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O fogo, na maioria das religiões, é considerado o mais sagrado dos elemen- tos! Era em torno da fo- gueira que os antigos se reuniam para elevar os seus pensamentos ao Su- premo Criador do Univer- so. O fogo sagrado possuía seus guardiões: Eram as vestais, as sacerdotisas druidas ou os portadores do archote, no antigo Egito, que cuidavam para que o fogo estivesse, sempre, protegido dos profanos No frontispício de nossas edi- ções, exibimos agora, com muito orgulho, “ano 3”, um marco para a vida de nosso periódico. Três, número perfei- to! Iniciamos a nossa missão em março de 2008, sob o signo de Áries, regido pelo fogo! Esta- mos completando 23 edições e, no mês que vem, mês de ani- versário, dois anos, ininterrup- tos, de publicações! Podemos dizer, com toda a certeza que, durante esse tem- po, fomos abençoados pelo Grande Arquiteto do Universo, que conduziu nossos passos pela senda, fortalecendo-os e amparando-os todas as vezes em que foi necessária a sua intervenção. Estamos pois sa- tisfeitos com o cumprimento de nossa missão! Obrigado Se- nhor! Pax Profundis! Editorial Editorial Editorial Editorial Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. – FRC FRC FRC FRC Janeiro 2011 Ano 3 Número 23 Boletim Místico & Esotérico que, até mesmo por curiosi- dade, poderiam tentar apro- ximar-se dele. Até hoje o fogo olímpico é preservado e guardado entre as competi- ções e, a cada quatro anos, conduzido de forma ritual até a pira olímpica de onde presidirá os jogos. O fogo é o elemento depura- dor, renovador e regenera- dor, mas também calcina e reduz a cinzas as matérias indesejadas ao metal, tra- zendo-lhe o grau da pureza requerido. Portanto, é sob a regência do fogo e de suas labaredas sagradas, que entramos no terceiro ano de edição do Ain Soph! Invocamos aqui, a proteção das Salamandras, os elementais do fogo, para nos auxiliarem na escalada do novo ano que se inicia. Não maldigo o rigor da iníqua sorte, Por mais atroz que fosse e sem piedade, Arrancando-me o trono e a majestade, Quando a dous passos só estou da morte. Do jogo das paixões minha alma forte Conhece bem a estulta variedade, Que hoje nos dá contínua f'licidade E amanhã nem — um bem que nos conforte. Mas a dor que excrucia e que maltrata, A dor cruel que o ânimo deplora, Que fere o coração e pronto mata, É ver na mão cuspir a extrema hora A mesma boca aduladora e ingrata, Que tantos beijos nela pôs — outrora. D. Pedro II A s s u n t o Pág. Poseidon, O Senhor de Atlântida 2 O Evangelho de Tomé (parte I) 3 Pitágoras filosofo e matemático 4 Umbanda: Uma religião brasileira 5 Orações Sufis 6 Credo ou Cristo? 7 Condições para ser Maçom 8 Arcanos da Eternidade 9 Terapia de Vidas Passadas 10

Ain Soph 23

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Ain Soph 23

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  • O fogo, na maioria das religies, considerado o mais sagrado dos elemen-tos! Era em torno da fo-gueira que os antigos se reuniam para elevar os seus pensamentos ao Su-premo Criador do Univer-so. O fogo sagrado possua seus guardies: Eram as vestais, as sacerdotisas druidas ou os portadores do archote, no antigo Egito, que cuidavam para que o fogo estivesse, sempre, protegido dos profanos

    No frontispcio de nossas edi-es, exibimos agora, com muito orgulho, ano 3, um marco para a vida de nosso peridico. Trs, nmero perfei-to! Iniciamos a nossa misso em maro de 2008, sob o signo de ries, regido pelo fogo! Esta-mos completando 23 edies e, no ms que vem, ms de ani-versrio, dois anos, ininterrup-tos, de publicaes! Podemos dizer, com toda a certeza que, durante esse tem-po, fomos abenoados pelo Grande Arquiteto do Universo, que conduziu nossos passos pela senda, fortalecendo-os e amparando-os todas as vezes em que foi necessria a sua interveno. Estamos pois sa-tisfeitos com o cumprimento de nossa misso! Obrigado Se-nhor! Pax Profundis!

    Editorial Editorial Editorial Editorial Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. Por Fernando Gimeno M.M. FRC FRC FRC FRC

    Janeiro 2011 Ano 3 Nmero 23

    Boletim Mstico & Esotrico

    que, at mesmo por curiosi-dade, poderiam tentar apro-ximar-se dele. At hoje o fogo olmpico preservado e guardado entre as competi-es e, a cada quatro anos, conduzido de forma ritual at a pira olmpica de onde presidir os jogos. O fogo o elemento depura-dor, renovador e regenera-dor, mas tambm calcina e reduz a cinzas as matrias indesejadas ao metal, tra-zendo-lhe o grau da pureza requerido. Portanto, sob a regncia do fogo e de suas labaredas sagradas, que entramos no terceiro ano de edio do Ain Soph! Invocamos aqui, a proteo das Salamandras, os elementais do fogo, para nos auxiliarem na escalada do novo ano que se inicia.

    No maldigo o rigor da inqua sorte, Por mais atroz que fosse e sem piedade,

    Arrancando-me o trono e a majestade, Quando a dous passos s estou da morte.

    Do jogo das paixes minha alma forte Conhece bem a estulta variedade,

    Que hoje nos d contnua f'licidade E amanh nem um bem que nos conforte.

    Mas a dor que excrucia e que maltrata, A dor cruel que o nimo deplora,

    Que fere o corao e pronto mata,

    ver na mo cuspir a extrema hora A mesma boca aduladora e ingrata,

    Que tantos beijos nela ps outrora.

    D. Pedro II

    A s s u n t o Pg. Poseidon,

    O Senhor de Atlntida

    2

    O Evangelho de

    Tom (parte I)

    3

    Pitgoras filosofo e

    matemtico

    4

    Umbanda: Uma religio

    brasileira

    5

    Oraes

    Sufis

    6

    Credo ou

    Cristo?

