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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E
HUMANAS - DCETH
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
AGNES BERDINE FONSECA REIS
INVESTIGAÇÃO DA FORMA DE DESCARTE DE ELETRÔNICOS PELA
COMUNIDADE UFERSA-CAMPUS ANGICOS.
ANGICOS-RN
2014
AGNES BERDINE FONSECA REIS
INVESTIGAÇÃO DA FORMA DE DESCARTE DE ELETRÔNICOS PELA
COMUNIDADE UFERSA-CAMPUS ANGICOS.
Monografia apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Campus Angicos, para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador: Tarcisio Eloi de Andrade Junior
- UFERSA
ANGICOS-RN
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)
Setor de Informação e Referência
R375i Reis, Agnes Berdine Fonseca
Investigação da forma de descarte de eletrônicos pela comunidade
UFERSA – Campus Angicos./ Agnes Berdine Fonseca Reis --
Angicos, 2014.
56f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Elói de Andrade Júnior
Monografia (Graduação em Ciência e Tecnologia) –
Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de
Graduação.
1. Lixo eletrônico. 2. Descarte incorreto. 3. Substâncias
tóxicas. I. Título.
RN/UFERSA/BCOT /359-14 CDD: 628.44 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba
CRB-15/452
Dedico este trabalho a minha mãe, Lucia
Maria Fonseca Reis e ao meu Pai, José Carlos
Alberto Reis, que sempre me mostraram a
importância de estudar e me incentivaram
durante toda a minha jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo que conquistei até agora, e por se mostrar presente me apoiando em
todos os momentos da minha vida, iluminando as minhas tomadas de decisões, fortalecendo e
orientando durante toda minha trajetória.
A minha mãe Lucia Maria Fonseca Reis e ao meu pai José Carlos Alberto Reis pelo amor,
carinho, amizade, por acreditar no meu potencial, investir no meu futuro e sempre me guiando
ao caminho certo.
Ao meu professor Tarcisio Eloi de Andrade Júnior pelas orientações, pelo apoio,
compreensão, críticas construtivas, contribuições para este trabalho, peça fundamental desta
monografia. Obrigado por tudo, principalmente na credibilidade depositada.
Aos meus irmãos Hugo Ricardo, Michael Reis e Damares Reis e a minha cunhada Zildimara
Maia que sempre estiveram ao meu lado e sempre me apoiaram e ajudaram em minhas
decisões.
A Sessuavo Neto pelo amor, carinho, companheirismo, dedicação, pela contribuição a
realização desse trabalho e por sempre me incentivar a não desistir.
Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional,
mas a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação
profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por
terem me feito aprender transmitindo seus conhecimentos e experiências.
As minhas amigas irmãs Andrea, Manu, Érica, Tati, Manuela, por sempre estarem ao meu
lado nos momentos de angustia e felicidade, elas são verdadeiras Válvulas de escape e
entretenimento quando estou sufocada pelo cotidiano.
A toda a minha família, primos, tios que direta ou indiretamente se puseram a ajudar sempre,
para que eu pudesse chegar aqui.
A todas as minha amigas e amigos da faculdade, técnicos administrativos e terceirizados que
de alguma forma me ajudaram, agradeço por acreditarem no meu potencial, Obrigado a todas
as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa. Sou o
resultado da confiança e da força de cada um de vocês.
A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.
(PETER DRUCKER)
RESUMO
A sociedade moderna vem sendo influenciada por novidades tecnológicas
caracterizadas principalmente pela gama de produtos eletroeletrônicos produzidos em larga
escala, e que superaram a necessidade real de consumo e com valores e condições de
pagamentos cada vez mais acessíveis. Como consequência desta evolução tecnológica
desenfreada, o descarte prematuro e incorreto de produtos torna-se uma prática cada vez mais
comum. Devido à falta de informação e conhecimento das pessoas, tal prática leva ao
acúmulo inadequado de lixo eletrônico, o que acarreta graves problemas a saúde do ser
humano e sérios danos ambientais, devido às substâncias tóxicas presentes na composição
desses resíduos eletrônicos. No presente trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico
sobre o e-lixo e uma pesquisa com alunos, professores, técnicos administrativos e
terceirizados, com o objetivo de identificar seu nível de entendimento quanto ao tema lixo
eletrônico, o seu uso e descarte do e-lixo dentro da UFERSA no município de Angicos/RN.
Neste sentido, o trabalho mostra a importância da informação sobre lixo eletrônico,
conscientização da população para fazer o descarte correto e contribuir para diminuição dos
impactos e a questão dos fabricantes disponibilizarem locais apropriados para coleta de lixo
eletrônico de modo que tenham uma destinação final adequada.
Palavras-Chave: Lixo eletrônico. Descarte incorreto. Substâncias tóxicas.
ABSTRACT
Modern society has been influenced by technological innovations mainly
characterized by the range of electronic products produced in large scale and which exceeded
the actual consumption needs and values and conditions of increasingly affordable payments.
As a consequence of uncontrolled technological developments, the early and incorrect
disposal of products becomes an increasingly common practice due to lack of information and
knowledge of the people leading to inappropriate accumulation of junk, causing serious health
problems for population and serious environmental damage due to toxic substances in the
composition of electronic waste. This work was conducted a literature survey on e-waste and
applied a questionnaire to students, teachers, administrative staff and contractors, in order to
identify their level of understanding on the issue junk, its use and disposal of e-waste in
UFERSA in the municipality of Angicos / RN. In this sense, the work shows the importance
of information about e-waste, public awareness to the correct disposal and contribute to
mitigation of impacts and the issue of manufacturers make available suitable sites for garbage
collection so that they have a proper electronic disposal.
Keywords: electronic waste. Incorrect disposal. Toxic substances.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Reciclagem do lixo eletrônico..................................................................................20
Figura 2 - Fluxograma do processo inicial de reciclagem de computadores...........................21
Figura 3 - Logística reversa para o lixo eletrônico..................................................................24
Figura 4 - Imagem da UFERSA/Angicos onde foi realizada a pesquisa.................................38
Figura 5 - Coletor de pilhas e baterias da UFERSA/Angicos..................................................43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição media de sucatas de equipamentos eletrônicos e suas quantidades. ... 23
Tabela 2 - composição média de uma placa de circuito impresso............................................ 24
Tabela 3 - Principais materiais utilizados na fabricação de um computador. .......................... 25
Tabela 4 - Danos causados pelos elementos contidos no e-lixo. .............................................. 30
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Questionamento sobre o que é o lixo eletrônico.....................................................39
Gráfico 2 - Questionamento sobre o conhecimento sobre lixo eletrônico...............................40
Gráfico 3 - Questionamento sobre a destinação do seu lixo eletrônico...................................41
Gráfico 4 - Questionamento sobre o impacto do e-lixo na sua vida........................................42
Gráfico 5 - Questionamento sobre coleta de e-lixo dentro da UFERSA.................................42
Gráfico 6 - Questionamento sobre a destinação do e-lixo na UFERSA/Angicos....................44
Gráfico 7 - Questionamento sobre a lei da PNRS Nº 12.305/2010..........................................45
Gráfico 8 - Questionamento sobre substâncias tóxicas presentes no e-lixo.............................46
Gráfico 9 - Questionamento sobre o descarte do e-lixo quando perdem a utilidade...............47
Gráfico 10 - Questionamento sobre campanhas sobre e-lixo dentro da UFERSA..................48
Gráfico 11 - Questionamento sobre a frequência de descarte do e-lixo...................................49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CEDIR- Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática
CETESB – Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e Defesa do Meio
Ambiente.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPU- Unidade Central de Processamento.
CRT – Tubo de Raios Catódicos
DVD – Digital Versatile Disc
E-LIXO – Lixo Eletrônico
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LCD – Tela de Cristal Líquido
LED – Diodo Transmissor de Luz
ONU - Organização das Nações Unidas
PCI - Conector de componentes periféricos
PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PVC – Policloreto de Vinil
REEE – Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos
VHS- Vídeo Home System
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 14
2.1 LIXO ELETRÔNICO......................................................................................................... 15
2.2 DESCARTE ....................................................................................................................... 16
2.2.1 Descarte correto do lixo eletrônico .............................................................................. 18
2.2.2 Reciclagem do lixo eletrônico ....................................................................................... 19
2.2.3 Logística Reversa ........................................................................................................... 21
2.3 COMPOSIÇÕES DO LIXO ELETRÔNICO ..................................................................... 24
2.3.1 Componentes tóxicos ..................................................................................................... 27
2.4 PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS ...................................................................... 31
2.5 INICIATIVAS .................................................................................................................... 32
2.6 LEGISLAÇÃO NO BRASIL ............................................................................................. 35
2.6.1 Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente ................................................. 35
2.6.2 Política Nacional dos Resíduos Sólidos........................................................................36
3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 37
3.1 LOCAL DA PESQUISA .................................................................................................... 38
3.2 QUESTIONÁRIO...............................................................................................................38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 50
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 52
APÊNDICE A .........................................................................................................................55
13
1 INTRODUÇÃO
Em um mundo cada vez mais consumista e com tantas inovações tecnológicas, o lixo
eletrônico (e-lixo) se transformou em um grande problema ambiental. O lixo eletrônico é
considerado um resíduo sólido especial de coleta obrigatória, configurando-se como um grave
problema para o ambiente e para a saúde, desde sua produção até o seu descarte, pois são
compostos por materiais que possuem em sua constituição metais pesados altamente tóxicos,
como alumínio, berílio, cádmio, chumbo, germânio, gálio, ferro, níquel e plásticos (polímeros
de diversas origens). A sua produção pode afetar, tanto os trabalhadores quanto comunidades
ao redor dessas indústrias. Além disso, esses resíduos são normalmente descartados em lixões
e acabam prejudicando o meio-ambiente e os catadores que sobrevivem da venda de materiais
coletados nos lixões (SIQUEIRA e MORAES, 2009).
Incentivados pelo capitalismo e diante de tantas e tantas propagandas que motivam o
consumo exagerado, a população tornou-se consumista, mesmo sem necessidade. Todos os
dias, milhares de aparelhos e equipamentos eletrônicos são substituídos, pois se tornaram
obsoletos aos olhos de seus donos. Isso acontece devido à velocidade com que novos
aparelhos são lançados e novas tecnologias surgem, num processo planejado que visa obrigar
o consumidor a substituí-los, por na maioria das vezes ainda em bom estado de
funcionamento, contribuindo assim para o aumento do lixo eletrônico.
Desde a Antiguidade, relatam-se efeitos na saúde provocados pelas condições
ambientais. O rápido processo de industrialização e de urbanização nos meados do século
XVIII e XIX desencadeou consequências na saúde da população advindas da problemática
ambiental instalada no período (BOTTOMORE e NISBET, 1980).
