Upload
vantruc
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE TUIUTJ DO PARANA
Maria Cristina Resquetti Pereira
A INCLUsAo DA CRIAN(:A COM DEFICIENCIA MENTAL NA
EDUCA(:AoINFANTIL
Maria Cristina Resquctti P~reira
A INCLUSAO DA CRIAN<;:ACOM DEFICIENCIA MENTAL NA
EDUCA<;:Ao INFANTIL
TrabJ.lho de Concludo de CU~ :lpn.~entado 30curs() de Pe-.cingogia cia F:tculd!lde de Cii!nci:uHumanas Let1.ls e Artr:s d:l Uni\'e~i(bdc Tuiutido P:ml.lci. como rcquisito p:ucial p:trJ. obtell~.:iQdo gn'U1 de Licenciado em Pe<bgogin.
Oric,ntadom: Om. MarJi Doi.'.khom Lemke
Curitiba
2005
jp Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRASEARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVAc;:Ao
NOME DO ALUNO: MARIA CRISTINA RESQUETTIPEREIRA
T[TULO: Inclusao da criam;a com deficiencia mental na educar:aoinfantil
TRABALHO DE CONCLusAo DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTENc;:Ao DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGlA, DO CURSO DEPEDAGOGIA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.
MEMBROSDA COMiSsAo AVALIADORA:~j,~L...
PROF(a). MAAJ DOCKHORN LEMKEORIENl'~DOR(A)
(L..cQ. '13~~n c.~?a'i. SUELITEREZINHA CORAIOLA
MEMBRODA BANC~" qr,,7/v
PROF(a)ROSILDA A A BORGE~RREIRAMEMBRODA BANCA
DATA: 08/12/2005
CURITIBA - PARANA2005
SUMARlO
RESUMO
1 fNTRODll(:AO ....... 3
2 FllNDAMENTA(:AO TEOR1CA.. . 5
2.1 HISTORICO DO PROCESSO EDUCACACIONAL DA CRIANCA COM
DEFICfENCIA MENTAL... . 5
2.1.1 IncJusao - Urn Fato Historico .... ....9
2.2CONCElTUACOES E CARACTERisTICAS DA DEFICrENCIA MENTAL 12
2.3 0 QUE E EDUCACAO fNCLUSIVA 14
2.4 A ORGANIZACAO DA fNSTlTUICAO 19
2.5PROFESSORES E ATENDENTES E A FORMACAO
PARA A fNCLUSAO ...
3CONSIDERACOES FINAlS ...
REFERENCIAS ...
...28
. 33
. 36
RESUMO
!' ::' Este tmbalho tem como objetlvo descrever e analisar as condi~()es que a cria1H;acom dcficiencia mental tern para ingressar 11a insrituiy?'io escolar de Educar;30lnfanril. Analisa-se tambem 0 preparo que estas instituiyoes tern para 3tendercrialH;;as com esta deficiencia c os beneficios adquiridos peJa criany3 com ainclusilo. Para iS10discutem-se us concepr;oes de deficiencia mental, relata-se 0papel do professor e os beneficios que a cnanya pede reeeher estanda inclusa noeosino regular. Este trabalho faz tim estudo teorieo baseado no autores comoStainback e Stainback, Fonceca, Kirk e Gallagher, Fonseca. Sasaki, Mazzotta,Vygotsky, entre OlitTOS, tambem baseia-se em dOCllmentos que descrevcm sabre aeducayao inclusiva e leis que regularizam est a educafY''io. 0 assunto e relevante namedida em que possibilita 305 educadores infonna~6es sobre 3 inclusao. urn assuntoainda poiemico e rnuito discutido na area da educayao. Conclui-se que as condiyoesque a criam;:a possui sao favoraveis e que a organizac;:ao escolar adequada,juntarnente com professores e atendentes especializados. e fator irnprescindivel paraa inclusao.
P!liavnu-chove: deficiencia mental; educac;:ao infantil; inclus3.o.
I INTRODUC;:AO
A inclusiio da criany3 com deficiencia mental e urn des assuntos poiemjcos na
educavao de nosso pais, tomando-se lim lema intrigante a todos os profissionais da
educJcao que estiio de maneira direta Oll indireta trl:lbalhando com pessoas que tem
eSla deficiencin.
De lonna natural ou nila, pessoas com deficiencias: visual. auditiva e fisiea
tern obtido sucesso ao in!,'Tessarem na redc de ensino. nao afinnando com isso que seu
processo de inclusao tenha sido nmis ou menos sofrido. H. as pessoas com deficiencin.
mental tem tido rnuita dificuldade a esta inclusao escolar. talvez pel a falta de
infonnayao e de preparo dos profissionais de educ39ao infantil que acham que as
criancas com deficiencia mental sao incapazes de qualquer ripo de aprendizagern ou
ainda pela falta de estrutura da escola.
Na Educary80 Infantil estao inseridas crinnryas de zero a seis aDOS, ou seja, a
fase inicial da crianry3, onde este aluno cornec;a a descobrir 0 mundo em que vive, e
constr6i valores atraves destes descobrimentos. Por este motivo, 0 problema a ser
investigado e: Quais as condiryoes que as crianryas com deficiencia mental possuem
para ingressar na EducaCHo lnrantil equal 0 preparo Aue os professores e atendemtes
tern pam atender essas crianC3s?
Este trabaiho tem como objetivo descrever e anaiisar as condi~oes que a crian~a com
deficienci., mental tern para in£res~r na instituir;ao escoi3r de Educnr;3:o fnfantil. Para isto
diseutem-se as concepr;oes de ddiciencia mental, 0 objetivo da inciusiio. relat3.-sc 0 papel do
professor e lambem apresentam-se os beneficios que it crianca pade reeeber estanda inclusa
na Instituir;50 de EduCOlyaO lnfantil.
A historia da educac;ao especiill no Brnsil passol! por varias mud3n~as. assim 0 item
2.1 conta-se um poueo dcsta hist6ria enfatizando mais na are:! da deficieneia mental.
justameme para eompreender melhor 0 porque hoje :s,e pensa em inc!usao na educilc;lio
infantil.
o item 2.2 descrevem-se as caracteristicas e os conceitos dados a criany3 com
deficiencia mental.
No itens seguintes descreve-se sobre a instiulic;ao de Educa<;:aoInfanril com
rela<;:3.oa sua organiz3c;ao, os beneficios da inclusao e a fonnac;ao dos professores e
atendentes.
2 FUNDAMENT A<;:AO TEORICA
2.1 HISTORICO DO PROCESSO EDUCACACIONAL DA CRIAN<;:A COMDEFlCIENCIA MENTAL
Este item {ern como objetivo relatar sabre 0 ltist6rico da educa~ao da criany3
com deficiencia mental. Toma-se como base a exposiyno de 1vfazzotta (1996)
con forme segue.
A edUC:.Ic;ROda crianyn com deficiencia mental e uma atirude muito recente em
nossa sociedade. comcyando em meados deste secu10. 0 direito de a c,riany8 ler urn
acomptlnhamento pedag6gico dentro de instituiyoes proprias manifestou-se atraves de
rncdidas isoladas, de individuos ou gropos, que lutararn para a conquista e 0
reconhecimento de alguns direito dos portadores de de,ficiencia.
Ate 0 secul0 XV Ill, naD havia base cientificn para 0 desenvolvimento das
criany3s portadoras de algumll deficiencia, esta sempre era ligada no misticismo e
ocultisrno. A propria religiao nao con seguin explicar 0 fato de uma pesson nascer
deficiente. par considerar 0 homem a imagem e a semelhanc;a de Deus, um ser
perfeito. as portadores de deficiencia por cste motivo cram pastas it margem da
condic;ao humana e as diferem;as nao cram compreelldidas au avaliadas.
A pessoa com deficiencia era sempre vista como urn incapacitado, deficiente,
invliiido, urn ser imutilvel, que nno "evoluia", com isso a sociedade era ornissa em
relac;3.oit organizaC;3o de 'servic;os'para atender as necessidades individuais especificas
dest. popula,no.
