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77 a SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM 40 a SEMANA RIOGRANDINA DE ENFERMAGEM 11 e 12 de maio de 2016 APOIO PET ENFERMAGEM ABEn 90 anos e a construção Histórica e Política da Enfermagem. Coordenação: Profª. Drª. Vera Lúcia de Oliveira Gomes Prof. Dr. Edison Luis Devos Barlen Profª. Drª. Giovana Calcagno Gomes Profª. Drª. Rosemary Silva da Silveira Rio Grande 2016

ABEn 90 anos e a construção Histórica e Política da ...eenf.furg.br/images/Ebook/ebook 2016 oficial isbn.pdf · 8:00 – 12:00 h e das 13 ... No ano de 2016, em todo o país será

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  • 77a SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM

    40a SEMANA RIOGRANDINA DE ENFERMAGEM

    11 e 12 de maio de 2016

    APOIO PET ENFERMAGEM

    ABEn 90 anos e a construo Histrica e Poltica da

    Enfermagem.

    Coordenao: Prof. Dr. Vera Lcia de Oliveira Gomes

    Prof. Dr. Edison Luis Devos Barlen

    Prof. Dr. Giovana Calcagno Gomes

    Prof. Dr. Rosemary Silva da Silveira

    Rio Grande

    2016

  • 77a SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM

    40a SEMANA RIOGRANDINA DE ENFERMAGEM

    APOIO PET ENFERMAGEM

    ABEn 90 anos e a construo Histrica e Poltica da Enfermagem.

    Coordenao: Prof. Dr. Vera Lcia de

    Oliveira Gomes, Prof. Dr. Edison Luis Devos

    Barlen, Prof. Dr. Giovana Calcagno Gomes,

    Prof. Dr. Rosemary Silva da Silveira.

    Rio Grande

    2016

  • Ficha catalogrfica

    S471a Semana Brasileira de Enfermagem (77. : 2016 : Rio Grande/RS).

    ABEn 90 anos e a construo histrica e poltica da Enfermagem : anais da 77 Semana Brasileira de Enfermagem e 40 Semana Riograndina de

    Enfermagem, 11 e 12 de maio de 2016 / Organizadores: Vera Lcia de Oliveira Gomes, Edison Luis Devos Barlen, Giovana Calcagno Gomes, Rosemary Silva da Silveira Rio Grande : Editora da FURG, 2016.

    407 p.

    Modo de acesso: http://www.eenf.furg.br

    ISSN: 978-85-7566-407-0

    1. Enfermagem 2. Histria da Enfermagem 3. Poltica de Enfermagem

    4. Semana Riograndina de Enfermagem 5. Cuidado de Enfermagem

    II. Ttulo.

    CDU 616-083

    Catalogao na Fonte: Bibliotecrio Me. Joo Paulo Borges da Silveira CRB 10/2130

  • COMISSO ORGANIZADORA

    Coordenadores: Prof. Dr Vera Lcia de Oliveira Gomes

    Prof. Dr. Edison Luis Devos Barlen

    Prof. Dr. Giovana Calcagno Gomes

    Prof. Dr. Rosemary silva da Silveira

    COMISSO CIENTFICA:

    Presidente: Prof. Dr. Daniela Ferreira Acosta

    Mestrandas

    Milene Costa dos Santos

    Amanda Guimares Ferreira

    Joselle Pereira Sedrez

    Deciane Pintanela de Carvalho

    Liana Longo Teixeira

    Camila Magroski Goulart Nobre

    Eduarda Ramis Pontes

    Ana Suzete Baessa Moniz

    Liane Silveira da Rosa

    Ndia Farias Fernandes Martins

    Moara Avila de Jesus

    Mara Regina Thurow Bergmann

    Maria Luzia Machado

    Maria de Livramento de Pima Spencer Silva

    Saul Ferraz de Paula

    Doutorandas

    Juliane Scarton

    Tatiele Roehrs

    Andreia Martins do Couto

    Deisa Cabral Semedo

    Juliana Marques Weykamp

    Aline Belletti Figueira

    Jeferson Ventura

    Letcia Amico Marques

    Daniel Pinho Mendes

    Aline Marcelino Ramos

    Simoni Saraiva Bordignon

    Vnia Dias Cruz

    Daniela Ins Thier Roloff

  • Fabiane Waiss Pereira

    Tnia Cristina Vasques

    Pamela Kath Oliveira Nonberg

    Carolina Domingues Hirsch

    Cesar Francisco Silva da Costa

    Cleci de Ftima Enderli

    Mestre

    Carmenm Carballo Domingues

    Doutores

    Diessica Roggia Piexak

    Adriana Dora da Fonseca

    Giovana Calcagno Gomes

    Liziani Iturriet Avila

    Marlene Teda Pekzer

    COMISSO DE APOIO

    Ac. Aline Rodrigues Costa

    Ac. Brbara da Silva Gama

    Ac. Cntia Camila Costa

    Ac. Eduarda de Quadros Morrudo

    Ac. Eliel de Oliveira Bandeira

    Ac. Francine Carpes Ramos

    Ac. Jssica Gama da Silva

    Ac. Juliana Piveta de Lima

    Ac. Larissa Merino de Mattos

    Ac. Manoela Cunha Nicoletti

    Ac. Rochele Maria Zugno

    Ac. Vanessa da Silva Tarouco

  • APOIO PET ENFERMAGEM

    MINICURSOS

    08:30 11:30 h AVALIAO INICIAL E IMOBILIZAO DO POLITRAUMATIZADO. Enf

    Mestrando Leonardo Gourlart, Acadmico Sisney Vaz e Tcnico de Enf. Jorge Marcelo.

    Vagas: 20 vagas destinadas a estudantes a partir da 4 srie da graduao, do curso tcnico e profissionais

    de enfermagem. Local: Anfiteatro.

    08:30 11:30 h : EXAME FSICO. Enf Dra. Marlise Capaverde de Almeida.

    Vagas: 20 vagas destinadas a estudantes da 1, 2 e 3 srie da graduao, do curso tcnico e profissionais

    de enfermagem. Local: Laboratrio de prticas Enf.

    08:30 11:30 h: ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE EM VENTILAO

    MECNICA.

    Enfs. Mestrandas Catharine Silva de Souza e Jessica Fonseca.

    Vagas: 25 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao e estudantes do curso

    tcnico de enfermagem. Local: Videoteca.

    09:15 12:00 h: CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE CRTICO.

    Enf Doutoranda Pmela Kath de Oliveira Nrnberg.

    Vagas: 40 vagas destinadas a estudantes a partir da 3 srie da graduao, do curso tcnico e profissionais

    de enfermagem. Local: Sala 207.

    08:30 11:30 h: CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE PORTADOR DE ESTOMIAS. Prof Dr Giovana Calcagno Gomes.

    Vagas: 30 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao e estudantes do curso

    tcnico de enfermagem. Local: Sala 407.

    08:30 11:30 h: PRODUO CIENTFICA: DO PLANEJAMENTO REDAO DE ARTIGOS. Enf Doutoranda Carolina Hirsch.

    Vagas: 50 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao e estudantes do curso

    tcnico de enfermagem. Local: Sala 406.

    14:00 17:00 h: IMPLICAES TICAS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM.

    Prof. Dr. Edison Luiz Devos Barlem.

    Vagas: 30 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao e estudantes do curso

    tcnico de enfermagem. Local: sala 209.

    14:00 17:00 h: CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PR E PS OPERATRIO DE CIRURGIA

    CARDACA.

    Enf Jssica da Silva Reis e Fabiane Pinho Furtado.

    Vagas: 20 vagas destinadas a estudantes a partir da 5 srie da graduao, do curso tcnico e profissionais

    de enfermagem. Local: Laboratrio de prticas de enf.

    PROGRAMAO: 11/05/2016

    javascript:abre_link_servico('../professores/professores.php?siape=2776228','Professores')
  • 14:00 17:00 h: HISTRIA E APLICAO DO REIKI. Prof Marilene Gomes.

    Vagas: 20 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao e estudantes do curso

    tcnico de enfermagem. Local: Videoteca.

    14:00 17:00 h: PLANTAS MEDICINAIS: DO CULTIVO AO CONSUMO. Prof Dr. Mrcio Paim Mariot. Vagas: 40 vagas destinadas a profissionais de sade, acadmicos da graduao, estudantes do curso tcnico

    de enfermagem e comunidade em geral.

    Local: Anfiteatro.

    19:00 h - SOLENIDADE DE ABERTURA. PALESTRA CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE PRISIONAL Enf. Dra. Maria da

    Penha da Rosa Silveira Nunes e Enf. MSc. Maria da Graa Insaurriaga Jundi.

    Local: Anfiteatro do Campus da Sade.

    20:30 h COQUETEL

    8:00 12:00 h e das 13:30 17:30 h Apresentao de Trabalhos- modalidade oral e banner digital.

    Local: rea acadmica do Campus Sade.

    PROGRAMAO: 12/05/2016

  • RESUMO

    GOMES, Vera Lcia de Oliveira et al. ABEn 90 anos e a construo Histrica e Poltica da

    Enfermagem. In: 77 Semana Brasileira de Enfermagem e 40 Semana Riograndina de

    Enfermagem. Rio Grande. Edigraf FURG, 2016.

    Florence Nightingale, em nvel mundial e Ana Nri, em nvel nacional representam

    personagens histricas no campo da Enfermagem. Florence nasceu em 12 de maio de 1820 e

    considerada a precursora da Enfermagem Moderna. Ana Nery, primeira enfermeira brasileira

    a se alistar e atuar voluntariamente na Guerra do Paraguai morreu em 20 de Maio de 1880.

    Para homenagear essas grandiosas personagens, as datas do nascimento de Florence e da

    morte de Ana Nery foram escolhidas para comemorar a Semana da Enfermagem no Brasil.

    Assim, em todo o pas, sob coordenao da Associao Brasileira de Enfermagem (ABEn),

    atividades cientficas e culturais so desenvolvidas durante essa semana. Tais atividades

    visam proporcionar comunidade de Enfermagem, incluindo-se Enfermeiros, estudantes de

    enfermagem, tcnicos de enfermagem, estudantes do curso tcnico e auxiliares de

    enfermagem, a discusso e reflexo sobre a importncia de uma enfermagem mais cientfica e

    solidria. Alm disso, procura integrar profissionais que estudam, debatem, pesquisam e

    prestam cuidado de enfermagem em diferentes instituies. No municpio do Rio Grande o

    evento faz parte do calendrio acadmico da Escola de Enfermagem, conta com o apoio do

    Grupo PET/Enfermagem e realizado em parceria com a ABEn, que define anualmente a

    temtica a ser enfocada. No ano de 2016, em todo o pas ser discutido o tema ABEn 90

    anos e a construo Histrica e Poltica da Enfermagem.

    Palavras-chave: Enfermagem. Histria da Enfermagem. Construo Poltica de Enfermagem.

    Semana Riograndina de Enfermagem. Cuidado de Enfermagem.

