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ALVES, Aníbal A. (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia, Relatório
apresentado em provas públicas para o título de professor agregado na Universidade do Minho, Braga.
Resumo O texto diz respeito à disciplina Teorias da Comunicação, do grupo disciplinar de Ciências da Comunicação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, e foi apresentado em provas públicas para obtenção do título de Agregado Ciências da Comunicação. A disciplina consiste na introdução aos conceitos, modelos, e contextos sociais específicos da comunicação humana, sendo leccionada, em regime obrigatório e anual, nas licenciaturas de Comunicação Social e de Sociologia das Organizações. Divide-se nas seguintes partes: 1- Elementos de natureza histórica, científica, cultural, convergentes para a formação da área de estudos de comunicação. 2 - Programa, conteúdos, e bibliografia. 3 - Metodologia do ensino e processo de avaliação. 4 – Anexos: Grupo disciplinar de Ciências da Comunicação, Planos de estudo das licenciaturas de Comunicação e de Sociologia.
Palavras-chave: Comunicação social, Teorias da Comunicação, Professor Agregado, Métodos de Ensino
Abstract:
Communication Theories, Programme and Learning Methods. Report presented in public proof for aggregate professor title, at Universidade do Minho, Braga, Portugal, 1994. The text concerns Communication Theories course, which is one of the Communication Sciences Group, at the Social Sciences Institute of the Universidade do Minho. It was presented in the whole public proof to obtain the aggregate professor title. The course offers an introduction to concepts, models and specific social contexts of human communication and it is addressed to Communication Studies Degree and Sociology Degree Students, as a compulsory course during two semesters. Main subjects: 1) Communication studies area construction: historical, scientific, technical, cultural and academic elements. 2) Programme, Contents and Bibliography. 3) Teaching methods and evaluation procedures. 4) Annexes: Communication Sciences Group, Communication Degree, and Sociology Degree, Curriculum.
Key-words:
Communication Theories, Mass Communication, Aggregate Professor, Teaching methods.
ANÍBAL AUGUSTO ALVES
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
Programa e Metodologia
Relatório apresentado
à Universidade do Minho
para Provas de Agregação
BRAGA – 1994
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objectivo ......................................................................................................................... 1
1.2 A disciplina escolhida ..................................................................................................... 1
1.3 Ordenamento do Relatório .............................................................................................. 2
2 ÁREA CIENTÍFICA DA COMUNICAÇÃO
2.1 Novidade e relevância da temática ................................................................................. 3
2.2 Os meios de Comunicação Social ................................................................................... 6
2.3 A Matemática da Comunicação ...................................................................................... 8
2.4 Comunicação e Ciências Sociais .................................................................................... 9
2.5 Comunicação, Ciências da Linguagem e Ciências Humanas ....................................... 11
2.6 A interdisciplinaridade das ciências da comunicação ................................................... 14
3 O PROGRAMA DA DISCIPLINA "TEORIAS DA COMUNICAÇÃO"
3.1 Contexto institucional da disciplina .............................................................................. 17
3.1.1 A disciplina nos cursos de Comunicação Social ................................................ 17
3.1.1.1 A disciplina nos programas dos cursos ........................................................ 19
3.1.1.2 O grupo disciplinar de Ciências da Comunicação ....................................... 20
3.2 Visão global do programa ............................................................................................. 21
3.2.1 Objectivos ........................................................................................................... 21
3.2.2 Os temas do programa ........................................................................................ 21
3.3 CONTEÚDOS DO PROGRAMA POR CAPÍTULOS ................................................ 24
1. INTRODUÇÃO: ESTUDO DA COMUNICÇÃO .................................................. 24
2. TEORIAS DA COMUNICAÇÃO ........................................................................... 27
4. TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO ................................................. 33
5. COMUNICAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO ................................................................... 36
6. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM ....................................................................... 39
7. COMUNICAÇÃO E DISCURSO ........................................................................... 42
8. COMUNICAÇÃO NÃO -VERBAL ....................................................................... 45
9. COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA ................................................... 48
10. COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E PERSUASÃO ........................................... 51
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
11. COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ..................................................................... 54
12. COMUNICAÇÃO NOS PEQUENOS GRUPOS .................................................... 56
13. COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES .......................................................... 59
14. COMUNICAÇÃO MEDIÁTICA ............................................................................ 61
15. COMPETÊNCIA COMUNICATIVA ..................................................................... 64
3.4 Bibliografia Geral ........................................................................................................ 66
4 MÉTODOS DE ENSINO
4.1 Objectivo e método ....................................................................................................... 79
4.2 Quadro institucional e métodos de ensino .................................................................... 80
4.2.1. Regime da disciplina ............................................................................................. 80
4.2.2 Aulas teóricas e aulas práticas ............................................................................ 81
4.2.3 Estudo e Exercícios ............................................................................................ 82
4.3 Avaliação da Aprendizagem ......................................................................................... 83
5 CONCLUSÃO E PERSPECTIVA 87
6 ANEXOS 89
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Objectivo
Por despacho do Reitor da Universidade do Minho de 4 de Janeiro de 1994, foi o
signatário admitido a prestar provas para obtenção do título de agregado no grupo
disciplinar de Ciências da Comunicação. Aos candidatos admitidos ordena a respectiva lei1
que entreguem um relatório que inclua o programa, os conteúdos e os métodos de ensino
teórico e prático das matérias da disciplina ou de uma das do grupo de disciplinas a que as
provas dizem respeito.
O presente texto procura satisfazer aquela disposição legal.
1.2 A disciplina escolhida
A disciplina que constitui o objecto deste relatório intitula-se Teorias da
Comunicação. Faz parte do grupo disciplinar de Ciências da Comunicação do Instituto
de Ciências Sociais da Universidade do Minho, o qual foi aprovado pelas Resoluções do
Senado Universitário n.º 32/93 e n.º 33/93 e Despacho Reitoral n.º 120/932. A disciplina
inscreve-se no plano de estudos das licenciaturas em Comunicação Social e em Sociologia
das Organizações3. É também leccionada, com o programa adaptado ao regime semestral,
nos cursos de licenciatura em Relações Internacionais Culturais e Políticas, em Gestão de
Empresas e em Administração Pública.
Trata-se de uma disciplina propedêutica que pretende introduzir os estudantes no
conhecimento sistemático e crítico da comunicação humana. No quadro do grupo
disciplinar de Ciências da Comunicação recorta-se como disciplina de fundamento e
perspectiva. No perfil dos planos de estudos desenha-se como disciplina de iniciação à
abordagem teórica e pratica dos processos, dimensões e situações do comportamento
comunicativo. Estes dois traços da disciplina, a reflexão fundamental e a missão
introdutória, motivaram a sua eleição para objecto deste relatório tal como tem inspirado o
nosso estudo e ensino.
1 Decreto-Lei n.º 301/72 de 14 de Agosto, Artº 9º, n.º 1, a). 2 Diário da República, II Série, de 4-1-94, p. 80, ss. Ver em anexo as disciplinas do grupo disciplinar 3 Ver em anexo os planos de estudos das licenciaturas referidas.
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1.3 Ordenamento do Relatório
Com o intuito de alcançar o objectivo expresso desenvolvem-se a seguir os seguintes
tópicos:
1. O estudo da comunicação humana no qual se formou e recorta a nossa disciplina.
2. O programa, os conteúdos e a bibliografia.
3. A metodologia do ensino.
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2 ÁREA CIENTÍFICA DA COMUNICAÇÃO
2.1 Novidade e relevância da temática
Em vésperas do ano lectivo de 1993-1994, os nossos jornais, entre expressões de
admiração e de interrogação, davam conta da abertura do décimo quinto curso de ensino
superior no domínio da comunicação social. A atitude admirativa da imprensa não será
muito diferente da que um docente de Teorias da Comunicação experimenta nas perguntas
de pessoas a quem responde sobre o que ensina na Universidade: Teorias da
Comunicação? Mas é disciplina académica?! E há quinze cursos de comunicação social em
Portugal? Mas a interrogação, como o espanto, podem estimular a procura do sentido.
A relevância da comunicação nos processos vitais das actuais sociedades é
facilmente reconhecível e justifica a sua redundante manifestação e a admiração que esta
suscita. Assim presente e prevalente na vida social, não podia a comunicação deixar de
motivar a consideração e interesse dos agentes sociais, e designadamente das instituições
de ensino especializado. Aqui se encontra o outro ponto de interrogação e quiçá de
suspeita: a comunicação humana é certamente dimensão importante da vida social; mas
poderá constituir objecto de saber e de tratamento científico? A dúvida espontânea revela
urna atitude frequente e bem conhecida em relação às ciências sociais e humanas. Costuma
mesmo identificar-se esta atitude como obstáculo ao conhecimento científico. E assim é na
medida em que o conhecimento do senso comum não reconhece sequer a pertinência da
abordagem científica de um objecto, ou porque a “transparência” deste lhe parece dada na
sua própria manifestação natural, ou porque atribui carácter completo e definitivo à
expressão construída, dispensando assim o exame crítico que é apanágio da metodologia
científica. O humilde e progressivo caminho histórico do conhecimento humano ilustra
bem o carácter ilusório dos saberes que se auto-atribuíram carácter definitivo. Entre estes
se encontram todavia, não apenas os inspirados pelo conhecimento comum mas também
não poucos que, reclamando-se da ciência, se arrogaram a ilusória evidência e segurança
daqueles.
No entanto, a resistência do leigo perante o estatuto científico e académico de
questões como a comunicação é susceptível de interpretação menos simplista. Em vez de
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significar auto-suficiência que dispensaria tratamento científico julgado inadequado,
aquela dúvida exprimiria perplexidade perante a tentativa de abordar a comunicação
humana com metodologia científica e enquadramento académico. A esta luz, a dúvida
sobre o estudo científico da comunicação deixa de ser obstáculo para se tornar estímulo
crítico, a sublinhar a permanente tensão entre o projecto compreensivo de uma disciplina
científica como Teorias da Comunicação e o seu objecto fenomenal complexo,
manifestação histórica do ser e devir dos homens.
É, por outro lado, natural que o estudo instituído da comunicação ainda surpreenda
em razão da sua novidade e carácter recente. Não que a comunicação não tenha merecido
interesse e estudo às sociedades e civilizações que nos precederam! É notório que
elementos e dimensões fundamentais do processo comunicativo, motivaram de pensadores
antigos e modernos tratados de tal rigor e fecundidade que, ainda hoje, eles guiam a nossa
indagação. Lembremos designadamente os problemas da linguagem e do conhecimento
abordados no estudo da língua, da filosofia, do direito, da teologia, da moral e da política.
Como referia Umberto Eco em comentário a um artigo de R. Jakobson sobre a semiótica e,
portanto, sobre a comunicação, o estudo desta apresenta uma impressionante genealogia:
“a science dealing with signes and with processes of communication has an impressive
pedigre”4. É no entanto manifesto que a comunicação como área de estudo e campo de
acção específicos, é do nosso século. Alguém notou, com sentido, que a ”comunicação”
suscitou no século XX o entusiasmo que a “energia” despertou no século XIX.
De modo especial, pode associar-se a emergência da comunicação ao clima de
reconstrução que animou o período imediato à II Grande Guerra Mundial. Como se,
simbolicamente, as sociedades, traumatizadas pela hecatombe da destruição e pelo horror
dos holocaustos, almejassem na comunicação um antídoto reparador e capaz de inspirar
novo alento civilizacional. É então que surgem as obras de C. Shannon e de N. Wiener,5
referências de primeira ordem para o estudo da comunicação. Por outro lado, é também
nesta altura que é publicado o célebre artigo de Lasswell6 “The Structure and Function of
4 U. ECO, “Preface” in CHATMAN, S., ECO, U., KLINKENBERG, J-M. (Eds.), A Semiotic Landscape, The Hague, Mouton, 1979, p. VI. 5 Cl. SHANNON and W. WEAVER, The Mathematical Theory of Communication, Urbana, University of Illinois Press, 1949; N. WIENER, Cybernetics or Control and Communication in the Animal and the Machine, Paris, Librairie Herman, 1948. 6 H. LASSWEL, “The Structure and Function of Communication in Society”, in The Communication of Ideas, Lyman Brison (ed.), 1948.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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Communication in Society”, e se tornam conhecidas as pesquisas de P. Lazarsfeld7 sobre
os processos de comunicação e de influência a propósito das campanhas para a eleição
presidencial (a de 1940 e a de 1948).
K. Lewin, em 1945, introduzia a sua orientação da pesquisa-acção no Massachusetts
Institute of Technology e lançava, em seguida, o projecto dos Laboratórios de “Training
Group”, extraordinário alfobre de cientistas que animariam a investigação psicológica no
campo das comunicações e relações humanas nas duas décadas seguintes.