Na Europa houve os primeiros movimemos pelo atendimento aos deficientes,
com a manifesra9ao de lideres da sociedade, que viviam para sensibilizar, impulsionar,
propor, organizar rnedidas para 0 atendimento as pessoas portadoras de deficiencia e
abriram espacos em v3.rias areas da vida social para a construcao de conhecimento e de
melhorias de vida para estas pessoas. Estas medidas educacionais se expandiram
primeiramente nos Estados Unidos e Canada e, postenormente, em outros paises,
inclusive no Brasil.
No final do seculo XIX, diversas express6es eram utilizadas para referir-se ao
atendimento educacional aos portadores de deficiencia como: Pedagogia de Anormais,
Pedagogia Teratol6gica, Pedagogia Curativa ou Terapeutica, Pedagogia da
Assistencia.
o atendimento as criancas corn deficiencia mental teve inicio no come90 do
seculo XIX. 0 medico Jean Marc Itard (1774-1838), mostrou a educ_bilid.de de urn
"Idiota" (nome dado aos deficientes mentais nessa epoca) com 0 denominado
"selvagem de Aveyron". Itard trabalhou durante cinco anos com Vitor, uma crianca de
doze anos, c.ptur.do na Florest_ de Aveyron, no sui d_ Fran,., por volt. de 1800. Em
1801, publicou 0 seu livro em Paris, De J' Education d'un Homme Sauvage no qual
registrou suas tentativas. Este livro e tide como 0 primeiro manual de educacao de
deficientes mentais.
Em 1846, em Paris Edward Seguin (1812-1880), aJuno de Itard, editou seu
livro Trailement Moral, Hygiene et educationdes 'Idiots sendo recebido com
indiferenca, por seu carMer muito rigido, colerico e poueD benevolente. Em seu
apresentou um programa para escola residencial.
Uma impotiallte educadora que contribuiu para a evolu~ao da educayl10
especial foi Maria Montessori (1870-1956), medica Italiana que aprimorou os
processos de Itard e Seguin, desenvolvendo lint programa para crianyas com
deficiencia mental nos intematos de Roma. Montessori enfatizou a "auto educ8yi10"
pelo lISO de materiais didthicos como blocos, encaixes, recortes, objetos coloridos e
letras em relevo.
Ainda na Europa, Alice Descoueudres (1928), medica belga tambern elaborou
wna proposta curricular para os deficientes mentais leves, Descoueudres dizia que as
atividades educativns deveriam ser desenvolvidas. em ambiente natural, mediante 3.
instruyao individual e grupal, focalizando deficiencias senso.riais e cognitivas.
No 3110 de 1848, em Massachusens, foi cri.do 0 primeiro intern.to publico
para deficientes mentais, introduzindo 0 metoda desenvolvido pOTSeguin.
No Brasil, foi criado em 1926 por um casal de professores, Tiago e Johanna
Wurth. em Porto Alegre, no Rio Grande do Sui, 0 Instituto Pestalozzi introduzindo no
Brasil a hjstoria da "ortopedagogia das escolas auxiliares" europeias. Em 1927 esse
instituto foi transferido paraCanoas (RS) como illtcrnato especiaJizado no atendimento
de deficientes mentais.
Est. institui,do foi inspirad. nn concep,iio d. Pedagogia Social do educador
.. sui,o Henrique Pestalozzi. 0 Instituto Pest.lozzi do Rio Grande do SuI foi precUrsor
de um movimento que, com divergencias e varinyoes, se expandiu pelo Brosil e pela
America do SuI. Em f\jfinas Gerais. 0 Instituto Pestalozzi. foi criado ern Belo
Horizonte, par Decrero de 5 de abril de 1935, pelo Secretirio d. Educa9ilo Dr.
Nomldino de Lima, grayas ao trabalho incessante e irrelevante da Professora Helena
Antipoff.
Logo depois, em 1948. foi fundada no estndo do Rio de Janeiro, a Sociedade
Peslalozzi do Brasil assent.,da nns bases psico-pedag6gicas proposlns pela professora
Helena Antipoff. Em 15 de setembro de 1952, 0 Instituto Pestalozzi caracteriza-se
como entidnde parricular sem fins lucrativos de Utilidade Publica Federal, Estadual e
Municipal. Fundada em Sao Paulo, POf um grupo de medicos, educadores. e
psic61ogos, nos moldes ja instal ados.
Por nae haver cwsos especinJizados de formayao de professores no ensino de
deficientes rnentais, a Sociedade Pestalozzi organizou seu primeiro Curso Intensivo de
Especializa~ao de Professores. que att 1959. foi anualmente realizado.
Em II de dezembro de 1954, foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, a
primcira Associa~ao de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAE. Dentre seus
fundadores eSlao, ErcUia Braga CarvaUlO. Acyr Guimalhaes Fonseca., Henry Hoyer,
Annando Lameirn Filho, Jurncy Lameira e AJda Neves dOl Rocha Main, juntamente
com OutTOS pais interessados. Este grupo teve apoio e orienta~ao do casal norte-
americana Beatrice e George Bemis, membros do "National for Retarded Children-
NARC" fundada em 1950 nos Est.dos Unidos.
Com a ajuda de vanos governantes a AP AE foi fundada em varios lugares
como: Volta Redondo (1956), Silo Louren90, Goiiinia, Niter6i, Jundiai, Joao Pessoa e
Caxias do SuI (1957), Natal (1959), Muriae (1960), Sao Paulo (1961). Em 1996 a
AP AE possuia mais de mil entidades associadas.
No pr6ximo item descreve-se sabre a inciusao. ° fato mais rccente para a
e.duc3yao das criam;:as com deficiencia.
2.1.1 lncillsao - Um Fato Hist6rico
Neste item descreve-se. brevemente, sobre 0 processo itist6rico de inclusllo da
criancn com necessidades educativas especiais no ensino regular. Para tanto, toma-se
como base 0 documento Educacao Inclusiva: direito a diversidade do f!..1inisterioda
Edllcacao (2004), confonne segue.
A Assembleia d.s Nacoc, Unidas, 1948, produziu varios documentos
norteadores, com 0 intuito de uma sociedade mais human a e inclusiv3.
o intenso movimento Tl1undial de defesa dos direitos das minorias, que
carncterizou nn decada de 60, deterrninou novos fumos as relacoes das sociedades com
esses segmentos populacionais. Os profissionais come<;:aram a ter urn preparo melhor,
emboru nao exclusivamente. voltados para pessoas com deficiencia. visando prepanl-
las para a integracao, ou reintegracao na vida da camunidade.
Justamente nessa epoca, ,IDOS 60 e 70, a Declarar;ao Universal dos Direitos
Humanos. elaborada em 1948, roi lim horizonte para buscar lim novo modelo no
trntamento das pessoas com llecessidades educativas especiais, buscando urn contata
maior. e capacitando-as para cOl1vive.rem sociedade.
Nn decada de 80, com avancos nn medicina, 0 desenvolvimento de novos
conhecimentos na area da Educacao e maior facilidade na comunicacao via eletronica,
10
em tempo real, pennitiam a manutenc;ao da vida e 0 maior desen\"oivimento de pessoas
que. em epOCHS ;U1teriores, nilo podiam sobre'~ver.
Na decada de 90. aillda com as propost'as da Declarayil.o dos Direitos
Hum:mos. pode-se t;onstatar que a diversidade enriquece e humaniza a sociedade.
qumldo reconbecida rcspeitada e atendidas "Suns neces~idades.
Em 1990, foi elaharada a DeclaravtIo de Jomtiem, nesta Dec1nrac;:aoos paises
relembrnram que a educavao. e direito de todos.
Em 1994, a Declara<;lio de Salamanca, teve orno objetivo especifieo de
discuss1\o. n 3ten~ao cdllcacional aos alwlOS com necessidades educativas especinis.
Na COllvenc;ao da Guatemala, em 1999. foi reafirmado que as pessoas
portadoras de deficieT1c.~ia5 tem as mesmos direitos humano5 e liberdndes fundamcntais
que Qutras pes sons mio portadorns de deft iencia, e que estes inclusive as de nao ser
submetido it discriminnr;-tlo. cmanam da dignjdade e da igualdade que sao inerentcs a
todo ser humano.