  • SUMRIO

    1 ESCOLA DE ENFERMAGEM DA FURG: HISTRIA E CONQUISTAS .......... 12

    2 DIRETRIO ACADMICO DE ENFERMAGEM DA FURG: DESDE SEMPRE ........................................................................................................................ 17

    3 A TRAJETORIA HISTORICA DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM AO LONGO DE SEUS 90 ANOS DE EXISTNCIA ................. 22

    4 SADE DO TRABALHADOR ................................................................................... 29

    4.1 A SADE DO TRABALHADOR DO SAMU - 192: OCORRNCIA DE ACIDENTES OCUPACIONAIS ............................................................................... 29

    4.2 OFICINA DE ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM SADE MUSCULAR DE TRABALHADORES: RELATO DE EXPERINCIA ............................................. 33

    4.3 PERCEPO DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM ACERCA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ...................................................................................... 36

    4.4 SISTEMAS DE INFORMAES: ESTATSTICAS SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO .............................................................................................................. 39

    5 SADE DO IDOSO ...................................................................................................... 51 5.1 A REDUO DE DANOS SOB A TICA DA COMPLEXIDADE ...................... 51 5.2 AES DESENVOLVIDAS EM UMA INSTITUIO DE LONGA

    PERMANNCIA PARA IDOSOS NO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE

    DO SUL PARA A ESTIMULAO DA AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM:

    RELATO DE EXPERINCIA .................................................................................. 54 5.3 ATIVIDADES DE ENFERMAGEM REALIZADAS EM INSTITUIO DE

    LONGA PERMANNCIA: RELATO DE EXPERINCIA .................................... 57 5.4 AVALIAO DO RISCO DE QUEDAS EM PESSOAS IDOSAS

    RESIDENTES EM UMA INSTITUIO DE LONGA PERMANNCIA PARA

    IDOSOS DO RIO GRANDE DO SUL ...................................................................... 60 5.5 FATORES DE RISCO AMBIENTAIS PARA QUEDAS EM IDOSOS: UMA

    REVISO INTEGRATIVA ...................................................................................... 63

    5.6 O ESTADO COGNITIVO DE PESSOAS IDOSAS: RELATO DE EXPERIENCIA EM UMA ILPI DO MUNICPIO DE RIO GRANDE ................... 66

    5.7 QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE .................................................................. 69 6 SADE DO ADULTO .................................................................................................. 85 6.1 A PRODUO CIENTFICA NA TEMTICA DA SADE PRISIONAL ........... 85

    6.2 ADESO MEDICAMENTOSA ENTRE PESSOAS COM DIABETES

    MELLITUS TIPO II ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITRIO ........ 89

    6.3 APLICABILIDADE TERICA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PS-TRANSPLANTE RENAL ............................................................ 93

    6.4 APOIO FAMILIAR S PESSOAS COM TUBERCULOSE: DOS CUIDADOS REJEIO ................................................................................................................. 107

    6.5 ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO: RELATO DE EXPERINCIA .................................................................................. 119

    6.6 CONHECIMENTO DE MULHERES ARTESS SOBRE A HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA .......................................................................................... 134

  • 6.7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE

    INSUFICINCIA RENAL - UM ESTUDO DE CASO ............................................ 138 6.8 NORMATIVAS ACERCA DOS TRANSPLANTES DE RGOS E TECIDOS

    NO BRASIL ............................................................................................................... 141 6.9 O VIVER COM DIABETES MELLITUS ................................................................ 151 7 SADE DA MULHER ................................................................................................. 154

    7.1 A VIOLNCIA DE GNERO SOB A TICA ECOSOCIOCULTURAL .............. 154 7.2 AO EDUCATIVA SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR EM UM

    HOSPITAL UNIVERSITRIO NO SUL DO BRASIL: RELATO

    EXPERINCIA ......................................................................................................... 168 7.3 MULHERES QUE USAM DROGAS: REFLEXO SOB A TICA DAS

    RELAES DE GNERO ....................................................................................... 171 7.4 RELATO DE EXPERINCIA: GRUPO DE GESTANTES, UMA ESTRATGIA

    DE PROMOO E PREVENO DA SADE MATERNO-INFANTIL ............. 183 7.5 VIOLNCIA DOMSTICA CONTRA A MULHER NA PERCEPO DE

    ENFERMEIRAS ........................................................................................................ 186 8 SADE DA CRIANA ................................................................................................ 189

    8.1 A CRIANA COM ENCEFALOPATIA E O CUIDADO FAMILIAR: A IMPORTNCIA DA REDE DE SUPORTE SOCIAL. ............................................ 189

    8.2 RECEBENDO O DIAGNSTICO DE DEPENDNCIA DE TECNOLOGIA:

    ENFRENTAMENTOS DO FAMILIAR CUIDADOR ............................................. 192 8.3 A ENFERMAGEM E A ADVOCACIA EM SADE CRIANAS COM

    ANOMALIAS CONGNITAS: REVISO DE LITERATURA ............................. 196 8.4 A HUMANIZAO E O CUIDADO DE ENFERMAGEM S CRIANAS

    DEPENDENTES DE TECNOLOGIAS .................................................................... 199 8.5 A AMBINCIA COMO FERRAMENTA DE HUMANIZAO DA UNIDADE

    DE PEDIATRIA: CONTRIBUIES DA ENFERMAGEM .................................. 203 8.6 ASMA GRAVE E SUAS COMPLICAES: UM ESTUDO DE CASO ............... 206 8.7 CONTRIBUIES DA ENFERMAGEM PARA OS CUIDADOS FAMILIARES

    CRIANA COM PARALISIA CEREBRAL ........................................................ 210

    8.8 IMPLICAES QUE A DIABETES MELLITUS ACARRETA NA VIDA DAS FAMILIAS DE CRIANAS/ADOLESCENTES COM A DOENA. ..................... 213

    8.9 O EXERCCIO DA ADVOCACIA DO PACIENTE PELO ENFERMEIRO DE UNIDADE DE INTERNAO PEDITRICA SOB A PERSPECTIVA DOS

    ACOMPANHANTES ................................................................................................ 216

    8.10 O PAPEL DA ENFERMAGEM NO EMPODERAMENTO DE GESTANTES E

    FAMILIARES ACERCA DO CUIDADO SI E DO RECM NASCIDO ................ 231

    8.11 O PREPARO PARA ALTA DE UM RECM-NASCIDO PREMATURO ............. 234 8.12 PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA CRIANA FRENTE AO

    RECEBIMENTO DO DIAGNSTICO DE HIV/AIDS ........................................... 237 8.13 REVISO INTEGRATIVA SOBRE OS EFEITOS DO CRACK EM CRIANAS

    EXPOSTAS A SUBSTNCIA DURANTE O PR-NATAL .................................. 240 9 EDUCAO ................................................................................................................. 251 9.1 A IMPLANTAO DO NCLEO DE SEGURANA DO PACIENTE COMO

    UM DESAFIO ........................................................................................................... 251

  • 9.2 ATIVIDADE EDUCATIVA SOBRE INFECES SEXUALMENTE

    TRANSMISSVEIS: UM MOMENTO DE APRENDIZADO ................................. 254 9.3 CONSTRUO MORAL DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM COMO

    INSTRUMENTO PARA A HUMANIZAO DO CUIDADO. ............................. 257 9.4 ESTRATGIAS DE REALIZAO DA SIMULAO REALSTICA EM

    SADE: UMA REVISO INTEGRATIVA ............................................................ 260

    9.5 ESTUDO DE CASO EM PESQUISAS DE ABORDAGEM MISTAS: REVISO INTEGRATIVA ......................................................................................................... 263

    9.6 EVASO E REPETNCIA NO CURSO DE GRADUAO EM

    ENFERMAGEM DA FURG ..................................................................................... 274 9.7 PERCEPES ACERCA DA EDUCAO EM SADE REALIZADA POR

    ENFERMEIRAS EM UMA PERSPECTIVA SCIO-ECO-CULTURAL .............. 286 9.8 TELESSADE: ESPAO PARA EDUCAO PERMANENTE EM SADE ..... 297

    9.9 PRTICA EDUCATIVA NO CENTRO DE MATERIAIS E ESTERILIZAO .. 300 10 OUTROS ........................................................................................................................ 304

    10.1 A ENFERMAGEM E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NAS ORGANIZAES HOSPITALARES ...................................................................... 304

    10.2 ADVOCACIA DO PACIENTE NA ENFERMAGEM: REVISO INTEGRATIVA ......................................................................................................... 307

    10.3 DA SUSTENTABILIDADE SUSTENTABILIDADE HOSPITALAR: UMA

    REVISO DE LITERATURA .................................................................................. 324 10.4 DIFERENAS E SEMELHANAS CONCEITUAIS ACERCA DO NAMORO

    PELA TICA DE MOAS E RAPAZES ................................................................. 328 10.5 ERROS DE MEDICAMENTOS CONHECIDOS E VIVENCIADOS POR

    TRABALHADORES DE ENFERMAGEM E AS PROVIDNCIAS TOMADAS

    FRENTE AOS MESMOS .......................................................................................... 332

    10.6 EXAMES LABORATORIAIS E A PRTICA CLNICA DO ENFERMEIRO: BREVE REFLEXO. ................................................................................................ 335

    10.7 EXPECTATIVAS E PROJETOS DE VIDA DE ADOLESCENTES USURIOS DE DROGAS ............................................................................................................. 338

    10.8 HIGIENIZAO DAS MOS: O USO DA CAIXA DA VERDADE .................... 341 10.9 O MTODO DO ESTUDO DE CASO: UTILIZAO NA PESQUISA EM

    ENFERMAGEM ........................................................................................................ 344 10.10 O USO DO CRACK RETRATADO PELA MDIA: UMA REVISO DE

    LITERATURA. .......................................................................................................... 360

    10.11 OCORRNCIA DE ESTRESSE UNIVERSITRIO NOS GRADUANDOS DE

    ENFERMAGEM ........................................................................................................ 371

    10.12 PREDITORES DA SATISFAO ACADMICA COM O CURSO DE GRADUAO EM ENFERMAGEM ...................................................................... 374

    10.13 SATISFAO ACADMICA COM O CURSO DE GRADUAO EM ENFERMAGEM ........................................................................................................ 388

    10.14 SOFRIMENTO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO DA ENFERMAGEM LUZ DA RACIONALIDADE AMBIENTAL .......................... 392

    10.15 UM RELATO DE EXPERINCIA COM CALOUROS DE ENFERMAGEM. ...... 402

  • 10.16 VISITA DOMICILIAR: EVIDENCIANDO ACEITAO DAS

    INTERVENES DE ENFERMAGEM - RELATO DE EXPERINCIA.............. 405

  • 12

    1 ESCOLA DE ENFERMAGEM DA FURG: HISTRIA E CONQUISTAS

    Adriana Dora da Fonseca

    Vera Lcia de Oliveira Gomes

    Helena Heidtmann Vaguetti

    Maringela de Magalhes

    O Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Rio Grande FURG, teve sua

    criao autorizada em 20 de agosto de 1975, sendo implantado no primeiro semestre letivo de

    1976 e reconhecido pelo Decreto 1.223/79, publicado no DOU de 18 de dezembro de 1979

    com a denominao de Curso de Enfermagem e Obstetrcia. Desde sua criao at fevereiro

    de 1997, os docentes enfermeiros e as disciplinas do curso eram lotados em quatro

    departamentos distintos: Departamento de Medicina Interna; Departamento Materno-Infantil;

    Departamento de Cirurgia e Departamento de Cincias Econmicas, Administrativas e

    Contbeis.