    7

    Condies para ser Maom

    8

    Arcanos da

    Eternidade

    9

    Terapia de Vidas

    Passadas

    10

  • Pgina 2 Ano 3 Nmero 23

    Netuno na mitologia romana, entre os gregos Poseidon era filho de Crono e Ria, da segun-da gerao divina. Participou com Zeus e outros irmos da batalha contra os Tits. Aps a derrota dos Tits, o Universo foi dividido em trs reinos, Zeus ficou com o Olimpo, Hades com as entranhas da Terra e Posei-don com o domnio do Mar. Foi antes da batalha que o deus dos mares herdou dos Ciclopes sua arma e cetro, o tridente, to ter-rvel quanto o raio de Zeus

    Entre seus diferentes eptetos, Poseidon era o sacudidor de terra, pois antes de se tornar deus do mar era um antigo deus ctnio, que fazia a terra oscilar. Desse modo, se tornou tambm sacudidor do mar, domador de ondas e de cava-los. Era invocado como salvador de navios e protetor dos passageiros. Poseidon percorria as guas na carruagem cria-da por seres monstruosos meio cavalos, meio serpentes, que tambm faziam parte de seu cortejo, junto com Nereidas, delfins, peixes e criaturas marinhas de toda espcie. Foi Poseidon o responsvel pela paixo de Pasfae pelo tou-ro de Creta. O rei Minos pediu a Poseidon um touro para provar seu poder aos adversrios. Minos devia oferecer ao deus o touro que saiu do mar. Admirado com a beleza do animal, o rei o guardou em seu rebanho e sacrificou outro animal em seu lugar. Enfurecido, Poseidon pediu deusa Afrodite que despertasse na esposa de Minos um desejo pelo touro. Pasfae pediu ao arquiteto Ddalo que construs-se uma vaca oca de madeira para que ela pudesse consumar seu desejo. Dessa unio nasceu o Minotauro, monstro com corpo de homem e cabea de touro.

    Quando os homens se organizaram em cidades, os deuses escolheram onde seriam honrados. Poseidon foi vencido em muitas disputas. Perdeu, por exemplo, Corinto para Hlio, Egina para Zeus e Delfos para Apolo. A mais famosa com-petio foi pela cidade de Atenas, quando fez brotar da terra uma fonte ou, segundo alguns, um cavalo. Atena plantou a oliveira, smbolo de paz e fecundidade. Os deuses arbitra-

    ram e deram a vitria para a deusa. Poseidon ganhou, sem disputa, a ilha de Atlntida.

    Plato contou em seus dilogos Timeu e Crtias que o legislador ateniense Slon, na viagem ao Egito, interrogou sacerdotes que lhe disseram sobre a guerra entre Atenas e os Atlantes, habitantes de Atlntida. Segundo a narrativa de Plato, Atlntida estaria localizada alm das Colunas de Hrcules (hoje Estreito de Gibraltar), e era maior que a L-bia e a frica juntas. Nessa ilha, onde os reis formaram um grande imprio, vivia Clito, uma jovem que perdeu os pais. Poseidon e Clito tiveram cinco gmeos, dos quais o mais velho era Atlas. A ilha foi dividida em dez pequenos reinos e Atlas ocupou o centro. O prprio Poseidon organizou a ilha. Contam as histrias que era um reino de sonhos, rico em flora, fauna, pontes, canais, labirintos, cidades subterrneas, tesouros minerais como ouro, cobre e at um metal que brilhava co-mo fogo chamado oricalco, que s conhecemos de nome. Os Atlantes foram vencidos pelos atenienses pelo menos nove mil anos antes de Plato. A ilha desapareceu tragada por um cataclismo. Ou o prprio Zeus teria causado sua destruio com terremotos e maremotos, por causa das per-verses a que o povo atlante se entregou, como o mau uso da magia e da cincia. Alguns acreditam que as histrias de dilvios presentes em vrias culturas so recordaes da catstrofe sofrida pelos atlantes. Para os gelogos que acre-ditam no seu passado histrico, a ilha estava no atual mar de Creta e foi engolida aps a maior erupo vulcnica j re-gistrada pelos humanos, provocada pelo vulco Thera, em Santorini. Arquelogos associam aos atlantes as runas ciclpicas em tantos lugares da Terra, construdos sob orientao astron-mica muito precisa, como a egpcia Esfinge de Giz. Alguns acreditam que culturas posteriores, como a dos Maias, Incas e Astecas foram fundadas pelos Atlantes. A fundadora da Teosofia, Helena P. Blavatsky, descreveu sobre cultura, cincia e religio dos Atlantes nos seus livros. Existem mui-tas teorias sobre a histria da ilha que ainda permanece um mistrio e, seja qual for a origem, mito ou realidade, tragada por catstrofes naturais ou pelos deuses, para ns continua sendo um smbolo de cidade ideal.

    SOLANGE FIRMINO

    Professora do Ensino Fun-damental de Lngua Por-tuguesa e Literatura do Ensino Mdio. Tem traba-lhos em poesia e prosa publicados em livros e portais na internet. Assina a coluna Mito em Contex-to, no portal cultural Blo-cos online e edita o blog:

    www.solfirmino.blogspot.com

  • Ano 3 Nmero 23 Pgina 3

    Parte I Estas so as palavras secretas de Jesus, o vivo, que foram es-critas por Didymos Tau'ma [Tom (Toms), o gmeo] 1. Quem descobrir o sentidos dessas palavras, no provar a mor-te. 2. Quem procura, no cesse de procurar at achar; e, quando a-char, ser estupefato; e, quando estupefato, ficar maravilhado - e ento ter domnio sobre o Universo. 3. Jesus disse: Se vossos guias vos disserem o reino est no cu', ento as aves vos precederam; se vos disserem que est no mar, ento os peixes vos precederam. Mas o reino est dentro de vs, e tambm fora de vs. Se vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas, se no vos conhecer-des, vivereis em pobreza, e vs mesmos sereis essa pobreza. 4. O homem idoso perguntar, nos seus dias, a uma criana de sete dias pelo lugar da vida e ele viver. Porque muitos primei-ros sero ltimos, e sero unificados. 5. Conhece o que est ante os teus olhos e o que te oculto te ser revelado; porque nada oculto que no seja manifestado. 6. Perguntaram os discpulos a Jesus: Queres que jejuemos? Co-mo devemos orar? Como dar esmolas? Que alimentos devemos comer? Respondeu Jesus: No mintais a vs mesmos, e no faais o que odioso! Porquanto todas essas coisas so manifestas diante do cu. No h nada oculto que no seja manifestado, e no h nada vela-do que, por fim, no seja revelado. 7. Bendito o leo comido pelo homem, porque o leo se torna homem! Maldito o homem comido pelo leo, porque esse homem se torna leo! 8. Ele disse: O homem se parece com um pescador ajuizado, que lanou sua rede ao mar. Puxou para fora a rede cheia de peixes pequenos. Mas entre os pequenos o pescador sensato encontrou um peixe bom e grande. Sem hesitao, escolheu o peixe grande e devolveu ao mar todos os pequenos. Quem tem ouvidos para ou-vir, oua! 9. Disse Jesus: Saiu o semeador. Encheu a mo e lanou a semen-te. Alguns gros caram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caram sobre os rochedos; no deitaram razes para dentro da terra nem mandaram brotos para o cu. Outros ainda caram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Ou-tra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao cu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma. 10. Disse Jesus: Eu lancei fogo sobre a terra e eis que o vigio at que arda. 11. Disse Jesus: Este cu passar, e passar tambm aquele que est por cima deste. Os mortos no vivem, e os vivos no morre-ro. Quando comeis o que era morto, vs o tornveis vivo. Quan-do estiverdes na luz, que fareis? Quando reis um, vos tornastes dois; mas, quando fordes dois, que fareis? 12. Os discpulos per-guntaram a Jesus: Sabemos que nos vais deixar. E quem ser ento nosso chefe? Respondeu Jesus: No ponto onde estais, ireis ter com Tiago, que est a par das coisas do cu e da terra. 13. Disse Jesus a seus discpulos: Comparai-me e dizei-me com quem me pareo eu. Respondeu Simo Pedro: Tu s semelhante a um anjo justo.

