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Rio de Janeiro 1ª edição | 2011 EDUARDO CORASSA

Amostra Jejum Higienista

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Rio de Janeiro1ª edição | 2011

EDUARDO CORASSA

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Editor responsável Eduardo Corassa Capa e projeto gráfico Carol PatitucciRevisão Luiz Philippe

Termo de isenção de responsabilidade: As informações aqui descritas são apenas a opinião do autor

e, portanto, este livro não é escrito com a ideia de substituir o acompanhamento médico ou nutricional. A utilização das

informações contidas neste livro são de sua inteira responsabilidade. Você não o deverá fazê-lo sem antes consultar

seu médico. O autor não se responsabiliza pelo mal uso das informações nele contidas ou por qualquer tipo de dano

que estas informações possam originar. Este livro tem como objetivo primordial compartilhar os estudos e as obras

escritas por grandes autores na área em questão, com fins meramente didáticos e científicos. Para qualquer mudança

em hábitos, dieta e estilo de vida, procure seu médico ou nutricionista.

Todos os direitos reservados desta edição à Eduardo Corassa

Impresso no Brasil em junho de 2011

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“Se somos escravos de medos infundados, também o somos de crenças, práticas e ações inconsistentes para com nosso bem estar. Então, é uma questão de necessidade entendermos o jejum e todas suas facetas se queremos vencer os medos a ele associados.

Muitas pessoas tentam resolver os problemas da vida, as complicações do corpo e as ansiedades da mente com alimentos e drogas farmacêuticas. Elas têm muito medo de ficar sem comer, pois já vivenciaram dores de cabeça, fraquezas e desconfortos que as-sociam à falta de comida.

Como você pode convencer alguém de que permanecer sem alimentos é uma neces-sidade para a recuperação da saúde? Acreditamos que somente o conhecimento e a necessidade a qual, infelizmente, na maioria dos casos, manifesta-se por meio de grande sofrimento, podem mudar a atitude das pessoas. Conhecimento gera confiança, confiança, engendrando-se crenças que resultam em ações corretas”.

Dr. D. J Scott, higienista e supervisor de jejuns

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DedicatóriaA toda a raça humana e ao planeta que, por mais que não percebam, sofrem ambos

demasiadamente a cada dia mais e mais. A todas as milhares de pessoas através do mundo, através dos últimos milênios que, devido a simples falta de informação de que um jejum e hábitos simples de vida como a ingestão de frutas e vegetais crus, exercícios físicos, sol e outros fatores são o fator determinante entre a vida e a morte e a alegria ou sofrimento, acabam sofrendo em vão. Muitos morrem não sabendo que suas enfermidades derivam de sua ingestão excessiva de alimentos errados e que o mero descanso fisiológico (jejum) iria promover a recuperação de sua saúde. Morrem sem saber que todas as outras práticas, usualmente utilizadas na atualidade, são, na verdade, danosas ao invés de curativas. Tenho a firme convicção de que este livro poderá salvar e mudar completamente a vida dos que o leiam e apliquem seus conceitos. Desejo de coração que o seu maior bem hereditário, a saúde verdadeira, seja sua durante toda sua vida. Para isso, basta que você aplique os conceitos sugeridos aqui.

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AgradecimentosA todas as pessoas que influenciaram diretamente ou indiretamente a criação deste

livro, assim como a todos que tornaram o possível. Desde familiares e amigos, até cientistas e grandes nomes do movimento de saúde naturalista.

Agradecimentos especiais aos meus pais Odonio e Taís, que por mais loucos que parecessem meus caminhos e decisões, estiveram sempre ao meu lado apoiando.

Ao revisor de texto e amigo de compras frugais Philippe; a minha designer predileta - Carol Patitucci; ao amigo de sempre e companheiro crudívoro - Wellington "Pituca" Lelis e a minha querida Clarita Maia, que me auxiliou durante todo o processo de criação do meu sonho. Sem suas ajudas inestimáveis, este livro nunca teria se tornado realidade.

Não poderia deixar de citar, Dr. Herbert Shelton, minha fonte primária de informações e motivação. Um guru crudívoro que me iniciou, ainda que ausente, na sequência dos meus jejuns.

Agradeço, finalmente, ao Dr. D. Graham por me indicar o caminho até aos trabalhos do Dr. Shelton e a HN e ter simplificado a prática de uma dieta frugal e passado o conhe-cimento adiante.

