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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
8.5
INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA: UMA QUESTÃO DE COMPORTAMENTO
LEONTINA CHAGAS DE MELO
Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo
PRIMAVERA DO LESTE/2013
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA: UMA QUESTÃO DE COMPORTAMENTO
Leontina Chagas de Melo
Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia e Educação Infantil.”
PRIMAVERA DO LESTE/2013
Dedico esse trabalho a minha família que
sem dúvida nenhuma é a base de minha
vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, por estar sempre comigo e ter dado a oportunidade de concluir mais uma etapa da minha vida. Ao meu orientador Professor Ilso Fernandes do Carmo, que sempre esteve incentivando-me e auxiliando nesta tarefa tão árdua na busca de meus ideais. A todos os Professores do Curso, que não mediram esforços e muito contribuíram para este momento. Aos meus amigos e colegas de classe, que fizeram parte da minha vida durante esta caminhada e que, de uma forma ou de outra, me ajudaram na realização desta conquista.
RESUMO
O presente Trabalho utilizou como metodologia o estudo bibliográfico, que
foi inteiramente pautado em estudiosos do tema, dentre eles SANTOS (2004);
SOUZA (2007); AQUINO (1999); ANTUNES (2002) e TIBA (1996), os quais
disponibilizaram suas pesquisas em livros, revistas ou artigos na internet. O estudo
foi elaborado no cumprimento as exigências da conclusão de Curso de Pós-
graduação em Psicopedagogia Infantil e discorre sobre a temática “Indisciplina e
violência: uma questão de comportamento” No decorrer da pesquisa é colocado em
evidência a violência e a indisciplina na escola, bem como o papel dos envolvidos no
processo educativo, mostrando qual é a sua atuação, bem como sua influência no
cotidiano escolar, sempre enfatizando que o trabalho coletivo é um elemento
importante que reflete a participação de todos nos afazeres escolar, pois desenvolve
o potencial de envolvimento do indivíduo, fortalecendo o trabalho em equipe, o que
possibilita adquirir a percepção do embasamento teórico/filosófico que compõe o
fazer educacional. Mostra também que a ação didática pedagógica possibilita
implementar projetos educativos que venha combater os problemas aqui levantados.
Palavras chave: Escola. Cidadão. Disciplina. Violência.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 06
1 INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA NA ESCOLA .......................................................... 08
1.1 INDISCIPLINA ..................................................................................................... 10
1.2 VIOLÊNCIA ......................................................................................................... 14
2 O ECA NO CONTEXTO DA DISCIPLINA E DA VIOLÊNCIA ESCOLAR ............. 19
3 INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS ................................................ 25
4 SUGESTÕES DE AÇÕES DIDÁTICAS NO COMBATE A INDISCIPLINA E À
VIOLÊNCIA NA ESCOLA ......................................................................................... 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade liberal, espantosamente dinâmica, instável,
contraditória e evolutiva em que o sistema educacional e seu fazer pedagógico,
constitui-se, sem dúvida, num verdadeiro desafio. Este tema merece acurado estudo
por todos os envolvidos no processo de educação, por ser parte integrante do
equilíbrio emocional e bem-estar do próprio indivíduo e dos que interagem com ele
no mesmo espaço.
Neste contexto, refletir a respeito do verdadeiro papel da escola enquanto
espaço de construção do ser humano direciona este trabalho. Tem-se por definição,
em vários dicionários, que escola é um estabelecimento de ensino coletivo que
propicia experiência e vivência. Portanto, é neste lugar que o individuo dá
seguimento à construção do seu caráter, da sua personalidade, bem como da
apropriação do conhecimento. È também neste lugar que se constrói conhecimentos
significativos e úteis para serem aplicados nas diversas situações da vida cotidiana,
melhorando com isso a condição de vida pessoal e grupal.
Permeada pelo exposto, a pesquisa ora proposta tem por finalidade
entender o porquê de a violência e a indisciplina vir crescentemente aumentando, de
modo geral, nas instituições escolares do país. O estudo também questionar o
porquê das dificuldades que o setor educacional encontra para lidar com esse
problema, bem como os reflexos desses fatos para a educação.
A escolha desse tema se deu por acreditar muito na educação enquanto
prática social e democrática, tendo ciência da dicotomia entre a teoria e a prática
pedagógica no dia-a-dia educacional. Assim, entendeu ser primordial estudar a
questão disciplinar dentro das relações ente professor/aluno, aluno/professor,
aluno/aluno e destes com a sociedade.
Frente ao exposto, o presente estudo se justifica por apontar caminhos que
possam amenizar a indisciplina e a violência apresentadas no cotidiano escolar, na
medida em que se propõe que os educadores e a instituição devem instrumentalizar
e, portanto, construir conhecimentos para poder ter condições de refletir ação e
contribuir através de sua própria reflexão, para tornar-se parceiro do seu aluno.
Conhecendo-o melhor e conhecendo-se melhor, poderá estar desenvolvendo fortes
vínculos de amizade e respeito transformando a si próprio e a sua realidade.
O presente trabalho será realizado através de pesquisas bibliográficas,
procedendo à leitura, e síntese de todos os materiais, análise de dados de
informação; sistematização de ideias; construção de um novo texto, que incluirá a
reconstrução dos argumentos dos autores analisados, apropriação de ideias de
outrem, devidamente citados, posicionamentos críticos e exposição de novos
argumentos e respectivamente novas soluções para o problema levantado. Expondo
o necessário para que se consiga esclarecer o problema aqui proposto.
No intuito de melhor se fazer entender, o presente estudo foi dividido em
capítulos e organizado da seguinte forma:
Em um primeiro momento expõe os conceitos de educação, da disciplina e
da violência, enfatizando o contexto escolar, cultural e político-social.
O segundo capítulo aborda o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,
no contexto da disciplina e da violência escolar, salientando seu papel e a postura
da criança na escola, frente ao amparo que este lhe oferece.
No terceiro capítulo, disserta-se sobre a influência das políticas
educacionais, a forma como tem sido implantada, e as consequências daí advindas,
no que se diz respeito à indisciplina e a violência na escola.
Para o quarto capítulo reservou-se para tratar da importância da ação
didática pedagógica no combate a indisciplina e a violência. Para ilustrar o estudo
realizado entendeu ser importante conceituar a didática, para de posse deste
conhecimento, propor sugestões pedagógicas que podem proporcionar melhorias
para os problemas levantados.
Se finda este estudo apresentado as considerações finais, fazendo uma
análise sistemática do que foi proposto e apresentado pelo mesmo.
07
1 INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA NA ESCOLA
De acordo com o texto publicado pelo COLÉGIO La Salle (2007), a
sociedade é uma realidade específica e natural, formada de indivíduos, mas não é a
mera soma de indivíduos, pois estes vivendo agregados dão origem a uma realidade
específica "a sociedade". O que há de importante para compreendermos as relações
entre indivíduos e sociedade é que um todo não é idêntico as suas partes. É algo
cujas propriedades diferem das partes isoladas. Pode-se verificar isso pela
observação cotidiana: não existem na sociedade dois indivíduos iguais, ainda que
criados no mesmo meio e sob influências semelhantes.
