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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL APROVADA NOTA: 9,0 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL. CLEIDE DOS SANTOS LAZARI E-mail [email protected] Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo. ALTA FLORESTA/2016

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO …biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20160423105631.pdf · Além de resgatar o direito de a criança brincar, constrói

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

APROVADA NOTA: 9,0

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

CLEIDE DOS SANTOS LAZARI

E-mail [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo.

ALTA FLORESTA/2016

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM / PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

O BRINCAR COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CLEIDE DOS SANTOS LAZARI

E-mail [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo.

"Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do Título de Especialização em Neurociência e Aprendizagem, Psicologia em Educação Infantil

ALTA FLORESTA/2016

Dedico aos meus pais, a quem amo demais

e por cuja história de vida sou apaixonada.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, pela

força espiritual para a realização desse

trabalho.

Aos meus amigos e colegas de curso, pela

cumplicidade, ajuda e amizade.

Aos professores, pela orientação deste

trabalho.

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo investigar as características do brincar

e dos jogos como fator fundamental ao desenvolvimento das aptidões físicas e

mentais da criança, sendo um agente facilitador para que esta estabeleça vínculos

sociais com os seus semelhantes. A escolha deste tema surgiu da necessidade de

abordarmos o assunto do brincar na Educação Infantil não apenas como simples

entretenimento, mas como atividades que possibilitam a aprendizagem de várias

habilidades.

A pesquisa é de caráter bibliográfico através de uma análise de dados

encontrados e sua contextualização em que se enfocará o brincar como estratégia

para o desenvolvimento infantil.

Conclui-se que hoje as brincadeiras nas escolas estão ficando escassas,

portanto é importante um espaço que possa proporcionar estímulos para que as

crianças possam brincar livremente. Além de resgatar o direito de a criança brincar,

constrói o seu desenvolvimento cognitivo e estimula valores. Brincando a criança

pensa mais e cria novas brincadeiras.

Palavras-chave: Jogos. Desenvolvimento infantil. Interação social.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 06

CAPÍTULO I: EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................................... 09

CAPÍTULO II: A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL .............................. 12

CAPÍTULO III: O LÚDICO NA ESCOLA .................................................................... 16

CAPÍTULO IV: CONTEÚDOS ESCOLARES ATRAVÉS DO LÚDICO ..................... 19

CAPÍTULO V: A IMPORTÂNCIA DA BRINCAR NA ESCOLA ................................. 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 36

INTRODUÇÃO

Através deste poderá ser observada a importância do brincar como

construção do conhecimento e de potencialidade da criança respeitando, a sua

cultura como forma de aprendizado, estabelecendo a essência do raciocínio. Serão

abordadas as brincadeiras que passam a ser um desafio, onde a criança se sente

segura e confiante para tentar outras formas criativas de representação e

organização de pensamento, descobrindo através disto o prazer da convivência em

grupo, resgatando o interesse e o entusiasmo pelo ato de aprender, que permite ao

educador compreender o pensamento e a linguagem como um instrumento de

construção do aluno, podendo assim perceber algumas dificuldades que este aluno

possa apresentar durante as brincadeiras, como as dificuldades motoras,

intelectuais e afetivas.

Quando a criança inicia sua vida escolar, inicia também o processo de

aprendizado, construindo conhecimentos seguindo diferentes etapas de

desenvolvimento cognitivo. Utilizar o lúdico nos anos iniciais é uma estratégia que

favorece a aprendizagem, já que a criança participa de varias atividades, onde estão

presentes jogos e brincadeiras. Podemos então definir os jogos como experimentos

e liberdade de criação no qual as crianças propagam suas emoções, sensações e

pensamentos sobre o mundo e também um espaço de interação consigo e com os

outros.

As ações lúdicas, pois as mesmas transformam a escola em um ambiente

mais familiar, desse modo cabe ao professor despertar no educando o interesse

pelo lúdico, utilizando para isso um processo dinâmico e criativo, para a

aprendizagem seja satisfatória. Sendo assim, é importante sensibilizar os

professores para a importância do lúdico no desenvolvimento dos alunos nos anos

iniciais e que ao levar o lúdico para sala de aula, cria-se condições que favorecem o

desenvolvimento das crianças, ou seja, para que a aprendizagem escolar seja

significativa.

O conceito de brincar é infinitamente flexível, oferecendo escolhas a fim de

apontar a importância do brinquedo na Educação Infantil. O mundo da criança difere

do adulto, nele há o encanto da fantasia, do faz de conta, do sonhar e do descobrir.

Portanto, a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o

ambiente deve ser acolhedor para desabrocharem todas as potencialidades da

criança, sendo que a escola tem como pressuposto o duplo aspecto de servir ao

desenvolvimento infantil.

O brincar favorece a autoestima e a interação de seus pares, propiciando

situações de aprendizagem. As brincadeiras e jogos são ferramentas e parceiros

silenciosos que desafiam a criança possibilitando as descobertas e a compreensão

de que o mundo está cheio de possibilidades e oportunidades para a expansão da

vida com alegria, emoção, prazer e vivência grupal.

A brincadeira é a atividade que faz parte do cotidiano de qualquer criança,

independente do local onde vive dos recursos disponíveis, do grupo social e cultura

da qual faça parte, todas as crianças brincam.

O ato de explorar e compreender algumas ideias através de contextos

lúdicos possibilita que a aprendizagem aconteça de forma prazerosa contribui para

superar obstáculos tanto cognitivos quanto emocionais do aluno, e por meio do

lúdico que há trocas de experiências entre os alunos, que adquire confiança na

própria capacidade de conhecer e enfrentar desafios, desse modo não se pode

ignorar a necessidade de brincar apresentada pelas crianças.

A presente pesquisa tem como problema levantado é de que ao se utilizar o

lúdico em sala de aula o professor estará incentivando a aprendizagem, raciocínio,

motivação, afetividade e auxiliando no interesse e participação da criança?

As hipóteses do trabalho são o lúdico pode contribuir no ensino, porque

através dele se propõe situações desafiadoras que auxiliam as crianças a

desenvolver o raciocínio lógico e a construir conceitos, de forma envolvente; os

professores utilizam atividades lúdicas para trabalhar o processo de construção de

conhecimento das crianças na Educação Infantil; o lúdico como ferramenta

pedagógica auxilia no desenvolvimento do raciocínio lógico, facilita a relação entre

teoria e prática, favorece a construção de conceitos e a socialização dos alunos:

O objetivo geral e refletir sobre os jogos e brincadeiras no desenvolvimento

da criança da Educação Infantil.

Os objetivos específicos são; realizar um trabalho específico com essas

crianças, que busque atender as necessidades delas, mediando assim, o processo

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de compreensão e aprendizagem do brincar no desenvolvimento infantil. valorizar

as diferentes formas de brincar e seus benefícios no desenvolvimento de

aprendizagem da criança.

A presente pesquisa está dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo

fala sobre a educação infantil. O segundo descreve sobre a aprendizagem na

educação infantil. O terceiro sobre o lúdico na escola. O quarto sobre os conteúdos

escolares através do lúdico e no quinto capitula será relatado sobre a importância do

brincar na escola.