    Inicialmente, o Curso de Enfermagem e Obstetrcia foi instalado na Associao de

    Caridade Santa Casa do Rio Grande, que realizou adequaes na rea fsica para atender s

    exigncias do Ministrio da Educao e Cultura e criar o Hospital de Ensino. As disciplinas

    tericas, a biblioteca, o laboratrio de procedimentos de enfermagem e a Coordenao do

    Curso funcionavam no at ento denominado anel externo. As atividades prticas eram

    desenvolvidas nas unidades de internao: Maternidade, Pediatria, Centro Cirrgico, So

    Lucas I e II.

    Atualmente a Santa Casa recebe acadmicos da Escola de Enfermagem nas unidades

    de Clnica Mdica e Cirrgica; Maternidade; Pediatria; Centro de queimados; Centro material

    e esterilizao; Bloco cirrgico; Cardiologia; Emergncia em cardiologia; UTI de cardiologia;

    UTI geral; UTI ps-operatria e Oncologia. A insero do curso na Rede Bsica de Sade se

    deu com a disciplina Criana Sadia que tinha suas atividades prticas desenvolvidas no

    Posto Dra. Rita Lobato. A partir da a parceria com a Secretaria Municipal da Sade foi se

    intensificando de forma que, atualmente, atividades prticas e estgios curriculares so

    desenvolvidos nas Unidades Bsicas de Sade e nas Unidades de Sade da Famlia. Alm

    disso, programas como PET Enfermagem, Sade e Preveno nas Escolas (SPE), Viver

    Mulher e de Educao Permanente so realizados de forma conjunta.

  • 13

    Em sete de dezembro de mil novecentos e oitenta e oito (1988) foi criado o Hospital

    Universitrio Prof. Miguel Riet Corra Jnior, um espao sonhado, idealizado e cuja

    realizao se deve, em grande parte, ao esforo de docentes enfermeiros da FURG. A primeira

    diretoria do Hospital de Ensino contou com docentes enfermeiros nos cargos de

    Administrador, Diretor de Enfermagem e Diretor de Apoio. Com esse espao prprio, foi

    possvel qualificar o ensino de graduao em enfermagem e, consequentemente, contribuir

    para a melhoria da sade da populao.

    A Nova Lei do Exerccio Profissional de Enfermagem sancionada em 1986,

    determinava que a Enfermagem somente poderia ser exercida por Enfermeiros, Tcnicos de

    Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Parteiras. Frente a essa determinao do Conselho

    Federal de Enfermagem (COFEN), os docentes do curso se mobilizaram elaborando um

    projeto para implantao do Curso Supletivo de Qualificao Profissional para Auxiliar de

    Enfermagem. Naquela ocasio, foram parceiros da FURG, a Santa Casa do Rio Grande e a

    Secretaria Municipal da Sade do Rio Grande. O curso funcionou de 1990 a 1997, formando

    sete turmas. Com a proibio de formao de novos auxiliares de enfermagem, emitida pelo

    Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Rio Grande do Sul (COREN/RS), houve

    incentivo e necessidade da criao de cursos de Tcnicos de Enfermagem. Frente quase

    inexistncia desses profissionais em nosso municpio, docentes do curso de Enfermagem

    elaboraram uma proposta para criao do Curso de Tcnico em Enfermagem, na FURG em

    parceria com o Colgio Tcnico Industrial CTI/FURG. Esse curso funciona desde o ano de

    2000 junto ao Instituto Federal de Educao, Cincias e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Campus Rio Grande.

    Em 1993, foi criada a Rede de Ps-Graduao em Enfermagem da Regio Sul

    (REPENSUL), que congregou a Universidade Federal de Santa Catarina, com a Fundao

    Universidade Federal do Rio Grande, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a

    Universidade Federal de Pelotas, a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade

    Federal do Paran, com vistas a acelerar o processo de qualificao de docentes enfermeiros

    dessas IFES. A participao no mestrado interinstitucional, proposto pela REPENSUL, alm

    da titulao dos docentes tornou-se um excelente laboratrio para o aperfeioamento de

    competncias no ensino e na pesquisa, constituindo-se no embrio do Programa de Ps-

  • 14

    Graduao em Enfermagem da FURG e despertando o desejo de criao de uma Unidade

    Acadmica para a enfermagem.

    Em 1994 foi criado o Ncleo de Estudos e Pesquisas em Trabalho e Enfermagem

    (NEPETE) que, a partir de 1997, passou a integrar o Diretrio de Grupos de Pesquisa do

    CNPq com a denominao de Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem e Sade

    (NEPES). Esse ncleo teve uma importncia fundamental na trajetria da Enfermagem, na

    FURG, pois consolidou a interface entre graduao e ps-graduao, em termos de pesquisa.

    A partir do primeiro semestre de 1996 foi desenvolvido o Curso de Especializao em

    Projetos Assistenciais de Enfermagem - ESPENSUL, destinado especializao de

    Enfermeiros no prprio local de trabalho. Com metodologia pautada no ensino semipresencial

    e na flexibilidade do currculo o ESPENSUL fortaleceu a integrao entre o Curso de

    Enfermagem e a rede de servios de sade do municpio.

    Em fevereiro de 1997, aps reconhecimento do potencial, da identidade profissional e

    especificidade do curso foi criado o Departamento de Enfermagem, que reuniu e possibilitou

    a concreta integrao dos docentes, at ento lotados em diferentes departamentos. Com a

    lotao dos docentes enfermeiros em uma nica unidade, ficou garantida a autonomia nos

    processos decisrios que definiriam os rumos da Enfermagem, na FURG. A qualificao do

    corpo docente, em curto espao de tempo, possibilitou, alm do fortalecimento da identidade

    profissional, maior visibilidade da Enfermagem nos mbitos local, regional, nacional e

    internacional, com significativas repercusses na produo de conhecimentos.

    Em outubro de 2001, ocorreu a aprovao e recomendao pela CAPES, do Curso de

    Mestrado em Enfermagem, sendo criado o Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, o

    primeiro na rea da Sade na FURG. As atividades acadmicas do Mestrado em Enfermagem

    tiveram incio no primeiro semestre de 2002. O programa tinha e ainda tem como objetivo

    formar pesquisadores capazes de promover o avano do conhecimento e a produo de novas

    tecnologias na Enfermagem/Sade, nas dimenses gerenciais, educativas e cuidativas,

    considerando o ecossistema e as demandas de desenvolvimento da sociedade.

    Quanto ao suporte administrativo, foi criada em 2002 a Secretaria Geral das unidades

    educacionais, com ela, os tcnico-administrativos em educao, reunidos em nica rea fsica

  • 15

    passaram a atuar de forma contnua e mais articulada com as chefias, docentes e discentes,

    situao que persiste at os dias de hoje.

    Em 15 de agosto de 2008, integrando a proposta de mudana organizacional, foi

    aprovada a criao da Escola de Enfermagem, como uma das treze Unidades Acadmicas da

    FURG.

    Passados sete anos de funcionamento ininterrupto do Curso de Mestrado em

    Enfermagem da FURG, em 19 de dezembro de 2008 a Escola de Enfermagem obteve a

    aprovao, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa, Extenso e Administrao, da criao do

    Curso de Doutorado em Enfermagem, o qual foi recomendado pela CAPES, constituindo-se

    em mais uma importante conquista. As atividades acadmicas do Doutorado em Enfermagem

    da FURG iniciaram em abril de 2009, atualmente encontra-se em curso a oitava turma.

    No mesmo ano foi criado o Programa de Educao Tutorial de Enfermagem (PET

    Enfermagem) que desde sua implantao tem como objetivo causar um impacto positivo no

    curso de graduao, alm de realizar, com os demais acadmicos, atividades direcionadas

    comunidade.

    No primeiro semestre de 2010, com a criao do Programa de Residncia

    Multiprofissional em Sade da Famlia, oferecido pela Escola de Enfermagem (EEnf) e

    construdo em parceria com o Instituto de Educao (IE), Instituto de Cincias Humanas e da

    Informao (ICHI), Instituto de Cincias Biolgicas (ICB) da Universidade Federal do Rio

    Grande-FURG e Secretaria Municipal de Sade (SMS) do Rio Grande, mais uma meta foi

    atingida. O programa tem como horizonte a formao de um profissional, cidado, crtico,

    capaz de buscar solues para os problemas de usurios e trabalhadores da sade,

    contribuindo para a promoo e a educao em sade. Visa especializar profissionais

    Enfermeiros, Educadores Fsicos e Psiclogos por meio do processo de educao permanente

    e da insero no trabalho. O residente deve atuar em equipe interdisciplinar no nvel de

    ateno bsica do Sistema nico de Sade (SUS), realizando prticas, desenvolvendo

    pesquisas e construindo propostas que contribuam para a concretizao dos princpios e

    diretrizes do SUS.

    Com a finalidade de prestar ateno integral sade cardiometablica do adulto, a

    partir da aquisio de conhecimento, inovao em cincia e tecnologia, educao permanente

  • 16

    em servio e utilizando os princpios e diretrizes do SUS, foi criado em 2010, o Programa de

    Residncia Integrada Multiprofissional Hospitalar com nfase na Ateno Sade Cardio-

    Metablica do Adulto (RIMHAS). O referido curso fruto da parceria entre Instituto de

    Educao (IE), Instituto de Cincias Humanas e da Informao (ICHI), Instituto de Cincias

    Biolgicas (ICB), Hospital Universitrio e Secretaria Municipal de Sade (SMS) do Rio

    Grande, sob coordenao da Escola de Enfermagem (EEnf).

    A RIMHAS, por meio do trabalho em equipe, tem como objetivo propiciar uma

    formao acadmica multiprofissional e interdisciplinar. Assim, a trajetria histrica da

    Enfermagem da FURG, comprova o grande potencial desse grupo tanto para a superao de

    dificuldades acadmicas e burocrticas, quanto para a busca da conscincia profissional

    voltada ao cuidado com a vida.

    Para tanto, continuamos procura dos melhores ventos e direes para alcance da

    excelncia no ensino, na pesquisa e na extenso universitrias.

    motivo de grande orgulho para todos que fizeram e ainda fazem parte dessa histria

    ter contribudo para que, um conjunto de sonhos e emoes, gradativamente se transformasse

    em objetivos e prticas construdas e operacionalizadas em situaes reais e concretas da vida

    acadmica. Tais prticas, alm de contriburem para a melhoria da qualidade de vida da

    populao riograndina, sem dvida enalteceram e ainda enaltecem nossa universidade no

    cenrio nacional e internacional.

  • 17

    2 DIRETRIO ACADMICO DE ENFERMAGEM DA FURG: DESDE SEMPRE

    Cesar Francisco Silva da Costa1

    Adriana Dora da Fonseca2

    Ricardo Cunha dos Santos3

    Com a chegada da famlia real portuguesa ao Brasil foram criados, em 1808, os

    primeiros cursos superiores do pas: as escolas de Cirurgia e Anatomia em Salvador (hoje

    Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia), a de Anatomia e Cirurgia, no Rio

    de Janeiro (atual Faculdade de Medicina da UFRJ) e a Academia da Guarda Marinha, tambm

    no Rio de Janeiro. Na poca eram restritos a uma pequena parcela da populao e se

    desenvolveram lentamente, sendo que at o final do sculo XIX existiam apenas 24

    estabelecimentos de ensino superior no Brasil, com cerca de aproximadamente 10.000

    estudantes1,2,3.

    No sculo XX uma das principais mudanas no ensino superior brasileiro foi o fato de

    destinarem-se no s classe de elite, mas tambm ao atendimento de uma parcela maior da

    populao1. Ainda houve um aumento significativo do nmero de escolas e uma maior

    organizao coletiva dos jovens2.