O interesse suscitado pela comunicação está intimamente relacionado com as várias
características do processo social histórico, entre as quais a própria intensidade e
visibilidade das novas formas de comunicação. Estas, porém, serão sempre e apenas, na
expressão de Marshall McLuhan, “extensões do homem”8 , para o qual a comunicação é
condição da própria sobrevivência. Sem ela, o indivíduo não vive, os organismos não
funcionam, as sociedades não subsistem e as civilizações morrem. O processo
comunicativo é para a pessoa o que o metabolismo é para o organismo: deles depende a
própria subsistência. Não podemos deixar de comunicar. A vida individual e social,
particular e pública, dos grupos e das organizações, pode resumir-se assim: dar e receber
comunicação.
Dimensão de tamanha relevância, que muito é que tenha merecido o cuidado e a
reflexão da pesquisa científica e a consagração do estudo académico?
Sem pretendermos estabelecer urna visão cabal do processo de formação da área
científica da comunicação - o qual julgamos não estar de modo algum fechado - podemos
identificar facilmente alguns elementos que prepararam a constituição deste novo campo
do saber - a ciência da comunicação - em cujo núcleo se situam as Teorias da
Comunicação. Duas ordens de fenómenos convergiram para a formação de uma área de
estudos específica em torno da temática comunicacional: o advento e progressiva
implantação dos meios de comunicação social ou “mass media” e a confluência de
diferentes correntes de pensamento e de pesquisa científica sobre temas e problemas de
comunicação. Não se trata, evidentemente, de realidades estranhas entre si, mas que, bem
7 P. LAZARSFELD et al., The People’s Choice, N. York, Columbia, Univ. Press, 1948. 8 M. McLUHAN, Understanding Media: the Extensions of Man, N. York, Mac-Grow-Hill, 1964
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pelo contrário, se interpenetram e associam intimamente. Coube, no entanto, aos media o
inegável papel de catalizadores de novas formas de comunicação que manifestam e
caracterizam a sociedade industrial e pós-industrial. Por sua vez, a reflexão política e
social, bem como a investigação científica sobre questões de comunicação no quadro de
diferentes disciplinas contribuíram grandemente para a identificação da nova área de
estudos e para a sua instituição académica.
2.2 Os meios de Comunicação Social
A expressão “meios de comunicação social” corresponde aos termos ingleses “mass
media”, “meios de massa”, e designa os sistemas mecanizados e electrónicos que,
explorados por organizações e profissionais especializados, difundem mensagens idênticas
para vastos públicos dispersos e heterogéneos. Distinguem-se entre estes sistemas quatro
categorias principais, englobando, cada uma delas, grande variedade de modalidades: a
imprensa, o cinema, a rádio e a televisão. A evolução acelerada e contínua das tecnologias
de comunicação e designadamente das telecomunicações e da informática, a par das
mudanças políticas e sociais das sociedades e instituições, têm levado á criação de novos
sistemas de comunicação cada vez mais potentes, móveis e adaptáveis.
O advento dos media, a começar pelo mais antigo, a imprensa, suscitou,
naturalmente, grande atenção e preocupação às entidades sociais com poder e funções de
regulação social. A comunicação generalizada que as novas técnicas de difusão pareciam
garantir despertou esperanças e temores desmedidos, que Umberto Eco tipificou na
expressão e título do seu livro Apocalípticos e Integrados9. Para os Apocalípticos, os novos
meios de comunicação são causa e suporte de influência deletéria na educação, na cultura,
nos costumes. Ao contrário, os Integrados reconhecem nos media grandes virtualidades
para o processo social, viabilizando por exemplo formas rápidas e eficientes de
transmissão da informação e da ciência e criando assim condições favoráveis ao
desenvolvimento económico e á participação democrática. Neste contexto se vislumbrou
9 U. ECO, Appocalitici e Integrati, Milano, Bompiano, 1973
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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também a proximidade da “aldeia planetária” e a sociedade da ubiquidade bem como o
terror da vigilância permanente do “Big Brother”10.
A investigação científica sobre os media e seus efeitos haveria de temperar as
expectativas exageradas, colocando em relevo as diferentes dimensões que caracterizam o
processo psico-social da comunicação mediática. Continua válida a conclusão formulada
por M. Janowitz e R. Schulze no termo da revisão do vasto conjunto da “Communication
Research” a que procederam, ao sublinhar a natureza social do processo de comunicação
através dos órgãos de difusão colectiva: “a investigação sobre os meios de massa destruiu
mais que um estereótipo sobre o poder da comunicação de massa e sobre a sociedade dita
de massa. Tal como outras pesquisas contemporâneas realizadas numa sociedade moderna,
ela redescobriu e reafirmou a persistência das formas tradicionais da associação, da
influência e do poder”11.
Como no passado, os media, suscitam hoje o maior interesse das forças sociais,
políticas, económicas, e culturais. É que na “sociedade da informação”, que tem nos meios
de comunicação a sua expressão mais visível, não há questão social que não passe, de
algum modo, pela cena mediática. Assim, cada vez menos se pode compreender urna sem
compreender a outra. Daí que os media tenham desempenhado papel relevante na
construção do novo campo de saber.
A constituição deste campo de reflexão sobre a comunicação, em associação com os
media, mas para aquém e para além deles, não ocorreu, evidentemente, nem de modo
repentino nem do nada. Processo histórico, social e cultural, integra-se na génese da
sociedade a que pertence e, designadamente, na tradição e na inovação de diferentes linhas
de pensamento sobre os elementos, as dimensões, e as relações da comunicação humana.
Limitemo-nos a destacar, entre as mais visíveis, algumas das contribuições das
diversas ciências para a formação da área científica da comunicação.
10 Sobre este assunto ver: J. CAZENEUVE, La société de l’ubiquité, Paris, Denoel, 1972; M. McLUHAN, Understanding Media, N. York, Signet Books, 1964; G. ORWEL, 1984 (Nineteen Eighty Four), London, Penguin, 1954 (1st ed. 194 9). 11 M. JANOWITZ e R. SCHULZE, “Tendances de la recherche dans le domaine des Communications de masse”, Communications, n.º 1, Paris, Seuil, 1981, p. 32.
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2.3 A Matemática da Comunicação
Ganhou valor simbólico de marco fundador na construção das Ciências da
Comunicação a obra de Claude Shannon, A Teoria Matemática da Comunicação,
publicada em artigo de 1948 e retomada em livro, um ano depois, com a colaboração do
matemático Warren Weaver12. A teoria e o modelo de Shannon-Weaver, com conceitos
rigorosamente definidos e alto grau de generalização, tornaram-se referência obrigatória
para os estudos de comunicação, tendo inspirado inúmeros trabalhos, tanto no âmbito das
ciências, particularmente nas Engenharias de sistemas e de telecomunicações, como no
quadro das ciências sociais e humanas. As noções de informação, ruído, redundância,
fonte, entre outras, foram rapidamente adoptadas por disciplinas como a Linguística, a
Psicologia, a Sociologia.
O programa de Shannon-Weaver pretendeu abarcar o processo geral da comunicação
no qual distinguiu três níveis de questões a solucionar: a) o nível dos problemas técnicos,
onde se trata da exactidão com que os símbolos podem ser transmitidos entre um emissor e
um receptor; b) o nível dos problemas semânticos, ou seja, a questão da precisão com que
os símbolos transmitidos veiculam o significado desejado; c) o nível dos problemas de
eficiência, ou seja, a questão da eficácia com que o significado recebido influencia o
comportamento no sentido pretendido.
Programa tão vasto como ambicioso haveria de revelar a maior fecundidade no
âmbito do primeiro nível, já que a semântica e o comportamento não caberiam no quadro
teórico definido nem nas concepções que o inspiraram. Nem por isso é menor o mérito
destes pioneiros cujos conceitos fundamentais permitiram uma nova compreensão dos
processos humanos de comunicar e de conhecer.
Contemporânea e conexa à teoria da comunicação, desenvolveu-se a Cibernética,
com destaque para a obra de Norbert Wiener13 e o contributo do próprio Weaver, o qual,
em artigo de 1948, propunha a noção de “complexidade organizada” para conceber
12 C. SHANNON and W. WEAVER, The Mathematical Theory of Communication, Urbana University of Illinois Press, 1949. 13 N. WIENER, Cibernética e Sociedade, S. Paulo, Cultrix, 1968, (trad. de The Human Use of Human Beingns, Boston, Houghton Miflin, ed. Revista de 1954: 1ª ed., 1950; Cybernetics or Control and Communication in the Animal and Machine, Librairie Herman, Paris, 1948; 2nd ed., N. York, MIT Press, 1961.
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modelos de representação de certos fenómenos, não com base nos seus elementos
componentes, mas a partir da sua totalidade sistemática. A Cibernética ou Teoria Geral dos
Sistemas, designação que se imporia, inspirou importantes abordagens da comunicação
humana e legou-nos conceitos originais tais como o de auto-regulação, “feed-back”, inter-
dependência, que permitiram avançar no conhecimento do comportamento individual e
social. A este quadro de referência se pode associar o célebre trabalho sobre a saúde mental
realizado por J. Ruesch e G. Bateson: Communication: the social matríx of Psychiatry 14.
Observe-se, de passagem, que a problemática da psiquiatria e em geral da saúde motivou
importantes linhas de desenvolvimento da teoria e prática da comunicação. Refiram-se as
numerosas orientações em matéria de psicoterapia, com suas teorias da personalidade, dos
processos de mudança e modalidades de interacção.
Uma outra ilustração da orientação sistémica abrangendo a análise global do
comportamento comunicativo ao nível do indivíduo, da relação interpessoal, do quadro da
organização, da mediação tecnológica, e ainda outros importantes aspectos, é-nos facultada
pela obra de Lee Thayer15.
2.4 Comunicação e Ciências Sociais
Sendo a comunicação, na expressão de Ch. Cooley “o processo através do qual as
relações humanas existem e se desenvolvem”16 ou seja, através do qual as sociedades e os
indivíduos se constituem e reproduzem na história humana, não podia ela deixar de
merecer a consideração e, em muitos casos, o tratamento privilegiado por parte das
disciplinas das Ciências Sociais e, designadamente, a Sociologia, a Psicologia e a
Antropologia Cultural. Foi no quadro destas disciplinas que se formaram os fundadores da
área da Comunicação com realce para o movimento da pesquisa em comunicação
desenvolvida nos Estados Unidos no período do pós-guerra e décadas de 50 e 60.
14 J. RUESCH and G. BATESON, Communication, The social Matríx of Psychiatry, W. W. Norton and Co., 1951. 15 L. THAYER, Communication and Communication Systems, Homeword, Irwin, 1968. . 16 CH. COOLEY, Social Organization: a study of the larger mind, N. York, Scribner's, 1909, p. 61; cit. in J. STOETZEL, La Psychologie Saciale, Paris, Flamarion, 1963, p. 11.
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A íntima conexão do estudo da comunicação humana com as referidas disciplinas
radica, por um lado, na própria natureza social da comunicação e por outro lado, na
relevante dimensão comunicativa de muitos fenómenos de ordem social, cultural e
psicológica que aquelas disciplinas abordaram, criando para tanto conceitos e métodos
próprios. Recordem-se os trabalhos de Antropologia Cultural, por exemplo, sobre o
processo de inter-penetração de cultura e personalidade, de que Ralph Linton17 oferece
instrutiva síntese, e a obra de Claude Lévi-Strauss18 a abrir-nos novas portas para a
compreensão do sentido inscrito nos mitos e outras estruturas simbólicas com que as
sociedades se representam e regulam, como aponta Edward Sapir, “...every cultural pattern
and every simple act of social behavior involves communication in either an explicit or
implicit sense”19. A sociedade pode por isso ser vista como um sistema constituído pela
partilha ou comunhão de significados ou por uma “teia significante”, na feliz expressão de
D. Crowley20. São em grande número os estudos desenvolvidos em Sociologia em que a
comunicação se manifesta como dimensão relevante. A obra de George Herbert Mead,
Mind, Self and Society e os ulteriores trabalhos que ela inspirou sobre o interaccionismo
simbólico são bom exemplo. Em idêntico sentido integrador se pode evocar a visão de
síntese que se deve a Hans Gerth e C. Wright Mills21, e mais perto de nós, o relevo da
acção comunicacional na “construção social da realidade”22.
A abordagem da comunicação no âmbito das Ciências Sociais não se confinou aos
processos de socialização e enculturação em que efectivamente tem a maior relevância.
Igualmente presente nos fenómenos de influência, de liderança e de poder, nos processos
de associação, de relacionamento e de interacção, na aprendizagem e na mudança, a
comunicação mereceu de sociólogos e psicólogos amplo e profundo tratamento23. A obra
de K. Lewin e seus discípulos, como linha mais saliente do movimento das Relações
Humanas e da Dinâmica de Grupo é bom exemplo. A Psico-sociologia, disciplina dedicada
ao estudo dos comportamentos em situação de interacção, nos grupos, nas organizações, e
17 R. LINTON, The Cultural Background of Personality, N. York , Appleton, 1945 . 18 Cl. LÉVI-STRAUSS, Anthropologie Structurale, Paris, Plon, 1968. 19 Cit. por D. McQUAIL, Communication, 2nd ed., London, Longman, 1984, p. 6. 20 D. J. CROWLEY, Understanding Communication, The Signifying Web, London, Cordon, 1982. 21 H. GERTH and C. WRIGT MILLS, Character and Social Structure, N. York, Harcout, Brace and Co. 1953. 22 P. BERGER and Th.LUCKMAN, The Social Construction of Reality, London, Allen Lane, 1967. 23 Os manuais de psicologia social são eloquentes a este respeito: ver, por exemplo, J. STOETZEL, La Psychologie Sociale, Paris, Flamarion, 1963.
