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O STATUS DA MULHER NA IGREJA PRIMITIVA Em meio às denúncias atuais de que o cristianismo é patriarcal e sexista, facilmente se esquece de que a igreja primitiva (I d.C a 500 d.C) era particularmente atraente para as mulheres porque no interior da subcultura cristã as mulheres tinham um status mais elevado do que no mundo greco- romano em geral. Existe praticamente um consenso entre os historiadores da igreja primitiva de que as mulheres detinham posições de honra e autoridade no interior do cristianismo primitivo. Não há dúvida de que a forma como Paulo lidava com as mulheres não satisfaz as demandas dos movimentos feministas modernos, nem se encaixa nas políticas de igualdade dos nossos tempos. Paulo com certeza, estar muito atrás dos ideais contemporâneos. Mas está muito a frente de sua cultura. A submissão da mulher não é uma invenção de Paulo, mas uma condição cultural milenar. Mesmo assim, muito do trabalho de Paulo com as mulheres ia de encontro à visão romana, grega e judaica em relação às mulheres. Muitas mulheres eram cooperadoras do ministério de Paulo, algumas, inclusive exerciam o oficio de diaconisas. Veja por exemplo Rm.16.1, 3, 6, 7, algo impensável nas culturas antigas. Para os rabinos judeus, as mulheres valiam menos do que os escravos. Muitos homens eram ensinados, inclusive, a agradecer a Deus por não ter nascido mulher, nem escravos. Segundo Rodney Stark, historiador, sociólogo e Cientista da Religião da Universidade de Wasgshiton, um aspecto importante do avançado status das mulheres na subcultura cristã é que os cristãos não toleravam o infanticídio feminino, o aborto desregrado, o divorcio, sob qualquer motivo, o incesto, a infidelidade conjugal e a poligamia. Diferentemente dos pagãos, os cristãos condenavam a promiscuidade. Consideravam a impureza do marido como quebra de lealdade e confiança não menos séria do que a infidelidade da esposa. Em todos os meios, a mulher cristã desfrutava de segurança e igualdade conjugal bem maiores do que as de sua congênere pagã.” Para um estudo mais aprofundado da questão recomendo o livro: “O CRESCIMENTO DO CRISTIANISMO – Um sociólogo reconsidera a história” (Rodney Stark) A valorização da mulher no cristianismo O adultério para Igreja não é só a traição da mulher para com o marido, mas também do marido para com a mulher, o que não acontecia no mundo antigo. Isto foi de grande influência; e a proibição do divórcio deu

A Valorização Da Mulher No Cristianismo

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Texto sobre a importância da mulher com o advento do cristianismo

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O STATUS DA MULHER NA IGREJA PRIMITIVAEm meio s denncias atuais de que o cristianismo patriarcal e sexista, facilmente se esquece de que a igreja primitiva (I d.C a 500 d.C) era particularmente atraente para as mulheres porque no interior da subcultura crist as mulheres tinham um status mais elevado do que no mundo greco-romano em geral. Existe praticamente um consenso entre os historiadores da igreja primitiva de que as mulheres detinham posies de honra e autoridade no interior do cristianismo primitivo. No h dvida de que a forma como Paulo lidava com as mulheres no satisfaz as demandas dos movimentos feministas modernos, nem se encaixa nas polticas de igualdade dos nossos tempos. Paulo com certeza, estar muito atrs dos ideais contemporneos. Mas est muito a frente de sua cultura. A submisso da mulher no uma inveno de Paulo, mas uma condio cultural milenar. Mesmo assim, muito do trabalho de Paulo com as mulheres ia de encontro viso romana, grega e judaica em relao s mulheres. Muitas mulheres eram cooperadoras do ministrio de Paulo, algumas, inclusive exerciam o oficio de diaconisas. Veja por exemplo Rm.16.1, 3, 6, 7, algo impensvel nas culturas antigas. Para os rabinos judeus, as mulheres valiam menos do que os escravos. Muitos homens eram ensinados, inclusive, a agradecer a Deus por no ter nascido mulher, nem escravos. Segundo Rodney Stark, historiador, socilogo e Cientista da Religio da Universidade de Wasgshiton, um aspecto importante do avanado status das mulheres na subcultura crist que os cristos no toleravam o infanticdio feminino, o aborto desregrado, o divorcio, sob qualquer motivo, o incesto, a infidelidade conjugal e a poligamia. Diferentemente dos pagos, os cristos condenavam a promiscuidade. Consideravam a impureza do marido como quebra de lealdade e confiana no menos sria do que a infidelidade da esposa. Em todos os meios, a mulher crist desfrutava de segurana e igualdade conjugal bem maiores do que as de sua congnere pag. Para um estudo mais aprofundado da questo recomendo o livro: O CRESCIMENTO DO CRISTIANISMO Um socilogo reconsidera a histria (Rodney Stark)

