista,ilustradora, autora teatral. Mas, acima de tudo, uma revolucio-náriaqueviveuebuscoua liberdade.

Dentre todos os atributos, aquele que melhor a define é o depioneira. Em todos os aspectos. Já militante do PartidoComunista, em 1931 foi a primeira mulher presa por questõespolíticas no Brasil devido à sua participação em uma greve dosestivadores de Santos. Um ano após se casar com Oswald deAndrade, a quem conheceu convivendo com as personalidadesdo movimento modernista brasileiro.

Em 52 anos de vida, lançou dois livros: “Parque Industrial” e “AFamosaRevista”.Oprimeiro,de1933,retrataavidamiserávelcomaqualconviviamastrabalhadorasdas indústriasdeSãoPaulo,eosegundo, em 1945, aponta a decepção com o Partido Comunista.Naslojastambémpodeserencontradaaobra“PaixãoPagu”,sériedetextosautobiográficos.

Pagu enfrentou também a prisão. Primeiro em Paris, quando foicapturada como comunista estrangeira e repatriada ao Brasil, edepois em território brasileiro, quando foi detida em razão daIntentona Comunista. Após fugir da cadeia em São Paulo, foirecapturada no Rio de Janeiro, onde demonstrou não perderjamais a coragem. Teve de cumprir seis meses além da penaimposta por se recusar a prestar homenagem a Adhemar deBarros,entãointerventorfederalemvisitaaopresídioondeestava.

Em 1950, candidata-se a deputada federal pelo PartidoSocialista Brasileiro,masnão consegue se eleger.

Nos anos seguintes, ela se dedica intensamente à críticaliterária e ao teatro, tornando-se uma importante ativista culturalemSantos,no litoral de São Paulo.

Patrícia Galvão apenas deixa de incomodar os acomodados emsetembro de 1962, quando perde a batalha para o câncer.Porém, um século depois ainda pulsa no peito de quem ousalutarpelo mesmo motivo que ela lutou: liberdade.

Direito é algo que se vai construindo com luta, a despeitoda lei ou das tradições. Foi assim que muitas categoriasbemorganizadassindicalmentejáconquistaramjornadasemanalde40horasdetrabalhosemreduçãodesalário.

O mais recente caso vem de Santa Maria (RS), onde osindicato dos metalúrgicos e os 150 trabalhadores daempresa Jama conseguiram fecharacordo para reduzir

a jornada para 40 horas, junto com um aumento real desalário de 1,5% - que não vai interferir na negociaçãosalarial que vai ocorreremmaio,mêsda data-base.

Por isso é importante que nossas entidades de todos osramos de atividade incluam a redução da jornada em suaspautas de reivindicações, pois isso ajuda a disseminar aideia e concretizá-la.

40 horas em Santa Maria

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e dos empresários, quebrando o total domínio que o setorfinanceiro lá mantém, continua sendo proposto pela CUT.Com isso, além de meta de inflação, seriam estipuladastambém metas de crescimento econômico e de geração deempregos.

Para a CUT, a solução é continuar diminuindo a alta taxabásica de juros.

– Outra frente de ataque da mesma mídiaé o serviço público federal. Em coro, vários veículosafirmam que o Estado brasileiro está inchado e que háservidoresemexcesso. Mentira.

No Brasil, segundo estudo do Ipea (Instituto de PesquisaEconômica Aplicada), ligada à Secretaria de AssuntosEstratégicos da própria Presidência de República, paracada 110 brasileiros há 11 trabalhadores públicos –contando inclusive pessoal das empresas estatais. Mesmonos Estados Unidos, tão orgulhosos na defesa do mercadolivre, essa relação é maior: 14 servidores para cada 100cidadãos. Na Dinamarca, são quase 40 servidores paracada 100 pessoas.

ACUT já cobrou que o governo federal desista de qualquerprojeto que limite os investimentos na folha de pagamentodo funcionalismo. A tarefa de reconstruir o Estado, aindainconclusa, exige mais trabalhadores públicos, mais bempreparadose remunerados.

Serviço público

Livro reúne memórias e correspondências

A CUT em um de seus protestos contra a taxa de juros

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