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ALMANÁUTICA PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO! Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar Ano II – nº 12 maio/junho 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Quebras e morte na mais dura Cape Town - Rio de Janeiro Regatas: Clubes homenageiam velejadores importantes Bahia: Os campeões Kim e Kaká e suas super-mães Leds na sua embarcação: saiba como fazer ISSN: 23577800 12 Aluno de “Bimba” vai à China Escolha sua primeira cabinada Cape 2 Rio: Um 7º que valeu 1º Um quadriciclo que vira Jetski

Almanautica 12 - maio junho 2014

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ALMANÁUTICAPRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano II – nº 12 – maio/junho 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Quebras e morte na mais dura Cape Town - Rio de JaneiroRegatas: Clubes homenageiam velejadores importantes

Bahia: Os campeões Kim e Kaká e suas super-mãesLeds na sua embarcação: saiba como fazer

ISSN: 23577800 12

Aluno de “Bimba” vai à China Escolha sua primeira cabinada Cape 2 Rio: Um 7º que valeu 1º Um quadriciclo que vira Jetski

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Almanáutica:Jornalista Responsável: Paulo Gorab

ISSN: 23577800 12 Jornal bimestral, com distribuição nacional

nos principais polos náuticos do Brasil. Ano 02, número 12 maio/junho de 2014 Depto. Jurídico: Dra. Diana MelchheierContato: [email protected] Almanáutica é uma marca registrada.

Proibida a reprodução total ou parcial. Visite nosso site e fique por dentro das novidades

diariamente:www.almanautica.com.br

EDITORIAL

Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

2 MurilloNOVAES

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José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão ama-dor e conta, em crônicas com muito humor, situações vividas a bordo com sua família no livro “É proibido

morar em barco”, à venda na Livraria Moana

Crônicas Flutuantes Coluna do escritor José Paulo de Paula

Dos Leitores

Vá lá!

Foto da capa

Olá queridos amigos de alma supernáutica, eis que nos encontramos aqui, neste ano estranho de 2014, em momento mais pecu-liar ainda. É ao mesmo tempo pré-copa e pré-eleição e tudo cheira a um pré-desastre iminente neste balneário carioca de onde transmito esta mensagem. Enfim, bola pra frente que o Brasil e nosso mesmo. Nosso? Pano rápido.No mundo sempre mais simples e prazero-so da vida à vela, este 2014 tem outro signi-ficado e outro sabor. Há exatos 45 anos, no dia 22 de abril de 1969, um jovem oficial egresso das fileiras da marinha mercante britânica – em um singelo ketch bermu-dense de 32 pés, cujo desenho, de William Atkins, de 1923, remontava aos célebres botes salva-vidas (com velas, claro) no-ruegueses, de Colin Archer –, cruzava uma épica linha de chegada. Depois de 312 dias e mais de 30 mil milhas náuticas navegadas, Robin Knox-Johnston, com apenas 30 anos de idade, entraria eter-namente para o panteão dos heróis do mar. O simpático e simples (até hoje) britânico se tornaria, pouco antes de o homem pisar na lua, o primeiro de nossa espécie a cir-cunavegar o globo sozinho e sem escalas em um barco. O feito lhe valeu o título de Sir. E nossa humanidade já produziu, desde então, mais pessoas que foram ao espaço do que aquelas que cruzaram sozinhas os mares do mundo. Quando começou a cons-truir, em teca pura, na costa de Bombaim, na Índia, no ano de 1963, seu pequeno, porém bravo, veleiro (de nome Suhaili), Robin não imaginava que destino glorioso os aguardava. De fato, como me contou em uma entrevista para a revista Iate Life há alguns meses, ele nem sequer tinha planos

de participar da competição que o jornalão inglês Sunday Times promovia como um desafio aos navegadores de todo o planeta. Batizada de Golden Globe Race, a regata, a primeira de volta ao mundo na história, tinha dois prêmios. O cobiçado troféu para o primeiro a completar o desafio de velejar pelos três grandes cabos (Boa Esperança, Leeuwin e Horn) em solitário e sem para-das e cinco mil Libras Esterlinas (um exce-lente dinheiro à época) para aquele que o fizesse em menor tempo. Outro fato inusi-tado das regras é que o competidor poderia largar quando quisesse, entre os dias 1º de junho e 31 de outubro de 1968.No fim, dos nove participantes, apenas um completou a prova e ganhou as duas pre-miações: Robin Knox-Johnston. E em um ato de cavalheirismo que hoje, em tempos de egocentrismo máximo, soa anacrônico como um rádio à válvula, ainda doou o prê-mio em dinheiro para a família de Donald Crowhurst, que havia, literalmente, enlou-quecido e se suicidado durante a competi-ção. A história de Crowhurst é um drama a parte. Sem coragem de se lançar aos mares bravios mais austrais, ele ficara dando vol-tas no Atlântico Sul e reportando, via rádio, posições erradas que o colocavam em um percurso fraudulentamente verossímil aos olhos do mundo. Ao perceber que Knox--Johnston, Nigel Tetley e Bernard Moites-sier de fato estavam fazendo o que ele ape-nas fingira fazer, começou a dar sinais de que estava perdendo a razão e finalmente, confrontado pela desonra (e pela bancarro-ta já que seu interesse era no dinheiro para salvar sua empresa falida), tirou sua própria vida se atirando ao mar. Seu trimarã foi en-contrado depois, abandonado, no meio do Atlântico.Mas voltando à efeméride que nos motiva... A verdade é que, nestes 45 anos de provas de volta ao mundo a vela de oceano mudou bastante. Dos tempos do sextante, do rádio

intermitente, dos filmes e escritos atirados com estilingue no convés de navios que passavam, hoje estamos na era do rastrea-mento online e da banda larga nos veleiros de regata, transmitindo vídeos em HD. Do romantismo também heroico do francês Moitessier, que liderando a Golden Glo-be deu meia volta no Atlântico, montou o Horn novamente e completando uma circu-navegação e meia em solitário aportou no seu amado Taiti para não conspurcar com prêmios e fama sua simbiose com o mar, chegamos aos tempos do pragmatismo má-ximo na busca dos resultados.No entanto, eu posso afiançar ao dileto leitor, uma coisa não mudou. O caráter de Sir Robin Knox-Johnston, sua eterna cor-dialidade, simplicidade e alegria e, prin-cipalmente, seu amor pelo oceano e pelos veleiros. Quando me apresentei como jor-nalista e velejador a ele na chegada da Cli-pper Race, na Cidade do Cabo, e perguntei, antes de tudo, se ele poderia me ajudar em um projeto de vela solitária ele respondeu: “minha tendência, para qualquer coisa que me pedem é sempre dizer sim. Se eu con-seguir lhe ser útil será um prazer”. Velhas criaturas humanas. Velhos costumes de tempos em que os barcos eram de madeira e os homens de ferro. Em tempo. Em 2006, aos 67 anos de ida-de Robin voltou a competir em uma regata de volta ao mundo em solitário (desta feita com escalas), a Velux 5 Oceans, e se tornou o velejador mais velho a completar a circu-navegação solo à vela. E neste exato mo-mento, segundo o próprio, se prepara para a próxima edição que completará, tenho certeza, com quase 76 anos de idade. Um deus dos mar e da humanidade com toda a grandeza que ainda nos resta nesta planeta tão combalido.

Marinheiro de todas as águas, tranquilas, tormentosas, atribuladas e nauseabundas, incluso aí as não potáveis às pequenas aves – estas, todavia, quase sempre singradas nas formas moderada e responsável como mandam bons costumes –, você segue fir-me navegando em idéias. Vez que outra murcham, todavia, mais dia menos dia, acabam por retornar. Tempos estes! Não embarque se não ti-ver certeza que o piloto bêbado sumiu, de modo que terás alguma chance de chegar a porto seguro; é a nova campanha. Mesmo assim são precisas certas cautelas e astú-cias. Senão vejamos: durante o decurso de carnavais recheados a canaviais, cana-biais, sativiais e outros ais mais ou menos aromáticos, há que se redobrar atenções devido a certos descuidos próprios e ne-cessários para a ocasião. Um dos casos é o que o sujeito subiu na montaria aquática, içou a loira fenomenal de glúteos proemi-nentes à garupa, ligou o GPS portable e destrambelhou. Aonde ia é dado obscuro até esta data, mas dava pra sentir, de lon-ge, o cheiro do 12 anos e que o rumo ia ligeiramente penso... à direita. De cara re-lou – não se soube se de leve ou porrada mesmo – na popa do paddel da menininha que remava tranquila às margens plácidas, caindo-a supetaneamente (sic) naquelas mesmas águas já viscosas e embandeira-das nas cores social/comunistas. Levada às pressas ao PS mais próximo, foi diagnosti-cada de imediato pelo cubano de plantão: seis tipos diferentes de micoses, inclusive uma na região do esternocleidomastóideo jamais vista lá pelas terras do Fidel, fato este que deixou o doutor desconfiado que pudesse ter entrado de gaiato no navio. No local do sinistro, na orla cristalina, a loira, ainda engarupada na engenhoca, ameaçava beicinhos dizendo não sei nadar, não acho

justa a multa por falta de salva-vidas, não tive nada a ver com isso e coisa e tal. En-quanto isso o garanhão tirava as esporas para assoprar o bafômetro naval, pronta-mente levado ao local em nada menos do que 76 minutos após a colisão, isto tendo sido feito por um cabo, Canaveral ou Car-naveral – não se pode saber com certeza o sobrenome do subalterno devido à muvuca que foi formando. Um bafômetro naval é instrumento delicado, sofisticado, carís-simo e resistente a respingos e respingas. Por de tecnologia avançada nem montado é por bandas de Manaus, tendo, portanto, que ser importado via chinguiling e, por-tanto de novo, passar por expedientes pou-co acessíveis às mentes mais básicas – leia--se burocracias cleptocratas aduaneiras que exigem o carimbo do Sarney e sua patota e... et cetera, et cetera, et cetera. Mas, uma vez instalado em terras nacionais, paralelas e interplanetárias, a tendência é que seja li-geiramente eficiente em determinados ca-sos, notadamente naqueles que envolvem algum tipo de leitinho pras criança (sic). A muvuca, então, começa a crescer e toma ares de manifestação. Ora!, e por que não?, é novo tempo delas!, que as haja aquáti-cas! Que se pudesse ver havia contras e a--favores misturados; mascarados também, e o Canaveral – por consenso patriótico adotou-se esse suposto patronímico –, sem saber se eram proibidos ou não bléquiblo-ques no sobre objetos flutuantes, saca do aipóde e pede reforços. Quando chegou a outra embarcação federal, já havia umas gentes parecendo afogadas, com tartaru-gas e baiacus mordiscando suas falangetas, sem que progressos, regressos ou pregres-sos tivessem sido notados. Crakas já se instalavam, à vista de todos e sem um mí-nimo de cerimônias, nas embarcações que foram juntando em volta, cada uma com o tunqui-tunqui mais alto que a outra. A ga-

rotinha, prontamente medicada com pó de mico e Engovio, volta junto com o cubano – curioso que só pra ver uma manifesta-ção – e começa transmitir a coceira para todo mundo. A situação esquenta e a turma entra a reivindicar uma democratização do pó de mico, afinal de contas ninguém é de ferro. Uma bomba de efeito moral é lan-çada da viatura de apoio, mas assim que cai na água faz pfffff... lamentável falta de tecnologia subaquática para artefatos explosivos a serem usados em manifesta-ções dessa natureza; uma de lacrimogêneo vem e... pfffff! A turba, agora visivelmen-te encrakada, decide por uma assembléia, consultiva, deliberativa e purgativa, ali na superfície mesmo. Larica-lá, larica-cá, la-ricacolá e a constituinte delibera por deixar rapidamente o local do crime devido ao fato de estar quase na hora do desfile de Momo e esse ano parece que, por decreto lei do vereador mais votado, Fulano de Tal, não vai haver atrasos, pelo menos foi o que anunciou-se pelos megafones municipais, estaduais, federais e monumentais presos aos postes da Eléquitro sem autorização prévia do Joaquim Barbarosa, o negão-pró-ximo-presidente-da-república segundo a turma do botequim-de-sábado-pós-futiba, mas que, devido à circunstâncias atenuan-tes e encargos infringentes passou batido. Os únicos que ficaram por ali foram o cabo Canaveral e o cubano – até a turminha da viatura de reforço escafedeu-se – que, por eficiência de legisladores idôneos e leve-mente desonestos não podem se divertir de forma tão, por assim dizer,educadinha, e... Você, claro!, que se pôs a matutar que nem sempre as idéias voltam dentro dos confor-mes.

