38
Educação Pré-Escolar C a d e r n o d e

Actividades Em Jardim de Infancia

Embed Size (px)

Citation preview

  • Educao Pr-Escolar

    Caderno de

  • Todas as actividades deste cadernodevem ser sempre realizadas com umadulto.

    As histrias e as canes encontram-setambm gravadas na cassete.

    NOTA INTRODUTRIA

  • HISTRIAS

  • Era uma vez um homem que tinha uma filha e casou-se com umamulher que tambm tinha uma filha. E a madrasta tratava a enteadamuito mal.E um dia a menina viu vir um passarinho verde muito bonito, e opassarinho falou e disse-lhe:

    - Arranja-me uma bacia de gua, outra de leite e um lao defita. E abalou a fugir.E ela assim fez e o passarinho veio e caiu no lao, e banhou-se nabacia de gua, depois na bacia de leite e sau um prncipe.E o prncipe disse-lhe que era El-Rei Pssaro Verde e que estavaencantado.Mas que se alguma vez contasse o seu segredo perd-lo-ia, svoltando a encontr-lo quando rompesse trs pares de sapatos deferro.No outro dia a madrasta ouviu vozes, espreitou e viuo passarinhoverde banhar-se na gua e no leite e transformar-se em prncipe.Ficou cheia de inveja e quando o prncipe se tornou a fazer empassarinho verde, d eitou-lhe vidro modo semquea meninadesse por isso.Quando o passarinho verde voltou e foi banhar-se, ficou muitoferido e fugiu.A menina lembrou-se do que ele lhe tinha dito, foi ao ferreiromandar fazer trs pares de sapatos de ferro e partiu procura doprncipe.Foi andando, andando e j tinha rompido um par de sapatos quandoavistou uma casinha e foi bat er porta.Apareceu-lhe uma velhinha:

    na gua

    - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pssaro Verde?- Eu c no sei, mas a minha filha que a Lua h-de saber...

    EL-REI PSSARO VERDE

    5

  • Esconda-se a que ela tem muito mau gnio.Escondeu-se a menina, e dali a pouco tempo chegou a Lua.

    -Cheira-me aqui a flego vivo -disse ela muito zangada.- filha, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde

    morava El-Rei Pssaro Verde.- Eu s ando de noite, hora em que toda a gente dorme com as

    portas e as janelas fechadas. O vento quem h-de saber.Ao outro dia a velhinha deu menina o recado da Lua e entregou-lheuma bolota, com a recomendao de s a abrir quando precisassemuito.Ps-se a menina outra vez a caminho e quando tinha rompido osegundo par de sapatos de ferro, avistou outra casinha.Bateu porta e uma velhinha veio abrir.

    - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pssaro Verde?- Eu c no sei, mas o meu filho Vento que anda por todo o mundo

    h-de saber. Mas esconda-se porque ele tem muito mau gnio.A menina escondeu-se e dali a pouco chegou o Vento a soprar:

    - Cheira-me aqui a flego vivo.- filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde

    mora El-Rei Pssaro Verde.- Quando eu apareo, todos fecham as portas e as janelas d e

    modo que no sei onde ele est. Quem deve saber o Sol.No dia seguinte a velhinha deu menina o recado do seu filho Ventoe entregou-lhe uma noz com a recomendao de s a abrir quandomuito precisasse.A menina recomeou a caminhar e quando j tinha andado tanto quetinha rompido o terceiro par de sapatos, viu ao longe outra casinha.Bateu porta e uma velhinha veio ver quem era.

    - A senhora sabe dizer-me onde mora El-Rei Pssaro Verde?- Eu c no sei, mas o meu filho que o Sol h-de saber. Mas

    esconda-se at que ele chegue.A menina fez o que a velhinha lhe dizia e dali a pouco chegou o Sol.