A falta de fiscalização das políticas de logística reversa de reciclagem e/ou doação dos
lixos eletrônicos podem promover o desequilíbrio ambiental. Isto porque, o lixo eletrônico
contém diversos tipos de metais tóxicos não biodegradáveis em sua composição tornando-o
mais poluente que o lixo comum, isso aumenta os danos ao meio ambiente e a
responsabilidade com sua destinação final.
A problemática ambiental gerada pelo lixo é de difícil solução e a maior parte das
cidades brasileiras apresenta um serviço de coleta que não prevê a segregação dos resíduos na
fonte (MUCELIN;BELLINI, 2008). Nas cidades é comum observarmos hábitos de disposição
final inadequados de lixo. Materiais descartados se acumulam de forma indiscriminada e
desordenada, em muitos casos em locais indevidos como lotes baldios, margens de estradas,
14
fundos de vale e margens de lagos e rios. Assim o descarte do lixo eletrônico se torna um
problema de responsabilidade das empresas, do governo, da sociedade e das instituições de
ensino em diversos segmentos, que devem assumir compromisso quanto ao ciclo completo
desses equipamentos contidos em orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT.
Considerando os grandes desafios e as inquietações da sociedade moderna frente aos
diagnósticos ambientais e seus efeitos desencadeantes na saúde das populações, este trabalho
tem como objetivo investigar a forma de descarte do lixo eletrônico pela comunidade que
trabalha ou estuda na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Campus
Angicos, como conscientizar e apresentar suas consequências e soluções possíveis para o
descarte do lixo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
15
2.1 LIXO ELETRÔNICO
No decorrer do século XX, a população mundial dobrou de tamanho, porém a
quantidade de lixo produzida no mesmo período aumentou numa proporção muito maior
(RODRIGUES;CAVINATTO, 2003, p.8). O lixo é, basicamente, todo e qualquer resíduo
sólido proveniente da atividade humana, considerado pelos geradores como algo inútil,
indesejável ou descartável (MANO et al, 2005, p.99). As indústrias evoluíram
consideravelmente e hoje fabricam produtos sequer imagináveis em tempos passados. A
descoberta de novas tecnologias vem rapidamente tornando ultrapassados modelos e versões
de aparelhos. Os computadores, por exemplo, sofrem tantas modificações que, no Japão e em
outros países desenvolvidos, formam-se enormes depósitos de sucata, mesmo quando ainda
funcionam (RODRIGUES;CAVINATTO, 2003, p. 9). A área de informática não era vista
tradicionalmente como uma indústria poluidora, porém o avanço tecnológico acelerado
encurtou o ciclo de vida desses equipamentos, gerando lixo tecnológico (MATTOS et al,
2008, p.2). Computadores se tornam obsoletos segundo lógica comercial a cada dois anos.
Máquinas são trocadas, equipamentos de impressão e conexão, cabos, infraestrutura de rede,
entre outros materiais, são descartados (SILVA et al, 2007, p.6).
Lixo eletrônico é o termo utilizado para identificar o lixo gerado por descarte de
resíduos tecnológicos, provenientes de equipamentos elétricos e eletrônicos (PAIVA, 2009),
como celulares, computadores, equipamentos de microinformática, impressoras, pilhas,
baterias, lâmpadas fluorescentes, brinquedos eletrônicos, televisores, rádios e entre outros.
Com o aumento contínuo na produção e consumo de eletroeletrônicos, a quantidade desse tipo
de lixo gerado a cada ano torna-se um problema ainda maior.
Equipamentos eletroeletrônicos são todos aqueles produtos cujo funcionamento
depende do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos.
Ao fim de sua vida útil, esses produtos passam a ser considerados resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos (REEE). Idealmente, só chegam a esse ponto uma vez
esgotado todas as possibilidades de reparo, atualização ou reuso. Alguns deles, notadamente
os equipamentos de telecomunicações, têm um ciclo de obsolescência mais curto. Em outras
palavras, devido à introdução de novas tecnologias ou à indisponibilidade de peças de
reposição, eles são substituídos e descartados mais rapidamente (ABDI, 2012).
Os REEE são compostos por materiais diversos: plásticos, vidros, componentes
eletrônicos, metais pesados e outros. Estes materiais estão frequentemente dispostos em
camadas e subcomponentes afixados por solda ou cola. Alguns equipamentos ainda recebem
16
jatos de substâncias químicas específicas para finalidades diversas como proteção contra
corrosão ou retardamento de chamas. A concentração de cada material pode ser microscópica
ou de grande escala. A extração de cada um deles exige um procedimento diferenciado. Deste
modo, sua separação para processamento e eventual reciclagem tem uma complexidade, um
custo e um impacto muito maiores do que aqueles exemplos mais conhecidos de recolhimento
e tratamento de resíduos, como é o caso das latas de alumínio, garrafas de vidro e outros
(ABDI, 2012).
Com o avanço tecnológico e o crescente consumo de produtos, o lixo eletroeletrônico
(e-lixo) é mais um desafio que se soma a outros inúmeros problemas ambientais hoje
enfrentados pela humanidade. As consequências desse consumo dificilmente são refletidas
pelos consumidores, os quais se preocupam basicamente com a satisfação de suas necessida-
des imediatas. Afinal, esses produtos são sinônimos de melhoria da qualidade de vida. A
explosão da indústria da informação é uma das forças motrizes da sociedade contemporânea,
disponibilizando ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social.
Existe uma constante busca de informações em tempo real, dada a imensa esfera de
dinamismo em que o mundo globalizado de hoje está envolvido. A produção e o consumo de
eletrônicos são elementos totalmente interdependentes e juntamente com o apoio da mídia que
se esforça constantemente em criar uma ilusão de obsolescência, lançando periodicamente
novos equipamentos com inovação incremental para gerar um fascínio e uma atração
irresistível para os jovens e aquecer a economia ao incentivar o consumo (PAIVA, 2009).
Celulares, aparelhos de som e computadores são exemplos típicos em que ocorre o
lançamento constante de novas versões. Há logo o desejo por parte de muitos usuários de
substituir os equipamentos antigos pelos mais recentes. Devido ao constante avanço da
tecnologia, a vida útil dos equipamentos eletroeletrônicos está cada vez menor.
2.2 DESCARTE
17
Nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico e um progresso
tecnológico sem precedentes, os quais, ao tempo que trouxeram benefícios, produziram sérias
consequências ambientais e sociais (VICTORIANO, 2000, p. 150). Continuamente, foram
surgindo aparelhos eletrônicos aperfeiçoados e evoluídos. Ao propiciar comodidades ao
homem, paralelamente, esse aparato tecnológico trouxe a obsolescência desses produtos, fato
que incorreu na assunção do costume de “jogar no lixo” aquilo que estragava ou se tornava
obsoleto e, atualmente, é cada vez mais frequente o descarte de eletroeletrônicos seminovos,
apenas para substituí-los por outro de tecnologia mais evoluída. Nessa conjuntura, toneladas
de aparelhos eletrônicos denominados por lixo tecnológico são descartadas continuamente,
provocando sérios impactos aos ambientes naturais (PRUX, 2009).
O mundo está ficando cada vez menor para a quantidade de resíduos eletrônicos despejada
na natureza. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que, hoje, o lixo eletrônico
cresce três vezes mais que o lixo convencional. A ampla oferta de equipamentos, a redução do
tempo de durabilidade dos eletrônicos e a constante busca pela inovação, faz com que as
tecnologias fiquem obsoletas rapidamente e justifiquem o aumento de seu descarte. Esses resíduos
eletrônicos descartados em lixões trazem um sério risco para o ambiente e seres humanos, pois
possuem em sua composição metais pesados altamente tóxicos, como mercúrio, cádmio, berílio,
chumbo, entre outros, que em contato com o solo acabam contaminando o lençol freático, se
queimados poluem o ar. Além disso, causam doenças graves em catadores que sobrevivem da
venda de materiais coletados em lixões.
De acordo com dados do Projeto Eco Eletro, somente os brasileiros descartam
aproximadamente 500 mil toneladas de lixo eletrônico todo o ano, e destes, cerca de um
milhão são computadores e em torno 20% destes são celulares. Com isso, a estimativa do
Programa Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é de que, até 2030, o Brasil
produzirá 680 mil toneladas/ano de resíduos eletrônicos e cada brasileiro será responsável
pela geração de 3,4 quilos de lixo digital.
Quanto à destinação final desses resíduos, vê se por sua vez, uma negligência por parte
do Poder Público, decorrente dos elevados custos e da inadequação do processamento do lixo,
pois no lixão, não há um tratamento correto para os resíduos tóxicos liberados pelos
eletroeletrônicos descartados. Em contato com o solo, os metais pesados existentes nos
eletrônicos podem contaminar o lençol freático, a água contaminada por esses metais pode ser
usada na irrigação afetando as plantações, as áreas de pastagens e o abastecimento público.
Ao entrar em contato direto ou indireto com a água contaminada pelos metais do lixo
18
eletrônico, as pessoas podem desenvolver uma série de doenças. Por isso, tem que se ter uma
conscientização do uso e descarte correto do lixo eletrônico (PRUX, 2009).
2.2.1 Descarte correto do lixo eletrônico
Os materiais eletrônicos como pilhas, baterias de telefone celular, computadores e
outros eletroeletrônicos representam um risco ambiental muito grande se descartados de
maneira inadequada.
Segundo a PNUMA (Programa da ONU para o Meio Ambiente) cerca de 40 milhões
de toneladas de lixo eletrônico são gerados por ano no mundo. Entre os países emergentes, o
Brasil é o país que mais gera lixo eletrônico. A cada ano o Brasil descarta cerca de 97 mil
toneladas métricas de computadores, 2,2 mil toneladas de celulares e 17,2 mil toneladas de
impressoras
Para não provocar a contaminação e poluição do meio ambiente, o correto é fazer o
descarte de lixo eletrônico em locais apropriados como, por exemplo, empresas e cooperativas
que atuam na área de reciclagem. Celulares e suas baterias podem ser entregues nas empresas
de telefonia celular onde, elas encaminham estes resíduos de forma a não provocar danos ao
meio ambiente. Outra opção é doar equipamentos em boas condições, mas que não estão mais
em uso, para entidades sociais que atuam na área de inclusão digital. Além de não contaminar
o meio ambiente, o ato ajudará pessoas que precisam (MIGUEZ et al, 2007).
