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ACIDENTES POR LACHESIS
GUSTAVO MUSTAFA TANAJURACentro de Informações Antiveneno da
Bahia – CIAVE07/06/2007
http://www.bushmastersonline.com/images/mutagood.jpg . Acessado em 03/06/2007
Maior serpente peçonhenta das
Américas
(> 3 m).Cabeça triangular, fosseta loreal, presa inoculadora de veneno; Pupilas verticais e Dentição solenóglifa;
Identificação
Cauda com as últimas fileiras de
subcaudais modificadas e eriçadas,
terminando num espinho.
Identificação
Gênero Lachesis (Família
Viperidae).
3 espécie: L. muta rhombeata, mata
atlântica, entre os Estados de
Pernambuco e Rio de Janeiro e L.
muta muta, na Floresta Amazônica.
L.stenophrys, costa atlântica da Costa
Rica e Panamá, presumivelmente na
Nicarágua.
L. melanocephala, na Costa Rica.
ESPÉCIES ENCONTRADAS
Surucucu,
Surucucu-pico-de-jaca (Para e
Bahia),
Surucucu de fogo (Nordeste),
Verrugosa,
Surucutinga,
Surucucutinga (Centro – Oeste).
SINONÍMIA
Bolivia: cascabel púa, diamante,
pucarara;
Colômbia: abáaca, cuiama,
diamante, mapaná, surucucu, dentre
outros;
Costa Rica, Nicarágua e Panamá:
cascabela muda, mapaná, verrugosa;
Guiana Francesa: maitre de la
brousse;
Venezuela: maparé verrugosa,
pararaipú.
SINONÍMIA
1980 - Primeira descrição clínica
detalhada (Haad*): 02 acidentes na
Colômbia.
1981 - Costa Rica e Panamá - período
10 anos:
04 acidentes, 03 óbitos, 01
hospitalização de 20 dias com seqüela
funcional (Roger Bolaños).
ACIDENTES LAQUÉTICOS NA AMÉRICA CENTRAL E
LATINA
EPIDEMIOLOGIA
*Mem Inst Butantan 1980/1981;44-45:403-23
“...O verdadeiro surucucú - lachesis mutus, - surucucú bico de jaca, como é conhecido no norte do Brazil, surucútinga como é conhecido nos Estados do Rio e Minas, é a especie venenosa que attinge a maiores dimensões, chegando alguns exemplares a 3 metros de comprimento. E' uma cobra rara, felizmente, sendo encontrada apenas em alguns dos Estados do Brazil...”
O OPHIDISMO no Brasil. Brazil-Medico, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 7-8, 150-156, 1906. Vital Brazil.
1902 - 1945: 16 acidentes, 01 óbito
( Fonseca*)
Junho de 1986 a Dezembro 1987:
Acidentes ofídicos: 27.000
Acidente laquético: 2,9% (Alves et al)
FNS - MS.
ACIDENTES LAQUÉTICOS NO BRASIL
EPIDEMIOLOGIA
*FONSECA, F., 1949. Animais Peçonhentos. São Paulo:Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais/Instituto Butantan.
Notificações feitas de todas serpentes e Lachesis, no período de 2001 a 2006, registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
ano
núm
ero
de c
asos
%
Todas
Lachesis
% 2,1 2,1 2,2 2,5 2,6 2,6
Todas 18521 23735 26692 27628 28576 27525
Lachesis 391 498 584 682 741 704
2001 2002 2003 2004 2005 2006
1985 a 2000:18 acidentes laquéticos atendidos pelo CIAVEFonte: Fichas de Notificação.
ACIDENTES LAQUÉTICOS NA BAHIA
EPIDEMIOLOGIA
Total de acidentes: 18 casos*:Trabalhadores rurais 56,6%;Sexo masculino 89,9%;Faixa etária: 40 - 49 ( 27,8%);Local: MMII (38,9%).
ACIDENTES POR LACHESIS REGISTRADOS PELO CIAVE – BAHIA JANEIRO 1985 A DEZEMBRO 2000.
*Na atualização do CIAVE, até 2004 já existiam 47 casos.
Regiões sul e baixo sul do Estado ( 82 % ).Diagnóstico: manifestações clínicas e resposta à soroterapia ( 88,9% );Dois casos (11,1%) ocorreu identificação biológica da serpente Lachesis muta rhombeata.
ACIDENTES POR LACHESIS REGISTRADOS PELO CIAVE – BAHIA JANEIRO 1985 A DEZEMBRO 2000.
Distribuição dos acidentes Laquéticos quanto ao municipio de ocorrência, janeiro de 1985 a dezembro de 2000. Fonte:
CIAVE-Bahia.
27%
5%
10%5%5%6%
6%
6%
6%
6%
6%
6% 6%
Valença
Canavieiras
Ilhéus
Itacaré
Laje
Entre Rios
Ipiau
Ituberá
Maragojipe
Mutuípe
Santo Amaro
Una
Ignorado
EVOLUÇÃO N.º DE CASOS
Cura 13 (72,2%)
Cura Suposta 04 (22,2%)
Ignorado 01 (5,5%)
TOTAL 18
DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES LAQUÉTICOS QUANTO A EVOLUÇÃO JANEIRO DE 1985 A DEZEMBRO DE 2000. Fonte: Ciave - Ba
Hábitos preferencialmente noturnos. Florestas tropicais de baixa densidade populacional.
EPIDEMIOLOGIA
Distribuição Vertical:
Ao nível do mar e de 1.000 m
(América Central) até 1.800m
(América do Sul).
