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Participação em fórum - Edson Virgínio.
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A obra de Lobato é recheada de suposições racistas. Mas, deve-se levar
em consideração, principalmente, o contexto dos anos 30, época em que são
narradas as estórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, bem como a vasta
Literatura brasileira que relata a marginalidade da cultura popular.
Tia Anastácia é a representação popular, é a essência folclórica, tem o papel
de informante, fornecedora de estórias que se verifica também em outros
autores. Apesar de ser arcaico o mundo presente em suas estórias, é na
contação que ela cria parênteses dentro da obra lobatiana, como o
regionalismo dentro da Literatura.
Em seu artigo intitulado “A figura do negro em Monteiro Lobato”, Latojo
(1998) discute a representação do negro na obra lobatiana e enfatiza que isso
“pode renovar os olhares com que se olham os sempre delicados laços que
enlaçam literatura e sociedade, história e literatura, literatura e política e
similares binômios que tentam dar conta do que, na página literária, fica entre
seu aquém e seu além”.
Então, diante do contexto sócio-cultural-político da década de 30, eu
acredito que o narrador inserido neste contexto não está agindo de maneira
errada na forma de se referir às pessoas negras.
REFERÊNCIA
LATOJO, Marisa. A figura do negro em Monteiro Lobato. Disponível em < http://lfilipe.tripod.com/lobato.htm> Acesso em: 12 de junho de 2014.