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CAPÍTULO I: EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com ALMEIDA (2006), a Educação Infantil no Brasil passou por

diversos processos históricos, dentre eles os movimentos pela democratização da

escola pública e as lutas sociais por creches e pré-escolas, ao longo de muitos anos

para o seu reconhecimento. O sentimento de infância tardou a surgir. No período

colonial, a educação das crianças, menores de 7 anos, era de responsabilidade da

família, pois “a ideia de infância estava ligada à ideia de dependência”,

Com as transformações sociais, econômicas e políticas, no decorrer dos

tempos a relação entre cidade e campo, que antes era de articulação através do

exercício do poder político e religioso, passa a ser comandada pela articulação

capitalista. Essas transformações, segundo ALMEIDA (2006), impõem uma reflexão

acerca da responsabilidade social sobre a criança. Assim, surgem as creches, com o

papel assistencialista para atender as mães trabalhadoras, apenas com a função de

cuidar dos filhos das mães trabalhadoras. É o que afirma ALMEIDA (2006, p.8):

Ao longo do tempo visão assistencialista de Educação Infantil vem sendo mudada a partir da década de 90, no qual novas diretrizes foram estabelecidas, e também, pela consciência social sobre o significado da infância e o reconhecimento do direito da criança à educação em seus primeiros anos de vida

De acordo com BRASIL (1998), aos poucos, o poder público começou a

assumir a responsabilidade por essa escola que se consolidou com a Constituição

de 1988: “O dever do Estado com a educação será efetiva mediante a garantia de

[...] Atendimento em creche e pré-escola as crianças de zero a seis anos de idade”,

(Art 208]´´, IV). Assim, os pequenos passaram a ser reconhecidos como cidadãos e

ganharam o direito de ser atendidos em suas necessidades específicas para se

desenvolverem. afirma que, após a promulgação da Constituição de 1988, cria-se o

Estatuto da Criança e do adolescente (ECA), de 13 de julho de 1990, que veio

reafirmar os direitos constitucionais da criança e o do adolescente.

Em 1996, o Ministério da Educação promulga a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n. 9.394/96, segundo a qual a educação até 6 anos de idade ficou definida como a primeira etapa da Educação Básica. As creches atenderiam crianças na faixa etária até três anos e as pré-escolas de quatro a seis anos. Essas teriam como finalidade, segundo a legislação, de acordo com Nogueira (2004, p, 25), “[...] O desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais complementando a ação da família e da comunidade”, (Art. 21); essa divisão foi alterada em maio de 2006, com a sanção

presidencial da Lei Federal. 11.114, que define que as crianças com 6 anos completos devem ser matriculadas no 1° ano do Ensino Fundamental. (BRASIL, 1998, p.65).

Dessa forma, a Educação Infantil passou a atender crianças até 5 anos de

idade, vale ressaltar que reconhecer o direito das crianças de 0 até 06 anos de idade

a educação não implicou o estabelecimento de políticas específicas de recursos

financeiros, que viessem a beneficiá-las. Segundo MOURA (2001), a LDBEN (Lei

de Diretrizes e BASE DA Educação) reafirma o contido na Constituição, atribuindo

aos municípios esta responsabilidade, destacando o ensino fundamental como etapa

prioritária. Somente em 2006 foi aprovado o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação (FUNDEB) para atender à educação básica em seu todo. As crianças de

0 a 03 anos estavam excluídas, depois de muita luta e de grande movimento

nacional, fez-se valer o direito dessas crianças à educação garantida no texto

constitucional.

Portanto, hoje, depois de muitas lutas e conquistas, a educação infantil se

constitui um espaço educativo privilegiado de desenvolvimento e socialização para a

vida da criança, que visa o Cuidar e o Educar de forma integral. Segundo MALUF

(2003), a educação infantil se constitui em um legítimo espaço de construção da

identidade e autonomia da criança, no qual o cuidar está inserido entre os objetivos

pedagógicos.

De acordo com OLIVEIRA (2000), a necessidade de intervenções

pedagógicas de cunho interdisciplinar tem sido preocupação crescente entre

educadores de diferentes níveis, sendo que nas últimas décadas a

interdisciplinaridade tem ocupado papel de destaque nos estudos e pesquisas

realizados na área da educação. Tais estudos apontam para a necessidade de uma

revisão da estrutura disciplinar, sob a qual a escola se organiza, estrutura essa que

tem transformado o saber em algo fragmentado e, muitas vezes, destituído de

significado e relevância para os alunos. A maioria dos professores que atua hoje em

sala de aula provém de uma formação escolar na qual o saber era

compartimentalizado, de uma escola que investia no repasse de informações, mas

que nem sempre propiciava o estabelecimento de relações com aquilo que o aluno

já conhecia. Entretanto, precisam-se como professores, promover uma educação

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voltada para o desenvolvimento e competências que instrumentalizem os alunos a

compreender e intervir no mundo em que vivem. Certamente não é tarefa fácil.

ALMEIDA (2006) defende a ideia de que a aprendizagem ocorre quando as

novas informações e conhecimentos relacionam-se de maneira não-arbitária com

aquilo que as pessoas já sabem. Informações são recebidas a todo instante, muitas

são assimiladas, porém logo esquecidas. Entretanto, aquelas informações que

conseguem entrar em relação, integrando-se ao conhecimento já possuído, são

incorporadas às estruturas de conhecimentos atuais. Convém ressaltar que não se

trata de um processo de acumulação, mas de reestruturação, uma vez que, ao

incorporar novos conhecimentos, tais estruturas modificam-se. No entanto, desde a

educação infantil, é necessário que a escola trabalhe de maneira interdisciplinar,

devido à importância da interação e transformação recíprocas entre as diferentes

áreas do saber.

Acredita-se que o educador deve assumir um papel de investigador e

mediador, no processo de aprendizagem da criança, trabalhando de forma

interdisciplinar e sempre se fundamentando os conhecimentos, aprofundando e

ampliando os mesmos, desse modo o professor sempre estará trazendo para a sala

de aula novidades, criatividade, além de ir mais a fundo, porque há interesse na

produção do conhecimento do aluno.

11

CAPÍTULO II: A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo BRASIL (1998, p.27)

a brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos.

A aprendizagem precisa acontecer de forma prazerosa permitindo que a

criança classifique, ordene, estruture, resolva pequenos problemas e se sinta

motivada a ultrapassar os próprios limites, isto pode acontecer através da

brincadeira, porque enquanto brinca a criança pensa, cria e desenvolve seu

pensamento crítico. Utilizar brincadeiras como recurso didático é uma chance que

precisa se colocar em prática, elas podem ser utilizadas como prática habitual da

aula, pois é um recurso interessante e eficiente.

Em um primeiro momento o brincar para a criança é um mero divertimento, mas brincar vai além, pois enquanto brinca a criança interage, socializa, constrói conhecimentos, desenvolve potencialidades e favorece sua autoestima. Segundo RCNEI a brincadeira faz parte de uma realidade vivenciada transformada em uma imitação, por isso o brincar para a criança é algo indispensável segundo afirma a Declaração Universal dos Direitos da Criança “A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se as atividades recreativas, devem ser orientados pelos fins visados pela educação, sociedade e os poderes públicos e esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". A partir destas reflexões pode-se deduzir que brincar é uma proposta criativa e recreativa de caráter físico ou mental, desenvolvida de forma espontânea ou com regras simples e flexíveis. (BRASIL, 1998,p.54).

Desde muito tempo já se fala na importância do lúdico para o desenvolver da

criança, PIAGET (1998, p.160), afirmava que "o jogo é uma assimilação da atividade

própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em

função das necessidades múltiplas do eu", ou seja o lúdico não é algo banal, mas

sim algo que enriquece e ajuda a desenvolver a criatividade, permite a criança a

vivenciar o lúdico e descobrir-se a si mesma, aprender a realidade, tornando-se

capaz de desenvolver seu potencial criativo, construindo seu próprio pensamento.

CHATEAU (1987, p.14) destaca:

Uma criança que não sabe brincar é a miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar”. As atividades desenvolvidas pela criança como inventar, brincar, criar e jogar tornam-se significativas a medida que são desenvolvidas onde a criança inventa, reinventa e constrói.

Para DESGUALDO (2008), o ato de brincar é uma fonte de estímulo ao

desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança, é um momento onde ela se

expressa e interage, descobrindo o mundo que a cerca.

Nota-se que brincar é um importante instrumento de apoio, pois assim a

criança adquire liberdade de ação física e mental, toma decisões, compreende

melhor o mundo, e o que as rodeia, assim é capaz de perguntar, explicar, criar e se

expressar livremente, interagindo com tudo e com todos.