Cape 2 Rio

Há tempos leio o “Almanáutica” com inte-resse pela vela. Penso que este importante periódico poderia fazer um artigo com o Comandante Jose Guilherme P. Caldas, do veleiro de Ilhabela-SP, “Mussulo III”. Com tripulação mista brasileira e angolana, le-vou o veleiro de cruzeiro por água, de Ilha-bela a Capetown, em novembro de 2013, ficando num honroso 7º lugar na Classe IRC. Bons ventos. José M. Nolasco – Ilhabela - SPResposta: Sugestão dada, sugestão aceita!Matéria na página central!

Veleiro da Clipper Round the World Derry~Londerry / Clipper/ Divulgação

Ser proprietário de embarcação no Brasil está ficando cada dia mais difícil. Seja pelo lobby das marinas com preços equivalen-tes nas regiões onde faltam opções, seja pela falta de mão de obra qualificada. De “marinheiros” a prestadores de serviço, se você precisar de algo específico em sua embarcação ou quiser escolher uma opção de guarda em nosso litoral, estará perdido. Com preços equivalentes às melhores ma-rinas européias, mas com estruturas pífias beirando o desleixo, a esmagadora maio-ria de nossas marinas está pouco ligando para seus usuários, já que eles não tem para onde correr. A falta de vagas é tanta que no verão é impossível achar um lugar disponí-vel nas regiões mais disputadas. Se achar, vai pagar desproporcionalmente muito por isso. E se precisar de uma pintura de fun-do, uma obra em elétrica, fibra de vidro, é rezar para cair na mão de quem tenha alguma experiência e não danifique nada ou no mínimo faça o que foi contratado para fazer. Em náutica não existem espe-cialistas. Existem pessoas que fuçaram nas áreas durante algum tempo e que cobram para aprender às suas custas. Uns mais ex-perientes, outros menos... Marinheiro que saiba fazer o mínimo como trocar um fil-tro racor? Nem com reza braba. Vale a lei do mínimo esforço, também balizada pela cruel lei da oferta e da procura. São lavado-res de barco e não vão se esforçar porque assim que você o dispensar, ele vai arrumar outro barco para lavar.Causa de tudo isso? Custo Brasil? Ganân-cia? Acomodação de todas as partes? Há muita gordura no mercado – em todos os lados, de quem cobra e de quem paga - que, se não repassada ao interessado pode-ria pelo menos ser investida em melhores condições. Nas próprias marinas e funcio-nários, nos marinheiros. Cursos técnicos, mão de obra especializada, treinamentos, salários mais dignos e mesmo em preços mais acessíveis que representariam cresci-mento no mercado. Ou não?

Ricardo Amatucci - Editor

Tiro no péSolitário herói do mar

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UM GIRO PELA COSTARio Grande do Sul

As principais notícias de Sul a Norte. O que acontece nos polos náuticos.

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Santa Catarina

Rio de Janeiro

Manfred FlörickeA regata de monotipos Taça Comodoro Manfred Flöricke - ilha Chico Manoel foi realizada em março pelo Veleiros do Sul, com percurso de 12.5 milhas, com a parti-cipação de 21 barcos em quatro classes. Os familiares de Manfred Flöricke, incentiva-dor desta regata que desde 2010 (ano do seu falecimento) não era disputada, ajuda-ram no procedimento de largada e partici-param também da prova.Na ilha Chico Manoel os competidores e associados se reuniram no Galpão da Ilha para confraternizarem num churrasco na noite de sábado. Além dos prêmios foi ins-tituído um troféu transitório, no qual fica-rão gravados os nomes dos campeões de

Realizada em 8 de abril de 1934 no Gua-íba, a primeira competição de Vela oficial do Rio Grande do Sul que se tem registro foi denominada “Campeonato Veleiros Gaúchos”. Ela ocorreu próximo à Praia de Belas e contou com o apoio do Grêmio Náutico Gaúcho. O vencedor foi o barco Bavária, de Leopoldo Geyer. O troféu re-cebido por Geyer, patrono da vela gaúcha, foi confeccionado pelos irmãos Foernges. A partir desta regata, a vela gaúcha ganha-ria impulso com a fundação no mesmo ano do Rio Grande Yacht Club em junho de 1934 e do Veleiros do Sul. Oitenta anos de-pois, a mesma família Foernges, foi a pa-trocinadora da Regata dos 80 anos da Vela Gaúcha com a Óptica Foernges.

A foto do Arquivo VDS mostra a Taça “Campeonato Veleiros Gaúchos”, que foi disputada no ano de 1934.

Veleiros do Sul/ Ane Meira

Itajaí

A Associação Náutica de Itajaí (ANI) vai realizou a limpeza do Saco da Fazenda pelo projeto “Juntos Pelo Rio”. A abertura do evento teve início durante o lançamento oficial da Volvo Ocean Race 2014 – 2015 Stopover Itajaí, no Centro Comercial Portuário. Logo após, diversas embarcações partiram em limpeza das margens do rio Itajaí-açu e do Saco da Fazenda.Além de 10 embarcações bateiras, a ANI também atuou com uma equipe de instru-tores, voluntários e parceiros escoteiros. “Este é um momento que coroa todo o trabalho de conscientização que já faze-mos diariamente com as 300 crianças que participam de nosso projeto”, comenta a coordenadora da associação, Mônica de Sá Copello. É a terceira edição do Juntos Pelo Rio, re-alizado todos os anos em comemoração à

ANI em Itajaí: Vamos pegar o lixo?Semana Mundial da Água.Participaram desta ação as Associações Náuticas de Itajaí e de Navegantes, Porto de Itajaí, Semasa, Defesa Civil, Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), Fun-dação do Meio Ambiente de Santa Catari-na (Fatma), Fundação do Meio Ambiente de Navegantes (Fuman), Corpo de Bom-beiros, Delegacia da Capitania dos Portos, Itajaí Práticos. Há também o apoio das empresas Água Ariribá, APM Terminals Itajaí, Braskar-ne, Poly Terminais, Terminal Trocade-ro, Ecosorb, Esgoneto, Gomes da Costa, Ambiental Transportes, Ambiental Coleta Municipal, Cooperfoz, Empresa de Nave-gação Santa Catarina, Estaleiro Naveship e Portonave Terminal Portuário Navegantes.

ANI faz a limpa

Após enfrentarem dois dias de ventos fra-cos, no final de março os competidores encerraram as disputas da Copa da Juven-tude, que definiu a equipe brasileira que re-presentará o Brasil no Mundial, em Tavira (Portugal) de 12 a 19 de julho. O último dia de competições contou com ventos de até 20 nós (aproximadamente 40km/h), no nas regatas realizadas em Jurerê, na subsede do Iate Clube de Santa Catarina e definiram os 12 brazucas que levarão nossa bandeira para as terras d’álem mar. Na Classe 420, deu a lógica: Tiago Brito (Clube Jangadei-ros/RS) e Philipp Essle (Yacht Club Santo Amaro/SP) venceram e garantiram a vaga. A dupla teve um desempenho muito bom em Florianópolis, vencendo quatro das seis regatas realizadas para a classe 420. “Ape-sar de ser o nosso primeiro campeonato juntos, conseguimos andar rápido e velejar bem”, comemorou Tiago. Na Laser Radial, a disputa foi acirrada entre Antonio Caval-canti (Veleiros do Sul/RS) Martin Lowy (YCSA/SP), que acabou vencendo com apenas um ponto de diferença e retornando

Tiago (Jangadeiros) e Essle (YCSA) garantem vaga para o mundial em Portugal

Copa da Juventude define quem vai a Portugal

ao Mundial da Juventude onde busca o bicampeonato na competição mais importante para jovens atletas no mundo. Já na classe Hobie Cat 16 quem levou foi a dupla Kim Andrade e Antonio Carlos Neto do Yacht Clube da Bahia (veja matéria especial na pá-gina central). Foto: Gabriel Heusi/VDS

Seleção da Vela Jovem classificada para o Mundial:

Laser Radial Masculino – Martin Lowy (SP-YCSA) Laser Radial Feminino – Maria Carolina Boabaid (SC-ICSC) 420 Masculino – Tiago Brito (RS – Jangadeiros)/Phillip Essle (SP-YCSA) 420 Feminino – Giuliana Tozzi (SP-YCSA)/Marina Arndt (SP-YCSA) RS:X Masculino – Brenno Francioli (RJ-CNA) RS:X Feminino – Maria Carolina da Cruz (RJ-CRG) Hobbie Cat – Kim Andrade (BA-YCB)/Antonio Carlos Neto (BA-YCB) 29er – Antonio Aranha (SP-YCSA)/Stephan Kunath (SP-YCSA)

Localizado na zona sul de Niterói, o Rio Yacht Club – mais conhecido como Sailing – completou o seu centenário no dia 14 de abril. É um dos mais antigos e tradicionais iate clubes do Brasil. Para comemorar, claro, regata. Além das classes tradicionais outras três: De época, para veleiros construídos ou projetados antes de 1949, Clássicos, cons-truídos ou projetados 1950 e 1975 e Antigos, construídos ou projetados antes de 1984. As Classes Optimist e Soling também estavam presentes. Na ocasião foi divulgado um calendário com fotos que resgatam essa história do clube, como por exemplo a que ilus-tra essa matéria. Trata-se da foto intitulada “Damas do Mar”, de 1949. Nela aparecem Margret Schmidt e Sheila Causer no Hagen Sharpie “Osprey”. A foto foi cedida ao RYC por Djalma e Sheila Ferreira. No final, o veleiro Carioca foi levou a fita azul. Foram premiados os três primeiros de cada classe. A Associação Viva Saveiro, representando os saveiros de vela de içar da Bahia, também esteve presente. A entrega dos prêmios rolou durante um festão com copos personalizados, chope e pizza! Parabéns, Sailing!