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Índice

Capítulo 1. .........................................................................16

O jejum

Capítulo 2. .........................................................................57

O jejum no mundo animal

Capítulo 3. ........................................................................70

Casos documentados

Capítulo 4. ........................................................................77

Pesquisas científicas

Capítulo 5. ........................................................................ 84

O jejum higienista

Capítulo 6. ...................................................................... 116

A aplicação prática do jejum

Capítulo 7. ...................................................................... 157

Perguntas frequentes

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IntroduçãoApós duas décadas de terríveis hábitos alimentares, comendo a dieta padrão atual,

rica em proteína e gordura animal, colesterol e carboidratos refinados, apenas aos vinte e dois anos, vi-me confrontado por baixa produtividade, imensas dores de coluna e diversos outros problemas de saúde. Acreditando em que existia alguma forma de me curar e em que estar doente da maneira em que me encontrava, não era algo normal ou mesmo que deveria acontecer, passei anos buscando os mais diversos tratamentos através do que eu conhecia como o único caminho. Busquei através dos dois modelos em voga, a medicina convencional e a chamada “medicina alternativa”. Tomando tais modelos como referência, qualquer terapia ou prática que você possa nomear eu tentei: Fisioterapia, RPG, remé-dios alo e homeopáticos, radiografias, acupuntura, osteopatia, quiropraxia, injeções contra alergia, usuais recomendações nutricionais, como consumir carnes “magras”, barras de cereais, “superalimentos” como mel, própolis etc. Como nada estava adiantando e devido a recomendações médicas, eu estava prestes a fazer duas cirurgias. Está é apenas uma pequena lista de tudo que eu tentei em busca de corrigir meus problemas de saúde, voltar a me sentir bem e eliminar meus constantes e persistentes sintomas.

Após anos e anos de tentativas falhas e vendo e sentindo meus problemas de saúde a cada mês ficarem mais agravados, desmotivado pela falta de resultados, mesmo seguindo fielmente as recomendações médicas, decidi parar de buscar incessantemente pela ajuda profissional e me educar mais no assunto. Comecei a ler, freneticamente, livros, artigos e outras publicações de profissionais através do mundo, mundialmente reconhecidos por obterem incríveis resultados, tidos por impossíveis pelo modelo médico. E nessa minha pesquisa e busca pela saúde, encontrei o que é chamado de crudivorismo e, alguns meses depois, o modelo de saúde completamente antagônico a medicina “ortodoxa” e a alter-nativa. Encontrei o chamado de Higiene Natural.

Após em torno de seis meses de prática do crudivorismo, obtive um contato muito maior com o meu corpo. Depois de extensiva leitura sobre a prática da Higiene Natural, adquiri uma compreensão melhor sobre o funcionamento da saúde humana e, como consequência, convenci-me de que meu corpo implorava que eu jejuasse já desde minha infância. Sempre notei uma falta de fome, por mais que me empanturrasse e tivesse a maior parte da minha vida consideravelmente acima do peso, sempre notei que nunca tive desejo por alimentos naturais, nunca consumi frutas e vegetais em seu estado cru sem serem completamente misturados com diversos outros ingredientes, alterados, cozidos e temperados.

Mas, após começar o estilo de vida higienista, mesmo antes de começar a ler sobre os benefícios e as incríveis recuperações de doenças incuráveis que os pacientes tratados com um jejum higienista obtinham, eu já percebia que meu corpo pedia descanso e abstinência

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de comida. Percebi que o estilo de vida crudívoro higienista aumentou meu contato com o corpo, minha conscientização de minhas reais necessidades e com isso, percebi que meu corpo ansiava, pedia há décadas por um jejum, já que desde cedo eu era uma criança sem apetite, sempre fugindo da mesa e negando alimentos crus e naturais, tendo um apetite pervertido, desejando apenas “alimentos” que foram altamente processados e cozidos, como produtos animais e alimentos industrializados. Após ler a literatura científica, assim como a literatura higienista, notei que meus sintomas eram exatamente o que seres humanos e animais doentes demonstram; o que organismos mal nutridos demonstram em função de indicar que algo está errado.

Portanto, após apenas cinco meses da adoção de uma dieta crua quase que exclusiva de frutas e vegetais, assim que tive minhas primeiras férias da faculdade, fiz meu primeiro jejum longo. Ainda sem muita informação e experiência no assunto, pensei que em vinte dias eu conseguiria reverter todos os problemas de saúde que foram gerados por vinte e dois anos dos piores hábitos possíveis e determinei que eu iria jejuar no máximo vinte dias. Entretanto, eu não sabia que é errado determinar um certo número de dias, já que é o corpo quem dita o quanto tempo ele precisa e não existe como prever o quanto tempo será necessário de jejum. O próprio corpo que demonstra por diversos indícios fisiológicos, quando você deve quebrar o jejum, porque ele acabou seu processo de regeneração e está novamente funcionando de forma otimizada .

