A4_Material Luis Cernuda

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    1/16

    ROBERT  BROWNING

    LA camisa del homb re

      fe l iz

      (aunque en la historieta

      éste

      i m i

    camisa) bien pudo ser una de Robert  Browning.  N o es que en ll

    de

      Browning

      (1812-1889)

     dejara de

      haber sinsabores,

      naturalmi

    sino que

      pocas veces

      se

      e n c o n t r a r á

      en la historia de un |

    conjunto de circunstancias afortunadas. Ser

      fe l iz ,

      saber  ser l i li

    para  Browning  un a

      v i r t u d ,

      y

     acaso

      la más alta. Nacido de

      unos

      p

    excepcionalmente comprensivos *, la  familia  pudo ser para él,  il

    trario de lo que

      suele

      ocurrir en la  familia  de los

      poetas,

      y h  i I

    la   de los que no lo son, un verdad ero hoga r, dond e to do se

      c o n i i 11

    en la misma

      dirección

      de su

      espíri tu

      y le ayu dab a a crecer y a  existll

    una  a tmós fe ra  propici a. Educado en su

      casa,

      se  l ibró  de esa expt i

    ci a

      (penosa,

      s egún

      parece)

      de la

      public school;

     y

      puesto

      que la

      rel i

    no conformista en que se

      f o r m ó ,  aunque

      protes tant e, no era la olí

    *  No  s ó l o  comprensivos, sino aficionados al arte y, por tanto, bien preditD

    para  las inclinaciones futuras del poeta. Se dice que la nana con la  cual  su

    a d o r m e c í a  era una oda de Anacreonte, adaptada  a n a c r ó n i c a m e n t e  a un aire ni

    moderno. La  s i m p a t í a  y  c o m p r e n s i ó n  paternas  l l e g a r á n  h asta costear las edicinnra

    meras de Browning, con la

      e x c e p c i ó n

      de  Pauline

      ( 1 8 3 3 ) ,

      desde  Paracelsus  (183.'))

    ú l t i m a

      entrega de  Bills and Pomcgranates

      ( 1 8 4 6 ) ,

      si n que pudiera recuper ar el dinero,

    todo  o en parte, ya que los libros no se

      v e n d í a n .

    ^gUiumiento

      poético

      en la

      líric

    inglesa

    393

    l l

      I t.tclo,

      las universidades de  Oxford  y Cambridge (con su condi-

    « i  i n . i s e r  admi ti do en ellas, de suscribi r a los treinta y nueve

    p i l i u l . r ,

      de fe religiosa anglicana) le

      estaban cerradas

      *. Mas cuando

    •  l i i n  t i b i ó  en la nueva Uni versi ty of Lon don , a cuya

      fundac ión

      su

    • t l i i  h a b í a  contr ibui do con algunos fondos,

      apenas  comenzados

      al -

    • ni

     sos en el la, los

      a b a n d o n ó ,

      sin que recibiera las recriminacio-

      i

      * I  liares

      acostumbradas

      en

      casos

      tales.

    Su luí mac ión  y  e d u c a c i ó n  fueron  pues

      enteramente

      libres: la bi-

    t . i i i  .i

      paterna, que

      c o m p r e n d í a  unos seis

      mi l

      v o l ú m e n e s ,

      estuvo a

    ti l  d e p o s i c i ó n ,

      ayudada por los

      maestros

      que en disciplinas varias le

    liiiln

      ni

     puesto

      sus  padres

      desde

      la

      n i ñ e z :

      lenguas, tanto  francés  como

    H   .  mús ica  **, baile, canto,  e q u i t a c i ó n ,  boxeo, esgrima, y  aunque

    helios estudios no figurasen los de  l a t í n ,  griego y hebreo,  estas

    r  llegó  Browning  a  poseerlas  más tarde. Él mismo  di r í a  de esa

    W i  l í o s . i

      libertad formativa:

      « o r

      la indulgencia de mis

      padres

      se me

    lió

      v i v i r

      mi vida propia y

      escoger

      mi camino... lo cual...

      requer í a

    para leer toda

      clase

      de libros en una biblioteca bien provista

    > litada. No

      tenía

      otra directiva que el

      susto

      de mis

      padres

      hacia

    M t l n  . iquello que fuera de lo má s elevado y mejor en liter atur a. Pronto

    rnntrc muchos

      campos

      olvidados que resultaron los más

      r i c o s » .

      Es

    r i l a d ,

      y ah í entra ot ra vez enju ego el destino afort unado de nuestro

    i i

      que esa toler anci a peli grosa fue en su  caso  merecida y

      j u s t i f i -

      \. t  que tan bien

      supo

      aprovecharla en su propio beneficio.

    I ule

      importante en su  libre

      formac ión

      i n f a n t i l

      y

      adolescente

      la

    l l I V o  el

      museo

      de

      D u l w i c h

      (anterior a cualquier otro

      museo  i n g l é s ,

    i

      luso

      la National

     Gallery),

      a una

      escasa

      media hora de

      paseo desde

    i i  en Camberwell, y  ante  cuyos lienzos (de  M u r i l l o ,  de Poussin,

    W.itteau,

      entre otros)

      i r í a formándos e

      el gusto y el conocimiento

    co del poeta, que

      tantas

      veces

      h a b r í a

      de  utilizar  el

      arte

      de la

    •  En Cambridge

      p o d í a

      admit irse a los no conformist as, pero no se les

      c o n f i r i ó

    l í o s  universi tarios sino a  partir  de 1854.

    I  ii día

      r e c o n o c e r í a : « E s t u d i é

      la

      g r a m á t i c a

      de la

      m ú s i c a

      cuando la

      m a y o r í a

      de los

    siudian  la tabla de  m u l t i p l i c a r » .

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    2/16

    394

    Luis   Ce  i n a  ./1

    pintura  y la  vida  de los pinto res renacentist as ital ianos como tema di

    sus poemas. En cuant o a libro s cuya lec tura pud o dejar hue lla ti m

    prana en él, suelen indicarse  é s t o s : G é r a r d  de Lairesse,

      The Arl

    Painting  (ta nto por el texto como por los  grabados  numerosos qm lil

    i lustraban),  obra que no

      s ó l o

      le entera de

      é p o c a s  pasadas,

      sino qm

    a d e m á s

      le da

      i n f o r m a c i ó n

      preciosa para sus

      temas

      p o é t i c o s fu t i i r o n ¡

    Wanley,  W o n d e r s  of  Ihe   l i tt le World ,  tratado  a n e c d ó t i c o  sobre los  seiri

    humanos; y la  Biograp hie Universelle,   en cuyos cincuenta

      v o l ú m e n e s

      luí

    H a r í a  por vez primera a muchos de sus  personajes  p o é t i c o s .  A uno di

    é s t o s ,  Sordello, lo  e n c o n t r a r í a  en Dante, que  l e í a  en  italiano.  Así ad

    q u i r i ó ,  sobre todo en  obras  h i s t ó r i c a s ,  sus conocimientos tan vario

    desarrollando,  acaso  inconscientemente, aquella tendencia suya hai i |

    la   exactitud  informativa  c ombina da con el poder imagi nati vo. Y i

    hemos mencionado tales lecturas infantiles no es por la importam

     1 1

    relativa

      (literaria

      o  h i s t ó r i c a )  que tengan, sino porque ellas nos muí

    t ran  cuan temprano surge en  B r o w n i n g  su  i n t e r é s  hacia los seres

      hi i in . i

    nos;  i n t e r é s  que se  a l i a r á  más tarde a su capacidad de  u n i ó n  con lo qtü

    le  atrae  o con lo que ama:  « N e c e s i d a d  de fundirse con  cada  ene.

    exter no, / De enterrarse ellos mismos, enter o el

      c o r a z ó n

      amplio \

      1

    1

    l í e n t e ,  / En algo que no es ellos: han de pe rtenecer a lo que  a d o r a n »  '

    Tres viajes breves, uno a Rusia (1833),  a c o m p a ñ a n d o  al  c ó n s u l  di

    Rusia en Londres, otro a

      I t a l i a

      (1834), para documentarse  acerca  de I

    *  De ahí, de ambas cualidades en Browning, la  s i m p a t í a  y la  a d m i r a c i ó n  que dt

    p e r t ó  en  A n d r é  Gide:  « N i n g u n o  como Browning  pone  enjuego,  p a r a  nuestro  a s e n t í

    miento, las posibilidades

      m ú l t i p l e s

      de la nobleza humana y, lo que equivale a lo niisnm,

    de la

      a l e g r í a .

      Su

      p r i s m á t i c o

      universo interior deja, a cada uno de los seres que

      c r e ó

      -«>

    parte de rayos multicolores, de cuyo haz se

      f o r m a r á

      Dios. A cada uno le

      c o n c e d í

      11

    m á x i m o  de posibilidades, el  m á x i m o  de  r a z ó n  de ser y  j u s t i f i c a c i ó n ,  y Dios se diversifll I

    s e g ú n  el inulto de vista de cada uno. Nunc a le faltan argumentos; pero  é s t o s  sol I M

    v á l i d o s p a r a  aque llas de sus criatu ras que los emplean, y  d e s p u é s  de  todo  no tienen

    otra  s i g n i f i c a c i ó n

      que la

      p s i c o l ó g i c a .

      Sentimos

      c ó m o

      se  maravilla  ante semeja nte divt I

    sidad;

      din amos un naturalis ta-poet a que toma cada alma , una tras otra, y trata 'li

    m i r a r ,

      a

      t r a v é s

      de ella, lo que

      p a r a

      el la resulta la faz de Dios. La obra

      c u t c i . i

    de Browning: Dios visto a  t r a v é s  de las almas.  C a d a  una,  s e g ú n  su  í n d i c e ,  no  r e f r i l  i i

    sino algunos colores del rayo  l u m i n o s o »  [Journal...,  I8&M939, pá g. 1.306)-.

    / ni  Sarniento

      poético

      en la  l í r ica ingl e sa

    395

    poema  Sorde llo,  má s otro segundo viaje a  I t a l i a ,  diez  a ñ o s d e s p u é s

    til  I  primero, y luego el casamiento (que casi  nada  presagiaba  h a b í a  de

    ei  lan  fe l iz )  con Elisabeth Barret.  É s t a ,  algunos  a ñ o s  mayor que él,

    delicada y enfermiza  hasta  el punto de  v i v i r  recluida en su  h a b i t a c i ó n ,

    poeta  t a m b i é n ,  y más apreciada  entonces  por el  p ú b l i c o  que el

    propio

      B r o w n i n g .