A valorizao da mulher no cristianismo

O adultrio para Igreja no s a traio da mulher para com o marido, mas tambm do marido para com a mulher, o que no acontecia no mundo antigo. Isto foi de grande influncia; e a proibio do divrcio deu grande proteo s mulheres. Alm disso as mulheres obtiveram mais autonomia graas ao catolicismo.O filsofo Robert Phillips (2004), mostra que s pelo catolicismo foi possvel existir as comunidades religiosas de mulheres que se auto governavam, algo que jamais houve no mundo antigo. por isso que houve muitas santas. Pergunta Phillips: Onde no mundo as mulheres eram capazes de manter suas prprias escolas: conventos, colgios, hospitais, e orfanatos fora da Igreja?O socilogo americano Rodney Stark (2003) sustenta que uma das razes da expanso crist a caridade, a maior virtude. E a outra so as mulheres. Em "The Rise Of Christianity: A Sociologist Reconsiders History", Stark, professor de sociologia e religio comparada da Universidade de Washington, lembra que, por volta do ano 200, havia em Roma 140 homens para cada 100 mulheres e 150 para cada 100 na Itlia, sia Menor e frica; isto porque o infanticdio de meninas, e de meninos com deficincias, era "moralmente aceitvel e praticado em todas as classes". Tais prticas pags foram proibidas pela Igreja. O catolicismo santificou o corpo, o fez bendito, morada da alma e do Esprito Santo. Cristo colocou o ser humano acima de qualquer condio ou qualidade para integrar a irmandade universal. As mulheres, por razes at muito prticas, foram as mais beneficiadas. A unidade da famlia garantida com a proibio do divrcio, do incesto, da infidelidade conjugal, da poligamia e do aborto. Infelizmente a pauta do feminismo radical se volta hoje contra as conquistas crists que ajudaram a formar a famlia, e a proteger as mulheres da morte e da sujeio.Na Idade Mdia catlica a rainha era coroada como o rei, geralmente na Catedral de Reims,na Frana, ou em outras catedrais. E a sua coroao era to prestigiada quanto a do rei. Por causa da valorizao dada pela Igreja mulher, vrias delas desempenharam notvel papel na Igreja medieval.A Ordem de Fontebraut em 1100, com base da Regra de So Bento, a direo superior competia, em honra da Santa Me de Deus, abadessa de Fontevraut. Certas abadessas eram respeitadas como eram respeitados os senhores, administravam vastos territrios como aldeias, parquias. A abadessa Helosa, do mosteiro Parclito, em meados do sculo XII, recebia o dzimo de uma vinha, tinha direito a foros sobre feno ou trigo, e explorava granjas.Na idade Mdia havia religiosas muito instrudas, a mais conhecida enciclopdia do sculo XII da autoria da abadessa Herrade de Landsberg; tem por ttulo: "Hortus deliciarum" ( jardim de delcias) e nela os eruditos obtinham os ensinamentos mais corretos sobre o avano das tcnicas em sua poca. Pode-se dizer o mesmo com respeito s obras de Santa Hildegardes de Bingen. Outra monja, Gertrudes de Helfta, no sculo XIII conta-nos como se sentiu ao passar do estado de "gramaticista" ao de "teloga!".Na Idade Mdia as mulheres participavam das funes pblicas em diversos pases. Por exemplo, as mulheres votavam. Por ocasio dos Estados Gerais de 1308 as mulheres so citadas explicitamente entre as votantes em diversas partes do territrio francs. Foi somente no fim do sculo XVI, por um decreto do Parlamento Francs de 1593, que a mulher foi explicitamente afastada das funes pblicas daquele pas. No sculo XIX, mediante o Cdigo de Napoleo, que a mulher foi novamente desvalorizada e deixou de ser reconhecida como senhora dos seus prprios bens e passou a exercer papel inferior. Nos arquivos medievais l-se diversas vezes o caso de mulher casada que agia por conta prpria, abrindo, por exemplo, um aloja comercial, sem precisar, para isto, da autorizao do marido. Os registros de Paris datados do sculo VIII apresentam mulheres mdicas, professoras, boticrias, tintureiras, copistas, miniaturistas, encadernadoras, etc.Mais do que lutar contra a violncia da poca, a Igreja se dedicou implantar no corao daquela gente rude, o amor. A influncia da Igreja fez respeitar os direitos da mulher, outrora indefesa diante da brutalidade masculina. O xito dos mosteiros femininos mostra o quanto a pureza feminina era admirada. As jovens e vives eram protegidas; aquele que raptasse uma jovem ficava proibido de casar com ela e era punido. Os conclios catlicos condenaram muitas vezes o repdio das esposas por simples caprichos dos maridos e, em alguns lugares eram excomungados os juzes que praticassem injustia contra mulheres. Este cuidado do catolicismo com a famlia promoveu a mulher, algo que no aconteceu na ndia, China, ou no islamismo.