Em julho de 2000, entrou em vigor uma norma do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA - RESOLUÇÃO No. 257 DE 30 DE JUNHO DE 1999) que estabelece
os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio (substâncias prejudiciais à saúde) para
pilhas e baterias comercializadas no território nacional, constitui de critérios e padrões para o
seu gerenciamento ambiental adequado aos fabricantes à responsabilidade sobre o material
tóxico que produzem. A maneira correta para descartar o resíduo eletrônico em alguns casos é
que em pilhas comuns deve-se verificar na embalagem se elas devem ou não ser devolvidas
ao fabricante para serem recicladas (as pilhas alcalinas já atendem às normas de segurança e
podem ser jogadas normalmente no lixo); a bateria do telefone celular e do telefone sem fio as
empresas fabricantes deve informar no manual a maneira de descarte correto onde, baterias de
níquel-cádmio (Ni-Cd) não devem ser jogadas no lixo e sim devolvidas ao seu fabricante, já
as baterias de níquel-metal-hidreto (Ni-MH) e lítio-íon (Li-Ion) podem ser jogadas no lixo
19
(CONAMA, 1999). Quanto ao restante dos aparelhos eletrônicos em geral, os fabricantes
devem facilitar a troca de pilhas e baterias e facilitar o acesso à elas. Assim descrevemos a
forma correta de descarte segundo a resolução nº 257 do (CONAMA) de alguns resíduos
eletrônicos, porém como qualquer pilha ou bateria contém metais pesados (mesmo que em
quantidades pequenas) a forma mais correta de descarte seria entregá-las, após seu
esgotamento energético, aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência
técnica autorizada pelas indústrias. Existem ainda postos de coleta que recebem esses
materiais e os encaminham para reciclagem.
2.2.2 Reciclagem do lixo eletrônico
Com o crescente volume de lixo eletrônico, reciclar é a alternativa mais viável hoje
para o lixo eletrônico (e-lixo). A reciclagem consiste em separar os materiais que compõem
um objeto e prepará-los para serem usados novamente como matéria-prima dentro do
processo industrial como mostrado na figura 1. Nem sempre a reciclagem se destina à
reinserção dentro do mesmo ciclo produtivo, ou seja, um computador reciclado pode gerar
materiais que vão ser utilizados em outras indústrias e o material que não é aproveitado é
mandado para locais que se desfazem do equipamento que não pode ser utilizado, sem que
cause danos ao meio ambiente, evitando problemas futuros como câncer e outras doenças
(SILVA et al., 2007).
É importante ressaltar que esse tipo de resíduo não deve ser descartado em lixeiras
comuns e embrulhá-lo em jornais ou plásticos não ajuda em nada no processo. Com a
crescente preocupação dos governos e de empresas com o descarte de lixo eletrônico, estão
sendo criados normas e programas de incentivo às empresas, para que elas efetuem a coleta
do lixo eletrônico. Com isso, Muitas empresas se interessam e se preocupam com a destinação
inadequada dos produtos eletrônicos, Por este motivo, elas estão fazendo parcerias com
diversas empresas sérias e que possuem toda a documentação prevista em lei para manuseio e
reciclagem, fazendo serviço de Logística Reversa (ver 2.2.3) e facilitando o descarte de lixo
eletrônico para pessoas físicas e jurídicas.
Muitos dos resíduos eletrônicos captado no Brasil são processados da seguinte forma o
material é separado e as partes valiosas mais expostas ou aquelas que não podem ser
20
descaracterizadas (por exemplo, monitores de computador) são separadas manualmente e todo
o restante é, em essência, moído, para em seguida ser acomodado em contêineres e enviado
para fora do país juntamente com os resíduos perigosos. No processo de separação os
plásticos existentes, no lixo eletrônico eles vão para empresas recicladoras, os tubos dos
monitores são cortados em via úmida e geram óxidos metálicos, as placas passam por
moagem e separação química e depois banho e separação interna para retirar os metais que
estão agregados na matéria-prima. Todo o processo é químico. Após o reprocessamento dos
resíduos tecnológicos, são obtidos sais e óxidos metálicos que serão utilizados nas indústrias
de colorífico, cerâmicas, refratárias e indústrias químicas (MIGUEZ et al, 2007).
Figura 6- Reciclagem do lixo eletrônico.
Fonte: GALDINO, (2008).
Usualmente, o processo de reciclagem do lixo eletrônico da área de informática inicia
com a coleta ou recebimento do material obsoleto. Após, os equipamentos passam por uma
triagem que irá definir se o computador ou monitor está funcionando, aqueles em condições
de uso são encaminhados para projetos de inclusão digital de comunidades e escolas. O
computador, ao fim de sua vida útil, é desmontado, os componentes são separados (plásticos,
metais, placas de circuito impresso, etc.) e descaracterizados como mostra a figura 2. O
volume é reduzido por trituração e compactação (para minimizar os custos de transporte) e,
por fim, é encaminhado para a adequada reciclagem. A reciclagem pode ocorrer diretamente
nos centros que realizam a separação, se possuírem estrutura para essa atividade, ou em
recicladoras especializadas (FERREIRA et al, 2008).
Figura 7 - Fluxograma do processo inicial de reciclagem de computadores.
21
Fonte: SILVA, 2009.
Uma maneira mais econômica de reciclagem seria o remanufaturamento do lixo
eletrônico. Nesse processo é tentado colocar em funcionamento os eletroeletrônicos para
serem utilizados novamente, fazendo com que esse processo seja um atalho para a inclusão
digital. O governo federal, por exemplo, conta com quatro centros de recondicionamento de
computadores (em Porto Alegre, Guarulhos, Brasília e Belo Horizonte) que dão uma segunda
vida aos equipamentos. Depois de reparados e atualizados, são doados a escolas públicas,
bibliotecas, entre outras instituições. Caso o aparelho não seja colocado em funcionamento o
mesmo é descaracterizado, os componentes bons são aproveitados para outros fins e o restante
é mandado para a reciclagem específica para cada tipo de material. Ainda existem
pouquíssimas empresas de reciclagem do e-lixo no Brasil, dessas, a maioria apenas recebe o
lixo eletrônico, descaracteriza e repassa para empresas especializadas, geralmente fora do País
(FERREIRA et al, 2008).
2.2.3 Logística Reversa
O reaproveitamento de produtos por meio da reciclagem, reuso, desmanche e
remanufatura no retorno de papéis, metais, plásticos, mesmo os eletrônicos e
eletrodomésticos, são processos já realizados pelas empresas. No entanto, o aumento da
preocupação com o meio ambiente vem tornando importante à reutilização dos materiais e,
consequentemente, a formação de um ciclo que parte do consumidor e chega novamente ao
22
fornecedor. O gerenciamento desse caminho inverso de materiais, comparado ao fluxo direto
da cadeia de suprimentos, é chamado de logística reversa (Dyckhoof et al, 2004).
A logística reversa é um importante avanço par contribuir com a diminuição do lixo
eletrônico. Conforme definição apresentada na própria legislação, a logística reversa é um
instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada. É através desse sistema, por exemplo, que
materiais recicláveis de um produto eletrônico em fim de vida útil descartado pelo
consumidor poderão retornar ao setor produtivo na forma de matéria-prima.
A logística reversa começa quando o produto é consumido e, neste momento, a
empresa deve estar preparada para os 4’Rs da logística reversa - Recuperação, Reconciliação,
Reparo e Reciclagem (Staff, 2005). Recuperação - permite à empresa manter e controlar a
saída e a confiabilidade do produto de forma a estar sempre melhorando seu produto no
mercado. Reconciliação - é a análise dos produtos defeituosos que retornam para empresa;
eles são avaliados e, caso não haja problema, os mesmos são ré estocados para serem
enviados ao mercado. Reparo é o tempo de espera do cliente para que o produto seja reparado
ou trocado. Reciclagem é o retorno ao ciclo dos produtos que seriam descartados pelo
consumidor e pela indústria de forma que reduzam os custos do processo e abram novas
possibilidades.
De forma a viabilizar a logística reversa exigida pela PNRS, todas as partes
relacionadas ao processo deverão contribuir para o encaminhamento dos produtos em fim de
vida útil para a reciclagem ou destinação final ambientalmente adequada. A legislação obriga
os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e
embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo
perigoso, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas
fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus
componentes, a:
Investir no desenvolvimento, fabricação e colocação no Mercado de produtos aptos à
reutilização, reciclagem ou outra forma de destinação ambientalmente adequada e cuja
fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível.
Divulgar informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos
sólidos associados a seus respectivos produtos.
23
Assumir o compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso
com o Município, participar das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.
As novas regulamentações ambientais, em especial as referentes aos resíduos, vêm
obrigando a logística a operar nos seus cálculos com os custos e os benefícios externos. E, em
função disso, entende-se que a logística reversa sustentável, conforme determinaram
(Barbieri; Dias, 2003), pode ser vista como um novo paradigma na cadeia produtiva de
diversos setores econômicos. Para os referidos autores o adjetivo sustentável acrescentado à
logística reversa se deve ao fato de que seus objetivos básicos são reduzir a exploração de
recursos naturais na medida em que recupera materiais para serem devolvidos aos ciclos
produtivos e diminuem o volume de poluição constituída por materiais descartados no meio
ambiente. Empresas que incorporam o desempenho ambiental dentro de uma visão estratégica
de recuperação de seus produtos terão uma vantagem distinta frente à concorrência. Políticas
ambientais, investimento em responsabilidade social e crescente consciência ambiental dos
consumidores estão tornando o desempenho ambiental em um fator competitivo.
Os Benefícios que o Sistema de Logística Reversa é a diminuição da quantidade de
resíduos encaminhados para aterros, Estimula o uso eficiente dos recursos naturais, Reduz as
obrigações físicas e financeiras dos municípios para com a gestão de determinados resíduos,
Desenvolve os processos de reutilização, reciclagem e recuperação de produtos e materiais,
promove processos de produção mais limpa, incrementa a conscientização da sociedade,
viabiliza ações de responsabilidade socioambiental, promove inclusão social com dignidade,
segurança e profissionalismo, maximiza oportunidades de negócios e os resultados e melhora
as condições ambientais através de uma gestão mais eficiente de resíduos (ABRELPE, 2010).
A figura 3 apresenta coletores de lixo eletrônicos utilizados na logística reversa.
24
Figura 8 - Logística reversa para o lixo eletrônico.
Fonte: ABRELPE, 2010.
2.3 COMPOSIÇÕES DO LIXO ELETRÔNICO
O lixo eletroeletrônico constitui-se de eletrodomésticos e eletrônicos como,
computadores, rádios, televisores, celulares e outros bens que estejam estragados, obsoletos
ou quebrados. Esse lixo é composto, principalmente, de plástico, ferro, metais não ferrosos,
vidro e madeira (ver tabela 1). Apresentam em sua constituição metais pesados e outros
componentes, como os retardadores de chama bromados, que ao serem descartados no solo,
em aterros ou lixões, podem causar danos graves ao meio ambiente e à saúde do homem
(GERBASE; OLIVEIRA, 2011). A tabela 1 apresenta a composição média das sucatas de
equipamentos eletrônicos.