A vida social é condição de existência e sobrevivência da espécie humana.
Todo homem vem ao mundo, em geral, como membro de uma família, de uma
cidade de uma nação. Os homens desde os primórdios de seu aparecimento na
terra estão divididos em aldeias, tribos, cidades, nações, sua própria natureza exige
que se agrupem, pois desde o princípio precisam de cuidados.
Todas as pessoas de nossa cultura estão sujeitas às mesmas influências
gerais (língua, padrões familiares, usos e costumes semelhantes). Sob essas
influências, todos os indivíduos de uma mesma cultura têm bases comuns. Além
dessas, existem influências específicas, como aquelas a que estão sujeitos, na
mesma cultura, indivíduos de sexo, idade, classe, ocupações e grupos diferentes.
Esse fato leva a entender que se torna primordial a criação de um ambiente que se
dê o encontro humano em todas as suas dimensões, propiciando condições
inibidoras da violência e da indisciplina e promotora da paz e do respeito ao outro.
A manutenção da disciplina constitui, na verdade, uma preocupação de todas as épocas, como já testemunhava alguns textos de Platão - "Protágoras" ou as "Leis". E nas confissões de Santo Agostinho, constatamos que sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens, que perturbavam a "ordem instituída para seu próprio bem". (ESTRELA, 1992, p. 11, apud SANTOS, 2007).
Nos romances das mais variadas épocas, nos filmes, desde o início do
século, a indisciplina escolar muitas vezes aparece como pano de fundo de
descrições da vida escolar, dentre este pode-se destacar "Ao Mestre com Carinho",
"Mentes Perigosas" que são alguns filmes conhecidos de muitos.
Com o intuito de melhor proporcionar o entendimento desse tema, entendeu-
se ser necessário citar os conceitos de indisciplina e violência.
Conforme aponta ESTRELA (1992, p. 17) “a indisciplina pode ser pensada
como negação da disciplina, ou como desordem proveniente da quebra das regras
estabelecidas pelo grupo”. (apud SANTOS, 2007).
A palavra indisciplina de acordo com o Novo Dicionário Aurélio, significa
“procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência desordem; rebelião”
(FERREIRA, 1986, p. 1463).
Abordando o tema disciplina e indisciplina, LA TAILLE, esclarece que,
Se entendermos por disciplina comportamentos regidos por um conjunto de normas, a indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1. A revolta contra as normas; 2. O desconhecimento delas. No primeiro caso, a indisciplina traduz-se por uma forma de desobediência insolente; no segundo, pelo caos dos comportamentos, pela desorganização das relações (1996, p. 10).
Tomando como base as ideias de LA TAILLE (1996), se torna possível
perceber que a sociedade, seja ela qual for, são regida por leis, normas, valores,
hábitos e costumes aos quais os cidadãos devem se adaptar para conviver em
grupo.
Percebe-se que a indisciplina na escola, é um fenômeno que decorre da
sociedade e de seu sistema de ensino, mas é também um fenômeno
essencialmente escolar, tão antigo como a própria escola e tão inevitável como ela.
No que se refere à violência, o Novo Dicionário Aurélio conceitua-a como
sendo “qualquer ato violento, ato de violentar, constrangimento físico ou moral, uso
da força, coação.” (FERREIRA, 1986, p. 759).
Violência pode ser também “uma reação consequente a um sentimento de
ameaça ou de falência da capacidade psíquica em suportar o conjunto de pressões
internas e externas a que está submetida.” (DIAS; ZENAIDE, 2003 apud
MARCELOS, 2012).
Exposto e conceituado os temas em questão, entende-se que são fatos que
sempre ocorreram na sociedade, porém nos últimos anos tem-se notado um
aumento expressivo dessas atitudes nas crianças e adolescentes nas escolas do
país. Fato que se torna concreto pelos noticiários apresentados nos mais diversos
tipos de mídias. Frente ao exposto sobre indisciplina e violência, entendeu-se
necessário comentar sobre cada um em particular.
09
1.1 INDISCIPLINA
No âmbito escolar acredita-se que a indisciplina é algo causado pelo
desinteresse dos alunos e ocorre em qualquer local da escola, principalmente na
sala de aula. Conversas paralelas, professora na sala de aula, como se não
houvesse alunos que não estão preocupados com a escola. Nesse contexto,
A necessidade da disciplina aparece não por meio de autoritarismo ou arbitrariedade dos responsáveis pela condição do trabalho escolar, mas, como condição indispensável para a condução de uma prática pedagógica comprometida com a construção do conhecimento. (REVISTA ESCOLA, 1999 apup PIMENTEL, 2012).
Frente ao exposto entende-se que a indisciplina, na escola, tem suas
características próprias e só adquire significado em relação ao processo pedagógico
em curso, devendo ser compreendida levando-se em conta a função que
desempenha nele. Só investigando o para quê da indisciplina, torna-se, inteligíveis o
como e o porquê.
Nesse sentido, ANTUNES (2002, p. 19), afirma que “na maioria das escolas
a indisciplina surge de três focos: a escola e sua estrutura, o professor e a sua
conduta e o aluno e a sua bagunça.”
Ao se conhecer algumas escolas, percebe-se claramente que a fala acima é
muito lógica, pois é comum no sistema educacional atual, desestruturada,
professores sem o devido preparo e aluno sem conhecimento de limites.
Em consonância com essa linha de pensamento, COUTINHO (2009), diz
que:
Quando elementos que estão fora do controle escolar e até mesmo elementos internos começam a impedir o processo de ensino-aprendizagem rompendo, assim, com a rotina da vida escolar, institui-se a desordem que, por sua vez, propicia grandes dificuldades nos procedimentos das tarefas, pois gera atritos no relacionamento professor-aluno e aluno-aluno.
Fato é que os questionamentos são muitos, o problema às vezes
empurrado de um lado para o outro, se agrava cada dia mais. Frente a isso, alem
dos fatores já elencados, listam-se outras possíveis causas da indisciplina.
Hoje em dia, nas escolas, é corriqueiro se ouvir de professores, sobre o
comportamento dos alunos em sala de aula, comentários do tipo: "Os alunos hoje
não têm limites". Relatos de funcionários e até mesmo direção e coordenação,
destacam a questão disciplinar como uma das dificuldades fundamentais para o bom
desenvolvimento do trabalho escolar. Professores afirmam que o ensino teria como
10
um de seus obstáculos centrais a conduta desordenada dos alunos, tais como:
bagunça tumulto, falta de limites, mau comportamento, desrespeito.
Nesse sentido, PIMENTEL (2012), dIz que:
Realmente, conquistar a disciplina em sala de aula e na escola tornou-se um verdadeiro desafio para o ensino atual, tanto nas instituições de âmbito público como privado e merece uma séria reflexão. E os questionamentos continuam.
Mas, o que quer fazer diante de uma classe de baderneiros?
Como colocar ordem no caos?
De quem é a culpa?
Em respostas aos mesmos questionamentos, o referido autor aponta que,
Muitas pessoas atribuem a culpa pelo comportamento indisciplinado do aluno à educação recebida na família, assim como à dissolução do modelo nuclear familiar. Segundo alguns psicólogos, muitas crianças têm uma criação familiar totalmente autoritária, estão acostumadas a serem surradas e a receberem severos castigos, por esta razão não conseguem viver em ambiente democrático. (PIMENTEL, 2012).