    - Cheira-me aqui a flego vivo.- filho, foi uma menina que me veio perguntar se eu sabia onde

    6

  • morava El-Rei Pssaro Verde.- El-Rei PssaroVerde mora muito longe daqui e est em perigo

    de vida. Ningum sabe curar a sua doena.No outro dia, a velhinha deu menina as notcias que o seu filho Sollhe tinha dito e entregou-lhe uma castanha com a recomendao deno a abrir seno quando muito precisasse.E a menina ps-se outra vez a caminhar.Quando anoiteceu, deitou-se debaixo de uma rvore onde as rolasfaziam ninho e antes de adormecer ouviu as rolinhas falar:

    - Ento que notcias h de El-Rei Pssaro Verde?- El-Rei Pssaro Verde est muito doente.- E j no pode curar-se?- Pode, pode. Basta que algum junte algumas das nossas penas,

    as queime e com as cinzas polvilhe as suas feridas durante trsnoites a fio.A menina foi o que quis ouvir. Logo que as rolas adormeceram,apanhou as penas cadas no cho e fez como as rolas tinham dito.De manh ps-se a caminho da cidade.Quando chegou diante do palcio, sentou-se no cho e abriu a bolotaApareceu uma dobadoira de prata com meadas de oiro, a prendamais rica que se podia imaginar. A menina ps-se a dobar.A rainha me chegou janela e vendo aquela dobadoira to bonita,mandou um criado perguntar menina se a queria vender.

    - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de deixar-meficar esta noite ao p do prncipe.A rainha aceitou e a menina, de noite, polvilhou as feridas doprncipe com as cinzas.No dia seguinte foi sentar-se outra vez diante do palcio e abriu anoz.Saiu dela uma roca de oiro cravejada de brilhantes, com um fuso deprata e a menina ps-se a fiar.Veio a rainha janela e vendo a roca, mandou o criado saber se ela aqueria vender.

    7

  • - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de deixar-meficar esta noite ao p do prncipe.A rainha disse que sim e a menina, sem ningum ver, polvilhou asferidas do prncipe com as cinzas que levava.Pela terceira vez se sentou em frente do palcio e abriu a castanha,donde saiu uma galinha de oiro com pintainhos de prata.Quando a rainha a viu, quis logo que a menina lha vendesse, mas elarespondeu:

    - Dar sim, vender no; mas sua Majestade h-de deixar que eufique mais esta noite ao p do prncipe.Assim foi; e pela terceira vez a menina deitou o resto das cinzassobre as feridas do prncipe, que abriu os olhos e logo a reconheceu.A menina contou-lhe tudo quanto tinha acontecido e El-Rei PssaroVerde casou com ela e foram muito felizes. E ainda l esto. Benditoe louvado, est o meu conto acabado!

    In 1988,ME.:HistriasTradicionais,

    8

  • Um rei tinha trs filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez,qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu:

    - Quero mais a meu pai do que luz do Sol.Respondeu a domeio:

    - Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo.A mais moa respondeu:

    - Quero-lhe tanto como a comida quer o sal.O rei entendeu por isto que a filha mais nova no o amava tanto comoas outras e p-la fora do palcio. Ela foi, muito triste, por essemundo e chegou ao palcio de um rei, a ofereceu para sercozinheira. Um dia veio mesa um pastel muito bem feito, e o rei aoparti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preo.Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel.Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando at que foichamada a cozinheira e s a ela que o anel servia.O prncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que erade famlia de nobreza.Comeou ento a espreit-la, porque ela s cozinhava s escondidase viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai eambos viram o caso. O reideu licena aofilhopara casar c om ela,mas a menina tirou por condio que queria cozinhar pela sua mo ojantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o reique tinha as trs filhas e que pusera fora de casa a mais nova.A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de serpostos ao rei seu pai no botou sal de propsito.Todos comiam comvontade, mas s o rei convidado que nada comia. Por fimperguntou-lhe o dono da casa, porque que o rei no comia.Respondeu ele, que no sabia que assistia ao casamento da filha:

    - porque a comida no tem sal.

    se

    O SAL E A GUA

    O AMOR DE FILHA

    9

  • O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse alidizer porque que no tinha botado sal na comida. Veio ento amenina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-alogo e confessou alia sua culpa por no ter percebido quanto eraamado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como acomida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara dainjustia de seu pai.