100 anos do RYC

cada edição. É uma taça que pertenceu a Manfred Flöricke pela conquista do Cam-peonato Brasileiro da classe Sharpie de 1964 doada pela viúva Walquiria Flöricke.Resultados:Soling – Cícero Hartmann/ Flávio Que-vedo/ André Renard (VDS) Hobie Cat 16 – Pierre Horta Barbosa/Alexandre Capra (VDS) Laser standard – Luiz Eduardo Sokolnik (VDS) e Laser radial – Henrique Dias (ICG)

Ricardo Padebos/VDS

Regata 80 anosda Vela Gaúcha

O Troféu pertenceu a Manfred Flöricke

O Sailing - como é conhecido o RYC - foi pioneiro no incentivo à vela feminina

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AParaty - RJRio de Janeiro

Em março aconteceram quatro das mais tradicionais regatas do Rio de Janeiro. Elas homenageiam quatro personagens que marcaram a história do esporte no Rio de Janeiro e no Brasil. Mais do que os resul-tados – que podem ser obtidos facilmente pela internet, o mais importante é resgatar um pouco da história dessas pessoas para as atuais gerações. No dia 16/3, aconteceu a 70ª Regata Darke de Mattos, um rega-ta para a também tradicional Classe Star. A Darke de Mattos é a mais antiga rega-ta nacional. Surgiu na década de 40 para mostrar os então novos barcos da Classe Star no Fluminense Yacht Club, antecessor do ICRJ. Darke David Bhering de Mattos Júnior era aviador. Ele morreu em 1942 quando seu avião caiu e afundou próximo a uma das rampas do hangar que hoje abri-ga os barcos. Já no sábado, 29, aconteceu a Regata Carlos de Brito. Inicialmente, participavam apenas os Rangeres 22 ho-menageando um dos fundadores e patrono da classe, Carlos Alberto de Brito, que foi diversas vezes Comodoro do Iate Clube do Rio de Janeiro. Por volta de 1996 a flotilha de J/24 foi convidada a compartilhar com a Ranger 22 da mesma regata. Hoje, além dessas as classes convidadas são a Star e a

HPE. No dia seguinte, domingo a Regata José Carlos Laport que além das Classes já citadas, reúne os velejadores da Finn. Laport foi velejador entusiasta (inclusive proprietário do Classe Brasil BL40 Barra-cuda) e entre suas conquistas está a funda-ção e construção do Iate Clube de Armação dos Búzios (ICAB) de onde foi Comodoro de 1973 até 1985, quando faleceu. É o Pa-trono do ICAB.E nos dias 22 e 23 março foi a vez do Tor-neio Roberto Bueno para Star e Snipe. Bueno conquistou uma medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos em Buenos Ai-res com Gastão de Souza, em 1951. Este foi o primeiro título internacional conquis-tado por um velejador brasileiro. Ao retor-nar ao Brasil, recebeu do Presidente Getú-lio Vargas uma Taça de Prata pelo feito. Foi grande incentivador da classe. Preocupado com os filhos dos staristas que circulavam pelo clube, trouxe para o Rio de Janeiro o barco Pingüim implantando a classe em todo o Brasil. Com a chegada do Optimist ao Brasil incentivou também o seu cresci-mento em Florianópolis. Roberto Bueno era médico pneumologista e clínico geral. Faleceu em junho de 1983, aos 64 anos.

Daniel Pereira de 14 anos, aluno do Proje-to Social Bimba Windsurf está classifica-do para os Jogos Olímpicos da Juventude na China. O evento contará com mais de 3.500 atletas. “Indescritível a emoção que sinto ao saber que com um pouco de es-forço posso mudar a vida de um menino humilde de Búzios que há 2 anos atrás nem sabia o que era sair da cidade”, comentou Ricardo Santos, o Bimba.Daniel foi para Argentina, competir em sua primeira regata internacional e ficou entre os 5 primeiros de 35 atletas até 17 anos, dis-putando com um material de segunda linha doado à escola quatro anos atrás. “Me sinto um sortudo por ter te selecionado o Daniel para participar desde Projeto”, completou Bimba, que reclama das condições...

Instituto Náutico ParatyNa Praia do Pontal, esquina com o rio Perequê-açu, existe uma pequena escola de vela chamada Instituto Náutico Paraty. Ela existe há 13 anos e já ensinou a arte da vela para mais de 600 crianças do ensino publico e privado de Paraty. Hoje a escola conta com 22 barcos monotipos, entre eles Optimist, Laser, Dingue, Snipe, HC14 e HC16. Com o apoio da Prefeitura de Para-ty, oferecem aulas matutinas e vespertinas para 40 crianças por semestre, além de au-las para adultos aos sábados. Também alu-gam barcos e ministram aulas particulares. Os monitores do INP são ex-alunos que se profissionalizaram e acabaram montando uma equipe de regata. O INP também tem parceria com equipes de oceano, oferecen-do juria para diversas regatas de percurso na região. Nessas ocasiões o INP coloca um velejador mirim em cada veleiro para que possam conhecer um outro mundo da vela. Quem quiser conhecer a escola, é só aparecer!

Pode ir tirando o cavalinho da chuva quem achou que a eclusagem em Três Irmãos (a usina fica no trecho do Rio Tietê que passa pela cidade de Pereira Barreto - SP), iria melhorar com a privatização. Embora o consórcio Novo Oriente, for-mado por Furnas (49,9%) e pelo fundo de investimento Constantinopla (50,1%), tenha sido o vencedor do leilão, o Tribu-nal de Contas da União (TCU) adotou em seguida uma medida cautelar que impediu que a Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel) assinasse o contrato de con-cessão. A medida cautelar questiona a não inclusão, no leilão, do serviço de operação das eclusas do canal de Pereira Barreto, que liga o reservatório de Três Irmãos ao da hidrelétrica de Ilha Solteira e permite a passagem de embarcações na hidrovia Tietê-Paraná...Venceria quem aceitasse a menor remune-ração para administrar a usina. O consórcio propôs receber R$ 31.623.036,00 por ano, R$ 0,87 (oitenta e sete centavos!!) a menos que o teto da re-muneração estabelecido pela Aneel. O leilão recebeu apenas uma proposta. A do consórcio... Ui!

São Paulo - interior

Título inédito para Lars

A bordo do Renata, BRA8474, Lars Gra-el e Samuel F. M. Gonzalves venceram na Classe Star, a Bacardi Cup, em Miami, no início de março. Tornaram-se os primeiros brasileiros a vencer essa competição em 87 anos. Torben Grael, ficou em terceiro, com lado de Guilherme Almeida, no Vida Ban-dida. Presentes os maiores nomes da his-tória recente do iatismo, como Reynolds e Liljedahl. Reynolds ganhou sete Bacardi Cups, e Liljedahl, cinco.

Com apoio do Jornal Almanáutica, da Tu-runa Marítima e do Instituto Náutico Pa-raty foi realizada a 5ª edição da Regata do Pigão, em Paraty. “Tenho o prazer em dizer que esta foi a melhor de todas as regatas que já realizamos juntos, pois o vento veio com vontade e o número de participantes aumentou novamente” comentou Murilo Junqueira, o organizador da regata. Foram 30 embarcações na raia e ventos de até 18 nós na raia. Foram premiamos primeiro e segundo lugares de cada categoria com tro-féus, suas tripulações com medalhas. Tam-bém houve sorteios de premios, dentre eles a mão de obra de pintura de fundo Turuna Marítima levada pelo veleiro Tamuatoa 2.O barco Fita Azul foi veleiro Diboa (Levon e Marcos), que recebeu o troféu, medalhas, uma sacola da ABVC e um premio especial do Jornal Almanáutica: Um vale-comprasno valor de R$ 100,00 para ser gasto na loja Atacadouro. A Juíza foi Roberta Cosu-lich e Mariza D. Camargo a auditora.Resultados:Classe até 29 pés: Aaventura; Juno e Vula. De 30 a 35 pés: Móbile, Prana e Horizon-tes. Acima de 35 pés: Di boa; Maremio e Nirvana. Geral: Di boa; Maremio; Nirvana.

O atleta é de primeira. Já o material...

Atleta de Bimba vaià China

Regata do PigãoEclusa: vai não vai

Regatas: Homenagem aos mestres

O Ubatuba Iate Clube realiza o já tradi-cional Ubatuba Sailing Festival em sua quinta edição. O evento que acontece no início de maio para as Classes ORC, RGS/BRA, RGS-Cruiser, IRC, C30 e Bico de Proa e HPE-25 tem franqueada a perma-nência dos veleiros de fora de Ubatuba no período que antecede a competição. Com a presença de Lars Grael, tanto nas regatas como na entrega do prêmio de Fita Azul, o evento vale como etapa única do Campeo-nato Paulista da Classe RGS/SP. Com pro-gramação bem animada e entrega de kits para os velejadores, o evento tem almoço, canoa de bebidas, e a já tradicional macar-ronada no domingo da despedida, último dia de competição. O Jornal Almanáutica apóia o evento e distribui brindes aos par-ticipantes.

Ubatuba - SPUbatubaSailing FestivalCompetição reúne aproximadamente

50 barcos em diversas Classes e é válido para o Paulista da RGS-SP

A Comissão Organizadora da Ilhabela Sailing Week já disponibilizou o Aviso de Regata da edição deste ano. Ela será rea-lizada entre 19 e 26 de julho. Pelo quinto ano consecutivo a Classe HPE terá como primeira e mais longa prova, a disputa do Troféu Renato Frankenthal. Empresário de sucesso projetou a empresa fundada por seu pai em 1973, Luciano Frankenthal, no mercado veterinário e de suplementos minerais. Falecido em 15/01/2009 em San-tos, aos 47 anos, de infarto, no mesmo ano foi instituída a homenagem a ele. Naquele ano, o Repeteco 2, de Roberto Martins, as-segurou o título da etapa e o Troféu Rena-to Frankenthal. O A.R. está disponível no novo site em http://www.ilhabelasw.com.br, devido à saída da Rolex como patro-cinadora do evento. Entram Mitsubishi e Banco do Brasil.

Ilhabela - SPSailing Week: Sai Rolex, entra MIT

Com a saída do patrocinador o site do evento também muda

Lars e Samuel: Título inédito na Star

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Santos - SP

Recife

Sir Robin Knox-Johnston anunciou seu retorno às regatas solo. Sir Robin vai voltar às suas raízes em novembro deste ano, quando participa da clássica “Route de Rhum” (a Rota do Rum) em seu Open 60, o Grey Power. O fundador da Clipper Round the World e primeiro homem a velejar sozinho, sem escalas numa volta ao mundo em 1968/69, vai competir na edição de décimo aniversário da regata. Ele percorrerá 3.500 milhas, de St. Malo (França) para Pointe-à-Pitre, na Guadalupe, região francesa produtora de Rum. A regata começa em 2 de novembro deste ano. Knox -Johnston participou desta regata pela última vez em 1982, em seu catamarã de 70 pés o Olympus, conhecido como Sea Fal-con. Ele será o participante mais velho – pelo menos até agora – com 75 anos. “Partici-par da Rolex Sydney Hobart em 2013 me lembrou de quanto eu gosto da emoção de uma regata. Vela solo é onde me sinto mais em casa – ninguém mais pode te ajudar ou atra- Rota do Rum traz Sir Robin de volta

Sir Robin Knox-Johnston volta à cenapalhar – é tudo em minhas mãos. O Route de Rhum é um dos clássicos”, comentou Robin-Knox. A primeira edição da prova, em 1978, foi vencida pelo canadense Mike Birch e foi marcada pelo desaparecimento do velejador francês, Alain Colas, que se perdeu no mar. Knox -Johnston comemora o 45 º aniversário da primeira circunavega-ção em 22 de abril de 2014. Na época a via-gem de solo levou 312 dias e está contada no seu livro “Um mundo só meu”.