Até mesmo para muitos psicólogos, muitos pais acabam dando liberdade
excessiva a seus filhos, criando filhos indisciplinados, cheio de dengos, que não
conseguem conviver com obrigações rotineiras e sentem-se frustrados quando não
são o centro das atenções. A maior parte dos alunos vem de lares desestruturados,
são filhos de pais separados, por isso apresentam um comportamento tão agressivo.
Içami Tiba (1996, p. 169, apud PIMENTEL (2012), afirma que,
Há pais que, por manter seus filhos na escola, acham que esta é responsável pela educação dos mesmos. Quando a escola reclama de maus comportamentos ou das indisciplinas dos alunos, os pais jogam a responsabilidade sobre a escola.
Essa afirmação do autor deixa evidente que as famílias estão deixando de
cumprir com seu papel de educadora e formadora do caráter dos filhos, transferindo
para a escola a responsabilidade e o dever que deve ser dos pais.
PIMENTEL (2012), cita AQUINO (1996), que inspirado nas pesquisas de
MORENO e CUBERO (1995), apontam três estilos de práticas educacionais
paternas, vejamos:
Pais autoritários: Pouco afetuosos e comunicativos, bastante rígidos,
controladores e exigentes com padrões rigorosos de conduta. Os filhos devem
obedecer às normas preestabelecidas mesmo que não as compreendam. Diante da
transgressão os pais ameaçam e infligem castigos físicos. Seus filhos costumam ser
11
obedientes, organizados, mas também tímidos, com pouca autonomia e baixa
estima.
Pais permissivos: Valorizam o diálogo, o afeto, interessam-se muito pela
opinião da criança, mas, como têm grande dificuldade em exercerem qualquer
controle sobre ela, cedem a todos os seus caprichos. Não estabelecem limites e não
costumam exigir responsabilidade dos filhos. Por isso, embora alegres e dispostas,
essas crianças são em geral impulsivas e imaturas e não conseguem assumir
obrigações.
Pais Democráticos: São muitos equilibrados. Demonstram alto nível de
comunicação e afeto, estimulam os filhos a dar suas opiniões, são flexíveis, mas
conseguem fixar limites e regras claras, bem explicativas; seus filhos têm maior auto
controle, auto estima, iniciativa, sociabilidade e autonomia.
No convívio do dia a dia escolar é possível perceber claramente através dos
alunos os tipos de pais (criação) descritos acima. Com o destaque para os da
categoria permissivos, dado à falta de limites de certas crianças que se vê no
ambiente escolar.
No estudo de PIMENTEL (2012), foram listados ainda outros fatores que
favorecem a indisciplina dos alunos, dentre eles o professor teve destaque, pois de
acordo com o autor o que se vê hoje em dia é uma escola com metodologias
pedagógicas defasadas que não despertam nenhum interesse nos educandos,
favorecendo que estes sem interesses e dispersos em relação aos conteúdos,
buscando outras formas de entretenimento dentro da sala de aula.
“O professor tem um papel essencial como fonte emissora de informação
que os alunos vão transformar em conhecimento. Alguns estudantes adoram ou
detestam determinadas matérias, justamente por causa do professor.” (TIBA 1996,
p. 125, apud PIMENTEL, 2012).
Ainda hoje não é raro encontrarmos professores autoritários e não permitem
uma participação mais ativa do aluno em sala de aula, não preparam aulas, chegam
atrasados, lida com aluno padrão ideal e não com o aluno passivo à indisciplina.
Transmitem conhecimentos abstratos na medida em que não relacionam os
conhecimentos transmitidos à prática dos homens, não dominam competentemente
os conteúdos, ministram aulas monótonas, repetitivas e aborrecidas.
12
Nas últimas décadas várias foram as mudanças ocorridas em diversos
setores da sociedade, inúmeros foram e estão sendo os avanços científicos e
tecnológicos, o mundo globalizou-se, as informações são transmitidas quase que em
tempo real, mas a escola continua praticamente a mesma, apresentando
pouquíssimas novidades. Esse fato faz com que ela se torna obsoleta e
desinteressante, principalmente para a criança que nasce e vive deslumbrada com
os mais variados apetrechos tecnológicos que tem a sua disposição no seu dia-a-dia
Uma escola chata sem atrativos. Os alunos não aprendem, repetem,
evadem e são submetidos a esquemas precários de recuperação e com isso se
sentem incapazes para as atividades intelectuais, além de não sentirem nenhuma
felicidade de sentar nos bancos escolares.
A maior arma de persuasão que o professor tem é sua habilidade de tornar o
conteúdo interessante, a ponto de converter a distração, que normalmente se torna
um ato de indisciplina, em atenção e aprendizagem.
“Haverá interesse do aluno pelo conteúdo do programa escolar sempre que
houver uma correlação entre este e o dia-a-dia do estudante. O professor sábio
estabelece tal correlação.” (TIBA,1996, p. 125).
Neste contexto, endossando o que foi dito acima pelos outros autores,
D’ANTOLA (1989, p. 86) apud PIMENTEL (2012), faz o seguinte comentário:
O aluno que é deixado de lado, ocupado com tarefas que não lhe interessa, pode tender para duas atitudes extremas: ou se torna apático e se sente diminuído e alheio aos trabalhos escolares, ou se torna revoltado, chamando atenção de todos, agredindo para ser ouvido. No primeiro caso, é ignorado, pois não incomoda ninguém. No segundo, é punido e repudiado por todos. Em ambos os casos, o resultado é um só: a exclusão da escola, engrossando as estatísticas da evasão escolar.
As afirmações dos autores refletem o que se ve hoje no sistema educacional
brasileiro, pois ao entrar na sala de aula os alunos querem aulas dinâmicas,
criativas, inovadoras capazes de prender sua atenção e não uma coisa monótona,
chata e cheia de regras impostas pelo professor.
Percebe-se nas escolas que muitos alunos "matam aula" porque não que o
assunto não interessa, pois a baixa qualidade da aula apresentada pelo professor
não consegue despertar sua atenção para o que esta sendo ministrado. Nesse
sentido, a escola como instituição responsável pela formação do indivíduo crítico e
participativo, preparado para atuar na sociedade na qual esta inserida, carrega uma
13
grande parcela de culpa, pois o atual sistema não consegue cumprir o seu papel e
assim, deixa de ter condições de combater os problemas sociais que se apresenta e
cresce em seu meio.
Conforme salienta PIMENTEL (2012), A sociedade é outro fator que
influência na indisciplina dos alunos. Percebem-se na sociedade brasileira,
mudanças profundas, tais como: aceleração do processo da industrialização, a
expansão das telecomunicações, crise ética (levar vantagem em tudo, corrupção,
falta de projeto nacional), desemprego, subemprego, gastos elevadíssimos, falta
qualidade da propaganda nos meios de comunicações.