Como senti necessidade, acabei levando meu jejum para vinte e quatro dias e, infeliz-mente, tive que quebrá-lo, já que minhas férias tinham terminado e eu tinha que voltar a minhas obrigações. Sentia que não era a hora de quebrar o jejum e que meu corpo o pedia por mais tempo. Sentia que continuá-lo, por mais alguns dias, ou uma semana ou duas, seria benéfico mas os afazeres e obrigações da vida moderna falaram mais alto e terminei--o prematuramente. De qualquer forma, foi definitivamente a experiência mais forte que já vivenciei na vida, um bem estar inimaginável, algo inexplicável que jamais havia sentido ou vivenciado. Foi algo completamente sem precedentes e, com certeza, a experiência mais significativa que já tive até hoje. Tenho excelentes lembranças de meus longos jejuns e todos foram um prazer, ao invés de uma privação.

Durante meu jejum, era nítido, devido as minhas sensações internas e a minha apa-rência externa, que eu estava, literalmente, recuperando minha saúde perdida a cada dia. Toda minha aparência se tornava cada vez mais jovem, desde cabelos e pele ficando mais sedosos, meus dentes ficando mais brancos, meus olhos se tornando mais vividos, minha disposição e clareza mental continuavam a aumentar constantemente, alcançando níveis que eu nunca imaginava possíveis. Sentia-me mais jovem do que jamais havia me sentido em toda minha vida e tão disposto e determinado, que era como se eu pudesse alcançar

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qualquer objetivo, como se nada pudesse deter-me. Tinha energia de sobra para abordar diversos projetos.

Após os primeiros dias, sobretudo após há primeira semana, eu conseguia sentir e ver exatamente cada parte do problema de que meu organismo estava tratando e se regene-rando no devido momento, isso porque cada dia ou dias, certos locais em que eu sofria dores fortes ou sintomas há meses ou anos, ficavam vermelhos, sentia o sangue correndo forte para aquela região, uma dor muito leve naquele local e após um curto período de tempo, talvez alguns dias, o local parava completamente de doer e a grande quantidade de sangue que era notavelmente enviada ao local diminuía. Era perceptível a olho nu e através do toque para outras pessoas, já que ao olhar você conseguia ver certas regiões pulsando forte, já ao toque você podia sentir o calor e o pulsar muito mais forte que o usual. Ou seja, o processo regenerativo é visível e perceptível à pessoa jejuando e aos observadores. A grande quantidade de sangue que é visivelmente remanejada para um local do corpo onde existe algum tipo de dano é literalmente uma grande quantidade de “comida” (nutrientes) sendo realocada para aquela parte, para que o trabalho de reparo e renovação celular possa ocorrer.

Nos últimos dias, sentia-me infinitamente melhor do que quando comecei, uma sen-sação de pureza interna, como se meu organismo houvesse sido limpo por dentro. Obtive alívio de inúmeras dores e desconfortos vivenciados durante muitos anos. Obtive os resultados que eu buscava, muito mais do que os resultados que sempre esperei, mas jamais obtidos através dos usuais métodos em voga. Fiquei incrivelmente feliz de saber que minha intuição estava certa, e que estudar e adotar os princípios da Higiene Natural foi o caminho certo, ao invés de continuar gastando tempo, saúde e dinheiro nos usuais procedimentos médicos caros e invasivos. Fiquei contente também em saber que não pre-cisava ser cortado com um bisturi e injetado com drogas anestésicas em função de me ver livre de doenças. Fiquei feliz em saber que o caminho para a saúde era tão fácil, simples e acessível a todos. Encontrar a Higiene Natural foi deliberante e me deu uma sensação de poder e controle, uma sensação de estar livre, já que eu não precisava de mais ninguém além de mim mesmo para tomar conta da minha saúde. Só precisava da minha própria responsabilidade se quisesse recuperá-la.

Na manhã do último dia, algumas horas antes de quebrar meu jejum, comecei a chorar. Entretanto, foi um choro completamente diferente dos que eu já havia vivenciado, era como se meu corpo, e não eu, estivesse chorando de felicidade e dor ao mesmo tempo, como se fosse uma reação inconsciente e incontrolável. E enquanto eu chorava, era como se ele me perguntasse por que demorei tanto tempo para simplesmente obedecer a seus comandos, obedecer aos meus instintos.