      Y

      tras

      su casami ento los quinc e

      a ñ o s

      de residencia

     11

      I t a l i a ,  de 1846 a 1861, cua ndo mue re su muj er y  regresa  a Londres,

    . H i n q u e  ocasionalmente vuelva a  I t a l i a  durante no pocos veranos. El

    sinsabor más  penoso  que podemos entrever en la  vida  de

      B r o w n i n g ,

    ilutante

      esos  a ñ o s ,  acaso  sea la  d i f i c u l t a d  con la cual el  p ú b l i c o r e c i b í a

    ii s  obras. De ahí algunas de sus palabras  i r ó n i c a s  con respecto a

    micos y lectores: «La incapacidad de la boca humana para otra

      cosa

    i | i ic  no sea croar o  s i l b a r » .

    Su   primera obra  p o é t i c a ,  Pauline ,  a  j ragment  of a  Confession,  t e r m i -

      nía a los 21  a ñ o s ,

      aparece

      a n ó n i m a .  Comentando dicha obra, John

    Stuart  M i l i  escribe algo que

      h a b í a

      de herir a

      B r o w n i n g :

      el auto r del

    poema

      « e s t a b a p o s e í d o

      por una consciencia má s intensa y

      m ó r b i d a

    que la observable en cualquier criatura  s a n a » .  Pero si  B r o w n i n g  re

    niega esa obra  j u v e n i l  *, no es, probablemente, por  r e a c c i ó n  frente a

    l a c r í t i c a  de Stuart

      M i l i ,

      ya que durante los treinta  a ñ o s  siguientes

    Iba  a escribir en el mismo tono, y  hasta  a agravarlo, sino porque en

    ese poema primero, contra su  p r o p ó s i t o

      literario

      ulterior,  h a b í a  algo

    A u t o b i o g r á f i c o .  Su  i n t e n c i ó n  al tiempo de escribirlo era  u t i l i z a r  todas

    l .i s  artes  como terreno de trabajo, y ser en  s u c e s i ó n  un poeta, un

    novelista,

      un compositor, etc., publicando sus  obras  a n ó n i m a s  o bajo

    s e u d ó n i m o ;  pero  s ó l o  Pauline  « o b r a  primera del poeta en aquel  h a z » ,

    fue   la que  l l e g ó  a ver la luz, y así era «el  ú n i c o  tosco brote del hermoso

    ii   bol de la  vida  en tal  l i m b o p a r a d i s í a c o m í o » .

    L a  novedad de la  p o s ic i ó n p o é t i c a  de  B r o w n i n g e s t á  indicada por él

    *

      Aunque su autor la reniegue, la obra contiene ya  estos  versos reveladores de una

    .uti tud huma na constante en Browning: «No puedo atar mi

      e s p í r i t u ,

      pues no des-

    • M i s a r í a  / E n su  c á r c e l  de  barro,  en esa estrecha  a t m ó s f e r a ;  / Tiene impulsos  e x t r a ñ o s ,

    tendencias y  deseos  / Que en

      modo

      alguno entiendo, explico / O puedo ahogar, movido

    como  estoy  a confiar / Lo mismo en  todo  sentimiento, oír los pareceres

      t o d o s » .

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    3/16

    396

    Luis

      Cer n

      iid.i

    mismo en el  p r ó l o g o  a la  e d i c i ó n  primera de  Pa ra ce l sus  (1835),  su obfg

    siguiente,  p r ó l o g o  que luego  s u p r i m i ó : « D e s e o  que el lector no se rqm

    voque  acerca  de mi trabajo, al comienzo mismo de

      é s t e , j u z g á n d o l e

    de una  clase  con la que  nada  tiene de  c o m ú n ,  por pri ncipi os en  flj

    que nunca se  i n f o r m ó  y  s e g ú n  un modelo al cual nunca  t r a t ó  de con

    formarse. Voy por lo tanto a anticiparle el descubrimiento de que al

    u n  intento, probablemente más nuevo que  fe l iz ,  de

      invertir

      el  m é t o d o

    usualmente adoptado por aquellos escritores cuyo  p r o p ó s i t o  es exp|

    ner por medio de ciertos  personajes  y acontecimientos,  a l g ú n f e n ó n i r

    no de la mente o de las pasiones; y a que, en luga r de rec urr ir a una ma

    quinaria

      externa de incidentes, para crear y desenvolver la crisis que de

    seo producir, me he aventurado a presentar,  un tanto minuciosamente,

    el  temple de la misma  desde  su nacimiento y desarrollo, y he tolerad

    que el  agente  que la influen cia y determi na sea perceptibl e, en general,

    s ó l o  por sus efectos, y de un modo por completo subordinado, si no

    excluido,  y por una

      r a z ó n : t r a t é

      de escribir un poema, no un

      d r a m a » .

    A h í  tenemos ejemplo de una de las dificultades que pueden

      hall.n

    ciertos lectores  ante  la  p o e s í a  de

      Browning:

      esta  p o e s í a  funde lo  l í r i c o

    c o n  lo  d r a m á t i c o ,  entendiendo lo de  d r a m á t i c o  no  s ó l o  en la  a c e p c i ó n

    corriente

      del

      t é r m i n o

      (ya que en la obr a de  Browning  hay no  pocas

    obras  d r a m á t i c a s ) ,  sino en un sentido más especial: para nuestro poe

    ta, en general, la  p o e s í a  parece  by-product  de una  s i t u a c i ó n  o

      conflicto

    d r a m á t i c o

      y,  dada  su preferencia por lo impersonal,  expresada  a tra

    v é s  de un personaje o, má s rara ment e, de varios personajes. Es decir,

    que su  p o e s í a  adopta la forma de un  m o n ó l o g o d r a m á t i c o  *, en el cua l

    *  Él mismo dice de su  p o e s í a : « S i e m p r e d r a m á t i c a  en princi pio, con tantos  parla

    mentos de personajes imaginarios, no

      m í o s » .

      Ese impulso

      d u r ó

      toda su vida: los  Dra-

    matic Poems

      ( 1 8 4 2 )

      fueron  seguidos  de los  Dramatic

      Penóme  ( 1 8 6 4 )

      y de los  Dramatic  ldylls

    ( 1 8 7 8 - 1 8 8 0 ) .   Pauline  es un  m o n ó l o g o d r a m á t i c o ,  y a  Paracelsus  el propio autor le  l l a m ó

    dramatic

      poem.  Strafford su obra tercera, es un drama representable.  S ó l o  Sordello  toma,

    a

      despecho del autor, forma  narrativa,  aunque a veces caiga en el

      m o n ó l o g o d r a m á t i c o .

    Debe reconocerse, sin embargo, que Bro wnin g se

      e x c e d i ó

      en el uso del calificativo

    « d r a m á t i c o » ,   exceso  justi ficab le, dado el temor que  s e n t í a  a que  c r í t i c o s  y lectores

    atribuyesen al autor las opiniones y sentimientos expresados por sus caracteres.

    pensamiento poé tico

      en la

      l írica   inglesa

    397

    Motivos  é t i c o s , p s i c o l ó g i c o s  y subconscientes t ornasolan la forma  poe

    ma, y el efecto se obtiene por  c o n c e n t r a c i ó n  y renuncia a los orna

    mentos. Dicha forma del  m o n ó l o g o d r a m á t i c o ,  que en

      The

      Ring

      and the

    linnk

      (1868-1869)

      h a b í a  de alcanzar  p e r f e c c i ó n  i nigua lable , es tanto

    instrumento de  sondeo  p s i c o l ó g i c o  como manera de prese ntar al lecto r

    lodos los  aspectos  e interpretaciones posibles de la  a c c i ó n  misma que

    es tema del poema.

    E l  tema de  Paracelsus,  aunqu e sugerido por un amig o, el conde

    A m é d é e  de Rip ert -Mon tcl ar, a quien el poema va dedicado, nos indica

    e l a f á n  que  m o v í a  al poeta,  a f á n  de conocimiento,  a m b i c i ó n  y supre

    m a c í a  intelectual. La  c o n f e s i ó n  de  Paracelso  al

      morir  parece

      c o n f e s i ó n

    l l  propio autor: que el amor es instrumento de conocimiento y la

    inteligencia  instrumento del amor. Y es que en la  p o e s í a  de

      Browning,

    cuyos

      temas

      son tan variados, hay uno que suscita siempre su plem-

    l u d :  el amor, entendiendo ahí el amor en un sentido  c ó s m i c o .  Dicha

    resonancia especial del tema amoroso no reduce, sin embargo, la va

    riedad

      de la obra, ya que

      apenas

      hay

      i n c l i n a c i ó n

      ni

      p a s i ó n

      humanas

    i  las que dejara de dar  e x p r e s i ó n .  Tanto en  Paracelsus,  su obra segun

    da, como en la anterior,

      Browning,

      antes

      que expresar un  c a r á c t e r ,  lo

    analiza en  a c c i ó n ;

      ambas

      obras  son confesionales, y en la  segunda,

    sobre todo, el lenguaje y la actitud parecen  adecuados  a quien explora

    el  mundo del pensamiento abstracto, con un acento que no

      sabemos

    s i s e r í a l e g í t i m o  confundir con el personal del poeta, y

      acaso

      un eco

    de la  f i l o s o f í a p a n t e í s t a  alemana, aunque

      Browning

      c u i d ó  de aclarar

    que no  t e n í a  conocimiento de la misma *.

    Sorde llo

      (1840),

      su obra tercera, es, como  Pauline ,  la histo ria de un

    alma, y tiene de

      c o m ú n

      con las dos anteriores el ser

      m a n i f e s t a c i ó n

      de

    unas

      ambiciones espirituales conscientes, de las  cuales  hallamos ejem

    pl o  en la historia. En el prefacio a la  r e e d i c i ó n  de  Sorde llo,  en

      1863,

    *

      No se  debe  estimar, de eso, que a Browning no le interesara la

      filosofía.

      En cierta

    o c a s i ó n

      escribe: «El orden justo de las cosas:

      filosofía

      primero y

      p o e s í a ,

      que es su

    consecuencia más elevada,  d e s p u é s ;  y mucho  d a ñ o  se ha hecho al inverti r dicho proceso

    n a t u r a l »

      ( carta al profesor

      Knight,

      11 ju ni o 1889).

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    4/16

    398

    Luis  Ce

      >

     a a i

    Browning  dice que el acento, al escrib ir tal obra,  «recaía  en loa  indi

    dentes  del desenvolvi miento de un alm a, ya que muy pocas otra]

    cosas,  según creía,  valen la pena de  estudiarse».  En cua nto exp H

    moral,

      evidentemente, es un avance con respecto a  Pauline ,  y su p |

    arniento  está  formulado  con  claridad  ma yo r que en los poema >>

    tenores. El uso frecuente de la palabra  voluntad,  en sentido  filosólii  Q

    parecería  indicar,  otra vez,  a lgún  contacto con la  metafísica  a l c i n

    . in . i

    contemporánea,  aunque  Browning, según dijo,  no  sólo  no  conocía  I

    filosofía  alemana, sino que ni siquie ra  conocía  la resonancia que m •

    ésta  en la obra de Coleridge. Las obras siguientes de  Browning  dejl

    rá n  de tener

      ecos

      autobiográficos  y  estarán  inspiradas por una

      varil

    dad  de motivos conscientes, pero ya no

      dirigidos

      por aquella  antigU  |

    voluntad

      auto centrada y auto dirigente. Con  Sorde llo  termin a la  etattj

    primera  en el  ciclo  de la obra de  Browning.