Tendo como base tudo o que foi argumentado, percebe-se que a questão da
indisciplina na escola é ocasionada devido a um complexo emaranhado de condutas
e responsabilidades que deixam de ser devidamente conduzida. Assim, fica evidente
que o combate aos problemas apresentados, somente será possível com a junção
de esforços de todos os envolvidos neste processo.
1.2 VIOLÊNCIA
Ligado à insubordinação e à falta de limites notam-se os crescentes casos
de violências de naturezas diversas. Entende-se que a violência se combate com
justiça. E justiça, acima de tudo, é respeitar, amar, ser solidário, consciente, enfim,
ser humano. (COLÉGIO LA SALLE, 2007).
É público e notório que a violência tornou-se um problema nacional, não há
uma só cidade que não sofra de qualquer tipo de violência.
Em todas as sociedades existem diferenças de capacidades e de desejos
entre os seus componentes. Para a satisfação de suas necessidades e aspirações
os indivíduos (e também grupos menores integrantes do grupo total) competem
entre si, com maior ou menor energia. O COLÉGIO La Salle (2007), aponta que é
neste contexto, que surgem os conflitos, que por vezes, de tão acirrados se
transformam atritos que podem desencadear em ações violentas. Ações estas que
estão ficando corriqueiras na sociedade brasileira, adentrando instituições que antes
não sofria aberta e frequentemente conflitos que desencadeasse em violência moral
e física, como é o caso da família e da escola. Esta última, cada vez mais vê este
14
problema difícil de ser controlada pela falta de estrutura e apoio por parte da própria
escola e da sociedade.
É certo que estas atitudes sempre estiveram presentes na vida em
sociedade. O povo sempre sofreu violência, nas das mais diversas naturezas e nas
diferentes instâncias dominantes, tais como as dos colonizadores sobre os índios,
dos senhores sobre os escravos ou dos fazendeiros sobre os camponeses.
Erradicar a violência sempre foi um dos maiores desafios desta sociedade,
mas parece que o poder de extirpar a violência está longe de ser alcançado, uma
vez que ela se torna cada vez mais viva em todos os segmentos da sociedade.
Como exemplos pode-se citar casos recentes de alunos sendo espancados ou até
mesmo mortos por colegas; professores sendo vítimas de alunos, e por ai segue.
Esse problema tem sua maior incidência, segundo o texto publicado pelo
COLÉGIO La Salle (2007), nos centro urbano, se estendendo até as instituições
escolares e abalando diretamente a vida das pessoas, pois se torna cada vez mais
presente nos segmentos sociais, tornando-se uma constante no cotidiano das
pessoas. Não se pode negar sua existência e sua escalada preocupante no seio
dessa sociedade marcada pela desigualdade social, política e econômica.
Tais acontecimentos têm sido recebidos com preocupação pelos
educadores, uma vez que estão influenciando no funcionamento do espaço escolar
e principalmente na atividade educativa.
A visão hoje quase romanceada, da escola como lugar de florescimento das potencialidades humanas parece ter sido substituída, às vezes, pela imagem de um campo de pequenas batalhas civis; pequenas, mas o suficiente para incomodar. (AQUINO, 1999, p.40).
Isso talvez venha se dando pelo motivo de a escola de hoje está passando
por uma crise de valores, encontrando-se em um contexto em que não se sabe mais
quais são suas finalidades e os seus objetivos.
A organização interna não está coerente com as necessidades da
sociedade, com o currículo. Além disso, existe a superlotação das salas e os baixos
rendimentos dos alunos. Essas características internas da escola implicitamente
agravam o comportamento agressivo.
De acordo com FERNÁNDEZ (2005), os problemas de conduta escolar de
hoje já não são os mesmos da escola de duas décadas atrás. Isso se dá pelo fato de
15
a escola estar inserida em uma sociedade que transfere sua problemática para a
instituição, como microcosmos de um universo maior que é justamente a sociedade.
Quando a instituição cria regras claras e coesas, permitindo a participação
do aluno em sua elaboração e definindo limites, espera-se que problemas de
violência e agressividade tornem-se menos presentes. Mas o fato de o aluno
participar da vida escolar não o deixa totalmente fora das situações de violência.
Conforme aponta RIBEIRO (2005),
A escola "sempre" foi um local visto como símbolo de proteção e hoje não é mais. Não adianta construir escolas de muros altos, a fim de evitar que a violência entre na escola, pois isso não ajuda em nada, muito pelo contrario, às vezes atrapalha por camuflar a escola. Muitos atos de violência acontecem dentro da escola e não são discutidos e nem interpretado, para se tomar alguma providência com intuito de amenizar, ou até mesmo ter a esperança de por um fim na violência escolar.
No entanto, por vezes, as causas da violência são muitas e muita das vezes
estas causas estão à margem do controle oficial da escola, como por exemplo, a
personalidade de alguns jovens e até mesmo seus problemas familiares.
Conforme desta SOUZA (2007), as causas familiares da indisciplina estão à
cabeça. É aí que os alunos adquirem os modelos de comportamento que
exteriorizam nas aulas. Em tempos a pobreza, violência doméstica e o alcoolismo
foram apontados como as principais causas que minavam o ambiente familiar. Hoje
aponta-se o dedo também à desagregação dos casais, droga, ausência de valores,
permissividade, demissão dos país da educação dos filhos, etc. Quase sempre os
alunos com maiores problemas de indisciplina provém de famílias onde estes
existem.
A novidade está contudo na participação direta dos país na violência que
ocorre nas escolas. Impotentes para lidarem com a violência dos próprios filhos,
muitos pais apontam o dedo aos professores que acusam de não os saberem
"domesticar". Frequentemente estimulam e legitimam a sua indisciplina nas escolas.
Alguns vão mais longe e agridem professores e funcionários.
Conforme a Doutora em educação, Terezinha Tarluce (2012), o Relatório
para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI
(1996, p. 95) diz que: "a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer
educação e assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a
transmissão dos valores e normas."
16
No entanto, entende-se que falar na família brasileira, de modo geral, é uma
tarefa complicada, pois existem estruturas familiares coexistindo dentro de nossa
sociedade, com diferentes especialidades. Há família operária, a burguesa, a que
mora no campo, a de cidades pequenas e grandes metrópoles e a família indígena,
cada uma com sua peculiaridade, muitas vivendo segregadas e abaixo da linha da
pobreza, desprovidas de uma política social séria e a eles direcionados, o que
favorece a deterioração da pessoa humana e o aumento da violência e da
criminalidade em seu amplo sentido.
BICUDO (1994), apud COUTINHO (2009), afirma que a violência é fruto de
um sistema político-econômico injusto, que age em nome dos privilégios alcançados
pela classe dominante mediante a privação da maioria, produzindo, assim, riqueza,
poder e arbítrio para minorias e pobreza, submissão e miséria para maiorias.
Fato que favorece o preconceito, a criação de estigmas em relação a
determinada localidades, pois ao se reportar a educação, torna-se notório perceber
pessoas ou até mesmo comunidades, julgar uma escola violenta pela mesma estar
inserida em bairros periféricos, o que não é certo, pois escolas consideradas "boas",
que se localizam nos centros das cidades, possuem problemas relacionados a
violência.
Em consonância com o tema, o artigo publicado por CUSTÓDIO et al.