25
Tabela 1 - Composição media de sucatas de equipamentos eletrônicos e suas quantidades.
Fonte: GERBASE; OLIVEIRA (2011).
As placas de circuito impresso (PCI) estão presentes em praticamente todos os
equipamentos da indústria de eletroeletrônicos e são importantes componentes dos
computadores. Dentro do gabinete (torre de computador) existe um conjunto de placas de
circuito impresso, como a placa mãe, placa de rede, placa de modem e placa de vídeo. O
laminado, material que compõe a base de uma placa de circuito impresso, pode ter diferentes
composições, alguns exemplos são: fenolite (papelão impregnado com uma resina fenólica),
fibra de vidro, composite (mistura de resina fenólica com a fibra de vidro) e cerâmicos. O
laminado é recoberto por uma fina camada de cobre, sobre a qual são montados os
componentes eletrônicos. As conexões entre os componentes ocorrem do lado recoberto com
cobre através de caminhos condutores (GERBASE; OLIVEIRA, 2011).
Os equipamentos eletrônicos contêm várias frações de materiais valiosos sendo que a
maioria destas substâncias está nas placas de circuito impresso. As quantidades de metais
valiosos são significativas considerando-se, por exemplo, que a concentração de ouro
existente na PCI é superior à encontrada no minério de ouro bruto. Segundo Veit (2010), há
17 g de ouro por tonelada de resíduo de PCI, enquanto que na mineração de ouro a quantidade
extraída varia de 6-12 g por tonelada de minério. A tabela 2 apresenta a composição média de
uma placa de circuito impresso.
Tabela 2 - composição média de uma placa de circuito impresso.
Fonte: VEIT, ( 2010).
26
Os monitores de computadores e televisores também são fontes de poluição, pois
contêm metais ou compostos nocivos ao meio ambiente. Os tubos de raios catódicos (CRT) ou
tubos de imagem utilizados alguns anos atrás se tornaram obsoletos e estão sendo substituídos
por telas de cristal líquido (LCD). O descarte inadequado dos CRT pode ocasionar um grave
problema ambiental, pois compostos de chumbo, cádmio, estrôncio, bário, arsênio, antimônio
e fósforo estão presentes nesses tubos. Cada CRT possui cerca de 1 a 4 kg de chumbo por tela,
utilizado como proteção contra radiações e para estabilizar o vidro. As telas de LCD possuem
compostos de arsênio no vidro e de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes que iluminam a tela.
Entretanto, as telas com tecnologia LED (Diodo Emissor de Luz), não possuindo lâmpadas
com mercúrio, tornam-se ecologicamente mais corretas (GERBASE; OLIVEIRA, 2011).
Para se ter ideia de quantos materiais compõem o lixo eletrônico, a Tabela 3 apresenta
os principais materiais utilizados na fabricação de um computador pessoal, com CPU e
monitor de tubo.
Tabela 3 - Principais materiais utilizados na fabricação de um computador.
Fonte: Autoria própria (2014).
Outro componente bastante utilizado em materiais eletrônicos é o plástico. Baseado no
cálculo de que mais de 315 milhões de computadores estão obsoletos e que os produtos
27
plásticos perfazem 6.2 kg por computador, em média, haverá mais do que 1.814 milhões de
toneladas de plásticos descartados. Uma análise encomendada pela Microelectronics and
Computer Technology Corporation (MCC) estimou que o total de restos de plásticos estejam
subindo para mais de 580 mil toneladas, por ano. O mesmo estudo estimou que o maior
volume de plásticos usados na manufatura eletrônica (cerca de 30%) era de policloreto de
vinila (PVC), que é responsável por mais prejuízos à saúde e ao meio ambiente do que a
maior parte de outros plásticos. Embora muitas empresas fabricantes de computadores tenham
reduzido ou parado com o uso do PVC, ainda há um grande volume de PVC contido em
restos de computadores.
Segundo Ossamu (2007), na Europa e Estados Unidos, os maiores produtores de lixo
eletrônico do mundo, 70% de todo o lixo é enviado gratuitamente ou vendido por preço
simbólico à China. Na cidade de Guiyu, no litoral do país, com 150.000 habitantes, a principal
riqueza é o garimpo no lixo eletrônico. Oito em cada dez habitantes, incluindo crianças e
idosos passam o dia destroçando carcaças de computadores e outros aparelhos em busca de
metais que possam ser recuperados e revendidos, como o cobre, aço e ouro. As estatísticas
dizem que há mais ouro em uma tonelada de lixo eletrônico, do que em 17 toneladas do
minério bruto do metal, e que as placas de circuitos eletrônicos são 40 vezes mais ricas em
cobre do que o minério bruto. No entanto há males nesta ação, como já foi dito os
componentes e placas, estão recheados de metais pesados, como chumbo, mercúrio, cádmio e
berílio, altamente tóxicos, as placas de circuito eletrônico são desmontadas em fogareiros de
carvão, as carcaças de PVC também são fundidos para reaproveitamento, um processo que
libera gases tóxicos. Estudos constataram que o solo da região está contaminado por metais,
não resta uma só fonte de água potável em um raio de 50 quilômetros da cidade, e estas
informações não tiram o entusiasmo dos recicladores, pois, este tipo de reciclagem constitui
um negócio tão promissor que outros países como Índia e Nigéria passaram a disputar com os
chineses os carregamentos de lixo eletrônico.
2.3.1 Componentes tóxicos
Quando expostos aos metais pesados, encontrados no lixo eletrônico, o homem e o
meio ambiente sofrem com as consequências. A disponibilidade e a toxicidade de um metal
estão relacionadas com vários fatores como: a forma química em que o metal se apresenta no
ambiente, as vias de introdução do metal no organismo, a sua biotransformação em
28
subprodutos tóxicos, a emissão para o ambiente até o aparecimento dos sintomas da
intoxicação (GERBASE; OLIVEIRA, 2011).
Na natureza, um componente do lixo eletrônico pode levar séculos para se decompor.
Os metais pesados, porém, podem demorar milhões de anos para perderem suas propriedades
tóxicas. Em contato com a umidade, água, calor ou outras substâncias químicas, os
componentes tóxicos vazam e contaminam tudo por onde passam, podendo provocar impactos
irreparáveis no solo, na água, nas plantas, nos animais e, principalmente, no homem
(GERBASE; OLIVEIRA, 2011).
Apesar da possibilidade de extração de renda com o reaproveitamento da sucata, os
componentes desse lixo também contêm substancias de alta periculosidade que podem causar
danos a pessoas e ao meio ambiente. Dentre os constituintes mais tóxicos estão os metais de
ponto de ebulição baixo, que quando queimados facilmente são inalados pelas pessoas
produzindo efeitos nos sistemas sanguíneo, neurológico e respiratório como o Chumbo,
Mercúrio, Cádmio e Berílio. Além dos metais existem substâncias compostas que oferecem
riscos, tais como os brometos e cloridratos halogêneos usados em Retardantes de chamas em
circuitos integrados ( GONÇALVES, 2007).
A seguir serão citados alguns problemas causados por alguns componentes do lixo
eletrônico, de acordo com Gonçalves (2007):
Chumbo (Pb) - O chumbo pode causar danos ao sistema nervoso central e periférico,
sistema sanguíneo e nos rins dos seres humanos. Efeitos no sistema endócrino também têm
sido observados e seu sério efeito negativo no desenvolvimento do cérebro das crianças tem
sido muito bem documentado. O chumbo se acumula no meio ambiente e tem efeitos tóxicos
agudos e crônicos nas plantas, animais e microrganismos. Produtos eletrônicos constituem
40% do chumbo encontrado em aterros sanitários onde, a maior preocupação é a possibilidade
do mesmo vazar e contaminar os sistemas fornecedores de água potável. As principais
aplicações do chumbo, em equipamentos eletrônicos são na solda de circuitos impressos e
outros componentes eletrônicos e em tubos de raios catódicos nos monitores e televisores.
Cádmio (Cd) - Os compostos a partir do cádmio são classificados altamente tóxicos,
com riscos considerados irreversíveis para a saúde humana. O cádmio e seus compostos
acumulam-se no organismo humano, particularmente nos rins. É absorvido através da
respiração, mas também pode ser absorvido através de alimentos, causando sintomas de
envenenamento. Apresenta um perigo potencial para o meio ambiente devido a sua aguda e
crônica toxicidade e seus efeitos cumulativos. Em equipamentos elétricos e eletrônicos, o
29
cádmio aparece em certos componentes como em resistores, detectores de infravermelho,
semicondutores, versões mais antigas dos tubos de raios catódicos e usado também como
estabilizador para plásticos.
Mercúrio (Hg) - Quando o mercúrio se espalha na água, transforma-se em metil-
mercúrio, um tipo de mercúrio nocivo para a saúde do feto e bebês, podendo causar danos
crônicos ao cérebro, danos neurológicos, psiquiátricos, renais, visuais e dermatológicos. Essa
substância acumula-se em seres vivos e se concentra através da cadeia alimentar,
particularmente via peixes e mariscos. É estimado de que 2% do consumo mundial de
mercúrio são usados em equipamentos elétricos e eletrônicos como em termostatos, sensores
de posição, chaves, relés, lâmpadas descartáveis, equipamentos médicos de transmissão de
dados, telecomunicações e telefones celulares.
Cromo (Cr) - O metal finamente dividido oferece perigo de incêndio. Apresenta
incompatibilidade química com carbonatos, bases fortes e ácidos minerais. Todos os
compostos de cromo devem ser considerados como altamente tóxicos e poluentes. (MERCK,
2002).
Lítio (Li) - Reage violentamente com a água, liberando gás hidrogênio (H2).
Altamente inflamável, causa queimaduras em contato com a pele e os olhos. O lítio deve ser
manuseado em condições especiais, por ser um metal muito corrosivo. O armazenamento do
lítio metálico deve ser feito em frasco de vidro contendo líquido inerte, em ausência de água e
de oxigênio (MERCK, 2002).
Manganês (Mn) - No manuseio e armazenamento, devem ser evitadas as seguintes
condições: calor, chamas e fontes de centelha. Apresenta incompatibilidade com água, ácidos
fortes, fósforo e agentes oxidantes fortes (MERCK, 2002).
Zinco (Zn) - O zinco puro é atóxico, mas os gases liberados pelo aquecimento do
metal, ou por reações químicas, podem irritar as vias respiratórias, se inalados. (MERCK,
2002).
Todo o lixo eletrônico que não sofrer o tratamento adequado irá fornecer perigo para a
sociedade. As principais formas de contato com o lixo são dadas através dos lixões comuns,
onde catadores se expõem a ele diretamente, ou as comunidades próximas sentem os efeitos
danosos causados pelo convívio próximo aos lixões.