    La  seg unda etapa, m ás plena, comienza con  P ippa Passes  (1841)

    donde dra mat iza un tema que toca ba ciertas creencias centrales di I

    poeta: los

      seres

      humanos

      están

      entrelazados de manera tan

      sutil,

      qm

    hasta las palabras m ás livianas pueden tener cierta  repercusión

      en

      l |

    estructura

      moral

      del mundo; el  estribillo  tan conocido de la  c a i u  mu

    de Pippa (que parece expresar aquel  optimismo  fundamental de

      Brovi

    ning), «Dios está  en su

      cielo.

      / Y mar cha  bien  el  mundo» ,  pareo

    indicarnos  cómo,  bajo un

      Dios

      omnipotente y  benévolo,  todo (al mi

    nos en sentido  cósmico)  resulta jus to y aprop iado, y si alg una  ftus

    tración  humana ocurre, a  ello  responde el poeta en otra  ocasión:  «l„ i

    mira

      de un hombre  debe  exceder su alcance, / Si no,  ¿para  q u é  c s u

    el cielo?»,  tema que tantos poemas suyos  ha bría n  de tocar una y oh

    .i

    vez.

    No

      es

      Browning

      escritor que guste de

      confiar

      al papel, directanun

    te y en nombre  propio,  sus reflexiones personales, de ahí que no

     nos

    dé  opiniones sobre la  poesía  y la  función  de l poeta; en sus cartas

    mismas es extremadamente reticente y resulta raro que nos   permití

    alguna  vislumbre  inmediata de sus propios pensamientos. No obstan

    te,  es posible espigar en sus escritos, aquí o  allá,  algunas palabras

    interesantes para nuestro  propósito;  por ejemplo, en carta a Elisabeth

    I

    <  n s amiento poéti co   en la   lírica   inglesa

    399

    l l   ret, cuando a ú n eran novios, escribe acerca de

      su s

     poemas:  «Meros

    •  ..ipes de mi poder  interior,  como la luz  giratoria  de  u n faro que

    ln i \<

      a

      intervalos de una abertura  estrecha».  Sobre la  función poéti ca:

    l

      i

      entera

      función

      del poeta  es contemplar con entendimient o el

      uni

    verso, la naturaleza y el hombre,

      en su

     estado  presente de  perfección

    n  imperfección»,  lo cual concuerda, como veremos más adelante, con

    l i   asunción  de que  Browning  era  u n poeta  objetivo.  E n efecto,  según

    el,  un poeta  no

     podía

      expresarse con  libertad  a  menos que  se  la ga-

      ni izara cierta  ficción  de impersonali dad; claro que

      en su

     caso  tal

    ftceión  conlleva  siempre cierta parte de verdad, introduciendo

      en su

    ulna  la alianza entre verdad y  fantasía,  sin la cual el cont orno

      f i j o

      de

    una experiencia  no puede plasmarse  en

     forma

      poética.  D e ah í  s u pre

    tensión  cuando los otros juzgaban

      s u

     obra,

      a

      que reconocieran

      en ella

    r l

      juego  l ibre  de la  ima gina c ión  creadora, ya que la  poesía  consiste

    el  ejercicio  de  aquélla.

    Doctrina

      fundamental  en Browning  era  también  la de la

      libertad

    para el desarrollo

      individual

      (de acuerdo con las creencias

      filosóficas

    v

      políticas  inglesas dominantes

      en su

      época,  procedentes de la ideo

    logía  benthamita, con

      s u

      conciliación parad ójica  entre hedonismo y

    altruismo),

      suprimiendo cualquier barrera que coartara tal desarrollo;

    posición  que expresa

      en un

     poema suyo «W hy  I

      am

     a Liberal»  *:  «Porque

    .naso  todo lo que puedo y hago, / Todo lo que ahora soy, lo que

    espero ser, /

      ¿ De

     dónde  viene, excepto de la suerte que

      libera

      / A

    cuerpo y alma, para seguir aquel  e mpe ño  / Que para ambos

      Dios

    trazara?»  Con otras palabras corrobora y aclara eso mismo:

     « N o

      pido

    l ú e

      se me revele por compl eto la verdad, l o cual

      sería

      contrario a la

    ley  de las  cosas,  aplicable lo mismo al cuerpo que al alma; la cual

    (ley)

      es

     q ue

      sólo

      por el esfuerzo para obtener,

      en un

     caso, poder , y

    en

      otro,

      verdad, los obtienen el cuerpo y el alma. El esfuerzo,  común

    ambos, produce  en cada  caso  la  iniciativa  necesaria para una satis

    facción  que resulta del  éxito

      parcial,

      pues  el absoluto  sólo  lo consigue

    *

      L a

      palabra «liber al»

      no debe entenderse ahí como

      ligada

      a la

      intención

      ni a la

    n ion de un  partido  político.

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    5/16

    400

    Luis

      C e r n u d n

    el

      cuerpo en su

      virilidad

      plena, y el alma en la

      comprensión

      plena di

    la

      verdad, lo cual, en todo

      caso,

      no ha de  ocurrir  aquí».

      Brownin".

    como Lessing,

      parece

      haber pr eferid o que Dios le dejara esforzarse

    poco a poco en busca de la verdad, no que

      ésta

      le fuera regalada di

    una vez.

    La

      obra de

      Browning

      (como ya

      dijimos),

      aun en sus

      años

      maduros,

    fue

      de

      comprensión

      y

      asimilación

      lentas por parte del

      público.  Casado

    y  viviendo  en

      Italia,

      los versos de su mujer eran

      bastante

      más cono

    cidos y estimados que los suyos, de lo cual él era el primero en

      regó

    cijarse. Los admiradores comienzan a surgir en

      Estados

      Unidos, y

      sólo

    con

      la

      publicación

      de

      Men and

      W o m e n   (1855)  va

      despertándose

      la aten

    ción

      del

      público británico,

      la cual, en los

      años

      de viudez de  Browning

    habría

      de

      desbordarse

      en homenajes y honores. Fueron los prerrafae

    litas

      los prim eros en reconocer la imp ort anci a de su obra , acogi endo

    con

      entusiasmo la

      publicación

      de

      Men and

      W o m e n ;  Dante Gabri el Ros-

    setti

      elogia el

      libro

      a

      Y V i l l i a m  Morris

      y a Burne-Jones. En cuanto a lo

    que el propio

      Browning

      pensara acerca

      de tal

      vo lte-face

      del

      público,

    citaremos

      estas

      palabras:

      «Contemplo

      mis deficiencias con

      bástanle

    pena...

      Pero

      sólo sentiría

      desconcierto y

      aprensión

      cuando el

      público

    y

      los  críticos  comenzaran todos a comprenderme y a aprobarme... La

    tarea del poeta tiene que ver con  Dios,  al que  debe  dar cuenta y el

    que es su  recompensa».

    En

      excusa de la

      incomprensión

      de l

      público

      (si fuera necesario  ex

    cusar

      de eso al

      público)  debe

      recordarse que la

      poesía

      de

      Browning

    estuvo en sus comienzos, y no queda luego enteramente exenta, bajo

    el

      anatema  de oscuridad; oscuridad que

      parece

      tant o de pen samiento

    (en  Browning

      en extremo

      sutil

      e intrincado) como de

      expresión

      (siem

    pre algo tortuosa en nuestro poeta),  dá ndonos  ambos la  impresión  de

    ir  impulsados hacia adelante, sin cuidarse el autor de ser o no ser

    entendido. Swinburne

      dijo

      de él:

      «Siempre

      piensa a toda prisa, y la

    marcha de su pensamiento, comparada con la de otro hombre, es

    como la marcha del tren comparada con la de una carreta, o la del

    telégrafo

      comparada con la del

      tren».

      Lo cual

      parece

      corroborar

    Browning  al escribir: «La inteligencia, por sí misma,  apenas  es  cosa

    P e n s a m i e n t o p o é t i c o   en la   lírica

      inglesa

    401

    adecuada

      frente a un  l ibro  nuevo. Como dice Wordsworth (algo  al te

    lado),

      "debéis

      gustar de él (el

      l ibro

      nuevo)

      antes

      de que mere zca ese

    i n s t o

      vuest ro.. ." Creo que mi obra ha sido, en general, demasiad o

    i l i l i i

      il

      para muchos con los que me hubiera gustado comunicarme;

    pero nunca me pro puse equ ivocar a la gente, como suponen algunos

    uticos. Por otra parte, tampoco me propuse nunca ofrecer una

      lite-

    iaiura

      que sustituyese, para el hombre ocioso, al puro y al  dominó;

    así

      que, en

      conclusión, quizá

      tuve lo que

      merecía,

      y aú n algo más, y

    a no una muchedumbre de lectores, unos cuantos, lo cual estimo

    mejor».

    En

      cuanto poeta

      parece

      que le guiaba  esta

      convicción:

      si

      según

      él,

    ionio  ya indicamos

      antes,

      nada  im por ta tanto como la histo ria de un

    alma, de ahí que las circunstan cias y

      actos

      externos

      sólo

      entren en su

    reación poética

      en tanto que

      sean

      condiciones o incidentes del  caso

    psicológico

      en

      cuestión.

      Su

      imaginación  buscaba

      primero los materia

    les dentro de ella misma, pero luego los

      buscaría

      en el mundo de

    •fuera, entre los hombres y las mujeres *, y

      entonces

      es cuando se

    revela plenamente la fuerza

      poética

      de  Browning,  al ocuparse  de  aque

    llas otras regiones, no menos misteriosas, de las

      pasiones

      humanas.

    nas

      veces

      la

      emoción

      comienza realizando el trabajo del pensamien

    to,  como ocurre en

      «Saúl»;

      otras el pensamiento

      acaba

      por analizar el

    trabajo

      de la

      emoción,

      como en

      «Fifine

      at the

      Fair»

      * *; aunque, en oca

    siones, ambos,

      emoción

      y pensamiento, se combinen entre sí  o  alter

    nen con intensidad proporcionada, como ocurre en

      «Bishop

      Blougram's

    Apology»

      o «Mr. Sludge, the

      Médium».

      Y si en los  Drama tic Idyl ls

      añade

    browning  ciertos incident es poderosos de por sí y

      además  adecuados

      al

    desarrollo

      del poema, fue porque

      pensaba

      que

      sólo

      en

      proporción

      a

    tal adecuación resultaría

      propia de la

      poesía

      un a

      situación

      extraordi-

    *  Cuando  le interrogaron:

     «Siente

      gran  amor por la  naturaleza,  ¿no es

      verdad?»,

    Kiponde:

      «Sí, pero lo siento mayor por los hombres y las

     mujeres».