    Disse Mateus: Tu s semelhante a um homem sbio e compreensi-vo. Respondeu Tom: Mestre, minha boca incapaz de dizer a quem tu s semelhante. Replicou-lhe Jesus: Eu no sou teu Mestre, porque tu bebeste da Fonte borbulhante que te ofereci e nela te inebriaste. Ento levou Jesus Tom parte e afastou-se com ele; e falou com ele trs pala-vras. E, quando Tom voltou a ter com seus companheiros, estes lhe perguntaram: Que foi que Jesus te disse? Tom lhes respon-deu: Se eu vos dissesse uma s das palavras que ele me disse, vs haveis de apedrejar-me e das pedras romperia fogo para vos incendiar. 14. Jesus disse-lhes: Se jejuardes, cometereis pecado. Se orardes, sereis condenados. Se derdes esmolas, prejudicareis ao esprito. Quando fordes a um lugar onde vos receberem, comei o que vos puserem na mesa e curai os doentes que l houver. Pois o que en-tra pela boca no o torna um homem impuro, mas sim o que sai da boca, isto vos tornar impuros. 15. Se virdes algum que no seja filho de mulher, prostrai-vos de rosto em terra e adorai-o ele vosso Pai. 16. Talvez os homens pensem que eu vim para trazer paz terra, e no sabem que eu vim para trazer discrdias terra, fogo, espada e guerra. Haver cinco numa casa, trs contra dois, dois contra trs; pai contra filho, e filho contra pai. E sero solitrios. 17. Eu vos darei o que nenhum olho viu, nenhum ouvido ouviu, nenhuma mo tangeu, e que jamais surgiu no corao do homem. 18. Perguntaram os discpulos a Jesus: Como ser o nosso fim? Respondeu-lhes Jesus: Descobristes o princpio, para que estejais procurando o fim? Pois onde estiver o princpio ali estar o fim. Feliz de que est no princpio; tambm conhecer o fim e no provar a morte. 19. Disse Jesus: Feliz daquele que era antes de existir. Se vs fordes meus discpulos e realizardes as minhas palavras, estas pedras vos serviro. H no vosso paraso cinco rvores, que per-manecem inalteradas no inverno e no vero, e cujas folhas no caem; quem as conhecer, esse no provar a morte. 20. Disseram os discpulos a Jesus: Dize-nos, a que se assemelha o Reino do cus? Respondeu-lhes ele: Ele semelhante a um gro de mostarda, que menor que todas as sementes; mas, quando cai em terra, que o homem trabalha, produz um broto e se transforma num abrigo para as aves do cu. 21. Disse Maria a Jesus: Com quem se parecem os teus discpu-los? Respondeu Jesus: Parecem-se com garotos que vivem num campo que no lhes pertence. Quando aparecem os donos do campo, di-ro estes: Deixai-nos o nosso campo. E eles desnudam-se diante deles e lhes deixam o campo. Por isto vos digo eu: Se o dono da casa sabe quando vem o ladro, vigia antes da sua chegada e no o deixar penetrar na casa do seu reino para lhe roubar os haveres. Vs, porm, vigiai em face do mundo; cingi os vossos quadris com fora para que os ladres no encontrem caminho at vs. E possuireis o tesouro que desejais. Sede como um homem de experincia, que conhece o tempo da colheita, e, de foice na mo, ceifar o trigo. Quem tem ouvidos para ouvir, oua. 22. Jesus viu crianas de peito a mamarem. E ele disse a seus discpulos: Essas crianas de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, en-traremos no Reino? Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o inte-rior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino no seja mais masculino e o feminino no seja mais feminino - ento entrareis no Reino. (continua no prximo n)

    Este evangelho foi encontrado em meados do sculo XX em uma gruta, em Nag Hammadi, no Egito. Nesta edio publicaremos as primeiras 22 sentenas de um total de 114 contidas nele. Esse um importante docu-mento que ajuda a esclarecer pontos cruciais sobre a vida do mestre Jesus.

  • Pgina 4 Ano 3 Nmero 23

    Corria a ano de 570 AC ou 580, talvez, quando Pitgoras abriu seus olhos na ilha de Samos, na Magna Grcia. Antes de seu nascimento, os pais haviam ido Delfos para consultar a ptia; o orculo debruou-se sobre a pira e, aspiran-do a aromtica fumaa que se evolvia da trpode, profetizou: Nascer um varo de extrema beleza, inteligncia e bondade, que vai destacar-se por uma grande contribuio em benefcio de todos homens! Por este motivo foi chamado por seus pais de Pitgoras, em homenagem ptia que havia previsto seus grandes feitos. Muitas lendas sobre o filosofo de Samos circularam por conta desse vaticnio do orculo de Delfos; algumas chegavam a afirmar que o menino Pitgoras no era um ser humano co-mum, mas sim um deus que desceu do Olimpo para melhor guiar e proteger seus semelhantes e disseminar, no mundo a sua filosofia, sua arte e a cincia pro-veniente dos nmeros. A ilha de Samos, naquela poca, registrava duas correntes religiosas: uma cultuava Dionsio e a outra os ritos rficos, extremamente rgidos e, rigorosamente, ascticos. Foi nessa ltima que o adolescente Pitgoras a-dentrou; ali, entretanto, chegou concluso de que todos aqueles conhecimentos que ento circulavam na Magna - Grcia, nada mais eram do que esparsos fragmentos de uma sabedoria, muitas vezes maior, proveniente, no apenas dos templos egpcios, mas tambm de todas as naes mesopo-tmicas e orientais. Dessa forma, Pitgoras partiu em peregrinao pelas principais cidades, visitando bibliotecas, templos, escolas hermticas... e vrios locais da antiguidade, onde poderia expandir o seu co-nhecimento e mitigar um pouquinho de sua sede de saber. Esta viagem levou-o a encontrar-se com as maiores personali-dades do seu tempo. Em Mileto, encontrou Tales e Anaximan-dro. Porm, foi no Egito, onde permaneceu cerca de vinte e cinco anos, que Pitgoras solidificou os conhecimentos que fundamentariam sua futura doutrina. Em Sas, encontrou o fara Amasis que, reconhecendo a sua enorme capacidade, permitiu que fosse admitido nos templos iniciticos do Egito. Afirma-se ainda que, na Prsia, Pitgoras chegou a tornar-se discpulo de Zoroastro, mas isso so apenas suposies. Uma afirmativa, porm, aceita pelos historiadores: Pitgoras foi o primeiro homem a se intitular filsofo, isto , amigo do conhe-cimento. Antes dele, os pensadores chamavam a si mesmos sages, significando algo como aqueles que sabem. Pitgo-ras, bem mais modesto, pretendia ser um homem que apenas procurava descobrir. Quarenta anos aps t-la deixado, Pitgoras retornou ilha de