Marcado por algumas trapalhadas como a divulgação atrasada de resultados oficiais ou a invasão de um porta-aviões america-no, o Trofeo Princesa Sofía realizado em Palma de Mallorca, na Espanha reuniu mais de mil velejadores das principais Classes Olímpicas. Robert Scheidt termi-nou apenas em nono, após alguns tropeços. As medalhas foram decididas no último dia de regatas quando a dupla brasileira Marti-ne Grael e Kahena Kunze que dominaram a competição desde o primeiro dia de dispu-tas e levaram seu merecido – e nosso único – ouro na Classe 49er. Nossa dupla mantive o controle na 49erFX para levar o ouro no último dia de com-petição. Elas correram constantes nas três regatas e gravaram um 5-3-7 para concluir com sete pontos de vantagem sobre Ida Marie Baad Nielsen e Marie Thusgaard Olsen (DEN), que levaram a medalha de prata. “Estamos muito felizes com a nos-sa semana e alcançamos o nosso objetivo e espero ir para Hyeres e fazer a mesma coisa lá”, comentou Kunze.Na 470 Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan levaram um honroso quarto lu-gar enquanto Renata Decnop e Isabel Swan terminaram em décimo. Na RS: X Mascu-lino Ricardo Santos, o Bimba, terminou a competição em sétimo.“Foi um campeonato de altos e baixos para mim. Tive um desempenho muito bom até o penúltimo dia, conseguindo até uma certa folga na liderança. Mas as duas saídas es-capadas e um mau resultado na sexta-feira

(dia 4) tiraram minhas chances no evento”, analisou Robert Scheidt. Ele havia sido desclassificado nas duas primeiras provas do dia, mas, devido a um erro da Comissão de Regatas, o resultado da segunda foi re-visto, levando-o para a disputa final. “Meu consolo foi ter ido para a Medal Race e sa-ber que estou com ótima velocidade para seguir brigando pelas primeiras posições nas grandes competições.”A final da ISAF Sailing World Cup 2013-2014 foi em Hyeres, França disputada en-tre os dias 19 e 26 abril durante o fecha-mento desta edição...

Foto: Jesus Renedo / Princesa Sofia

Mundial de Vela: Ouro na Espanha

Kahena e Martine: Ouro na 49er

Divulgado o primeiro Aviso de Regata para a Refeno 2014. Disponível no site www.refeno.com.br a novidade – nem tão novidade assim - foi a exigência da habili-tação de Capitão no Comando da embarca-ção. Além disso será exigida a balsa-salva vidas. No mês de agosto o Cabanga fará um curso e posterior exame para Capitão Amador para os interessados. A Refeno acontece de 27/9 a 1/10. O valor inicial da inscrição é de R$ 520,00 por pessoa, até 30/06, aumentando com o tempo. Após 14/9 o valor vai para R$1.100,00 / pessoa.

Refeno: Capitão e balsa em 2014

Refeno: 26 anos indo para Noronha

Capitão a bordo e balsa salva-vidas serão exigidos após 26 anos com flexibilização. Cabanga faz curso.

Sul-Americano de Optimist

O 36º Campeonato Sul-Americano da clas-se Snipe aconteceu em Porto Alegre na raia do Jangadeiros. As condições só permi-tiram a realização de uma regata vencida na Master pelos gaúchos George “Dodão” Nehm e Roberto Paradeda, do Clube dos Jangadeiros, com Marco Aurélio Paradeda e Fábio Pillar (Jangadeiros) em segundo e Ivan Pimentel e João Kraemer (ICRJ)em terceiro. No Misto, mais uma vitória do

Jangadeiros, desta vez com Gabriel “Bo-linha” Kieling e Géorgia Rodrigues. Em segundo Alexandre Paradeda e Larissa Juk (Janga e ICSC) e a dupla da Bahia Juliana Duque / Marcus Cunha (YCB) em terceiro. A competição é parte da seletiva para os Jogos Pan-Americanos de 2015. Foto: Marcos Méndez-Sail Station

Sul-Americano deSnipe

Gabriel Kieling e Géorgia Rodrigues

Os velejadores brasileiros da Classe Op-timist competiram no Campeonato Sul--Americano em Punta Del Este, Uruguai, que reuniu mais de 150 competidores, de 15 países. A equipe brasileira foi formada pelos 16 atletas de melhor desempenho no último campeonato brasileiro da classe, disputado no mês de janeiro, em Maria Fa-rinha, Pernambuco. Na disputa por equipes o Brasil conquistou o segundo lugar (Chile em primeiro) com Rubem dos Santos Neto

(ICRJ), Iagor Franco (ICRJ), Joao Emilio Vasconcellos (Jangadeiros), e Erik Hoff-mann (Veleiros do Sul). Já na individual, deu Ivan Shestopalov (EUA) em primeiro, seguido de Dante Cit-tadini e Facundo Monaco, ambos argenti-nos em segundo e terceiro respectivamen-te. Gabriel Lopes (VDS) foi o brasileiro melhor colocado ficando em quarto lugar. Tiago Quevedo (VDS) terminou em sexto e Clara Penteado (ICRJ) em sétimo.

Aleksander Doba é um engenheiro polo-nês aposentado, de 67 anos. Praticante de caiaque e esportes da natureza, sua última proeza foi partir de Lisboa, Portugal, em 5 de ou-tubro de 2013 com destino à F l ó r i d a em seu c a i a q u e de 21 pés cons t ru -ído especialmente para essa viagem. Ele chegou aos Estados Unidos dia 18, no Cabo Canaveral, Flórida após 6 meses de travessia, mais de 5.400 milhas, algumas quebras, uma parada forçada nas Bermu-

das e um silêncio assustador (para quem o acompanhava) no seu comunicador via satélite. “Meninas haitianas queriam me cumprimentar com flores, mas eu passei muito rápido”, comentou humorado Doba. Com essa proeza ele se torna o ser o pri-meiro homem na história a fazer de caia-

que uma travessia entre os pontos mais distantes lo-calizados nas cos-tas da Europa e da América do Norte. Esta é a sua segun-da viagem transa-tlântica no caiaque

que ele chama de “Olo”. A primeira foi do Senegal para o Brasil, a mais longa viagem de caiaque em mar aberto da história. Será que ele para por aqui? Se depender da saú-de e da vontade ele vai muito adiante...

Travessia e recordeaos 67 anos

Realizada em abril a 3ª etapa do Campeonato Santista de Vela de Oceano. Organizada pelo Clube Internacional de Regatas com a participação das duas categorias: RGS-BRA e IRC. Foram 20 veleiros com vento leve (8 nós) em uma regata muito disputada. Na RGS as colocações, pela ordem foram Aloha, Ciao e Icti. Na IRC deu Rudá, Mandinga, e Pi em terceiro. Após a regata foi oferecido um almoço e a tradicional canoa de cerveja na Sede Náutica, com a presença das tripulações e familiares. A flotilha de Santos está em expansão graças ao empenho do Internacional de Regatas, na pessoa do seu diretor de vela Sr. José Carlos Chrispim, que tem se empenhado para elevar o nível da vela Santista, não só na quantidade, mas na qualidade das tripulações, buscando inclusive o apoio e colaboração de patrocinadores. A 4ª etapa acontece dia 17 de maio. Prestigie!

Copa CIR 2014

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Após conquistarem a Copa da Juven-tude na Classe Hobie Cat 16, realizada em Florianópolis em março, dois velejadores baianos Kim Vidal de Andrade (17 anos) e Antônio Carlos Lopes Neto (16), atletas do Yacht Clube da Bahia, passaram a in-tegrar a Seleção Brasileira de Vela Jovem que disputará o mundial em Portugal, no mês de julho. Em 2013, a dupla também foi campeã da Copa da Juventude e ficou em 4º lugar no mundial. Embora jovens, os dois revelam um grau de maturidade de quem sabe a respon-sabilidade que tem. Não é pra menos. Kim e Kaká – como são chamados na intimida-de, tem apoio garantido em Tammy Vidal e Cláudia Lopes, as respectivas mães. Elas sabem como levar a educação dos meninos na medida certa, entre a vela e os livros.

Entre Velas e Livros

“Conciliar escola e a vela é bastante tra-balhoso e cansativo. Ainda mais que curso o 3º do Ensino Médio. A carga horária é bem extensa e em certas ocasiões é neces-sário perder algumas provas. Mas elas po-dem ser feitas mais adiante”, explica Kim. “Para os que conseguirem dosar na medida certa o esporte e a escola o crescimento no que diz respeito à responsabilidade e com-promisso, é o máximo possível. E mais que tudo, muito gratificante”, completa. Kaká, que está no segundo ano do Ensino Médio e treina apenas nos finais de semana: “A escola é muito exigente. Minha mãe não pega muito no meu pé, mas exige resulta-dos. Se eu ficar de prova final não velejo até passar de ano. Então se eu perco aula em viagem tenho que correr atrás para não ficar sem velejar”, explica. E sua mãe con-

corda: “Estimulamos muito a vida escolar de Kaká, mas para velejar ele tem que ter bons resultados na escola. Eu sei que a vela é a sua grande paixão. E a disciplina ne-cessária para a vela é levada para todos os campos da vida”, explica Cláudia Lopes. A dupla Kim e Kaká se conheceu no Ya-cht Clube da Bahia enquanto treinavam na Classe Optimist. Com a saída de ambos da classe por causa de tamanho e peso, pas-saram à Laser - cada um com seu barco. Após a dupla de Kim com Martin Lowy (YCSA-SP) ser desfeita, a nova dupla se formou. É Kaká quem conta: “Kim me chamou para disputarmos a seletiva no ano passado. Nós fomos e ganhamos. Aí fomos

para o primeiro mundial e estamos aí de novo. O meu nível na vela cresceu bastante depois que deu comecei a velejar com ele”, elogia. Cláudia conta que ficou muito preocupada quando seu filho foi competir sozinho pela primeira vez. “Eu não conhe-cia direito o técnico nem os outros meninos que velejavam então nas primeiras viagens eu acompanhei todas. Com o tempo fomos nos familiarizando com os outros pais e técnicos e fomos formando uma grande fa-mília”, conta. Já Tammy, mãe de Kim teve outra vivência. “Nosso primeiro Campeo-nato fora foi o Brasileiro de Optimist em Foz do Iguaçu/PR. Levei comigo quatro meninos e foi uma experiência incrível! Me tornei Capitã da Flotilha de Optimist. Mudei a direção da minha vida para a vela e agora trabalho para a vela”. Tammy Vi-dal é a Coordenadora da Escola de Vela do YCB há cinco anos. “Sou a mãe de todos os velejadores em meu coração e sou apai-

xonada por isso!”. E Cláudia concorda: “Formamos uma grande família!”. As orgulhosas mães ainda não sabem se vão conseguir conciliar o trabalho e princi-palmente a parte financeira para acompa-nhar os filhos a Portugal, embora vontade não falte, claro. “Eu gostaria muito de ir”, comenta Tammy. “É o último campeona-to dele no Mundial da Juventude. Quando ele foi campeão do mundo e trouxe a única medalha de ouro da Bahia, e o que senti não tem como descrever!! Um orgulho, um contentamento, uma felicidade extrema!! Muito maravilhoso ter um filho que te da tanto no esporte”. Perguntamos para Kim qual foi a pri-meira coisa que passou pela cabeça dele quando se classificou para ir a Portugal. Sem titubear ele respondeu: “Queria não precisar voltar para escola até o mundial, só para treinar todos os dias e ganhar esse campeonato!”. Mas se depender da super-mãe, não será bem assim: “Acho difícil ele viver só da vela e Kim está se preparando para o vestibular. Ele quer fazer medicina, então terá que estudar muito para mais esta con-quista”, conclui. Seja como for o futuro da dupla, nós brasileiros só temos a agradecer o que já fizeram até agora. Num país com a falta de apoio para esportes como a vela, só mesmo com um grande apoio familiar e uma grande vontade própria para superar os obstáculos e chegar ao topo do pódio, como Kaká e Kim estão fazendo. E, qualquer que seja o resultado em Portugal, se você olhar bem nas próximas fotos da dupla, vai conseguir enxergar uma outra, bem estufada de orgulho, formada por “dona” Tammy e “dona” Cláudia...Mamãe Tammy e Kim: Medicina ou vela? Eis a questão...