O lúdico é uma estratégia que favorece a aprendizagem dos alunos de forma

prazerosa, substituindo o modelo antigo do ensino da matemática que era apenas

um exercício de memorização.

Para apoiar essa pesquisa foi utilizada a teoria do autor ANTUNES (1998),

que ressalta em sua obra a importância de utilizar brincadeiras e jogos, no ensino.

O lúdico no ensino pode servir de estimulo para o desenvolvimento das

competências, que o professor se propõe desenvolver em seus alunos. ANTUNES,

(1998, p.20), diz que “O lúdico é uma atividade séria que não tem conseqüências

frustrantes para a criança, e pode ser usado como material didático para o ensino.”

Através de materiais adequados, que trabalhem a realidade dos educandos

os professores podem tornar o trabalho atrativo e principalmente realizar uma aula

diferente, além de auxiliar as crianças a perderem sua timidez, e se relacionem com

seus colegas.

De acordo com SMOLE, DINIZ E CANDIDO (2000, p.14), quando brinca, a

criança se defronta com desafios e problemas, devendo constantemente buscar

soluções para as situações a ela colocadas. Para as autoras, a brincadeira auxilia a

criança a criar uma imagem de respeito a si mesma, manifestar gostos, desejos,

dúvidas, mal-estar, críticas, aborrecimentos, etc. Se observarmos atentamente a

criança brincando, constatamos que neste brincar estão presentes a construção de

representações de si mesma, do outro e do mundo, bem como a revelação e

internalização de comportamentos e hábitos. Por meio do brincar, a criança

consegue expressar sua necessidade de atividade, sua curiosidade, seu desejo de

criar, de ser aceita e protegida, de se unir e conviver com outros.

Brincar é uma prática pedagógica quem não é simplesmente divertimento,

mas favorece o desenvolvimento físico afetivo e moral e a partir dele há

processamento do conhecimento sensório-motor. As crianças quando interagem

13

sobre os objetos, estruturam espaço e tempo, desenvolvendo noção de casualidade,

chegando a representação como resultado a lógica. O brincar motiva a criança a

usar sua inteligência porque se esforçam para superar seus obstáculos tanto no

campo emocional quanto no cognitivo, a brincadeira nas crianças evolui mais nos

seus seis primeiros anos de vida do que em qualquer fase do desenvolvimento

humano e neste período se estrutura de forma bem diferente de como a

compreenderam teóricos interessados na temática. Em jogo qualquer a criança pode

optar por brincar ou não o que é característica importante da brincadeira, pois

oportuna o desenvolvimento da autonomia, criatividade e responsabilidade quanto

as próprias ações.

Segundo PIAGET (1971, p.14), "O desenvolvimento da criança acontece

através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de

equilíbrio."

Segundo KISHIMOTO (2001, p.15), "o brinquedo supõe uma relação íntima

com a criança e uma indeterminação quanto ao uso", ou seja, a ausência de um

sistema de regras que organizam uma utilização. O brinquedo preenche

necessidades, entendendo-se estas necessidades como motivos que impelem a

criança à ação, são estas necessidades que levam a criança a avançar em seu

desenvolvimento.

Há várias maneiras de brincar como: através do jogo, teatro, brinquedos, faz de conta, brincadeiras cantadas, mímica. Os jogos ou brincadeiras exigem intencionalidade, requerem planejamento, precisa de um olhar atento e observação detalhada, deve ter objetivos claros a serem alcançados, precisa de suporte e registro para que propicie a acomodação e assimilação de conceitos. O jogo é indispensável na vida da criança e sempre esteve presente na vida do ser humano desde os tempos remotos, ele é um dos objetos que pode auxiliar no processo ensino-aprendizagem como afirma Campos apud Maurício: " o jogo na suas diversas formas auxilia no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, auxilia no processo ensino-aprendizagem, desenvolvimento de habilidades do pensamento, imaginação, interpretação, tomada de decisão, criatividade, levantamento de hipóteses. (PIAGET 1971, p.14)

O jogo não é apenas um passatempo, mas ocupa lugar de alta importância

na educação escolar, estimulando o crescimento, o desenvolvimento, a

coordenação, a iniciativa intelectual. O brinquedo é um objeto que ajuda a criança no

desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração, atenção, da

autonomia, autoconfiança e assim também estimulando a curiosidade. Qualquer

coisa que pode ser utilizada como brinquedo estimula a imaginação infantil: como

14

caixas, pontinhos, fitas, folhas de árvores, pedaços de tecido, etc. No faz-de-conta a

criança age, realiza a sua maneira, idealiza, brinca como desejar, utiliza a

imaginação e fantasia para conhecer a si e o outro, como afirma BRASIL (1998, p.

22). Isto quer dizer que as várias maneiras de brincar são muito importantes para o

desenvolvimento infantil, e o professor como parte disto precisa ter consciência da

sua importância que por meio das brincadeiras pode ser observada e composta uma

visão dos processos de desenvolvimento das crianças.

15

CAPÍTULO III: O LÚDICO NA ESCOLA

Com a ludicidade na escola, é possível perceber a criança e estimulá-la no

que ela precisa aprender de forma significativa a partir da manipulação de matérias

variadas.

De acordo com MOURA (2001), a palavra ludicidade tem sua origem na

palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o

termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento

espontâneo. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana,

trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão.

SILVA (2005, p. 12), “Para que o lúdico traga esse benefício, é preciso que o

professor de matemática trabalhe junto com os professores de outras disciplinas,

apresentando um ensino com aplicação na realidade.”

Para SCAGLIA (2003), os jogos tornaram-se mais significativos à medida

que a criança desenvolve, pois a partir da livre manipulação de matérias variadas,

ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação

mais completa. Essa adaptação, que lhe deve ser realizada pela infância, consiste

numa síntese progressiva da assimilação com acomodação. É por isso que, pela

própria evolução interna, os jogos das crianças se transformam pouco a pouco em

construções adaptadas, exigindo sempre mais do trabalho afetivo, a ponto de, nas

classes elementares de uma escola ativa, todas as transições espontâneas ocorrem

entre o jogo e o trabalho.

Ao fornecer á criança jogos, o professor estará facilitando o processo de

socialização, comunicação, construção de conhecimento, além do desenvolvimento

pleno e integral no processo de ensino-aprendizagem.

MOURA (2001, p. 17), afirma que

a educação das crianças exige que se forneça a criança um material conveniente, a fim de que, jogando chegue a assimilar as realidades intelectuais que sem isso permanecem exteriores a inteligência infantil.

De acordo com SILVA (2005), sendo o homem o sujeito de sua própria

história, toda ação educativa deverá promover o indivíduo sua relação com o mundo

por meio da consciência crítica, da libertação e de sua ação concreta com o objetivo

de transformá-lo. Assim ninguém se atirará a uma atividade eminentemente séria,

penosa, transformadora (visão de uma realidade futura feliz) se não tiver, no

presente, a alegria real, ou seja, o mínimo de prazer, satisfação e predisposição

para isso.

É fundamental enfatizarmos a importância do professor literalmente "trazer a rua e a vida" para a sala de aula, fazendo com que seus alunos percebam os fundamentos da matéria que ensina na aplicação da realidade. Usar uma construção em argila, móbiles ou montagens para estudar o movimento ou perceber o deslocamento do ar, tudo é uma série de atividades, se refletidas e depois idealizadas por uma equipe docente verdadeiramente empenhada, transposta para uma estruturação de projetos pedagógicos, podem facilmente se traduzir em inúmeros recursos que associam a inteligência cinestésico-corporal e outras ao fantástico mundo da ciência, o delicioso êxtase pelo mundo do saber. (ANTUNES, 2005, p. 155).