    TEFILO BRAGAIn: ,1988,ME.HistriasTradicionais

    10

  • O PINTAINHO E O BAGUINHO DE MILHO

    Era uma vez um pintainho que andava a passear na estrada.Encontrou um baguinho de milho. Ficou todo contente e ia apanh-lo, mas nisto passou a carruagem do rei, que vinha de uma caadanuma grande correria. O pintainho assustou-se e fugiu.Quando a carruagem j l ia adiante, o pintainho voltou ao meio daestrada, pelo baguinho de milho. Ps-se a procur-lo, a procur-lo,mas no o encontrou. E vai, pensou assim:Foi por causa do rei que eu perdi o meu baguinho de milho. Pois vou aopalcio, pedir-lhe que mo d.E ps-se a caminho.Andou, andou e a certa altura, muito cansado, sentou-se numa pedraa descansar. A pedra perguntou-lhe:

    - pintainho, onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.- Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

    A pedra meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou o seucaminho.Chegou l adiante, estava outra vez muito cansado, encontrou omachado de um lenhador que tinha ido almoar e sentou-se no cabodo machado a descansar. O machado perguntou:

    - pintainho, onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.- Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

    O machado meteu-se dentro do papo do pintainho e ele continuou oseu caminho.L mais adiante, estava outra vez muito cansado, sentou-se beirade um ribeiro, que lhe perguntou:

    - pintainho onde vais com tanta pressa?- Vou ao palcio do rei pedir o meu baguinho de milho.

    11

  • - Oh! Se me levasses contigo era to bom!- Queres vir comigo? Mete-te dentro do meu papinho!

    O ribeiro meteu-se dentro do papo do pintainho, que continuou o seucaminho, at que chegou de fronte do palcio do rei. Ento, ps-se acantar:

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!

    O rei mandou um criado saber o que se passava. O criado foi e voltoue disse:

    - Est ali um pintainho que diz que quer o baguinho de milho queo rei lhe fez perder.

    - Ora o atrevido! Mete-o na capoeira!O criado meteu o pintainho na capoeira, mas ele assim que se viufec hado disse:

    - Machado, salta do meu papinho e parte-me esta porta.O machado partiu a porta e o pintainho voltou para defronte dopalcio.

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!

    O rei, muito zangado, chamou o criado e ordenou:- Mete-me esse pintainho dentro de um pote e tapa-o bem

    tapado, para ele no fugir.O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do potedisse:

    - Pedra,salta do meu papinho, e parte-me este pote.A pedra partiu o pote e o pintainho voltou para de fronte do palciodo rei:

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!- Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!

    O rei ficou ainda mais furioso, e gritou para o criado:- Mete-me esse pinto dentro do forno quando ele estiver bem

    quente.O criado assim fez, e o pintainho, quando se viu dentro do forno,disse:

    12

  • - Ribeirinho, salta do meu papinho e apaga-me este forno.O ribeirinho apagou o forno e o pintainho voltou para de fronte dopalcio.

    - Qui-qui-ri-qui, meu baguinho de milho j para aqui!Ento o rei mandou ir o pintainho sua presenae ele contou como tinha perdido o baguinho de milho que achara naestrada, por ter passado a carruagem real. Por isso estava ali apedir o baguinho de milho.O rei deu-lhe razo, mandou-lhe entregar um grande saco de milho eo pintainho foi-se embora, todo contente.

    In 1988,ME.:HistriasTradicionais,

    13

  • Era uma vezum coelhinho

    que foi sua hortabuscarcouves

    pra fazer um caldinho.Quando o coelhinho branco voltou para casa depois de vir da horta,chegou porta e achou-a fechada por dentro; bateu eperguntaram-lhe de dentro: -"Quem ?" O coelhinho respondeu:

    Sou eu, o coelhinhoque venho da horta

    e vou fazer um caldinho.Responderam-lhe dedentro:

    E eu sou a cabra cabrezque te salto em cimae te fao em trs.