    Samos, sua terra natal. A esperana de a fundar uma escola inicitica fracassou em virtude da recepo hostil do tirano Policrato. Partiu ento para Crotona, cidade helnica da Itlia meridional, onde fundou a sua escola inicitica, conhecida pelo nome de "Fraternidade Pitagrica". Ali reuniu um grupo de discpulos, a quem iniciou nos conhecimentos de matemtica, msica e astronomia, consideradas como a base de todas as artes e cincias. Para entrar na "Fraternidade Pitagrica", o candidato era sub-metido a rudes provas, tanto fsicas como de ordem psicolgi-ca. Se essas provas eram ultrapassadas, ento o nefito era aceito como "acusmtico" (aprendiz), o que significa que deve-ria fazer o voto de silncio durante os cinco primeiros anos. Os ensinamentos nunca eram escritos, mas transmitidos de "boca a ouvido" queles que estavam prontos a assimil-los. Pitgoras, na sua linguagem dos nmeros, designava Deus pelo nmero 1 e a Matria pelo nmero 2; exprimia o Universo pelo nmero 12 resultante da multiplicao de 3 por 4; quer dizer, Pitgoras concebia o universo composto por trs mundos parti-culares que, encaixando-se uns nos outros atravs dos quatro princpios ou elementos da Natureza, desenvolviam-se em 12 esferas concntricas. Ao Ser inefvel que inundava estas 12 esferas sem ser captado por nenhuma delas, o filsofo de Samos chamava-lhe Deus. Pitgoras conhecera e aprendera no Egito a aplicao do nme-ro 12 ao Universo; assim tambm, era para os Caldeus e outros povos que utilizavam o 12 como a base de um sistema. A insti-tuio do Zodaco com seus 12 signos a demonstrao cabal deste conhecimento.

    Pitgoras no deixou nenhum registro escrito, e sendo sua sociedade secreta, muito sobre ele foi perdido aps a morte de seus discpulos, e a disso-luo dos pitagricos. Difcil hoje dizer o que ao certo foi obra de Pitgoras e o que foi obra de seus discpulos, uma vez que a figura de Pitgoras con-funde-se com os fragmentos recuperados de sua doutrina. Como grande gemetra, matemtico e msico,

    Pitgoras legou humanidade, importantes conceitos cientfi-cos, sendo que o mais conhecido a relao mtrica existente nos tringulos retngulos, que diz que o quadrado da hipotenu-sa (o lado maior) igual soma do quadrado dos catetos (os lados menores). Estas relaes so empregadas at hoje com o nome de Teorema de Pitgoras e uma importante ferramenta matemtica para se resolver inmeros problemas geomtricos. Na msica, ningum teve tanta importncia durante o perodo clssico quanto Pitgoras. Conforme reza a lenda, Pitgoras foi inspirado pelos deuses ao descobrir as razes matemticas por trs dos sons; isso deveu-se observao do comprimento dos martelos dos ferreiros e ao som que emitiam quando utilizados. Foi Pitgoras que descobriu que o intervalo de uma oitava referente a uma relao de frequncia de 2:1, de uma quinta em 3:2, de uma quarta em 4:3, e de um tom em 9:8. Os seguidores de Pitgoras aplicaram estas razes ao compri-mento de fios de corda em um instrumento chamado cnon, ou monocorda, e, portanto, foram capazes de determinar ma-tematicamente a entonao de todo um sistema musical. Os pitagricos viam estas razes harmnicas como o governo de todo o Cosmo, assim como o som. Plato descreve em sua o-bra, Timeu, a alma do mundo estruturada de acordo com estas mesmas razes matemticas. Para os pitagricos, assim como para os platnicos, a msica se tornou uma natural extenso das propores matemticas, sem deixar, entretanto, sua condi-o como uma arte.

  • Pgina 5 .Ano 3 Nmero 23

    A umbanda tem o privilgio de ser uma religio tipica-mente brasileira. Diferente do candombl, que manteve em sua estrutura as ques-tes principais da religio africana original embo-ra ele, tambm, seja pleno de adaptaes nacionais a umbanda modificou total-mente a sua essncia, esta-belecendo um sincretismo com as trs maiores corren-tes religiosas do Brasil: o catolicismo, o espiritismo e a religio dos orixs.

    A origem desse culto, que mais tarde transformou-se em uma corrente religiosa, deu-se na poca da escravido, on-de os negros vindos da frica para prestar um trabalho forado que lhes tolhia a liberdade, em um pas estranho e com hbitos diferentes daque-les aos quais estavam acostumados, traziam usos e costumes prprios, para a nova terra.

    Esses negros adoravam deuses relaciona-dos s foras elementares da natureza. Nisso eles tinham semelhanas com os nossos ndios e cabo-clos que tambm representavam um quinho res-peitvel dentro da sociedade colonial.

    Com a estreita convivncia entre o ndio, o caboclo e o negro, os cultos diversos passaram a se misturar e criar crenas comuns. A proibio dos fazendeiros e obrigatoriedade do batismo cat-lico, bem como a catequese constante dos jesutas, fez com que os negros enterrassem sob a imagem de determinados santos, seus objetos de adorao; isto fazia com que, ao p de cada santo da igreja, repousasse a oferenda a determinado orix, que passava a adotar o nome daquele santo.

    Com o passar do tempo, esse sincretismo foi se tornan-do comum, at ao ponto em que a imagem do santo possua a mesma fora mstica dos assentamentos primitivos.

    O sincretismo com o espiritismo se deu por conta da possesso que o orix exercia sobre o seu filho, de maneira que este se transformava adquirindo a personalidade da emanao que se incorporava. Com a codificao da doutrina esprita, o termo mdium passou a ser usado para nomear os aparelhos da incorporao desses orixs.

