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1 A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: mudanças na concepção de espaço GE 801 – História das Ciências Naturais 8/24/2011 Silvia Figueirôa - GE 801 2 A Revolução científica: contexto Ascensão social da burguesia valorização dos artesãos. Desenvolvimento do Capitalismo mercantil como principal modo de produção. Reforma Protestante (Lutero, Calvino ~ 1517 - 1555) valorização do trabalho; Sagradas Escrituras são a única fonte do saber [rejeição à tradição da Igreja = interpretações]; a Natureza espelha o Plano do Criador. 8/24/2011 Silvia Figueirôa - GE 801 3 A Revolução científica: contexto Reação: Contra-reforma Católica (Tribunais da Inquisição; Jesuítas e Dominicanos). Combate ao Animismo (= Paganismo) e Antropomorfismo (= simpatias) separação progressiva entre Homem e Mundo natural. Legitimidade de investigação do Plano de Deus. 8/24/2011 Silvia Figueirôa - GE 801 4 A Revolução científica “Todo o conhecimento e, especialmente, o da Filosofia Natural, tende grandemente para o enaltecimento da glória de Deus no seu poder, providência e benefícios, aparentes e gravados nas suas obras, as quais, sem esse conhecimento, só serão contempladas através de um véu”. (Francis Bacon)

A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: mudanças na concepção de espaço

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Page 1: A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: mudanças na concepção de espaço

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A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA:mudanças na concepção de

espaço

GE 801 – História das Ciências Naturais

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A Revolução científica: contexto

Ascensão social da burguesia � valorização dos artesãos.Desenvolvimento do Capitalismo mercantil como principal modo de produção.Reforma Protestante (Lutero, Calvino ~ 1517 - 1555) �

valorização do trabalho;Sagradas Escrituras são a única fonte do saber [rejeição à tradição da Igreja = interpretações];

a Natureza espelha o Plano do Criador.

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A Revolução científica: contexto

Reação: Contra-reforma Católica (Tribunais da Inquisição; Jesuítas e Dominicanos).

Combate ao Animismo (= Paganismo) e Antropomorfismo (= simpatias) � separação progressiva entre Homem e Mundo natural.

Legitimidade de investigação do Plano de

Deus.

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A Revolução científica

“Todo o conhecimento e, especialmente, o da Filosofia Natural, tende grandemente para o enaltecimento da glória de Deus no seu poder, providência e benefícios, aparentes e gravados nas suas obras, as quais, sem esse conhecimento, só serão contempladas através de um véu”. (Francis Bacon)

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A Revolução científica: características

EXPERIÊNCIA supera a RAZÃO = a razão subordina-se à experiência � experimentalismo“Matematização” da natureza = atitude realistasubstitui atitude instrumentalista no uso das Matemáticas (p/ Copérnico, a Terra deveria mover-se porque a Matemática o exigia).Ensino ministrado pelos jesuítas valorizava grandemente a Matemática (ensinada nos últimos anos da universidade, em paralelo à Física e à Metafísica).

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A Revolução científica: característicasInfluência importante da tradição da Magia Natural (= manipulação de propriedades/ poderes ocultos naturais dos objetos) �casamento entre Filosofia Natural & Magia Natural em nossa moderna visão científica do mundo.Filosofia mecânica e Mecanicismo: primazia dos conceitos de forma, tamanho, quantidade e movimento (mensuráveis) sobre conceitos qualitativos (odor, sabor, finalidade, etc.).

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A Revolução científica: características

Galileana

Galileu Galilei

matemática

dedutivismo

Baconiana

Francis Bacon

empirismo

indutivismo

Cartesiana

René Descartes

mecanicismo

dedutivismo

Vertentes da Revolução Científica

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Galileu Galilei (1564 - 1642)

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Galileu Galilei (1564 - 1642)

Nasceu em Pisa, filho de um compositor / musicólogo.