    Em 1901 foi criada a Federao dos Estudantes Brasileiros, primeiro movimento

    estudantil no pas. Em 1910 foi realizado o I Congresso Nacional de Estudantes, em So

    Paulo. Em 1937 com o desejo de formar uma entidade nica, representativa, forte e legtima

    foi criada a Unio Nacional dos Estudantes (UNE)4. Desde ento, a UNE passou a se

    organizar em congressos anuais e a buscar articulao com outras foras progressistas da

    sociedade. O primeiro presidente oficial da entidade foi o gacho Valdir Borges, eleito em

    19392.

    A UNE organiza-se, basicamente, em trs instncias deliberativas: o Conselho

    Nacional de Entidades de Base (Coneb), que rene os diretrios acadmicos (DAs) e Centros

    1 Ex-aluno do Curso de Enfermagem da FURG e ex-presidente do Diretrio Acadmico de Enfermagem (1979-

    1981). Mestre em Enfermagem. Professor Adjunto da Escola de Enfermagem da FURG. 2 Ex-aluna do Curso de Enfermagem da FURG e ex-presidente do Diretrio Acadmico de Enfermagem (1984-

    1985). Doutora em Enfermagem. Professora Associada da Escola de Enfermagem da FURG. 3 Aluno do Curso de Enfermagem da FURG e presidente do Diretrio Acadmico de Enfermagem (2015-2016)

  • 18

    Acadmicos (CAs) do Brasil; o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que agrega

    os diretrios centrais de estudantes (DCEs) e executivas nacionais de cursos; e o Congresso

    da UNE (Conune), que acontece a cada dois anos, formado por todas as entidades e tambm

    por todos os estudantes que quiserem, de maneira livre, participar, a maior instncia do

    movimento estudantil brasileiro. Durante o congresso, elege-se a nova diretoria da UNE e so

    tomadas decises sobre os rumos da entidade2.

    Os primeiros anos da UNE acompanharam o incio da Segunda Guerra Mundial

    (1939-1945). Em 1942 o presidente Getlio Vargas, pelo decreto-lei n.4080, oficializou a

    UNE como entidade representativa de todos os universitrios brasileiros. Aps a guerra, a

    UNE se fortaleceu como movimento social brasileiro. Em 1962, a UNE, ao lado de outras

    instituies e intelectuais brasileiros, formou a Frente de Mobilizao Popular, cujo objetivo

    era o de lutar por transformaes sociais, entre elas o maior acesso da sociedade educao

    superior2.

    Em 1964, a primeira ao da ditadura militar brasileira foi metralhar e incendiar a sede

    da UNE, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. Muitos estudantes foram presos,

    perseguidos e at torturados. As universidades eram vigiadas, intelectuais e artistas eram

    reprimidos. Ainda, o regime militar retirou legalmente a representatividade da UNE, mas a

    entidade, apesar da represso, continuou a existir nas sombras da ditadura.

    Ao final dos anos 70, com os primeiros sinais de enfraquecimento do regime militar o

    movimento estudantil voltou s ruas e a UNE comeou a se reestruturar. Em 1979, foi

    realizado em Salvador o Congresso de Reconstruo da UNE, o relatrio final do evento

    reivindicava mais recursos para as universidades, defesa do ensino pblico e gratuito, bem

    como a libertao de estudantes presos. Em 1984, a UNE participou ativamente da campanha

    das Diretas J.

    Em 1985, foi aprovado pelo Congresso Nacional o projeto que legalizou novamente a

    entidade.

    No transcorrer dos acontecimentos, no ano de 1979 inicia-se no Curso de Enfermagem

    e Obstetrcia da FURG um movimento com vistas a criao do Diretrio Acadmico de

    Enfermagem. Importante destacar que na dcada de 70, os Diretrios Acadmicos, como

    forma de integrao entre os estudantes, ainda eram vistos com restries por parte das

  • 19

    administraes universitrias, o que tinha muito a ver com o momento poltico em nosso Pas

    na poca.

    Na Fundao Universidade do Rio Grande, embora j existindo extra oficialmente

    desde 1979, com eleies realizadas e diretoria atuando, o Diretrio Acadmico de

    Enfermagem foi reconhecido oficialmente pela administrao da universidade em abril de

    1980, por mobilizao dos estudantes do curso um ms antes da semana da enfermagem

    daquele ano.

    Das lembranas e experincias do primeiro presidente do DA Enf. O ento acadmico

    Cesar Francisco Silva da Costa, no perodo de 1979 a 1981, foi, acreditem, uma Greve de

    Estudantes que durou aproximadamente 45 dias. Naquele perodo, comparecamos na

    universidade para as assemblias que eram dirias, mas no entravamos nas salas para assistir

    as aulas.

    A referida greve no foi somente do Curso Enfermagem, pois outros cursos de nossa

    Universidade tambm participaram do movimento, cada um com suas reivindicaes. As

    nossas eram: a melhoria dos campos de estgio, a criao do Departamento de Enfermagem

    (nossos professores estavam distribudos nos departamentos de Medicina Interna, de Cirurgia,

    Materno Infantil e o de Cincias Econmicas Administrativas e Contbeis), o reconhecimento

    do Diretrio Acadmico da Enfermagem, a criao de um restaurante universitrio (no havia

    na poca tal como temos hoje), e o abono das faltas durante o perodo da greve.

    Como representantes estudantis, participvamos tambm de seminrios congressos e

    encontros, nesse particular minha recordao mais marcante foi a do Encontro Nacional de

    Estudante de Enfermagem realizado na cidade de Goinia/GO, em 1980.

    Naquele encontro estava previsto uma mesa redonda em que vrios presidentes de DA

    iriam participar. Em determinado momento surgiu uma comisso de avaliao que iria

    realizar uma reviso no contedo que os presidentes de diretrios iriam abordar durante os

    debates. Fomos orientados a escrever o texto e esperar o parecer da comisso. Alguns textos

    foram censurados.

    Sobre as lembranas que compartilho em participar do Diretrio Acadmico da

    Enfermagem naquele momento histrico que vivamos no Pas, posso dizer que como

    experincia foi de grande valia para minha formao profissional no sentido em que me foi

  • 20

    possvel entender que Todas as Polticas, sejam elas educacionais, de sade ou partidrias,

    esto conectadas e so indissociveis. Atualmente isso pode parecer muito obvio, no entanto

    para os jovens daquela poca, ou para mim, nem tanto.

    Portanto acredito que a participao em movimentos estudantis tenha sido o marco

    para o meu interesse na docncia, onde tenho a oportunidade de aprender e compartilhar

    sempre.

    Na gesto 1984-1985 o DA de Enfermagem foi presidido pela ento acadmica

    Adriana Dora da Fonseca, e tinha como principais atribuies: organizar a Semana

    Acadmica de Enfermagem, incentivar a participao de estudantes em cursos de atualizao,

    promover festas dos estudantes, realizar reunies dos integrantes do DA com os demais

    acadmicos a fim de elencar prioridades para a melhoria no ensino de Enfermagem. Essas

    eram colocadas em pauta nas reunies da Comisso de Curso de Enfermagem (ComCur Enf).

    Ainda, os presidentes de todos os Diretrios Acadmicos da Universidade Federal do

    Rio Grande (FURG), participavam, com direito a voz e voto, das reunies do Diretrio

    Central de Estudantes, cuja sede era na Rua General Vitorino esquina Benjamin Constant.

    Essas se caracterizavam por intensa participao poltica, com reunies acaloradas e muitas

    vezes vigiadas, por membros da administrao superior da universidade5.

    Uma das principais lembranas era o esforo em organizar a Semana Acadmica de

    Enfermagem, que para a comisso eram encontros ricos, nos quais escolhamos os temas a

    serem abordados, os palestrantes que iramos convidar, os quais algumas vezes vinham de

    outras cidades. No entanto, a participao estudantil, pblico alvo, era inferior a que

    espervamos, saamos desestimulados, mas sabamos que estvamos fazendo a nossa parte

    e por isso que durante estes 40 anos a Semana Acadmica de Enfermagem sempre

    aconteceu.

    O Diretrio Acadmico de Enfermagem atualmente conhecido como Diretrio

    Acadmico de Enfermagem Eunice Xavier de Lima, em homenagem a uma docente

    enfermeira que atuou nas primeiras turmas de acadmicos de enfermagem da FURG.

    presidido pelo acadmico Ricardo Cunha dos Santos que atua como membro do diretrio

    desde 2014, tendo assumido inicialmente como tesoureiro geral e no ano seguinte como

    presidente.

  • 21

    Esta entidade representa todos os acadmicos do curso de graduao em Enfermagem

    da FURG em todas as instancias da universidade assim como: representaes junto ao

    Diretrio Central dos Estudantes - DCE, tendo voz ativa e direito a voto em suas assemblias;

    possui representatividade com direito a voto no conselho da Escola de Enfermagem; organiza

    a Semana da Acolhida, junto coordenao do curso de Enfermagem e a Pr Reitoria de

    Assuntos Estudantis PRAE; bem como, organiza o Intersries que um evento de interao

    acadmica entre todas as sries do curso, oportunizando trocas de experincias entre

    acadmicos e professores.

    Sem dvidas a experincia de presidir um diretrio acadmico e de representar um

    pblico to significativo, sentindo-se responsvel por todas as condutas tomadas com estes e

    tentando resolver e amenizar seus problemas segundo o atual presidente do Diretrio

    Acadmico, uma satisfao impar e indescritvel.

    Uma das experincias que mais me sensibiliza a realizao da Semana da Acolhida

    aos Calouros, aonde percebemos o entusiasmo e a vontade de comearem algo novo, muitas

    vezes sem saber o que os espera, e nesse contexto os acadmicos buscam no DA o apoio

    necessrio para dar o ponta p inicial na sua vida como estudantes na Universidade Federal

    do Rio Grande.

    REFERNCIAS:

    1 Martins A. C. P. Ensino superior no Brasil: da descoberta aos dias atuais. Acta Cir. Brs. 2002; 17(3): 4-6.

    2 UNE. Unio Nacional dos Estudantes [cited 3 maio 2016]; 200?. Available from: http://www.une.org.br/a-une/.

    3 Teixeira A. O ensino superior no Brasil: anlise e interpretao de sua evoluo at 1969. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas; 1969.

    4 UNE. A UNE: memria [cited 3 maio 2016]. Available from: http://www.une.org.br/memoria/.

    5 DCE. Diretrio Central dos Estudantes/FURG [cited 3 maio 2016]; 200?. Available from: http://dcefurg.blogspot.com.br/ .

    http://www.une.org.br/a-une/http://www.une.org.br/memoria/http://dcefurg.blogspot.com.br/
  • 22

    3 A TRAJETORIA HISTORICA DA ASSOCIAO BRASILEIRA DE

    ENFERMAGEM AO LONGO DE SEUS 90 ANOS DE EXISTNCIA

    Maria Itayra Padilha

    A Associao Brasileira de Enfermagem (ABEn) completa em 12 de agosto de 2016,

    90 anos. Criada para ser Associao de Ex-alunas da recm criada Escola de Enfermeiras do

    Departamento Nacional de Sade Pblica, atual Escola de Enfermagem Anna Nery,

    rapidamente foi alada a uma funo maior, a de ser a primeira entidade organizativa da

    Enfermagem, a Associao Nacional de Enfermeiras Diplomadas (ANED). Nela se

    integraram as duas enfermeiras brasileiras formadas fora do Brasil, Edith de Magalhes

    Fraenckel e Rachel Haddock Lobo. Como tal, abraava a causa das lutas polticas, legais e

    educacionais da Enfermagem Brasileira, comandada pelas poucas, mas guerreiras Enfermeiras

    brasileiras e americanas. Ao integrar-se ao Conselho Internacional de Enfermeiras em 1929,

    consolida-se como porta-voz legtima da profisso no Brasil, nos debates e deliberaes

    globais no interesse da categoria. Buscando o desenvolvimento cientfico da Enfermagem,

    criou a primeira Revista de Enfermagem no Brasil, denominada em 1932 de Annaes de

    Enfermagem, e posteriormente, Revista Brasileira de Enfermagem que persiste at os dias de

    hoje divulgando e promovendo o conhecimento na rea de Enfermagem e sade.