Com isto come(fou a ser delincada a ideia da necessidade. de construl(no de
espayOs sociais inclusivos. ou sejn, espn90S sociais para 3.t.ender ao conjlffito de
caracteristicas e necessidades de t dos os c.~idadaos, inclusive aos portndores de
necessidadcs educ·ativas especiais.
No Brnsii ha leis que tornam obrigat6ria uma escola para todos. A inClllSI\O edecorrenre dessas politic,LS. A seguir mencionam-se os principais documentos legais.
o Est.tuto d. Cri.n~. 0 do Adolescent. (ECA). Lei n·. 8069, promulgada
em 13 de julho de 1990, dispoe em sell artigo 3°~que:
A cri:ml;;.1.C0 adolescc:nte goznm de todos os direitos funci:l.mcnUis inerentes :i(>eSse>.1.hum:m:t. scm prejuizo dOl prot~~o integr:ll de que tr.ttn. etb Lt·i.nucgumnd -!he por lei todas :lS oporrunidade·s c fJ.cilidndes. a tim de Ihes
II
mcull.:u 0 d~envolvimcnto fisico, mental. mor31. cspirinlal c social, emcondilfOC'i de libcrcbdc c dignidadc.
No que se refere a educa~ao, 0 artigo 54 do ECA diz que:
E dever do csudo assegurar.l toeb crjam;:a e adolcsccntc:1.11cntillO funcb.mcnl:lI obrig:tt6rio c gr.uuito. inclusive para as que a cle n3.oliveram accssa na idadc propria:IU atcndimelUo educacional especializado aos ponadorcs de dcficiencia,prcfcrcncialmcntc nJ. fede regular de entino:III atcndimcnto em creches c pre-escolns 35 crianCJ,s de zero a scis :l.IlO! deidadc:IV atcndimento no cnsino fundrunctltnl, atr:l\us de programM suplemenr.o.rcsde material diditico- cscolar, tr.UlSP011C. alimcnI.J93.o c assist~ncia a SJ.udc.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educa~iio Nacional (1996) passou a
responsabilidade aos municipios em oferecer educa<;3o basica a todos aqueles que
nestes residem. Cabe aos rTIlmicipios formalizar a decisao politica e desenvolver
passos necessarios pam impiementar, em sua realidade sociogeognlfica,. a educ3crao
inclusiva, no ambito da Educaltao lnfantil e Fundamental.
o Plano Nacional de Educn~iio (2001) estabelece objetivos e metas para a
educa~iio de pessoas com necessidades educativas especiais, destacando-se: 0
desenvolvimento de program as educacionais em todes os municipios, e em parceria
corn as ~ireas de saude e assistencia social, visando a ampiiacr30 da oferta de
atendimento da educ3~ao uuuntil, os padr~es millimes de in.fra-estrutura das escolas, a
formac;iio inicial e conti.lluada dos professores para atendimento as necessidades dos
alunos, e incentivo it realiz8~ao de estudos e pesquisas nns ctiversas areas rclacionadas
com as necessidades educacionais dos alunos, 0 sistema de informu<r0es sabre a
popula<riioa ser atendidas pela educacrao especial.
As Diretrizes Nncionais para n EduC8fi:io Especial nn Educat;iio BasicR
(2001), tern como objetivo manifestar 0 cornpromisso do pais em atender todos os
12
alunas. em suas condicroes e diversidade, deixa claro que e a escola que deve adaptar-
sc ao aluno e HaD 0 aluna a escola.
As propostas da politica expressarn Tlas Diretrizes traduzem 0 conceito de
escola incJusiva. pois centra seu foca on discussao sabre a func;:ao social da escola e
seu projeto politico pedngogico.
No item a seguir dcscreve·-se sabre as conccituacre5es sabre a deficiencia
mental.
2.2 CONCEITUA<;:6ES E CARACTERiSTICAS DE DEFICIENCIAMENTAL
Neste item, descreve-se sabre a conceitua<;ao de deficiencia mentaL procura-
se diferenciar as deficiencias mental leve. moderada e severa.
Hfr infuneras maneiras de defmir deficiente mental, muitas areas profissionais
vern tentnndo definir partindo de sua propria perspectiva. (KIRK; GALLAGHER,
1996)
Fonseca (1995) declara que a definiy30 mais otintista vern da Associa~ao
Americana de Dcficiencia Mental (AA1'v1D), que diz que a deficiencia mental e a
condicrao na qual 0 cerebra esta impedido de atingir urn dcsenvolvimento adequado
dificultando a aprendizagem no individuo, privando-o de ajustamento social.
Geralmente os termos usados a esta doen9a sao pessimistas, desnecessiuios e criam
faces extremamente negativas.
as individuos deficientes mentais sao c1assificados confonnc os aspectos
relevantes relacionados it interven~ao profissional (psicologica. educacional e social).
13
o ii.mbito educacional s:1o c1assificados como educavel (leve). treinavel (moderada)
grove ou profundo (severa). (COSTA. 1997).
Para Kirk e Gallagher (1996) e necessaria concentrar-se nos term os
cducacionais. conforrne segue:
• Deficicntcs mentuis cdudiveis~ QI 75 a 79 - a crian~a com esre ripo de
deficiencia e incapaz de se beneficiar, suficientementc do programa escolar
regular. mas e considerada capaz de se desenvolver em Ires ltrens: a)-
educabilidade em assuntQS acad~micos em nivel primfuio e avancrado dos
graus elementares; b)- educabilidade em adaptacrao social a.te 0 ponto em
que puder eventualmentc pro!,rredir independentemente na comunidade e c)-
adequac;llo ocupacional a ponto de pader se sustentar parcial au totalmente
quando aduha. Durnntc os primeiros aos de vid~ 0 deficiente mental
educ::ivcl nao e reconhecido como tal. A maior parte do tempo, 0 retardo nilo
e evidente, pois nao se mede a crian'ta por seu conteudo intelectual durante
os 3110S pre-escolares. No inicio: a deLiciente mental educavel pode ser
identificado nn escola. nn epoea em que a capaeidade de aprendizagem
toma-sc uma parte importante das expeetarivas sociais. Em muitos easos,
nao ha condi<;oe5 patol6gicas 6bvias que expJiquern 0 retardo .
• Deficiente mental treinavel: QI 40 a 48. tern dificuJdade em aprender toda
habilidade academica, dificuldade de sustentnr-se quando aduJto e 56 e
eapaz de aprendizagens basic as de sociaiiza'tiIo e ajustamento ao lar. A
ou
clinicos ou por demorar em aprender a ralar c andar.
14
• DeJicientes mentais graves e profundos~ QJ vui de 20 a 25 tern
deficiencias rnultiplas, dificuldades de socialjza~ao, comunic3ryao oral e a
idade memal quando adu1to chegn a 03 anos.
A cnanc;a, com defici€ncia mental pade ser identificnda ntraves de
procedimentos aceitos de mediyao de subnorrnalidade intelectual e adaptayao socinl. 0
teste de Ql ainda continua sendo 0 instTU1llCnto usado cam maior freqiic~ncia para
dctenninar a subnomlalidade intelectuaL 0 nto de eduCa9:l0 para tadas as crianyas
deficientes eX-ig,iu uma avalia9~o abrangcnte que incluisse tanto medidas de
compon.mento ad.plador quanto de inteligencia. (KIRK; GALLAGHER, 1996)
No item a seguir descreve-se sabre 0 conceito sabre inclusao.
