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ANAIS DO III CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA
Comitê Dança em Configurações Estéticas – Setembro/2014
http://www.portalanda.org.br/anais 1
COMO CONFABULAÇÕES DO CORPO
Lela Queiroz* (UFBA)
RESUMO: Práticas somáticas de BMC tramam procedimentos artísticos em performance. Em torno de corporalização, mudanças de estado e funcional-criativo, pela exploração de princípios evolutivos de movimento com estratégias improvisacionais, na construção da ação em uma visão integrada em continuum entre experimentos e experiência. Nos faz pensar como um tipo de informação migra do „formativo‟, „manipulativo‟ para o „informativo‟ gera mudanças de estado, e no campo da significação, compõe um processo seletivo contínuo como espaço de relações. PALAVRAS CHAVE: Dança. Performance. Improvisação. Bmc. Corporalização.
AS FABLES OF THE BODY ABSTRACT: Somatic practices BMC plot artistic procedures in performance. Around embodiment, state shifts and functional-creative exploration of the evolutionary principles of movement with improvisational strategies in the construction of action in an integrated view on the continuum between experiments and experience. Makes us think as a kind of information migrates from the 'formative', 'manipulative' to the 'informational' generates state shifts, and the field of signification, comprises a continuous selection process and relationship space. KEY WORDS: Dance, Performance. Improvisation. BMC. Embodiment.
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A partir da ação de pesquisa “Pano Preto” , como comunicação demonstrativa no III
Seminário de Pesquisa de PPGDANÇA UFBA, da ação de performance “Oual Medic”, e
das performances de improvisação estruturada “Recantos: Corpos nas árvores”,
realizadas em diversos espaços em Salvador em 2013 e 2014, nos cercaremos da
Pesquisa “Corpulações” de Lela Queiroz, lider do GP DC-3 CNPQ PPGDANÇA UFBA que
desenvolveu laboratórios de BMC para Performance com a participação de performers,
estudantes de graduação e pós graduação da UFBA - Universidade Federal da Bahia.
Sem nos deter extensivamente em cada uma delas, proponho escrever em torno
de três pontos: corporalização, mudanças de estado e movimentos como funcionais e
criativos nos princípios evolutivos de BMC para performance. Estou propondo uma
descrição não comum ligada às ciências cognitivas e uma ligação clara a procedimentos
vindos da performance Art.
Para fins deste artigo, reconheço a pesquisa “Corpulações” no campo da
performance, seguindo estudos culturais que se detem sobre o assunto e, tendo em vista
os seguintes conceitos que nela habitam: corporalização - e metáforas de sua construção,
performatividade, corpo-ambiente, corpomidia, escuta, presença, artevida, ação,
participação, rito.
O happening precursor, de Allan Kaprow, transmitiu para as futuras gerações que a
“fronteira entre arte e vida deve se manter tão fluida e indistinta quanto possível”.
(HOFFMANN & JONAS, 2006).
Joseph Beuys, construiu uma obra referencial para a concepção contemporânea de
arte. Artista trans-performer, integrante do Fluxus, ao lado de Nam June Paik e George
Maciunas, sob um viés político, Beuys foi defensor da arte como revolucionária: “libertar
as pessoas é o objetivo da arte: logo, a arte, para mim, é a ciência da Liberdade”
(BEUYS, 1986), Fundador da Universidade Livre internacional (1974), agrega ações
performances dentro do seu campo de escultor, na qual defendia “a idéia e escultura
social - a transformação da sociedade como obra artística coletiva dentro da Academia
Alemã de Dusseldorf, debateu o tema de arte vida defendendo-a exaustivamente como
revolução “Jeder Mensch ist ein Kunstler” (1979) e publica seu manifesto político Aufruf
Zur Alternative (Conclamação à Alternativa) (1978).
Em “Performance como linguagem” (2009), Renato Cohen, recupera vasto
panorama, muita vezes catalogando performance como arte de ruptura - anarquicamente,
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como mínimo multiplo comum-, em que ora a imagem compõe o seu aspecto central, ora
o deslocamento da ação passa a ser central, ora o rito vem a ser o seu aspecto
primordial, mantendo performance como topos artístico divergente.
Num ato de performance, o performer anula as diferenças promove o signo corporal ao status de seu verdadeiro agente” (Glusberg, 2009:122) Para pensar dança como campo da performance, “o denominador comum seria um novo insight das relações entre o indivíduo e o meio. (Glusberg, 2009:123)
“A idéia de performance foi seriamente reexaminada nos últimos dez anos…
passando dos métodos estruturalistas ao estudo dos processos.”(HOFFMANN & JONAS,
2006). Com o fluxo arte-vida sempre cada vez mais em evidência em performance, o
trabalho do corpo do artista em evidência na obra de Tracy Warr e Amelia Jones, ganha
contornos, dimensões e demove fronteiras em formas de investigação incontroláveis do
corpo como linguagem.