    **   Respect o a ese poema  observó:  «Lo más inelalisico v osado que lie escrito des

     u é de  Sordello-».  Opin ió n  que  corrobora Swinburne:  «Es mucho mejor que todo lo que

    ha escrito».

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    6/16

    402

    Luis

      C

      ernuda

    naria; en cambio, si el

      interés

      de la

      acción

      se agotaba con los  hechos

    exteriores, era

      adecuada

      para el cronista, no para el poeta.

    Lo

      importante en él no son tanto sus creencias o sus  ideas  como

    su peculiar sensibilidad creadora  ante  la

      vida,

      así como la

      perfección

    que dio a su forma  literaria  predilecta: el

      monólogo dr amático.

    Browning  creó

      dos

      clases

      princip ales de caracteres, unos procedentes

    de su

      imaginación

      y otros procedentes de la historia, aunque no dejara de

    dar a los primeros la  libertad  de moverse conform e a sus tendencias

    propias. Eso corrobora otra vez la  aserción  de que  Browning  era un

    poeta  objetivo;  sin embargo, aunque la forma del

      monólogo dramáti

    co,

      a

      través

      de la cual nos hablan sus caracteres,

      parece

      garantizar la

    objetividad,  no es raro que el autor  aparezca  de pronto,

      a quí

      o

      allá,

    en las palabr as de los personajes, por

      históricos

      qu e

      éstos  sean.

      Lo

    cual no excluye que sus  poemas  mejores, los breves sobre todo,  sean

    en efecto objetivos. Ya  dijimos  que con  The  R ing   and the  B o o k  se

    cierra en  1869  el

      período

      central en la obra de  Browning,  cuyo

      cénit

    marca juntamente con

      Men and

      W o m e n .

      The

      R ing

      and the

     B o o k

      contiene

    una historia que,

      antes

      de

      utilizarla

      el poeta, la

      ofreció

      a una amiga

    novelista  (Miss Ogle),  para que

      ésta

      la aprovechara,  acaso  por creer

    tal

      historia más propia de un cronista que de un poeta, y

      sólo años

    después

      la emplea él, resul tando u na de las obras má s singul ares de

    la poesía

      inglesa.

    Browning

      halló

      un d ía , en un puesto de la plaza de San Loren zo,

    en Florencia, aquel

      l ibro

      encuadernado en pergamino que

      refería

      el

    caso

      Franceschini. Ese día mismo, sumido en la lectura del

      libro,

      le

    bastó

      para d omin ar la historia; pero

      habían

      de  pasar  cuatro

      años

    antes  de que comenzara a escribir el poema. Un proceso tan lento de

    incubación

      pudo dar a la obra esa fuerza extremada que

      posee

      la

    presentación

      de los personajes, aunqu e, como es natur al, sobre la ver

    da d  histórica  de  aquéllos  proyectara  Browning  su  imaginación  y sus

    recuerdos propios; y a  pesar  de su larga

      objeción

      a que lectores o

    críticos

      vier an en sus personajes elementos

      autobiográficos,

      Campo-

    sanchi ti ene algo del poeta, así como  Pompilia  algo de Elisabeth Barret

    Browning.

      Las dimensiones

      desmesuradas

      del

      libro

      le hacen, a

      pesar

    / ' i

      i i

    s a m i e n t o po ét ico

      en la

      lírica

      inglesa

    403

    de su

      interés psicológico

      y

      poético,

      interminable;

     sólo

      uno de los per

    sonajes,  Guido,  nos habla a

      través

      de 4.500 versos. Cada

      versión

      de

    la

      hist oria, repetidamente expuesta en forma de

      monólogo

      por todos

    los

      personajes, se ext iend e en

      círculos concéntricos,

      como el agua adon

    de se arroja una piedra, pero los  hechos  quedan transformados en

    cada  relato, con tal intensidad, que no

      sólo

      aparecen  ante  el lector los

    caractereres, sin o el mun do en que  viven.

    Tras

      The

      R ing

      and the

     B o o k  comienza el tercer y

      último período

      en

    rl   ciclo  de la obra de  Browning,  de  1868  a  1888,  durante el cual publica

    quince

      volúmenes

      má s, que aú n conti enen no pocos ejemplos de su

    asombrosa  vitalidad

      poética,

      como

      La

      Sais iaz  (1878)  y  Balaust ion s

      Ad-

    venture

      (1871).  Aquel

      perenne op ti mis mo suyo, que le llevab a a hacer

    de  la  felicidad  un a  virtud,  vuelve a exponerlo en  The two  P o e t s   of  Cro i -

    ñc,  donde declara que, en iguales condiciones, el poeta mayor

      será

    aquel que  lleve  un a  vida  m á s

      feliz,

      el que  triunfe  de modo más com

    pleto

      sobre el  sufrimiento,  tanto en el sentido humano como en el

    religioso.

      Op ti mis mo que alcanza en él

      hasta

      negar la muerte: «La

    muerte es  vida, igual  que nuestro cuerpo cotidiano,

      mome ntá ne a me n

    te muerto (en el

      sueño),

      no

      está

      por eso menos

      vivo,

      y recluta así

    nuevas  fuerzas para  existir.  Sin la muer te, que es la pal abra enlu tada

    y

      fúnebre

      con que designamos el cambio , gracias al cual crecemos, no

    habría prolongación  de eso que llamamos  vida...  Por lo que a mí

    atañe,  niego que la muerte sea el fin de

      todo».

    Aquella

      cuestión

      concerniente al poeta  objetivo  la trata  Browning

    ti )  un raro escrito en prosa sobre la

      poesía

      de Shelley, publica

    do en

      1852,

      sirviendo de prefacio a una

      colección

      de

      cartas

      (falsificadas,

    como luego se vio) del mismo.  Pues  que  Browning  era en extremo

    reticente  sobre sus opiniones propias,

      sólo

      ese estudio nos da alguna

    vislumbre  de lo que

      pensaba

      acerca  de la

      poesía

      y del poeta. Comien

    za ahí por indicar la importancia que tiene, para conocer al poeta, su

    biografía: «Sin

      duda que aceptamos con gusto la

      biografía

      de un poeta

    objetivo».

      Con lo cual nos introduce,  desde  la

      línea

      primera de su

    estudio, en la

      distinción,

      capital para su punto de vista, entre poeta

    objetivo  y poeta subjetivo. La tarea del primero es

      «reproducir

      las

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    7/16

    404

    uis   Cerniiil.i

    cosas

      exteriores (ya de los  f e n ó m e n o s  del universo  e s c é n i c o ,  ya

      de

      las

    acciones manifiestas del  c o r a z ó n  o cerebro humanos) con  re fe re™  I

    inmediata... a la mirada  c o m ú n  y a la  c o m p r e n s ió n  de los  d e m á s  seres

    a los que se presume  capaces  de  aceptar  ta l  r e p r o d u c c i ó n  y recibir (Ir

    ella  p r o v e c h o » .  Esa  r e p r o d u c c i ó n  se obtiene gracias a la doble facultad

    d el

      poeta de ver los objetos exteriores con claridad,

      amplitud

      y hon

    dura mayores de las que son posibles para la mente ordinaria, y, al

    mismo

      tiempo, poniendo en contacto su  s i m p a t í a  con aquella  cotti

    p r e n s i ó n  más reducida de dicha mente ordinaria, teniendo cuidado de

    no  a ñ a d i r  a tal  r e p r e s e n t a c i ó n  otros materiales sino los que  pueden

    combinarse en un todo  i n t e l i g i b l e .

    ¿ A q u i é n   habla ese

      tipo

      de

      poeta?

      «El auditorio de tal poeta m

    cluye

      no  s ó l o  aquellas inteligencias que, sin dicha asistencia del mis

    m o ,  no hubieran podido percibir el significado hondo de los objetos

    originales,  ni disfrutar de ellos, sino  t a m b i é n  aquellas almas  dotadas

    de cualidades  semejantes  a las del poeta, pero que, gracias a la repre

    s e n t a c i ó n

      que

      é s t e

      les ofrece, pueden en camina rse as í a la reali dad de

    donde dicha  r e p r e s en t a c i ó n  pr oviene , y corr obor ar sus impresiones

    de  cosas  ya conocidas u obtener otras  nuevas  de entre aquellas qur,

    en la variedad inagotable de la naturaleza, pudieran haber

      escapado

    a su

      a t e n c i ó n . »

      T a l

      tipo

      de poeta «es propia ment e el. .. hacedor, y la

    cosa

      hecha por él, su  p o e s í a ,  ha de ser necesar iamente sustan tiva,

    proyectada  desde  adentro de sí mismo y disti nta.. . Con respecto a tal

    poeta necesitamos sin duda una  b i o g r a f í a ,  para ver en retroceso  c ó m o

    r e u n i ó  durante su  vida  los materiales de su obra, la cual podemos así

    contemplar como un todo, examinando la manera que tuvo de elabo

    rar,  q u i z á  con dificultades y  o b s t á c u l o s ,  aquella obra que tan  f a m i l i a r

    es ya para nuestra  a d m i r a c i ó n ,  gracias a la  f a c i l i d a d  aparente  que le

    da el  é x it o » . B r o w n i n g  se plantea luego el probl ema insoluble de tra

    zar el  m ó v i l  que  l l e v ó  al poeta a crear su obra y entregarla a los otros,

    ¿ Q u é  fue lo que  d e t e r m i n ó  dicha obra?  « ¿ L a  delicia de un alma en su

    propia

      y ampl ia esfera de  v i s i ó n ,  satisfaciendo así un poder que  no

    puede  resistirse a la tarea, como el de los  d e m á s  hombres no  puede

    resistirse al  descanso?  ¿ Un sentido del deber o del amor , que le  m o v i ó

    l ensamiento  poético  en la  lírica  inglesa

    405

    a comunicar al  p ú b l i c o  sus

      sensaciones

      propias?  ¿ U n a s i m p a t í a  hu

    mana incontenible, que le  o b l i g ó  a exponer  ante  los otros su propia

    p r o v i s i ó n

      de conocimiento y de hermosura,

      a d e c u á n d o l a

      al alcance

    reducido de  a q u é l l o s ? »

    E n   cambio el poeta de la tendencia opuesta, el poeta subjetivo,

    « c o n p e r c e p c i ó n

      p lena de la naturale za y del hombr e.. . da forma a lo

    que percibe, pero no tanto con referencia a aquellos muchos que  e s t á n

    po r  debajo de él, como en referencia a  A q u e l  que  e s t á  por encima: a

    la

      intelig encia suprema que comprende las

      cosas

      todas  y constituye

    l a v i s i ó n ú l t i m a ,  siempre  deseable,  aunque parcialmente obtenida, para

    el  alma m isma del poeta. El poeta ve, no lo que lucha p or llegar a ser,

    sino lo que ve  Dios:  las  ideas  de  P l a t ó n ,  semillas de  c r e a c i ó n  que

    reposan ardientes en la mano  d i v i n a .  Este  poeta no se ocupa con las

    combinaciones de la humanidad en

      a c c i ó n ,

      sino con los elementos

    primarios

      de la misma, los  cuales busca  socavando  a l l í  donde  e s t á ,  en

    su propia alma, en cuanto  é s t a  es  reflejo  má s  p r ó x i m o  de aquel pen

    samiento absoluto,

      s e g ú n

      las intuiciones que

      desea

      percibir y expre

    s a r » .