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não

pode ser vista apenas como diversão, mas como um aprendizado. Para SCAGLIA

(2003, p 84), os desenvolvimentos pessoais que a ludicidade proporciona,

associados aos fatores sociais e culturais, colaboram para uma boa saúde física e

mental, facilitando o processo de socialização, comunicação, construção de

conhecimento, além de um desenvolvimento pleno e integral dos indivíduos

envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

O jogo deve ser um meio de educar, pois caracteriza a cultura e a educação.

MOURA (2001, p. 17), afirma que “o jogo é para a criança um fim em si

mesmo, ele deve ser para nós um meio de educar, de onde seu nome jogo

educativo que toma cada vez mais lugar na linguagem da pedagogia maternal.”

De acordo com SILVA (2005), sabemos que jogos e competições sempre

despertaram interesse ao ser humano, seja por esporte ou diversão. Um exemplo é

que entre os primitivos as atividades como dança, caça, pesca e as lutas eram tidas

como motivo de sobrevivência e muitas vezes era restrito ao divertimento e ao

prazer.

Segundo KISHIMOTO (2001, p. 13), “os jogos caracterizam a própria cultura,

a cultura era a educação e a educação representava a sobrevivência.”

Para MOURA (2001, p. 41),

a educação lúdica esteve presente em todas as épocas, povos, contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos, não só no campo da educação, da psicologia, fisiologia, como nas demais áreas do conhecimento.

17

A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais, passivas técnicas para as relações reflexivas criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter de prazer e de satisfação individual e modificador da sociedade. (MOURA. 2001, p 17).

O jogo deve proporcionar participação, criação, reflexão socialização, além

de trabalhar relações sociais, culturais e psicológicas.

De acordo com SILVA (2005, p. 18)

é preciso afirmar a alegria das satisfações pessoais, partindo da alegria individual, até atingir alegria de toda coletividade num prazo bem mais longo o futuro da nação como um objeto sério e feliz.

KISHIMOTO (2001), diz que a ação de buscar, de apropriar-se dos

conhecimentos, de transformar, exigem dos estudantes esforços, participação,

indagação, criação e reflexão, socialização com prazer relações que constituem a

essência psicológica da educação lúdica, seu objetivo, além de explicar as relações

múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural e psicológico.

A brincadeira é um fenômeno da cultura, uma vez que se configura como um conjunto de práticas, conhecimentos e artefatos construídos e acumulados pelos sujeitos nos contextos históricos e sociais em que se inserem. Representa desta forma, um acervo comum sob o qual os sujeitos desenvolvem atividades conjuntas. Por outro lado, o brincar é um dos pilares da constituição de culturas da infância, compreendidas como significações formas de ação social específicas que estruturam as relações das crianças entre si, bem como os modos pelos quais interpretam, representam e agem sobre o mundo (SILVA, 2005, p.11).

O jogo tem vários objetivos, desenvolver habilidades, a assimilação de

conteúdo em sala de aula e auxiliar o aluno em conhecer diversas possibilidades de

trabalho em sala de aula.

Para SCAGLIA (2003, p. 41), “o jogo tem vários objetivos dentre eles por

desenvolver habilidades sensório-motor e a assimilação do conteúdo em sala de

aula.”

18

CAPÍTULO IV: CONTEÚDOS ESCOLARES ATRAVÉS DO LÚDICO

O brincar auxilia na evolução da criança, a atenção, a imaginação, o

vocabulário e a linguagem, pois a participação.

OLIVEIRA (2000), diz que mesmo antes de nascer à criança já inicia seu

processo de aprendizagem e este vai evoluindo e se desenvolvendo gradativamente

à medida que vivencia experiências e desenvolve relações com o meio do qual faz

parte. E é neste meio que atua de forma ativa, dinâmica, curiosa e criativa que

constrói conhecimentos e valores.

No processo de desenvolvimento da criança, há uma realidade externa, que faz com que a mesma normalmente, crie suas próprias soluções, construindo o conhecimento de formas variadas, na estruturação de seu processo mental a mesma passa por uma adaptação ao ambiente em que vive, e esta adaptação só se dá, se houver uma troca recíproca de experiências. Quando o educando chega à escola, ele deve sentir-se à vontade, socializar-se com os colegas de sala de aula principalmente com educadora. Na sala de aula os educandos devem, acima de tudo, brincar (SILVA, 2005, p.11).

Para SILVA (2005), o jogo é um processo que auxilia a evolução da criança,

utiliza a análise, a observação, a atenção, a imaginação, o vocabulário, a linguagem

e outras capacidades próprias do ser humano. Por meio dos jogos as crianças

passam a compreender e a utilizar regras que serão empregadas no processo de

ensino-aprendizagem.

De acordo com OLIVEIRA (2000), para muitos educadores é possível

aprender matemática jogando em grupos, pois a ludicidade motiva e desperta o

interesse do educando, tomando a aprendizagem mais atraente. A participação em

jogos de grupo também representa uma conquista nos aspectos cognitivos,

emocionais, morais e sociais e para a criança, é claro, um estímulo para o

desenvolvimento do raciocínio lógico.

SANTOS (1997), destaca que o jogo só em si, que a professora leva para a

sala de aula, já é um grande passo dado, mas quando os alunos mesmos

confeccionam seus jogos, o comportamento destes muda completamente, pois para

eles não vai ser um jogo qualquer que a professora trouxe, mas sim um jogo

confeccionado por eles, e isso faz com que na hora de interagirem com as crianças

utilizando os materiais construídos pelos mesmos, tudo vire brincadeira.

Mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade,

fundamentais para a construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização (simulação de vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do desafio e mobilização da curiosidade) e criatividade (MALUF, 2003, p. 5).

Ao se incentivar as crianças através de jogos e brincadeiras, estaremos

contribuindo para a construção do conhecimento significativo e não apenas com

vistas ao desenvolvimento da ludicidade, mas oportunizando a criança a

compreender o mundo que a rodeia.

SILVA, (2005, p. 51), “diz que se incentivarmos às crianças através de jogos

e brincadeiras, com certeza estaremos contribuindo para a construção do

conhecimento significativo, formando indivíduos confiantes e criativos.”

MALUF (2003), pondera que faz-se necessário envolver os jogos e as

brincadeiras nas práticas pedagógicas de sala da aula, não apenas com vistas ao

desenvolvimento da ludicidade, mas, sim, como meio de desenvolver e aprimorar o

raciocínio lógico, social e cognitivo de maneira prazerosa para a criança.

A criança, portanto, tem de explorar o mundo que a cerca e tirar dele informações que lhe são necessárias. Nesse processo, o professor deve agir como interventor e proporcionar-lhe o maior número possível de atividades, materiais e oportunidades de situações para que suas experiências sejam enriquecedoras, contribuindo para a construção de seu conhecimento. Sua interação com o meio se faz por intermédio de brincadeiras e jogos, da manipulação de diferentes materiais, utilizando os próprios sentidos na descoberta gradual do mundo. (SILVA, 2005, p 21).

Para OLIVEIRA (2000), por estarem presentes no cotidiano escolar, os jogos

e as brincadeiras permitem ao professor explorar estes momentos de prazer e

imaginação junto às crianças, seja nas atividades diárias desenvolvendo as

capacidades de raciocínio, bem como o desenvolvimento físico, afetivo e cognitivo

das mesmas.

20

CAPÍTULO V: A IMPORTÂNCIA DA BRINCAR NA ESCOLA

Estudar sobre a importância e benefícios da brinquedoteca na escola como

um recurso que auxilia na promoção e construção do conhecimento é importante

para que se possa desenvolver e criar situações de socialização e integração no

ambiente escolar. A brinquedoteca tem uma importância significativa para o ensino,

pois é um meio de alcançarmos de forma pedagógica o desenvolvimento,

crescimento e a aprendizagem das crianças.