    Com o passar do tempo foram sendo introduzidas outras entidades, tais como preto-velhos, caboclos, ndios, crianas e povos do oriente. Todos especialistas em atender a consultas, tanto de ordem fsica, atravs de chs, banhos e poes curati-vas, como atravs de trabalhos de cunho espirituais apropria-dos para a abertura de caminhos, para combater o olho grande ou, at, ajudar em questes financeiras e amorosas.

    A umbanda, hoje, j se disseminou por diversos pases, principalmente da Amrica do Sul; para esses devotos, o Brasil assume a primazia como grande orientador religioso, da mes-ma forma que a frica se coloca, com relao ao candombl.

    Para gerir e unificar os ritos, a maneira de adorao e conduo dos trabalhos, foi fundada a Federao Umbandista

    Nacional, visando cadastrar todos os terreiros (local do cul-to).

    Para ser reconhecido o terreiro deve estar filiado Federao, mas, como tudo nesse pas, nem todos os locais onde se pratica a umbanda cadastrou-se. Alis, presume-se que a grande maioria no esteja federada.

    Os conceitos umbandistas estabelecem critrios bastan-te definidos. Apesar de existirem discrepncias regionais, de uma maneira geral, os cultos obedecem a alguns pontos co-muns, dos quais uma parte, listamos abaixo:

    1. A existncia de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nome-lo de outra forma, como por exemplo, Zambi para pretos-velho ou Tup para caboclos, mas so todos, consequentemente, o mesmo Deus.

    2. A obedincia aos ensinamentos bsicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao prximo. Dentre eles a caridade uma virtude recomendada em todas as

    manifestaes existentes. 3. O culto aos orixs como manifestaes divinas alguns umbandistas praticam a chamada umbanda branca que no diviniza os orixs; esta unicamente voltada ao culto dos caboclos, pretos velhos e crianas onde cada entidade controla e confunde-se com um elemento da natureza ou da prpria personalidade humana em suas necessidades e construes de vida e da sobrevivncia. 4. A manifestao dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus mdiuns ou aparelhos. 5. O mediunismo como forma de contato entre o

    mundo fsico e o espiritual, manifestado de diferentes formas. 6. H uma doutrina, uma regra e uma conduta, tanto

    moral quanto espiritual, que seguida em cada organizao, s vezes forma variada e diferenciada. O ideal seria funcionar como um padro que norteasse os trabalhos de cada terreiro.

    7. A crena na imortalidade da alma. 8. A crena na reencarnao e nas leis crmicas. Como em outras religies a umbanda tem seus lugares

    sagrados onde os membros se reunem para praticar seu culto. O principal lugar o Templo, que tambm chamado Terreiro ou Centro; neste local que os umbandistas se encontram para realizao de seus preceitos religiosos, que dizem respeito aos seus guias ou caboclos; no linguajar religioso chama-se as giras.

    O chefe do culto no Centro o Sacerdote ou Sacerdotisa podem ter outros nomes, como Bab, Zelador, Dirigiente, Diretor de culto ou Mestre, sempre dependendo da forma escolhida por cada terreiro. O conselho diretor deve ser formado pelos mdiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente os fundadores do terreiro. So eles que coordenam as sesses ou giras e que iro incorporar o guia-chefe, que comandar a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.

    Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou me-de-santo no deve ser aplicado na religio de umbanda, pois estes termos so oriundos do candombl, que , como j dissemos, uma religio diferente.

    A RELIGIOA RELIGIOA RELIGIOA RELIGIO

    QUE NASCEUQUE NASCEUQUE NASCEUQUE NASCEU

    NO bRASILNO bRASILNO bRASILNO bRASIL

    Fergi Cavalca

  • Pgina 6 .Ano 3 Nmero 23

    Oraes sufis Hazrat Pir-o-Murshid Inayat Khan Conforme transmitidas ao Mestre H. E. O sufismo uma corrente islmica contemplativa. Entretanto, perseguido pelos prprios muulmanos a ponto de ser proibido em inmeros pases rabes; seus membros podem ser, at mesmo, condenados morte! extremamente incoerente, porm, verdade! Isso nos mostra a improbabilidade do sufismo ter origens muulmanas. Os praticantes do Sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram desenvolver uma relao ntima, direta e contnua com Deus, utilizando-se, dentre outras tcnicas, da prtica de cnticos, msica e dana, o que considerado prtica ilegal pela intolerncia religiosa de vrios pases do oriente. Saum Orao matutina ou para ser recitada nas classes de meditao

    Glria a ti, grandioso Deus, Onipotente, onipresente, que a tudo impregna, O Ser nico.

    Toma-nos em teus braos paternais, Eleva-nos alm da densidade terrena!

    Adoramos tua beleza, A ti entregamos nossa desejosa oferta.

    Misericordioso e compassivo Deus, Sublime Senhor da humanidade inteira, Somente a ti adoramos, E ansiamos apenas por ti.

    Abra nossos coraes para a tua beleza, Ilumina nossas almas com tua divina luz.

    tu, A perfeio do Amor, a Harmonia e a Beleza! Criador todo poderoso, sustentador, juiz e perdoador de nossas falhas, Senhor Deus do oriente e do ocidente, Dos mundos superiores e inferiores, Dos seres visveis e invisveis, Derrama sobre ns teu amor e tua luz, Sustenta nossos corpos, coraes e almas.

    Usa-nos para o propsito que tua sabedoria escolhe, E guia-nos pela senda de tua prpria bondade. Carrega-nos para perto de ti a cada momento de nossa vida. Que em ns seja refletida Tua Graa, tua Glria, tua Sabedoria, tua alegria e tua Paz!

    Salat Orao para os mensageiros de Deus, os mestres iluminados.

    Bondoso criador, mestre, me, e salvador da humanidade, Ns te saudamos humildemente. Tu s a primeira causa e o ltimo efeito, A divina Luz e o esprito guia, Alfa e mega. Tua Luz est em todas as formas, teu Amor em todos os seres: numa amorosa me, num bondoso pai, no amigo prestativo, num professor que nos inspira.

    Permita que o reconheamos em todos os teus sagrados nomes e formas: como Jesus e Maria, como Buda e Kwan Yin, Rama e Sita, Krishna e Radha, Shiva e Parvati, Que te reconheamos como Abrao, Salomo, Sara e Raquel, Zoroastro, Isis, como Rabia e Maom.

    E em muitas formas e nomes conhecidos e desconhecidos do mundo. Ns adoramos teu passado, Tua presena ilumina profundamente nosso ser, e ns buscamos por tua beno no futuro, mensageiro, Cristo, Nabi, Rasul de Deus! Tu, cujo corao constantemente alcana o Sublime, Vieste Terra com uma mensagem, Como uma pomba das alturas quando a religio decai, E falas a palavra que foi posta em tua boca, Como a luz que resplandece na lua crescente.