2.3 0 QUE E EDUCA<;:AO INCLUSIV A
Em 1948 a Assembleia Geral das Na~oes Unidas, proclamou a Declaro9ao
Universal dos Direitos Humanos oude reconhece que todos os seres humanos nascem
livres e iguais. em dignidade e direitos. Toda pessoa tern 0 direito a edUCRlr30 e de
parlicipar livrcllIente da vida cultural da cOlllunidade. Asseguram de maneira geral as
pessoas com deficicncia os mesmos direitos a liberdade. vida digna. educ3~:lo,
desenvolvimento: pessoal. social e participa(fao da vida da comunidadc. Mesmo assim
por muitos OlIOS estes direitos lIao foram reconhecidos (SEESPIMEC, 2004).
o surgimeuto da filosofia da inclusao iniciou com a DPI - Disabled People's
imemaliol1al (Pessoas Deficientes Internacioual), urna organizacrao nao governamental
15
criada por deficientes, quando em sua Declarm;:iIo de principios. em 1981 defuuu 0
cOllceito de equipar,<;ao de oportunid,des que Sassaki (1997) descreve:
Tmoo.lho, e J. vida culturnl e social. incluidas :lS insrala¢e-s e-sportivas c derocrc:1I;50, si\o fcit05 0 prOCCS50mediante 0 qual as sistcll'kls gcmis ciasociedade, t:lis como 0 meio fisico . .l habiliI3~!O C 0 tr.lJ1sportc, os servil;ossociais e da l~Hjdc, :u oportunidJdcs de cduc:l~jo e acessiveis pl'lr:l todos.Ino inclui a rcmo¢o de lxtrreims que impedem a plcn:!. p.:micipalY:io cbspessoo.s deficicntes em todlls estas areas,. pcnnitindo-lhcs :luim 31can~rUIll •.1. qUJ.lidade de vida iguaJ :'t de outras pesso;u
Desdc entao vanos outros documentos internacionais tern enfatizado este
conceito "dando assim inicio a conscientiza~iio da sociedade sabre 0 Dutro lado da
insen;:iio, 0 Indo da necessidade de modificannos a sociedade para as necessidndes das
pesso,s" (SASSAKI, 1997).
Em 1990. 0 Brasil participou da Conferencia Mundial sobre Educa9ao para
Todos em lomtien, na Tailiindia, como ja foi descrito no capitulo anterior. Onde roi
proclamada a Declara9ao de lomtein. que relembra que «a educa9ao e wn direito
fundamental de todos, muUlcres e homens. de tadas as idades, no mundo inteiro'·. E
declara que e fundamental para a desenvolvimento do homem e das sociedades. Desta
fonna 0 Brasil se comprometeu a erradicar 0 analfabetismo (SEESP/MEC, 2004).
A partir da filosoti. d. "Educ,<;ilo para Todos", surgiu n, educa<;ao mundial, a
politica da educac;iio inclusiva. Desde que foi redigida a Deciarac;3.o de Salamanca em
1994, sob coordena<;ilo da UNESCO e representantes de entidades educacionrus do
mundo todo, as pessoas portadoras de necessidades especiais, tern garantido 0 seu
direito a atendimento educacional em escolas re!:,'Ulares.Estas deverao integra-las numa
pcdagogia ccntralizada nn crian9a. capaz de atender a essas necessidades. A todas as
16
criany3S devcm ser dadns opOitunidades de obter e manter urn mvel aceitivel de
conhecimento. Cada criam;:a tem caracteristicas, interesses. capacidades e necessidades
de aprendizagem que sao proprias. 0 documento "aponta a necessidade dos puises
reverem suas bases metodol6gicas e filos6ficas das politicas educacionais. no senrido
de poderem garantir educa,ao para rodos" (FERNANDES, 1997).
a documento de Salamanca propoe que nas escolas inclusivas todos os alunos
possam aprcnder jWltoS. Scndo este 0 meia eficaz de combate n atitudes
discliminat6rias de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade
integradora e dar educa<;tlo para todos.E que devem SCI criados mecarusmos para que
possam respeitnr as necessidades de descentraiiz3,(ao de servil;os. Com rela~ao a
escola 0 docllmento propoe que os curriculos sejam versateis para se adaptarem as
necessidades da crian~a e nao 0 contnirio.
A Declar.tt;30 de Sal:unanca enfatiza a nccessidade de Org:miZJ.~30 deparcerias entre os diverses Minisrerios (EdllCJ.~ao, Saude, Trabalho, A¢oSocial), he.!U como 3$ alltoridldes ioc",is. regionais c intcmacionai$ para quepossam reunir os rcx::ursos hum:lIlO!.. institucionais logisticos, Ilutcrinis cfinnncl'iros. (FERNANDES, 1997)
o tmbnlho da inclusao escolar tern suas bases em no~oes socio -
constrlltivistas, defende em rel:wao ao ~t1uno com necessidade especial - "0 seu
legitimo direito e it sua necessidade de participar de ser considerado como urn membro
legitimo e ativo no interior da comunidade" (LAURENT apud MARTINS, 200 J).
Portanto justificam-se as classes inclusivas onde as rela~oes sociais sao catalisadoras
da aprendizagem, e 0 alwlO teni wna aprendizagem mais significariva e motivadora.
17
Entcnde-se que lima escola inclusiva e nquela que educa todos sem distin~:1o,
nas classes regulares, opommizando uma educfl9:lo de qualidade. desafiadora, de
fanna coerente com suas condil;oes, a crianr;a portadara de necessidades especiais, que
recebe apaio dos colegas e atendirncnto adequado dos professores, sentir-se-a
elementa de um grupo, convivendo em lun ambienre propicio ao seu desenvolvimento
(FERNANDES, 1997).
A educayao inclusiva procura valonzar a diversidade e busea rever as
catcgorias, 05 rotulas que evidenciam 0 deficit aD inves de valotizar as
potencialidadcs. A regular e especial sao questionadas em suas politicas e organiza9ao
quando se fala na educa,;lo inclusiva (hUb.).
A escola inclusiva baseia-se mais nas possibilidades do educando do que nas
suas iimitac;oes. "6 necessario integrar a aluno numa pedagogia centralizada na
cri:.ll19a.nao apenas no conteudo, com enfase na aprendiL'lgem e nao apenas no ensino,
capaz de atender as necessidades de todo alunado" (PMC/SME, 2000).
Quando ocorre 8 diversidade em classe, sao necessanas novas estTategias,
estas levam a eferiva participn9ao dos alunos produzindo wna maior aprendizagem,
ocolTcndo uma tTallsfonna9uo positiva nos mesmos, uma mudauC;3 na postura frente it
problematica da pessoa portadora de necessidades especiais (PMC/SME, 2000).
Quando assinou a Oeclarayao de Salamanca, 0 Brasil comprometeu-se em
transfommr as sistemas de educa9ao em sistemas educacionais inclusivos tendo como
fnetn 0 ana de 2015 para esta transfonna9ao estar completada. Para isto sao necess3.rias
mudanCfas no sistema educativo como: Acessibilidade fisica garantida com estrutura
arquitet6nica, mobiliano, mecanismos que tornem ncessivel it comunicac;.ao (Libras.
18
Smile. comllnica~ao altemariva): Reduy110 do numero de alunas por c.lasse
(PM CIS ME, 2000).
Alcm dos aspectos fisicos e metodos para a comunjca~ao, a. proposta
curricular, devera ser refcita, com a participa~Ho de rodos os segmcntos escoiares,
ailmos, professores. pais. profissionais espccialistas nas deficiencias apresentadas.
equipe pedag6gica e administrativa, objetivando urn trabalho de qualidade com a nova
clientela (PMC/SME, 2000).
Nesta perspecriva sao primordiais a formac;ao de equipe de suporte suficiente
para todas as escoias, com professores em numero sllficiente para a demanda.
professores especiaiizados para dar atendimcnto aos alunos e dar suporte aos
professores, devendo haver um trabalho cooperarivo~ Fonnacrao continuada dos
professores: Sao necessarios planejamentos estrategicos para esta mudanya. criterios
pam organizar as salas de aula inclusivns, observando a realidade social e :1 qualidade
desse atendimento; "0 processo de avaliayao deve ser constante, continuo e dinwnico
e ter por objetivo auxiliar 0 processo ensino-aprendizagem em conjunto com aluTlos,
pais, professores e especialist.s da escola" (SEESP/MEC, 2004).
A inclusao escolar enfrenta inumems barreiras. rvfecanlsmos segregacionistas
ainda presentes nas pnlticas sociais e preconceito - resultado do desconhecimento -
que sao ainda socialmente transmitidas sao dificeis de se.rem modificadas. "As
barreiras, porc-m, somente senl0 vencidas com persistencia e participayao de teda a
sociedade na tarefa de realizar a inclusao destes individuos" (MARTINS, 200\).