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E devido a todos esses incríveis benefícios, devido a eu saber e sentir que estava no caminho certo para obter níveis de saúde inimagináveis e viver uma vida longa, produtiva e livre de doenças, prometi a mim mesmo que iria compartilhar isso com o maior número de pessoas que eu conseguisse. Que por ter recebido esse presente, essa informação tão valiosa que salvou minha vida, eu iria dedicar a minha vida em prol de que mais pessoas obtivessem o mesmo que eu havia conseguido. Chorando, jurei a mim mesmo que se dependesse de mim, o mundo todo ia ficar ciente da Higiene Natural e de que a única coisa de que precisamos para ser saudáveis é conhecer e aplicar os conceitos higienistas. Portanto, este livro se basea em um destes conceitos, baseia-se em um dos elementos da “Matéria Higienista”, baseia-se no descanso fisiológico do organismo o qual chamamos popularmente de jejum.

Durante um ano, fiz cinco jejuns médios a longos. O mais longo foi este primeiro, de vinte e quatro dias e o mais curto foi um de sete dias. Após ter recuperado minha saúde e funcionalidade, sentir-me íntegro, voltei a minha vida normal. Agora se estou sofrendo muito stress devido à vida moderna, ou tendo pouco tempo para dormir e descansar, vendo que meu corpo não está conseguindo recuperar-se das influências as quais está sendo submetido, simplesmente tiro um dia no final de semana, ou dois a três dias em um feriado para um curto jejum, para simplesmente fornecer a oportunidade do meu corpo se recuperar e assim manter minha saúde em dia. Agora que sei e estou em total contato com o meu corpo, não deixo as condições adversas se acumularem a tal ponto em que precise de um longo jejum para me recuperar.

Retomando minha rotina e lendo vorazmente a literatura higienista, fui motivado pelo sonho higienista e, por isto, segui em frente para escrever este e outros livros. Criei meu site (www.saudefrugal.com), comecei a palestrar, oferecer consultoria na área e fazer todo o possível para tornar esta informação disponível às massas. O sonho higienista, que é acreditado por todas as gerações de higienistas, é que quando instituirmos a vida sau-dável como a norma, a paz e a igualdade irá reinar na Terra e, mais uma vez, voltaremos a viver a vida utópica para qual fomos criados. Que, quando a civilização humana souber compreender, aceitar e aplicar a Higiene Natural, a paz e a saúde serão a norma ao invés da exceção. Que, quando pararmos de nos mutilar com bisturis e de nos envenenar com drogas farmacêuticas, acreditando que com estes procedimentos podemos sintetizar saú-de, a raça humana começará a progredir para uma nova era pacífica e utópica, como foi o paraíso em que vivemos um dia antes da chamada "queda".

Acabei aprendendo na faculdade que, correntes da literatura, como o arcadismo e o naturalismo, tinham uma visão muito similar à dos higienistas, acreditando que o homem, nas condições ideais, vivendo na natureza, é benéfico e pacífico. Eles chamam de o “mito

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do bom selvagem”, o qual defende que a sociedade, a civilização e o abandono das práticas naturais corrompem o homem.

Durante a escrita do livro, "Saúde Frugal - O Guia ao Crudivorismo e a Higiene Natural", fui estagiar com um dos maiores higienistas da atualidade: o Dr. Douglas N. Graham. Ele supervisiona jejuns há mais de vinte anos. Passei um mês e meio em seu retiro de jejum na Costa Rica, tendo aulas de Higiene Natural, jejum, nutrição, anatomia, fisiologia, saúde em geral, aulas de culinária crudívora higienista e também aprendendo como cuidar e monitorar pessoas jejuando. Vi e cuidei de muitas pessoas jejuando, conheci dois casos de pessoas que sofriam de esclerose múltipla e ficaram curados através de um jejum e o estilo de vida higienista. Conheci até mesmo uma mulher a qual tinha tido câncer há trinta anos e estava curada, já que encontrou e adotou os conceitos da Higiene Natural.

Durante meu estágio, tive o prazer de ver o processo de jejum pelo outro lado: como um espectador. Tive o prazer de observar o rejuvenescimento do corpo, da mente e da alma de quase dez pessoas. Tive o prazer de ver a regeneração ocorrendo e os problemas de saúde se tornando algo do passado. Foi uma experiência sem igual, conviver ao lado de cerca torno de vinte pessoas, as quais, praticamente todas, já haviam passado por jejuns longos e praticavam uma dieta higienista crua e frugal há um longo período de tempo. Comprovei minhas crenças, isso porque, durante todo o tempo lá, vi apenas alegria, saúde e produtividade.