    Que a divina Luz cintile em teu corao e se reflita nos coraes de teus devotos.

    Possa a mensagem de Deus alcanar todas as distncias, Iluminando e fazendo toda a humanidade ser uma s famlia na paternidade de Deus.

    Amem

    Colaborao Ahmed Kuhl

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    VISITE NA INTERNET OS BLOGS DE

    FERGI CAVALCA (FERNANDO GIMENO)

    No ama a Deus quem maltrata seu semelhante, e lhe fere a alma e o corao. Aquele que procura limitar e enevoar nossa mente Com ameaas do inferno, no compreendeu ainda nossa meta final.

    De Deus provm todas as religies, E Cristo o Caminho, a Verdade e a Vida o enviado de Deus para aliviar o que leva pesado fardo E dar paz ao triste, ao pecador e ao que luta.

    O Esprito Universal veio A todas as igrejas; no a uma somente. Na manh de Pentecostes uma lngua de fogo Como um halo, brilhou em todos os apstolos.

    Desde ento, como abutres famintos e vorazes Temos combatido por um nome sem sentido E procurado dogmas, ditos ou credos Para enviarmos, uns aos outros, fogueira.

    Est Cristo dividido? Foi Cephas ou Paulo crucificado para salvar o Mundo? Ento, por que tantas divises? O amor de Cristo nos envolve a ambos, a mim e a ti.

    Seu puro e doce amor no est confinado por credos que separam e elevam muralhas. Seu amor envolve e abraa tda a humanidade No importa como O chamemos.

    Ento, por que no crer em Sua palavra? Por que nos sustermos em credos que nos separam? S uma coisa importa ser ouvida: que o amor fraternal seja em todos os coraes.

    S uma coisa o Mundo precisa saber: S existe um blsamo para todas as humanas dores; S h um caminho que conduza aos cus: Este caminho Compaixo e Amor.

    Max Heindel

    ATENO

    olhe com o corao pela primeira vez do repouso da vida em teu olhar para que o que , continue a ser em sua i-dentidade e deixe a mente flutuar no mar de delcias o suco e o mel de flores e frutos lmpido aljfar, transparente luz de seixos e razes em ondas de xtase e supremo prazer

    deixa que a vida te transpasse setas de amor, translcida jia que te enco-bre sem que o percebas, sem que o queiras e cala o pensamento para que possas com-preender o silncio que emana de tudo o que

    esquece o fardo do caminho que urge per-correr pois que se tornars como pluma leve como o despertar da manh se a tua alma permanecer aberta ao silncio a cano que emana do Todo pois a esperana est desperta alm do tem-po e te aguarda em mudo xtase

    o agora est revestido com o tempero do passado com a leve seda do futuro deixa, ento, que o tempo escorra de ti como gotas de orvalho e molhe as suas pegadas em perfumadas marcas de luz

    Aylton da Silveira

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    Erros so, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem no sabe o que uma coisa , j um avano do conhecimento saber o que ela no (Carl Gustav Jung).

    A Maonaria agrega um grupo de inici-ados que, alm de amarem o prximo, amam-se a si mesmos, evoluin-do mentalmente, na incessante busca do saber. Toda instituio que recebe seus adeptos por meio do processo iniciti-co foge do comum, pois, existindo uma seleo, a Maonaria ocupa-se dos problemas superiores, fugindo do vulgar. O maom, como elemento componente da instituio, por sua vez, deve comprovar pertencer a uma entidade seletiva e destacar-se do mundo profano, por exemplo. Reconhece-se o maom mais pela conduta. O maom foi pinado merc da vontade do Grande Arquiteto do Universo, que Deus, entre milhares de pessoas; um destaque e por esse motivo ele faz jus s benesses que a Maonaria dispensa. O Maom deve, a todo o momento, ser grato por ter sido chamado e demonstrar essa gratido pelo seu viver. O que a Maonaria lhes oferece? - Pela deduo de suas Leis, a Ma-onaria no oferece nenhuma outra vantagem aos seus filiados, seno a que se relaciona com a solidariedade, a amizade fraterna e o levanta-mento moral de suas personalidades. A solidariedade e a Verdade Os elementos da amizade fraterna so nossos pontos perfeitos: a obrigao de deixarmos nosso prprio ca-minho para servir a um Irmo merecedor; a obrigao de sempre nos lembrarmos de nosso Irmo em nossas meditaes; a obrigao de mantermos sigilo; a obrigao de ajudar um Irmo e de proteger seu bom nome; e finalmente, a obrigao de prevenir um Irmo da presen-a de um perigo. Ns oferecemos essa obrigao moral quele que estiver disposto a manter reciprocidade. A solidariedade no corresponde, necessariamente, ajuda material. Ela pode ser uma mo ou um ouvido amigo, um favor ou uma palavra encorajadora. O compromisso subjacente o de uma disposio de ajudar a outro Maom, ou sua famlia, com o mesmo nvel de conside-rao que seria demonstrada em relao a um irmo natural. Ns pode-mos oferecer esse compromisso quele disposto a manter mutualidade. A Verdade um dever e uma medida de valores que nos confiada. Cada um dos trs Graus da Maonaria Simblica ensina, por preceitos, alegorias e smbolos, as virtudes da justia, fidelidade, temperana, coragem e prudncia, tudo o que temos para sermos verdadeiros verdadeiros ontem, verdadeiros hoje e verdadeiros amanh. Ns esta-mos dispostos a compartilhar as lendas, as alegorias e smbolos que as ilustram, com aqueles que estiverem dispostos a praticar as virtudes que elas representam. Amizade fraterna, solidariedade e verdade exigem atividades e com-promisso pessoal. Temos que fazer algo para coloc-las em prtica. A Maonaria pode dar aos homens uma oportunidade de fazer algo para melhorar a si mesmo na busca daquelas verdades. Devemos demons-trar-lhe que os princpios manicos oferecem um modo de pensar e um modo de viver. Temerrios aqueles que porventura intentem marchar para seus Templos preliminando interesses pessoais ou alimentando esperanas alheias aos fundamentos do referido ideal, devero ser evitados, por-que, ou se enganaro redondamente ou iro se decepcionar em pouco tempo de estada nas suas fileiras. Todos os maons, de qualquer grau, tm por dever precpuo observar e fazer observar as Leis Manicas e Regulamentos Vigoran-tes. Sob um prisma todo especial, so mtodos que ensinam tu-do que possa dizer respeito famlia, honra, cincia, ao princpio de liberdade e a todas as idias elevadas, s grandes concepes e