O pensamento da criança evolui a partir de suas ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para o desenvolvimento do pensamento infantil, determinadas situações, a compreensão das experiências fica mais clara quando as representa em seu faz-de-conta. Neste tipo de brincadeira tem também a oportunidade de expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e frustrações. (CUNHA, 2007, p.23)

De acordo com SILVA (2005), a ideia de inserir atividades lúdicas na

educação começou a se espalhar, no século XVIII, com os estudiosos Pestalozzi e

Rousseau diziam que os jogos eram instrumentos formativos que preparavam para a

vida em comum e para as relações sociais, além de auxiliar no desenvolvimento

das capacidades infantis, permitindo que a criança construa representações de

mundo.

Novas práticas são cada vez mais experimentadas para que o objetivo do

planejamento de ensino seja conquistado. Umas dessas práticas são as brincadeiras

e os brinquedos que estão sendo inseridos aos poucos nos conteúdos escolares

para que as crianças consigam estudar tranquilamente.

Essa prática precisa de um espaço para ser realizadas com sucesso por isso

fez com que alguns autores publicassem algumas alternativas de como proceder

com a brinquedoteca no âmbito escolar.

Segundo CUNHA (2007), o respeito pelo ser humano em desenvolvimento,

fez com que ela buscasse constantemente recursos educacionais que favorecem as

potencialidades da criança, e que a brinquedoteca é um dos melhores incentivos,

pois a criança brinca sem medo e ao mesmo tempo sente-se livre para fazer o que

quer.

O ensino dos anos iniciais está cada vez mais desafiador, os educadores

desta área estão em constante busca de novas metodologias para serem aplicadas

em salas de aula, para que os educandos tenham maior participação nas aulas.

Hoje, temos que proporcionar atividades diferenciadas para atraírem as crianças, e

prenderem a sua atenção e concentração na sala de aula, isto não está fácil, pois os

meios de comunicação estão cada dia mais presente em nosso meio.

Percebe-se então que no mundo inteiro as crianças preferem ficar em casa,

a ir à escola, porque os pais para recompensarem seus filhos enchem de brinquedos

industrializados, mas não da uma oportunidade de inventar e comandar suas

próprias brincadeiras. As crianças passam o dia inteiro compromissadas com outras

atividades que não conseguem tempo para brincar.

Dentro dessas possibilidades de novas metodologias para os anos iniciais o

ato de brincar vem conquistando um espaço muito favorável ao ensino aprendizado

dos educando e dando oportunidade aos educadores em estimular a sociabilidade

no educando.

As novas metodologias fazem com que a criança consiga aprender

brincando e desenvolva o seu cognitivo e sua psicomotricidade sem perceber que o

seu desenvolvimento está sendo observado.

De acordo com SILVA (2005), a ideia de inserir atividades lúdicas na

educação começou a se espalhar, no século XVIII, com os estudiosos Pestalozzi e

Rousseau diziam que os jogos eram instrumentos formativos que preparavam para a

vida em comum e para as relações sociais, além de auxiliar no desenvolvimento

das capacidades infantis, permitindo que a criança construa representações de

mundo.

Os educadores estão cada vez mais se desdobrando para conseguirem a

satisfação do aluno, buscando algo de novo, numa destas constantes buscas

verificou-se que há um ambiente em que as crianças vão com muito prazer, este é

um lugar encantador. Este ambiente está sendo mediador para o ensino

aprendizado das crianças, mas também ajudando os educadores a observar a

criança com mais precisão, desenvolvendo o lado afetivo e social de quem o

frequenta. Este lugar contém vários ambiente propício para que o educando possa

se desenvolver com facilidade. Este espaço está denominado como brinquedoteca,

desde quando ela surgiu teve um avanço importante pedagogicamente favorável a

criança que a freqüenta, e consegue principalmente ajudar os educadores a

22

trabalhar com eficácia e conseguindo fazer avaliação diagnóstica e reconhecendo

quando o educando possui alguma dificuldade de aprendizagem e sabendo-se

efetuar as intervenções necessárias.

A brinquedoteca é, antes de mais nada, um espaço criado para que a criança possa brincar livremente. Com isso, propicia-se o verdadeiro brincar, aquele que possibilita a expressão das atividades mais profundas do ser humano; aquelas que embora desconhecidas pode estar bloqueando a liberação de potencialidades ou impedindo o acesso à felicidade. (SILVA, 2004, p.31).

Brincar é a linguagem que as crianças usam para se manifestar, descobrir o

mundo e interagir com o outro. Quando ela é incentivada adquire novas habilidades

e desenvolve a imaginação e a autonomia. É possível brincar sem ter nada nas

mãos apenas algumas brincadeiras tradicionais como o pega-pega e a ciranda que

eleva a auto-estima da criança dando oportunidades de estar livre e poder brincar

sem repressões, lembrando que o brinquedo tem um papel fundamental no

desenvolvimento infantil.

De acordo com SILVA (2004, p. 127):

Com a ajuda do brinquedo ela pode desenvolver a imaginação, a confiança, a autoestima e a cooperação. O modo como a criança brinca revela seu mundo interior. O brinquedo contribui, assim, para a unificação e integração da personalidade e permite à criança entrar em contato com outras crianças.

Brincar, segundo OLIVEIRA (2000), dá á criança noção de tempo, espaço e

regras, faz com que ela desenvolva a sua criatividade, conheça os seus limites de

forma prazerosa. Enquanto ela está neste mundo de brincadeira ela constrói a sua

história através de um caminho desafiador que o brincar lhe proporciona, quando ela

faz alguma atividade que lhe dá prazer libera as emoções. Na brincadeira a criança

também aprende, se diverte, enfrenta desafios, interage com o meio e com o seu

interior, isso porque, há motivação e significado para ela.

A brinquedoteca, segundo SILVA (2004): deve estabelecer metas que vão

além das necessidades básicas da infância envolvendo toda a comunidade escolar,

pois apesar de ser um espaço de educação, é também um espaço de apreciação de

brincadeiras, de compreensão, de identificação, de comportamentos adotados pelos

participantes, para melhor conhecê-los.

SILVA (2004, p. 14), afirma que:

A principal implicação educacional da brinquedoteca é a valorização da atividade lúdica, que tem como conseqüência o respeito às atividades

23

afetivas da criança. Promovendo o respeito à criança, contribui para diminuir a opressão dos sistemas educacionais rígidos.

Nesta perspectiva social a brinquedoteca contempla, segundo OLIVEIRA

(2000), os seguintes objetivos educacionais:

Através destes objetivos que a brinquedoteca nos trás pode-se trabalhar o

lado emocional e familiar do educando, proporcionar a ele atividades que consiga

desenvolver e envolver a sua vida familiar e efetiva, diagnosticando algum problema

na sua aprendizagem e tomando as providências cabíveis para que este educando

não sinta que durante a sua vida escolar não conseguiu entender os conteúdos que

fizeram parte de sua vida educacional. Pode-se dizer também que o espaço lúdico

da brinquedoteca vem a cada dia se estruturando como espaço privilegiado e

deveres subjetivos de acordo com a realidade onde está inserida.

Mostrando assim que a brinquedoteca na escola tem o dever de ser um agente mediador para que estas crianças tenham um desenvolvimento significativo os aspectos cognitivos, afetivos, motores e sociais. O ambiente educacional deve implantar o espaço lúdico oportunizando o direito de brincar e resgatar a ludicidade á criança, estabelecido no (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente e julho de 1990, artigo 16, inciso IV, “o direito da liberdade de brincar praticar esportes e divertir-se. (SILVA, 2005, p.54).

Podemos considerar então que a brinquedoteca estando no meio

educacional amplia os conhecimentos do educando e faz com que o mesmo consiga

ampliar a aquisição de suas habilidades no processo de aprendizagem, como os

jogos, as brincadeiras e o brinquedo, almejando a evolução do saber nas práxis

pedagógicas e o aperfeiçoamento das habilidades cognitivas, afetivas, psicomotoras

dos discentes com o enfoque nas multiplicidades de inteligências destes em

situação que direcione ao sucesso escolar.