Kaká e Kim: Dupla vencedora do YCB

Cláudia e Kaká: E a nota na escola?

O porta-aviões “Harry S. Truman”, em treinamento na região do Atlântico norte invadiu a área onde se realizavam as competições do Troféu Princesa Sofia, em Palma de Mallor-ca, na Espanha. A falta de comunicação entre o comando e a organização da regata – ou a inflexibilidade dos primeiros – fez com que o navio militar ancorasse na baía de Palma e estabelecesse uma restrição à navegação, de mil metros ao redor. Ali não se pode nave-gar. “Estas zonas de exclusão nos obrigaram a mudar a raia da classe Laser, e diminuir a de windsurf”, explicou o coordenador do Princesa Sofia, Xisco Gil, que acrescentou: “Com condições de vento bom poderíamos ter montado raias mais longas para windsur-fistas, mas não pudemos fazer”, lamentou. As Medal Races decidiram os pódios finais para dez classes olímpicas não foram afetadas. (Foto: Jesus Renedo/Princesa Sofía)

Ainda sem representantes no Brasil, a em-presa Lehr lançou já em 2012 motores de popa movidos a gás (propano). Ao todo são 4 modelos, de 2,5 a 15 hp. São motores de 4 tempos, oferecendo vantagens eco-lógicas sobre os motores a gasolina. Além de menos emissões de gases poluentes, usa garrafas recarregáveis de propano (custo menor que a gasolina) inseridas direta-mente no motor. Sem fumaça, sem gases de escape, também não usa filtro de com-bustível.

Após 16 anos sem navegar pelo Brasil, o navio veleiro Club Med 2 esteve por aqui por 4 meses. Construído em 1992 e com capacidade para 376 passageiros, é consi-derado hoje o maior veleiro em operação no mundo. A embarcação tem 200 tripulan-tes. Todas as 184 cabines requintadas tem vista para o mar. São 10 suítes de 36m², distribuídos em 8 pavimentos, com uma superfície de 2.000 m² em 14.983 tonela-das. O interior do navio, desenhado por So-phie Jacqumin, leva este navio veleiro de 5 mastros à qualidade de um 5 estrelas. Os hóspedes podem se beneficiar de um servi-ço personalizado de todos os membros da tripulação, claro, no esquema all inclusive. A hora do chá na popa do navio? 16:30h todos os dias.Em maio, a estadia de um casal para 7 dias fica na faixa de R$ 12 mil reais num cru-zeiro Rio Salvador. Mas não se anime com a “oferta”. Ele chago ao Brasil praticamen-te lotado com estrangeiros e não há mais vagas até seu retorno à Europa. Fica pra próxima, tá?!

Club Med II: LuxoMesmo em pouco tempo no Brasil, o

luxuoso navio chamou a atenção

São 200 tripulantes para 184 cabines

Nesse modelo o gás se encaixa no motor

Motores de popa a gásEmpresa lança quatro modelos de motores de popa movidos a gás, menos poluentes e recarregáveis

O porta-aviões Truman estabeleceu uma zona de exclusão em plena regata

Lambança à lá Tio SamNa Regata Trofeo Princesa Sofía na Espanha, porta-aviões americano

impõe zona de exclusão e interfere nas raias da importante disputa

A vida dos campeões Antônio Carlos Lopes Neto - o Kaká, e Kim Vidal de Andrade é corrida para a idade que tem. Mas eles não estão sós e podem contar com um time de primeira linha na retaguarda: suas super-mães!

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O mastro do veleiro Mussulo III e o mastro do veleiro Bille, ambos Bavarias 55 pés da equipe Team Angola quebraram. No Mussulo III o transtorno ficou no prejuízo material. Mas no Bille, um tripulante

morreu. O Comandante José Guilherme do Mussulo nos contou tudo.

Foi um sétimo lugar honroso. Mas sofrido... José Guilherme Pereira Caldas veio ao Bra-sil em 1975 com 15 anos, velejando como sócio atleta no Iate Clube do Espírito Santo. Um homem do mundo: Nasceu em Portugal, voltou a morar na Europa e em diversas cidades do Brasil. “Sou um homem sem país. O que importa é o estilo de vida, como se leva ela e o que se faz em prol da sociedade”, comenta. Formado em medicina, ele dedi-ca mais da metade do seu tempo em atendimento à pessoas sem recursos. Comandante do Mussulo III, ele nos conta como foi duro ir e voltar à África do Sul na regata.“Nossa participação na Cape 2 Rio começou a ser gestada numa viagem que fizemos entre Recife e Cabo Verde em 2011. Entusiasmado ofereci o meu novo barco, o Mussulo III, um Bavaria de 55 pés (16,7 metros) e meu amigo Nico ficou responsável por montar o “Team Angola”. Ao fim de 3 anos e após muitas peripécias, o Mussulo III estava no dia 4 de janeiro de 2014, na linha de partida dessa que é maior e mais importante regata do Atlântico Sul. O Bavaria 55 é um barco para cruzeiros, com peso excessivo e velas relativamente pequenas para o tamanho do barco. Nesses três anos adequamos o barco às regatas, encomendamos velas novas e de tecido especial, retiramos peso do barco, treinamos uma equipe, ganhamos a REFENO 2013, regata oceânica mais importante do Brasil e preparamos a viagem de ida para Cape Town.Onze dias depois de partirmos para a África, exatamente no meio do Atlântico e a sul de Tristão da Cunha, uma peça que sustentava o mastro partiu-se e o mastro simplesmente caiu para trás, uma estrutura de metal que nunca deveria partir-se!! Depois de muito tra-balho conseguimos colocar o mastro (mais de 2.000 quilos e 23 metros de comprimento – um prédio de 6-7 andares) em cima do barco e partimos a motor. Um motor que é feito para trabalhar como auxiliar e com autonomia para 2.000 quilômetros. Faltavam 3.000 quilômetros para chegar a Cape Town e portanto sem combustível suficiente para chegar. Estabeleceu-se então uma rede de comunicações: rádio, telefone, satélite, envolvendo pessoas do mundo inteiro para sermos abastecidos no caminho. Após dez dias de apre-ensão em baixo de vento forte e grandes vagas, com o combustível quase no fim, fomos reabastecidos em pleno oceano pelo navio Edimburgh.

A dura Cape 2 Rio 2014

Ao fim de 14 dias depois do mastro cair, no dia 20 de dezembro de 2013, chegamos a Cape Town com o firme propósito de colocar o barco em condições de navegar à vela e participar da regata. Entre o Natal e o Ano Novo conseguimos com a o auxílio de inúmeras pessoas e no estaleiro do angolano Manuel Mendes consertar o Mussulo III, apesar de no dia da largada ainda ter subido ao mastro para substituir uma lâmpada!A regata começou com vento muito fraco o que não favorecia nosso veleiro. Mesmo assim após uma largada regular fomos recuperando o terreno perdido e ao fim do dia encontrávamo-nos no pelotão da frente. Sabíamos pela previsão meteorológica que não havia vento perto da costa, mas que na manhã seguinte haveria vento e posteriormente vento muito forte durante algumas horas. E não deu outra: O vento começou a aumentar realmente, rondando para sul. Estávamos com vento na ordem dos 20 nós e mar com va-gas de 3 metros. Progressivamente o vento aumentou para 35 nós e logo depois para 45. Vimos as ondas aumentarem para 6 metros, chegando a 8 metros: uma tempestade que nos levava a uma média de 16 nós de velocidade quase sem velas. Chegamos a registrar 22,7 nós de velocidade e vento de 58 nós (aproximadamente 120 km/h)!Neste momento tivemos a informação que o nosso companheiro e co-irmão do Team An-

Foto: Trevor Wilkins/Cape2Rio divulgação

gola, o veleiro Bille, sofrera uma séria ava-ria e que um dos tripulantes tinha falecido. Além disso 10 barcos haviam abandonado a regata devido ao mau tempo, alguns com sé-rias avarias. Prosseguimos a travessia com a vela grande no segundo rizo e éramos os quartos colocados no geral e no tempo cor-rigido. Progressivamente o tempo foi me-lhorando a ponto de tirarmos o rizo. Quando nos preparávamos para fazer isso, percebe-mos que havia uma avaria na vela grande: Estava rasgada em alguns pontos. Nada que

“Primeiro é preciso planejar a travessia como se estivesse sozinho mes-mo com tripulação. A preparação exige conhecimento do barco, estar integrado a ele, exige antever nos mínimos detalhes o que pode acon-tecer. Planejar o cardápio, quantidade de água, possibilidade de ficar sem água, sem energia e antever os problemas que podem acontecer. Por exemplo, eu pensei: se for necessário cortar os cabos de aço, em um veleiro de 55 pés não daria com um corta cabos. Então embarquei uma Makita com uma serra circular. Quando o mastro desabou foi necessário serrar todas as ferragens de aço inoxidável do cockpit, inclusive o pedes-tal do leme e agradeci por ter levado a Makita. Escolher a época certa para sair, apoio em terra, sistema de comunicações sendo indispensável enviar e receber arquivos de dados, mesmo que pequenos...”

As dicas de quem entende

os dois médicos da tripulação não sou-bessem resolver com alguns pontos cirúr-gicos... Assim, apesar de consertarmos a vela, tempo que perdemos empurrou-nos para o sétimo lugar, que conservamos até o final no Rio de Janeiro. A partir do momento que o vento dimi-nuiu, havia menos turbulência a bordo e passamos a fazer um happy hour sempre às 18:30h, durante o pôr do sol. Nosso tripu-lante - Maia - saía da sua tarefa de ajustar velas e depois ia para a cozinha preparar petiscos: patê de atum com torradas, brus-chettas , torradas com queijo derretido e muito mais... Era o momento de reunir toda a tripulação e colocar em dia as conversas e planejar o trajeto para o dia seguinte. A água era retirada de um dessalinizador

lejadores que estavam à nossa espera, foi uma grande emoção. Sobre os custos, para se ter uma ideia do que é um gasto numa regata desse porte com um barco de cru-zeiro/regata de 55 pés fica algo em torno de 150.000 dólares, sem quebras excepcio-nais. Mas no nosso caso pode colocar mais 50.000 de prejuízo, mesmo com o seguro cobrindo a troca de mastro e outros conser-tos. Ainda pretendo participar da Fastnet (2015) e da Sydney-Hobart que tem todo ano. Estou pensando (não me considerem um maluco...) aderir à classe Double Hand de barcos de 40-45 pés, tipo Farr 40 e par-ticipar de regatas pelo mundo afora apenas com 2 pessoas. Já busco patrocínios. Pre-tendo fazer a Cape 2 Rio novamente, mas espero que seja com um double hand...”.