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em contextos semelhantes, que outra coisa é senão estudo da comunicação?24 E a
psicologia da aprendizagem, da mudança de atitude e de comportamento? E que dizer das
teorias e práticas psico-terapêuticas no que concerne as estruturas e dinamismos da
personalidade e aos processos de relação/comunicação entre doente/cliente e terapeuta?25
Neste vasto campo, em que as fronteiras disciplinares se revelam incertas, foram
formuladas e confirmadas importantes noções e interpretações dos processos da
comunicação humana. Razão bastante para que o estudo da comunicação prossiga em
íntima associação com a pesquisa e a prática nele desenvolvidas.
2.5 Comunicação, Ciências da Linguagem e Ciências Humanas
A associação da comunicação e da linguagem nos seres humanos é tão íntima que
chegamos a confundi-las. Para o antropólogo e linguista Dell Hymes, por exemplo, a
aquisição da linguagem pela aprendizagem da língua permite não só a aquisição da
competência gramatical mas também a da própria competência comunicativa. Estudar a
comunicação é assim, necessariamente, estudar a linguagem. Ora esta, ao contrário da
comunicação enquanto tal, foi objecto de profundo e rigoroso tratamento, quer no
pensamento antigo grego e latino, quer no da tradição ocidental que por isso mereceu o
apelido de "logocêntrica". No entanto, como é sabido, apesar desta riquíssima herança e
das reais aquisições duradoiras que ela nos legou, a linguística como ciência só
recentemente se impôs. O seu triunfo está na origem do extraordinário desenvolvimento
das ciências da linguagem na segunda parte do nosso século.
A emergência do campo da comunicação a seguir à II Grande Guerra aconteceu sob
o signo da linguagem embora esta encontrasse lugar inevitável no processo de codificação-
decodificação das mensagens verbais. A orientação behaviorista que inspirou largamente a
pesquisa americana em cujo seio se formou a primeira grande corrente de estudos da
24 Cf. por exemplo: K. LEWIN, Psychologie Dynamique, Les Relations Humaines, Paris, PUF, 1972; D. CARTWRIGHT and H. ZANDER, Group Dynamics: Research and Theory, N. York, Harper and Row, 1968; M. DEUTSCH et R. KRAUSS, Les Théories em Psychologie Sociale, Paris, Mouton, 1972. 25 G. ALLPORT, Existential Psychology, N. York, Random House, 1965; J. FADIMAN and R. FRAGER, Personality and Personal Growth, N. York, Harper and Row, 1976; C. ROGERS, On Becoming a Person, Boston, Houghton-Mifflin, 1961.
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comunicação não favorecia a abertura as novas perspectivas da linguística e a sua
influência na compreensão dos processos de comunicação humana, que são, por
excelência, processos de interacção por meio de mensagens significantes. Entre estas, as
mensagens verbais, ocupam lugar impar. É certo que a comunicação não coincide com a
linguagem. Mas não é duvidoso que a comunicação humana se realiza, do modo mais
perfeito e específico, na e pela linguagem.
Temos assim que a compreensão da comunicação passa, em importante medida, pela
compreensão da linguagem. Neste sentido, conceitos e teorias elaborados no quadro da
Linguística Geral, da Teoria Literária, da Teoria da Literatura, da Semiótica e de áreas
interdisciplinares tais como a Sociolinguística, a Psicolinguística, a Pragmática e as Teoria
e Análise do Discurso, projectaram sobre os processos comunicativos novas luzes
revelando facetas que permitiram o seu melhor entendimento. A actual pesquisa permanece
tão florescente que se torna difícil acompanhá-la, não só pela sua quantidade, mas também
pela especificidade das teorias orientadoras e dos campos explorados. Não há, no entanto,
via alternativa. Dado o carácter primordial da linguagem verbal na acção e interacção
significante própria da comunicação humana, não é possível avançar na compreensão desta
sem alcançar entendimento da primeira. Daí que os estudos de comunicação tenham
procurado nas ciências da linguagem fundamento e orientação e mantenham com elas a
mais estreita conexão. Limitando-nos a dimensões que se nos afiguram mais fecundas,
parece-nos importante sublinhar as seguintes.
Os ensinamentos do fundador da linguística moderna Ferdinand de Saussure26 e os
do filósofo Charles Sanders Peirce27 lançaram as bases para a progressiva elucidação dos
processos de significação através dos diferentes tipos de signo e particularmente da
linguagem verbal. A obra dos pioneiros foi continuada e completada por grande número de
autores isolados ou agrupados em "escolas", enquanto novas orientações emergiram num
campo que não cessou de crescer nas últimas décadas. Na nossa perspectiva,
necessariamente limitada e mesmo enviesada pelos quadros da nossa formação, destacam-
se as obras e autores que permitiram avançar na explicitação e compreensão dos processos
semióticos, das estruturas fundamentais da linguagem, de suas modalidades e
funcionamento na interacção verbal e nos textos/discursos, sem descurar a articulação
26 F. de SAUSSURE, Cours de Linguistique Générale, Paris, Ed. Payot, 1971 ( 1ª publicação em 1916). 27 Ch. PEIRCE, The Collected Papers of Charles Sanders Peirce, Cambridge, Harvard University Press, 1958.
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destes com as estruturas sociais. A semiótica, como Teoria geral da semiose, constitui
fundamento e quadro permanente da ciência da comunicação, definida designadamente
através do pensamento não só dos fundadores já evocados mas também de autores como
Charles Morris28, Louis Hjelmslev29, Roland Barthes30, Algirdas Greimas31, Pierre
Guiraud32, Umberto Eco33, para referirmos apenas os que nos são mais familiares.
Por outro lado, no campo específico da linguagem, os aspectos de maior interesse
sob o ponto de vista comunicacional foram recebendo tratamento cada vez mais
aprofundado através de autores como Noam Chomski34, Román Jákobson35, André
Martinet36, Georges Mounin37, Émile Benveniste38, entre os que mais orientaram o nosso
próprio estudo. A perspectiva comunicacional e intersubjectiva, especialmente presente no
último autor citado, receberia impulso decisivo através da pragmática, ou da semântica, de
John Austin39 e John Searle40 que nos chegaram principalmente por intermédio dos
trabalhos de Oswald Ducrot41. Uma entre muitas das recentes e actuais correntes do
pensamento científico sobre a língua e sobre a comunicação, esta que fica evocada em
último lugar, pese embora a sua marca pessoal, não deixa de indiciar claramente a íntima
associação daquelas perspectivas.
A relação da comunicação com a linguagem projecta-se na relação da linguagem
com o pensamento, implicados no mesmo processo que é a génese da significação. Daí que
o estudo da comunicação, como o da linguagem, mantenha íntima conexão com as ciências
do espírito ou Ciências Humanas e designadamente com a filosofia e disciplinas
28 Ch. MORRIS, Writings on the General Theory of Signs, The Hague, Mouton, 1971 (reúne textos anteriores de 1938, 1946, 1964). 29 L. HJELMSLEV, Prolégomènes à une théorie du langage, Paris, Minuit, 1966, (trad. du danois, 1943). 30 R. BARTHES, "Eléments de Sémiologie", Communications, n9 4, Seuil, 1961; Mythologies, Paris, Seuil, 1957. 31 A. GREIMAS, Sémantique Structurale, Paris, Larousse, 1966; Du Sens, Paris, Seuil, 1970; Sémiotique et Sciences Sociales, Paris, Seuil, 1976; Sémiotique, Dictionnaire raisonné de la théorie du langage, Paris, Hachette, 1979. 32 P. GUIRAUD, La Sémiologie, Paris, PUF, 1971. 33 U.ECO, Le forme del contenuto, Milano Bompiano, 1971; Trattato di Semiótica Generale, Milano,
Bompiano, 1976. 34 N. CHOMSKI, Sintactic Structures, The Hague, Mouton, 1957. 35 R. JAKOBSON, Essais de Linguistique Générale, Paris, Minuit, 1963. 36 A. MARTINET, Eléments de Linguistique Générale, Paris, Colin, 1968. 37 G. MOUNIN, La Sémantique, Paris, Seghers, 1972. 38 E. BENVENISTE, Problèmes de Linguistique Générale, Vol. I, Paris, Gallimard, 1966. 39 J. AUSTIN, How to do things with words, Oxford, Clarendon Press, 1962. 40 J. SEARL, Speech Acts, Cambridge, Univ. Press, 1969. 41 O. DUCROT, Le Structuralisme en Linguistique, Paris, Seuil, 1968; Le Dire et le dit, Paris, Minuit, 1984; Dictionnaire Encyclopédique des Sciences du Langage, Paris, Seuil, 1971.
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específicas afins. Tratando-se na comunicação, como efectivamente se trata, de criar e/ou
descobrir sentido, como não haveria de verificar-se a referida conexão? Daí o encontro
com as correntes de pensamento que procuram de um modo ou outro os percursos da
interpretação e da génese do sentido. Com efeito, a temática comunicacional encontra eco
profundo na fenomenologia, na hermenêutica, na filosofia social e política, como é patente,
não só nas obras de referência já clássicas como na reflexão actual. O interesse suscitado,
por exemplo, pela obra de Habermas sobre a comunicação, é disso bem revelador. No
mesmo sentido, o renascer da retórica e das teorias da argumentação adquirem valor
simbólico sobre a manifestação da centralidade da comunicação no pensamento
contemporâneo.
2.6 A interdisciplinaridade das ciências da comunicação
As disciplinas e linhas de reflexão evocadas estabeleceram os fundamentos da área
científica da comunicação que nelas continua a procurar os seus quadros teóricos e
metodológicos. Outras abordagens poderiam ser referidas, como por exemplo, a tradição
dos departamentos das Universidades Americanas dedicados ao estudo e formação nas
disciplinas do discurso (Speech communication) os quais haviam de desempenhar
importante papel na criação de departamentos de comunicação.42 Urna corrente de reflexão
e análise relevante na nova área é a que se refere à comunicação pela imagem, a qual
conhecera já notório desenvolvimento com o cinema e haveria de suscitar o maior interesse
com a explosão das técnicas audiovisuais de que, por exemplo, a publicidade procuraria
tirar o maior proveito. Dimensões do processo comunicativo a suscitar também análises
específicas e originais foram as relativas à expressão corporal, incluindo, movimentos,
gestos, posições e relações espaciais e temporais. Neste sentido vão, entre outros, os
trabalhos de Erwing Goffman43, Edward Hall44, Ray Birdwhistel45que deram justo relevo à
significação daquelas dimensões da interacção comunicativa.
42 A actual "Speech Communication Association", assim designada desde 1968, foi criada em 1914 com o nome de "National Association of Academic Teachers of Public Speaking". Cfr. G. GERBNER/W.SCHRAM, "Study of Communications", International Encyclopedia of Communications, Oxford Univ. Pres, 1989, Vol. I, p. 360. 43 E. GOFFMAN, The Presentation of Self in Every Day Life, N. York, Doubleday, 1959; Frame Analysis, Mass., Harvard, Univ. Press, 1974. 44 E. HALL, The Silent Language, N. York, Doubleday, 1959
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Como anteriormente já referimos, a partir dos fins da II Grande Guerra, a
importância da comunicação e a sua expansão, sob suas múltiplas formas, nos seus
diferentes elementos e dimensões, nas suas conexões com toda a esfera da vida social, não
cessaram de crescer, e crescer a um ritmo cada vez mais acelerado. A complexidade do
processo comunicativo e a multiplicidade das suas realizações levaram a abordagens muito
diferenciadas, quer sob o ponto de vista teórico e metodológico, quer sob o ponto de vista
das práticas. A tal ponto que, em nossos dias, o campo da comunicação, de tão extenso,
sincrético e ambíguo, corre riscos de indefinição e descaracterização.
Não se trata todavia, de tendência inequívoca e movimento imparável. Bem pelo
contrário, a incontestável importância da comunicação para a vida dos humanos e de suas
sociedades exige o trabalho metódico, rigoroso e continuado em prol da compreensão
aprofundada do processo da comunicação humana e do seu consequente aperfeiçoamento.
O campo das Teorias da Comunicação apresenta-se, pois, muito vasto, com limites
mal definidos, atravessado por forças contrárias que ora o revigoram ora o enfraquecem.
Neste contexto, impõe-se tomar orientação prudente mas com abertura bastante às
diferentes abordagens e abrangendo as temáticas e aspectos específicos do comportamento
comunicativo. O carácter sincrético daí resultante pode não favorecer, é certo, a coerência
teórica, em princípio sempre desejável para uma disciplina. Mas tem o mérito não
negligenciável de reconhecer a real pluralidade de teorias sobre a comunicação humana,
que, por sua vez, exprimem a complexidade dos processos que a realizam.