Quando são jogados no lixo comum, as substâncias químicas presentes nos eletrônicos
podem penetrar no solo. Ao ocorrer o contato com lençóis freáticos substâncias como
30
mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio contaminam plantas e animais por meio
da água. Consequentemente é possível que a ingestão dos alimentos contaminados intoxique
seres humanos (MOREIRA, 2007). A contaminação também pode se dar pelo contato direto,
no caso de pessoas que manipulam diretamente as placas eletrônicas e outros componentes
perigosos nos lixões a céu aberto.
Outro processo que causa riscos a saúde humana é a incineração desse lixo, pois, a
queima de cloretos halogêneos e brometos usados como retardantes de chamas em plásticos e
formam dióxidos e furanos componentes altamente tóxicos que são levados pelos ventos e
atingem comunidades que habitam as regiões próximas aos depósitos de lixo. As
consequências dessa exposição no corpo humano vão desde simples dores de cabeça e vômito
até complicações mais sérias, como comprometimento do sistema nervoso e surgimento de
cânceres. Um fator que amplifica o problema é a demora na determinação da fonte do
problema, pois, em geral, os indivíduos envenenados por esses elementos químicos serão
tratados pelos sintomas, dificilmente o médico vai identificar o que causou a doença, a não ser
que o índice de recorrência em certa região seja muito alto (MOREIRA, 2007).
Se um elemento potencialmente tóxico é absorvido pelo organismo humano, em
concentrações elevadas, pode causar danos à sua estrutura, penetrando nas células e alterando
seu funcionamento normal, com inibição das atividades enzimáticas. Em alguns casos, os
sintomas da intoxicação só serão observados em longo prazo, pois vários serão os fatores
interferentes nos efeitos negativos causados por esses elementos (MOREIRA, 2007).
O nível tóxico de um determinado metal, assim como sua disponibilidade (capacidade
de interação de um contaminante com um sistema biológico), está relacionada a vários
fatores, tais como: forma química em que o metal encontra-se no ambiente, sua capacidade de
biotransformação em subprodutos mais ou menos tóxicos, vias de introdução do metal no
organismo humano. Sendo que, as principais vias de introdução no organismo são pelo ar
inalado, por via oral ou por via dérmica (REIDLER; GÜNTHER, 2009).
Grande parte dos metais pesados afeta múltiplos sistemas orgânicos, sendo que os
alvos da toxicidade são os processos bioquímicos específicos (enzimas) e/ou membranas de
células e organelas (REIDLER; GÜNTHER, 2009). A tabela 4 mostra alguns danos à saúde
causados por contato com substâncias tóxicas contidas no e-lixo.
O efeito tóxico do metal envolve, geralmente, uma interação entre o íon metálico livre
e o alvo toxicológico. Fatores exógenos como: interação e exposição concorrente com outros
metais tóxicos, idade, hábitos alimentares, estilo de vida, consumo de álcool e fumo entre
outros, podem influenciar, direta ou indiretamente, a toxicidade dos metais para o indivíduo.
31
Por outro lado, os metais essenciais ao organismo podem alterar metabolicamente a
toxicidade, por interação ao nível celular (REIDLER; GÜNTHER, 2009).
Tais fatores podem colocar em risco a vida da população que fizer uso desses recursos,
direta e indiretamente, pois a toxicidade desses metais não se dissemina na cadeia alimentar,
nem na perpetuação das espécies.
Tabela 4 - Danos causados pelos elementos contidos no e-lixo.
Fonte: PROTAZIO (2004).
2.4 PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS
O Brasil hoje é um dos maiores produtores de lixo eletrônico e um dos menores
recicladores deste material que pode ter um destino correto para não poluir o solo e reservas
de água doce com seus materiais contaminantes.
Juntamente com os danos a saúde humana e ao meio ambiente, o lixo eletrônico vem
causando o surgimento de uma série de problemas sociais relacionados a ele. A maior parte
deles resulta de uma combinação de diversos fatores, sendo os principais deles a falta de leis
que responsabilizem os fabricantes pelo descarte correto dos produtos inutilizados, a falta de
fiscalização quanto ao destino dos materiais encaminhados à reciclagem e a pouca divulgação
ao consumidor sobre a forma correta de descartar os eletrônicos (MOREIRA, 2007).
32
Uma das grandes preocupações atuais dos governos e empresas, no que concerne à
poluição ambiental, é o destino dos equipamentos, acessórios e componentes
eletroeletrônicos, após o término de seu ciclo de vida. Alguns dados relatados para ressaltar a
realidade foram que: segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, 50 milhões de
toneladas de lixo eletrônico são gerados anualmente no mundo, dezenas de navios carregados
de lixo eletrônico oriundos dos países de primeiro mundo são enviados, diariamente, para
África e Índia (Campus Party, 2008) e o volume de lixo eletrônico tem aumentado num
proporção de 3% a 5% ao ano, um número preocupante, se considerado, por exemplo, o
tempo elevado de decomposição.
Os impactos ambientais já começam no processo de fabricação dos produtos, pois em
geral, são desenvolvidos para atender as necessidades de um mercado sem levar em
consideração fatores ecológicos. Um aparelho telefônico, por exemplo, é desenvolvido
utilizando materiais que foram selecionados observando características como preço,
segurança, qualidade e aplicabilidade. Os fatores ambientais não são levados em consideração
e, na maioria das vezes, desconhecidos. A situação se agrava na falta de uma política
adequada de descarte (MOREIRA, 2007).
Apesar do descaso e da falta de conhecimento, o lixo eletrônico não é menos nocivo
do que o lixo dito convencional, pelo contrário, ele é ainda mais poluente devido à inúmera
quantidade de elementos altamente nocivos quando lançados indiscriminadamente na natureza
trazendo riscos ambientais e a saúde do homem.
2.5 INICIATIVAS
Atualmente existem muitos projetos em andamento e muitas experiências em torno de
possíveis soluções para a amenização dos problemas do e-lixo para o mundo. Uma delas é o
STEP. Alguns esforços para a não doação inescrupulosa foram desenvolvidos pelas Nações
Unidas, como o projeto STEP (Solving the E-Waste Problem) que conta com o apoio das
grandes empresas fabricantes no esforço de criar padrões mundiais de processo de reciclagem
de sucatas eletrônicas, aumentar a vida útil dos produtos e desenvolver mercados para sua
reutilização (D’ARRUIZ; CATANEO, 2009).
Visando evitar e reduzir os danos causados pelo lixo eletrônico algumas entidades
vem criando iniciativas que pretendem influenciar a população e os governos a tomarem
medidas para que os prejuízos sejam reduzidos como organizações que recebem doações de
máquinas e equipamentos evitando que materiais danosos ao meio ambiente sejam
33
depositados em aterros sanitários comuns. As máquinas normalmente são desmontadas e as
peças vendidas a empresas especializadas, sendo o resultado da venda revertido para pessoas
e instituições carentes (D’ARRUIZ; CATANEO, 2009).
A empresa MOTOROLA, que presta serviços eletrônicos avançados, possui unidade
no Brasil localizada em Jaguariúna (SP). Foi construída com a finalidade de se tornar a base
industrial da empresa na América do Sul. Seu complexo industrial é composto de fábricas de
celulares, pagers, e infraestrutura celular, dentre outros. A empresa obteve as certificações
ISO 9001 e ISO 14001, pela Bristish Standards Institute (BSI) e as suas metas ambientais,
hoje, estão concentradas em projetos de coleta seletiva de baterias de celulares usadas,
programas para redução do uso e recuperação do papel, conservação de energia e
aperfeiçoamento do sistema de gestão existente. A Motorola implantou, em fevereiro de 1999,
o Programa de Reciclagem de Baterias, que consiste num sistema de coleta em sua rede de
assistência técnica autorizada, com 150 postos para descarte de pilhas e baterias usadas,
inclusive de outras marcas. O material coletado é transportado para a empresa em São Paulo e
enviado para a reciclagem na Societé Nouvelle d’Affinage des Métaux, de origem francesa. Já
foram recolhidas 10 toneladas, sendo que o mínimo para preencher um conteiner e enviá-lo à
França, é de 20 toneladas. Segundo a empresa, pelos altos custos do processo de reciclagem e
pela pouca quantidade de pilhas e baterias comercializadas e recolhidas, optou-se por não
desenvolver tecnologia própria de reciclagem e reutilização dos metais pesados contidos nas
pilhas e baterias (MELLO, 1999).
Outras empresas da área de eletroeletrônicos também possuem iniciativas como:
a) Ciclo Sustentável Philips - O programa já atende 25 cidades brasileiras. A empresa
se responsabiliza pela coleta e destinação correta de todos os tipos de aparelhos
eletroeletrônicos e eletrodomésticos da marca, como televisões, aparelhos de áudio e vídeo e
cafeteiras.
b) DELL, HP, Positivo e Itautec - São empresas que possuem programas de
reciclagem dos produtos de suas marcas e fazem a coleta do equipamento que não está mais
sendo usado.
c) Cedir - O Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática da USP recebe e
reforma equipamentos como CPUs, monitores, impressoras, scanners, projetores e aparelhos
de fax e os encaminha para unidades da USP e entidades assistenciais cadastradas em São
Paulo.
34
d) CI (Projeto Computadores para Inclusão) – projeto do Governo Federal que
recupera computadores descartados por órgãos governamentais, empresas e pessoas físicas.
Os equipamentos são enviados aos CRCs (Centros de Recondicionamento de Computadores),
que também promovem a capacitação e a inclusão digital de jovens. Depois de recuperados,
os aparelhos são encaminhados a escolas públicas, bibliotecas e tele centros comunitários.
Outro projeto interessante é o TI-verde, da CETESB (Companhia Estadual de
Tecnologia de Saneamento Básico e de Defesa do Meio Ambiente). Este projeto tem como
principais metas diminuir o impacto ambiental proveniente dos equipamentos eletrônicos
através da reciclagem, desenvolver campanhas de educação ambiental e encaminhar seus
próprios equipamentos obsoletos para doação a instituições voltadas para a inclusão digital.
Segundo (CARPANEZ, 2007) existem 10 mandamentos para se evitar ou reduzir o
lixo eletrônico:
Pesquise - Conheça o fabricante de seu produto, bem como suas preocupações
ambientais e o descarte do bem de consumo mais tarde.
Prolongue - Cuide bem de seus produtos e aprenda a evitar os constantes apelos de
troca, prolongue ao máximo sua vida útil.
Doe - Caso seja realmente necessário comprar um novo eletrônico quando o seu ainda
estiver funcionando, doe para alguém que vá usá-lo. Dessa forma, ainda é possível prolongar
a vida útil do aparelho e a pessoa que recebê-lo não precisará comprar um novo.