    Foi-se o coelhinho por a fora muito triste, e encontrou um boi edisse-lhe:

    Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    e ia para casafazer o caldinho;

    mas quandol chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o boi: - "Eu no vou l que tenho medo". Foi o coelhinhoandando e encontrou um co e disse-lhe:

    O COELHINHO BRANCO

    14

  • Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    eia para casafazer o caldinho;

    mas quando l chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o co: -"Eu no vou l que tenho medo." Foi mais adiante ocoelhinho e encontrou um galo, a quem disse tambm:

    Eu sou o coelhinhoque tinha ido horta

    eia para casafazer o caldinho;

    mas quando l chegueiencontrei a cabra cabrez,

    que me salta em cimae me faz em trs.

    Responde o galo: - "Eu no vou l que tenho medo. " Foi-se ocoelhinho muito mais triste, j sem esperanas de poder voltar paracasa, quando encontrou uma formiga que lhe perguntou: -"Que tenscoelhinho?"

    Eu vinha da hortaeia para casa

    fazer o caldinho;mas quando l cheguei

    encontrei a cabra cabrez,que me salta em cima

    e me faz em trs.Responde a formiga: -"Eu vou l e veremos como isso h de ser".Foram ambos e bateram porta; diz-lhe a cabra cabrez l dedentro:

    15

  • Aqui ningum entraest c a cabra cabrezque lhes salta em cima

    e os faz em trs.Responde a formiga:

    Eu sou a formiga rabiga,que te tiro as tripas

    e furo a barriga.Dito isto, a formiga entrou pelo buraco da fechadura, matou a cabracabrez; abriu a porta ao coelhinho; foram fazer o caldinho, eficaram vivendo juntos, o coelhinho branco e a formiga rabiga.

    In: , 1988,ME.ADOLFO COELHO

    Histrias Tradicionais

    16

  • Passou um macaco em frente de uma escola de meninas; mal estas oviram puseram-se a gritar: olhem o macaco com o rabo muitocomprido. O macaco foi a um barbeiro e pediu que lhe cortasse orabo. O barbeiro cortou. Voltou o macaco a passar defronte daescola e as meninas desataram a rir dizendo: Olhem o macaco dorabo curto! Tornou o macaco a casa do barbeiro e pediu-lhe o rabo.

    - J o enterrei - respondeu o barbeiro.- Pois levo uma navalha - disse o macaco.

    Pegou na navalha e saiu, encontrando uma mulher a escamar o peixe mo. Deu-lhe a navalha. Momentos depois voltou a pedir a navalha.

    - Perdi-a - respondeu a mulher.- Pois ento levo uma sardinha.

    E o macaco foi com a sardinha at encontrar a mulher de um moleiroa comer po sem conduto. Deu-lhe a sardinha. Momentos depoisvoltou a pedir-lhe a sardinha.

    - J a comi - respondeu a moleira.- Levo um saco de farinha.

    E levou o saco de farinha. Chegou a uma escola e deu o saco mestra.Momentos depois voltou a pedir o saco de farinha.

    - As meninas j comeram a farinha em po.- Levo uma menina.

    E levou a menina a casa de um homem que trabalhava em gaiolas.Momentos depois voltou pela menina.

    - Foi para casa do pai - respondeu o gaioleiro.- Levo uma gaiola.

    E pegou numa gaiola e levou-a a casa de um violeiro. Momentosdepois voltou a pedir a gaiola.

    - Partiu-se.- Pois levo uma viola.

    Saiu o macaco com a viola e ps-se a cantar e a tocar:

    O MACACO E A VIOLA

    17

  • Do rabo fiz navalhaDa navalha fiz sardinhaDa sardinha fiz farinhaDa farinha fiz meninaDa menina fiz gaiolaDa gaiola fiz violaTinglintim, tinglintimEu j me vou embora.Tinglintm, tinglintimEu j me vou embora.