    Seguindo os passos do Modelo Nightingaleano de Enfermagem, as novas enfermeiras

    alm de atuarem no Departamento Nacional de Sade Pblica, contribuindo para o controle e

    combate as endemias e epidemias que grassavam a capital do Brasil, Rio de Janeiro, tambm

    iniciaram a criao de novas escolas nestes modelos, Brasil afora. Com isso, a Enfermagem

    Moderna se expande chegando hoje a mais de 1000 Escolas de Enfermagem distribuidas em

    todo o Brasil.

    A ABEn como a conhecemos atualmente foi assim nominada em 21 de agosto de

    1954, desde sua criao at os dias de hoje, participou de todos os movimentos polticos

    essenciais que contriburam para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e prtica profissional

    da Enfermagem brasileira. Dentre eles, vamos ressaltar apenas alguns: a primeira legislao

    que tratava do ensino da Enfermagem criada em 1931 (Decreto 20.109/1931), e que colocava

  • 23

    a Escola de Enfermagem Anna Nery como Escola oficial padro, visava poca estabelecer

    um modelo de qualidade a ser seguido pelas demais escolas. Em relao educao de

    Enfermagem, a ABEn esteve presente em todos os demais movimentos que culminaram em

    todas as regulamentaes acerca da conduo da formao de enfermagem ao longo do

    tempo, incluindo a garantia de carga horria mnima para os cursos de graduao, de 4.000

    horas, ao invs das 2.500 propostas nacionalmente para uma sria de outros cursos. A ABEn

    teve grande influncia e importncia na ampliao das escolas de enfermagem ao longo do

    tempo, por meio de suas diretorias de Educao. Na atualidade, a ABEn luta para que essa

    expanso seja ordenada, para que as Diretrizes Nacionais Curriculares sejam reformuladas e

    para que o ensino seja de qualidade, vedando-se o ensino distncia como modalidade de

    curso para formao na graduao e de profissionais de nvel tcnico.

    De modo a tornar essa atuao mais objetiva e concreta, foi criado em 1994 o

    SENADEN - Seminrios Nacionais de Educao em Enfermagem, chegando em 2016 a sua

    15a edio, nos quais participam educadores, coordenadores e pesquisadores da educao em

    nossa rea, com o objetivo de revisar, analisar e propor novos modos de qualificar a educao

    em enfermagem no Brasil. O SENADEn surgiu como forma de discusso para implementao

    e acompanhamento do currculo mnimo dos Cursos de Graduao em Enfermagem. O

    currculo que provocou tal iniciativa da ABEn se originou do Parecer 194/94 do Conselho

    Federal de Educao (CFE/MEC), mas logo se mostrou necessrio tornar esse seminrio

    regular, para discutir as constantes mudanas e os desafios da educao em enfermagem

    (Mancia, Padilha, Ramos, 2015: p. 448).

    A ABEn, mantendo sua poltica de expanso e para agregar novos scios que se

    vinculassem as causas da ABEn, comea a partir da dcada de 1940 comea a criar as Sees

    regionais por todo o pas. Este foi um processo lento, tendo em vista que muitos estados

    tinham poucas enfermeiras, no tinham escolas de enfermagem, dentre outros. Embora a

    realidade histrica mostre que muitas Sees foram criadas antes das Escolas de nvel

    superior, e com isso no apenas contriburam para sua efetivao, como tambm fizeram parte

    desse movimento. Atualmente a ABEn encontra-se representada na quase totalidade dos

    estados da federao, o que demonstra mais uma vez a sua importncia e valor.

  • 24

    At a dcada de 1970, a ABEn se responsabilizava pelo desenvolvimento da

    enfermagem nos aspectos ticos, culturais, educacionais, polticos e legais da profisso.

    Posteriormente, baseada em ampla discusso, defendeu-se que era importante que fosse criado

    um Conselho de Enfermagem que se responsabilizasse exclusivamente pelos aspectos

    relativos ao Exerccio da Enfermagem, incluindo fiscalizao, controle e aspectos ticos da

    profisso. Assim, em 1973 fundado o Conselho Federal de Enfermagem, e a partir de 1975,

    os Conselhos Regionais de Enfermagem em todo o pas. Atualmente a ABEn luta pela

    democratizao da autarquia, defendendo eleies diretas para o Conselho Federal de

    Enfermagem, e pela ao conjunta em prol do desenvolvimento da profisso.

    Entre 1979 e 1989, a Associao Brasileira de Enfermagem, principal e mais antiga

    entidade representativa da profisso, viveu um momento de intensa discusso sobre a sua

    organizao. Este foi denominado Movimento Participao que se concretiza na eleio de

    1984, com o intuito de criar uma nova viso sobre a profisso de Enfermagem. Uma profisso

    que se comprometesse com o desenvolvimento de uma prtica criativa, com o exerccio

    constante de avaliao crtica; que compreendesse a sua atividade como uma prtica social

    constituda e, tambm, constituinte de um contexto histrico-social. Uma profisso formada

    por trabalhadores especializados em um campo do saber tcnico-cientfico, com competncia

    para cuidar de indivduos e grupos no seu processo de viver. Uma profisso que defendesse

    um conjunto de valores morais para todos os seres humanos, sem qualquer discriminao,

    destacando-se o direito sade, liberdade e a uma vida digna (Pires, Lorenzetti, Spricigo,

    2015, p. 460 apud Albuquerque, Pires, 2001; Oliveira, 1990).

    Com relao ao exerccio profissional de enfermagem, a ABEn tambm teve ampla

    atuao em todas as legislaes que nos regem no cotidiano de nossa prtica profissional,

    desde a primeira em 1955 e a nossa atual, de 1986. Articuladas as preocupaes com a prtica

    profissional, a ABEn, juntamente com as demais entidades organizativas da Enfermagem

    continua lutando politicamente e arduamente pelos direitos da Enfermagem, como o

    movimento pelas 30 horas de enfermagem em substituio atual jornada de 40 ou 46 horas

    semanais. Tambm levantou a bandeira contra o Ato Mdico, que subordina as profisses de

    sade medicina, dentre tantas outras. A Enfermagem brasileira sob a liderana da ABEn

    participou do Movimento pelas Diretas J, das Conferncias Nacionais de Sade que

  • 25

    culminaram na nossa Constituio Federal de 1988, dos movimentos pela Reforma Sanitria e

    pela defesa do SUS em todas as suas instncias.

    A Associao Brasileira de Enfermagem, ainda em seu incio, entendeu que era

    importante congregar profissionais de enfermagem, mesmo poucos em seu incio, em prol de

    pensar, discutir, refletir e socializar o que a enfermagem brasileira estava pensando e fazendo.

    Neste sentido, criou em 1947 o primeiro Congresso Nacional de Enfermagem, que depois se

    concretizaria como o Congresso Brasileiro de Enfermagem, o qual completa este ano a sua

    68a edio, realizado anualmente, articulando as discusses ao momento poltico profissional

    vivido em cada poca histrica. Os congressos se constituem em espaos privilegiados, pois

    renem profissionais de todo o pas, que discutem o tema do evento, sempre relacionado a

    questes emergentes do contexto profissional. Possibilitam, assim, um intercmbio tcnico,

    poltico e cultural entre os profissionais, o que dificilmente seria vivel em outro cenrio,

    alm de concretizar suas recomendaes em numerosas realizaes da enfermagem brasileira

    (Mancia, Padilha, Ramos, 2015 p, 427). Este evento para alm de socializar conhecimentos,

    se torna um espao de debates sobre a prtica profissional e a educao em enfermagem,

    articulando com o que h de mais inovador e emergente na profisso.

    A ABEn tambm sensvel e articulada aos movimentos profissionais de enfermagem e

    atenta ao crescimento e desenvolvimentos da Ps-Graduao Stricto Sensu em Enfermagem

    no Brasil, cujo primeiro mestrado inicia em 1972 na Escola de Enfermagem Anna Nery,

    seguida de muitas outras em todo o pas, incluindo-se os Cursos de Doutorado e

    posteriormente os de Mestrados Profissionais, chegando hoje a cerca de 90 programas em

    todo o Brasil. O Seminrio Nacional de Pesquisa em Enfermagem (SENPE), se originou de

    um projeto maior da ABEn que foi a criao do Centro de Estudos e Pesquisa em

    Enfermagem (CEPEn), tendo seu incio no ano de 1971, quando Hayde Guanais Dourado,

    em assembleia de delegados da ABEn, na cidade de Manaus, sugeriu sua criao, que foi

    aceita pela sesso plenria (MANCIA et al., 2006; SILVA, 1994; BARREIRA, BAPTISTA,

    2002). No entanto, a concretizao da proposta somente ocorreu com a incorporao desta ao

    novo estatuto da ABEn, implementado a partir de 1976, na gesto de Ieda Barreira e Castro,

    presidente da ABEn de 1976 a 1980 (Mancia, Padilha, Ramos, 2015). O CEPEn, alm de

    organizar o SENPE, mantm na sede da ABEn, em Braslia, o maior conjunto de teses e

  • 26

    dissertaes de Enfermagem da Amrica Latina. Esse acervo est catalogado na biblioteca do

    prprio centro, disponvel para consultas.

    Nos espaos dos CBEns e dos SENPEs, a ABEn ao longo de sua trajetria poltica

    mantm o dilogo e participao ativa nas deliberaes essenciais da Enfermagem no campo

    dos Programas de PsGraduao em Enfermagem, articulando-se com as representaes de

    Enfermagem junto a CAPES e CNPq.

    Cada evento promovido pela ABEn busca dar uma resposta a categoria e tambm s

    demandas da sociedade no seu tempo.

    Tendo em vista a padronizao das linguagens de enfermagem para descrever os focos

    de sua prtica e delinear melhor o escopo da profisso, organiza desde ano de 1991 o

    SINADEn (Simpsio Nacional de Diagnsticos de Enfermagem), liderou a realizao da

    pesquisa nacional CIPE-SC Classificao das Prticas de Enfermagem em Sade Coletiva,

    desenvolveu o SI-ABEn (Sistema de Apoio Sistematizao da Assistncia de Enfermagem.

    O 1 Colquio Latino-Americano de Histria da Enfermagem (CLAHEn), promovido

    pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro

    (EEAN/UFRJ), por iniciativa de seu Ncleo de Pesquisa de Histria da Enfermagem

    Brasileira (Nuphebras), sob a liderana das doutoras Ieda de Alencar Barreira e Suely de

    Souza Baptista, realizou-se na cidade do Rio de Janeiro no ano 2000, com o apoio do CNPq.