José Guilherme M. Pereira Caldas“a peça que sustentava o mastro partiu-se e ele

simplesmente caiu”

que produzia 90 litros por hora a partir de um gerador de eletricidade. Na viagem, dois balões se rasgaram e fi-camos apenas com o menor, percalços de quem faz travessias tão longas, muitas ve-zes no limite do que os materiais suportam. O mastro recolocado em Cape Town ficou totalmente deformado sendo necessário trocá-lo... Chegamos ao Rio de Janeiro na tarde do dia 26 de janeiro, após 22 dias de viagem. O vento, no entanto, diminuiu novamente e só conseguimos chegar por volta do meio da noite... Fomos recebidos pelas famílias e por muitos angolanos ve- O Mussulo III cruzando a linha no RJ

Após o mastro cair: só danos materiais

Guilherme, um cidadão do mundo

Largada: Bille, na frente, e o Mussulo III

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Jet skiArgentina

O anfíbio de alta velocidade é resultado de milhões de dólares em pesquisas e anos de trabalho de desenvolvimento nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino

Unido. Produzido em Michigan, o Gibbs Qua-dski é capaz de atingir velocidades de 45 mph em terra e água e as transições entre ambos se dá em cinco segundos. Com um motor BMW de quatro cilin-

dros refrigerado a água (o mais leve em seu segmento), possui injeção eletrônica e lubrificação seca de cárter. O anfíbio mede 3,2m de comprimento, e 1,6m de largura,

com uma distância entre eixos de 1,77m, com capacidade para uma pessoa. O brin-quedinho é vendido nos EUA por cerca de 40.000 dólares.

Amazônia Azul

Realizada pela Marinha do Brasil (MB) a Operação Amazônia Azul teve como objeti-vos fiscalizar e fazer cumprir leis e regula-mentos, além de reprimir ilícitos nas Águas Jurisdicionais Brasileiras. Foi o maior em-prego de meios e tropas simultâneo da Mari-nha já realizado. Participam cerca de 30 mil militares, 60 navios, 15 aeronaves e diversas embarcações das Capitanias dos Portos, por todo litoral. Navios e embarcações da Mari-nha realizaram ações de patrulha e inspeção na Amazônia Azul, rios e lagos brasileiros. Foram 8.159 inspeções, com 1.062 notifica-ções e 239 apreensões, entre elas 15 tonela-das de pesca ilegal e transporte irregular de 10,5 toneladas de carvão no Amapá e 15 mil vidros de palmito. Estima-se que em parceria com os órgãos extra-MB, a Operação Ama-zônia Azul permitiu a aplicação de multas que totalizam mais de R$ 4 milhões de reais.

Ao contrário do que se imagina quando o pensamento são as lanchas, e segundo recente pesquisa (2012) da ACOBAR – Associação Brasileira dos Construtores de Barco e seus implementos, as pequenas embarcações dominam o mercado. Cerca de 60% das lanchas tem até 26 pés de tamanho, sendo a categoria mais encontrada nas marinas as lanchas situadas entre 20 e 26 pés.São muitas as dúvidas na hora de decidir qual a compra da primeira lancha nessa faixa. Pensando nisso, pesquisamos dois modelos de 21,5 pés dos fabricantes Ventura e Focker. Esse tamanho é considerado como “de entrada” para quem quer uma lancha com cabine para pernoite ou descanso eventual.Comercializadas na faixa de 90 mil reais, dependendo da motorização escolhida, (ou 60 mil sem motor) seu uso foi pensado basicamente para águas abrigadas. Há também um boa quantidade de ofertas no mercado de seminovas. São boas opções de compra para quem quer pernoite a bordo, ou mesmo um pouco mais de conforto no dia de passeio. O ponto negativo em ambas é a risível quantidade de água: 27 litros na Ventura e 28 litros na Focker. Esta última, é mais pesada - 100 quilos a mais com 850kg (ambas sem motor), justificados por ser um pouco mais comprida (20 cm) e ter mais boca (2,45m contra 2,30m da Ventura), o que deveria proporcionar um pouco mais de conforto na cabine. Entretanto esta ganho fica perdido por causa da altura da cabine na Focker: 1,2m contra 1,34m na Ventura. Já o tanque de combustível da Focker tem 140 litros, 40% a mais que na Ventura, o que faz a diferença na hora de passeios mais longos e na segurança da volta. Confira e compare algumas informações dos dois modelos:

Ventura Focker Comprimento Total 6,20 m 6,40 mBoca 2,30 m 2,45 mCalado 0,32 m 0,36 mPeso sem motor 750 kg 850 kgTanque de Combustível 100 L 140 LTanque de Água 27 L 28 LCapacidade 8 pessoas 7 pessoasAltura da Cabine 1,34 m 1,2 mMotorização Sugerida 115 a 150 hp 90 a 150 hp

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Interior da Focker poderia ser maior

Ventura 215

Focker 215

Ventura: barco menor, cabine maior

Escolha a sua!

Entrando nas cabinadasQuando pensamos em lanchas, a primeira coisa que vem à cabeça são os grandes iates. Mas a realidade é outra e não está tão fora do seu bolso.

Amazônia Azul: Foram 8.159 inspeções

Adiós, Pepe!Brasil

Faleceu em março vítima de câncer, José Rothman, conhecido como Pepe Fuera de Borda. Conhecido e querido da náutica na Argentina e no Brasil - definido pelos amigos como brincalhão e amigo - criou e manteve o site muito visitado com infor-mações, artigos, piadas e relatos. Pepe, como era conhecido, atuava pelo desen-volvimento da náutica, sendo um dos cria-dores do grupo que promovia palestras, o Charlas en el Cockpit (conversas no cock-pit) e também da ASD (Accion Solidária Delta), grupo de velejadores para a ajuda humanitária em prol do povo do delta do Paraná, onde velejadores levam víveres em seus barcos para escolas e pessoas do local.

Fuera de Borda, dentro dos corações

Incentivador da vela na Argentina, José Rothman conhecido com o nome de seu site, “Pepe Fuera de Borda”, morre e deixa saudades entre os portenhos amantes da vela

Operação da Marinha do Brasil faz vistorias e apreensões em mar e rios

O “brinquedinho” anfíbio é fruto de milhões em pesquisas e investimentos...

... E pode ser usado como off-road

O motor é um potente BMW 4 cilindros

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9SUP kite

Nayara Licarião é hexacampeã brasileira de kitesurf, mora e veleja em João Pessoa

Um membro da tripulação do Derry~Londonderry Doire, Andrew Taylor de 46 anos, caiu no mar revolto, permane-cendo desaparecido por mais de uma hora até ser visto novamente. Seu resgate ain-da demorou mais 20 minutos. O incidente aconteceu durante uma tempestade com 35 nós de vento, mas com visibilidade clara, durante uma troca de vela à luz do dia. O skipper profissional Sean McCarter (32), relatou que ele estava trabalhando com An-drew perto da proa quando ele caiu. Sean logo voltou para o leme, parou o iate e ini-ciou o procedimento de homem ao mar. O diretor da regata Justin Taylor explicou: ” Nessas condições um homem no mar é var-rido para longe e perde contato visual com o barco muito rápido. Temos um procedi-mento bem treinado para marcar a posição onde a pessoa caiu, parar o barco, ligar o motor e resgatá-la o mais rápido possível. Uma hora e meia é muito tempo para se ficar na água nestas condições, mas uma combinação de treinamento de sobrevivên-cia em alto mar, sete meses no mar, como estamos e vestindo um colete salva-vidas especial que mantém a roupa seca, certa-

mente terá contribuído para a sua sobrevi-vência”, comentou.Andrew já está bem após ser visto pelo mé-dico a bordo. O OneDLL respondeu ao pe-dido de socorro e teve seu curso desviado para prestar assistência. Os dois veleiros já retomaram a regata.

Andrew Taylor fica uma hora perdido

Homem ao Mar

Izzy Gomez (foto) da Flórida, venceu a etapa brasileira do Campeonato Mundial de Stand Up Padlle, categoria feminino, realizada hoje na Praia do Francês, Alago-as. Foi uma disputa dramática com nossa campeã mundial Nicole Pacelli: as ondas não ajudaram muito as atletas, e Nicole competiu com a perna machucada. Mesmo com a vitória, Pacelli lidera o mundial com 10 mil pontos, contra 4.500 de Izzy Go-mez, a sétima colocada. Candice Appleby também dos EUA está na segunda posição com 8 mil pontos.Já no masculino, Caio Vaz bateu Keahi de Aboitiz (Australia) e ficou com o primeiro. Caio também lidera o campeonato com os mesmos pontos que Pacelli, seguido por Kai Lenny do Havaí, também com 8 mil. Keahi está em, quarto com 5.750 pontos.Depois da próxima etapa que acontece em Abu Dhabi, será a vez do Tahiti em maio. Setembro será a vez da Califórnia assistir a competição, que termina em outubro, em La Torche, na França. Foto: Waterman League/Divulgação

Sup wave nas Alagoas

Nicole Pacelli continua na liderança

A Associação Brasileira de Kitesurf agora conta com uma nova presidência, e tem como Presidente Augusto Sampaio (PE) e Vice-presidente Tata Homsi (PB). A ABK divulgou o calendário de provas das três categorias para este ano. Abrindo a temporada temos a primeira eta-pa do brasileiro de Kitewave, que é o kite-surf nas ondas.Este evento será realizado na bela praia de Imbituba/SC no mês de abril.E fechando a temporada as já tradicionais provas do Nordeste Piauí, São Luiz e Ce-ará, que devem contar com a participação dos atletas das três modalidades.Veja o calendário completo divulgado pela ABK:

Calendário ABK 2014WaveEtapa Santa Catarina - Praia da Vila, Im-bituba - Mystic Pro Brasil, 21 a 27 de Abril R$ 20.000,00 premiação (em breve aviso de regata).Etapa Pernambuco - Maracaipe, 17 a 20 Julho.Etapa Ceará Surperkite Brasil - Freestyle e Wave, 20 a 23 Novembro.

RaceEtapa Paraíba 10 a 12 julho.Etapa Bahia - Ilha de Itaparica - Club Med Sailing Week, 10 a 12 Outubro.Etapa Maranhão - Sao Luiz Race e Frees-tyle, 30 Outubro a 2 de Novembro.

FreestyleEtapa Piauí - Arena Kite Brasil - Luis Cor-reia, 18 e 19 de Outubro.Etapa Maranhão - São Luiz, Freestyle e Race, 30 Outubro a 2 de Novembro.Etapa Ceará Superkite Brasil Freestyle e Wave, 20 a 23 Novembro.

Calendário ABK 2014Sob nova presidência a Associação

Brasileira de Kitesurf (ABK) divulga seu calendário para 2014. Confira.