    ATADE OLIVEIRAIn: ,1988, ME.Histrias Tradicionais

    18

  • Numa poa isolada do rio grande,vivia uma colnia de peixinhos.Eram muito amigos uns dos outros e reinava a paz no local. Havia, noentanto, um peixe grande e orgulhoso que estragava um pouco essaharmonia. Resmungava quando os peixinhos se aproximavam dele equeria para si tudo o que havia de melhor.Um dia, um dos peixinhos, numa tentativa de se libertar dele, disseao peixe:

    - S me admiro que no vs viver alm, no rio grande! Esta poa muito pequena para ti. L, terias companheiros mais distintos doque peixinhos como ns.O peixe meditou nas palavras do outro e convenceu-se que, defacto, estaria melhor no rio grande, cercado por peixes do seutamanho e importncia. -"Estou farto destes peixinhos!"-pensou.-"So to ignorantes e irrequietos! Quando vierem aschuvas e asinundaes, poderei sair desta poa e nadar at ao rio. Vai ser umprazer conviver com os meus semelhantes!"No tardou muito q ue as guas d as chuvas cobrissem a terra e foifcil para o peixe nadar at ao rio. Que diferente era tudo: asrochas eram maiores, as plantas maiores tambm e os outrospeixes...eram grandes de mais!Descansava um pouco ao p de umas pedras grandes que formavamuma gruta, quando sentiu a gua a mexer-se atrs de si e quatropeixes enormes se aproximaram e o empurraram para o lado, semcerimnia nenhuma:

    - Sai daqui, peixinho! No sabes que esta gruta est reservadapara peixes como ns?!"Peixinho"! Ele?! De facto, a vida no rio era muito diferente. Quemaus modos tinham estes peixes! Podiam t-lo avisado doutramaneira!O peixe escondeu-se numas algas prximas, mas pouco tempo pdedescansar, pois dois peixes grandes, pretos e brancos, deram com

    O DESCONTENTAMENTO DO PEIXE GRANDE

    19

  • ele e atacaram-no com a boca aberta e intenes evidentes de ocomerem! Fugiu muito depressa, nadando com toda a sua fora eteve a felicidade de conseguir introduzir-se na fenda de uma rochaantes que aqueles dentes afiados lhe mordessem. Que susto! Ento,era isto a vida do rio? Era essa a convivncia com peixes deimportncia?Comeou a ter saudades do sossego da sua poa e da companhia dospeixinhos que, pelo menos, erampacficos!Uma mordidela ps termo s suas reflexes. Mais uma vez,viu-seobrigado a fugir. Escondeu-se no lodo, no fundo do rio, e tomou umadeciso: voltar para a poa quanto antes!Foi uma viagem bem penosa, porque teve de nadar contra acorrente, e quantas vezes arbustos e rvores lhe impediam apassagem! Quando, finalmente, alcanou a sua poa, sentiu umaalegria e um alvio muito grandes. No final de contas, que bonita queera e que bem que se estava ali!Os peixinhos concordaram entre si que a viagem tinha feito bem aopeixe grande; j no resmungava tanto e estava sempre pronto paracontar as aventuras no rio, o que os divertia muito.

    In: , 1988,ME.HistriasTradicionais

    20

  • POESIAS

  • Ou se tem chuva e no se tem solou se tem sol e no se tem chuva!

    Ou se cala a luva e no se pe o anel,ou se pe o anel e no se cala a luva!

    Quem, sobe nos ares no fica no cho,quem fica no cho no sobe nos ares. uma grande pena que no se possa

    estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

    Ou guardo o dinheiro e no compro o doce,ou compro o doce e gasto o dinheiro.Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...

    e vivo escolhendo o dia inteiro!

    No sei se brinco, no sei se estudo,se saio correndo ou fico tranquilo.Mas no consegui entender aindaqual melhor: se isto ou aquilo.