    O tema geral Para uma nova viso da Histria da Enfermagem, desdobrou-se em dois temas

    oficiais, a saber: O ensino da Histria da Enfermagem na Amrica Latina e A pesquisa e a

    documentao em Histria da Enfermagem.

    Dada a conjuntura da ateno primria no pas, a ABEn organizou um espao de

    discusso e estabelecimento de diretrizes para a prtica profissional de enfermagem nessa rea

    e criou o Seminrio Nacional de Diretrizes de Enfermagem na Ateno Bsica em Sade

    (SENABS). E, entendendo que o trabalho de enfermagem se d em meio determinantes

    econmicos, polticos e ideolgicos, criou, em 2003, o SITEn (Seminrio Internacional do

    Trabalho de Enfermagem) como oportunidade para a categoria refletir e compreender melhor

    esse jogo de foras que culmina com a precarizao do trabalho, jornadas desproporcionais ao

    desgaste fsico e emocional, e remunerao que no garante dignidade ao profissional e sua

    famlia.

  • 27

    A partir de 2010 percebendo a formao de grupos de interesse entre seus associados e

    a ABEn regulamenta a criao de Departamentos Cientficos de Enfermagem sendo eles:

    Departamento Cientfico de Enfermagem Gerontologica e incorpora, aos eventos da ABEn, a

    Jornada Brasileira Enfermagem Gerontolgica a partir de sua 9a. edio; O Departamento

    Cientfico de Histria de Enfermagem; o Departamento Cientfico de Enfermagem em Sade

    Mental; Departamento Cientfico de Ateno Primria Sade.

    "A ABEn constitui-se em patrimnio da enfermagem brasileira, considerando que

    todas as conquistas da categoria emergiram de movimentos por ela organizados. Trabalha

    com rgos como o Ministrio da Sade (MS), a Organizao Pan-Americana de Sade

    (Opas), a United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco), o

    Conselho Nacional de Sade (CNS), o Frum de Entidades Nacionais de Trabalhadores da

    rea da Sade (Fentas), o Ministrio da Educao (ME), a Coordenao de Aperfeioamento

    de Pessoal de Nvel Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e

    Tecnolgico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entre outros" (Mancia;

    Padilha; Ramos, 2015 p. 422).

    Em sntese, quase impossvel descrever a grandeza da Associao Brasileira de

    Enfermagem, que desde a sua criao, por meio de todas as diretorias que por al passaram,

    chamados "abenistas" de corao, mulheres e homens vem se comprometendo com a

    Enfermagem brasileira em todas as suas reas, visando sempre viabilizar novas conquistas

    para a profisso e ampliar os seus espaos polticos de deciso. importante que as

    organizaes de enfermagem se engagem em um projeto coletivo poltico profissional de

    novas geraes que possa traar o futuro, a partir do olhar de tudo o que j foi construdo no

    passado e no presente da nossa querida entidade praticamente secular, a Associao Brasileira

    de Enfermagem.

    REFERNCIAS

    ALBUQUERQUE, G. L.; PIRES, D, E. P. O Movimento Participao (MP): uma

    contribuio histria da enfermagem brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem, ABEn,

    Braslia, v. 53, n. 4, p. 174-184, 2001.

  • 28

    BARREIRA, I. A.; BAPTISTA, S. S. Hayde Guanais Dourado: carisma e personalidade a

    servio de um ideal. Revista Brasileira de Enfermagem, ABEn, Braslia, v. 55, n.3, p. 275-

    292, maio/jun. 2002.

    MANCIA, J. R. et al. La creacin del Centro de Estudios e Investigaciones en Enfermera de

    la Associao Brasileira de Enfermagem. Revista Panamericana de Enfermera, Mxico, v. 4,

    n. 1, p. 24-29, ene./jun. 2006.

    Mancia, Joel; Padilha, Maria Itayra; Ramos, Flavia Regina Souza. Cap. X. Parte 1. A

    Associao Brasileira de Enfermagem. In: Enfermagem: HIstria de uma profisso. Org.

    Padilha, Maria Itayra; Borenstein, Miriam Susskind; Santos, Iraci. 2. ed. So Caetano do

    Sul/SP, 2015.

    OLIVEIRA, F. V. S. Associao Brasileira de Enfermagem: mudanas e continuidades A

    propsito do Movimento Participao (1979-1989). 203 fl. Dissertao (Mestrado em

    Cincias Sociais) Centro de Cincias Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do

    Rio Grande do Norte, Natal, 1990.

    PIRES, Denise; LORENZETTI, Jorge; ALBUQUERQUE, Gelson Luiz de. Cap X. Parte 2. O

    movimento participao da Associao Brasileira de Enfermagem: Histria e desafios na

    representao profissional. In: Enfermagem: HIstria de uma profisso. Org. Padilha, Maria

    Itayra; Borenstein, Miriam Susskind; Santos, Iraci. 2. ed. So Caetano do Sul/SP, 2015.

    SILVA, E. M. Produo, divulgao e utilizao da pesquisa em enfermagem: a contribuio

    do Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (Cepen) da ABEn. In: SEMINRIO

    NACIONAL DE PESQUISA EM ENFERMAGEM, 7, 1994, Fortaleza. Anais... Fortaleza:

    ABEn,1994.

  • 29

    4 SADE DO TRABALHADOR

    4.1 A SADE DO TRABALHADOR DO SAMU - 192: OCORRNCIA DE ACIDENTES

    OCUPACIONAIS

    Leonardo Salomo Goulart 1; Deciane Pintanela de Carvalho2; Jennifer Specht Dias 3; Rogrio

    Barbosa Silveira4; Laurelize Pereira Rocha5

    Introduo: o Servio de Atendimento Mvel de Urgncia SAMU 192 um importante

    elemento que compe a Rede de Ateno s Urgncias e Emergncias do Sistema nico de

    Sade. Composto por equipes de atendimento mvel, regulado e coordenado por Centrais

    Reguladoras visa garantir a equidade e universalidade da assistncia nas diferentes regies do

    territrio brasileiro1. Para prestar assistncia adequada, os trabalhadores deste servio,

    adaptam-se s estruturas fsicas e ambientais dispostas em cada situao permanecendo

    constantemente em risco de acidentes e agravos prpria sade, como risco de agresso

    fsica, estresse, jornadas de trabalho prolongadas e acidentes com perfuro cortantes. Objetivo:

    identificar a ocorrncia de acidentes ocupacionais sofridos pelos trabalhadores do Servio de

    Atendimento Mvel de Urgncia (SAMU 192). Metodologia: Trata-se de um estudo

    quantitativo, exploratrio e descritivo, realizado com os trabalhadores do Servio de

    Atendimento Mvel de Urgncia SAMU 192 de um municpio do sul do Rio Grande do Sul.

    Para o estudo foram selecionados trabalhadores que atuam na assistncia direta a sade,

    abarcando mdicos, enfermeiros, tcnicos/auxiliares de enfermagem, condutores de veculos

    de emergncia tanto de ambulncia quanto de motolncia, totalizando 34 trabalhadores. Como

    critrios de incluso, trabalhadores que atuam nas unidades de atendimento mvel e que

    prestam assistncia direta aos pacientes em situao de urgncia/emergncia. Foram excludos

    os trabalhadores que desenvolvem apenas atividades administrativas. Os dados foram

    coletados por meio de um questionrio eletrnico estruturado em duas partes: a primeira com

    questes mistas para caracterizar o perfil scio demogrfico dos trabalhadores. A segunda,

    com questes relacionadas identificao da ocorrncia de acidentes de trabalho e utilizao

    de equipamentos de proteo individual (EPI). O questionrio foi estruturado com base nas

    Normas Regulamentadoras: NR-62, NR-323 e no Protocolos de Interveno para o SAMU

    1924-5. Foi utilizada exclusivamente uma verso digital do questionrio desenvolvido atravs

    da tecnologia digital livre e gratuita do Google Forms. da Google Company Inc., na qual os

    1 Mestrando do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande - FURG.

    Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. 2 Mestranda em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande FURG. Bolsista CAPES. E-mail: [email protected] 3 Mestranda em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande FURG. Bolsista CAPES. E-mail:

    [email protected] 4 Graduando em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande FURG. Bolsista PIBIC/CNPQ. E-mail: [email protected] 5 Doutora em Enfermagem. Docente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande FURG. Orientadora do trabalho. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]
  • 30

    questionrios foram enviados por e-mail aos participantes da pesquisa. Obteve-se a

    autorizao do coordenador local do servio aps anlise a aprovao do Ncleo Municipal de

    Educao em Sade Coletiva (NUMESC). O estudo foi aprovado pelo Comit de tica em

    Pesquisa na rea da Sade da Universidade Federal do Rio Grande (CEPAS FURG) sob o

    parecer n 118/2015. Os dados foram analisados de forma descritiva utilizando o software

    Statistical Package for the Social Sciences v. 20.0. Resultados e discusses: a caracterizao

    dos participantes deste estudo apresentou uma predominncia do sexo masculino entre os

    trabalhadores (59%), igualmente descrita em estudo que abrangeu 228 profissionais do

    SAMU 192 em quatro cidades do estado de Minas Gerais, valor correspondente 144

    (63,2%) dos participantes sendo evidenciado pelo maior nmero de condutores de veculos de

    emergncia, responsveis por 69 (30,2%) dos pesquisados6. Ainda, com relao idade do

    trabalhador, a pesquisa demostra um padro semelhante ao do estudo realizado com

    trabalhadores do SAMU 192 de Natal / RN onde dos 162 profissionais pesquisados, 70

    (43,2%) deles se apresentam dentro da faixa etria inferior a 40 anos de idade7. Apresentou-se

    uma diferena de carga horria de acordo com a categoria profissional onde trabalhadores

    mdicos, a mdia de horas mensais de 65 horas e entre os condutores de motolncia, este

    valor sobe para 165 horas mensais. Considerando os trabalhadores que apresentam outro

    vnculo empregatcio, verifica-se a predominncia dos trabalhadores mdicos com a mdia

    total de 120 horas mensais trabalhadas somando-se a outros postos de trabalho. Outro estudo

    evidencia uma semelhana nesta caracterstica e demonstra que dos 21 mdicos avaliados, 16

    (76,2%) tambm possuem outro vnculo empregatcio simultneo ao desenvolvimento de suas

    atividades no SAMU 192 predominando um acmulo total de 120 horas desenvolvidas em

    outro emprego7. O relato de ocorrncia de acidentes de trabalho entre os trabalhadores

    corresponde a mais da metade da amostra em que, 20 (59%) trabalhadores sofreram algum

    tipo de acidente em atividade laboral. Os acidentes relatos foram: agresso verbal, relatada

    por 16 (40%) trabalhadores, acidente com perfuro cortantes presente na resposta de oito

    (20%) trabalhadores, agresso fsica relatada por cinco (12%) trabalhadores, a ocorrncia de

    quedas e a ocorrncia de acidentes de trnsito no deslocamento foram citadas por quatro

    (10%) trabalhadores, e mordida de animais nomeada por trs (8%) trabalhadores. Entre os 20