Eventos ExtrasRed Bull Rally dos Ventos - Lençóis Mara-nhenses, 6 e 7 de Setembro.Desafio de Kitesurf - Ceará - 13 a 16 de Novembro

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Papo de Cozinha

CURTASMERGULHO10A

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f A Regata Comodoro Cota Mil, em Brasília, marcada inicialmente para abril, vai ficar para o mês de agosto, devido à re-formas no cais do clube Cota Mil.

f O escritor José Paulo de Paula que mantém a coluna Crônicas Flutuantes aqui no Almanáutica, foi um dos palestrantes do Rio Boat Show, com auditório lotado! Pa-rabéns Zé Paulo!

f Ricardo Barbosa Diretor de Vela do Iate Clube do Natal organizou uma “Re-gata Passeio” entre os amigos, da sede do Clube a Muriú. Exemplo de que a vontade e o trabalho fazem toda a diferença num clube. Sirva de exemplo...

f A Aguz Marine conclui parceria para fabricação sob licença dos modelos do es-taleiro Portofino Yachts. Os modelos pas-sam a integrar a linha Portofino da Aguz com flybridges, de 38 a 47 pés.

Túnel do Tempo

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Polvo ao vinagrete

Nada como frutos do mar fresquinhos quando se está embarcado, certo? Mas há um mito – polvo – que muito pou-cas pessoas tem coragem de encarar. Você já tentou? Pois a hora é agora...Um bom polvo deve ter tamanho médio. Sua carne – como de qualquer animal – tende a ser mais dura quanto mais velho for o animal. Por isso, polvos com muito mais de 1kg tendem a ser mais duros.

Ingredientes

1 polvo de 1 kg 4 tomates sem sementes picados em qua-dradinhos Pimenta dedo de moça sem sementes (a gosto) 2 cebolas grandes 6 dentes de alho picados ou espremidos Pimentões verde e vermelho (opcional)Cheiro verde a gosto 3 limõesCheiro Verde SalAzeite

Modo de Preparo

Limpe e lave o polvo com 2 limões. Colo-que o polvo inteiro na panela de pressão, sem água e sem azeite: apenas com 1 cebola cortada ao meio, 1 folha de louro, algumas folhas de alecrim e 1 pitada de sal. Quando a panela de pressão começar a chiar mar-que 8 minutos. Desligue a panela e deixe a pressão terminar sem abrir ou forçar o es-friamento. (Abra uma cerveja e deguste...de um mergulho porque a esta altura o bar-co vai estar quente...). Retire o polvo e dei-xe secar (escorra a água) pique em pedaços de uns 2 dedos de comprimento. Descarte os temperos e a cebola (ou guarde a água e a cebola e faça um arroz, colocando um pouco do polvo). Numa panela (pode ser a própria panela de pressão lavada e seca) coloque azeite e doure o alho até ele come-çar a ficar moreninho (não deixe queimar se não amarga). Desligue o fogo e jogue o polvo picado, mexendo em seguida para que o “alho e óleo” se misturem ao polvo.À parte, faça um vinagrete com a outra ce-bola, os tomates, o cheiro verde e um pou-co da pimenta dedo de moça picada muito pequenininha. Se quiser/gostar coloque meio pimentão pequeno vermelho e outro tanto do verde, picados do tamanho do to-mate. Como gostar de pimentão - cujo gos-to forte pode não ser exatamente o seu ou o de seus convidados, fica como sugestão.

Misture tudo ao polvo. Disponha numa tra-vessa. Regue generosamente com azeite extra vir-gem e esprema um limão - de preferência siciliano - e sirva com fatias de pão italia-no ou de pão francês. Também pode ser servido de maneira mais “classuda” como entrada em taças decoradas com salsinha crespa. Para acompanhar, vai muito bem um vinho branco que não seja muito mar-cante, como um Chardonnay ou mesmo um espumante Demi-sec. Saúde!

Não tenha medo do bicho e prepare esta delícia: compre um polvo novo

Pode ficar na geladeira vários dias...

Morre Darke de Mattos

Em 4 de setembro de 1942, o jornal carioca “Diário da Noite” anunciava a mor-te do empresário Darke de Mattos (foto ao lado) em um acidente com seu avião, que decolara da sede do Fluminense Yacht Club com destino a Manguinhos. Após subir por volta de 40 metros, o avião caiu no mar ainda perto dos hangares na Praia da Saudade, onde hoje encontra-se o Iate Clube do Rio de Janeiro, mais preci-samente o local de guarda dos monotipos.Retirado ainda com vida, ele acabou morrendo algum tempo depois. Em sua homenagem reali-za-se todos os anos a Rega-ta Darke de Mattos que em 2014 completou 70 anos de existência.

Este número quero compartilhar com vo-cês um pouco sobre a feira PADI DIVE FESTIVAL 2014.Este é o maior evento do Brasil e Améri-ca Latina, e se realiza anualmente. É uma oportunidade para os profissionais da cre-denciadora atualizarem-se e o público em geral poder ver os novos lançamentos das marcas. Aconteceu em abril pelo segundo ano no pavilhão de Eventos do Parque Anhembi em São Paulo. A organização sempre se esmerando em procurar mais opções para o evento conseguiu trazer grandes nomes do mergulho no Brasil e do mundo. Estive-ram por lá James Morgan, Fernando Mar-tins, Claudio Brandileone, Daniel Bote-lho, Lawrence Wahba, Cristian Dimitrius, Karol Meyer, André Valentim, Yasmin Perez, Stuart Cove, Matias Nochetto, Ro-bert Quintana, Áthila Bertoncini, Guilher-me Kodja, Michel Guerrero, Fabio Frei-tas, Sandro Cesar, Túlio Schargel, Nestor Magalhães, Cezar Torres, Bill e Patricia Acker, Eduardo Lima Filho. As marcas mais importantes e famosas es-tavam presentes com seus distribuidores e fornecedores aqui no Brasil: Cressi Sub, Mares, Hollis, Aeris, Sherwood, Techini-sub, Tusa, Scubapro, Sea Sub, Posseidon, Coltri Sub. Representantes de diversos po-los de turismo subaquático internacional como, Bonaire, Curaçau, Bahamas, Mar Vermelho, se fizeram presentes... assim como os destinos nacionais... Florianópo-lis, Salvador, Fortaleza, Recife, Laje de Santos, Angra dos Reis, Paraty, Vitória, Natal, Maceió, Aracajú, Rio de Janeiro, entre outros. As palestras vieram abrilhantar o evento trazendo novidades e atualização no que inclui a formação dos diversos níveis de mergulhadores, segmento que tem cresci-do muito é a Fotografia Subaquática, que trouxe duas das principais marcas do mun-do, a Aquática e a Nauticam, apresentando seus mais recentes lançamentos em caixas estanques, iluminação, e acessórios. Você pode ver as fotos do evento em meu Facebook: facebook.com/flavio.j.gomes.9/photos

Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI

Padi DiveFestival

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Bibliotecade

Bordo

Oficina do Capitão11

O casal Jane, 48 anos e Rolf Becker, de 64, naturais do interior de São Paulo e Santa Catarina respectivamente, embarcou para uma viagem num pequeno barco com o nome de uma canção, o Bally-Mena, um Fast 35, sem pretensões a grandes viagens. Partiram de Angra dos Reis rumo aos exó-ticos pontos do litoral nordeste do Brasil, desfrutando cada parada como se ali fos-sem permanecer. Depois, de forma tranquila, seguiram as correntes e os ventos, que os levaram a singrar as águas do Mar do Caribe até a

Melhor idade

Bahamas e a Flórida, terminando a deli-ciosa primeira etapa desta viagem. Após uma pequena parada em Fort Lauderdale,

Diodos emissores de luz, conhecidos como leds (Light Emitting Diode). Foi inventado por Nick Holonyak por volta dos anos de 1961/1962. O diodo é um componente elé-trico que permite que a corrente atravesse--o num sentido com muito mais facilidade do que no outro.A principal vantagem do led é a eficiência. Em uma lâmpada comum, incandescente, o processo de produção de luz envolve a geração de muito calor (o filamento fica incandescente). Isso é desperdício de ener-gia, pois grande parte da energia produzida não está indo para a produção de luz, e está sendo jogada fora como calor. Com o barateamento dos materiais envol-vidos, bem como o desenvolvimento da tecnologia de produção, o led está cada vez mais barato e eficiente.Os leds são oferecidos em diversas cores, como tons de branco, amarelo, vermelho e verde, o que facilita na utilização inclusive para as luzes de navegação.Isso faz dele o preferido na hora de usar nas embarcações. Hoje, muitos produtos já são fabricados com leds (luzes de top, iluminação inter-na), mas ainda tem um custo alto se com-parados a outros produtos como lanternas,

Leds na embarcação

por exemplo. Mas a cada dia, novos e mais baratos produtos são colocados no merca-do, de maneira que o que vale hoje, pode não valer amanhã: uma boa pesquisa é sempre importante.Para quem faz o tipo faça-você-mesmo, entretanto, a adaptação das luminárias anti-gas que trabalham com luz incandescente, está cada vez mais fácil, até pela oferta de novos tipos de led.Lâmpadas tipo baioneta já podem ser ad-quiridas pela internet (em geral lojas de equipamentos automotivos vendem), e basta desmontar a luminária de bombordo, boreste e alcançado e substituir as conven-cionais por lâmpadas de led com a cor de-sejada, verde, vermelha e branca.Já as luzes internas e de top, precisam de alguma adaptação. Para esses casos, o in-dicado são as fitas siliconadas. São leds en-capsulados em silicone vendidos em rolos ou por metro, em fitas que do lado oposto tem uma forte fita colante para serem fi-xados. São produzidos em algumas cores diferentes e podem ser submersos, sendo utilizados para iluminação sob o casco, in-clusive em pranchas de Stand Up Padlle. A utilização do led em fita é bastante sim-ples. Basta medir o tamanho necessário, cortar (há um local correto para fazer esse corte, indicado na própria fita), e retirar o silicone que fica sobre os contatos que re-ceberão a solda dos fios, positivo e negati-vo do circuito.Outras utilizações para a fita de led são pai-óis, armários ou mesmo ao longo de tetos.

No caso de uma nova instalação ao invés de uma adaptação, será preciso, claro, a utilização de um interruptor que deverá ser pensado em termos de tipo e localização, já que a fita não possui.Pode haver outras necessidades de utiliza-

ção dos leds, como por exemplo um painel indicativo, ou alguma iluminação especial direcionada. Nesses casos a solução pode ser a utilização de um único led. No caso então de necessitar utilizar um led sozinho, será preciso colocar um resistor nele. Isso ocorre porque os 12v da bateria são exces-sivos em relação aos – normalmente – 3v do led. Assim, precisaremos recorrer ou ao balconista especialista, ou relembrar os ve-lhos conceitos da escola...Lembrando da fórmula V = R.I , onde o ob-jetivo é achar a resistência necessária para limitar a corrente. Se temos 12V e o led utilizará 3V temos que eliminar 9V com o resistor. Normalmente a corrente para Led’s são da ordem de 20mA (ou 0,020A). Assim teremos:

V = R.I9 = Rx(0.020) e portanto R = V/ I R = 9 / 0,02 o que nos dá um resistor de 450 ohms.

Verifique junto ao vendedor um valor pró-ximo a este (na dúvida, para mais).Esse resistor deverá ser soldado do lado positivo do led.Em geral os polos de um led tem 2 tama-nhos sendo o maior o positivo. Mas em

Com a evolução da tecnologia led está cada vez mais fácil e barato substituir a iluminação comum pela de leds. Leia esse artigo e aventure-se: vale muito a pena...