Analisemos agora uma definição mais evidente - mas igualmente mais estreita - da performance, que coloca o corpo no centro da investigação e da expressão artísticas e da qual um sinônimo poderia ser o termo em inglês, „body art‟. O livro de Lea Vergine, Body Art and performance : The body as language (1971) (Body Art e performance: o corpo como linguagem) foi o primeiro a reunir artistas que trabalhavam com ou sobre o corpo. Esta definição de performance como ação centrada no corpo influencia ainda hoje nossa concepção do que ela é. (HOFFMANN & JONAS, 2006)
Dos laboratórios de BMC para performance às ações de performance realizadas
por esta pesquisa, mantivemo-nos nos estudos dos processos centrados no corpo. Cada
processo de criação, composição e configuração foi gerado dentro do escopo da
pesquisa, de investigar os principios evolutivos e como se tornarem procedimentos
artísticos e sua ressignificação improvisacional.
Pelo continuum entre experimento-experiência, interessa bastante o aspecto dos
modos de apresentação dos trabalhos. “Em seu livro O espetáculo da Vida cotidiana
(1959), o sociólogo Erving Goffmann fala do processo de socialização como uma forma
de performance.” (HOFFMANN & JONAS, 2006).
Uma performance é geralmente executada por um artista ou grupo de artistas diante de un público sentado ou em pé, em um tempo e lugar dados, contrariamente ao teatro, a performance não dá a ilusão do acontecimento mas a presentifica o acontecimento real como obra. (HOFFMANN & JONAS, 2006).
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Na performance “Recantos: Corpos nas árvores” desenvolvida dentro desta
pesquisa: “Corpulações”, dois pontos são centrais: mudanças de estado e a forma de
participação do público com a performance.
Um dos enfoques da investigação diz respeito a como realizar performance
partindo da dança como sistemática improvisacional, valendo/se da prática somática
BMC, com treinamento e processo cognitivo de movimentos funcionais-criativos, gerar
mudanças de estado e transbordar o aspecto experiencial, que transforma o preparo em
processo autoral do performer junto ao público.
Há algum tempo o meu interesse por mudanças de estado existia, uma vez que fui
aprendiz de consciência corporal com Klauss Vianna em improvisação e as investigações
com o corpo diziam respeito a um mergulho no reconhecimento das direções ósseas, a
partir delas os espaços articulares e todos os demais principios engendrados pelo
professor. O trabalho de corpo possibilitava começar a enveredar por novos repertórios de
movimento, a partir do aspecto estrutural anatômico do organismo, experimentar o
nascimento de movimentações tendo por base este ponto de referência. O professor criou
uma espécie de dança experimental.
Mas além disso, Klauss discutia forma e função. Sua pesquisa auto didata se
tratava de questionar a forma reprodutível em dança. Klauss deseja o frescor do novo no
ato do acontecimento do movimento, e vislumbrava que este caminho fosse possível
somente ao descondicionar e desautomatizar comandos motores previamente
estabelecidos pela movimentação conhecida, e produzir movimento consciente enquanto
algo que se dá no corpo no momento, tendo em vista o seu aspecto funcional segundo o
parâmetro da estrutura musculo esquelético articular, e tendo e vista como este algo se
torna uma não forma em dança, em permanente desdobramento vivo em escuta e
presença de performance.
A discussão entre forma e função de Klauss se refere a: investigar novas formas a
partir do corpo e investigar o corpo a partir das formas dos ossos, dos limites entre os
segmentos, dos espaços internos, etc.
Ao fazer isso Klauss Vianna ganhou sua fama por instrumentalizar para a Dança no
Brasil um novo modo de trabalhar com o corpo, levando em conta estrutura e função.
Junto Klauss Vianna pleiteou que fossemos intérpretes criadores. A ênfase recaia entre
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uma suposto cisão entre o dançarino e seu corpo, passando a uma total cumplicidade
dele com os trabalhos de corpo da consciência corporal. Sem dúvida, a forte ruptura de
um modelo, não se deu somente em uma área artística, no teatro e em outros modos de
construção artística, tece-se uma ruptura generalizada a modelos preconcebidos:
Na passagem para a expressão artística performance, uma modificação importante vai acontecer: o trabalho passa a ser muito mais individual. É a expressão de um artista que verticaliza todo seu processo, dando sua leitura de mundo, e a partir daí criando o seu texto, no sentido signico, seu roteiro e sua forma de atuação. ( COHEN, 2009:100).