    (40%) trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de acidente, apenas um (3%)

    necessitou de afastamento das atividades laborais dirias. Caracterstica semelhante foi

    encontrada em um estudo em que 18,8% afirmaram ter sofrido acidentes durante o APH

    contra 81,2% referindo no ter sofrido qualquer tipo de acidente durante suas atividades

    laborais8. Entretanto, outro estudo verificou a incidncia global de acidentes com material

    biolgico entre 41,2% dos trabalhadores, em que aponta os ferimentos com material

    previamente inserido em acesso vascular, 15 (20,5%), ferimento profundo com material

    contaminado com sangue 13 (17,9%). Como principais causas apontadas, se destacam o

    descarte inadequado do material contaminado encontrado em 16 (22%) das respostas, o no

    uso dos EPIs por 14 (19,2%) e a atuao com a viatura em movimento descrita por 14

    (19,2%) dos participantes9. O uso dos EPIs, previstos na NR-32 so indispensveis para o

    exerccio do trabalho, especialmente na rea da sade, em que a exposio aos riscos

    constante e pode ser minimizada se o trabalhador seguir as devidas medidas de autoproteo e

    precauo padro3. O Servio de Atendimento Mvel de Urgncia SAMU 192 traz em seu

    Protocolo Nacional a relao dos EPIs, que o trabalhador deste servio necessita para exercer

    suas atividades laborais de forma mais segura4-5. Considerando os 34 trabalhadores

  • 31

    participantes do estudo, e ainda, que existe uma indicao padro e comum a todas as

    unidades acerca do uso dos EPIs, 59% deles fazem uso de culos de proteo, 44% uso de

    mscara de procedimentos, 24% usam a mscara N95, 85% utilizam botina adequada, 91%

    fazem uso de capa de chuva, 65 % usam bon e 97% utilizam casaco ou jaqueta. Concluses:

    foi possvel identificar a complexidade do tipo de assistncia prestada pelos trabalhadores do

    SAMU 192 e a diversidade de situaes e riscos ocupacionais presente no processo e

    ambiente de trabalho. Ficou evidenciado que durante todo o processo de trabalho, esses

    trabalhadores permanecem expostos a riscos inerentes ao tipo de atividade exercida,

    independentemente da categoria profissional como acidentes de trnsito, agresso fsica,

    estresse laboral, exposio a material biolgico e queixas de presena de dor

    musculoesqueltica. Embora muitos tenham identificado os riscos ocupacionais aos quais

    esto expostos e em cada varivel analisada, o uso dos EPIs negligenciado por parte destes

    trabalhadores, ainda que estes sejam integralmente fornecidos pela instituio. Implicaes

    para Enfermagem: sugere-se desenvolver aes que visem ampliar o acesso informao, a

    discusso e a orientao aos trabalhadores com relao aos riscos aos quais esto expostos no

    exerccio de sua profisso, estimulando o cuidado integral sua sade e o uso adequado dos

    EPIs. Desempenhando o papel de responsvel tcnico e coordenador da equipe dentro de

    cada unidade mvel, necessrio que o Enfermeiro se aproprie de conhecimento capaz de

    modificar o cenrio exposto no estudo, atravs de capacitaes sobre medidas de preveno

    de acidentes e minimizao da exposio aos riscos ocupacionais aos quais os diferentes

    profissionais do servio encontram-se expostos.

    Descritores: Acidentes de trabalho. Sade do trabalhador. Assistncia pr-hospitalar.

    Enfermagem

    REFERNCIAS

    1 Brasil. Portaria MS No 2048, de 5 novembro 2002. Aprova o regulamento tcnico dos

    sistemas estaduais de urgncia e emergncia. Braslia, 2002.

    2 Brasil. NR MTE No 6 Equipamento de proteo individual EPI, Braslia, 2010.

    3 Brasil. NR MTE No 32 - Segurana e sade no trabalho em servios de sade. Braslia,

    2011.

    4 Brasil. MS. Secretaria de Ateno Sade. Protocolos de Interveno para o SAMU 192

    (SBV) Servio de Atendimento Mvel de Urgncia. Braslia, 2014.

    5 Brasil. MS. Secretaria de Ateno Sade. Protocolos de Interveno para o SAMU 192

    (SAV) Servio de Atendimento Mvel de Urgncia. Braslia, 2014.

    6 Oliveira AC, Diaz MEP, Toledo AD. Acidentes de trabalho com materiais perfuro

    cortantes entre a equipe multiprofissional de uma unidade de emergncia. Cienc Cuid

    Saude. Abr/Jun; 2010. 9(2):341-349.

  • 32

    7 Costa IKF, Liberato SMD, Costa IKF, Melo MDM, Simpson CA, de Farias GM. Riscos

    ocupacionais em um servio de atendimento mvel de urgncia. Rev. pesq. cuid. Fundam.

    2014; 6(3): 938-947.

    8 Oliveira FS, Moreira JG, Andrade PSM. Riscos ocupacionais a que a equipe de

    enfermagem do servio de atendimento mvel de urgncia est exposta durante o

    atendimento pr-hospitalar. Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras

    de Montes Claros. 2014 Mai; 12(19).

    9 Tipple AFV, Silva EAC, Teles AS, Mendona KM, Souza ACS, Melo DS. Acidente com

    material biolgico no atendimento pr-hospitalar mvel. Rev Bras Enferm. Mai-Jun, 2013;

    66(3): 378-84.

  • 33

    4.2 OFICINA DE ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM SADE MUSCULAR DE

    TRABALHADORES: RELATO DE EXPERINCIA

    Had Lima1; Marta Regina Cezar-Vaz2; Marlise Capa Verde Almeida de Mello3; Andreia

    Martins do Couto4; Tatiele Roerhs5; Cintia Gautrio Soares6.

    Introduo: Considera-se que a sade muscular seja influenciada por riscos ergonmicos a

    que os trabalhadores estejam expostos1. Neste contexto, a assistncia em enfermagem ao

    trabalhador destinada a garantir a sua segurana fsica e promover seu autocuidado2.

    Visualiza-se o exame fsico e a eletromiografia (EMG) como tecnologias de cuidado para o

    trabalho do enfermeiro. Estudo3 apresenta a avaliao dos nveis de fadiga e alteraes na

    mecnica corporal associados com a realizao de ressuscitao cardiopulmonar por

    socorristas atravs da EMG; j em outro estudo4, mediram a tenso muscular nos ombros,

    pescoo e o esforo percebido atravs da contrao voluntria mxima, em enfermeiros em

    situaes de cuidados. Alm de enfermeiros, estudo de profissionais fisioterapeutas e

    educadores fsicos5 verificou, a partir da eletromiografia de superfcie e de um protocolo de

    fadiga muscular, a recuperao de pacientes com e sem dor lombar. Desta forma, a EMG tem

    sido realizada por inmeras profisses, como educadores fsicos, fisioterapeutas, odontlogos

    e mdicos, para recuperao ou na avaliao da sade muscular. Assim, a enfermagem deve

    buscar desenvolver estudos e pesquisas baseados no cuidado e promoo da sade dos

    trabalhadores, visando agregar novas formas de avaliao da sade muscular em diversos

    ambientes. Torna-se indispensvel o conhecimento eletrofisiolgico de msculos e estruturas

    articulares, os quais corroboram para a avaliao clnica da sade muscular dos trabalhadores.

    A apropriao e o domnio do conhecimento por parte dos enfermeiros para a realizao da

    assistncia adequada a todos os indivduos que demandam do cuidado da sade

    osteomuscular. Objetivo: Realizar uma interveno educativa sobre a eletromiografia

    enquanto tecnologia de avaliao da sade muscular. Metodologia: trata-se de interveno

    educativa em sade, realizada com oito estudantes da quinta srie do curso de

    Enfermagem/FURG, em dezembro de 2015. A interveno envolveu a realizao de medidas

    antropomtricas como peso, altura, medidas de bioimpedncia (taxa de gordura, de gua

    corporal, de massa muscular, massa ssea e calorias gastas diariamente) e ndice de massa

    1 Had Wellington Lima de Lima Universidade Federal do Rio Grande FURG, Acadmico de enfermagem, 6 semestre. e-mail: [email protected]. 2 Marta Regina Cezar-Vaz Universidade Federal do Rio Grande Furg, Professor Associada IV, e-mail: [email protected]. 3 Marlise Capa Verde Almeida de Mello Universidade Federal do Rio Grande Furg, Enfermeira Tcnica, e-mail: [email protected]. 4 Andria Martins do Couto Universidade Federal do Rio Grande Furg, Doutoranda do programa de ps-graduao em enfermagem/sade, e-mail: [email protected]. 5 Tatiele Roehrs Gelati Universidade Federal do Rio Grande Furg, Doutoranda no programa de ps-graduao em enfermagem/sade, e-mail: [email protected] 6 Cintia Gautrio Soares Universidade Federal do Rio Grande FURG, Acadmico de enfermagem, 9 semestre. e-mail: [email protected].

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
  • 34

    corporal. Verificaram-se tambm medidas de amplitude dos movimentos de cabea e pescoo,

    membros superiores e a dinamometria. Aps a realizao destas medidas, os acadmicos

    responderam a um questionrio que continha uma questo sobre movimentos articulares,

    cujas imagens correspondentes aos movimentos deveriam ser identificadas pelos acadmicos;

    e quatro questes sobre a eletrofisiologia da musculatura humana, as quais eram objetivas,

    cada uma com quatro possibilidades de resposta. Aps o preenchimento do questionrio, foi

    realizada exposio audiovisual sobre a assistncia de enfermagem sade do trabalhador,

    abordando conceitos e conhecimentos questionados no pr-teste, e tambm demonstrao

    dinmica da aplicao eletromiogrfica para identificao de reaes eletrofisiolgicas de

    fasciculao, fibrilao e formao de ondas positivas no msculo trapzio. Posteriormente,

    os acadmicos realizaram o ps-teste, composto pelas mesmas questes do pr, a fim de

    verificar o conhecimento adquirido. Resultados: Nas respostas atribudas aos pr-testes,

    identifica-se que os acadmicos apresentavam o conhecimento prvio da avaliao muscular

    do corpo humano, bem como conhecimentos eletrofisiolgicos dos msculos. No entanto,

    para todas as questes foram identificados mais erros que acertos, especialmente na questo

    acerca dos movimentos articulares para o exame fsico, como os de dorsiflexo, abduo,

    aduo e everso os quais no apresentaram acertos. J com relao s questes sobre a

    eletrofisiologia muscular, a referente ao potencial de ao foi de maior nmero de

    respondentes corretos (n=04; 50%). Aps a interveno, visualizou-se que apenas quatro

    questes (%) duas sobre os movimentos articulares e duas sobre a eletrofisiologia muscular

    no representaram mudana no conhecimento, tendo em vista a manuteno do nmero de

    acertos. A questo sobre o movimento articular de extenso (%) apresentou diminuio da

    apreenso terica; e as demais aumentaram o nmero de acertos, sendo que o questionamento

    sobre fadiga muscular e sobre o movimento de circunduo passaram a ser de conhecimento

    da totalidade dos acadmicos. Com relao realizao da EMG, os acadmicos souberam

    delimitar o msculo em estudo (trapzio), bem como manusear eletrodos e o programa de

    efetivao das testagens, mostrando-se de fcil manejo e apresentando boa aceitao pelos

    acadmicos. Discusso: O conhecimento do acadmico de enfermagem sobre a sade

    muscular do adulto deve ser enfatizado, uma vez que cada vez mais os indivduos esto

    expostos aos riscos ergonmicos que produzem alteraes osteomusculares, principalmente

    considerando que grande parte da massa magra corporal em humanos constituda de massa

    msculo-esqueltica, ou simplesmente, massa muscular (MM)4. O estudo de novas

    tecnologias ou o estudo baseado na avaliao simples, tem como grande papel mostrar aos

    acadmicos as possibilidades que o enfermeiro dispe para implantar novos cuidados, bem

    como o conhecimento acerca da fisiologia muscular e da fisiopatologia de doenas fortalecem

    a atuao da enfermagem e proporcionam a qualidade da avaliao muscular. A interveno

    mostrou-se eficiente para a apreenso do contedo em questo, bem como remeteu aos

    acadmicos a retomada de conhecimentos das disciplinas bsicas do curso de enfermagem,

    como fisiologia humana, biofsica e bioqumica, e sua aplicabilidade no cuidado em

    enfermagem. J a demonstrao do uso da EMG enquanto tecnologia para a prtica

    profissional foi bem aceita pelos acadmicos, aceitao esta percebida pela fcil replicao da

    tcnica e adequado manuseio de eletrodos e do programa de realizao dos testes. Como

    limitao da interveno, visualizou-se que, mesmo frente explanao terico-prtica, ainda

    apresentaram-se conceitos que no foram aprendidos, o que pode ser justificado pela

    dificuldade de identificao do conhecimento apresentado, bem como pela forma como foi