Nunca em minha vida, vi um ambiente tão calmo, pessoas tão felizes, produtivas, ativas fisicamente, sempre sorridentes, calmas e bem equilibradas emocionalmente. Durante todo o tempo, não vi brigas ou nenhum stress sequer. Todos eram sempre enérgicos, mas ao mesmo tempo calmos, pacientes e prestativos. A felicidade e paz reinavam no local e todos sentavam à mesa juntos e compartilhavam de saborosas frutas e vegetais crus. Nenhum alimento cozido, processado ou a carne e secreções mamárias de nenhum animal era “de-gustado”. Comprovei o que já tinha comprovado em mim mesmo. Que a saúde e os naturais hábitos da vida propiciam às pessoas a paz interna, a felicidade e a produtividade, nossos bens hereditários. Comprovei que o mundo precisa viver de forma "higiênica" (trocadilho intencional), caso almejemos um futuro sustentável e tudo com que todos os seres humanos intrinsecamente sonham, isto é felicidade, paz, saúde e prosperidade.

Como visto e vivenciado pelo seu autor, o jejum é a forma que a natureza forneceu a todos os organismos vivos de promover a mais rápida regeneração, e a única ferramenta do verdadeiro rejuvenescimento. Seu autor, desde que começou o estilo de vida higienista, viu a remissão de doenças e problemas de saúde, as quais sofreu durante toda sua vida, e aparenta ser bem mais novo do que há mais de quatro anos e meio (antes de viver segundo os ensinamentos da Higiene Natural) e muito mais novo ainda que a idade que realmente tem, sente-se muitíssimo mais novo que quando era uma criança.

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Sinceramente espero ter realizado um bom trabalho com este livro e que, nas páginas a seguir, apresento evidências suficientes que o homem, assim como os chamados “ani-mais inferiores” podem e sempre jejuaram por prolongados períodos de tempo e com isso, ao contrário do que muitos acreditam, apenas obtém benefícios ao invés de malefícios.

Por isso, quero compartilhar com você a informação que mudou minha vida e a tornou melhor do que os meus mais incríveis sonhos e imaginação poderiam alcançar. Apresento, a seguir uma das facetas mais importantes da Higiene Natural, apresento a você: o jejum higienista.

Observação: para maior compreensão sobre o que é a Higiene Natural, suas reco-mendações dietéticas e de estilo de vida, por favor, reporte-se ao livro “Saúde Frugal – O Guia ao Crudivorismo e a Higiene Natural”.

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Capítulo 1

O jejum

“A perda do apetite é o sinal da doença e a indicação da natureza de sua forma de cura. Ela demonstra ao organismo, seu próprio e único remédio. Seu único remédio é a abstinência.” Dr. Herbert Shelton, o maior especialista em jejuns da história.

Jejum é a prática de se abster ou se privar de algo, usualmente por um longo período de tempo. Em praticamente todos os casos, quando alguém sugere que está de jejum, é que está em jejum de alimentos, abstendo-se de todo tipo de alimento. Apesar de existirem várias formas de jejum e vários propósitos utilizados através dos últimos milênios, o jejum foi, até relativamente pouco tempo, praticado pelo homem como um ato inconsciente, ins-tintivo e não premeditado. Uma simples resposta a uma necessidade fisiológica indicada pelo organismo.

Como dito, existem várias formas de “jejuar”, mas a que iremos focar neste livro é o jejum higienista, o qual é, na verdade, um jejum de água, feito instintivamente, de acordo com a demanda do organismo e não como uma forma de penitência religiosa, uma maneira de rápida perda de peso ou como uma mera tradição religiosa.

Tirando o jejum higienista, todas as mais diversas formas de jejum foram, na verdade, desenvolvidas há pouquíssimos milênios por seres humanos. Elas não seguem o plano do instinto, mas de crenças, costumes ou influências sociais.

O jejum religioso consiste em desenvolvimento espiritual ou em cumprimento de um rito religioso ou, ainda como uma penitência a um pecado cometido. Já o jejum profissional é a abstinência como um meio de arrecadar dinheiro e publicidade. O jejum patológico é aquele que ocorre quando existem danos orgânicos tão fortes que a pessoa se torna inapta a comer ou reter a comida. O jejum acidental é a abstinência forçada em homens ou animais devido a acidentes. E, por último, o jejum experimental, quando o jejum é forçado por propósitos científicos. Estes são os principais tipos de jejum praticados pelo homem na atualidade.