Incluir uma criJ.n~ rut acola regular n50 significa, apcn:u, matricul:i-Ia cCOioc;J.f mnis um:t cartcim na SJla de aula comum. Tudo dcvc ser analisado.desde as dificuldadcs dcste a.luno, a ncceuida.dc de apoio dJ. cscola. especialau apoio tcnpC-utico (SCHWARTZMAN, 1998).
19
o que vem ocorrenda nas escolas regulares silo processos de integra~ao dos
aiuT10s com necessidades educacionais especiais. Estn intq,'Tay3o se traduz por uma
estrutUf3 escolar que favorece um ambiente de COTlVivlO. 0 menos restrito passivel,
pennitindo um processo dinamico de participa<;~o, mas que ninda se prende ao
conrelldo, no ensine, fazendo adapta<;ao do mesma curricula. ainda se prendendo a
limita~ao. diferente de tudo que foi relatado sobre a inelusao (SCHWARTZMAN.
1998).
2.4 ORGANIZA<;AO DA INSTITUl<;Ao
Este item desereve sobre a lnstitui,ao de Eduea,ao Infantil. com rela,ao a sua
organiza<;ii.oe sabre os beneficios da inclusao.
A Educar;ao lnfantil e dividida em duas etapas. As que atendem crian<;as de
zero a tres all05 sao charnadas creche, e as que ntendem crianr;as de quatro a seis anos
sao ehamadas de pre-eseolas. (RCN.1998)
A inclusiio da crinn<;a com deficiencia mental segundo 0 Documento
elaborado pelo Ministerio Publico Federal, 0 Acesso de Alunos com Deficiencia e
Classes Comuns (2004), pareee ser 0 maior problema da inclusao. pois a cnan93 com
esta deficiencia for9a a escola a reconJH~cer 3 inadequa<;iio de suas pniticas para
atender a diferen9a dos educandos.
A escola e um dos principais espn90s de convivencia social do ser humano,
durante a primeirn fase de seu desenvolvimento, tendo como papel primordial a
desenvolvimento e a consciencia de cidadania e de seus direitos, ja que e nela que as
20
crium;:as e adolescentes comec;am a conviver num coletivo diversificado fora do
COntexlO familiar. (EDUCA(AO INCLUSlVA, 2004)
Com relal;ao as instihlil;:oes de.. Educa93.0 Infantil. que atendem cnan<;:Bs de
zero a seis allas, estas tem como objetivos, segundo 0 Referencial Curricular Nacional
da Educa<;:lo Infantil (1998):
Desenvolver a imagem positiva de si, atuanda de forma cada vez mais
independente, com confian~a em suas capacidndes e percep90es de suns
limita<;aes;
Descobrir e conhecer progressivnmente seu proprio corpo. suas
potencialidades e sues iimites. desenvolvendo e vruorizando habitos de
cui dado com a pr6pria saude e bem-estnr:
estabelecer vinculos afetivos e de troca com 0 adulto e crianc;as,
fortalecendo sua auto-estima e ampliando gmdativamente suas
possibilidades de cotnWlica<;:aoe intera<;:aosocial;
estabelecer e ampiiar cada vez mais as reia<;:oes sociais, aprendendo nos
poueos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais.
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e
colabora,~o;
observnr e explorar 0 ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-sc
cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do
meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua
conserva<;:ilo;
brincar exprcssnndo
11
necessidades:
urilizar diferentes Iinguagcns (c.orpoml, musical, piasticn, ornl e escrita
.\just3das as diferemes inten90es e situnr;oes de C .Ulunicayi'io. de fanna a
compreender e scr compreendido, expressar suns ide-ias, sen6mentos
necessidades e desejos e avan~nr no seu processo de constru<;do de
signifi ados, enriquecimento eada vez mais sua capacidade expressivn:
conhecer algumas lllRnifesta ~es culturai, demonstmlldo atitude de
interesse. respe-ito e participar;ao frente a elas e valoriznndo a diversidade;
Num<l proposta inclusivn de educavao infanriL 0 documento 'Saberes e
Pnlticas de Lnclusao (2004 descreve que 0 curricula e as Qbjetivos gerais 530 os
ll'leSI11QS para aitmos com deticiencia mental. nao reqllerendo urn curriculo especial,
mnis sim ajustes e modificayoes, envoI vendo alguns objetivos espccificQs,
pror.edimentos didutic,QS e metodol· gicos que propicit"1ll 0 avnn~o no progresso de
aprendizagem desses alwlOs.
Para receber 0 aluno com deficiencia mental, as instituiyoes devem fazer
algumas adequayt>es como. por C'xemplo, nn questno dos. mobiliari s e de U111 curricula
adaptado. Mas eslas adapta~5es irao depender de decisao polirica da gestao escolar e
instilncias politica e administrativa superiores. (EDUCA<;:Ao lNCLUSN A. 2004 .
o Projetd Politic·o Peda ogleo. s.egundo 0 dOCllmento SabeTt:s e Pntticas da
(nclusao 2004), deve constituir em um grande desafio pam 0 sistema e.ducativo como
lun todo, deve pensar n. aprendizagem nat) ape-nas na dimensilo individual. mas de
22
(anna coletiva. As creTH;as,as inttT1yOes.as atitudes eticas, as desejos. as necessidades
e as prioridades dos alunos com necessidades educacionais especiais dever.:l0 ser
discutidos peln cOTntmidnde escolar e inscritos no projeto politico pedagogico da
escola.
o projeto pedag6gico deve ter ac;oes integradas de atenc;ao, cui dado e
educacao, cabendo a instituiC30 educacional tomar inicintiva e reunir as 3Ci5es
intersetoriais de saude e seguridade social que atendam as necessidades de
desenvolvimenro e aprendizagem un primeira inf'nncia. E fundamental compreender
que a fonnuhH;;1o do projeto pedagogico deve enfatizar a fonlla~ao humann, 0 respeito
mlltuo, as competencias e a promocao da aprendizagem~ contemplWldo as
necessidades educacionais especificas de todos os educandos. A organizar;ao do
espaco, a selecao de materiais, sao condir;oes essenciais e prioritirias na educacao e no
processo de inclusao.
o documento 'Saberes e Pmtica da Inclus30 (2004)' tambem estabelece
outras providencias e medidas indispensaveis para a inclus:lo cscolar as quais s;1o:
• Adapta«;6es de objetivos e contelidos: algumas crianr;as poderao necessitar
da priorizacao de determinados aspectos de Bprendizagem, por exemplo:
jOg05 corporais para 0 dominic do movimento, atividade de comunica9ao e
expressao, brincar mms espontaneamente ou em grupO. ouvir, contar mais
hist6rias e teatro. Ha crianr;as que podem necessitar mais enfase no processo
de interar;fio e comunica~ao. na observayffo do meio. na concretiza~ao e na
fonnac;1o de conceitos. H:i objetivos e contetidos que devem ser
flexibilizados. em detemlinados casos podem ser eliminados Oll tornados
23
secundarios, tendo em vista a retirada dos obstaculos para 0 avanc;o no
processo de aprendizagem dos alunos .
• Modificar a temporaIidade~ cada crianc;a tern um detennjnado tempo, as
crianc;as com deficiencia mental poderno necessitar de mais tempo que as
outras para atingir determinados objetivos ou realizar certas atividades.
Trnta-se muitas vezes de dar mais tempo e respeitar 0 ritmo de cada aluno
em vez de retirar objetivos e conteudos. objetivando resultados imediatos .
• Adnptac;oes nos procedimentos didaticos e 0::1 aprendizngem: tratn-se de
ajustes, enriquecimentos ou modifica90es introduzidas nos procedimentos
metodol6gicos e did3ticos adotados peln escola para 0 desenvolvimento
eosino e apreodizagem. Diz respeito :i concrelizac;ao das atividades mais
complexas por meio da acao, de jogos de recurso de apoio visual, auditivo,
gestual grcifico e materinis marupulativos. Tambem se faz necess:irio
se!ecionar as atividades diminuindo 0 b'Tau de dificuldade ou nive! de
abstracao, e partir do conhecimento e sib'11ificadoja adquiridos pelo alwlO.