Leds utilizados em carros são opção

As fitas são práticas e podem molhar

Led com resistor soldado e a proteçãocaso de dúvida, o encapsulamento tem um corte que indica o lado negativo.Depois de terminada a solda, é aconselhá-vel a utilização de uma fita de autofusão ou térmica, chamada em alguns lugares de “macarrão” (foto), para proteger a área evi-tando que se quebre com o passar do tem-po. Em muitos locais será preciso dobrar os terminais do led, o que pode ser feito sem problemas. O ideal é fazer as dobras antes da soldagem e do término do serviço de proteção, deixando apenas a instalação para o final. Existem algumas “bolachas” - placas de circuito impresso redondas com vários leds que podem ser adaptadas dentro das luminárias originais. Nesse caso, uma boa dica é tomar cuidado com a parte do cir-cuito que ficar exposta ao tempo. A oxida-ção certamente vai causar problemas. Você pode cobrir de araldite a parte de trás da placa, a do circuito, impedindo - ou mini-mizando - a oxidação. Como o led não es-quenta, não haverá problema.Agora que você conhece o mundo dos leds, mão à obra. Faça experiências e deixe seu barco mais econômico e iluminado!

retornaram ao Caribe e, a partir da ilha de St.Maarten, iniciam um giro oceânico completo, realizando a travessia do Atlân-tico Norte até o Arquipélago dos Açores e litoral de Portugal, descendo depois para a Madeira, Ilhas Canárias, Cabo Verde e fi-nalmente, colocam sua já experiente proa rumo ao Atlântico Sul, de volta ao Brasil. Durante esta viagem, conheceram dezenas de pessoas, alguns navegadores, e todas

Casal Becker: aventuras num Fast 35

com alguma coisa boa para contar. Visi-taram lugares exóticos, praias de águas transparentes, viram animais estranhos e tubarões gigantescos. Descobriram o sa-bor das “conchs”, enormes moluscos da região, mas não deixaram de pegar seus próprios peixes nas travessias.Ao som das Steel-Bands viram o pôr-do -sol no horizonte, enquanto aproveitavam a convivência das pessoas, ou relaxavam no veleiro, numa baia distante ao sabor da brisa. Acompanharam à distância os acon-tecimentos que agitaram a vida em nosso país e, ao regressar, conheceram o Real, uma moeda que lhes era desconhecida.Após seu regresso à Baia da Ilha Grande, eles não correram de volta para seu apar-tamento em Angra, mas permaneceram no barco por mais um bom tempo, analisando sua decisão e se acostumando à vida em terra, que iriam retomar. Veleje com o casal Becker à bordo do seu Bally-Mena e viva experiências que somente aqueles ousados conseguem aproveitar.

Não perca esse lançamento exclusivo pela Livraria Moana, a mais confiável da web.

O casal Becker: de Angra a Portugal

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INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIROPalavra de

PRESIDENTE

ABVC

CONVÊNIOSA ABVC mantém convênios para os só-cios. Veja alguns abaixo e outros no site:IATE CLUBES

- Aratú Iate Clube - Cabanga Iate Clube- Iate Clube Guaíba- Iate Clube de Rio das Ostras- Iate Clube do Espírito Santo- Marina Porto Bracuhy- Iate Clube Brasileiro- Jurujuba Iate Clube

DESCONTOS

Brancante Seguros7Mares EquipamentosBotes RemarConinco - Tintas e RevestimentosShip’s Chandler: Loja Náutica em Paraty Enautic : Loja Náutica VirtualDivevision Loja VirtualE muitos outros. Consulte nosso site para saber dos detalhes de cada parceiro. Seja sócio da ABVC: você só terá vanta-gens. Se já é associado, traga um amigo!

O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.

Midias SociaisNosso fórum ou lista de discussão, funcio-na no Yahoo Grupos. Se você é associado e ainda não participa, basta enviar um e-mail para [email protected] e solicitar a participação. Estamos também no FA-CEBOOK. Lá não é preciso ser associado para participar. Conheça e participe!

Produtos ABVCOs produtos da grife ABVC estão à sua disposição para compras via internet. São camisetas, flâmulas para embarcações, bol-sas estanques, entre diversos outros produ-tos que podem ser adquiridos na loja virtu-al da ABVC. Acesse e conheça:

www.atracadouro.com.br/abvc

Caros Associados,

Noite destas, pensando na organização de mais um Costa Leste, que neste próximo mês de junho zarpará para Salvador e al-guns esticarão até Recife para realizar a tão sonhada Recife-Noronha, recebi um telefonema de um amigo de Salvador.

Comenta sobre mais um assalto ocorrido em Itaparica. Nossos amigos Ricardo e Marga, do Veleiro TAO foram surpreen-didos por bandidos quando estavam an-corados ao largo, em lugar teoricamente tranqüilo.

Justo em Itaparica, onde quase todos os do-mingos no Estadão, João Ubaldo Ribeiro tece elogios aquela ilha.

Mais um em Itaparica. Outro dia foi no Cedro, na baia de Paraty. Outro dia foi no canal de Bertioga. Outro dia foi......! Até quando?

Arma a bordo, animais a bordo, alarme a bordo? Que paz o mar está nos trazendo?

Já não podemos mais ancorar em uma baia e curtir as belezas do lugar?

Vamos velejar e depois voltar para dormir na Marina?

Quem deve fiscalizar as águas, fiscaliza? Ou quer criar mais um IPVA e não dar qualquer retorno a mais este imposto ab-surdo?

Cruzeiristas, alerta! Não deixem cair o lema de que os dias vividos no mar não contam na terra! Segurança já!

Quando você estiver recebendo este jornal, a ABVC estará realizando seu Encontro Nacional em Angra dos Reis. Palestras, Workshops, churrascos, enfim, um encon-tro para discutir segurança no mar.

Fique atento para mais um Cruzeiro Costa Verde em julho.

Bons Ventos. Com segurança.

Maurício Napoleão

Cruzeiro Costa Verde 2014 Costa Leste

Novo site

A quinta edição do já tradicional Cruzeiro Costa Verde, organizado pelo Vice-Presidente de Paraty, Eduardo Schwery deve acontecer em julho. Inicialmente a data prevista era junho, após o término do Encontro Nacional como das três primeiras edições. Mas após o sucesso da edição de 2013 - que teve até lista de espera - Eduardo e a diretoria da ABVC avaliaram que a época das férias escolares seria mais adequada.“O cruzeiro é constituído basicamente por famílias e quando mudamos a data ano pas-sado, houve a presença de muitas crianças”, explicou Maurício Napoleão, Presidente da ABVC. Schwery manifestou seu apoio: “Temos que organizar para que mais pessoas possam participar. Isso é importante para a ABVC e para a região de Paraty”, concluiu.O cruzeiro deverá reunir mais de 20 veleiros que percorrerão o circuito Ilha Grande– Baía de Sepetiba. No roteiro, passarão pelos pontos tradicionais da região, como praia da Estopa, Quitiguara e Itacuruçá. Tudo - claro - com muito churrasco, brincadeiras e confraternização, como já é tradição nesse cruzeiro. Sempre que o tempo permite, uma fogueira e uma reunião com violão, como “nos velhos tempos”...Se você nunca participou de um cruzeiro em flotilha da ABVC, esta é sua oportunidade de aprender com um grupo bem animado e com toda segurança. Praticar a ancoragem, as velejadas mais longas com novos amigos e muita animação. Participe! Inscreva-se pelo sita da ABVC e torne-se um verdadeiro cruzerirista!

Guia Náutico

Organizado por Brasilio Mello, Vice-Presidente da ABVC para Ubatuba, e com a parti-cipação de diversos veleiros, ocorreu na Ilha Anchieta, no final de março, um churrasco e encontro de velejadores. A Administração da Ilha disponibilizou as instalações (quiosque, banheiros e vestiários) e também nos isentou da taxa de visitação para essa confraternização. Foi um gostoso programa de fim de semana: sábado de manhã uma navegada até a Ilha Anchieta, à tarde confraternização, pernoite na Ilha e no domingo o retorno. Cada comandante levou suas carnes, bebidas, carvão, talheres e lá fizeram festa.

ABVC UbatubaEncontro na Ilha Anchieta

Vida boa: Churrasco e confraternização dos velejadores na Ilha Anchieta

Até o fechamento desta edição, mais de 20 Comandantes já estavam inscritos para o Costa Leste 2014.Apesar da realização da Copa do Mundo de Futebol, a turma da vela está animada para subir a costa mais um ano em direção à Bahia. Pelas contas da organização, pra-ticamente todos os jogos da seleção brasi-leira acontecerão nas paradas. Ou seja, nin-guém perde os jogos se estiver interessado. A única exceção deve ser Abrolhos, se a Marinha não colocar uma televisão por lá e se o Brasil chegar até esse jogo. As vagas para os veleiros no Rio de Janei-ro ainda são as principais preocupações da ABVC. Com a realização da Copa, até as vagas para barcos estão lotadas e uma das soluções viáveis pode ser desmembrar a flotilha em locais diferentes de modo a acomodar a todos.Uma outra preocupação que pode encher a cabeça dos que pretendem ir à Noronha pela Refeno, são as exigências da Marinha para este ano: Habilitação de Capitão - que já fora anunciada há algum tempo - e a necessidade da balsa salva-vidas a bordo. Este último quesito o mais complicado, já que convidar um capitão para estar a bordo nem é assim tão difícil. Mas os preços das balsas, e mesmo o tamanho dela em relação aos veleiros menores pode ser um impedi-tivo. A ABVC ainda está trabalhando junto às paradas para que a flotilha possa realizar mais um Costa Leste com conforto e cheio de confraternizações. E se você ainda não fez a sua inscrição, é bom se apressar. Uma das soluções pode ser a diminuição no nú-mero de veleiros...

O novo Guia Náutico de Hélio Magalhães tem o patrocínio da ABVC. Entre outras novidades, haverá uma edição especial para a nossa associação com uma apresen-tação do Presidente Maurício Napoleão es-pecialmente dedicada aos associados.Chique no úrtimo!

Guia com edição especial para a ABVCO lançamento está previsto ainda para o primeiro semestre deste ano, claro, com uma palestra e uma grande festa.

Anunciado durante o Encontro Nacional da ABVC, o novo site estará entrando no ar a qualquer momento. Após oito anos e meio, o site se moder-nizou. Não só em termos de design mas facilitando o acesso às informações dispo-nibilizadas.Também há novas seções. Uma das no-vidades será a centralização de links para sites de previsão, de maneira a facilitar a navegação. Outra área nova será a de notícias, que reu-nirá diversas agências e sites que trazem as notas do mundo náutico. Dessa maneira, ao invés de sair procuran-do aqui e ali as informações, o associado pode achar tudo no mesmo lugar: no site da ABVC. Não deixe de colocar em seus favoritos. Com certeza você vai achar uma boa fer-ramenta!

Novo site: Muitas informações à mão

FacebookUma das ferramentas de comunicação da ABVC é sua página no Facebook. É a que mais têm crescido em número de partici-pantes, e um lugar onde se pode obter e principalmente compartilhar diversas in-formações sobre vela.Ao contrário da lista de discussão, a pági-na da ABVC no Facebook é aberta a não associados. Dessa maneira eles podem ter contato com a associação, tirar dúvidas e se aproximar de nossos eventos para de-pois tornarem-se associados. E você, já se inscreveu por lá?

www.facebook.com/ABVC

Conheça o grupo ABVC no Facebook