      Dicho poeta no se ocupa «de la  a g r u p a c i ó n  pintoresca de los

    á r b o l e s

      del bosque, ni de sus  sacudidas tempestuosas,  sino de sus

    r a í c e s  y fibras  desnudas  sobre la cal y la piedra... Por eso es  ante  todo

    u n  viden te, má s que un hacedor, y lo que produ ce  antes  es una ema

    n a c i ó n   que una obra; la cual  e m a h a c i ó n  no  puede  considerarse  f á c i l

    mente como  a b s t r a c c i ó n  de su personalidad, sino como lo que en

    verdad es:

      i r r a d i a c i ó n ,

      aroma de su personalidad, proyectado y no

    separado

      de él. De ahí que, al  acercarnos  a su  p o e s í a ,  nos ace rquemos

    necesariamente a la personali dad del poeta...  Deseamos  conocerle, para

    amarle y comprenderle, y los lectores de su  p o e s í a  son  t a m b i é n  lecto

    res de su

      b i o g r a f í a » .

    E l  poeta objetivo  « p r e f i e r e  tratar de los  hechos  del hombre (resul

    tado de dicho trabajo, en su forma pura, es lo que llamamos  p o e s í a

    d r a m á t i c a ,  cuando se prescinde  hasta  de la  d e s c r i p c i ó n ,  en cuanto  é s t a

    s u g e r i r í a  alguien que describiese), en tanto que el poeta subjetivo,

    cuyo

      estudio es él mismo, al invocar a

      t r a v é s

      de sí al pens amient o

    d i v i n o  absoluto, prefiere  ocuparse  de aquellas apariencias  e s c é n i c a s

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    8/16

    406

    Luis

      Ce

      muda

    exteriores que, sin  i n t e r r u p c i ó n  y con mayor cont inui dad, atraen sus

    luces y facultades interiores, escogiendo entre ellas las que acallan a

    la

      tierra y al mar, y pueda as í oír mejor el latido de su

      c o r a z ó n

    i n d i v i d u a l ,  de jando las ruidosas, complejas e imperfectas manifesta

    ciones de la naturaleza... que  s ó l o  distraen y suprimen el trabajo de

    su cerebro. Tales tendencias contrarias del genio

      p o é t i c o

      se observan

    mejor

      en sus efectos  e s t é t i c o s ,  no en su fuente y  causa  moral;  llevadas

    a l  extremo, y manifiestas como deformidades, se observan netamente

    en todos los defectos de ambos tipos de  a r t i s t a » .

    Aunque  este  estudio que comen tamos fue escrito con referencia a

    l a p o e s í a

      de Shelley, es posible referir a la

      p o e s í a

      de  Browning  algo

    de lo que ahí dice.

      Browning,

      en efecto, nos  aparece,  s e g ú n  sus pro

    pias palabras, como poeta  objetivo,  como poeta que prefiere tratar

    « d e

      los  hechos  del

      h o m b r e » ,

      de cuyo tratamiento, en su forma pura,

    es resultado «lo que llamamos  p o e s í a d r a m á t i c a » ,  conjetura con

    firmada  po r  aquella constante  c o n t e n c i ó n  de

      Browning

      con los  c r í t i

    cos de que no

      d e b í a n

      tomar como

      e x p r e s i ó n

      suya lo que

      d e c í a n

      sus

    personajes  p o é t i c o s , « p a r l a m e n t o s  de  personajes  imaginarios, no

    m í o s » .

    « R e s p e c t o  a la  o p e r a c i ó n  de

      ambas

      clases  de poder  p o é t i c o s e r í a

    ocioso  i n q u i r i r c u á l  es la más alta o de  dotes  más raras: si lo subjetivo

    puede  parecer requisito  ú l t i m o  de toda  é p o c a ,  lo objetivo en  sen

    tido  estricto conserva en todo momento su valor  o r i g i n a l ,  ya que,

    como punto de partida y  base  c o m ú n ,  este  mundo siempre nos con

    cierne: el mundo no es  cosa  que aprendamos y luego  desechemos,  sino

    que es necesario volver a él y aprenderlo de nuevo; la  c o m p r e n s i ó n

    espiritual

      puede  sutilizarse  hasta  lo  i n f i n i t o ,  pero siempre queda el

    material  bruto sobre el cual opera  a q u é l l a .  Y  acaso  no exista un  t é r

    mino  para el poeta que nos comunica lo que ve en un objeto deter

    minado,  r e f i r i é n d o l o  a su  individualidad  propia; lo que dicho objeto

    era,

      antes

      de que fuera visto y referido al pensamiento human o en

    conjunto,  ha de ser siempre codiciable de conocer. Tampoco hay ra

    z ó n  para que ambos modos del poder  p o é t i c o  no procedan en lo futuro

    de un solo poeta, en  sucesivas obras  perfectas, ejemplos de las cuales,

    l ensamiento poé tico

      en la

      l írica   inglesa

    407

    s e g ú n  lo que ahora consideramos como exigencias del arte,  antes  s ó lo

    l o s p o s e í a m o s  como provenientes de individuos distint os. Lo ordi nari o,

    naturalmente, es el mero  f l u i r  de un poder  p o é t i c o  al otro; y aú n má s

    raro es que uno de los dos sea sobresalie nte y super ior de modo tan

    decidido como para decir que resulta comparativamente  p u r o . »  Por

    que

      Browning,

      d e s p u é s

      de

      establecer

      d i s t i n c i ó n

      extrema entre poeta

    subjetivo  y poeta  objetivo,  pasa  a decirnos que no ve  r a z ó n  para que

    en lo fut uro un mis mo poeta no pueda ser subjet ivo y objetivo a un

    tiempo;  y no  s ó l o  eso, sino que encue ntra raro que un poder  p o é t i c o

    otr o se den en entera pureza d ent ro de un solo poeta, y lo natu

    ra l

      es que el mismo poeta

      pase

      de lo subjetivo a lo objetivo y  vice

    versa.

    « H a y é p o c a s  cuando la  v i s i ó n  general...  a b s o r b i ó  el  m á x i m o  de los

    f e n ó m e n o s  (ya materiale s, ya espir itual es) que le rodea n, y mejor de

    sea apr ende r el sign ifica do exacto de lo que ya  posee  que aumenta r

    su caudal; y ahí

      e s t á

      la oportunidad para el poeta de

      v i s i ó n

      más

    elevada, para levantar a sus  c o n t e m p o r á n e o s  hasta  su  a t m ó s f e r a  pro

    p i a ,  intensif icando la importan cia de los detalles y redondeando el

    significado  universal... Una  t r i b u  de sus

      sucesores,

      que opera más o

    menos en la misma  d i r e c c i ó n ,  se demora en lo descubierto por él,

    reforzando su doctrina,  hasta  que, sin ellos

      darse

      cuenta, el mundo

    subsiste  como sombra de una realidad... Entonces es imperativa la

    a p a r i c i ó n  de otra

      clase

      de poeta, que reemplace dich as c ogitaci ones

    intelectuales sobre lo asimilado tiempo  a t r á s . . .  llegando la sustancia

    nueva a romper el  supuesto  todo en  partes  de valor independiente y

    no clasificado, sin cuidarse de las leyes que puedan volver a   combi

    narlo,

      porque eso

      s e r á

      tarea de otro

      p o e t a . »

    « A m b a s  clases

      de artista siendo así, es natural... que la

      b i o g r a f í a

    de l  poeta subjetivo sea la que más nos concierna... Toda la mala

    p o e s í a  que hay en el mundo... resulta de alguno de los grados

      infinitos

    de disc repan cia que hay entre los atr ibu tos del alma del poeta, deter

    minando así la  falta  de correspondencia de su trabajo con las  verdades

    de la naturaleza; de donde resulta la

      p o e s í a

      falsa, sea cual sea su

    forma,  mostrando la  cosa,  no como es para la humanidad en general,

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    9/16

    408

    uis   Ce mu da

    n i  tampoco como es para el que en  part icular  la describe, sino como

    se supone que es, a  causa  de  a l g ú n  capricho  i r r e a l  y neutral, a

      mitad

    de camino entre

      c ó m o

      es para la humanidad y

      c ó m o

      es para  quien  la

    describe, y sin  valor  respecto a ninguna de  ambas  opiniones,  v i v a  por

    u n

      instante gracias a la pereza del que la acepta o a su incapacidad

    para denunciar la trampa. Y aunque no podemos ocuparnos

      a q u í

      de

    tales fracasos, en todo  caso  debemos  referirlos  a la  vida  del poeta...

    Po r  su  b i o g r a f í a  averiguamos si su alma  v e í a  y hablaba constantemen

    te  desde  la altura que

      h a b í a

      alcanzado: la

      v i s i ó n

      absoluta no es

      de

    este

      mundo, pero nos

      e s t á

      permitida  una

      a p r o x i m a c i ó n

      constante ha

    c i a e l l a . »

    Y  como

      B r o w n i n g t e n í a

      presente, en los

      d í a s

      cuando

      e s c r i b i ó  este

    ensayo, la  indiferencia  del  p ú b l i c o  haci a su obra, comenta : «La in

    c o m p r e n s i ó n

      de la

      é p o c a

      es exactamente lo que el poeta viene a re

    mediar, y el  intervalo  entre tal  o p e r a c i ó n  y los efectos generalmente

    percibidos  de la misma no es mayor (en verdad es menor) que en

    otras

      esferas

      del esfuerzo hum ano. E l

      e p p u r

      si

      m u o v e

      del

      a s t r ó n o m o

      es

    frase tan amarga como otras muchas de algunos poetas, dichas   antes

    O d e s p u é s ,

      respecto a su obra

      v i v a

      y rechazada, con esa hondura de

    c o n v i c c i ó n  que tanto se parece a la  d e s e s p e r a c i ó n » .  Pero no  s e r í a  justo

    dejar con tales palabras a

      este

      poeta en

      q u i é n

      el  optimismo  funda

    mental

      era nota dominante. Precisamente la  c o m p o s i c i ó n  final,  « E p i l o

    g u e » ,

      de su

      l i b r o ú l t i m o ,

      A s o l a n d o ,  que

      a p a r e c i ó

      el día mismo en que

    muere  B r o w n i n g ,  parece contener, condensada en unos cuantos ver

    sos, su

      p r o f e s i ó n

      de fe:

      « U n o

      que nunca

      v o l v i ó

      la espalda sino

      s i g u i ó

    adelante; /

      J a m á s d u d ó

      de que las nubes se aclara ran, / N i, si lo jus to

    es vencido,

      s o ñ ó

      que lo

      injusto  t r i u n f a r í a ,

      / Y mant uvo que caemos

    para levantarnos, nos confundimos para luchar mejor, /  Dormimos  para

    d e s p e r t a r n o s » .  Credo que  acaso  pueda parecer hoy a algunos trascen

    der demasiado la confianza y fe en lo humano, propias de su tiempo

    y  de su  p a í s ,  pero que no por eso deja de  afirmar  una nobleza humana

    intemporal,  sobre t odo los versos finales del mis mo poema : «N o; al

    m e d i o d í a ,  en el tremor del tiempo cuando el hombre trabaja, / Saluda

    a lo

      i n v i s i b l e

      con un

      g r i t o .