Ofcrecer apoio ou ajuda para a realizac;ao de atividades nas quais os alunos
mostrem mrus dificuldadc.
• Adaptnc;fies avalintivns~ prop(')e a avaliaC;8o pedag6gica fonnativa,
processual e continua para os alwlOs, 0 que pennite 0 professor, atraves de
observa90es, avaliar e registrar as competencins e habilidades do aluno e
as dificuldades encontrndas no processo de aprendizagem e c.onstnH;iio do
conhecimento.
24
A escola para tedos reconhece e valonza as diferclH;.as. a cidadania global.
plena e livre de preconceilos, a diversidade do processo de construltiio coletivil e
individual do conhecimento; 11<10 tern val ores e medidas pre-determinantes de
dcsempenho escoiar, preve a aboli~:1o dos servi90s se6rregadon::s e do mito da
ncccssidade do atendimento clinico a rodos (URBANEK, 2005).
Para que a inclusao realmente pass a acontecer, e preciso envolver tada a
comunidade escolar, de fonna que 0 trabalba desenvolvido tcoha sustentac;!o. (ReN,
\998) Todas as crianeRs, nae importa a sua deficiencia. tern as mesmas necessidades
basicas de afeto, cuidado e protccao, e os mesmos desejo5 e sentimentos das Outr3S
criancas. As criancas com deficiencia mental tern a possibilidade de conviver,
interagir, trocar, aprender, brincar e serem felizes (SABERES E PM TIC A DA
INCLUSAO, 2004).
Quando uma erian~a nnsee com uma deficiencin eome<;:apara ela e sua familia
uma longa hist6ria de dificuldades. Nllo e apenas a deficiencia que tom a difieil a sua
existeneia, mas a atitude das pessoas e da sociedade diante de sua condi<;:i1o.Ser
portadora de deficiencia nunen foi fneil, nem "aceitavel", com base nos padroes de
nonnalidade estabelecidos pelo contexte socio-cultural. Outrom, os portadores de
deficieneia cram vistos de fom13s antag6nicas: sacrificados, como urn mal 3. ser
evitado; privilegiados como detentores de poderes; perseguidos e evitados; protegidos
e isolados, como insanos e indefesos (SEESPllv!EC, 2004).
Aos poucos, estamos evoluindo. A deficiencia come<;:na perder a sua natureza
maniqueista e ser entendida como uma condi9ao humana. Ultimamente, os mitos
comc9run a ser derrubados. Os portadores de deficiencia come<;:ama ncreditar mais em
25
si mesmos e a lutar em causa propria. Do respeito as diferen93s, passou-se ao direito
de te-Ias (/(/.ib).
II 0 modelo da inclusao cOTlvida as professores a terem urn oUlar para cada
alLlno, para poderclll conceder din:itos iguais a todos, como nos lembrn Stainback e
Stainback (1999)
Se realmente desejamos uma sociedade justa e igualitaria, em quetodas as pessoas lenham valor igual e direitos iguais, precisamosrea.valiar a maneira como operamos em nossas escoias, paraproporcionar nos ::llunos com deficiencias as opor1unidades e ashabilidades para participar da nova sociedade que esta surgindo
Segundo 0 Referencial Curricular Nacional da Educa9ilo Infantil (1998), as
crialH;~ascom necessidades educahvas especiais, sao beneficiadas com 0 convivio das
Dutras criaI19as. po is favorece 0 desenvolvimento e a aprendizagem, pennitindo a
fonnac;ao de vineulos estirnuladores, 0 eonfronto com a diferenc;a e 0 trabalho com a
propria dificuldade.
A crim19a com dcficiencia mental, segundo 0 docurnento Saberes e Praticas da
Inc1usao (2004) tern oscilac;6es e ritmos diferentes no processo de desenvolvimento e
de construc;:10 de conhecimento. Quando estas cnnn<;:as fiearn inseridas apenas na
escob especial, muitas vezcs centrnm-se nas limit3yoes, nos c/ejicits, nas
impossibilidades~ e nao aproveitam as poteneialidades e os reeursos de que estes
alunos dispoem para que suas possIbilidades inteleetuais e de adapta<;:aoao meio sejam
aurnentadas.
o doeumento 0 Acesso de Alunos com Deficiencia its Eseolas e Classes
Comuns da Rede Regular (2004), declara que todos os a1unos deveriarn ser avaliados
por seus progressos nas diferentes areas do conhecimento e a partir de seus talentos
26
potencinlidades, hnbilidades namrais e a consrru~:1o de todo ripo de conhecimento
escolar.
Vygots"--y (1998) em seus estudos com crianC;:3s com deficiencia mental
procurou compreender e defmir a deficienci~ discutindo aspectos s6cio-culturais e
emocionais. SegUJldo Vygotsky as crian93s deficientes memais n:10 sao muito capazes
de ter pensamentos abstratos e por este motivo as escolas especiais chegaram a
conciusao, aparclltemente correta, de que todo ensino dessas crianc;:as deveria basear-se
apenas no concreto. Com ista, as criam;:as com deficiencia mental nao podiam superar
suas deficiencias inntns acostumado-as ao pensamento concreto e suprindo os
pensamentos abstmtos que e1as poderirun ter.
A solicitac;:ila do meio e TImdamental, pais meSlllO apresentando um quadro de
deficiencia mental todos os individuos podem progredir cognirivamente. A educa9ilo
deve invesrir no desenvolvimento de todas as potencialjdndes. preparando para
enfrelltar 0 mundo que 0 cerca. (VYGOTSKY, 1998)
Urbanek (2005) comenta que, ncompallhamentos com alunos com
necessidades educacionais inclusos no ensino regular. mostraram que estes se
tomamm mais autonomos em suas tTansa.yoes sociais, perceberam que suas
dificuldades mlo os impossibilitam, melhornrnm sua auto-esrima e por conseqiiencia
tomaram-se mais produtivos, tem lUna crescente rcsponsabilidade e awnento na
aprendizagem, scm contnr as rela90es de amizades entre os alWlOS.Alunos estes que
futuramente poder30 trabalhar em prol do melboramento da vida das erianl'as com
necessidades especiais, como par exemplo. n3 area da medicina, educ39iiO, engenharia,
etc.
27
A educa~iIo inclusiva tern sido conceituada com UIll processo de educar juntas,
incondicionalmente. nas classes do ensino comum, ailmos portadores ou nao de
deficiencias, mas que apresentem necessidades educacionais especiais. A inclus~o
beneficia a lodos, deficientes ou nao que podem desenvolver sadios sentimentos de
respeilO a diferen,a, de coopern<;~o e de solidariedade (SA BERES E PRATICA DA
INCLUSAO,2004).
A decada de 90 foi rica no estabelecimento de metas sociais para a Educa9ao,
tTazendo a cena os excluidos. as menos favorecidos, os portadores de ddiciencias, os
analfabetos, os evadidos e tantos outros que. por alguma razao, nao mais freqiientavam
a escola au nunc. tinham tido acessa a ela (Idib)
Com a realizn~ao da Conferencia MWldial sobre Necessidades Educativas
Especiais: Acessa e QuaIid.de. realizada em 1994, na Espanhn, nasce a Declara,iia de
Salamanca, que representa "os principios, a politica e a pnitic8 em educ89iio especial".
Refar,anda as metas da Congressa da Tail31ldin, a Canferencia assume a
compromisso com a illclusao. por reconhecer que "inclusao e participa9i10 silo
essenciais i1 dib'11idadehumana e ao desfrutamento e exercicio dos direitos humanos".
(DECLARACAo DE SALAMANCA, 1994).
Nao hi como negar a importancia social das metas estabelecidas, na ll1edida
em que explicitam a direito de todos Ii educa9ao, exigindo. com isto, 0 ajustamento
dos sistemas escolares no sentido de rever paradigmas e melhorar 0 ensino oferecido
(ld.ib).
28
.c.5 PROfESS RE' E ATENDENTES E A FOR IA<;:Ao PARA AfNCLUSAO
Este item descrcve: sobre {l fOl1n;tyiio dos professores e atendentes cia
Educac;olo lnfantii no que se refert: a inclus~o em UIlla 5ala de aula.