É ponto geralmente aceite que não dispomos de uma Teoria unitária sobre a
comunicação humana. As proclamações em contrário, que alguns ousaram, não se
revelaram fundamentadas. É verdade que o grave risco da falsa interdisciplinaridade
espreita a nossa disciplina. Entendemos a interdisciplinaridade como humilde prática
científica que procura e aceita ferramentas conceituais de diferentes disciplinas que se
mostrem adequadas para tratar questões específicas, abordadas, por isso mesmo, num
quadro próprio. Essencial é que a importação de conceitos e teorias não traia a sua natureza
e validade levando ao empobrecimento das disciplinas de origem, mas antes promovendo,
novas e adequadas aplicações às questões em análise. Tal é, em todo o caso, a concepção
que perfilhamos e que pode permitir o tratamento científico das questões da comunicação
45 R. BIRDWHISTEL, Kinesics and Context, Filadelfia, Univ. of Pennsylvania Press, 1970.
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humana sem truncar, nem a natureza destas, nem o valor fundado das disciplinas
constituídas.
Pela nossa parte, não desejamos tomar a posição daqueles que, caracterizando a
questão comunicacional, como moda, ideologia, terra de ninguém, refúgio ou tapa-buracos,
chegam a propor o abandono do próprio termo e definição de comunicação46. Pretendemos
antes apostar na via positiva de prosseguir o exame dos fenómenos do comportamento
humano que a linguagem comum e a reflexão teórica foram designando por comunicação.
A presença multímoda da comunicação em larguíssima gama de fenómenos da experiência
humana, longe de inibir ou desincentivar a sua abordagem científica, haverá antes de a
motivar. Extensão tão ampla do conceito, a que naturalmente corresponde urna
compreensão ou conteúdo de grande generalidade, pode precisamente revelar traços
essenciais dos processos de comunicação. De todo o modo, o processo de comunicação
através do qual os seres humanos compreendem e se fazem compreender por meio de
signos, é principio e fundamento de toda a vida pessoal e social. Abordá-lo e compreendê-
lo o mais adequadamente possível é tributar-lhe a devida consideração e abrir caminhos
para sua mais cabal realização na acção individual e colectiva. Da comunicação, da
competência comunicativa dos indivíduos, dos grupos, das sociedades, dependem a sua
existência e actividade. Não podemos deixar de comunicar, e, nos nossos modos de
comunicar, manifesta-se e constrói-se o nosso modo de ser. É inegável, e a experiência
comprova, que o estudo da comunicação humana se revela caminho difícil, pedregoso,
acidentado e incerto. Os que hoje nos aventuramos nele, crentes no valor do objecto
procurado e decididos a percorrer os trilhos de métodos adequados, não faremos sós a
viagem. Outros abriram já sendas e clareiras, construíram pontes, fixaram marcos e
direcções que nos permitem traçar o nosso caminho, o qual, em procuras desta natureza,
sempre haverá de ser próprio.
46 E. VERÓN, "Pour en finir avec la communication", Réseaux, n.º 2, 46-47, Paris, CNET (1991), p. 122.
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3 O PROGRAMA DA DISCIPLINA "TEORIAS DA COMUNICAÇÃO"
A evocação de elementos da tradição cultural e do pensamento científico
concernentes ao estudo da comunicação humana oferece-nos, simultaneamente, o contexto
e o eixo fundamental da disciplina Teorias da Comunicação. Esta designação, com efeito,
manifesta o projecto ou desígnio da construção de um conjunto conceptual específico
compreensivo dos diferentes conhecimentos sobre a comunicação humana. Neste sentido,
as linhas de pensamento referidas no parágrafo anterior anunciam, de algum modo, as
traves mestras do programa da nossa disciplina.
Antes, porém, de entrarmos nas matérias deste programa tal como hoje as
procuramos definir, parece-nos interessante e útil recordar algumas coordenadas da breve
história desta disciplina e da sua inserção, quer no quadro dos programas de formação em
comunicação, em geral, quer no quadro do estudo da comunicação na Universidade do
Minho.
3.1 Contexto institucional da disciplina
3.1.1 A disciplina nos cursos de Comunicação Social
"Teoria ou Teorias da Comunicação" é uma disciplina que, sob esta designação ou
similar, aparece em regra nos planos de estudo dos cursos universitários de Comunicação
Social ou Ciências da Comunicação. Como é sabido, estes cursos foram instituídos na
Universidade sobretudo a partir da década de sessenta e existem actualmente em grande
número, sob formas muito diversas, espalhados por todo o mundo. A Escola de
Comunicação de Annenberg (nome do seu fundador), criada na Universidade de
Pennsylvania em 1959, constituiu um modelo inovador que orientou a organização ulterior
de cursos e departamentos de Comunicação. Esta escola, que congregava especialistas das
Ciências Sociais e das técnicas de comunicação estruturou o programa de estudos à volta
de três áreas: a) análise dos códigos e estruturação das imagens e mensagens; b) pesquisa
do comportamento dos participantes no processo comunicativo; c) estudo dos sistemas,
instituições e políticas de comunicação47. Como facilmente se depreende, as duas primeiras
áreas não poderiam ser abordadas sem os fundamentos teóricos de natureza semiótica,
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psicológica e sociológica, indispensáveis para compreender os fenómenos de codificação-
significação e os comportamentos que constituem o processo da comunicação humana.
Donde podemos concluir que a disciplina de teorias da comunicação ocupou o lugar básico
que lhe cabe desde o começo da instituição académica dos estudos de comunicação.
Poderiam multiplicar-se os exemplos deste facto mas bastará evocar apenas alguns
da nossa experiência. O primeiro vem do programa da licenciatura em comunicação social
da Universidade Católica de Lovaina que nós próprios seguimos e concluímos em 1972: a
disciplina Théories du processus de la communication figurava entre as obrigatórias do
primeiro ano do ciclo da licenciatura48. De modo semelhante, Ángel Benito, depois de
proceder a um largo inquérito comparativo sobre os cursos já existentes, propõe uma
"estructura educativa" para a formação em ciência da informação na qual inclui uma
"Teoria de la comunicación" explicitando "sus relaciones con la psicologia, la sociologia y
el lenguage"49. Mais recentemente e mais perto, vimos o curso de Comunicação Social da
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa contemplar
igualmente a disciplina de Teorias da Comunicação. A disciplina foi mantida na última
reformulação do Curso da licenciatura em Ciências da Comunicação e é ainda
especialmente desenvolvida no programa de mestrado50.
É verdade que a disciplina de Teoria(s) da Comunicação reflecte, necessariamente, a
diversidade verificada ao nível da(s) própria(s) Ciência(s) da Comunicação. No estado
actual da nossa área de estudos, como já referimos, esta situação, embora pouco
confortável, parece-nos uma passagem inevitável e potencialmente benéfica 51.
48 L'Enseignement au Département de Communication Sociale, Département de Communication Sociale, Université Catholique de Louvain, 1970, p. 5.
49 A. BENITO, Teoria General de la Información, Madrid, Guadiana, 1973, p. 279. 50 Guia do Estudante, Programa dos Cursos, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Ano Lectivo 1989/90, p. 71; Licenciatura em Ciências da Comunicação, Plano de Estudos, Dep. de Ciências da Comunicação, F.C.S.H., Universidade Nova de Lisboa, 1993/1994. 51 Sobre o estado da Ciência da Comunicação ver: Ch. BERGER and St. CHAFFEE (eds.), Handbook of Communication Science, London Sage, 1987; R. BOURE et I. PAILLIART (orgs.), Les Théories de la Communication, Paris, CORLET, SFSIC (Sociéte Française des Sciences de l'Information et de la Communication), 1992.
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3.1 2. As "Teorias da Comunicação" na Universidade do Minho
3.1.1.1 A disciplina nos programas dos cursos
A Teoria da Comunicação esteve presente nos cursos da Universidade do Minho
desde o seu começo, designadamente nos planos de estudos do bacharelato em Relações
Internacionais iniciado em 1975 e do bacharelato em Ciências Sociais (Formação de
Professores) iniciado em 1976. Tratava-se de uma disciplina semestral, mais próxima, num
caso, da perspectiva sócio-antropológica, e mais orientada para a prática das relações
humanas no outro caso (Relações Internacionais). As alterações a que cursos e programas
estiveram sujeitos naquele período de formação da Universidade do Minho de mudanças
na vida nacional reflectiram-se também sobre a evolução da disciplina que só veio a
conhecer estatuto bem definido e estável no plano de estudos do Curso de Relações
Internacionais aprovado pela Portaria n.º 919/83 de 7 de Outubro, no qual figurava com o
nome de Teorias da Comunicação e da Informação. Esta reforma do curso de Relações
Internacionais que estabeleceu dois ramos - Culturais e Políticas, Económicas e Políticas -
consagrou no primeiro ramo uma linha de formação em comunicação que incluía as
seguintes disciplinas: Teorias da Comunicação e da Informação (I - semestre do 2- ano),
Sociologia da Informação (1- Semestre do 3 ano), Métodos de Investigação em
Comunicação Social e Estudos de Opinião Pública (anual do 3 ano) e Informação
Internacional (2 - Semestre, 4 - ano). Era este programa sequencial de ensino que a
disciplina de Teorias da Comunicação e da Informação pretendia fundar e preparar. Foi em
função desta sequência disciplinar e da perspectiva do curso de Relações Internacionais
que orientámos o ensino da disciplina de 1983 a 1989.
Nesta data, começa nova etapa para os estudos de comunicação na Universidade do
Minho: em primeiro lugar, o início do curso de Sociologia das Organizações em 1989, o
qual previa uma nova disciplina anual de Teorias da Comunicação para o 3º ano; depois, a
abertura do curso de Comunicação Social em 1991, em cujo programa figurava também
uma disciplina anual de Teorias da Comunicação, no 2º ano. É o programa desta disciplina
que o presente relatório apresenta com alguns elementos actualizados.
O objectivo fundamental desta disciplina no curso de Comunicação Social consiste
em introduzir o estudante na compreensão crítica dos fenómenos comunicativos. Visa
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também preparar e situar outras disciplinas mais específicas do curso que abordam
aspectos particulares da Comunicação.
Para além dos cursos de Comunicação Social e de Sociologia das Organizações, a
disciplina de Teorias da Comunicação integra-se, em regime semestral, nos cursos de
Relações Internacionais - Culturais e Políticas, de Administração Pública, de Gestão de
Empresas, e já foi leccionada, como opção cultural, nos cursos de Engenharia, em
Guimarães e em Braga. Com as indispensáveis adaptações aos diferentes casos, o objectivo
fundamental e a temática central são idênticos.
3.1.1.2 O grupo disciplinar de Ciências da Comunicação
A disciplina Teorias da Comunicação insere-se no grupo disciplinar de Ciências da
Comunicação criado pelas Resoluções do Senado Universitário nº 32/93 e nº 33/93 e
Despacho Reitoral nº 120/9352. Tal como no anterior grupo disciplinar de Comunicação
Social, ora substituído, ela recorta-se, entre as demais, como disciplina de definição e
fundamentação do próprio campo da Comunicação a que o conjunto de disciplinas
concerne. Esta função, que aparecia já de forma evidente no conjunto disciplinar anterior, é
menos no actual, dada a maior especificação das disciplinas e a consequente possibilidade
de alguma sobreposição.
É o caso, de modo particular, com disciplinas como Semiótica, Técnicas de
Expressão, Psicologia Social, Teoria e Análise do discurso, dentre as que, relevando do
grupo disciplinar, estão presentemente a ser ensinadas. Não é de admirar que algumas
questões reapareçam nestas disciplinas mais afins. O que importa é que a sua focagem e,
sobretudo, o nível de desenvolvimento específico, que justificam a própria disciplina,
sejam efectivamente realizados com originalidade e tendo presente, na medida do possível,
os conteúdos dos programas leccionados em simultâneo.
A análise dos programas detalhados destas disciplinas, a prosseguir nestes primeiros
anos da vigência dos actuais planos de estudo, permitirá a necessária reformulação e
adequada compatibilização, quer ao nível do ensino, quer ao nível do grupo disciplinar.
Observe-se que este reúne disciplinas bastante heterogéneas. Trata-se de uma opção
tomada a nível dos órgãos da Universidade do Minho em favor da constituição de grupos 52 Ver as disciplinas do grupo disciplinar, em anexo.
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disciplinares menos rígidos e estreitos. Todas as disciplinas incluídas, no entanto,
convergem para o estudo da Comunicação. O imperativo do ordenamento institucional
veio assim sublinhar a perspectiva de unidade e complementaridade destas disciplinas dada
a sua inserção programática ao nível dos cursos e, mais além, ao nível da pesquisa que há-
de permanentemente fundar e actualizar o ensino, avançando ao mesmo tempo na
compreensão dos fenómenos comunicativos inerentes aos processos e estruturas sociais.