      / Pide al hombre que siga, de frente o de

    l e nsa m ie nto poé tico

      en la

      l í r ica ingl e sa

    409

    espaldas, como sea; /  "Lucha  y prospera",

      d i l e ;

      "adelante, camina y

    bien  te vaya, / Lo mismo

      a l l á

      que

      a c á » .

      Palabras que,  viniendo  de

    un   hombre tan cercano a la muerte, no dejan de resonar con  timbre

    heroico.

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    10/16

    640

    Luis   C e r n u é

      I

    me ahí la necesidad de aprender lenguas nuevas, con la riqueza qul

    l a p o e s í a  de

      esas

      lenguas aportaba a mi acervo.

    E n  1934  c o m e n c é  a componer los poemas de  Invocaciones  a las  gracia

    del Mundo,  t í t u l o  que, en la  e d i c i ó n  tercera de  La  Realidad   y el  DesH

    q u e d ó  reducido a  Invocaciones,  por lleg ar a parece rme engol ado y pre

    tencioso. A l comenzar dichos poemas,  cansado  de los poemit as breves

    a la manera de Machado y  J i m é n e z ,  poetas  que  h a b í a n  perdido qui/a

    el   sentido de lo que es  c o m p o s i c i ó n , p e r c i b í  que la materia a  i n f o r m a l

    en ellos  e x ig í a  mayor  d i m e n s i ó n ,  mayor  amplitud;  al mismo  p r o p ó s i i o

    ayudaba el que por entonces me sintiera  capaz  ( p e r d ó n e s e m e  la pre

    s u n c i ó n )  de decirlo todo en el poema, frente a la  l i m i t a c i ó n  mezquina

    de aquello que en los  a ñ o s  inmediatos anteriores se  l l a m ó p o e s í a

    « p u r a » .  Fueran cuales fueran los efectos  b e n é f i c o s  de aquella preten

    s i ó n

      a decirlo todo en el verso, efectos entre los cuales me

      p e r m i t i r í a

    indicar  el de ampliar mis

      l í m i t e s

      de la experiencia

      p o é t i c a ,

      que los

    « p u r o s »

      redujeron  hasta  el enrarecimiento, en mi

      caso

      hubo,  ademas,

    po r

      torpeza mía , uno  perjudicial:  hacerme divagar no poco, sobre todo

    a l

      comienzo de ciertos poemas en dicha

      c o l e c c i ó n .

      Se nota

      t a m b i é n ,

    en el tono de los mismos, amp ulo si dad ; de ah í que me parezca afa

    surda la  p r e t e n s i ó n  de algunos de que «El Joven  M a r i n o »  sea el poe

    ma mejor que yo haya escrito. En realidad si les  parece  así es a  causa

    de  esos  dos defectos que  acabo  de indicar,  g a r r u l e r í a  y ampulosidad,

    que tan  c a r a c t e r í s t i c o s  son de nuestros gustos literar ios tradicionales.

    M á s

      que mediada ya la

      c o l e c c i ó n ,  antes

      de componer el

      « H i m n o

    a la

      T r i s t ez a » , c o m e n c é

      a leer y a estudiar a

      H o l d e r l i n ,

      cuyo conoci

    miento  ha sido una de mis mayores experiencias en cuanto poeta

    Cansa do de la estrechez en preferencias  p o é t i c a s  de los superrealistas

    franceses,

      cosa

      natural en ellos, como

      franceses

      que eran, mi

      i n t e r é s ,

    de lector  c o m e n z ó  a orientarse hacia otros  poetas  de lengua alemana

    e ingles a y, par a leerlos, tra tab a de estud iar sus lenguas respectivas.

    V i v í a  entonces en  M a d r i d  Hans Gebser, poeta  a l e m á n  que, con la

    ayuda de un amigo  i n g l é s ,  Roy Winstone,  t r a d u c í a  los textos para una

    a n t o l o g í a

      de los  poetas  de mi

      g e n e r a c i ó n ,

      la cual se

      p u b l i c a r í a

      en

    B e r l í n

      poco tiempo

      antes

      de comenzar la guerra  c i v i l .  De ahí la oca-

    l oe sía

      y

      L ite ra tura

    641

    s i ó n  de nuest ro conoc imiento , y gracias a él pude poner en  p r á c t i c a

    mi   p r o p ó s i t o  de estudiar a  H o l d e r l i n ,  de quien  h a b í a l e í d o  algo. Con

    l a c o l a b o r a c i ó n

      de Gebser,

      e m p r e n d í

      luego la

      t r a d u c c i ó n

      de algunos

    poemas;  pocas  veces, excepto en mi  t r a d u c c i ó n  de

      Troilus  and

      Cressida,

    de  Shakespeare,  he trabajado con  fervor  y placer  i g u a l .  A l ir descu

    briendo,  palabra por palabra, el texto de  H o l d e r l i n ,  la hondura y

    hermosura

      p o é t i c a

      del mismo

      p a r e c í a n

      levantarme hacia lo más alto

    que pueda ofrecernos la  p o e s í a .  As í  a p r e n d í a ,  no  s ó l o  un a  v i s i ó n  nueva

    de l  mundo, sino, consonante con  ella,  una  t é c n i c a  nueva de la expre

    s i ó n p o é t i c a .  Los poemas que entonces traduje aparecieron en  Cruz  y

    Raya  a comienzos de  1936.

    M i  conoc imient o de la lengua alemana era menos que elemental,

    y

      tuve que dejarme guiar por Gebser; de ahí uno de los errores más

    enojosos en la  t r a d u c c i ó n ,  error que no  c o m p r e n d í  sino  a ñ o s d e s p u é s ;

    el  del verso  fina l  en el poema  Halfte  des  Lebens,  que dice  « K l i r r e  die

    F a h n e n » ,

      interpretado como

      « r e s t a l l a n

      las

      b a n d e r a s » ,

      en vez de

      « r e

    chinan

      las  v e l e t a s » ,  que es la  i n t e r p r e t a c i ó n  justa. Ése y otros puntos

    de mi  t r a d u c c i ó n  hubiera que rido rectificarlos en la  p u b l i c a c i ó n  se

    gunda de la misma, que hizo la

      editorial

      S é n e c a  de  M é x i c o  en  1942;

    pero yo

      estaba

      entonces en Escocia, y

      J o s é B e r g a m í n ,

      director de la

    editorial,

      no tuvo a bien enterarme de la  r e i m p r e s i ó n .

    D e s p u é s  de  Perfil

      del

      Aire  s ó l o h a b í a  alcanzado a publ icar dos l i -

    britos

      m á s :

      D o n d e h a b i t e

      el

      Ol v id o ,

      en

      1934,

      y  El

      Joven M a r i n o ,

      en

      1936.

    Ese no hallar  o c a s i ó n  de editar mis versos  i n é d i t o s ,  enojoso aunque

    me pareciera, no

      s ó l o

      me

      p e r m i t i ó

      espacio para ref lexio nar sobre mi

    trabajo y  corregirlo,  sino que me  s u g i r i ó  la  posibilidad  de  reunirlo

    todo bajo el  t í t u l o  general de

      La  Realidad

      y

      el

      Deseo.  La  o c a s i ó n s u r g i ó

    en

      1936,

      cuando

      J o s é B e r g a m í n a c e p t ó

      la

      p u b l i c a c i ó n

      del

      l i b r o

      en las

    ediciones  de  C r u z   y  R a y a .

    E n  otra  o c a s i ó n  he aludido a que me parecen  existir,  con respecto

    a la acogida que los lectores les dispensan, dos tipos de obras

      litera

    rias:

      aquellas que encuentran a su  p ú b l i c o  hecho y aquellas que ne

    cesitan que su

      p ú b l i c o

      nazca; el gusto hacia las primeras existe ya, el

    de las  segundas debe  formarse. Creo que mi trabajo corresponde al

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    11/16

    642

    Luis   Ce

    rii

      ii

      ilii

    segundo

      tipo,

      y la  lentitud  del mismo en parecer estimable (la <

    n il

    por

      ci erto, corresponde a la  lentitud,  a que

      antes  aludí,

      de mi del

    rrollo

      espiri tual)

      ayudó

      a que, al publicarse

      La  Realidad  y el Disté

    en  1936,  contara ya con la  simpatía  de algunos lectores. Desgraciadl

    mente, la guerra  c i v i l ,  que

      empezó

      poco

      después

      de

      aparecer

      el

      libró)

    impidió

      que pudiese darme cuenta de aquella

      simpatía

      naciente.

    Antes

      de comenzar la guerra

      estaba

      yo para marchar a

     P a n .

    como secretario del embajador don Alvaro de  Albornoz,  además  de

    su otro secretario, que era su  hija,  mi amiga Concha de  Albornoz,  l.os

    acontecimientos precipitaron mi marcha y, no sin alguna  posibilidad

    de que me ocurriera un lance que pudo poner

      término

      a mi viaje y a

    m i  existencia,

      cosa entonces

      frecuente,

      llegué

      a

      París,

      donde  estuvi

    desde  ju l io

      a septiembre

    2 0

    . Entre los  libros  qu e

      compré  entonces

      el

    taba la

      Antología Griega,

      texto griego y

      traducción

      francesa, editada

      en

    la  colección  Gui l l aume  Budé.  Menciono su  adquisición  porque  eso»

    breves poemas, en su  concisión  maravillosa y penetrante, fueron  sicni

    pr e

      estímulo

      y ejemplo para mí.

    La

      estancia en

      París

      fue breve; al

      regresar

      el embajador a

      Madrid,

    regresé

      con él y con su

      familia.

      La nostalgia natural de dejar

      París

      U

    unía

      a lo incierto y

      difícil

      de la

      situación española.