Em todo processo educativo, a competencin profissional dos professores. sua
capacidade de plane-jar situay(5es de aprendizagem. realizar os process{)s de adaptac;:des
do urriculo. elabomr paut:as de trabalho em equipe, etc., adquire um3 b'T1lnde
relevflllcia que e decisivn pnra 0 e:xito au fmCBSSO no processo da illclus~o.
GONZALEZ, 200_).
Os profissionais que atuam nas creches e pre-escolas do pais, canforrne consta
o Referenc.ial ClImclII!\[ Nacional de Educ3,fi lnflmtil 1998, "incl. nao t~m
fonnnyao adequada. recebem remlUleray!:io baixn e trabalham sob condi~oes
extrcmRmente precarias. Nas pre-escolas uma pequena parcela dos profissionais que
atendem l~rinJl~,t\s de quatro n seis allOS, silo considerndos leigos. Nns creches. onde
f1tendCIII ciially3S de zero a ires nnos, COllstntR-seque Id um lHimero sib'11ificativo de:
profissionais s.em formay~o escolar minima cuja domina~ao e variada: ben;:arista,
auxiliar de descnvolvimento infnntiL babn, p:.~jem.monitor recreacionistu, etc.
'om as diversas e no as concep 'oe,s sobre a crian9a. educncno. atendimento
instituc.ional. determinou-sc it fonnncno de um novo profissionai para responder as
demnndas atuais 119.p.~en~~~p)entode educa~ao as criruH;as de zero a seis aDOS. HAuma
Ilccessidade com rela 110;'}fonnac;iio mais abrrulgentc dos profissionais que atllam
tanto nas creches quanta nas pn~-esc,olas e lima reestruturn<;Ao dos quadros de carreira
29
que leve em considerac;.:1o as conhecimentos j:l acumulndos dos exercicios do
profissional, C0ll10 possibilite a sua atualiza~;jo. (RCN, 1998)
Para que a inclusii.o de certo e essencial prever um processo regular de
capaci13crao continuada. no qual, nao apenas 0 professor, mas tnmbem 0 gestor, tenha a
oportunidade de rever SUfi pmtica pedag6gica it luz de conhecimentos especificos
vohades para as questOes das necessidades educacionais especiais e da valorizaylio da
diversidade (EDUCA<;:Ao INCLUSIV A, 2004).
As ayoes educ,lcionais do governo v~m tentando melhorar a qualidade de
ensino e aumentar 0 n(mlcro de crianC;3s no sistema educacional, a escola no Brasil,
continua a exibir muitas defici€ncias. Para SCHWARTZrvlAN (1998), as escolas sao
mal cOllservadas, as vagas insuficientes, os professores mal remunerados e tern pOllee
investimento na sua prepara9:10. Conside-r3 que a inclusiio generalizada sem
prepara9llo de professores, modifica90es de curriculo, e sem equipamentos adequados
para receber 0 aluno especial e irresponsitvel.
Existem alunos no sistema regular as custas de esfon;os proprios, com auxilio
de profissionais e da propria escola e com parricipa9ao da frunilia. as familiares
pod em ser excelentes aliados dos professores, com vistas a inclusao escolar e social de
seus filhos. Sendo esta uma das propostas da Declara9ao de Salamanca onde os
govemos devem promover e facilitar a pruticipa9ao de pais e comunidade no processo
de planejarnento e tomada de decis~es para 'atender os munos com necessidades
educacionais especiais.
30
A LDB dispoe no titulo VI, Art.62 que:
A formm;;io de doccntcs parol alUar na educar;ao basica t~r-sc-6. em nivelsuperior. em curso de liccnciarur:l. de gr:u:iuar;ao plena. ern univcrsid:tdc.s cinstitutos slIpcriores de i..--duc:l~50, admit ida. fonnar;5.o minima par.t 0 cxcrciciodo magisterio na educacao infantil c [US qualro primeiras series do ensinofundamcnml C of cree-ida em nivcl medic. na modalidade normal.
Com rela<;:1oao mencionado acima de escolaridade minima exigida por lei, os
professores acabam desconhecendo maneims a serem trnbalhadas em uma sala de aula
inclusiva. conforme comenta Gonzalez (2002):
A ansiedJ.dc c rejci~o que muilOS profcssores nunifc·sbJll di:mte ciaintegra~o. em 3ulas de :tlunos com necc-ssid:3.dcs cduruti .•..:ls especiai!. estioestrcitamentc rebcionadas, !l;l maiaria <las vezes com a b.lt:!.de preparo e coma inexislcncia de e:'(pericncia.
Para ser professor da Educay30 lnfantil 0 profissional deveria receber uma
ndequada prepara~ao basica que Ihe proporcionnsse algumas e.strategias para
desenvolver seu trabalho com respostas adequadns em situa90es cotidianas. Os
objelivos da fonna~ao inicial deveriam incluir dimensoes relativas aos conhecimentos,
destrezas. habilidades e atitudes relacionndas ao processo de atenyao a diversidade dos
alunos. (GONZALEZ. 2002).
o professor de Educayao lnfantil necessita de uma competencia polivalente,
au seja, cube 30 professor traballlar com conte lidos de n3rurezas diversas que
abrangem desde cuidados basicos essenciais ate conhecimentos especificos
proveniente das diversas areas do conhecimento. Ao trabalhar com as crian9as e as
suas diferenyas, 0 educador deve tomar-se um aprendiz, refletindo constantemente
suas pnlticas, debatendo com seus colegas, dialog<U1docom as familias e n comunidade
e bUSCillldoillfom1U90es necessfuias para 0 trabaillO que desenvolve. (ReN, 1998)
31
o professor pode ter urn grande apoio das instituic;oes especializadas, e
padera receber ajuda dos profissionais de educa((uo especial. nn busca de estrategias de
ensino. altemarivas metodol6gicas, modificac;oes, ajustes e adaptac;oes nn programac;iio
e atividades. (SABERES E pRATICA DA INCLUSAO, 2004).
Os professores devem ter suas duvidas esclarecidas e deve saber que n~o esta
sozinho. Urbanek (2005) comenta que:
Quando os professorcs cuivcrcm mobiliZJ.dos. acolhidos, comprccndidos eapoi3dos comprccndendo que e etc com su.J.s atirudcs que fara a difcrcn¥J. noatendimento, c que se qucbram 0 circuilo intem1inivel de dcsmotivayao,queixa, prL'COnceito c fr.!.CillSO.
Quanta as Insrituic;oes de Educac;ao lnfanril, 0 documcnto "Saberes e Pffitica
da IncIusiio (2004)", diz que elas devem dispor de profissionais devidamente
orientados, caso nao os tenham recomendam-se parcerias como. por exemplo, com
institui~oes especializadas com progromas de inte1Ven~ao precoce, escolas especiais,
classe hospitalar e atendimento domiciliar .. para que a crianya tenha urn ntendimento
cspecifico em todas as suas necessidades e nao apeni.\Sa pedagogica.
E necessaria fazer com que a estrutura educacional seja eficiente para atender a
todos nos sells diferentes niveis de ensino, colocar ua pratica todas as l11UdanC;3sque
cstno estabelecidas nas leis e decretos (ld.ih).
A inclus1io escolar s6 ocorre verdadeiramente quando a escola esni preparada
para receber csta criany8 especial, com materiais adequados, mobili:irios especificos
esp3~o fisico adequado c previo preparo do professor. Porem, nonnalmente nem
scmpre e desta fonna que acontecc. Percebc-se esta defasagem no preparo escolar.
32
lremos neste traballlO dar enfase it adapta~ao da postura sentada da crian~a como
principia de adaptn<;ao escolar (SEESPfM"EC, 2004),
Apesar de garantida nn Lei de DirelTIzeS e Bases cia Educayao Nacional, em
1996, a filosofia da inclusao naa se consolidou na fom13 desejada. E preciso. antes de
qualquer ponto, que as professores se adaptem a este novo processo, entendendo que
ita necessidade de urn novo olhar para as portadores de necessidades cducncionais
especiais. E importante que sejam revistos os conceitos e preconceitos cxistentes para
que seja possivel a elaborn,no de urn trabalho educativo de qualidade (SABERES E
rRATICA DA INCLUSAO, 2004),
Para uma inclusao satisfat6ria e importante a prepara9l1o dos educadores de
Educ39ao lnfantil, pais 550 eles que estl10 diretamente ligados :.is criany3S dentro da
sala de aula.
o processo de mudam;as operncionais nas escolas 56 inl ocorrer na medida em
que essas instituiQOes reconhc~am sua responsabilidade com todos as alunos, evitando
haver prefcn?ncias ou discnmina'foes, dando ao professor melhores condi'fe5es de
trabalho e umn remunemQao que evite a necessidade de se trabalhar em mais de uma
escola.