Recicle - Procure por pontos de coleta que fazem reciclagem. Os grandes fabricantes
de eletrônicos e assistências também coletam esse tipo de material e oferecem programas de
reciclagem.
Substitua - Produtos que agregam várias funções, como uma multifuncional,
consomem menos energia do que cada aparelho usado separadamente.
Informe-se - Torne-se adepto ao consumo responsável, sabendo as consequências que
seus bens causam ao ambiente.
Opte pelo original - As empresas que falsificam produtos não seguem políticas de
preservação do ambiente ou se responsabilizam pelas peças comercializadas, depois que sua
vida útil chega ao fim. Por isso, é sempre importante comprar eletrônicos originais.
Pague - Os produtos dos fabricantes que oferecem programas de preservação
ambiental podem ser mais caros, vale a pena optar pela alternativa verde.
Economize energia - Na hora de comprar um eletrônico, opte pelo produto que
consome menos energia.
35
Mobilize - Passe informações sobre lixo eletrônico para frente, pois muitos usuários
de tecnologia não se dão conta do tamanho do problema.
2.6 LEGISLAÇÃO NO BRASIL
Não existe legislação específica no Brasil que trate dos resíduos de equipamentos
elétricos e eletrônicos (REEE). Mas, já existem leis e resoluções de âmbito nacional que
determinam e regulamentam as responsabilidades e papéis do governo, fabricantes,
distribuidores e consumidores sobre a geração e destinação do lixo reproduzido. As únicas
regulamentações vigentes que tratam do lixo eletrônico são a resolução de número 257, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece limites para o uso de
substâncias tóxicas em pilhas e baterias e imputa aos fabricantes a responsabilidade de ter
sistemas para coleta destes materiais e encaminhá-los para reciclagem e a Lei nº 12.305, de 2
de agosto de 2010 – Politica Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS).
2.6.1 Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é o órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e foi instituído pela Lei
6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo
Decreto 99.274/90.
A Resolução CONAMA 257/1999 - "Estabelece que pilhas e baterias que
contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos, tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento
ou disposição final ambientalmente adequado" - Data da legislação:
30/06/1999 - Publicação DOU:
22/07/1999
Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo
descarte inadequado de pilhas e baterias usadas, a necessidade de se
disciplinar o seu descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado no
que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final e
ainda, que tais resíduos além de continuarem sem destinação adequada e
contaminando o ambiente necessitam, por suas especificidades, de
procedimentos especiais ou diferenciados, resolve que as pilhas e baterias
que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus
compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,
36
veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos
eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não
substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários
aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica
autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou
importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros,
os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final
ambientalmente adequada. (MMA, 2007).
2.6.2 Política Nacional dos Resíduos sólidos
O governo a partir do decreto 7.404 de 23 de dezembro de 2010, regulamentou a lei
12.305 de 2 de agosto de 2010, instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
que determina que fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores realizem o
recolhimento de embalagens usadas. Foi introduzida a responsabilidade compartilhada na
legislação brasileira, envolvendo a sociedade, empresas, prefeituras, governos estaduais e
federais na gestão dos resíduos sólidos. Uma das formas ambientalmente sustentáveis de
retornar os resíduos para o processo produtivo, que foi estabelecida como obrigatória pela Lei
n.º 12.305/10 é a logística reversa, que para sua eficácia depende que seja feita a segregação
na fonte, pois se os resíduos estiverem misturados ou contaminados, a eficiência dos
processos de reciclagem e reuso ficará comprometida e os resíduos perderão seu potencial de
reciclagem ou de gerar trabalho e renda, e aumentará a exploração de recursos naturais.
A PNRS representa um marco para a sociedade brasileira no que toca à questão
ambiental, com destaque para uma visão avançada na forma de tratar o lixo urbano. Traz uma
concepção de vanguarda, ao priorizar e compartilhar, com todas as partes relacionadas ao
ciclo de vida de um produto, a responsabilidade pela gestão integrada e pelo gerenciamento
ambiental adequado dos resíduos sólidos. Dessa forma, o setor público, iniciativa privada e
população ficam sujeitos à promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e
obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. A lei também consagra
o viés social da reciclagem, com o estímulo à participação formal dos catadores organizados
em cooperativas. Dentre as diversas determinações da lei, destacam-se:
Fechamento de lixões - até 2014 não devem mais existir lixões a céu aberto no Brasil.
No lugar deles, devem ser criados aterros sanitários. Os aterros são impermeabilizados e seu
37
solo é preparado para evitar a contaminação de lençóis freáticos. Captam o chorume que
resulta da degradação do lixo e podem contar com a queima do metano para gerar energia.
Só rejeitos poderão ser encaminhados aos aterros sanitários: os rejeitos são o material
restante depois de esgotadas todas as possibilidades de reuso e reciclagem do resíduo sólido.
Apenas 10% dos resíduos sólidos são rejeitos. A maior parte do restante é de matéria orgâ-
nica, que pode ser reaproveitada em compostagem e transformada em adubo ou materiais
recicláveis, que devem ser devidamente separados através da coleta seletiva.
O PNRS define a importância dos Planos Estaduais e Municipais de Resíduos Sólidos.
Tais Planos devem atender ao previsto para os planos estaduais e municipais, estabelecendo
soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a
destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades
microrregionais, outros tipos de resíduos.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Será apresentada neste capítulo a metodologia utilizada no intuito de atingir os
objetivos da referida pesquisa, Apresenta-se também a caracterização da área em estudo e
como foi desenvolvida a pesquisa na Universidade Federal Rural do Semi-Árido no
Município de Angicos – RN, para obtenção de resultados.
A primeira etapa da pesquisa consistiu no levantamento bibliográfico em livros, sites e
no portal do Ministério do Meio Ambiente buscando artigos e resoluções descritivas sobre a
gestão ambiental, uso e descarte de resíduos eletrônicos. O levantamento bibliográfico foi
subsídio para a descrição dos impactos ambientais causados pelo descarte inadequado de
equipamentos eletrônicos, o tempo necessário para sua decomposição no meio natural e
levantamento dos compostos (químicos e/ou metais) utilizados na fabricação de tais
equipamentos. Foram verificados por meio da literatura especializada, os prejuízos à saúde
humana e seus efeitos tóxicos causados pela má gestão dos equipamentos eletrônicos quando
descartados em lugares inadequados.
Na segunda etapa da pesquisa foi produzido um questionário baseado na revisão da
literatura realizada neste trabalho, com respostas objetivas dentro da UFERSA Campus-
38
Angicos sobre o uso e descarte do lixo eletrônico.
3.1 LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada dentro da UFERSA Campus-Angicos, localizado na cidade de
Angicos no estado do Rio Grande do Norte/RN, localizada na zona do Sertão Central do
referido Estado. A figura 4 mostra a imagem da UFERSA/Angicos.
Figura 9 – Imagem da UFERSA/Angicos onde foi realizada a pesquisa.
Fonte: Acervo do autor (2014).
3.2 Questionário
Para a realização desta pesquisa, foi elaborado um questionário (ver Apêndice A) com
onze questões objetivas referentes ao uso e descarte de lixo eletrônico (e-lixo) gerado por
alunos, professores, técnicos administrativos e terceirizados da UFERSA Campus-Angicos.
Foram abordadas 70 pessoas de idade, escolaridade, sexo e renda variada em um universo
amostral de 963 pessoas, sendo 848 alunos ativos, 62 professores, 35 técnicos administrativos
e 18 terceirizados. Dentre os itens abordados estão: consumo de diferentes tipos de lixo
eletrônico, formas de destino dado a elas, conhecimento sobre suas toxinas nocivas a saúde,
destinação do lixo eletrônico dentro da UFERSA Campus-Angicos entre outros.
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No mês de janeiro de 2014, foi aplicado um questionário com 11 questões objetivas
sobre o lixo eletrônico aos professores, alunos, técnicos administrativos e terceirizados
totalizando 70 pessoas entrevistadas dentro do Campus UFERSA-Angicos. O objetivo do
questionário era verificar a percepção do público em relação à questão do lixo eletrônico em
especial os seguintes aspectos: conhecimento sobre o e-lixo, se o público conhece a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, descarte do lixo eletrônico, frequência de descarte, os impactos
que o lixo eletrônico traz ao ser humano, entre outros.
A Primeira pergunta do questionário era se os entrevistados sabiam o que era o lixo
eletrônico, diante disso, 90% dos entrevistados afirmaram que sabia o que era o lixo
eletrônico, 7% falaram que tinham dúvidas a respeito do que era o lixo eletrônico e 3%
falaram que não sabia o que era, como mostra o gráfico 1.
Gráfico 12- Questionamento sobre o que é o lixo eletrônico.
Fonte: Autoria própria (2014).
A segunda pergunta do questionário buscou quantificar o conhecimento dos
entrevistados com respeito de forma geral sobre o lixo eletrônico se era muito, pouco ou
nenhum. De acordo com os resultados obtidos verifica-se que o conhecimento sobre o e-lixo
apontado pelo público foi que 86% dos entrevistados tem pouco conhecimento sobre o e-lixo,
10% possui um grande conhecimento sobre o e-lixo e 4% falou que não tinha nenhum
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizad
ostotal
Sim 15 28 8 12 63
Não 0 1 0 1 2
Talvez 1 2 2 0 5
0
10
20
30
40
50
60
70
En
trev
ista
do
s
Questão 01
40
conhecimento sobre o e-lixo. Diante disso, é possível observar que a maioria das pessoas tem
pouco conhecimento de um modo geral sobre o lixo eletrônico, o perigo que ele representa em
nossa sociedade no seu descarte inadequado e suas consequências nocivas ao homem e ao
meio ambiente. São poucas pessoas que tem conhecimento sobre o lixo eletrônico e que
sabem as medidas cabíveis que se possa tomar com este tipo de material. O gráfico 2 mostra
os resultados sobre o conhecimento sobre o lixo eletrônico.
Gráfico 13 - Questionamento sobre o conhecimento sobre lixo eletrônico.
Fonte: Autoria própria (2014).