      A l  principio  de

      la

    guerra, mi

      convicción

      antigua de que las injusticias sociales que

      había

    conocido en  España pedían reparación,  y de que  ésta  estaba  próxima,

    me hizo ver en el  conflicto  no tanto sus horrores, que a ú n no  conocía,

    como las  esperanzas  qu e

      parecía

      traer para lo  futuro.

      Desnudas

      frente

    a frente vi, de una parte, l a sempitern a, la  inmortal

      reacción española,

    viv iendo

    2 1

      siempre, entre ignorancia,

      superstición

      e intolerancia,

      ni

    una Edad Media suya propia; y, de otra (yo en pleno

      wishful thinking)

    las fuerzas de una

      Espa ña

      joven cuya oportunidad

      parecía

      llegada

    Luego me  sorprendería,  no  sólo  la

      suerte

      de salir indemne de

    2 2

      aque

    li a  mat anza, si no la ignor anci a compl eta de ella en que estuve, aunque

    ocurriera en torno mío.

    Ninguna

      otra vez en mi  vida  he sentido como

      entonces

      el

      deseo

    de ser

      útil,

      de servir; ya un

      cínico

      famoso (creo que era Talleyrand)

    advirtió

      a unos

      diplomáticos jóvenes:

      «y sobre todo,  nada  de

      celo».

    Poesía   y  L ite ra tura

    643

    Kn   efecto, el celo,

      paradójicamente,

      de poco sirve y siempre es

      obser

    vado por los otros, en la

      víctima

      del mismo, con desconfianza.

      Afor

    tunadamente mi  deseo  de servir no

      sirvió

      para

      nada

      y para

      nada

      me

    utilizaron

    2 3

    . La marcha de los

      sucesos

      me hizo ver poco a poco que no

    había allí  posibilidad  de  vida  para aquella  Espa ña  con que me  había

    e nga ña do.

      A l margen de todo, no

      pensé

      en salir de

      allá,

      que hubiera

    sido

      lógico,

      dada

      mi

      opinión

      sobre la

      situación española; todavía

      me

    parecía

      que, trabajando en lo que siempre fuera mi trabajo, la

      poesía,

    estaba

      al menos al lado de mi tierra y en mi tierra.

    Algo  de eso quise expresar en los

      poemas

      escritos dur ante el año

    primero

      de la guerra  c i v i l ,  que luego formaron parte de

      «Las Nubes».

    La  muerte  trágica

    2 4

      de Lor ca no se apart aba de mi mente. En las

    noches

      de invierno de  1936  a  1937,  oyendo el

      cañoneo

      en la ciudad

    universitaria,

      en

      Madrid, leía

      a Leopardi

    2 5

    . El ton o de mis versos se

    hacía quizá

      menos

      dit irámbico

      y su

      extensión

      ib a

      reduciéndose,

      usan

    do de preferencia una

      combinación básica

      de versos

      endecasílabos

      y

    heptasílabos.

    Alguna

      ocasión

      se me

      ofreció

      para irme de

      Espa ña ,

      pero no sé si,

    de haberla aprovechado, llegaran a

      permitírmelo.

      En febrero de

      1938

    un

      amigo

      inglés,

      el cual, sin saberlo yo,

      había

      gestionado  desde

      Lon

    dres

      que el gobierno de Barcelona me otorgara

      pasaporte

      con destino

    a Inglaterra, para dar  unas  conferencias, me  avisó  de que  podía  em

    prender el  viaje.  N o

      creía

      que mi ausencia

      durase

      má s de uno o dos

    meses,  creencia que sin duda me  facilitó  la  aceptación  del proyecto.

    Pero mi ausencia ha durado ya, a

      estas

      fechas, m ás de veinte

      años.

      A

    ese amigo, Stanley Richardson, que

      murió

      en Londres en

      1940,

      du

    rante un bombardeo, debo

    2 ( i

      haberme salvado de los riesgos event ua

    les,

      después

      de terminada la guerra

      c i v i l ,

      si su

      final

      me alcanza en

    Espa ña .  Al comienzo de  aquélla  estuve en ignorancia de la persecu

    ción

      y matanza de tantos compatriotas

      míos

      (los

      españoles

      no han

    podido  deshacerse

      de una

      obsesión

      secular: que dentro del

      territorio

    nacional hay enemigos a los que deben exterminar o

      echar

      del mis

    mo),

      mas luego

      adquirí

      una consciencia tal de

      esos  sucesos,

      que en

    turbiaba mi  vida  diaria;

      hasta

      el punto de que, fuera de mi tierra,

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    12/16

    644

    Luis

      Ce r n 111/a

    tuve durante  a ñ o s  cierta pesadilla recurrente: me  v e í a a l l á ,  buscado  y

    perseguido.  S u f r i r  de tal  s u e ñ o  es  cosa  que,  s i m b ó l i c a m e n t e ,  me en

    s e ñ ó  bastante respecto  a mi  r e l a c i ó n  subconsciente con  E s p a ñ a .

    N o c o n o c í a  Inglaterra,  aunque  fuera  p a í s  que

      desde

      mi  n i ñ e z  me

    i n t e r e s ó ,  sin duda por esa  a t r a c c i ó n  de contrarios que tan  necesaria

    es en la vida, ya que la  t e n s i ó n  entre ellos resulta, al  menos  para mí,

    f r u c t í f e r a :  mi sur nativo  necesitaba  del norte, para completarme.  L o n

    dres  me  d e c e p c i o n ó  al  p r i n c i p i o ,  esperando  ver otra ciuda d de en camo

    exterior,  como  P a r í s .  Para  gustar de Londres, como de toda Inglate

    r r a ,  para sentir su encanto  í n t i m o ,  hecho de  t r a d i c i ó n  fdtrada a  t r a v é s

    de los  a ñ o s ,  matizada por la idiosincrasia nacional,  hace  falta tiempo.

    Y

      eso era, precisa mente , lo que yo no  q u e r í a  tener  entonces,  t i e m

    p o ;  movido por la nostalgia de mi tierra,  s ó l o

      pensaba

      en volver a ella,

    como si presintiera que, poco a poco, me  i r í a  distanciando

      hasta

      llegar

    a  serme  indiferente volver o no. De otra parte, pocos extranjeros,  sobre

    todo los de  p a í s e s  meridionales, dejan de experimentar en Inglaterra

    cierta  h u m i l l a c i ó n ,  nacida de la  i n f e r i o r id a d  inevitable ante el dominio

    d e l i n g l é s  sobre  sí mismo y  sobre  el contorno,  ante  sus  maneras,  na

    tura lment e tan delicadas, que muestra n, por contrast e, la tosqueda d,

    la   rudeza de las  nuestras.  Inglaterra es el  p a í s  má s  c i v i l i z a d o  que

    conozco, aquel donde la palabra  c i v il i za c i ó n a l c a n z ó  su sentido pleno.

    Ante  esa superioridad no hay sino  someterse,  y aprender  de ella, o irse.

    Y

      eso fue lo que hice: sin dinero, como de costumbre, sin conocer

    t o d a v í a  la lengua, mortificado  ante  la  p e r f e c c i ó n  de la convivencia

    humana inglesa,  d e s p u é s  de  unos cuantos  meses  de estancia, en  j u l i o

    m a r c h é  a  P a r í s ,  camino de  E s p a ñ a .  Mas las noticias que  a l l á  me

    dieron  acerca

      de la guerra

      c i v i l ,

      y

    2 7

      mi

     escaso

     deseo  de volver a asistir

    impotente a la ruina de mi tierra, me detuvieron. Fue

      a q u é l l a

      una de

    las  é p o c a s  m ás miserables de mi vida: sin recursos, co mo  d i j e ,  sin

    trabajo,  s ó l o  la  c o m p a ñ í a  y la ayuda de otros amigos y conocidos cuya

    s i t u a c i ó n  era  semejante  a la mía, me permitieron  esperar  y salir  ade

    lante.

    Cuando  d e j é E s p a ñ a  llevaba conmigo  unos  ocho  poemas  nuevos;

    en Londres, movido por las emociones  encontradas  a que ya me  r e fe r í ,

    Poe sía

      y

      L ite ra tura

    645

    e s c r i b í  seis  más. La mayor parte de  unos  y de otros  estaba  dictada

    por una conciencia  e s p a ñ o l a ,  por una  p r e o c u p a c i ó n p a t r i ó t i c a  que

    nunca he vuelto a sentir. Entre los pocos libros que  t e n í a  conmigo,

    estaba

      la  a n t o l o g í a  Poesía Española ,  de Dieg o, y en ella  r e l e í  a Una-

    muno y Machado, hallando en sus  versos respuesta  y alimento para

    aquella  p r e o c u p a c i ó n  a que

      acabo

      de aludi r. A dicho tip o de compo

    siciones  a ñ a d í  otro dictado por el contorno mío de  entonces,  unas

    veces

      f r a n c é s  (como «La  F u e n t e » ,  cuyo motivo y fondo lo  d e p a r ó  el

    j a r d í n  de Luxemburg o), otras  i n g l é s ,  aunque  el  n ú m e r o  de  é s t a s  ha

    b r í a  de  acrecerse  a mi  regreso  a Inglaterra. Porque Stanley Richard-

    son me  a v i s ó  en septiembre de que Cranleigh School, en Surrey, me

    aceptaba  como ayudante del profesor de  e s p a ñ o l . R e g r e s é  pues  a In

    glaterra y en  enero  de  1939  p a s é ,  de Cranleigh School, a la universidad

    de Glasgow, y de  a l l í  a la de Cambridge en

      1943.

    Si   no hubiese  regresado,  aprend iend o la lengua ing lesa y, en lo

    posible, a conocer el  p a í s ,  me  f a l t a r í a  la experiencia más considerable

    de mis

      a ñ o s

      maduros. La estancia en Inglaterra

      c o r r i g i ó

      y

      c o m p l e t ó

    algo de lo que en mí y en mis  versos  r e q u e r í a  dicha  c o r r e c c i ó n  y

    c o m p l e c i ó n . A p r e n d í  mucho de la  p o e s í a  inglesa, sin cuya lectura y estudio

    m is   versos  s e r í a n  hoy otra  cosa,  no sé si mejor o peor, pero sin duda

    otra  cosa.  Creo que fue  Pascal  quien  e s c r i b i ó :  «no me  b u s c a r í a s  si no

    me hubieras  e n c o n t r a d o » ,  y si yo  b u s q u é  aquella  e n s e ñ a n z a  y expe

    riencia

      de la  p o e s í a  inglesa fue porque ya la  h a b í a  encontrado, porque

    para ella  estaba  predispuesto.

    Por otra parte el trabajo de las  clases  me hizo compr ende r como

    necesario  que mis explicaciones llevaran a los  estudiantes  a ver por sí

    mismos aquello de que yo iba a hablarles; que mi   tarea  c o n s i s t í a  en

    encaminarles y situarles

      ante

      la realidad de una obra literaria

      espa

    ñ o l a .  De ahí  s ó l o h a b í a  un  paso  a comprender que  t a m b i é n  el trabajo

    p o é t i c o  creador  e x i g í a  algo equivalente, no tratando de dar  s ó l o  al

    lector

      el efecto

    2 8

      de mi experiencia, sino  c o n d u c i é n d o l e  por el mismo

    camino que yo  h a b í a  recorrido, por los mismos

      estados

      que  h a b í a

    experimentado y, al fin, dejarle solo frente al resultado.