    todas as iniciativas de indiscutvel grandeza moral. Livres e de bons costumes a condio exigida para que um profa-no ingresse na Maonaria por intermdio da Iniciao. No basta o candidato ser politicamente livre; no basta que tenha um comportamento moral comum. A Maonaria proclama que a sua filo-sofia tem por base na tradio, nos usos e costumes; portanto, "costumes" no um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de prticas que conduzem o ser humano a uma vida espiritual. O candidato deve comparecer Iniciao com uma disposio quase de "amar a seu futuro irmo" como a si mesmo. Isso exige um com-portamento para com seu prprio corpo, para com sua prpria alma e para com o seu esprito. Ser livre e de bons costumes constitui uma exigncia de maior profun-didade do que parece primeira vista; seria muito cmodo aceitar um candidato que politicamente livre, pois no h mais escravido no mundo; ou que, penalmente, no se encontre preso, cumprindo alguma pena. Livre e de bons costumes a caracterstica do maom e ele deve fazer jus a essa benesse. Todo o maom, mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter "livre e de bons costumes". A iniciao significa a aceitao para fazer parte do grupo, posto que possa ser definida como princpio, a expresso peculiar para as cerimnias e ritos secretos, msticos e espirituais. O principal ter equilbrio e evitar o fanatismo; o maom um Inicia-do permanente; mesmo que se afaste de sua Loja, a Iniciao no so-frer abalo; como o sacerdcio, in aeternum. A Maonaria sempre adotou a Iniciao como meio de selecionar seus filiados. Liberdade, Igualdade e Fraternidade Apesar de inserido no lema da Maonaria, o mundo ainda no conseguiu definir a igualdade e a liberdade, e muito menos a Fraternidade. Igualdade - Nossa Constituio afirma que todos so iguais perante a lei; contudo, um menos favorecido da sorte no encontra vaga nos colgios para seus filhos em idade escolar; um pobre enfermo bate s portas dos hospitais em vo; no h oportunidade para o trabalho; o lazer e a diverso no so distribudos eqitativamente; o que benes-se no dado aos pobres. Um pobre que apenas consegue subsistir porque ganha somente para a escassa alimentao, no pode fazer par-te do maravilhoso preceito constitucional de igualdade. Uma igualdade injusta no igualdade. Um maom deve cultivar a igualdade como se fosse uma virtude! As diferenas sociais ferem e aviltam; a operosidade manica detm-se, tambm, nesse campo. Liberdade - Nada h mais perigoso que esse conjunto de nove letras, porque freqentemente, em nome da liberdade, cometem-se os mais hediondos crimes. A liberdade exige um conjunto de aes comple-mentares; uma falsa liberdade oprime e desajusta, desequilibra e desi-lude. Fraternidade uma associao fraterna usada para demonstrar que todos os homens podem conviver como se fossem Irmos da mesma carne. Maonicamente interpretando, a Fraternidade apresenta-se de vrios modos: a Fraternidade de uma Loja; a Fraternidade em uma Ordem; a Fraternidade Universal, tambm designada de "Fraternidade Branca". O candidato que passa pela Iniciao manica ingressa aps a sua aclamao em Loja, na Fraternidade manica, nos seus vrios aspec-tos e de modo permanente. A Fraternidade implica obrigaes e direitos; a parte tica e de com-portamento muito importante. So admitidas pequenas rusgas, como sucede dentro de uma famlia, mas com a obrigao de serem passagei-ras. O maom tem o dever de tolerar esses incidentes e perdoar se eles tiverem sido mais intensos. Concluindo, de tudo o que expusermos acima, temos a dizer que a Maonaria no tem objetivo nem a pretenso de convencer algum a alguma coisa, pois sabemos todos ns que ningum convence ningum a nada, cada um que se convence por si s.. Tudo o que contraria o bom senso e a lgica ou que seja contrrio prtica do bem no Maonaria.

    CONDIES PARA SER MAOM!

    Valdemar Sanso M.M.

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    Brevemente estarei lanando o livro Arcanos da Eternidade j em fase final de edio! Trata-se de uma obra de forte cunho esotrico e mstico sobre a vida do elevado esprito que habitou neste planeta sob o

    nome de Joshua (Jesus). A estria relatada por ngelo, um personagem que pertence a uma antiga Ordem esotrica e

    inicitica. ngelo encontra Jo-s, de forma inusitada, em uma

    praa pblica; ambos se reco-nhecem membros daquela frater-nidade e combinam encontrar-se semanalmente e, paulatinamente, vo registrando os captulos desta

    surpreendente estria. A narrativa mostra a vida de Joshua desde sua infncia, sem-pre junto a Yosef, seu fiel amigo! Ambos viajam pela ndia, Nepal, Tibete, Prsia e Palestina, pregando a maravilhosa doutrina do amor, do perdo, da justia e da paz! Imperdvel!

    AGUARDE

    Editora

    Alguns trechos de Arcanos da Eternidade

    ... ngelo explicou: Nossa Irmandade, segundo os alfarrbios que fazem parte de seu acervo, teve seu inicio no Antigo Egito na poca do fara Tutms II. Como quase todas as ordens surgidas fazia parte das antigas Escolas de Mistrios que foram criadas com o objetivo de transmitir, oralmente, os segredos que com-punham a tradio esotrica dos hierofantes! Isso se contar-mos a partir da histria conhecida, pois, na verdade, ela re-monta a tempos bem anteriores, dos quais no existem regis-tros firmados! Seus membros dedicam-se busca permanente da paz, da justia, do amor e do bem estar de toda a humani-dade, objetivo que, perpetuando-se at os dias atuais, nos en-che da vontade de sermos teis aos nossos semelhantes! Com o passar do tempo, houve ramificaes e dissidncias que to-maram diversas denominaes, mas o objetivo principal per-manece intacto e acima de todas as expectativas humanas! ...

    E ainda: ... Joshua dirigiu-se a Mirian, dizendo: Eles no sabem que os grandes milagres esto dentro deles mesmos! Tomaram a gua pura da fonte, mas juram que era o melhor vinho! A transmutao se deu no ntimo de cada um e, com gua ou com vinho, todos se encheram da graa de Deus! Precisam de um guia que lhes mostre o caminho a ser percorri-do! Minha misso ser esse guia! ...

    Mais adiante: ... Que fazias ali, Joshua e com quem falavas? Conversava com Meu Pai, respondeu o jovem! Mas teu pai no morreu? redarguiu o garoto. Meu Pai, Yosef, a prpria vida! disse Joshua sorrindo! Ele habita os cus, que todo o Universo! Ele o Criador de tudo e tudo s existe por Seu grande Amor! Quando fecho os olhos, meu esprito sobe at Ele e a consigo entender o porqu das coisas e sinto um pouco de Seu grande Amor den-tro de mim tambm! Ele o meu Pai querido... e o teu tam-bm, Yosef!...