De acordo com MALUF (2003, P.48), a importância da brinquedoteca na

escola é crucial, pois oferece condições e efeitos positivos para o processo de

aprendizagem, através do jogo, da brincadeira, de brinquedos, resgatando o

patrimônio histórico cultural e a identidade da comunidade onde está inserida.

A infância, segundo OLIVEIRA (2000), deve ser um momento bem vivido e

seus territórios bem explorados para desenvolver amplamente seu potencial, pois

uma criança que não consegue viver esta fase da vida será um adulto totalmente

frustrado. A criança precisa transforma-se em adulto, amadurecendo através de um

processo em que possa transcender cada etapa do seu desenvolvimento pela

24

amplitude e riqueza de suas experiências. Pois o seu lado criança representa a sua

alma, sua sensibilidade, sua possibilidade de encantamento.

Na busca pelo conhecimento da brinquedoteca no ambiente educacional não

deveria ser uma alternativa, e sim, segundo MALUF (2003), um inventivo para

extravasar sentimentos, conhecimentos e emoções, ajudando o educando a

perceber e sanar as suas próprias necessidades buscando algum objetivo e mais

nas suas atividades escolares.

Diante destas definições a brinquedoteca tem papel fundamental na vida da criança que tem acesso a este ambiente, trazendo-lhe paz interior e o desejo de experimentar novos conhecimentos. Toda prática pedagógica trás alguns objetivos a serem alcançados e a brinquedoteca não fica fora deste processo e esses objetivos deverão ser atingidos para que ela realmente funcione como mediadora da aprendizagem. (MALUF, 2003, p.48)

A brinquedoteca deve criar um espaço de convivência que propicie

interações espontâneas e prazerosas, para que a criança possa desenvolver suas

habilidades num espaço lúdico e democrático, permitindo formas de expressão livre

e de representação do mundo na visão da própria criança.

O professor deve conhecer perfeitamente estes objetivos, os seus princípios

e sua forma de utilização para que torne a brinquedoteca um espaço adequado para

a aprendizagem dos alunos, para que este professor consiga desenvolver um

trabalho significativo perante a aprendizagem do educando.

Nos últimos anos, a tecnologia trouxe as crianças mais comodismo e auxilio aos pais que trabalham fora o dia inteiro, jogos de videogames, computadores que induzem as crianças a ser violentas, isso faz com que a criança se torne agressiva em vez de aprender algo de bom influenciando a criança a crueldade e não a aprendizagem. (MALUF (2003, p.48).

A brinquedoteca tem o papel crucial para que a criança tenha essa

necessidade de se transformar, pois estes jogos eletrônicos não têm o intuito da

socialização e a interação com os demais colegas, vive em um mundo fechado e

dominado por um adulto.

MALUF (2003), descreve que a sobrecarga de funções na infância consolida

precocemente a maturação dos pequeninos, devido ao acúmulo de

responsabilidades geradas pelos pais e pela sociedade, elegendo prioridades

consideradas por eles mais importantes que o brincar, como: informática, aulas de

línguas, cursos de música e entre outros. Não desmerecendo o beneficio destas

atividades, mas elas não permitem um momento d sua vida cotidiana para a

brincadeira lúdicas na infância, impede a liberação de energia acumuladas e

25

tensões, que levam as crianças a apresentarem problemas de saúde relacionados

ao estresse por sobrecarga de tarefas.

No entanto as escolas também acabam seguindo as transformações e

imposição da sociedade e permitem que as brincadeiras fiquem no esquecimento,

ou seja, vistas como “perda de tempo”, substituindo-as por atividades diretivas

consideradas mais produtivas.

Baseando nestes relatos a brinquedoteca tem a função não só na

aprendizagem da criança, mas também contribui com autoestima da criança e das

pessoas que convivem com ela. A brinquedoteca deve identificar-se com o perfil de

sua comunidade ou contexto sociocultural, onde se encontra instalada, para cultivar

o ofertar a todos uma formação cultural mais humana e integral.

Para CUNHA (2007, p.11), “a criança quando brinca nutre sua vida interior

descobre sua vocação e busca um sentido para a sua vida.” A brinquedoteca é um

espaço que a criança utiliza para se expressar, se comunicar, se divertir, esquecer

do seu mundo real para viver um mundo de fantasia, sonho, imaginação.

Na implantação de uma brinquedoteca é necessário que ela seja composta

por alguns objetivos a serem alcançados pelo seu público alvo, o local de instalação

deve ser composto por diferentes ambientes, simples ou sofisticados, com materiais

recicláveis ou industrializados.

Os tipos de brinquedotecas são, segundo MALUF (2003), os seguintes:

comunitária, de atendimento especial; em Universidades e Faculdades; em

Instituições de Saúde; em formação de professores e Recursos Humanos;

Circulantes em shopping e junto ás bibliotecas.

Pode-se observar que os variados tipos de brinquedotecas proporcionam o

encantamento, o bem estar, a emoção, a efetividade a todos que a procura seja para

aprender ou para satisfazer as suas necessidades.

Para CUNHA (2007), uma brinquedoteca deve possibilitar a convivência

natural das crianças com jogos e brincadeiras resgatando a capacidade de brincar e

a capacidade de concentração, dando oportunidades para que a criança aprenda a

jogar, a participar de grupos e atividades lúdicas proporcionando acesso a um

número maior de brinquedos, de experiências e de descobertas.

26

Este ambiente deverá ser constituído de vários espaços diferenciados para

que cada criança ou pessoa que vier utilizá-la consiga sair dali satisfeito, como

forma de organização da brinquedoteca sugere-se usar cantos como: o canto do faz

de conta, o canto da leitura, o canto da criação ou sucatoteca, do teatro, oficinas,

mesas coletivas, mural para recados, playground, cantos dos tapetes e colchões,

canto do cinema, canto da pintura e desenhos entre outros.

O ambiente deve ser criativo, colorido, expressivo, alegre, onde os

participantes consigam perceber que ali é local adequado para a descontração e

magia, dando a eles a oportunidade da escolha.

Outro fator importante é o acervo de brinquedos da brinquedoteca que deve

permitir o desenvolvimento de capacidades e estimular potencialidades, criando a

compreensão das mais diversas formas de arte, de comunicação e comportamento

social equilibrado da criança, sob a orientação de um brinquedista ou responsável

que entenda sobre o assunto.

[...] para trabalhar numa brinquedoteca é necessário um profissional diferente, o “brinquedista”, que antes de mais nada deve ser um educador, ou seja, antes de ser um especialista em brinquedo, deve ter em sua formação conhecimento de ordem psicológica, sociológica, pedagógica, artística... Enfim, matérias que lhe dêem uma visão clara e crítica sobre criança, jogo, brinquedo, brinquedoteca, escola, homem, sociedade e, ao mesmo tempo, seja uma pessoa com sensibilidade entusiasmo, determinação, dinamismo, que chora, que ri, que canta e que brinca (SILVA, 2004, p. 100).

Então pode dizer que em qualquer ambiente que a brinquedoteca esteja

inserindo o seu objetivo é diagnosticar as dificuldades de aprendizagem, a

dificuldade de interação social e aperfeiçoar os critérios de efetividade de todos que

nela esteja inserindo de um ou outro modo sendo avaliados constantemente e sem

nenhuma cobrança diante dos seus afazeres escolares.

Para a criança, a brincadeira satisfaz o seu ego nutrindo assim as suas

necessidades básicas, saúde, habitação e educação, e por ser uma atividade

fundamental para o desenvolvimento das capacidades potenciais de toda criança;

brincar é comunicação e expressão, associando pensamento e ação; é um ato

instintivo voluntário e espontâneo, é uma atividade natural e exploratória; é um meio

de aprender a viver e não um mero passa tempo.