A terceira pergunta busca determinar o destino dado ao lixo eletrônico, ou seja, se
jogavam no lixo comum, vendia como sucata, procurava o fabricante para que orientasse
quanto à destinação correta, se vendia antes que tornasse o e-lixo ou procurava locais de
coleta próximos de sua casa. Cerca de 60% dos entrevistados responderam que jogava o lixo
eletrônico no lixo comum, 21% procuravam locais de coleta próximos as suas residências, 9%
vendia seus aparelhos eletroeletrônicos antes que virassem e-lixo, 4% vendia seu e-lixo para
sucata e 3% dos entrevistados procuravam o fabricante para que ele orientasse quanto à
destinação correta. Assim, com base nos resultados obtidos podemos observar que em suma
as maiorias das pessoas jogam o seu lixo eletrônico de forma inadequada no lixo comum e em
sucatas, mesmo tendo conhecimento sobre seus danos nocivos se descartado em local e de
forma inadequado trazendo riscos à saúde do ser humano e ao meio ambiente. Já poucas
pessoas se tem o conhecimento sobre seus riscos e fazem o descarte do e-lixo de forma
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizad
ostotal
Muito 5 1 1 0 7
Pouco 11 27 9 13 60
Nenhuma 0 3 0 0 3
0
10
20
30
40
50
60
70
En
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ista
do
s
Questão 02
41
consciente procurando locais de coletas apropriados ou procura orientação dos fabricantes
para a destinação correta do e-lixo tendo uma boa conscientização e amenizando o problema
do descarte inadequado. O gráfico 3 mostra os resultados sobre a destinação dada ao e-lixo.
Gráfico 14 - Questionamento sobre a destinação do seu lixo eletrônico.
Fonte: Autoria própria(2014).
Na sequência, os entrevistados foram questionados sobre o impacto do lixo eletrônico
em suas vidas se descartados de qualquer maneira 59% responderam que o impacto na sua
vida era muito grande, 34% falaram que o impacto causado era pouco e 7% falaram que o
impacto na sua vida do e-lixo se descartado de forma inadequada é nenhum. No gráfico 4,
vemos que a maioria das pessoas sabe o real impacto do e-lixo em suas vidas se descartados
de qualquer maneira e poucas ou nenhuma sabem os grandes riscos que esse descarte
inadequado traz à suas vidas devido à falta de informação sobre os impactos causados, falta
de iniciativas de governos e propagandas.
A B C D E
Professores 7 1 1 2 5
Alunos 28 0 0 1 2
Tec. Adm 6 1 0 0 3
Terceirizados 3 1 1 3 5
0
5
10
15
20
25
30
EN
TR
EV
IST
AD
OS
Questão 03
42
Gráfico 15 - Questionamento sobre o impacto do e-lixo na sua vida
Fonte: Autoria própria (2014).
Quando questionados sobre o conhecimento de locais de coleta de lixo eletrônico
dentro da UFERSA Campus-Angicos 51% dos entrevistados afirmaram conhecer o local de
descarte do e-lixo e 49% falaram que não conheciam um local de coleta dentro da UFERSA.
Analisando esses dados vemos que mais da metade pessoas entrevistadas conhecem o local de
coleta de lixo eletrônico como pilhas e baterias dentro da UFERSA Campus Angicos e a
minoria não tem conhecimento sobre esse local de coleta. Esse desconhecimento talvez se
deva à falta de informação dentro da UFERSA, poucos locais de coleta específicos e
conhecimento sobre a forma correta de descartar este tipo de material. O gráfico 5 mostra os
resultados sobre a coleta de lixo eletrônico
Gráfico 16 - Questionamento sobre coleta de e-lixo dentro da UFERSA
Fonte: Autoria própria (2014).
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizad
ostotal
Muito 10 16 4 11 41
Pouco 5 12 5 2 24
Nenhuma 1 3 1 0 5
05
1015202530354045
En
trev
ista
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s
Questão 04
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizad
ostotal
SIM 7 9 9 11 36
NÃO 9 22 1 2 34
0
5
10
15
20
25
30
35
40
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do
s
Gráfico 05
43
A figura 5 mostra o coletor de pilhas e baterias existente na UFERSA/Angicos. O
coletor está localizado na biblioteca, prédio administrativo e bloco de salas dos professores e
tem fácil acesso.
Figura 10 - Coletor de pilhas e baterias da UFERSA/Angicos
Fonte: Acervo do autor, 2014.
Sobre a destinação dada ao lixo eletrônico dentro da UFERSA Campus-Angicos após
sua coleta, 97% dos entrevistados não conhecem o destino dado ao e-lixo após coletado e 3%
das pessoas confirmaram que conhecem a destinação dada ao e-lixo da UFERSA-Angicos.
Em suma quase todos os entrevistados não sabem qual o destino do lixo coletado dentro da
UFERSA Campus-Angicos devido à falta de informação proveniente dos responsáveis por
esta coleta. Muitas vezes esse lixo eletrônico como pilhas e baterias após ser coletado
recebem uma destinação adequada ambientalmente. O gráfico 6 mostra os resultados sobre o
conhecimento da destinação dada ao e-lixo após ser coletado.
44
Gráfico 17 - Questionamento sobre a destinação do e-lixo na UFERSA/Angicos.
Fonte: Autoria própria (2014).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Lei federal nº 12.305/2010, é uma lei
válida aqui no Brasil, logo foi questionado aos entrevistados se eles tinham conhecimento
sobre esta lei, que constitui que toda pessoa física ou jurídica, responsáveis pela geração de
resíduos sólidos, desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de
resíduos sólidos. Verifica-se que 73% das pessoas entrevistadas não tem conhecimento algum
sobre esta lei. Já 17% do público entrevistado conhecem um pouco sobre esta lei, já ouviu
falar a respeito. Por fim, apenas 10% das pessoas conhecem essa lei, sabem como é
regulamentada e quais as responsabilidades atribuídas aos consumidores, indústrias,
comércios e governos. Assim, com os dados obtidos observa-se que a maioria das pessoas não
conhece ou não tem quase nenhum conhecimento a respeito da PNRS lei federal nº
12.305/2010, devido à falta de conhecimento, interesse a respeito do assunto e por não se ter o
hábito de descarte correto e adequado em relação ao lixo eletrônico. Já a minoria das pessoas
sabe a respeito desta lei. Essa lei foi criada para tentar sanar os problemas causados pelo
acúmulo de e-lixo. A legislação tem o intuito de amenizar os danos causados ao meio
ambiente com o descarte indevido de eletrônicos. A lei criou regulamentos para o
recolhimento de lixo eletrônico, impondo a chamada responsabilidade compartilhada, que
atinge desde o fabricante de eletroeletrônicos até o consumidor final. O gráfico 7 mostra o
questionamento sobre o conhecimento da lei da PNRS Nº 12.305/2010.
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizado
stotal
SIM 0 0 0 2 2
NÃO 16 31 10 11 68
0
10
20
30
40
50
60
70
80
En
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ista
do
s
Questão 06
45
Gráfico 18 - Questionamento sobre a lei da PNRS Nº 12.305/2010.
Fonte: Autoria própria (2014).
Outro questionamento bastante importante e um dos principais sobre o lixo eletrônico
é a respeito das substâncias tóxicas contidas no e-lixo. O percentual dos entrevistados foi que
96% das pessoas sabem que os materiais eletrônicos possuem substâncias tóxicas e 4% dizem
que não tem o conhecimento dessas substâncias tóxicas. Com os dados obtidos podemos dizer
que praticamente todas as pessoas sabem que o lixo eletrônico possuem substâncias tóxicas e
poucas pessoas não sabem. É muito importante se ter o conhecimento de que os elementos
químicos presentes no lixo eletrônico podem causar diversos problemas de saúde no ser
humano e prejuízos ao meio ambiente. A contaminação no homem pode ocorrer pelo contato
direto com os elementos químicos como chumbo, cobre, mercúrio, cádmio, bário, alumínio,
níquel, zinco, prata e entre outros que entram na fabricação dos equipamentos eletrônicos
conhecidos como vilões silenciosos. Com o descarte indevido destes materiais, os metais
pesados presentes podem ser lixiviados infiltrando-se e contaminando o solo, o lençol
freático, o ser humano e também a fauna e a flora das regiões próximas. Além disso, estes
metais são bioacumulativos. Quando absorvidos pelo ser humano através da cadeia alimentar
entram através da ingestão da água contaminada ou de produtos agrícolas irrigados com esta
água e depositam-se no tecido ósseo e gorduroso, podendo provocar doenças como distúrbios
no sistema nervoso, problemas nos rins, pulmões, cérebro, envenenamento, vômitos, diarreia,
convulsões, fraqueza muscular, danos ao coração, fígado e baço e entre outros (ROA, 2009t).
O gráfico 8 apresenta os resultados sobre o conhecimento da presença de substâncias tóxicas
no e-lixo.
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizado
stotal
Sim 4 0 1 2 7
Não 8 26 8 9 51
Pouco 4 5 1 2 12
0
10
20
30
40
50
60E
ntr
evis
tad
os
Questão 07
46
Gráfico 19 - Questionamento sobre substâncias tóxicas presentes no e-lixo.
Fonte: Autoria própria (2014).
Quando foi questionado aos entrevistados sobre o que eles costumavam fazer com os
aparelhos eletrônicos de sua residência quando perdiam sua utilidade ou não tinha conserto,
60% das pessoas disseram que descartavam os seus aparelhos eletrônicos e 40% falaram que
não descartavam, ou seja, deixavam guardados em casa. Podemos concluir que a maioria das
pessoas descarta os seus aparelhos eletrônicos quando perdem utilidade, porém podemos fazer
uma ligação com outra pergunta questionada a respeito onde jogam esse e-lixo e afirmar que a
maioria das pessoas jogam esse lixo eletrônico em lixo comum que é um descarte inadequado.
Já a minoria dos entrevistados guarda o seu lixo eletrônico quando perdem utilidade ou não
tem conserto, essa atitude também é inadequada, pois como exemplo podemos citar a pilha,
quando ela perde sua utilidade com o passar do tempo ela vem a estourar fazendo com que
substâncias tóxicas sejam liberadas e trazendo riscos à saúde do ser humano. O resultado
mostra um indício que grande parte da população não está esclarecida sobre muitas questões
relacionadas ao assunto do e-lixo, que falta a conscientização e a integração entre homem-
ambiente-modernidade e que o desenvolvimento tecnológico e sustentável não têm sido
priorizado em discussões no cotidiano da maioria das pessoas para que elas possam fazer o
uso e descarte apropriado desses aparelhos eletrônicos. O gráfico 9 mostra os resultados sobre
o descarte do lixo eletrônico quando perdem a sua utilidade.
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizado
stotal
SIM 16 29 9 13 67
NÃO 0 2 1 0 3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
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do
s
Questão 08
47
Gráfico 20 - Questionamento sobre o descarte do e-lixo quando perdem a utilidade.
Fonte: Autoria própria (2014).