  • 35

    disposto no instrumento de pr e ps teste, que pode ser melhorado, talvez, por indicao de

    figuras humanas. Concluso: A interveno permitiu retomar conhecimentos sobre sade

    muscular e fortalecer a avaliao fsica e eletrofisiolgica que os acadmicos j haviam tido

    contato em outras disciplinas acadmicas. Foi possvel identificar ainda alguns conceitos

    pouco apreendidos, os quais podem estar relacionados baixa compreenso de significado ou

    pouca aplicao nos campos de prtica. Portanto, a interveno foi efetiva e despertou nos

    acadmicos, maior aprofundamento terico para uma prtica melhor sucedida. Ainda

    apresentou a EMG como instrumento profissional para a enfermagem, mostrando-se de fcil

    administrao para a avaliao eletrofisiolgica representada. Implicaes para a

    enfermagem: fortalecer a avaliao fsica que os enfermeiros devem realizar no indivduo

    adulto e apresentar a EMG como mais uma ferramenta de avaliao disponvel ao enfermeiro,

    que tem por objetivo auxiliar no processo de avaliao e promoo de sade muscular.

    Principalmente por tratar-se de uma tecnologia precisa, que permite subsidiar criar formas de

    manejo e cuidado para alteraes musculares.

    Descritores: Eletromiografia. Enfermagem. Ensino.

    REFERNCIAS

    1 Moares MVG. Sistematizao da Assistncia de Enfermagem Em Sade do Trabalhador. 2008. 224p.

    2 Wiskia MB; Souzab MC. Clinical and Functional Profile of Duchenne Muscular Dystrophy: Practice of Nursing in Treatment and Early Diagnosis. 81Ensaios Cienc.,

    Cienc. Biol. Agrar. Sade. 2015; 19(2): 81-8.

    3 Trowbridge C, Parekh JN, Ricard MD, Potts J, Patrickson WC, Cason CL. A randomized cross-over study of the quality of cardiopulmonary resuscitation among females

    performing 30:2 and hands-only cardiopulmonary resuscitation. BMC Nursing. 2009; 8:6.

    4 Nuikka ML, Paunonen M, Hanninen O, Lansimies E. The nurse's workload in care situations. J Adv Nurs. 2001 Feb; 33(3): 406-15.

    5 Candotti CT, La Torre M, Carabajal D, Melo MO, Noll M. Recovery during a protocol of muscular fatigue in subjects with and without low back pain. Arq. Cinc. Sade. 2015 abr-

    jun; 22(2): 53-8.

    6 Gobbo LA, Dourado DAQS, Almeida MF, Duarte YAO, Lebro ML, Marucci MFN. Skeletal-muscle mass of So Paulo city elderly SABE. Survey: Health, Well-being and

    Aging. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2012; 14(1): 1-10.

  • 36

    4.3 PERCEPO DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM ACERCA DOS

    CUIDADOS PALIATIVOS

    Tania Cristina Schfer Vasques1; Valria Lerch Lunardi2; Rosemary Silva da Silveira3;

    Liziani Iturriet Avila4; Fabiani Weiss Pereira5; Pmela Kath de Oliveira Nrnberg 6.

    INTRODUO: Frente ao prognstico de uma doena incurvel que ameaa a vida comumente difcil para os trabalhadores de enfermagem o entendimento de que se pode

    proporcionar no somente a cura, mas uma melhora na qualidade de vida, no fim da vida.

    Cuidar do paciente amenizando sintomas de dor e outros agravantes de ordem fsica,

    psicolgica e espiritual. Corroborando com esse pensamento, uma infinidade de recursos

    tecnolgicos e cientficos, ofertados nos hospitais em geral, favorece a iluso de que a cura

    pode ser conseguida a qualquer custo, podendo moldar os profissionais que atuam com estes

    pacientes1. No entanto, nem sempre se poder curar, e o cuidado precisa predominar,

    surgindo, ento, uma nova filosofia de cuidar no processo de uma doena irreversvel: os

    cuidados paliativos , que tem o propsito de melhorar a qualidade de vida de pacientes que

    recebem um diagnstico de doena incurvel que ameace a continuidade da vida,

    proporcionando-lhes um processo de terminalidade digno e com alvio do sofrimento. Este

    estudo teve como OBJETIVO: conhecer a percepo dos trabalhadores de enfermagem que atendem pacientes em situao de impossibilidade de cura e com risco de vida acerca dos

    cuidados paliativos e de sua implementao no cotidiano do trabalho em sade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, desenvolvido na Unidade de Clinica Mdica de uma instituio do Sul do pas, no primeiro e segundo semestres de 2011, por meio

    da tcnica de entrevista semiestruturada. Participaram da pesquisa vinte e trs trabalhadores

    de enfermagem. O estudo foi submetido ao Comit de tica em Pesquisa na rea da Sade

    (CEPAS/FURG) sob o parecer de nmero 43/2011. Para a anlise dos dados, utilizou-se a

    Anlise Textual Discursiva2, que mediante uma leitura rigorosa e aprofundada dos dados

    coletados, ocorreu sua desconstruo, destacando-se as unidades de anlise. Em seguida,

    1 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutoranda do Curso de Ps-Graduao em

    Enfermagem/FURG. Membro do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/Sade (NEPES/FURG).

    Email: [email protected] 2 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutora em enfermagem. Docente da Escola de

    Enfermagem. Pesquisadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/Sade (NEPES /FURG).

    Email: [email protected] 3 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutora em enfermagem. Docente da Escola de

    Enfermagem. Pesquisadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/Sade (NEPES/FURG).

    Email: [email protected] 4 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutora em enfermagem. Docente da Escola de

    Enfermagem. Pesquisadora do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/Sade (NEPES/ FURG).

    Email: [email protected] 5 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutoranda do Curso de Ps-Graduao em

    Enfermagem/FURG. Membro do Ncleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem/Sade (NEPES /FURG).

    Email: [email protected] 6 Universidade Federal do Rio Grande. Enfermeira. Doutoranda do Curso de Ps-Graduao em

    Enfermagem/FURG. Membro do Grupo de Pesquisa GEPESCA/FURG. Email: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    estabeleceram-se relaes por similaridade entre essas unidades, formando-se duas categorias.

    Como ltima etapa da anlise, ocorreu a descrio e interpretao dos significados obtidos a

    partir do texto, por meio dos significados construdos2. RESULTADOS: construram-se duas categorias: A primeira- Percepo dos trabalhadores de enfermagem acerca dos cuidados paliativos, enfocando o (des) conhecimento dos trabalhadores de enfermagem sobre cuidados paliativos, a futilidade teraputica e os sentimentos mobilizados pelos trabalhadores no

    cuidado aos pacientes fora da possibilidade de cura e com risco de vida, demonstrando a

    necessidade de qualificao e melhor preparao sobre a temtica desses cuidados. Na

    segunda categoria- Percepo dos trabalhadores de enfermagem acerca da

    implementao dos cuidados paliativos, discorreu-se acerca de quem a incumbncia de

    implementar os cuidados paliativos, evidenciando-se a importncia das tomadas de decises,

    acerca do cuidado aos pacientes fora da possibilidade de cura e com risco de vida, serem

    partilhada com a equipe de enfermagem, bem como com os pacientes e seus familiares, a fim

    de que tal deciso no seja exclusiva de uma s categoria. Ainda, verificou-se os desafios

    dessa implementao dos cuidados paliativos no cotidiano de trabalho dos trabalhadores de

    enfermagem. DISCUSSO: Por meio da anlise, constatou-se que a maioria dos

    trabalhadores de enfermagem do estudo no conhecia a filosofia dos cuidados paliativos e

    nem haviam ouvido falar sobre esse tipo de cuidado. Porm, dentre os que demonstraram

    algum conhecimento, essa busca de conhecimento ocorreu individualmente, por iniciativa

    prpria. Portanto, confirma-se que a abordagem sobre o tema morte ainda insuficiente, nas

    escolas de enfermagem e cursos tcnicos, assim como nos ambientes de trabalho, requerendo

    reflexo e discusso mais abrangentes, o que dificulta a prtica desses profissionais, no seu

    cotidiano de trabalho e, consequentemente, o entendimento sobre essa filosofia de cuidado3.A

    possvel falta de conhecimento e de capacitao de trabalhadores de enfermagem sobre

    cuidados paliativos,assim como sua descrena na eficcia dessa filosofia, devido a

    referenciais pessoais4, como evidenciado nesse estudo, constituem-se em fatores que podem

    dificultar seu processo de implementao e consolidao nas unidades que atendem pacientes

    fora de possibilidade de cura e com risco de vida. Destaca-se ainda, a sobrecarga, tanto fsica

    quanto emocional, salientando aspectos quantitativos do trabalho, como carga horria,

    excesso de pacientes sob sua responsabilidade e o estado de sade de cada paciente, associada

    ao contato direto com sofrimento e morte, como contribuintes para a exausto e m atuao

    profissional4. Ainda, a percepo de inadequao e de falta de efetividade na assistncia

    prestada aos pacientes pode provocar sentimentos de insatisfao, frustrao, e sofrimento aos

    trabalhadores, com possvel comprometimento de sua sade mental5, o que poderia ser

    diferente se fossem adequadamente preparados para esse cuidado. Assim, possvel que a

    ausncia de compreenso sobre esse cuidado, a falta de instrumentalizao para realizar a

    assistncia e outros fatores internos os quais mobilizam esses sentimentos nos trabalhadores

    de enfermagem, provoca, geralmente, sofrimento diante do cuidado a esses pacientes.

    CONCLUSO: Nesse sentido, a educao permanente direcionada aos trabalhadores de enfermagem que cuidam de paciente fora da possibilidade de cura e com risco de vida em

    relao aos cuidados Paliativos pode proporcionar uma assistncia paliativa eficaz, atentando

    para a qualidade de vida do paciente cuidado, bem como para a qualidade de vida no trabalho

    da equipe de enfermagem. Tambm, aes de cuidado embasadas nos princpios paliativos

    contribuem para proporcionar um fim digno a esses pacientes. Assim, destaca-se a

    necessidade de comprometimento com a temtica da terminalidade e dos cuidados paliativos,

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    tanto na formao dos profissionais, quanto da gesto institucional com a capacitao de seus

    trabalhadores, qualificando o cuidado prestado aos pacientes no final da vida, e aos seus

    familiares, auxiliando-os no ente