3.2 Visão global do programa
3.2.1 Objectivos
O programa visa, fundamentalmente, proporcionar ao estudante meios que o
estimulem e apoiem na tarefa de compreender adequadamente os fenómenos de
comunicação. A esse objectivo, de ordem cognitiva, está ligado um outro, que é a
pretensão de que o aprofundamento teórico e crítico prosseguido pelo estudante redunde
em aperfeiçoamento do seu próprio comportamento comunicativo.
Embora o programa se situe, com predomínio, ao nível da informação e reflexão
teóricas, a perspectiva "pragmática" ou “experiencial” está no horizonte e manifestar-se-á,
particularmente, na análise de casos e em exercícios de comunicação em público. Sem
prejuízo de melhor especificação no quadro da metodologia, expressamos desde já a
pretensão que o programa se desenvolva de modo tal que realize aquilo mesmo que
teoricamente enuncia: a comunicação.
3.2.2 Os temas do programa
Dados os limites de uma disciplina académica e a amplitude das matérias
respeitantes à comunicação humana, é evidente que não podemos proceder a um
tratamento exaustivo delas no quadro das Teorias da Comunicação. Forçoso é portanto
escolher os temas do programa. Com que critérios? Na ausência de critérios indiscutíveis,
orientamos a nossa decisão pelo carácter central de alguns temas no tratamento tradicional
e actual do assunto e pelos objectivos institucionais da disciplina no quadro dos cursos em
que é leccionada. O programa compreende, assim, temas que retomam as dimensões
fundamentais do processo da comunicação no quadro do comportamento individual e
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social e temas que mereceram particular destaque na pesquisa desenvolvida e/ou
inspiraram práticas actuais de manifesta relevância. Nesta perspectiva, foram os temas
organizados nos seguintes quinze capítulos, cujos conteúdos serão discriminados no
próximo parágrafo.
1. Introdução: o Estudo da Comunicação Humana
2. Teorias da Comunicação
3. Comportamento Comunicativo
4. Teoria Matemática da Comunicação
5. Comunicação e Significação
6. Comunicação e Linguagem Verbal
7. Comunicação e Discurso
8. Comunicação não verbal
9. Comunicação, Sociedade e Cultura
10. Comunicação: Informação e Persuasão
11. Comunicação Interpessoal
12. Comunicação nos Pequenos Grupos
13. Comunicação nas Organizações
14. Comunicação Mediática
15. Competência Comunicativa: Compreensão e Exercício.
Como se pode verificar, em breve relance, os dois capítulos introdutórios procuram
identificar o campo de estudo e definir o estatuto da abordagem teórica. Abrem-se em
seguida perspectivas globais visando a conjugação da comunicação com o comportamento
no quadro individual, social e cultural, e os modelos orientadores para a compreensão do
processo comunicativo. Destaca-se o tratamento da significação e da linguagem verbal:
num capítulo, é focada a comunicação humana como processo semiótico, um outro, é
dedicado á linguagem verbal e, um terceiro, ao texto ou discurso. A comunicação não
verbal foi considerada em capítulo próprio em razão do estudo particular e menos
desenvolvido que lhe tem sido dedicado. Os temas da informação e da persuasão foram
reunidos em capítulo conjunto, não só para sublinhar a importância e actualidade destes
processos, mas também para evocar a extraordinária corrente de pesquisa que suscitaram.
As situações ou contextos de comunicação - interpessoal, grupal, organizacional e
mediática - constituem o objecto de outros tantos capítulos. Embora se trate de uma
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separação arbitrária, pois estas situações de comunicação raramente ou nunca se encontram
existencialmente isoladas, a distinção permite focar aspectos específicos e aproximar
resultados de pesquisas congéneres. Nada impede, no entanto, de sublinhar as conexões
entre as referidas situações ou contextos de comunicação, tal como faz, por exemplo, Lee
Thayer, concebendo-as como níveis de comunicação inter-relacionados. O capítulo final,
que também pode ser tomado, em certo sentido, como conclusão, pretende manifestar, sob
forma temática, um objectivo presente ao longo do programa e que deverá encontrar
concretização progressiva na sua execução. Trata-se das práticas comunicativas que,
inspiradas nos conhecimentos teóricos evocados e adquiridos, conduzirão a um nível mais
desenvolvido de competência comunicativa. A natureza e o processo de realização dos
exercícios de comunicação serão explicitados na metodologia da disciplina.
Para a apresentação dos conteúdos no ponto seguinte adoptámos o mesmo esquema
para cada assunto/capítulo: título e epígrafe, objectivos, temas, bibliografia. Como
facilmente se depreenderá dos elementos expressos, manifesta-se a intenção programática,
perspectivando os assuntos e indicando os temas, explicitando objectivos, referindo
bibliografia específica e acessível. Limitámos esta às obras utilizadas na preparação e
organização das matérias de cada capítulo. Optámos por não identificar, geralmente, os
locais precisos em que os assuntos pertinentes são tratados. Costumamos, antes,
recomendar aos estudantes que utilizem os vários índices para encontrar os respectivos
tópicos. Parece-nos, assim, favorecer mais a procura pessoal e evitar os riscos de redução
temática, ou de sobrecarga de referências. As indicações bibliográficas no final de cada
capítulo foram simplificadas e, sempre que possível, referidas as espécies disponíveis nas
bibliotecas da Universidade.
A Bibliografia Geral encontra-se reunida no ponto nº 3.4. imediatamente a seguir aos
Conteúdos do Programa. Nela procurámos documentar as obras com os elementos
habituais julgados mais pertinentes.
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3.3 CONTEÚDOS DO PROGRAMA POR CAPÍTULOS
1. INTRODUÇÃO: ESTUDO DA COMUNICÇÃO
"A pragmática da comunicação humana é uma ciência na sua infância". *
Objectivos
- Sensibilizar os estudantes para a importância do estudo da comunicação humana. - Definir o âmbito da disciplina tendo em conta a pluralidade das abordagens e a
perspectiva do programa da licenciatura. - Estabelecer objectivos, métodos de trabalho e processos de avaliação.
Temas
1. O Estudo da Comunicação
1.1. Importância e actualidade. 1.2. A Comunicação no quadro das Ciências Humanas. 1.3. O Campo da comunicação.
2. Perspectiva da disciplina
2.1. O comportamento comunicativo na perspectiva do Curso. 2.2. O saber construído: teorias e pesquisa. 2.3. O exercício analítico e experiencial.
3. Metodologia e Avaliação
3.1. Exposições temáticas e orientação metodológica: leitura, reflexão e trabalho pessoal.
3.2. Avaliação centrada no processo de aprendizagem.
* P. WATZLAWICK, et al., Pragmática da Comunicação Humana, S. Paulo, Cultrix, 9ª ed., 1993, p. 13.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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Bibliografia:
A.A.V.V. - La Communication: une interrogation philosophique, Réseaux, nº 46-47, Paris,
CNET, 1991.
ADLER, R., and RODMAN, G. - Understanding Human Communication, N. York, Holt Rinehart, 1988.
BALLE, Francis - Medias et Société, 6e éd., Paris, Montchrestien, 1992.
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2. TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
"A Teoria é a rede que o homem tece para captar o mundo observável". *
Objectivos
- Reflectir sobre a natureza e modalidades do saber, designadamente a metodologia científica, sua concepção e orientação nas ciências sociais e humanas.
- Compreender os processos e regras da construção teórica, especialmente no campo da comunicação humana.
- Conhecer, em perspectiva geral, as principais orientações teóricas no estudo da comunicação humana.
Temas
1. A Teoria como forma de conhecimento
1.1. Definição de Teoria e distinção de teorias. 1.2. A construção teórica e a investigação. 1.3. Avaliação das teorias e sua evolução.
2. Teorias da Comunicação
2.1. Tentativa de definição de comunicação. 2.2. Teorias globais sobre a transmissão de mensagens. 2.3. Teorias globais sobre a significação das mensagens. 2.4. Teorias específicas sobre algum elemento ou dimensão do processo da
comunicação. * M. DEUTSH e R. KRAUSS, Les théories en Psychologie Sociale, Paris, Mouton, 1972, p. VIL
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A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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3. O COMPORTAMENTO COMUNICATIVO
"Res ipsas examinare: verus est sciendi modus". ∗
Objectivos
- Contextualizar a comunicação humana no quadro do comportamento pessoal e social.
- Descrever e valorizar a experiência da comunicação.
- Compreender o acto comunicativo, analisando-o, globalmente, e nos seus elementos e dimensões.
Temas
1. Experiência da Comunicação
1.1. Reflexão sobre actos e situações de comunicação. 1.2. Fenómeno básico: o indivíduo processa uma mensagem. 1.3. Esquema do processo de comunicação, elementos, relações, implicações.
2. Um Modelo de Comportamento Comunicativo
2.1. O sistema conceptual e valorativo do comunicador. 2.2. Motivação, propósitos e estratégias do comunicador. 2.3. Um quadro geral da interacção comunicativa.
3. Tipos de Comunicação e Níveis de Análise.
3.1. Estruturas específicas de comunicação. 3.2. Níveis de análise da intercomunicação humana.
∗ Divisa da Universidade do Minho, colhida da obra de Francisco Sanches in Universidade do Minho, Guia 1992 -1993, Braga, Universidade do Minho, 1992, p. 13.
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Bibliografía:
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FREUD, Sigmund - Essays de Psychanalyse, Paris, Payot, s.d..
GOFFMAN, Erving - A Representação do Eu na Vida Quotidiana, Petrópolis, Ed. Vozes, 1975.
HALL, C. and LINDZEY, G. - Teorias da Personalidade, S. Paulo, Ed. Pedagógica e Universitária, 1975.
HYMES, D. - "Toward Etnographies of Communication: The Analysis of Communicative Events" in P.
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LAING, Ronald - The Politics of Experience and the Bird of Paradise, London, Penguin, 1967.
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ROGERS, Carl - Tornar-se Pessoa, Lisboa, Moraes Ed., 1972.
THAYER, Lee - Comunicação, Fundamentos e Sistemas, S. Paulo, Atlas, 1979.
WACKENHEEM, Gérard - Communication et Devenir Personnel, Paris, Épi, 1969.
WATZLAWICK, Paul - La Réalité de la Réalité, Confusion, Désinformation, Communication, Paris, Seuil, 1978.
WINKIN, Yves (org.) –La Nouvelle Communication, Paris, Seuil, 1981.
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4. TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO
"Information theory makes it possible to discuss, in clear and unambignous terms, the limitations and possibilities of
communication systems...”. *
Objectivos
- Conhecer as concepções e modelos da comunicação elaborados no âmbito das ciências da matemática e da engenharia.
- Evocar a emergência da temática da comunicação, exemplificada em N. Wiener, no quadro da hecatombe da II Grande Guerra Mundial.
- Aplicar os conceitos adquiridos, na análise de casos. Temas
1. A Teoria matemática da Comunicação
1.1. O projecto de Cl. Shannon e seu modelo de comunicação. 1.2. Conceito de informação e de medida de informação. 1.3. Código, redundância e entropia. 1.4. Aplicações da teoria e suas limitações.
2. Cibernética e Teoria dos sistemas
2.1. N. Wiener: cibernética ou ciência do controlo. A noção de "feedback". 2.2. Cibernética e regulação social: a utopia da comunicação. 2.3. Teoria dos sistemas: principios e sua aplicação ao processo de comunicação. 2.4. O exemplo de Gr. Bateson: "a comunicação, matriz social da psiquiatria".
* J. R. PIERCE cit. por W. SCOTT, The Possibility of Communication, Berlin, Gruyter, 1990, p. 18.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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Bibliografia:
BERLYNE. D. E. - "Information and Motivation", in A. Silverstein (ed.), Human Communication, pp. 19-45.
BRETON", Philippe - L'Utopie de la Communication, Paris, La Découverte, 1992.
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- Théorie de l’Information et pratique sociale, Paris, Seuil, 1981.
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KRIPPENDORF, Klauss - "Cybernetics", International Encyclopedia of Communications, N. York, Oxford Univ. Pres, 1989, Vol. I, p. 443, ss.
LITTLEJOHN, Stephen - Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana, Rio de Janeiro, Zahar, 1982. McQUAIL, Denis - "Models of Communication", International Encyclopedia of Communications, Vol. III, N. York, Oxford Univ. Press, 1989, pp. 36, ss.
MILLER, George (org.) -Linguagem, Psicologia e Comunicação, S. Paulo, Cultrix, 1976.
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MONGE, Peter - "The Network Level of Analysis", in Ch. Berger (ed.), Handbook of Communication Science, pp. 239, ss.
MORIN, Edgar - Introdução ao pensamento complexo, Lisboa, Instituto Piaget, 1981. PIERCE, John R. - Symboles, signaux et bruit, Paris, Masson et C., 1966.
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SHANNON, Claude e WEAVER, Warren - Teoria Matemática da Comunicação, São Paulo, Difel, 1971. THAYER, Lee- Comunicação, Fundamentos e Sistemas, S. Paulo, Atlas, 1979.
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WATZLAWICK, Paul et al. - Pragmática da Comunicação Humana, S. Paulo, Cultrix, 1973. WIENER, Norbert - Cibernética e Sociedade, S. Paulo, Cultrix, 1968.