Distribuição na Bahia :• Toda a faixa costeira;• Fragmentos de mata conservada;• Sul e baixo Sul do Estado.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Fosfolipase A2 (LM-PLA2) – Atividade
inibidora de atividade plaquetária e
miotóxica local;
Metaloproteinases (LHF–I e LHF–II):
Fatores hemorrágicos, atividade
inflamatória local;
Giroxina: atividade tipo trombina;
Cininogenina: alterações
neurotóxicas.
O veneno:
Dor e edema progressivos que ocorrem 01 ou 02 horas após o acidente. Equimose extensa, sangramento, flictemas de conteúdo seroso ou serosanguinolento, nas primeiras 05 horas. Menor frequência: sangramentos em ferimentos existentes, gengivorragia, epistaxes, hemoptise, hematúria, oligúria e anúria.
QUADRO CLÍNICO - Manifestações Locais
QUADRO CLÍNICO - Manifestações Locais
Manifestações neurotóxicas*: bradicardia, hipotensão arterial precoce, cólicas abdominais e diarréia. Sudorese, náuseas, vômitos;Choque.
* Compatíveis com ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático e estimulo vagal.
QUADRO CLÍNICO – MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS:
Síndrome cardiocirculatória: logo após a picada (acidente botrópico cerca de 10 h). Hipovolemia devido a hemorragias e diminuição ou consumo de diferentes fatores de coagulação (Haad).
QUADRO CLÍNICO – MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS:
Tempo de Coagulação: Incoagulabilidade sanguínea pelo consumo de protrombina e fibrinogênio;Leucocitose, hemoconcentração, elevação de hematócrito e hemoglobina; Níveis de creatinoquinase aumentados e elevação de transaminases; Comprometimento função renal.
DIAGNÓSTICO:
Snakebite by the bushmaster (Lachesis muta) in Brazil: case report and review of the literature. ...28-year-old man, bitten by a 1.82 m long L. m. muta in Brazil, developed pain and oedema at the bite site, nausea, vomiting, diarrhoea and sweating. There was peripheral neutrophil leucocytosis and evidence of fibrinogen consumption with secondary activation of the fibrinolytic system. Two hours after the bite, eight ampoules of Instituto Butantan Lachesis antivenom was administered, and haemostasis was normal 24 hr later. Toxicon. 1997 Apr;35(4):545-54.
Infecção secundária;Síndrome compartimental;Necrose;Déficit funcional do membro.
COMPLICAÇÕES:
COMPLICAÇÕES
Classificação Manifestações
Moderado Grave
Tempo de
Coagulação (TC)
Alterado Alterado
Locais Discretas ou
evidentes
Intensas
Sistêmicas Ausentes ou
presentes
Presentes
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE
Especifica: SAL ou SABL.• Casos moderados: 10 ampolas;• Casos graves: 20 ampolas.
A eficácia do Soro Antibotrópico é discutível. Nos casos atendidos pelo CIAVE, em que foram utilizadas ampolas de soro antibotrópico não houve regressão dos sintomas, o que ocorreu após a utilização do soro SABL ou SALQ.
TERAPÊUTICA:
Relato de um caso de acidente por L m. muta tratado com 20 ampolas do soro antibotrópico que permaneceu com o sangue incoagulável até o 13º dia após o acidente. Experimentos foram realizados para obtenção das potências do soro antibotrópico para as atividades coagulante e hemorrágica dos venenos de L. m. muta e de B. atrox. Os resultados mostram que as potências do soro para a atividade hemorrágica dos venenos de L. m. muta e de B. atrox foram similares enquanto que a potência, para a atividade coagulante do veneno de L. m. muta, foi 9,2 vezes menor. Devido a ineficácia do soro antibotrópico em neutralizar, principalmente, a atividade coagulante do veneno de L. m. muta, sugerimos a não utilização do antibotrópico no tratamento dos acidentes por L. m. muta. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo v.36 n.1 São Paulo jan./fev. 1994.
Ineficácia do antiveneno botrópico na neutralização da atividade coagulante do veneno de Lachesis muta muta. Relato de caso e comprovação experimental
... Results indicated that both antivenoms were equally effective in reversing all signs of envenoming detected both clinically and in the laboratory. Venom-induced haemostatic abnormalities were resolved within 24 h after the start of antivenom therapy in most patients. The extent of local complications, such as local skin necrosis and secondary infection, was similar in both groups. There were no deaths. The incidence of early anaphylactic reactions was 18% and 19%, respectively for specific and standard antivenoms; none was life-threatening. Measurement of serum venom concentrations by enzyme immunoassay (EIA) confirmed that both antivenoms cleared venom antigenaemia effectively.
Clinical trial of two antivenoms for the treatment of Bothrops and Lachesis bites in the north eastern Amazon region of Brazil.
2004. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 98 (1), pp. 28-42.
•Analgésicos;
•Hidratação;
•Elevação do membro picado;
•Antibioticoterapia quando houver
infecção;
•Sulfato de atropina para
bradicardia.
TERAPÊUTICA:
•Simpaticomiméticos para
controle da pressão arterial;
•Antiespasmódicos para alivio da
cólica;
•Transfusões sanguíneas, se
necessário.
TERAPÊUTICA:
Desbridamento de áreas necrosadas;Drenagem de abscesso;Fasciotomia na síndrome compartimental;Cirurgias reparadoras.
TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES:
As Cobras do Verissimo...
Obrigado!