(2009), na internet afirma que,
É preciso compreender a violência como um fenômeno psicossocial complexo pelas formas de manifestação e de suas causas. As políticas tradicionais fundadas nos princípios da sociedade capitalista burguesa acabam por manter a divisão de classes e perpetuar a cultura da violência.
Pautado pelo exposto, entende-se que a violência não acontece pela
localização onde a escola está inserida, e sim pela desestruturação da sociedade,
de seus alunos e profissionais da escola. São vários os níveis de violência, muitos
são trazidos para a escola e não criado dentro dela. Mas infelizmente existem alguns
tipos de violência que são criados dentro dela às vezes por falta de competência de
professores e funcionários, que não possuem uma qualificação adequada para lidar
com alunos, ditos violentos.
RIBEIRO (2005), aponta que quando a escola não consegue atender as
necessidades dos alunos por falta de materiais e de obrigações da escola com
alunos, como a merenda escolar, escola limpa, água, energia, organização de todos
17
os setores, o desprezo que alguns profissionais e professores têm por alunos que se
vestem mal, por não ter uma boa educação, por agir diferente dos demais alunos.
Todos esses itens são atos de violência que a escola comete contra seus alunos.
A referida autora diz ainda que esses tipos de violência que as escolas
cometem nem sempre são vistos como atos violentos pela população e pelos
alunos, por isso, a violência da escola acaba passando despercebida, camuflada
perante a sociedade, passando a falsa ideia de que os únicos culpados pela
violência existente na escola são os alunos, que a violência vem de fora para dentro
da escola. (RIBEIRO, 2005).
Contudo, as famílias continuam achando que seus filhos só estarão a salvo
de qualquer tipo de violência dentro da escola, e que professores tem por obrigação
tomar conta de seus filhos dando-lhes educação, estrutura necessária para que eles
se tornem cidadãos capazes de fazer parte da sociedade. E também por na escola
ter merenda, abrigo proteção contra violência das ruas e uma educação formal e
informal.
Percebe-se com isso que as famílias jogam responsabilidades suas para
escola que muitas vezes se encontram despreparada para receber esse tipo de
aluno, e desta forma a violência na e da escola, vai se tornando cada vez mais
constante e precária.
Para SANTOS (2004), a educação, enquanto fenômeno universal, comporta
diversas tensões no interior de e entre seus diferentes âmbitos. Quando enfrentadas
de modo produtivo, estas tensões podem fornecer valiosos subsídios para a reflexão
e análise do fenômeno educativo. Dois âmbitos educativos tensos, tanto no seu
interior quanto na sua relação um com o outro, são a família e a escola.
Enquanto instâncias sócio-educativas formais, a família e a escola foram dois dos principais ambientes de formação ao longo da história, mesmo considerando que outras instâncias sócio-educativas também tiveram um papel muito forte como, por exemplo, o Estado e a igreja. Nos tempos atuais, porém, família e escola parecem perder o poder e o espaço que tiveram outrora no sentido da formação do indivíduo. Os “porquês” e as consequências deste fato não cabem nos modestos limites desta reflexão. (SANTOS, 2004).
O exposto faz todo sentido, principalmente quando se entende que a
educação e formação do indivíduo se dão por meio de um conjunto de instituições e
18
do meio a que ele está inserido, a saber, a família, a sociedade a escola, e não
isoladamente por uma dessas instituições, como às vezes se quer fazer crer.
19
2 O ECA NO CONTEXTO DA DISCIPLINA E DA VIOLÊNCIA ESCOLAR
O Estatuto da Criança e do Adolescente constitui um marco importante,
histórico, na luta pelos direitos das crianças e dos adolescentes, assegurando sua
proteção integral. Por outro lado, pôde-se, na prática, ampliar a cultura da
indisciplina e da violência ao explicitar e ressaltar os direitos sem a devida
explicitação dos deveres. Na construção da cultura da paz, seus construtores,
educadores e alunos de bem, esbarram nos problemas da indisciplina.
Na construção da cultura da disciplina, da ordem e da paz, passa, pelo
processo de conquista da cidadania e de uma escola de qualidade que eduque para
transformação do indivíduo e da sociedade de uma cultura antropocêntrica para uma
cultura holística. (PARANÁ, 2008).
Na escola de construção da paz, a efetivação de uma educação que visa a
conquista da autonomia, a emancipação dos indivíduos, deverá existir uma
pedagogia revolucionária para tratar as questões da indisciplina. (PARANÁ, 2008).
A indisciplina, base da violência generalizada, produto dos elementos
psicológicos inumanos do ente social, cresce assustadoramente tanto nas escolas
públicas quanto privadas. Ela se origina do interior dos indivíduos e são geradas
pelos elementos psicológicos, pelos eus componentes do ego. A violência nas
escolas é produto também do ato indisciplinar. (PARANÁ, 2008).
Cada escola possui o seu Regimento Escolar, documento legal que contém
as normas internas da Unidade de Ensino. Nele são inseridas as normas de gestão
e convivência que devem, segundo PROJETO (2012), contemplar, no mínimo:
• os princípios que regem as relações profissionais e interpessoais da Unidade
de Ensino;
• os direitos e deveres dos participantes do processo educativo;
• as formas de acesso e utilização dos diferentes ambientes da Unidade de
Ensino;
• a responsabilidade individual e coletiva na manutenção de equipamentos,
materiais, salas de aula e demais ambientes.
A indisciplina e violência nas escolas, por parte de alunos sem limites, se
caracterizam, segundo SILVA (2012) pela inobservância dos deveres regimentais.
Os alunos indisciplinados e violentos veem no Estatuto da Criança e do
Adolescente apenas a configuração de seus direitos, o que contribuem para o
desprestígio da Unidade de Ensino e dificultam a consecução dos projetos
pedagógicos. A escola para sua função de educar para cultura da paz precisa de um
Regimento Escolar forte, mas contido no círculo da legalidade.
Na construção da cultura da paz, veiculada por uma educação para
autonomia, para emancipação dos indivíduos escravos de si mesmos pelos defeitos
que enfrascaram-lhes a consciência conduzindo-os da anomia, passando pela
heteronomia, em direção a autonomia psicológica, intelectual, moral, ética, etc.
Levando sempre em consideração que não se dá democracia, nem autonomia, paz
e nem direito a ninguém, mas sim a liberdade e os instrumentos para sua
construção. (SANTOS, 2012).
Numa cultura antropocêntrica, nitidamente fundamentada na violência,
como é a que se vivencia, que é constituída por seres heterônomos, talvez as leis
rígidas, com deveres sobrepostos aos direitos, darão melhores resultados, para
condução do educando na transição da cultura antropocêntrica para a cultura da
paz.
Na realidade, os atos de indisciplina e violência nas escolas não possuem
conexão com o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas se remetem a ele, na
medida em que este não possui mecanismo para coibição dos atos infracionais e
indisciplinares, o que acaba por facultá-los.