    Outro trecho: ... Eu escutava ao longe rudos que no conseguia identifi-car! Correntes se arrastando... estrondos... vozes... sinos... tro-ves... gemidos... lamentos... de repente uma porta se abriu em um vo daquela gruta onde me pareceu antes existir apenas uma parede de pedra; duas figuras vestidas com longos mantos brancos e um capuz que cobria parte da cabea deixando entre-ver apenas os lbios, entraram e se postaram minha frente. Possuam barbas longas e estavam descalos. Portavam archo-tes, mas estes alumiavam apenas um pequeno circulo a nossa volta. A luz feriu-me os olhos e no consegui lobrigar mais do que alguns palmos adiante... cada uma das figuras se postou de um lado da minha cadeira! Logo entrou um terceiro trazendo uma folha e um instrumento para a escrita. Colocou-se a minha frente, e falou...

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    EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

    Ain SophAin SophAin SophAin Soph Boletim MensalBoletim MensalBoletim MensalBoletim Mensal

    Publicao sem fins Publicao sem fins Publicao sem fins Publicao sem fins

    lucrativoslucrativoslucrativoslucrativos

    RESPONSVELRESPONSVELRESPONSVELRESPONSVEL

    Fernando GimenoFernando GimenoFernando GimenoFernando Gimeno

    (Fergi Cavalca)(Fergi Cavalca)(Fergi Cavalca)(Fergi Cavalca)

    E-mail [email protected]

    Telefones

    71 3625-2645 71 9168-2485

    A Arte de Desaprender (Humberto Rodhen)

    Muita coisa aprendi, No decurso da minha

    vida Mas s no fim da vida

    Aprendi a arte dificlima De desaprender...

    Desaprender os erros sem conta

    Que os sentidos percebem Na sua erudita ignorn-

    cia... Aprendera ele que os

    fatos externos So a prpria Realida-

    de. Aprendera que este mun-

    do Que os sentidos percebem

    E o intelecto concebe, So a rivalssima E nica realidade!

    Um assunto que vem ocupando a mdia, inclu-sive como tema de filmes e novelas, a terapia de vidas passadas ou TVP tam-bm conhecida como regresso de memria. A TVP um procedimento teraputico que se utiliza de um fenmeno parapsicolgico que exibe as vivncias retrocognitivas com finali-dades teraputicas e evolutivas. O processo acontece por induo do paciente a um estado de conscincia profundo que lhe permite recordar ou reviver passagens de suas vidas passadas; a partir da, ele ter a o-portunidade de se utilizar de tais experincias em favor de uma superao, resoluo ou me-lhoria de seus problemas, tais como, depresso medos inexplicveis ou sndromes de carter psquico, bem como, outras dificuldades do mesmo teor. A TVP pode ser realizada com a ajuda da hip-nose, mas a maioria dos experimentadores pre-fere no se utilizar dessa tcnica. A psicotera-pia reencarnacionista, por exemplo, prefere induzir a um relaxamento profundo atravs de vocalizao monotnica, mas sem atingir o transe hipntico, apesar de que, essa tcnica uma das ferramentas utilizadas em hipnotismo. Para obter sucesso com a TVP, torna-se neces-srio que, tanto o paciente como o agente, este-jam imbudos da sobrevivncia da alma e que esta pr-existe ao corpo e essa existncia pode se refletir e afetar a vida atual. A teoria de base no qual se assenta a TVP ancorada na "hiptese do corpo objetivo", onde a conscincia se manifesta atravs de mltiplos veculos, sendo que o corpo fsico somente um deles e que outros provm de fatos anterio-res ao nascimento do indivduo. Na verdade admite-se que um corpo astral ou perisprito forme um conjunto dual com o ser humano. Este segundo corpo vem sendo estudado h muito tempo, tanto por cientistas pesquisado-res, quanto por msticos, filsofos e buscadores que trilham as sendas esotricas. Independente da realidade ou no dessas me-mrias e do embasamento cientfico, ou no, de tantas tcnicas, a verdade que a TVP tem obtido resultados extremamente favorveis e, atualmente, j faz parte dos processos terapu-

    ticos como uma poderosa ferramenta de diag-nstico para vrios desarranjos psquicos. Inmeros profissionais da medicina, tanto em pases como EUA, Inglaterra ou outros da co-munidade europia como, tambm, no Brasil e pases em desenvolvimento, psiclogos, psi-quiatras, psicoterapeutas ou parapsiclogos, esto a cada dia, engrossando as fileiras dos que se utilizam com sucesso desse mtodo auxiliar, que tanta eficcia j demonstra em tratamentos do comportamento psicolgico humano. Ao mesmo tempo, lderes religiosos de doutri-nas espiritualistas e esotricas, tambm se ar-voram em defensores ferrenhos da TVP, expli-cando, luz de suas religies, o fenmeno que demonstra a grande possibilidade de compro-vao do dogma da reencarnao. Sobre isso, diz o Livro dos Espritos, de autoria de Allan Kardec, um dos pilares da codificao esprita, que: Ao entrar na vida corporal, o Esprito perde, momentaneamente, a lembran-a de suas existncias anteriores, como se um vu as ocultasse; entretanto, s vezes, tem uma vaga conscincia disso e elas podem at mes-mo lhe ser reveladas em algumas circunstn-cias. Mas apenas pela vontade dos Espritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo til e nunca para satisfazer uma curiosidade v. Isso nos recorda que a lembrana dos fatos, no apenas de outras vidas, mas mesmo de nossa infncia, no coisa fcil ou corriqueira; s vezes esprememos o crnio em busca de recordaes e estas teimam, quase sempre em no contemplar-nos, deixando-nos frustrados. Na verdade, o sentido de reencarnao explica, sem sombra de dvidas, algumas das questes mais cruciais que costumamos formular; dizia Jesus a Nicodemos, em Joo 3: O vento so-pra, mas no sabeis donde ele vem... Atravs da reencarnao as qualidades inatas de alguns meninos-prodgios que nos surpre-endem com dons inexplicveis, como por e-xemplo, msica, pintura, facilidade em clcu-los, etc, ficam mais fceis de serem entendidas. De qualquer forma, o objetivo de Ain Soph trazer baila um assunto que suscita a necessi-dade de busca e ampliao de conhecimentos; instruir-se meta do verdadeiro ocultista; este sempre adentra a senda, sem qualquer precon-ceito, procura de explicaes convincentes que induzam sabedoria. Para terminarmos nosso pequeno artigo, volta-mos como sempre o fazemos, a recordar o princpio hermtico da correspondncia: ... o que est embaixo como o que est em cima e, o que est em cima como o que est embaixo, para que se cumpram os milagres da unida-de...

    Fergi Cavalca