    OU ISTO OU AQUILO

    23

    Ceclia Meirelesin ,1986,

    DivisodeEducaoPr-escolar,Direco-GeraldoEnsinoBsicoeSecundrio-MEC

    ColectneadeLengalengasePoesias

  • O NASCER

    O CHAPUZINHO

    MatildeRosaArajo

    Me!Que verdade lindaO nascer encerra:Eu nasci de tiComo a flor da terra!

    A menina comprouum chapuE p-lo devagarinho:Nele nasceram papoilas,Dois pssaros fizeram ninho.

    Chapu de palha de trigoQue a foice um dia cortou:Na cabea da menina,O trigo ressuscitou.

    Depois tirou o chapu,Tirou-o devagarinho,No vo murchar as papoilas,No se v espantar o ninho.

    E, chapeuzinho na mo,De cabea levantada,A menina olhou o solComo a dizer-lhe: Obrigada!

    in ,1986,DivisodeEducaoPr-escolar,

    Direco-GeraldoEnsinoBsicoeSecundrio-MEC

    ColectneadeLengalengasePoesias

    24

  • BRINQUEDO

    Foi um sonho que eu tive:Era uma grande estrela de papel,um cordel e um menino de bibe.

    O menino tinha lanado a estrelacom ar de quem semeia uma iluso;E a estrela ia subindo, azul e amarela,presa pelo cordel sua mo.

    Mas to alto subiuque deixou de ser estrela de papel,e o menino aov-la assim, sorriue cortou-lhe o cordel.

    MiguelTorga

    ALEGRIA

    O patinho amarelosau do ovode manh cedinho

    Que tudo beloque tudo novo,gritou o patinho

    Que bom que vai serbrincar e corrercom outros do meu tamanhomostrar que sou patoe ir ao regatotomar banho

    Sidnio Muralhain ,1986,

    DivisodeEducaoPr-escolar,Direco-GeraldoEnsinoBsicoeSecundrio-MEC

    ColectneadeLengalengasePoesias

    25

  • Uma gota de chuvasuspensa de um telhado.

    D-lhe o sol e parecepequena maravilha.

    umberlinde, dizemcrianas entre si.

    uma bola, e bela,mas no rebola, brilha!

    a Lua? Uma bolhade sabo a brincar?

    Um balo? Um brilhantede uma estrela vaidosa?

    Diz a v elhinha olhando:quem chorou esta lgrima?

    Uma gota de chuvasuspensa de umtelhado:

    Chegou uma andorinhaengoliu-a e voou.

    ESPANTO

    MariaAlbertaMenresin ,1986,

    DivisodeEducaoPr-escolar,Direco-GeraldoEnsinoBsicoeSecundrio-MEC

    ColectneadeLengalengasePoesias

    26

  • LENGALENGAS

  • Lagarto pintado quem te pintouFoiuma velha que aqui passouNo tempo da eira fazia poeiraPuxa lagarto por esta orelha

    Sape gato lambareiroTira a mo do aucareiroTira a mo, tira o pdo acar, do caf

    Fui caixa das bolachasTirei uma ...Tirei duas ...Tirei trs ...Tirei quatro ...Tirei cinco Tirei seis...Tirei sete ...Tirei oito...Tirei nove Tirei dez...Que para veres o guloso que tu s!

    29

  • Era uma vez um gatochamado CarochoAi que lindo que lindoque era o bichoEnrolou-se no capachocaiu da janela abaixoe foi parar ao balde do lixo

    Um, dois, trs, quatroA galinha mais o patoFugiram da capoeiraFoi atrs a cozinheiraQue lhes deu com o sapatoUm, dois, trs, quatro

    in ,1986,DivisodeEducaoPr-escolar,

    Direco-GeraldoEnsinoBsicoeSecundrio-MEC

    ColectneadeLengalengasePoesias

    30

  • RIMAS E ADIVINHAS

    BrincarSaltar

    Correr

    Escrever

    LerJogar

    Rimar

    CantarAdivinhar

    31

  • A videira d a uvaA nuvem escura d a...

    Batam palmas ao artistal no palco est o ...

    A onda grande da praiaj molhou a minha ...

    Tem asas o passarinhoa voar vai par ao...