Em virtude das virtudes e excelências do presente Estatuto, nós professores,
hoje, somos reféns dos alunos nas escolas. Se tivéssemos a metade dos direitos
configurados aos alunos por este documento, talvez, conseguiríamos trazer de volta
a ordem e a disciplina e a paz nas escolas e estas voltariam a ser o templo do saber
ao invés de palco da indisciplina e da violência generalizada que é atualmente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, não pode, contudo, ser apontado
como causador dos transtornos, da indisciplina, da desordem e violência nas
escolas; pois estas são coisas que resultam de um conjunto de fatores, mas o
21
referido Estatuto poderia ser um parceiro dos professores na dura tarefa de
construção da paz, da ordem e da disciplina nas escolas.
A sociedade brasileira se quiser construir uma cultura de paz precisa, de
acordo com SANTANA (2011), encontrar o caminho para tal, protegido por um
código de leis que exerça o papel de parceria, que ajude a apontar soluções
concretas para os graves problemas da indisciplina e da violência enfrentados pelos
profissionais da educação no seu dia a dia.
A educação para paz, segundo SANTANA (2011), passa pela preparação do
indivíduo para o exercício da cidadania; e a cidadania plena é aquela que vai muito
além da participação política através do sufrágio universal do voto; ela requer de
cada indivíduo a coerência de vida, o reconhecimento e a luta pelos seus direitos
interconectados aos deveres, com ciência das obrigações e a vivência da
interdependência holística.
Nós professores precisamos educar nossos alunos para o conhecimento e
vivência dos direitos correlacionados aos deveres, dentro de parâmetros holísticos,
em oposição ao cidadão antropocêntrico que é ciente dos seus direitos e ignorantes
dos seus deveres, que é independente do Estatuto de Criança e do Adolescente e
outros códigos.
A cultura da indisciplina, da desordem, da violência se caracteriza, segundo
SANTANA (2011), pela cultura de negação da disciplina, da ordem e da paz e pela
negação do dever do cidadão. As indisciplinas na família e na escola se constituem
num afronta ao dever do cidadão. A indisciplina, violação dos códigos disciplinares
se constitui numa ameaça a ordem necessária nas relações interpessoais e numa
afronta ao dever do cidadão.
Conhecimento, respeito e vivências das normas regimentais e legais se
constituem no embasamento da cultura da paz. Na construção da cultura da paz,
segundo SANTANA (2011), os sistemas escolares devem ser dotados de códigos
legais, regimentais e de professores enérgicos que garantam uma educação, dentro
de um contexto, em que crianças e adolescentes e os educandos em geral, sejam
verdadeiros cidadãos sujeitos de direitos e deveres também; que vivam na prática os
direitos, os deveres, as obrigações e as proibições, contidos no ordenamento legal e
no regimental, no ordenamento jurídico e nos regimentos escolares.
22
Nas escolas para que haja ordem, disciplina e paz, fatores essenciais ao
exercício do ensino-aprendizagem, há necessidade, segundo SANTANA (2011), de
Regimentos fortes que explicitem os direitos e os deveres adequadamente
correlacionados, onde estejam claramente assentados os direitos, os deveres por
intermédio de artigos bem definidos; e há também necessidade de conselhos de
escola atuantes que garantam punição exemplar seguida de educação, como
medida punitiva para a inobservância destas normas e erradicação da cultura da
indisciplina, da desordem e da violência.
A indisciplina é danosa, mesmo que não corresponda a uma violação da
norma legal prevista em lei, pois, segundo SANTANA (2011), revela o baixo nível de
ser do indisciplinado e contribui para o rebaixamento das qualidades ecopsicossocial
do indivíduo, degradação dos valores morais, espirituais e éticos e ampliação dos
defeitos geradores da violência generalizada.
A indisciplina posta em prática por desconhecimento das normas
regimentais e legais se caracteriza por um comportamento caótico, traduzido por
desordem e desorganização ao estabelecer relações interpessoais.
Na escola, a indisciplina do aluno, sem limite, se caracteriza pelo
descumprimento das normas fixadas nos regimentos, configurando o chamado ato
indisciplinar e pelo descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente e
outras leis ordinárias, configurando o chamado ato infracional.
Além disso, segundo RUOTTI; ALVES e CUBAS (2006), os alunos cometem
atos infracionais ao cometerem crimes comuns, catalogados no Código Penal, tais
como agressão, resistência, desobediência, desacato, depredação, morte, etc. A
indisciplina se configura por um comportamento de desrespeito do indisciplinado aos
seus colegas, aos professores, aos funcionários da organização escolar ou à
instituição na forma de depredação, pichação, etc.
A indisciplina na escola, além de revelar o estado violento do indivíduo,
segundo RUOTTI; ALVES e CUBAS (2006), é perniciosa, na medida em que
prejudica o ato pedagógico do ensino-aprendizagem, causando danos aos seus
pares, que levam prejuízo na aprendizagem, tirando-lhes o direito de aprender e
bem. Do contrário, por entropia, este aluno promoverá o caos na classe, facultado
pela sensação de impunidade e pela progressão continuada e tantas outras coisas
23
que acabam facultando a indisciplina dos alunos heterônomos e dificultando o
cotidiano escolar.
É preciso que cada escola regulamente o ato indisciplinar, nas normas que
regem a escola, lançando mão do Regimento Escolar.
A violência na escola, segundo RUOTTI; ALVES e CUBAS (2006), pode ser
traduzida por ato indisciplinar ou por ato infracional, dependendo do tipo de ofensa,
do tipo de agressão e da forma como foi dirigida.
Entende-se que o caminho para a solução deverá partir de um trabalho em
conjunto entre escola, família, e sociedade para sanar os problemas disciplinares. É
indispensável uma participação coletiva dos elementos que fazem parte da escola,
na construção de regras gerais que a escola tenha e deva ter para um bom
desempenho dos membros pertencentes à escola, inclusive os pais e a sociedade
em geral.
Sem dúvida, é um processo longo e difícil, mas se essas regras forem, por
meio de políticas adequadas, bem elaboradas, discutidas e colocadas em prática,
realmente se poderá colher bons resultados.
24
3 INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Quando se pensa no papel da educação nos dias de hoje, lembra-se da
realidade de diferentes sociedades do planeta alicerçadas na desigualdade social
como resultado de um processo histórico de desenvolvimento que até o momento só
trouxe benefício a uma pequena parcela da população mundial. A classe dominante
através da mídia, do Estado e da política, segundo Secretaria de Estado e Educação
do SILVA (2009), aliena os povos, impedindo-os de desenvolverem capacidades que
possam lhes ajudar a “abrir os olhos” possibilitando enxergar que as diversas
questões sociais que afetam suas vidas, dentre elas a violência, poderiam diminuir
significativamente se a sociedade, de um modo geral, mudasse seu estilo de vida e
compreendesse a importância do processo educativo para a vida em sociedade.
Percebe-se que no decorrer da história da humanidade, segundo PARANÁ
(2008), a educação escolar tem sido apenas uma educação reprodutora dos fatos
sociais, mas a realidade contemporânea permite-nos, perceber que a escola como a
instituição educacional mais importante da atualidade vem buscando ser mais
presente, buscando fornecer maior contribuição na formação humana, pautada no
entendimento de que a educação faz parte da vida e tem um papel importante na
construção da cidadania em seu pleno exercício.