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- Cybernetics or Control and Communication in the Animal and the Machine, Librairie Hermán, Paris 1948; 2nd ed., N. York, MIT Press, 1961.
WOLF, Mauro - Teorias da Comunicação, Lisboa, Presença, 1987.
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5. COMUNICAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO
"Instaura-se a humanidade quando se instaura a sociedade, mas instaura-se a sociedade quando há comércio de signos". *
Objectivos
- Compreender a natureza e as modalidades dos processos de significação inerentes à comunicação humana.
- Desenvolver as capacidades de construção e de interpretação de mensagens significantes.
Temas
1. O "homo symbolicus" e o seu Real: o universo do conhecimento, dos códigos e das culturas.
2. Processo e sistema semióticos.
2.1. Conceitos de signo e de significação. 2.2. Natureza relacional do signo: Significante/Significado; Convenção e código;
Interpretante e referente. 2.3. Cultura e Unidades culturais. 2.4. Sistema semiótico, código, e semiose.
3. Prática semiótica 3.1. Pragmática e situação de comunicação. 3.2. Interpretação, decodificação e inferência. 3.3. Competência semiótica e acção social.
* U. ECO, O Signo, Lisboa, Presença, p. 97.
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Bibliografia:
ARMENGAUD, Françoise - La Pragmatique, Paris, PUF, 1985.
BAYLON, Y, Christian et MIGNOT, Xavier - La Communication, Paris, Nathan, 1991.
BARTHES, Roland - Elementos de Semiologia, Lisboa, Ed. 70, 1984.
- Mitologias, Lisboa, Ed. 70, 1978.
BAUDRILLARD, Jean - Para uma Crítica da Economia Política do Signo, Lisboa, Ed. 70, 1981.
BERTLN. Jacques - La Graphique et le traitement graphique de l'information, Paris, Flamarion, 1977.
BERNSTEIN, Basil - Class, Codes and Control, Vol. I, London, Routlege, 1971.
BERRENDONNER, A. et PARRET, H. (eds.) - L'Interaction communicative, Paris, P. Lang, 1990.
CARONTINI, Enrico et PERAYA, Daniel - Le projet sémiotique, Paris, Jean-Pierre Delarge, 1975.
CHERRY, Colin - A Comunicação Humana, S. Paulo, Cultrix, 1971.
DUCROT, Oswald - Le Structuralisme en linguistique, Seuil, Paris, 1968.
- Le Dire et le dit, Paris, Minuit, 1984.
DUCROT, O. e TODOROV, Tzvetan - Dicionário das Ciências da Linguagem, Lisboa, D. Quixote,1976.
ECO, Umberto - O Signo, Lisboa, Presença, 1981.
-Tratado Geral de Semiótica, S. Paulo, Perspectiva.
FISKE, John - Introdução ao Estudo da Comunicação, Porto, Ed. Asa, 1993.
GREIMAS, J. A. - Sémantique Structurale - Recherche de Méthode, Paris, Larousse, 1966.
- Du Sens, Paris, Seuil, 1970.
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GUIRAUD, Pierre - A Semiologia, Lisboa, Ed. Presença, 1973.
HERCULANO DE CARVALHO, J. G. - Teoria da Linguagem, I e II Vols., Coimbra, Atlântida, 1979. LÉVI-STRAUSS, Claude - Mito e Significado, Lisboa, Ed.70, 1989.
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LITTLEJOHN, Stephen - Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana, Rio de Janeiro, Zahar Ed.,1982.
MORRIS, Charles - Writings on the General Theory of Signs, The Hague, Mouton, 1971.
- Signos e Valores, Lisboa, Via Ed., 1978.
MOUNIN, Georges - Introduction à la sémiologie, Paris, Minuit, 1970.
- Clefs pour la sémantique, Paris, Seghers, 1975.
PEIRCE, Charles S. - Semiótica, S. Paulo, Perspectiva, 1977.
RODRIGUES, Adriano D. - Introdução á Semiótica, Lisboa, Presença, 1991.
SAUSSURE, Ferdinand de - Curso de Linguística Geral, Lisboa, D. Quixote, 1978.
SILVA, Vítor M. Aguiar e - Teoria da Literatura, 5a Ed., Coimbra, Almedina, 1983.
SPERBER, Dan et WILSON, Deirdre - La Pertinence, communication et cognition, Paris, Minuit, 1989. TAMBA-MECZ, Irene - La Sémantique, Paris, PUF, 1991.
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6. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
"... la langue, indépendamment des utilisations qu'on peut faire d'elle, se présente fondamentalement comme le lieu du débat et de la confrontation des subjectivités".*
Objectivos
- Compreender a relevância da linguagem verbal, como específica condição humana e como modalidade de comunicação por excelência.
- Conhecer a estrutura e funcionamento da língua na perspectiva comunicacional. - Reconhecer, valorizar e desenvolver formas adequadas de expressão verbal.
Temas
1. O homem e a linguagem
1.1. A linguagem como condição humana. 1.2. Definição e caracterização das línguas naturais. 1.3. Perspectiva limitada: linguagem e comunicação.
2. Conceitos fundamentais para o estudo da linguagem
2.1. Linguagem, língua, fala. 2.2. Estruturas e articulações da linguagem. 2.3 Modalidades, níveis e usos da linguagem.
3. Enunciação, actos de fala, conversação.
3.1. Enunciação e enunciado. Actos de fala. 3.2. Significação, sentido e referência. 3.3. Interacção conversacional.
* O. DUCROT, "Présupposés et sous-entendus", Langue Française, 4, (1969), Larousse, p. 43.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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Bibliografía:
AUSTIN, John – Quand dire c'est faire, Paris, Seuil, 1970.
BAYLOX, Christian et MIGNOT. Xavier - La Communication, Paris, Nathan, 1991.
BENVENISTE, Emile- Problèmes de Linguistique Générale, Vol. I, Paris, Gallimard, 1966.
BERRENDONNER. A. et PARRET, H. (éd.) - L'interaction communicative, Paris, Peter Lang, 1990.
CARVALHO, José G. Herculano de - Teoria da Linguagem, I e II Vols., Coimbra, Atlântida, 1979.
COSERIU, Eugenio - Teoria da linguagem e linguística geral: cinco estudos, Rio de Janeiro, Presença, 1987.
DUCROT, Oswald -Le Structuralisme en linguistique, Seuil, Paris, 1968.
- Le Dire et le dit, Paris, Minuit, 1984.
- Polifonía y Argumentación, Cali, Colombia, Universidad del Valle, 1988.
DUCROT, O. e TODOROV, T. - Dicionário das Ciências da Linguagem, Lisboa, D. Quixote, 1976. GHIGLIONE, Rodolphe - L'Homme Communiquant, Paris, A. Colin, 1986.
GREIMAS, Algirdas - Sémiotique, Dictionnaire raisonné de la théorie du langage, Paris, Hachette, 1979. JAKOBSON, Román -Essais de Linguistique Générale, Paris, Minuit, 1963.
MARTINET, André - Elementos de Linguística Geral, Lisboa, 5a. Ed., Sá da Costa, 1973.
- Le Langage, Paris, Gallimard, 1968.
PENNA, Antonio - Comunicação e Linguagem, Rio de Janeiro, Eldorado, 1976. RODRIGUES, Adriano D. - Introdução à Semiótica, Lisboa, Presença, 1991.
SAUSSURE, Ferdinand de - Curso de Linguística Geral, Lisboa, D. Quixote, 1978.
SCOTT, William S. - The Possibility of Communication, Berlin, Mouton de Gruyter, 1990. SEARLE, John R. - Os Actos de fala, Coimbra, Almedina, 1984.
SPERBER, Dan et WILSON, Deirdre - La pertinence, communication et cognition, Paris, Minuit, 1989. SILVA, Vítor M. Aguiar e - Teoria da Literatura,5ª Ed., Coimbra, Almedina, 1983.
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VANOYE, Francis - Usos da Linguagem,4ª Ed., S. Paulo, Martins Fontes, 1983.
MOUNIN, George- Clefs pour la sémantique, Paris, Seghers, 1975.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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7. COMUNICAÇÃO E DISCURSO
"Discourse analysis is both an old and a new discipline".*
Objectivos
- Compreender a organização e as estruturas dos textos/discursos em ordem a sua interpretação.
- Iniciar o estudante na análise de discurso. - Desenvolver a competência discursiva.
Temas
1. Discurso e Texto
1.1. O texto-discurso como entidade semiótica. 1.2. Teorias do texto. Conceitos e orientações fundamentais. 1.3. Géneros de discurso. Discurso e Sociedade.
2. Discurso Narrativo
2.1. Dimensão antropológica da narrativa. 2.2. Organização e estruturas narrativas. 2.3. Análise de casos.
3. Discurso Argumentativo 3.1. Discurso argumentativo e suas modalidades. 3.2. Actualidade da retórica. Organização do discurso. 3.3. Argumentação e sentido, segundo O. Ducrot. 3.4. Análise de casos.
* T. VAN DIJK (ed.), Handbook of Discourse Analysis, Vol. I, London, Academic Press, 1985, p. 1.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade 43 www.cecs.uminho.pt
Bibliografia:
BAYLON. Christian et MIGNOT, Xavier - La Communication, Paris, Nathan, 1991. BARTHES, Roland - Elementos de Semiologia, Lisboa, Ed. 70, 1984.
- Mitologias, Lisboa, Ed. 70, 1978.
BENVENISTE, Émile- Problèmes de Linguistique Générale, Vol. I, Paris, Gallimard, 1966.
BERRENDONNER, A. et PARRET, H. (eds.) - L'interaction communicative, Paris, Peter Lang, 1990.
COSERIU, Eugenio - Teoria da linguagem e linguística geral: cinco estudos, Rio de Janeiro, Presença, 1987.
COURTÈS, Joseph - Introduction a la sémiotique narrative et discursive, Paris, Hachette, 1976. DUCROT, Oswald - Le Dire et le dit, Paris, Minuit, 1984.
- Polifonia y Argumentación, Cali, Colombia, Universidade del Valle, 1988.
ECO, Umberto -Leitura do Texto Literário, Lisboa, Presença, 1983.
FISKE, John - Introdução ao Estudo da Comunicação, Porto, Ed. Asa, 1993.
GIGLIOLI, Pier Paolo (ed.) - Language and Social Context, London, Penguin, 1973. GREIMAS, J. A. - Sémantique Structurale-Recherche de Méthode, Paris, Larousse, 1966.
- Du Sens, Paris, Seuil, 1970.
- Sémiotique, Dictionnaire raisonné de la théorie du langage, Hachette, 1979. LÉVI-STRAUSS, Claude- Anthropologie Structurale, Paris, Plon, 1958.
-Mito e Significado, Lisboa, Ed.70, 1989.
MAINGUENEAU, Dominique - L'Analyse du discours, Paris, Hachette, 1976.
MARCELLESI, J.- B. et GARDIN, B. - Introdução à Sociolinguística, Lisboa, Aster, 1975.
PERELMAN, Chaim - O Império Retórico, Porto, Asa, 1993.
PERELMAN, Cahim et OLBRECHTS-TYTECA L, - Traité de l’argumentation. La nouvelle rhétorique,Bruxelles, éd. de l'Institut de Sociologie, 1970.
PROPP, Vladimir - Morphologie du conte, Paris, Seuil, 1970.
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REIS, Carlos - Técnicas de Análise Textual, Coimbra, Almedina, 1978.
RODRIGUES, Adriano D. - Estratégias da Comunicação, Lisboa, Presença, 1990.
- Introdução à Semiótica, Lisboa, Presença, 1991.
SCOTT, William S. - The Possibility of Communication, Berlin, Mouton de Gruyter, 1990.
SILVA, Vítor M. Aguiar e - Teoria da Literatura, 5ª Ed., Coimbra, Almedina, 1983.
VAN DIJK, Teun A., (ed.) - Handbook of Discourse Analysis, Vols. I - IV, London, Academic Press, 1985.
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade 45 www.cecs.uminho.pt
8. COMUNICAÇÃO NÃO -VERBAL
"Même si un individu peut s'arrêter de parler, il ne peut s'empêcher de communiquer par le langage du corps". *
Objectivos
- Desenvolver a consciência e o uso das formas de comunicação corporal e gestual. - Relacionar e complementar as formas de comunicação verbal e não verbal. - Compreender e analisar signos, códigos e mensagens não verbais.
Temas
1. Comunicação não-verbal 1.1. Âmbito e relevância das formas de comunicação não verbais. 1.2. Sensação, percepção, expressão das emoções. 1.3. Relações da comunicação verbal e não-verbal. O caso particular da voz.
2. Comunicação corporal e gestual. 2.1. Expressão corporal: cinésica e proxémica. 2.2. O rosto e o olhar. 2.3. Gestos, dança, mímica, (manifestações individuais e colectivas).
3. Comunicação pela imagem. 3.1. Imagem visual e funções: sua omnipresença e pluralidade de formas. 3.2. Semiótica das imagens visuais: das sinaléticas e códigos práticos aos códigos
estéticos.