A aprendizagem precisa acontecer de forma prazerosa permitindo que a

criança classifique, ordene, estruture, resolva pequenos problemas e se sinta

27

motivada a ultrapassar os próprios limites, isto pode acontecer através da

brincadeira, porque enquanto brinca a criança pensa, cria e desenvolve seu

pensamento crítico. Utilizar brincadeiras como recurso didático é uma chance que

precisa se colocar em prática, elas podem ser utilizadas como prática habitual da

aula, pois é um recurso interessante e eficiente.

Desde muito tempo já se fala na importância do lúdico para o desenvolver da

criança, PIAGET (1971, p.160), afirmava que "o jogo é uma assimilação da atividade

própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em

função das necessidades múltiplas do eu", ou seja o lúdico não é algo banal, mas

sim algo que enriquece e ajuda a desenvolver a criatividade, permite a criança a

vivenciar o lúdico e descobrir-se a si mesma, aprender a realidade, tornando-se

capaz de desenvolver seu potencial criativo, construindo seu próprio pensamento.

(OLIVEIRA, 2000, p.78).

Nota-se que brincar é um importante instrumento de apoio, pois assim a

criança adquire liberdade de ação física e mental, toma decisões, compreende

melhor o mundo, e o que as rodeia, assim é capaz de perguntar, explicar, criar e se

expressar livremente, interagindo com tudo e com todos.

Através de materiais adequados, que trabalhem a realidade dos educandos

os professores podem tornar o trabalho atrativo e principalmente realizar uma aula

diferente, além de auxiliar as crianças a perderem sua timidez, e se relacionem com

seus colegas.

Para OLIVEIRA (2000, p.22), brincar é uma prática pedagógica que não é

simplesmente divertimento, mas favorece o desenvolvimento físico afetivo e moral e

a partir dele há processamento do conhecimento sensório-motor. As crianças

quando interagem sobre os objetos, estruturam espaço e tempo, desenvolvendo

noção de casualidade, chegando a representação como resultado a lógica. O brincar

motiva a criança a usar sua inteligência porque se esforçam para superar seus

obstáculos tanto no campo emocional quanto no cognitivo, a brincadeira nas

crianças evolui mais nos seus seis primeiros anos de vida do que em qualquer fase

do desenvolvimento humano e neste período se estrutura de forma bem diferente de

como a compreenderam teóricos interessados na temática. Em jogo qualquer a

criança pode optar por brincar ou não o que é característica importante da

28

brincadeira, pois oportuna o desenvolvimento da autonomia, criatividade e

responsabilidade quanto as próprias ações.

Segundo KISHIMOTO (1994), o brinquedo supõe uma relação íntima com a

criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de

regras que organizam uma utilização. O brinquedo preenche necessidades,

entendendo-se estas necessidades como motivos que impelem a criança à ação,

são estas necessidades que levam a criança a avançar em seu desenvolvimento.

Há várias maneiras de brincar como: através do jogo, teatro, brinquedos, faz

de conta, brincadeiras cantadas, mímica. Os jogos ou brincadeiras exigem

intencionalidade, requerem planejamento, precisa de um olhar atento e observação

detalhada, deve ter objetivos claros a serem alcançados, precisa de suporte e

registro para que propicie a acomodação e assimilação de conceitos. O jogo é

indispensável na vida da criança e sempre esteve presente na vida do ser humano

desde os tempos remotos, ele é um dos objetos que pode auxiliar no processo

ensino-aprendizagem como afirma Oliveira (2000). " o jogo na suas diversas formas

auxilia no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, auxilia no processo ensino-

aprendizagem, desenvolvimento de habilidades do pensamento, imaginação,

interpretação, tomada de decisão, criatividade, levantamento de hipóteses".

O brinquedo é um objeto que ajuda a criança no desenvolvimento da

linguagem, do pensamento, da concentração, atenção, da autonomia, autoconfiança

e assim também estimulando a curiosidade. Qualquer coisa que pode ser utilizada

como brinquedo estimula a imaginação infantil: como caixas, pontinhos, fitas, folhas

de árvores, pedaços de tecido, etc. No faz-de-conta a criança age, realiza a sua

maneira, idealiza, brinca como desejar, utiliza a imaginação e fantasia para conhecer

a si e o outro, como afirma OLIVEIRA (2000, p.22). Isto quer dizer que as várias

maneiras de brincar são muito importantes para o desenvolvimento infantil, e o

professor como parte disto precisa ter consciência da sua importância que por meio

das brincadeiras pode ser observada e composta uma visão dos processos de

desenvolvimento das crianças.

O grande sucesso do brincar na Educação Infantil se dá por meio de jogos e

brincadeiras, que possibilita a criança descobertas que acarretam o aprendizado.

29

A observação e a interpretação da atividade de brincar dão ao professor

caminhos que o leva a entender o aluno, e a criança oportunidade de mesclar as

informações, ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, sejam elas

motoras, cognitivas ou linguísticas, e assim temos fundamentos teóricos para

deduzirmos a importância do brinquedo no desenvolvimento da criança na Educação

Infantil.

VYGOTSKY (1994), vê o brinquedo como o meio principal do

desenvolvimento da criança. Considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da

vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele

não estabelece fases para explicar o desenvolvimento. Segundo ele, a criança usa

as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem

à regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um

engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular

seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. As

maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que

no futuro tornará seu nível básico de ação real e moralidade.

O brincar é uma característica da criança e faz parte da sua índole, ambas

são praticamente sinônimas, uma não existe sem a outra, “as atividades lúdicas são

a essência da infância.” De acordo com CASARIN (2002, p. 2), brincar contribui no

desenvolvimento da criança na Educação Infantil. Brinquedos e brincadeiras

aparecem com significações opostas e contraditórias: a brincadeira é vista ora como

ação livre, ora como atividade supervisionada pelo adulto.

Nesta frase do autor podemos definir a ação livre como jogos e brincadeiras

em que as crianças brincam livres e as supervisionadas como jogos e brincadeiras

com regras.

Vale ressaltar que o brinquedo no desenvolvimento da criança na educação

Infantil, além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona

o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.

Para VYGOTSKY (1994, p.85), é no brinquedo que a criança aprende a agir

numa esfera que depende de motivações internas. É no brinquedo que a criança

consegue ir além do seu comportamento habitual, atuando num nível superior ao

que ela realmente se encontra.

30

Para superar essa necessidade a criança brinca, e durante a atividade lúdica

ela vai compreendendo à sua maneira o que faz parte desse mundo, esforçando-se

para agir como um adulto, por exemplo, dirigir um carro, andar a cavalo, preparar

uma comida, ou atender um paciente. É o que concorda KISHIMOTO, (1994, p. 68).

A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e,

ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo, da vida natural interna

no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso

externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com

determinação, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-

se um homem determinado, capaz de auto-sacrificio para a promoção do seu bem e

de outros... Como “sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial, é

altamente sério e de profunda significação”.

De acordo com CASARIN (2002), foi o primeiro educador enfatizar o

brinquedo, a atividade lúdica como parte essencial do trabalho pedagógico e a

aprender o significado da família nas relações humanas, ao criar o jardim de infância

com o uso de jogos e brinquedos. De acordo com CASARIN (2002, p. 2),

consequentemente, as escolas que adotam as teorias froebelianas permitem o

brincar com atividades orientadas e também livres. Os brinquedos são vistos como

suporte para a ação do brincar, proporcionando a aquisição de habilidades e

conhecimentos.

Através da brincadeira, a criança pode experimentar novas situações, e lhe é

garantida a possibilidade de uma nova educação criadora, voluntaria e consciente.

De acordo com CASARIN (2002), Froebel foi considerado por MALUF (2003,

p.48), “um psicólogo da infância ao introduzir o brincar para desenvolver e educar as

crianças. Ele afirma que o desenvolvimento físico, motor e cognitivo dar-se-ão em

atividades livres e espontâneas.”

De algum tempo para cá, os estudiosos passaram a ver o brincar das

crianças de forma diferente, não só para passar o tempo e se divertir, mas para seu

pleno desenvolvimento, o desenvolvimento de suas potencialidades, afirma CUNHA

(2003), apud MALUF (2003), que diante dos desafios do brincar faz com que as

crianças tende alcançar melhores níveis de desempenho.