Exemplo disso são as diversas políticas voltadas para implementar a
qualidade da educação brasileira. Algumas empurradas de cima para baixo, outras
longamente discutidas e aplicadas, mas nem sempre os resultados são os
esperados pela classe educadora.
Nesse contexto, o Ministério da Educação, pelo que se percebe, segundo
SILVA (2009) é atualmente um dos principais promotores da indisciplina nas
escolas. Não apenas através da regulamentação que produz sobre a matéria, mas
também das medidas avulso que toma ou da morosidade dos processos que
aprecia. A ineficácia do sistema é neste domínio um poderoso estimulo à
generalização de práticas desviantes.
De acordo com FONTES (2012), esta não é a única questão a considerar.
As equipes que têm dirigido o Ministério da Educação são também responsáveis
pela promoção de uma cultura de irresponsabilidade:
a) As sucessivas mudanças realizadas no sistema educativo em geral de forma
atribulada e inconsequente. Como é sabido, entre os educadores, a máquina do
Estado caracteriza-se há muito por ser ineficaz e ineficiente, sem que se apurem
responsabilidades pelo que quer que seja. O Ministério da Educação não é
exceção, pelo contrário é um dos exemplos paradigmáticos desta situação. A
imagem que passa é de uma "casa" em convulsão permanente. Cada novo
ministro procura deixar a sua "marca" numa nova reforma que nunca é concluída,
nem sequer avaliada. A mudança continua dirigentes, aliada a ausência de uma
avaliação do seu desempenho permite a mais completa impunidade e o
constante improviso. Os serviços do próprio ministério não funcionam e
dificilmente são reformáveis. Tudo isto acaba por veicular nas escolas e na
sociedade a ideia que a educação é um domínio pouco sério.
b) A prática corrente de um discurso que des-responsabiliza os dirigentes e os
serviços do Ministério, e que acaba sempre por imputar a responsabilidade pela
pouca eficácia do sistema aos professores. Ao escamotear-se desta forma outros
atores no processo, criam-se zonas cinzentas em todo o sistema. Desmotivam-se
uns e fomenta-se a impunidade de outros. O resultado final só pode ser o
aumento da permissividade no cumprimento das normas mais elementares.
A organização escola está longe de ser um modelo de virtudes. Funciona em
geral de modo pouco eficaz e eficiente. A excessiva dependência do Ministério
da Educação, tende a reduzir os que nela trabalham a meros executantes, sem
capacidade de resposta para a multiplicidade problemas que enfrentam.
No passado os contributos dados pelas escolas para a indisciplina assentava na
questão da seleção que operavam. As escolas eram acusadas de discriminarem
os alunos à entrada e na constituição das turmas. A fazê-lo, criavam focos de
revolta por parte daqueles que legitimamente se sentiam marginalizados. A
questão ainda é colocada, mas não com acuidade que antes conheceu. Os
contributos da escola para a indisciplina são agora outros.
Há muito que a escola deixou de ter um papel integrador dos alunos. Embora
seja um espaço onde estes passam grande parte do seu tempo, nem sempre
nela chegam a perceber quais são os seus valores, regras de funcionamento,
etc.
26
Na verdade as escolas estão mal preparadas para enfrentarem a complexidade
dos problemas atuais, normalmente prendem-se com a gestão das suas tensões
internas. A crescente participação de alunos, pais, entidades públicas e privadas
nas decisões tomadas nas escolas tornou-se uma fonte de conflitos, que não raro
acabam por gerar climas propícios à irrupção de fenômenos de indisciplina.
Frente ao exposto, entende-se que para combater a indisciplina e a
violência na escola, é necessário considerar uma série de questões sociais atuais e
rever as políticas implementadas pelo poder público e ate mesmo pela instituição
escolar.
27
4 SUGESTÕES DE AÇÕES DIDÁTICAS NO COMBATE A INDISCIPLINA E À
VIOLÊNCIA NA ESCOLA
Sabe-se que a educação é um segmento indispensável para o
desenvolvimento da sociedade. Fenômenos como a mundialização e a globalização
exercem, atualmente, uma enorme pressão provocando mudanças sobre os
sistemas educacionais, e na sociedade como um todo.
O mundo, hoje, vive uma crise social, resultante do processo acelerado de
desenvolvimento da sociedade contemporânea, centrada no acúmulo de dinheiro e
no consumismo demasiado. É sabido que nada modifica mais o comportamento do
homem quando ele próprio toma conta do curso da sua vida através do
conhecimento.
Como exemplo BERNARDES (2003), em seu artigo cita que,
O indivíduo somente se transforma e modifica seu modo de pensar a partir do momento em que adquire conhecimento sobre algo, como por exemplo, quando percebe que a degradação ambiental irá alterar a vida humana no futuro, o homem de hoje começa a alterar sua forma de pensar e buscar ações ambientalmente corretas.
O exemplo exposto acima, possibilita entender que a educação, como modo
de modificar-se, é o meio mais convincente e eficaz de realizar tal modificação de
atitude, pois leva o homem a modificar-se pelo conhecimento e não pela obrigação
obtusa de seguir determinações ou legislações reguladoras. Somente a partir da
conscientização do porque isto ou aquilo acontece é que o indivíduo acorda para
observar seus atos e analisar se as mesmas são corretas ou não e tomar atitude
para modificá-los, se julgar necessários.
Neste contexto, a ação didática é de suma importância para o bom
desempenho do trabalho pedagógico. Portanto torna se necessário que os
formadores educacionais, de uma maneira geral, conheçam e desenvolvam
dispositivos legais, diretrizes, objetivos e metas educacionais, bem como algumas
teorias pedagógicas da educação, colaborando assim, para a formação acadêmica,
e social do indivíduo
Sabe-se que escola é um sistema complexo e que a intervenção há de ter
múltiplas facetas, pois constitui um papel importante na convivência humana, para
isso, deve-se tornar um espaço que favoreça a boa conduta, o respeito, a disciplina,
a tolerância, o carinho, a integração, a responsabilidade, entre outras atitudes e
valores, porém, de acordo com FERNÁNDEZ (2005), esse processo exige olhares
diferentes dada a complexidade dos conflitos.
Neste sentido, planejar as atividades de combate a indisciplina e a violência
nas escolas, adequadas com a faixa etária dos alunos, formar agrupamentos
produtivos, são meios indispensáveis para se obter uma ação didática expressiva e
competente.
A ação didática é de suma importância para o bom desempenho do trabalho
pedagógico. Portanto torna-se necessário que os profissionais da educação, de uma
maneira geral, conheçam dispositivos legais, diretrizes, objetivos e metas
educacionais, bem como algumas teorias pedagógicas da educação, para terem
subsídios que deem suporte à implementação de planos e medidas necessárias de
combate aos fatores que dá origem a violência e à indisciplina.
Diante do exposto, entende se que é importante a criação de um ambiente
que se dê o encontro humano em todas as suas dimensões. Para alcançar esses
objetivos, deverão ser utilizados certos conteúdos ou experiências, que serão
extremamente variados, como são variados os objetivos e as situações humanas.
Inclusive deverão apresentar grande flexibilidade, pois as pessoas são diferentes
entre si e nos diversos momentos da vida de cada um.