    E n  Cranleigh, durante los  meses  de  o t o ñ o  que  a l l í  estuve, mien tras

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    13/16

    646

    Luis

      C

      ernuda

    Inglaterra

      y el mun do atravesa ban la crisis que  c u l m i n ó  en la

      visita

    de Chamberlain a  H i t l e r ,  cierta calma  m e l a n c ó l i c a  fue  i n v a d i é n d o m e ,

    y

      apareciendo en los versos escritos entonces,  d e s p u é s  de la tormenta

    de la guerra

      c i v i l .

      « L á z a r o » ,  una de mis composici ones preferidas,

    quiso expresar aquella  sorpresa desencantada,  como si,  tras  de

      morir,

    volviese

      otra vez a la  vida.  Sin duda no pocos de los estudiante s con

    quienes me cruzaba por los campos que rodeaban la  escuela,  m o r i r í a n

    pocos  a ñ o s d e s p u é s ,  en la Segunda G uerra  M u n d i a l ,  que la tregua de

    M u n i c h s ó l o d e m o r ó ,  como aquellos otros cuyos nombres  p o d í a n  leer

    se  a l l í ,  en un cenotafio, muertos en la primera.  Para  mi abatimiento,

    el  campo aquel de Surrey era marco de la nostalgia aguda que  s e n t í a

    de mi tierra, mi ambiente, mis  amistades

      e s p a ñ o l a s .

    C o n t i n u é  la lectura, ya comenzada la prima vera anterior, de algu

    nos

      poetas

      ingleses.  L e í a , s i m u l t á n e a m e n t e ,  alguna comedia de  Shakes

    peare,  Blake, Keats; acostumbra do al ornato verbal, barroco en gran

    parte, de la  p o e s í a e s p a ñ o l a ,  que de manera  s u t i l  me  p a r e c í a  repetirse

    en la francesa, me desconcertaba no halla rlo en la inglesa o, al menos,

    que  é s t a  no hiciera del mismo, como los  e s p a ñ o l e s  y los franceses,

    r a z ó n  de ser para la  p o e s í a .  Pronto  h a l l é  en los  poetas  ingleses alg unas

    c a r a c t e r í s t i c a s   que me sedujeron: el efecto  p o é t i c o  me  p a r e c i ó  mucho

    m á s  ho ndo si la voz no gri tab a ni declamaba , ni se  e x t e n d í a r e i t e r á n

    dose,  si era menos  gruesa  y ampulosa. La  e x p r e s i ó n  concisa  daba  al

    poema contorno exacto, donde  nada  faltaba ni sobraba, como en  aque

    llos

      epigramas admirables de la  a n t o l o g í a  griega.

    A p r e n d í  a evitar, en lo posible, dos vicios literarios que en  i n g l é s

    se conocen, uno, como  pathetic fallacy   (creo que fue Rus kin qui en  le

    l l a m ó  así), lo que pudiera traducirse como  e n g a ñ o  sentimental, tra

    tando de que el proceso de mi experiencia se objetivara, y no

      deparase

    s ó l o  al lector su resultad o, o sea, un a  i m p r e s i ó n  subjetiva; otro, como

    purple patch  o trozo de bravura , la boni tura y lo superfino de la expre

    s i ó n ,  no condesce ndiendo con  frases  que me gustaran por sí mismas

    y  s a c r i f i c á n d o l a s  a la  l í n e a  del poema, al  dibujo  de la  c o m p o s i c i ó n .

    Y a

      se

      r e c o r d a r á c ó m o ,

      en general, mi instinto

      literario

      t e n d í a

      a pre

    venirme  contra riesgos tales.

      A l g o

      que

      t a m b i é n a p r e n d í

      de la

      p o e s í a

    Poe sía   y  L ite ra tura

    647

    inglesa, particularmente de

      Browning,

      fue el proyectar mi experiencia

    emotiva  sobre una  s i t u a c i ó n d r a m á t i c a , h i s t ó r i c a  o legendaria (como

    en

      « L á z a r o » , « Q u e t z a l c ó a t l » , « S il l a

      de l

      R e y » ,

      «E l

      C é s a r » ) ,

      para que

    a sí   se objetivara mejor, tanto  d r a m á t i c a  como  p o é t i c a m e n t e .  La luz,

    l o s á r b o l e s ,  las flores del paisaje  i n g l é s  comenzaron a  aparecer  en

    m is

      versos, para matiz arlo s con un colo rid o y claro scuro nuevos. Así

    fue   el norte comp let ando en mí, mer idi ona l, la gama de emociones

    sensoriales.

    Mas ese efecto de la lectura de los  poetas  ingleses

      acaso

      fuera más

    bien

      uno cumulativo o de conjunto que el aislado o particular de tal

    poeta determi nado. A l decir eso debo  a ñ a d i r c ó m o  Shakespeare  me

    a p a r e c i ó

      entonces, y así me

      a p a r e c e r í a

      siempre, como poeta que no

    tiene

      igual

      en otra literatura moderna;  acaso  represente  para mí lo

    que Dante representa para algunos  poetas  ingleses, completando en

    é s t o s ,

      poetas

      n ó r d i c o s ,

      lo que  Shakespeare  complet a en mí, poeta me

    r i d i o n a l ,  aunque entre Dante y  Shakespeare  no haya otra  c o r r e l a c i ó n

    que la de su grandeza respec tiva. A l mis mo tiemp o que a los

      poetas

    l e í a

      a los

      c r í t i c o s

      de la

      p o e s í a ,

      que en Inglaterra son

      bastantes

      y de

    importancia

      excepcional: las

      Vidas  de los   Poetas,

      del Dr. Johnson , la

    Biographia

      Literaria,

      de Colerid ge, las  Cartas  de Keats, los  ensayos  de

    A r n o l d

      y

      E l i o t .

      Me interes aba ya el cami no que

      h a b í a n

      seguido los

    poetas  ingleses para llegar a  estos  poemas  que iba conociendo, así

    como lo que pensaron  acerca  de la  p o e s í a  y las cuestiones conce rnie n

    tes a ella.

    E n  1940,  durante mi estancia en Glasgow,  B e r g a m í n p u b l i c ó  en

    M é x i c o  la  e d i c i ó n  segunda  de  La  Realidad   y el   Deseo,  aumentada con

    l a s e c c i ó n V I I ,

     Las   Nubes,  la cual , comenzada en

      M a d r i d ,

      como

      d i je ,

    y

      continuada en Londres,  P a r í s  y Cranleigh,  t e r m i n é  en Glasgow el

    a ñ o  ya mencionado. Una  e d i c i ó n  separada  de  Las  Nubes,  e d i c i ó n  p i

    rata, por cierto,

      a p a r e c i ó

      en Buenos Aires en

      1943.  H a b í a

      temido yo

    que la  s i t u a c i ó n  en  E s p a ñ a , de s p u é s  de terminada la guerra

      c i v i l ,

      no

    fuera favorable para nosotros, los  poetas  y escritores idos, y que mi

    trabajo,  apenas

      comenzado a publicarse en

      1936,  q u e d a r í a

      olvidado y

    desconocido de los  j ó v e n e s .  Que de mis versos se hiciera, no  s ó l o  una

  • 8/16/2019 A4_Material Luis Cernuda

    14/16

    648

    Luis

      C e r n u d a

    e d i c i ó n  segunda,  sino

      hasta

      una  e d i c i ó n  pirata, me  p e r m i t i ó v i s l u m

    brar para el mismo posibilidades menos pesimistas.

    N i  G lasgow ni Escocia me resultaban agradables. A partir de  1941

    c o m e n c é  a

      pasar

      en  O x f o r d  los  meses  de vacaciones estivales. E n sus

    l i b r e r í a s ,  aunque la guerra  t a m b i é n  repercutiese en ellas, tanto por

      lo

    que  a t a ñ í a  a la  e d i c i ó n  de libros ingleses como por la  d i f i c u l t a d

      o

    imposibilidad

      de obtener los extranjeros,  h a l l é  no pocos lib ros de poe

    sí a

      o sobre

      p o e s í a ,

      nuevos o de

      o c a s i ó n ,

      que iba leyendo y estudiando.

    E l  regreso a Escocia me

      d e p r i m í a

      en extremo. Durante uno de  esos

    p e r í o d o s

      de vacaciones en

      O x f o r d ,

      en el verano de

      1941,  c o m e n c é a l l á

    Como

     quien espera

      el

      A lb a ,

      lo

      c o n t i n u é

      en Glasgow y lo

      t e r m i n é

      en Cam

    bridge  en

      1944.

      El

      o t o ñ o ,

      invierno y primavera de

      1941

      a

      1942

      fue uno

    de los  p e r í o d o s  de mi

      vida

      cuando más requerido me vi por

      temas

      y

    experiencias que buscaban  e x p r e s i ó n  en el verso; a  veces,  no termina

    do aún un poema, otro  q u e r í a  surgir. No

      pocas veces

      he  o í d o  que  el

    poeta

      debe

      desconfiar de tales  p e r í o d o s  de abundancia; no sé. El re

    sultado de aquel mío  e s t á  ahí y, a  pesar  de todo,  Como  quien espera   el

    Alba

      es  q u i z á  una de las colecciones de mis versos donde más  cosas

    hay que prefiero.

    E l  traslado a la universidad de Cambridge me  a l e g r ó  mucho. La

    tarde en que  d e b í a  tomar el tren camino de Londres y Cambridge,

    dejando al fin Escocia, fui por  ú l t i m a  vez a la universidad y, dete

    n i é n d o m e  en el  quadrangle,  m i r é  bien a todos lados (a la  a n t i p a t í a ,  lo

    mismo

      que a la  s i m p a t í a , t a m b i é n  puede  en alguna  o c a s i ó n  compla

    cerle el demorar la mirada sobre el objeto de  e l l a ) .  Luego me fui. Rara

    vez me he ido tan a gusto de   s i t i o  alguno. Durante los dos  a ñ o s  de

    estancia en Cambridge, de  1943  a  1945,  v i v í  en Emmanuel College,  y

    quienes conozcan los colegios de Cambridge y

      O x f o r d

      saben

      el encan

    to   que tienen. El trabajo escolar me  p e r m i t í a ,  lo mismo que me per

    m i t i ó  en G lasgow, el uso de la biblioteca universi taria .

    Entre mis lecturas de  esos  a ñ o s  quisiera mencionar  c ó m o ,  ya en

    Glasgow,  h a b í a  comenzado  todas  las  noch