31

Numa situação de brinquedo, a imaginação da criança é uma atividade

especificamente humana e consciente, que surge da ação. Em suas ações, a

criança representa situações às quais já foram de alguma forma vivenciada por ela

em seu meio sociocultural, ou seja, a sua representação no brinquedo está muito

mais próxima de uma lembrança de algo que já tenha acontecido do que da pura

imaginação. Para VYGOTSKY (1994, p. 134).

O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança, aquilo

que na vida real passa despercebida por ser .natural, torna-se regra quando trazido

para a brincadeira. “As crianças fazem das brincadeiras uma ponte para o

imaginário, a partir dele muito pode ser trabalhado.”

A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da

necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real.

Nela aparecem à ação na esfera imaginativa numa situação de faz de conta, a

criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das

motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento

pré-escolar.

Para KISHIMOTO (1994, p.98), “o brincar tem a prioridade das crianças que

possuem flexibilidade para ensaiar novas combinações de ideias e de

comportamentos”.

Autores como ANTUNES (1998), a brincadeira procuram identificar as suas

características. Estes autores não negam a influência social e cultural do brincar,

mas focam suas pesquisas principalmente em estudar as características e

influências comportamentais e desenvolvimentais da brincadeira. Percebe-se,

portanto a necessidade de os autores e pesquisadores exporem de forma clara os

pressupostos teóricos que estão embasando seus estudos e conceitos bem como

seus objetivos, uma vez que isto conduzirá e orientará os resultados de suas

pesquisas.

A brincadeira é a atividade principal da infância. Essa afirmativa se dá não

apenas pela frequência de uso que as crianças fazem do brinquedo, mas

principalmente pela influência que esta exerce no desenvolvimento infantil.

A cognição e o desenvolvimento intelectual são exercitados em jogos onde a

criança possa testar principalmente a relação causa-efeito. Na vida real isto

32

geralmente é impedido pelos adultos.

Para ANTUNES (1998, p. 27),

entre 3 e 6 anos de idade, as crianças estão no segundo estágio conforme Piaget (período pré-operacional), o do desenvolvimento cognitivo, em que podem pensar em símbolos, mas ainda não podem usar a lógica. Esta proposta faz com que se perceba que o lúdico é uma opção de trabalhar o conhecimento de forma prazerosa, pois é através do brinquedo e do brincar que a criança aprende a lidar com o mundo, e formar sua personalidade, recriando situações do seu dia a dia na busca de novas experiências. (KISHIMOTO, 1994, p. 68).

O brincar também contribui para a aprendizagem da linguagem, que

funciona como instrumento de pensamento e ação, para ser capaz de falar sobre o

mundo, a criança precisa saber brincar com o mundo com a mesma desenvoltura

que caracteriza a ação lúdica.

Nesta visão, as crianças adquiriram o brinquedo, facilitando a necessidade

do imaginário, enriquece as habilidades motoras e reforça a aprendizagem

educativa.

Ao participar de uma brincadeira, além de aprendê-la, a criança começa a

inventar outras, com variações da mesma.

É importante refletir a maneira como o brinquedo vem sendo trabalhado nas

escolas, e se ele favorece um aprendizado significativo nas atividades pedagógicas.

Logo, é persistente a busca de respostas que levam à solução do problema.

Portanto, verifica-se que precisamos não apenas saber que ensino escolher, mas

como ensinar, sobretudo, quando ela está pronta para aprender as várias tarefas

intelectuais do processo ensino-aprendizagem.

Nestas contextualizações MAUÉS (2000, p. 01), segue citando que: “É

através do brincar que a criança representa a realidade à sua volta, e com isso vai

construindo seus próprios valores, ideias e conceitos.” Nos dias de hoje o brincar

vem sendo cada vez mais utilizado na Educação, sendo destacado como uma peça

importantíssima para a formação da personalidade, da inteligência, na evolução do

pensamento, transformando-se em um artifício mais acessível para a construção do

conhecimento.

Brincar significa extrair da vida nenhuma outra finalidade que não seja ela

mesma. Em síntese, o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, á

33

descoberta da individualidade e á meditação individual. ANTUNES (1998, p. 36-37).

O brincar é a atividade predominante na infância e vem sendo explorado no

campo científico, como intuito de caracterizar as suas peculiaridades, identificar as

suas relações com o desenvolvimento e com a saúde e, entre outros objetivos,

intervir nos processos de educação e de aprendizagem das crianças.

Piaget (1971) seguindo uma orientação cognitiva “analisa o jogo integrado à

vida mental caracterizado por orientações do comportamento que denomina

assimilação.”

Dentro dessa perspectiva, Piaget ressalta que a inteligência é definida pelo

equilíbrio entre a assimilação e acomodação. Segundo o autor a maneira da criança

assimilar é transformar o meio para que este se adapte às suas necessidades,

enquanto o acomodar é a maneira da criança mudar a si mesma para adaptar-se ao

meio em que está inserida. Para PIAGET (1971, p. 99):

O jogo é a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos as crianças, desde pequenas estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvem a noção de casualidade, chegando à representação e finalmente à lógica.

Em resumo, PIAGET (1971), assegura que o jogo na criança inicialmente é

egocêntrico e espontâneo, tornando-se cada vez mais uma atividade socializadora.

Portanto, verifica-se que, ao brincar, a criança constrói conhecimento. Com isso uma

das atribuições mais importantes do jogo é a confiança que a criança tem. Confiante,

ela pode chegar às suas próprias conclusões, criar seus próprios valores morais e

culturais, visando sua auto-estima, o autoconhecimento, a cooperação conduzindo à

imaginação, à fantasia, à criatividade, à criticidade e a algumas vantagens que

facilitam suas vidas, sejam quando crianças ou como adultos.

É nesse sentido que a brincadeira pode ser considerada um excelente

recurso a ser usado quando a criança chega à escola, pode ser parte essencial de

sua natureza, podendo favorecer tanto aqueles processos que estão em formação,

como outros que serão completados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de ensino-aprendizagem propõe desafios, na busca de

compreender o mundo e sua realidade, onde o professor deve estar em contínuo

desenvolvimento.

Ao termino da pesquisa, os professores da Escola Municipal Menino Jesus,

veem que o brincar é importante, momento de divertimento e a brincadeira faz parte

do cotidiano da criança e na escola, não poderia ser diferente. Percebe-se que os

mesmos acreditam que o brincar é eficaz, que ocorrem conhecimentos e reflexões,

liberdade de criação no qual as crianças propagam suas emoções, sensações e

pensamentos sobre o mundo e também um espaço de interação consigo e com os

outros.

Observa-se que a escola atende aos interesses e necessidades sociais dos

alunos, através dos conhecimentos significativos, possibilitando uma compreensão,

visando superar obstáculos cognitivos/emocionais do aluno, realizando trocas de

experiências entre os mesmos como forma de aprendizagem, proporcionando às

crianças, meios para que tenham confiança na própria capacidade de conhecer e

enfrentar desafios..

Em relação ao objetivo de refletir sobre os jogos e brincadeiras no

desenvolvimento da criança da Educação Infantil, constatou-se que as brincadeiras

são necessárias para o desenvolvimento de cada criança e que os professores dão

oportunidade das mesmas expressar a dificuldade, satisfazer as curiosidades, ao

mesmo tempo útil e importante para o desenvolvimento das crianças, pois as

mesmas pensam e reorganizam as situações que vivenciam em seu cotidiano.

Recomenda-se a utilização da brincadeira em sala de aula como um

recurso a ser usado quando a criança chega à escola, podendo favorecer o

processo de formação e que través da mesma, a criança pode experimentar novas

situações, e lhe é garantida a possibilidade de uma educação criadora, voluntaria e

consciente.

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