3 CONSIDERAC;;OES FINAlS
Quando lUna crian9<lnasce com uma deficiencia come93 para ela e sua familia
lima tonga hist6ria de dificuldades. Nao e apenas a deficiencia que lorna dificil a sua
existencia. mas a atitude das pessoas e da sociedade diante de sua condic;ilo. SeT
portadora de deficiencia nUllea foi faci!, nem "acc.itilvel", com base nos padn'')e.s de
nonnalidade estabelecidos pelc contexto socia-cultural. Outram, as portadores de
deticiencia eram vistas de fomms anlag6nicas: sacrificados. como um mal a ser
evitado~ privilegiados como detentores de poderes; perseguidos e evitados; protegidos
e isolados. como insanos e indefesos.
Aos pOlleos, esse quadro esul se evoluindo. A deficiencia come93 a perder a
sua natureza e seT entendida como uma condi9~o humana. Ultim3mente. os mites
cemcyum a serem derrubados. as portndores de deficiencia comeQam a acreditar mais
em si mesmos e a lutnr em causa propria. Do rcspeito its diferenQns, passou-se 30
direito de te-Ias.
o cuidado e a educaQ30 do deficiente vem mudando, gradarivamente, dns
grandes insrihliQoes para as classes e.specializadas e para a atunl filosofia de integrar as
criaJ1Qasdeficientes it sociedade, tanto quanta possiveL Pore~ rnais importante do que
respeitar as difereoyas tern sido encontrar as afinidades e as similaridades entre
valores. expectativas, desejos, gostos e convicyoes - tambem tao comuns entre os seres
humanos.
34
A contextualiz3c;ao hist6rica da realidade brasileira acentua urn descompasso
cnITe edUC3yaO forma.! c a educ3C;110 especial. 0 descornpasso e ainda maior entre a
teotia e a priltica, entTc 0 discurso oficial e a realidade.
A inclusao da crianC;3 com deficiencia mental tem sido um processo muita
dificil dentro da Educ3c;ao [nfant;l, especial mente pela falta de conhecimento por parte
da sociedade, pela falta de investimentos na instituic;ao para receber melhor estas
criancas e pela falta de preparo dos educadores.
Corn a i.Dclusao da criam;:a com deficiencia mental dentro das instituic;oes de
Educ3c;:ao Infanril, a crianea, ruta normal, pade conviver com pessoas diferentes e
respeiHI.-las desde bern pequenas. Com iste, 0 principal objerivo da EduC3yiio lnfantil e
cumprido, au seja, promove-se a socializa9ao. Para as cnan9as inclusas 0 ganho e
ainda maior, pois elas tern a oportunidade de aprender a conviver em sociedade de
maneira mais harmoniosa, uma vez que e estimulada para isto.
Mas para que a inclusao realmente de certo e preciso preparar melbor todos os
profissionais que estao insetidos na Educac;ao Infantil. Para 0 govemo deve seT 0
principal investidor neste prcparo .. Pelo que se pode perceber com as varias leis sobre
a inclusao escolar que estao aprovadas, 0 govemo brasileiro vern exigindo demais e
investindo de menos.
A relevancia do tema inclusao escolar nao se limita apenas a populaC;30 dos
portadores de necessidades educacionais especiais. A inclusao educacional nao e
somellte urn fator que envolve essas pessoas, mas, tambem, as famHias, os professores
e a comunidade, na medida em que visa construir uma sociedade mais justa e
conseqiientemente mais humana.
35
o principia da inclusua e lUll processo educacional que busca atender a crian~a
portadora de deficiencia na escola ou na classe de en sino regular. Para que isso
acolltec;a. e fundamental 0 suporte dos servi90s da {lrea de Educac;:'io Especial por meio
de seus profissionais. A inc1usao e um processo inacabado que ninda precisa ser
freqiienternente revisado.
36
REFERENCIAS
BRASIL. ResolUl;ao CNE/CNB n'. 02/200 I. Diretrizes N.cionais para !l Educ.~iioE.special nn £duc~l(;iioBAsics
BRASIL. Secretaria de Educayao Fundamental. Parametro5 curricularcs nacionais:adapln,oes cuniculares. Brasilia: MECISEF/SEESP, 1998.
BRASIL. Lei n'. 8069, 13 dejulho de 1990. Estatuto dn Crian~a e do Adolescente.
BRASIL. Lei n'. 9394 de 20112196 - Lei de Diretrizes e Bases d. Educa,iioNacional.
BRASIL. Lei nO.10.172/01. Plano Nacion.1 de Educa,iio.
BRA.sIL. Referencial Curricular Nacional para :1 Educnc;ao Infnntil. Brasilia:MEC/SEF. 1998.
COSTA. M. P. R. Alfabetiza~iio dos Deficientes Mentais. 3' cd. Silo Paulo: Edicon,1997.
EDUCAC'\O INCLUSIVA, Direito a Diversidade. Brasilia: MEC, 2004
FERNANDES, E. M. Uma propo.t. de educa,iio inclusiva para portadore. deretardo mentnl no sistema publico de cOllino de Duque de Caxias.Um paradigmnmultidisciplin:lr. 8rasilia-DF. Annis do Congresso. Brasilia: Federnr;iio brasileira dasassocim;:6es de Sindrome de Down, 1997.
FONSECA, V. Educa«;iio especial: programa de estimuln«;ao precoce - umaintrodw;ao 3S idcias de Feuerstein. 2a ed. Porto Aleh'Te: Artes Medic3s SuI, 1995.
GANZALEZ, J. A. T. Educn~iio e diversidadc: bases didaticas e organizativas.Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
KIRK, S. A; GALLAGHER, 1.1. Educa~iio da Crian,. Excepcional. 3' ed. SAoPaulo: Martins Fontes,1996
rvtARTfNS, I.A.R. Por lima (!scola aberta as necessidades do aluno. Temas sobredesenvolvimento, Sao Paulo. Memnon, v. 10,11.55, p. 28-34, mar.labr. 2001.
MAZZOTTA. M. J. S. Educn,iio especial no Br.sil: hist6ria e politicas publicas.Sao Paulo: Cortez, 1996.
37
PERRENOUD, P. Pedagogia difercnciada: d•• inten~oe. .~iio. Porto Alegrc:Artmed, 2002.
SABERES E PRA.TICAS DA INCLUSAO: inrrodUl;iio. Brasilia: MEC, SEESP,2004
SASSAKI, R.K. lnclusii.o. Construindo urna sociedade para todos. Rio de Janeiro:WVA,1997.
STAINBACK, S; STAINBACK, W. Inelus.o: urn gui. para educadores. PortoAlegre: Artes Medicas Sui, 1999.
SCHWARTZMAN, 1.S. Inelusao esc alar: Sim?Niio?Dcpende! Temas sobredesenvolvimcnto, S~o Paulo, Memnon, v. 7, n. 39, p. 48-49, juLlngo. 1998.
URBANEK, D. Principios d. Educa~iio Inelusiv9. Curitibn: Secretaria Municipal deEduca,ilo de Curitiba, 2005.
UNESCO. Decl3ra~fio de Salamanca e enquadramento de aq:ao na area dasnecessidndcs educativas especlal5. Disponive/ em:http://www.unesco.oWeducarion/educprogisne/files pdf/framew p.pdf. Acesso em:30101/2003.
UNESCO. Deel3ra,iio de Salamanca. Silo Paulo: Biblioteca Virtual de DireitosHumanoslUSP, 2003.
VYGOTSKY, L. A forma~ao social da mente. Sao Paulo: Martins Fontes, (1998).