Selecionados e dispostos os conteúdos inspirados nos objetivos, procede-se
a sua operacionalização, isto é, escolhem-se procedimento e métodos julgados
adequados.
Estabelecidos os procedimentos, eles precisam ser levados a efeito,
necessitando-se para isso de determinados recursos ou meios, que deverão ser os
mais variados, de acordo com as características e exigências do momento da
educação, dos conteúdos e objetivos, especialmente das pessoas. Um recurso pode
ser bom a medida que auxilia as pessoas a obterem os resultados que pretendem,
ajudando-as a executar as tarefas que realizam.
Nesse processo, há que se ter consciência que a escola precisa envolver
todos os interessados na questão: comunidade escolar, pais, sociedade,
comunidade onde a escola esta inserida, bem como o poder público e suas
29
instituições. Pois sabe-se que a educação é fundamental para a formação do caráter
do individuo, mas entende-se que a educação escolar não pode assumir sozinha
este papel, assim como também o setor de segurança sozinho não resolve o
problema de segurança.
Para LIBÂNEO:
(...) A prática educativa não se reduz á escola e ao ensino. A intervenção educativa ocorre em muitos lugares, mediante várias formas, por meio de diversas agências. Há, portanto, agentes educativos convencionais – família, escola comunidade -, como há instituições sociais, culturais, civis, recreativas, meios de comunicação etc. A escola, portanto não detém o monopólio do saber. (2004, p. 56).
Porém o papel social da escola seja socializar o indivíduo para que este seja
um sujeito critico dentro do seu espaço de vivencia e aprenda a transformar este
espaço, respeitando os princípios democráticos de direitos.
(...) Nossos alunos estão a procura, as vezes desesperadamente, do objetivo e sentido que fazem, e, se essa necessidade não é satisfeita, voltam-se paras gangs, as drogas, a violência e um exército de outros demônios para preencher o vácuo.( HUNTER, 2004, p. 130).
Para a escola cumprir esta função ela precisará, segundo DOURADO
(2011), ser composta de profissionais capacitados dentro de um principio ideológico
de transformação coletiva, ao contrario do individualismo pregado pelo capitalismo
tradicionalista, a serviço de interesses que não seja a formação plena do cidadão.
Pautada nesta convicção e fundamentada pelo que foi visto no decorrer
deste estudo acredita-se que diversas são as ações que poderão ser
desempenhadas para o combate a disciplina e a violência dentro das escolas,sendo
estas previamente discutida e ingeridas no PPP, PDE, e no Calendário Escolar da
instituição dentre as varias ações, lista-se as seguintes:
O primeiro passo, segundo DOURADO (2011), seria reunir a equipe gestora,
professores, demais funcionários, representantes estudantis e comunidade local,
colocando-os a par das ações a serem desenvolvidas e explicando a importância do
envolvimento de todos neste projeto.
A parte didática pedagógica tem uma função primordial nesse processo, pois
deve envolver todas as séries que compõem a escola, bem como todo o quadro
funcional.
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No intuído de melhor desenvolver o projeto, as ações podem ser divididas,
segundo DOURADO (2011), em temas e subtemas, trabalhados conforme cada
série e faixa etária, a saber:
• Palavrinhas na Alfabetização;
• Buscando a paz;
• Eu quero paz;
• Violência contra a criança e o adolescente no lar;
• Violência no trânsito;
• Agressão na sala de aula;
• Violência na escola/sala de aula;
• Violência doméstica;
• Violência ambiental;
• Violência contra o Patrimônio Público;
• Violência no campo;
• Amar é legal e ilegal é a violência.
• Caricaturas e cartazes;
• Teatro – (violência contra a mulher);
• Violência no esporte;
• Entrevista com o e comunidade escolar;
• Desenvolver oficinas relacionada aos temas;
• Confecção de Gráficos, vídeos, cartazes e painéis a respeito do tema e
do andamento do projeto.
As ações devem envolver ainda promoção de palestra com Policial Militar;
Conselho Tutelar; agentes de trânsito e participação da equipe gestora realizadas
por várias instituições públicas e privadas sempre com o objetivo de diminuir a
indisciplina e a violência.
Entende-se que se as ideias nascerem do coletivo de profissionais da
educação, tudo dará certo, pois daí sugira a motivação e envolvimento de toda
comunidade escolar.
Diante do exposto, entende-se que o segredo para se combater a
indisciplina e a violência na escola e com certeza o diálogo e o comprometimento de
todos os envolvidos: pais, alunos, profissionais da educação e a sociedade local em
31
geral, para torná-los conscientes dessa responsabilidade social que cabe a cada
cidadão.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizar a pesquisa sobre o tema em questão, ficou evidente que a
disciplina e a violência se da pela postura do indivíduo dentro do seu grupo social
que desrespeita o direito do outro e nada têm de submissão e de obediência as
normas sociais.
Analisando o que foi exposto no decorrer do estudo e na apresentação do
relato do projeto, evidencia-se que tentar minimizar a indisciplina e a violência no
espaço escolar, implicam em abordar o conflito, o local em que ocorre tal conflito e
os indivíduos envolvidos a partir de diferentes óticas, da mesma forma que é o
próprio conflito ou incidente. Portanto, para colocar em prática ações direcionadas
ao combate das ações negativas detectadas, exige da escola e todo o seu corpo
docente planejamento para traçar os caminhos a serem percorridos e a ação
conjunta para alcançar os objetivos propostos.
Nesse sentido, com relação ao fato apresentado na ação didática como
combate a violência, acredita-se que o sucesso de todo planejamento que envolva a
comunidade escolar, implica em que haja transparência no processo, que os
envolvidos joguem claro, exponham seus questionamentos e sugestões, para que
ocorram a troca e o diálogo acima de tudo, para que assim, as decisões sejam
tomadas em cima da realidade concreta e verdadeira. Assim, percebe-se que há
uma enorme possibilidade de se ter uma disciplina que resulta em construção de
aprendizagem, através da autoridade dos dirigentes e professores que se destacam
pela competência, responsabilidade, sensibilidade e afeto no relacionamento com os
alunos. Uma autoridade que emerge de sua coerência e não do título que possui ou
cargo que ocupa.
Ao fazer o percurso de ler, ouvir, pesquisar e analisar a questão da disciplina
nas escolas descobriu-se ainda mais a sua importância no desenvolvimento do
educando. Por isso, acredita-se que cabe à escola a tarefa de conduzir bem o
processo da disciplina, criando condições favoráveis às crianças e aos jovens,
delegando às famílias a parte que lhe cabe e, juntos numa forte parceria conduzir a
importante missão de educar
Enfim, uma educação orientada pela vontade de formar cidadãos
conscientes e autônomos, prontos para interferirem na sua realidade.
Instrumentalizados para o exercício da cidadania e capaz de colaborar na
construção de um mundo mais humano e mais fraterno.
Sendo assim, é imprescindível que ao se propor uma proposta pedagógica,
ela seja feita submerso em uma autenticidade ética, firmando a participação e o
compromisso de todos, para que seja, dessa forma, ferramenta de efetiva
transformação do problema inicialmente identificado.
34
REFERÊNCIAS
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