Estudos básicos com os jesuítas; estudou Medicina na Universidade de Pisa (não obteve o diploma); passou a dedicar-se mais intensamente à Matemática, Mecânica e Hidrostática.

1588 (com 35 anos) ocupou a Cadeira de Matemática na Universidade de Pisa; estudos s/ plano inclinado, atrito, queda livre.

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Galileu Galilei (1564 - 1642)

1591: cadeira de Filosofia Natural na Universidade de Pádua (universidade estatal; ambiente acadêmico aberto); fez pesquisas sobre balística (projéteis) e montou uma oficina de instrumentos científicos em sua casa; construiu um telescópio a partir de informações de terceiros (1609).

1610: Siderius Nuncius, relatando observações astronômicas feitas através do telescópio.

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Galileu Galilei (1564 - 1642)

Em 1610 mudou-se para Florença (filósofo e matemático do grão-duque da Toscana, Cosimode Medici); ambiente onde a Igreja exercia poderosa influência; sermões (de dominicanos) condenam os “matemáticos” e o copernicanismo; Galileu é advertido.

Em 1623 publica O ensaiador, livro sarcástico dedicado ao novo Papa, atacando um livro sobre os cometas escrito por um jesuíta.

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Galileu Galilei (1564 - 1642)

Galileu conseguiu permissão para escrever sobre os sistemas ptolomaico e copernicano, o que resultou no Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo, publicado em 1632.

Processo de Galileu em 1633: retratação, prisão domiciliar.

Em 1638 publicou (em Leiden) os Discursos referentes a duas novas ciências.

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Francis Bacon (1561 - 1626)

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Francis Bacon (1561 - 1626)

Nascido na Inglaterra, exerceu importante papel junto ao governo.

Fortíssimo crítico de Aristóteles, apreciava obras de filósofos gregos pré-socráticos (metáfora s/ “tesouros” e “madeira” num naufrágio).

Em 1620 publicou Novum Organum, no qual lançou as bases de uma nova História Natural [ “formigas” (exclusivamente empíricos), “aranhas” (dogmáticos) e “abelhas” (verdadeiros filósofos naturais)].

Ênfase no indutivismo, utilitarismo e empirismo.

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Francis Bacon (1561 - 1626)

New Atlantis (1627): Casa de Salomão � Royal Society

A indução leva a novos conhecimentos, mediante:coleção sistemática de informações s/ um fenômeno;

eliminação de possibilidades não relacionadas ao fenômeno;

inferências (indutivas e dedutivas);

objetivo final era o domínio completo da natureza pela descoberta de seus princípios e leis.

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René Descartes (1596 - 1650)

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René Descartes (1596 - 1650)

Nascido na França, filho de advogado, fez os estudos básicos numa escola jesuíta e diplomou-se em Direito na Universidade de Poitiers.

Na Guerra dos 30 anos (1618 -1648) envolveu-se em negócios militares, mas em 1628 demitiu-se de seu posto e mudou-se para os Países Baixos, onde permaneceu 21 anos formulando um novo esquema geral de conhecimentos e escrevendo suas obras.

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René Descartes (1596 - 1650)

Em 1637 publicou O Discurso do Método.Em 1644 publicou Princípios de Filosofia:

Universo deve ser infinito;matéria é divisível;rejeição ao vácuo;Deus sempre conserva a mesma quantidade de matéria e de movimento (e se nenhuma força agir sobre ele, um corpo se moverá sempre na mesma direção, com a mesma velocidade, indefinidamente).

Em 1649 mudou-se para a Suécia a convite da Rainha Cristina, e morreu em 1650 de pneumonia.

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Outros cientistas importantes

Johannes Kepler (1571 - 1630): órbitas elípticas (1609) e leis dos movimentos planetários.

William Harvey (1578 - 1657): circulação do sangue (discípulos de Vesalius em Pádua).

William Gilbert (1540 - 1603): bússolas e magnetismo terrestre (alma magnética da Terra).