    Para lavar a minha mopreciso de gua e ...

    33

  • Qual coisaQual ela quemal entra em casase pe j anela ?

    Qual coisaQual elaque tem dentese no come?

    Qual coisaQual ela quequanto mais se afiamais pequeno ?

    Tem coroa e no reiTem escamas sempeixe serAlm de servirpara doce fruta, podescomer?

    ADIVINHA

    34

  • Qual coisaQual elatem dentese no cometem barbase no homem?

    Qual coisaQual elaquanto mais altamelhorse v?

    Qual coisaQual elaque se vesteno veroe se despeno inverno?

    Qual coisaQual elaBranco Galinha ope...?

    ADIVINHA

    35

  • CANES

  • O meu pai deu-me uma laranja,que cheirinho que ela tem. redonda e amarelatenho fome, calha bem.

    UMA LARANJA

    Semente, sementinhaque na terra d flor.Semente, sementinhaverde, branca ou doutra cor.

    Fora, fora,fora p'ra nascer!Ai, que linda,j vem a aparecer!

    SEMENTINHA

    39

    I

    II

    AnaMariaFerro, MadalenaSPessoaIn: ,1983,PltanoEditora.Histrias Cantadas

  • Conchas conchinhasconchas do mar.Conchas conchinhasp'ra eu apanhar.

    A chuva cai, caiBis A chuva cai, cai

    A chuva cai na cabea...nojoelho...nas pestanas, etc.

    Vm de longe,vm nas ondas.Ficam na areiaa brilhar...

    CONCHAS CONCHINHAS

    A CHUVA CAI, CAI

    40

    I II

    Ana MariaFerro,Madalena SPessoaIn: ,1983,PltanoEditora.Histrias Cantadas

  • Um dois trs quatro,a galinha mais o pato.Fugiram da capoeira,por causa da cozinheira.Um dois trs quatro.

    Cinco seis sete oito,eu fui buscar um biscoitoe levei-o galinhaque escondi numa caixinha.Cinco seis sete oito.

    Umdois trs quatroCinco seis sete oitoUm dois trs quatroCinco seis sete oito

    Da janela do teu quartoquantas coisas para ver:As rvores a baloiar,as pessoas a correr,

    Autocarros, automveis,um polcia a mandar parar;Limpa os vidros, limpa, limpaat os pr a brilhar.

    Limpa os vidros,limpa, limpa,que a poeira veio sujar.Limpa os vidros da janela,e depois pe-te a espreitar.

    A GALINHA MAIS O PATO

    LIMPA OS VIDROSI

    II

    III

    41

    Ana Maria Ferro,Madalena SPessoaIn: ,1983,PltanoEditora.Histrias Cantadas

  • COM O VENTO DE MANSINHO

    As velas do moinhoHum-hum, hum-hum (boca fechada)Com o vento demansinhoHum-hum, hum-hum

    Gira gira gira giram,viradinhas para o mar.E as cabaas que as enfeitam,nunca param de cantar.

    42

    I

    II

    A na MariaFerro,MadalenaSPessoaIn: ,1983,PltanoEditora.Histrias Cantadas

  • Ficha Tcnica

    Caderno de Histrias

    Vasco Alves

    Paula Aguiar

    Maria de Lurdes CostaMaria Manuela Moura

    Maria da Conceio BaptistaMaria Teresa Gomes de Abreu

    Madalena Guedes

    Maria Manuela Loureno

    2002

    , Poesias, Lengalengas, Adivinhas, Canes

    Director

    Coordenadora do N cleo de Educao Pr-Escolar

    Concepo do Caderno

    Apoio Tcnico

    Capa, Ilustraes e Concepo Grfica

    Data

    Este caderno foi concebido no mbito do projecto "Travelling Early Learners" da EFECOT (EuropeanFederation for the Education of the Occupational Travellers) do qual Portugal membro.

    Com a colaborao da Direco Regional de Educao de Lisboa

  • Apoio Educao de Filhos de Profissionais Itinerantes