O uso de panfletagens, palestras, seminários e campanhas em geral são fundamentais
para as pessoas terem o conhecimento devido sobre o uso e descarte do lixo eletrônico, assim,
as pessoas foram questionadas se elas recebiam alguma informação dentro da UFERSA
Campus Angicos a respeito desse assunto. Logo, 73% dos entrevistados responderam que não
tinham visto nenhuma campanha dentro da UFERSA. Já 27% das pessoas afirmaram que já
participaram de palestras dentro da UFERSA Angicos a respeito do lixo eletrônico com
professores especializados na área de meio ambiente. Tendo em vista esses resultados
podemos observar que dentro da UFERSA a maioria das pessoas não ouviu falar ou
participaram de campanhas, palestras e seminários ressaltando os cuidados que se deve ter ao
uso e descarte do lixo eletrônico. Porém, de acordo com o gráfico 10 abaixo podemos ver que
os terceirizados foram as únicas pessoas que tiveram algum tipo de informação, palestras e
campanhas a respeito do que se fazer com o e-lixo. Nesse caso é muito importante e
fundamental o pessoal da área da limpeza ter os hábitos e fazerem sua parte sobre o descarte
correto para não ocasionar danos futuros a sua saúde e ao meio ambiente, mas, essas
campanhas seriam interessantes se fossem direcionadas a todos os alunos, professores,
técnicos administrativos, população, ou seja, uma conscientização de forma geral para
informar a todos o que se pode fazer com seu e-lixo como descartar de forma correta, mandar
para reciclagem, aplicar a logística reversa entre outros. O gráfico 10 mostra os resultados
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizado
stotal
SIM 8 22 5 7 42
NÃO 8 9 5 6 28
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
En
trev
ista
do
s
Questão 09
48
sobre o conhecimento de campanhas realizadas dentro da UFERSA/Angicos sobre o lixo
eletrônico.
Gráfico 21 - Questionamento sobre campanhas sobre e-lixo dentro da UFERSA.
Fonte: Autoria própria (2014).
A última questão abordada aos entrevistados foi referente à frequência com que os
mesmos descartavam os seus aparelhos eletrônicos como: celulares, pilhas, baterias,
computadores, televisões, DVD e liquidificadores. Foi constatado, de um modo geral, que
32% das pessoas entrevistadas descartam os seus aparelhos eletrônicos a cada cinco anos, em
destaque temos as televisões, os computadores, celulares e liquidificadores. Logo após, 24%
das pessoas descartam o seus eletrônicos com a frequência de dois anos a maioria sendo
DVD’s, baterias e celulares. 23% das pessoas entrevistadas descartam o seus aparelhos
eletrônicos que tem uma vida útil maior de uso a cada 10 anos, como por exemplo, os
televisores, computadores e DVD’s. Já 13% das pessoas descartam a cada seis meses o seu e-
lixo destacando as pilhas e baterias que possui uma duração de uso menor. E por último, 8%
dos entrevistados descartam seus aparelhos eletrônicos com frequência maior, uma vez por
ano, como baterias. Podemos ver que as pessoas descartam os seus aparelhos eletrônicos com
muita frequência devido ao consumo desenfreado com o avanço da tecnologia e surgimento
de novidades no mercado. Além disso, a maioria das pessoas faz o uso e descarte desse e-lixo
de maneira inadequada, jogando esse material eletrônico no lixo comum ou guardando em
suas casas, agravando ainda mais o problema. O gráfico 11 mostra os resultados sobre a
frequência com que os entrevistados jogam os seus matérias eletrônicos.
Professores Alunos Tec. AdmTerceirizado
sTOTAL
SIM 1 5 1 12 19
NÃO 15 26 9 1 51
0
10
20
30
40
50
60
En
trev
ista
do
s Questão 10
49
Gráfico 22 - Questionamento sobre a frequência de descarte do e-lixo.
Fonte: Autoria própria (2014).
Analisando os resultados do questionário realizado, foi possível perceber que a grande
maioria das pessoas entrevistadas sabe o que é o lixo eletrônico, mas não dispõe de
conhecimento adequado para lidar com esse tipo de resíduo eletrônico. A maioria das pessoas
diz ter ciência da gravidade do impacto que o lixo eletrônico causa a sociedade devido ao seu
descarte inadequado. Outro ponto que fica claro nos resultados é que as pessoas não sabem o
que se deve fazer com este tipo de material e acabam descartando no lixo comum devido a
falta de informação, ausência de campanhas e a existência de poucos locais de coletas
específicas do e-lixo. No caso, o coletor da UFERSA Campus Angicos só recebe pilhas e
baterias mesmo assim contribui para minimizar o problema. Quando levamos em
consideração que o publico alvo da entrevista foi do pessoal ligado a UFERSA, local onde se
presume que o acesso ao conhecimento e informações seja privilegiado em relação aos demais
setores da sociedade, torna-se preocupante o fato de tão poucas pessoas saberem o que fazer
com os resíduos eletrônicos.
PilhasBateria
sDVD Celular
Liquidi
ficador
Compu
tador
Televis
ão
TOTA
L
6 meses 51 14 0 1 0 0 0 66
1 ano 6 20 4 6 6 0 0 42
2 anos 11 24 23 32 18 11 2 121
5 anos 1 11 33 25 28 36 24 158
10 anos 1 1 22 6 18 23 44 115
020406080
100120140160180
En
trev
ista
do
s
Questão 11
50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos do presente Trabalho foram investigar ou avaliar a forma de descarte de
aparelhos eletrônicos dentro da comunidade UFERSA Campus Angicos, analisando os
motivos que levam ao descarte não adequado dos eletrônicos, suas consequências e possíveis
soluções por parte dessa comunidade.
A humanidade está em uma era de grandes tecnologias, de criações e aprimoramentos
contínuos, e devido a isso está gerando uma preocupação que antes não se dava muita
importância, mas que agora está resultando em uma consequência negativa. A cada ano cresce
o número de lixo proveniente da tecnologia, e junto a este cresce também a falta de
consciência em relação ao seu destino.
Observa-se que a capacidade de reciclagem no Brasil não acompanha o crescimento
do consumo de produtos tecnológicos, e que as legislações relacionadas não atendem às
necessidades do país como um todo. Também a sociedade necessita de conscientização e
orientações quanto ao descarte correto de equipamentos obsoletos, pois desconhece ou ignora
os perigos dos resíduos eletroeletrônicos descartados em lixo comum.
Com a realização desta pesquisa, pode-se concluir que dentro da UFERSA Campus
Angicos existe um local de coleta especifica do e-lixo, mas a maioria da comunidade não tem
o conhecimento desse local de descarte, sua utilidade e não é conscientizada quanto a
responsabilidade pelo descarte adequado do seu lixo eletrônico. Os resultados da pesquisa de
campo apontaram que, dos pesquisados que descartam adequadamente seus produtos, que no
caso são poucas pessoas, o fazem em locais de coleta próximos a sua residência ou procuram
os fabricantes para dar a devida informação sobre o descarte correto. No descarte do lixo
eletrônico, verificou-se que a maioria das pessoas descartam de forma inadequada e em locais
inapropriados, como o lixo comum, e este procedimento gera graves consequências ao
homem e ao meio ambiente.
Desta forma, sugere-se que se amplie a divulgação dos serviços prestados na gestão
dos resíduos eletrônicos, também na implantação de postos que possibilitem o descarte, além
de pilhas e baterias, os de produtos eletrônicos e que sejam informados sobre os danos
nocivos à saúde humana e ao meio ambiente devido ao descarte incorreto do lixo eletrônico.
Assim, com todas as questões levantadas sobre os impactos causados pelo descarte
inadequado do lixo eletrônico, é extremamente necessário que haja uma sensibilização de
empresas e consumidores, e uma maior fiscalização por parte dos órgãos ambientais para que
51
seja cumprida a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, visto que seus impactos ambientais
são de grande abrangência.
Frente a todas essas concepções, há uma necessidade de se considerar que a percepção
da sociedade para esse problema se apresenta ainda indefinida, pois embora apresentem um
conhecimento empírico sobre o que é o e-lixo, eles não têm o conhecimento sobre suas
consequências devido ao uso e descarte inadequado desse lixo, uma parcela dessa sociedade
ainda necessita de algumas informações básicas, que contribua significativamente no
aperfeiçoamento do manejo dos resíduos que produzem, e com isso possam auxiliar no
aprimoramento e utilização de técnicas adequadas de gerenciamento dos resíduos. Outro fator
importante é que a preservação deve ser considerada prioridade por parte das empresas e da
população, para que se alcance o desenvolvimento sustentável, diminuindo os danos causados
pelo consumo irresponsável, reduzindo o consumismo incentivado pela mídia e pela
destinação inadequada dos resíduos eletrônicos, com isso, reduzindo a geração de resíduos.
52
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55
APENDICE A Questionário sobre o lixo eletrônico
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
QUESTIONÁRIO SOBRE O LIXO ELETRÔNICO
Por favor, responda as perguntas abaixo. Trata-se de uma pesquisa a respeito do uso e
descarte do lixo eletrônico na UFERSA campus Angicos e seus impactos causados na sociedade.
As respostas farão parte do meu trabalho de conclusão de curso do Bacharelado em Ciências e
Tecnologia na Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Desde já agradeço a colaboração.
1) Você sabe o que é Lixo Eletrônico (e-lixo)?
( ) Sim ( ) Não ( ) Tem dúvidas
2) Qual o seu conhecimento sobre lixo eletrônico?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhum
3) O que você geralmente faz com seu lixo eletrônico?
( ) Jogo no lixo comum.
( ) Vendo como sucata.
( ) Procuro o fabricante para que ele me oriente quanto a destinação correta.
( ) Vendo antes que se torne e-lixo.
( ) Procuro locais de coleta próximos da minha casa
4) Que impacto na sua vida tem o lixo eletrônico se descartado de qualquer maneira?
( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nenhum
5) Você conhece algum local de coleta do lixo eletrônico na UFERSA-ANGICOS?
( ) Sim ( ) Não
6) Você conhece o destino dado ao lixo eletrônico após recolhodo na UFERSA-
ANGICOS ?
( ) Sim ( ) Não
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7) Você conhece a politica Nacional de Residuos Sólidos (lei federal nº 12.305/2010)?
( ) Sim ( ) Não ( ) Pouco
8) Você sabia que os materiais eletrônicos possuem substâncias tóxicas?
( ) Sim ( ) Não
9) Você costuma descartar os aparelhos eletrônicos de sua residência quando eles
perdem a utilidade ou não tem conserto?
( ) Sim ( ) Não
10) Existe na UFERSA-ANGICOS alguma campanha (panfletagem, palestras,
seminários, etc.) sobre descarte e tratamento de lixos eletônicos?
( ) Sim ( ) Não
11) Com qual freqüência você costuma descartar os seguintes aparelhos (Assinale a
opção com um X)
A cada 6
meses
Uma vez
por ano
A Cada 2
anos
A cada
5 anos
A cada 10
anos
Celular
Pilhas
Baterias
Computador/notebook
Televisão
DVD
Liquidificador