*E. GOFFMAN, "Dialecte corporel", excerto traduzido e apresentado por Y. Winkin, La Nouvelle Communication, Seuil, 1981, p. 26 (extraído do livro de E. Gofftnan, Behavior in Public Places, N. York, Free Press, 1963, p. 24).
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9. COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA
"... Communities which exists only to the extent that a body of knowledge with its enabling code exists". *
Objectivos
- Compreender a socialização como um processo comunicativo. - Analisar estruturas e modalidades de comunicação e suas funções na regulação
social, na aquisição do saber e na opinião pública.
Temas
1. Interacção simbólica e processo de socialização primário 1.1. Desenvolvimento da personalidade e integração sócio-cultural. 1.2. Os processos de integração social e cultural. Interaccionismo simbólico. 1.3. Educação, instrução e vida cultural.
2. Comunicação e construção da ordem social 2.1. Definição e legitimação da ordem instituída. 2.2. Comunidades "epistémicas" e manutenção do universo simbólico. 2.3. Comunicação quotidiana e regulação social.
3. Comunicação e “convivialidade” 3.1. Unidade e diferença na língua e nos códigos sociais. 3.2. Criação e difusão do saber. 3.3. Condições do diálogo interpessoal e do debate público.
* W. SCOTT, The possibility of communication, Berlin, Gruyter, 1990, p. 162.
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10. COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E PERSUASÃO
"Os sistemas vivos só podem alcançar alguma viabilidade no seu meio ambiente na medida em que possuem meios apropriados de adquirir e processar informações ...".*
Objectivos
- Compreender os processos de comunicação orientados para a informação e para a influência.
- Evocar a história da pesquisa sobre a influência da comunicação e situar a questão na actualidade.
Temas
1. Comunicação enquanto acção finalizada
2. Comunicação e informação
2.1. Noção de informação e de mensagem informativa. 2.2. Objectivos da informação: adaptação e controle. 2.3. Processamento da informação: condições e fases.
3. Comunicação e influência 3.1. Quadro relacional da acção comunicativa: intervenientes e mensagem. 3.2. Influência comunicativa e poder do emissor. 3.3. “Influenciabilidade” do receptor: âmbito, condições e tendências. 3.4. Da mensagem apelativa ao discurso argumentativo.
*L. THAYER, Comunicação, S. Paulo, Ed. Atlas, 1976, p. 208.
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11. COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
"Toda a comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação tais que o segundo classifica o primeiro e é, portanto, uma metacomunicação". *
Objectivos
- Compreender os elementos, dimensões e organização específicos da comunicação face a face.
- Compreender e analisar o diálogo interpessoal. - Desenvolver a competência das relações e comunicações interpessoais.
Temas
1. Estrutura e dinâmica da comunicação interpessoal 1.1. Situação, relação e percepção. 1.2. Motivações e estratégias.
2. O discurso da comunicação interpessoal 2.1. Estrutura e encadeamento das trocas verbais. 2.2. Regras, coerência e percurso do discurso dialogal.
3. Situações específicas: o diálogo psicoterapêutico.
*P. WATZLAWICK, Pragmática da Comunicação Humana, S. Paulo, Cultrix, 6a ed., 1993 p. 50.
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12. COMUNICAÇÃO NOS PEQUENOS GRUPOS
"A Group may be defined, as it is by Homans, in terms of human communication: ...a number of persons who communicate with each other often enough over a span of time and who are few enough so that each person is able to communicate with all the others,... face to face". *
Objectivos
- Compreender os processos e formas de comunicação que manifestam e estruturam os comportamentos dos membros de um grupo humano.
- Desenvolver as capacidades de participar em grupos de forma crítica e eficiente.
Temas
1. Grupos humanos e espaço vital do indivíduo 1.1. Conceito de grupo, características, tipologia. 1.2. Indivíduo-grupo: interdependência e complementaridade. 1.3. Valorização dos grupos na sociedade de "massas".
2. Comunicação na interacção grupal 2.1. Comunicação na génese e manutenção do grupo. 2.2. Comunicação na resolução de problemas.
3. O grupo como meio de aprendizagem 3.1. Grupos de treino. 3.2. Grupos de terapia.
*D. McQUAIL, Communication, 2 ed., London, Longman, 1984, p. 98.
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13. COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
"Communication, rather than being a secondary or derived aspect of organization
should be regarded as the essence of organized activity". *
Objectivos - Compreender a relevância e a incidência dos processos de comunicação no
funcionamento de uma organização humana.
- Identificar e realçar as funções críticas da comunicação na convergência e tratamento dos conflitos.
Temas 1. Sistema Organização-Meio
1.1. O Programa organizacional. 1.2. O Processo básico: aquisição, processamento e distribuição da informação. 1.3. Relacionamento com o meio: informação e imagem.
2. Comunicação na Organização
2.1. Nos diferentes níveis do sistema. 2.2. Nas esferas específicas: produção, inovação, manutenção. 2.3. Nas redes (micro-redes e macro-redes). 2.4. Na liderança (tipos e modalidades).
3. Comunicação e conflito
3.1. Tipos de conflitos e sua relação com a comunicação. 3.2. Estratégias de análise e de resolução.
*W. CH. REDDING, "Organizational Communication", in International Encyclopedia of Communications, N. York, Oxford University Press, 1989, Vol., 3, p. 236.
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ETZIONI, Amitai - Modern Organizations, Engleword Cliffs, Prentice Hall, 1964.
JABLIN Frédéric (ed.) - Handbook of Organizational Communication, Newbury Park, Sage, 1989.
KATZ, Daniel and KAHN, Robert - Psicologia Social das Organizações, S. Paulo, Atlas, S.A., 1970.
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LEHNISCH, Jean Pierre - Maîtriser la Communication dans l'entreprise, Paris, Éd. de l'Organisation, 1988.
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LITTLEJOHN, Stephen - Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana, Rio, Zahar, 1982.
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14. COMUNICAÇÃO MEDIÁTICA
" ... 'Information society'... a form of society in which there is a high and increasing dependence of individuals and institutions on information and communication in order to be able to function effectively in almost every sphere of activity" *
Objectivos
- Compreender o carácter social dos "media" na sua génese, instituição e acção. - Abordar alguns temas específicos deste vasto campo. - Evocar modelos da pesquisa realizada e perspectivas de novas abordagens.
Temas
1. A sociedade da informação 1.1. Dos antigos aos novos "media": potencialidade e versatilidade crescentes. 1.2. Modalidades da comunicação mediática. 1.3. O uso dos media na sociedade da informação.
2. Os ensinamentos da investigação 2.1. A "comunication research" americana: do esquema behaviorista ao quadro
social e cognitivo da recepção. 2.2. A "Teoria crítica": antes e além da comunicação. 2.3. Complexidade do campo e pluralidade das abordagens: as perspectivas no
quadro da semiótica.
3. "Media" e Sociedade 3.1. Enquadramento jurídico e políticas da comunicação mediática. 3.2. Os media, a informação social e a opinião pública.
D. McQUAIL, Media Performance, London, Sage, 1993, p. 1.
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15. COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
"Alcançamos o controlo dos encontros comunicativos não apenas através do estudo ... mas principalmente através da prática”. *
Objectivos
- Compreender que as acções comunicativas inerentes aos comportamentos humanos resultam de processos aprendidos e aperfeiçoáveis pela reflexão e experiência.
- Proceder à análise descritiva e explicativa de mensagens correntes. - Desenvolver as capacidades de comunicação com um auditório
Temas
1. As condições da competência comunicativa
1.1. Compreensão da situação e do processo. 1.2. Domínio dos meios de acção para expressão e transmissão de mensagens.
2. O exercício da comunicação 2.1. Métodos de análise. 2.2. Construção de uma exposição temática. 2.3. Elaboração de relatórios e trabalhos científicos.
*L. THAYER, Comunicação, Fundamentos e Sistemas, S. Paulo, Atlas, 1979, p. 151.
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4 MÉTODOS DE ENSINO
4.1 Objectivo e método
Recordando a etimologia da palavra método que nos remete para o caminho (odós)
através (meta) do qual se prossegue e alcança um determinado fim, havemos de conceber
os métodos da disciplina em função do seu objectivo. Este, como já foi referido, consiste
na compreensão mais adequada possível dos processos comunicativos inerentes ao
comportamento individual e colectivo nos seus respectivos contextos. A este objectivo há-
de associar-se a modalidade de o alcançar, a qual, no caso presente, é o ensino
universitário. Convém lembrar que este se define, principalmente, pelo seu carácter crítico
e actualizado, criativo e original. Sem prejuízo de reconhecer à Universidade a missão de
também transmitir e difundir o saber - o que partilha com outras instituições - a sua
especificidade parece-nos residir na criação, na reflexão inovadora, na invenção. Há-de ser
a este nível que os métodos do ensino da disciplina Teorias da Comunicação deverão ser
julgados adequados ou não. Pois é apenas a esse nível que se promove a construção
científica, verdadeira criação, a justificar por isso mesmo a autonomia que deverá inspirar
o método. É desta autonomia que fala o Professor Adriano Rodrigues quando afirma a
propósito da nossa área, que ela "é a condição ética para o empenho activo e responsável e
para a elaboração de contributos positivos próprios que não se limitam à simples
reprodução estéril do discurso de outros ou à subserviência em relação ao pedido de
legitimação do poder".53
53 A. RODRIGUES, "A Comunicação Social na Universidade", Comunicação e Linguagens, nº2, (1985) p. 177.
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4.2 Quadro institucional e métodos de ensino
O ensino instituído na Universidade do Minho orienta-se por um importante conjunto
de regras em que se incluem, entre outras, o estatuto da Universidade e o da carreira
docente universitária, a lei de bases do sistema educativo, os regulamentos dos órgãos
académicos e o "regulamento sobre inscrições, avaliação e passagem de ano"54. Anima-nos
um firme propósito de pautar o exercício da docência com a observação das referidas
normas, articulando-as especificadamente com a concepção que temos do ensino e da
aprendizagem bem como da avaliação. São, acima de tudo, os princípios fundadores
daquelas normas que procuramos tornar activos e fecundos num trabalho que, fazendo
embora parte de um projecto comum, há-de tornar-se próprio e único para cada
participante.
4.2.1. Regime da disciplina
A disciplina, Teorias da Comunicação, figura no 2º ano do plano de estudos do curso
de licenciatura em Comunicação Social como disciplina anual, com quatro horas de aulas
por semana, sendo duas teóricas e duas práticas. Estão inscritos na cadeira cerca de oitenta
alunos. A assistência às aulas é obrigatória para os estudantes ordinários, estando os
estudantes trabalhadores abrangidos por um regime de excepção, a ser conjugado com a
natureza da disciplina e o ensino programado.
As aulas têm lugar em "salas-de-aulas" do "complexo pedagógico" fixadas pelos
serviços de horários no início de cada semestre. As salas estão funcionalmente
apetrechadas com cadeiras e pequenas mesas para os alunos, secretária e cadeira diferentes
para o professor, todas colocadas ao mesmo nível. Quadro preto e retroprojector são os
meios mais disponíveis para apoiar as exposições e demonstrações do docente. O tipo de
salas mais comum com cerca de cinquenta lugares revela-se sobretudo adequado para aulas
de demonstração e diálogo ou teórico-práticas. Salas com maiores dimensões ou
superlotadas comprometem o contacto e outras dimensões de Comunicação que encontra
54 Universidade do Minho, Guia 1992/1993, p. 330.
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bem maior satisfação nos anfiteatros. As paredes das salas não têm qualquer decoração ou
imagem.
O ano escolar está dividido em dois semestres que actualmente terminam com um
período de exames, precedido de um curto tempo de preparação. A duração da aula é
fixada em duas horas interrompidas, por um breve intervalo. Por vezes, alongamos a sessão
ininterruptamente por cerca de hora e meia, conjugando uma parte de exposição teórica
com outra de índole demonstrativa ou de diálogo. Embora com alguns inconvenientes,
evita-se assim o arrastamento do intervalo e torna-se possível dedicar mais tempo ao
esclarecimento de dúvidas.
4.2.2 Aulas teóricas e aulas práticas
A distinção entre aulas teóricas e práticas é fundada e útil mas não implica a
separação estanque e sistemática no tempo dedicado a umas e outras. Nesse sentido se fala,
por vezes, em aula teórico-prática.O importante é considerar e associar as duas
perspectivas no sentido da afirmação do grande mestre Kurt Lewin, "não há nada tão
prático como uma boa Teoria".
A aula teórica, propriamente dita, consiste na exposição sistemática e formal dos
temas do programa, por parte do professor. Nela se apresentam, definem, relacionam e
explicam os conceitos e perspectivas próprios daqueles temas à luz do tratamento que tem
merecido aos autores reconhecidos. Mais que a cobertura exaustiva dos assuntos, procura-
se estimular a descoberta e exploração de vias de reflexão próprias, apresentando sínteses,
formulando questões, analisando casos e indicando referências para mais amplo estudo. As
exposições do professor serão limitadas ao tempo de 30 a 45 minutos, em consideração das
capacidades de atenção e de percepção, e serão habitualmente complementadas com
diálogo de esclarecimento de dúvidas, repetição de conceitos e comentários.
A aula prática tem por objectivo a assimilação e o exercício dos instrumentos
conceituais abordados nas aulas teóricas e no estudo pessoal. De modo particular, as aulas
práticas são destinadas a planificar e a realizar dois tipos de trabalho adiante explicitados.
A sequência de aulas teóricas e práticas subordinar-se-á ao ritmo de desenvolvimento
do programa conforme a natureza dos temas. Ao predomínio das exposições, dominante na
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primeira parte dos semestres, corresponderá, na segunda parte daqueles, mais tempo
dedicado aos exercícios.
4.2.3 Estudo e Exercícios
Conforme afirmado anteriormente, o processo de aprendizagem não se limita de
modo algum à recepção dos ensinamentos prestados pelo professor e pelos livros. Bem
pelo contrário, e embora instruído por um e outros, o estudante só alcançará os objectivos
nesta disciplina, através do estudo pessoal e do exercício original das suas competências
cognitivas e expressivas. Este exercício é especialmente promovido através de dois
trabalhos realizados individualmente.
O primeiro trabalho consiste numa breve exposição, perante a turma, em aula prática,
sobre um tema, conceito, ou caso, relativos a um tópico do programa. Trata-se de um
exercício que alia o estudo de uma questão à sua formulação conceptual e exposição oral
perante um público. Os estudantes são convidados a escolher temas muito específicos pois
aqui não se pretende, tanto, o desenvolvimento dos assuntos, mas antes o rigor conceptual,
a ilustração e o relacionamento original. Sobretudo, procura-se o exercício comunicacional
de expressão e de transmissão. O trabalho é preparado sob supervisão do docente, sendo o
projecto inicial e eventuais alterações registados em ficha própria. A exposição, a gravar
em vídeo para revisão, será complementada com uma pequena nota de relatório crítico por
parte do estudante. O mapa de calendarização das exposições é fixado e distribuído até
duas semanas antes do seu início.
O outro trabalho prossegue um objectivo diferente e é organizado no início do
segundo semestre, decorrendo a sua realização até ao termo das aulas. Trata-se de um
exercício de análise de um fenómeno comunicativo. O projecto será elaborado com o apoio
do docente dentro dos prazos fixados e registado em ficha própria com indicação do
assunto e metodologia de análise. O trabalho final, escrito segundo as normas das
comunicações científicas, não deverá exceder as cinco páginas. Pretende-se com este
exercício estimular a aplicação dos elementos teóricos adquiridos, em ordem à
compreensão e interpretação dos fenómenos de comunicação presentes na vida corrente.
Também se visa promover a capacidade de comunicação escrita através da construção
rigorosa do discurso e da sua adequada expressão.
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4.3 Avaliação da Aprendizagem
O capítulo II do Regulamento sobre inscrições, avaliação e passagem de ano,55
estabelece normas nesta matéria que alguns despachos e directivas vieram complementar
mais recentemente. Tendo presentes estas orientações comuns, é nosso hábito definir o
processo de avaliação de forma precisa, no início do ano, após reflexão e discussão com o
conjunto da turma. Um documento escrito especificando os objectos de avaliação bem
como as formas de classificação é apresentado em sessão de curso e, uma vez assente, é
distribuído a todos os alunos nas primeiras semanas de aulas.
Concebemos a avaliação como dimensão própria e inerente ao processo de
aprendizagem. Nesta perspectiva, em princípio, todas as acções do processo são objecto de
avaliação. Na impossibilidade de tudo ponderar, limitamo-nos às principais acções,
procurando tomar em consideração, não só os resultados, mas também os próprios
processos de concepção, planificação e realização dos trabalhos, bem como a participação
nas sessões de curso. É com este objectivo que recorremos ao registo escrito dos diferentes
momentos daqueles processos. Assim, exemplificando com o ano lectivo em curso, o
estudante da disciplina de Teorias da Comunicação é avaliado e classificado nas seguintes
componentes: Frequência de aulas (F), trabalhos de exposição e de análise (T), provas no
final do primeiro semestre e no final do ano lectivo (E). A classificação final, na escala de
20 valores, resulta da média das classificações das diferentes partes, com a seguinte
ponderação: 2 F + 8 T + 10 E.
Esta fórmula merece um pequeno esclarecimento relativo à classificação da
frequência das aulas. No regime adoptado na nossa Universidade, a presença às aulas é
obrigatória, e o estudante ordinário que falte, sem justificação, a mais de um terço das
aulas consideradas obrigatórias, é reprovado. Sem pretender analisar esta disposição, não é
novidade para ninguém na Universidade que ela encontra várias dificuldades de aplicação,
além de ficar bastante abalada com os vários regimes de excepção (estudantes
55 Universidade do Minho, Guia 1992-1993, p. 331, ss.
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trabalhadores, militares, dirigentes associativos, etc.). Neste contexto, tomámos a
orientação de sublinhar o sentido positivo da norma: quanto maior a frequência, em
princípio, maior o aproveitamento (a confirmar decisivamente por outras vias menos
ambíguas).
Para além da avaliação formal expressa em classificação na escala usual de 0 a 20,
tanto em relação aos diferentes objectos de avaliação como em relação à disciplina no seu
todo, procuramos manifestar ao estudante, nas ocasiões oportunas, vivo apreço pelos
aspectos positivos do seu trabalho, sem deixar de corrigir defeitos e erros. A experiência
faz-nos crer que este modo de avaliação constitui apreciável estímulo para o estudante
prosseguir com empenho pessoal a sua formação.
Como transparece do que fica dito, existe um firme propósito de procurar que a
avaliação se integre no próprio trabalho desenvolvido. Igualmente se pretende que a
classificação formal reflicta, o mais adequadamente possível, o grau de "aproveitamento"
alcançado e demonstrado. Sob este aspecto, é nosso hábito recomendar e aceitar que um
aluno, que se julgue classificado abaixo do seu mérito, se proponha para urna prova oral,
durante o período anterior ao lançamento oficial das classificações. É neste enquadramento
que procuramos tornar a avaliação instrumento de aprendizagem com participação do
estudante e, sobretudo, com utilidade para o seu desenvolvimento. A este respeito parece-
nos oportuno tecer um breve comentário à inovação introduzida no presente ano escolar.
Até ao ano académico de 1993-1994 esteve instituído na nossa Universidade o
regime de exercícios escritos ou testes que se tornaram em muitos casos a principal forma
de avaliação. Eram realizados durante as aulas em datas prefixadas de modo a evitar
coincidências entre as várias disciplinas. Os estudantes que obtinham classificação positiva
nos testes e, eventualmente, em outros trabalhos, ficavam dispensados de se apresentar a
exame. Esta organização e prática levaram a uma tal valorização dos testes que os alunos, e
quem sabe se os professores, vieram a colocar neles o ponto decisivo da efectuação das
disciplinas.
Além deste desvio, dois outros inconvenientes se manifestaram que foram justamente
considerados contrários à qualidade e aproveitamento do trabalho académico. O primeiro
diz respeito ao "abandono", por parte dos estudantes, das outras disciplinas, incluindo as
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aulas, no tempo de preparação imediata à realização do teste em determinada disciplina.
Dados o número de testes e o escalonamento da sua realização, o funcionamento global das
aulas era grandemente perturbado. O segundo inconveniente refere-se aos exames, ou
talvez melhor dizendo, ao seu papel na aprendizagem e ao seu lugar no calendário
académico. Para os alunos ordinários, avaliados já no decurso do semestre ou ano, o exame
só excepcionalmente tinha lugar, tornando o período a ele reservado inutilizável para o
ensino organizado. Ao mesmo tempo e para os mesmos alunos, o exame não exercia
qualquer influência positiva na aprendizagem.
O calendário académico de 1993-1994 veio alterar este regime com o objectivo de
remediar os seus inconvenientes. Acabaram os testes para não prejudicar as aulas.
Instituíram-se períodos relativamente largos para testes ou exames no final de cada
semestre. Estando ainda no primeiro ano desta nova orientação, importa experimentá-la
para a avaliar correctamente. Parece-nos, no entanto, dever fazer-lhe desde já dois reparos.
O primeiro consiste em que a reflexão científico-pedagógica para basear a alteração não foi
suficientemente aprofundada, se é que chegou a ser desenvolvida. Assim, por exemplo, os
"testes" anteriores não tinham a nosso ver como única função constituir objecto de
avaliação e classificação. Eram "exercícios", actos normais ou passos num caminho com
direcção e termo definidos. Exercícios cuja preparação poderia nem sequer ultrapassar o
usual acompanhamento do programa e que permitiam um importante momento de
comentário e correcção - sem tempo ou lugar nos actuais testes/exames de final do
semestre.
O segundo reparo à nova disposição concerne a multiplicação das hipóteses de
provas. Exemplo: um estudante da disciplina de Teorias da Comunicação faz uma prova no
final do primeiro semestre, outra prova no final do segundo semestre em primeira e/ou
segunda chamada, escolhendo ser interrogado sobre a totalidade do programa ou apenas
sobre a parte respeitante ao segundo semestre. Terá ainda a hipótese de exame de recurso
na época de Setembro. Qual o sentido destas disposições? Oferecer ao estudante - parece -
oportunidade de prosseguir e concluir os seus estudos. Razão e sentido que nos merecem
respeito. Mas tal desiderato não justifica um ordenamento que, por outro lado, se revele
contrário a melhor preparação do estudante, em relação à qual o exame é, tão somente,
corolário e reflexo. Se o exame ou teste final não exercer, por "feed-back", influência
positiva na aprendizagem, tenderá a reduzir-se à pura função de aferição, - exterior, por
A. Alves (1994) Teorias da Comunicação. Programa e Metodologia
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assim dizer, ao processo cuja efectuação importava, acima de tudo, estimular. Ora a
multiplicação de provas perturba e reduz o tempo indispensável para a reflexão
aprofundada e de conjunto que um exame parece implicar e que - ela sim - projecta uma
nova e enriquecedora dimensão no percurso de um programa de estudo. Por isso
entendemos que, mais do que as oportunidades de realizar provas, importa multiplicar os
meios - incluindo os de tempo e lugar - de prosseguir e alcançar elevados graus de
conhecimento.
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5 CONCLUSÃO E PERSPECTIVA
Temos concluído o percurso desenhado para relatar o programa da disciplina de
Teorias da Comunicação. Enquanto programa, apresenta-se como urna espécie de guião ou
texto dramático a que o realizador ou encenador virá dar vida, com os respectivos actores e
os indispensáveis técnicos. Sentimos que esta peça, levada à cena real de cada ano
académico, exige vigor e espírito, de cada vez renovados à medida dos jovens que nela
podem ter vislumbrado alguma oportunidade de novo conhecimento. É nosso claro
empenho estimular a procura do estudante - no nosso domínio de reflexão - e prestar-lhe
todo o apoio útil à sua prossecução. Anima-nos, nesta tarefa e profissão que estimamos, o
alto valor que reconhecemos ao saber, sob todas as suas formas, mas particularmente o
conhecimento reflexo e progressivo no âmbito da comunicação humana.
Os tempos não se revelam muito favoráveis à plena satisfação dos imperativos e
ideais do ensino universitário - ensino com propriedade designado "superior" ou de "nível
mais elevado". Digamos de passagem que não haverá de ler-se nestas expressões qualquer
"intenção" ou traço sémico relativos a elitismo fundado em marcas extrínsecas; havemos
antes de reconhecer naqueles termos a força intencional de identificar o ensino
universitário pela sua diferença específica, qual é a de não ter outra referência que não seja
a do fundamento crítico, isto é, a relação com um saber, simultaneamente, fundado e
consciente do seu carácter perfectível. Não nos agrada a Universidade dos grandes
números e das "facilidades" que estes usualmente acarretam. Cremos que o acesso à
Universidade deve ser possibilitado a todos aqueles que o pretendam e mereçam. Mas sem
alterar a natureza da Universidade e sua missão que, a tal acontecer, deixarão de ser
desejáveis e pretendidas, uma vez confundido o seu valor. Temos para nós que, apesar das
grandes dificuldades que o ensino universitário enfrenta, entre as quais avulta a notável
falta de professores socialmente reconhecidos e dispondo dos meios necessários ao cabal
desempenho de suas funções, ainda dispomos na nossa Universidade do Minho de
condições bastantes para permitir uma resposta digna ao apelo vivo e único dos nossos
jovens e da sociedade que somos.
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Tal é, de todo o modo, a perspectiva que nos guia, inspirada no exemplar perfil
intelectual e humano que tivemos a felicidade de testemunhar nos grandes mestres a quem
devemos a nossa própria formação. É com estas referência e perspectiva que assumimos a
grave missão de ser professor, sabendo que nela vai muito da nossa forma de ser homem.
Universidade do Minho
Instituto de Ciências Sociais, 21 de Maio de 1994.
Anibal Augusto Alves
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6 ANEXOS
- Grupo Disciplinar de Ciências da Comunicação
- Plano de Estudos da Licenciatura em Comunicação Social
- Plano de Estudos da Licenciatura em Sociologia das Organizações
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