Os primórdios de minha pesquisa sobre mudanças de estado e sobre funcional-
criativo se deram relativamente dentro desta concepção. Posteriormente minha formação
em BMC Body Mind Centering ampliou e expandiu minha compreensão de tal modo que é
a partir „da possibilidade deste método de educação somática de dança como bastidor
permanente das criações‟ é que se dá “Corpulações”.
Buscamos indicar como a pesquisa vem fundamentada pelos estudos de BMC
acerca de movimento para além de uma descrição macroscópica a olho nú, que se valem
do desenvolvimento ontogenético e filogenético evolutivo do organismo para construir os
procedimentos exploratórios. Entre as práticas somáticas de BMC para tramar
procedimentos artísticos em dança/performance escolhemos os reflexos, os BNPs, os
sentidos e percepção e o padrão contralateral.
Toda a pesquisa segue a premissa de „soma‟ para corpo-mente,
Os organismos vivos são SoMAS: eles são parte ordenadas integrais de processos de elementos corporalizados/embodied, que não podem ser separados nem de seu passado evolutivo nem de seu futuro adaptativo. A soma é qualquer corporalização/embodiment individual de um processo, que resiste e se adapta ao longo do tempo, e continua a ser um soma, enquanto viver. No momento em que morre deixa de ser um Soma e se torna corpo.... Como central no campo da somática está a soma - um processo integral e individual que rege a sua própria existência, enquanto tiver existência. (HANNA, 1976: 31).
O autor entende soma como corpo vivo e sua fala despreende para a arte de
improvisação em dança-performance, o sinal interno de ignição dinâmica dos processos.
O cérebro não está a parte do corpo, e ter isso claro, é vital e central para os processos
de investigação, bem como para os de exploração e improvisação, levando-se em conta
que ele atua como o nosso orgão de comunicação interna-externa, tanto no sentido de
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não haver uma clausura neural, como no sentido da informação ser gerada
perifericamente numa intensa malha de comunicação, que não tem o seu centro de
comando na cabeça nem segue o conceito de partituras ou coreografia previamente
delimitada.
Tendo por base que cérebro não somente computa ou processa, nossa hipótese
segue reforçada, evolutivamente falando, do cérebro enquanto orgão que atua como
‘camera de ecos’ e co-depende dos sinais da periferia e dos sinais internos para a troca
de informações e no nosso entender, desta confabulação incessante co-emerge a
corporalização.
Dentro da perspectiva do BMC, os movimentos conformam o fluxo dentro-fora e
acoplam a informação, pertencentes a escalas temporais múltiplas, realizando boa parte
da organização neurológica do organismo desde os seus primórdios.
Nos laboratórios de BMC para performance voltado para os principios evolutivos de
movimentos, realizamos experimentações no campo da exploração.
Entramos num campo de investigação pela porta da exploração num espaço de
possibilidades de criação fomentadas pelo mergulho nos sistemas do corpo. Nas
explorações, passa-se pelo reconhecimento dos processos por escuta, passa-se por
processos de atenção - intenção alternados, passa-se pelos espaços de relação com
repertórios anteriores, e pelas constrições do ambiente versus agenciamento com maior
abertura e disponibilidade de escuta, cuja meta ultrapassa a de ampliar repertórios cabais,
e se dirige a colocar o corpo a disposição de experiências que decolem da tentativa e erro
e do reconhecimento, em deslocamento para como se dá essa experiencia com o
conjunto de estímulos e motivações em processo. Nesse campo improvisacional soma-se
o disparador da não ação da paragem (stillness).
Traduzindo em metodologia de criação, convivem de perto a escuta e a tomada de
decisão na circuitação improvisacional que brotam reagentes ao ambiente. Os intervalos
maiores de não ação da paragem, cunha-se uma suspensão, e na mesma proporção da
fala de John Cage: “o silêncio é grávido de som” (1951)… “a paragem é grávida de
movimento” (QUEIROZ, 2013). Nos processos de investigação com o corpo, coexiste
espaço de possibilidades com espaço de relações demarcados por repertórios anteriores.
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Nestas investigações de movimentos evolutivos busca-se mergulhar em escuta e manter-
se disponível para tomadas de decisão não totalmente controladas pelo cérebro. Sheets-
Johnstone propõe que movimentos agem pela sobrevivência do organismo no meio.
“Distinguir movimento de imobilidade, mover-se de repouso é, sem dúvida, uma
discriminação natural fundamental das criaturas vivas, vital para a sua sobrevivência.”
(Johnstone,1998:17). O intervalo da paragem, prenhe de movimento, confabula um novo
espaço de relação.
‘Pano Preto’ abordado noutro artigo, enquanto ação de pesquisa, se deu
justamente assim como exploração de reflexos primais, respostas atávicas, reações
instintivas tramadas pela escuta de estímulos internos dos sentidos e da propagação do
som no ambiente sem tanto controle nem regularidade, imersas e obscurecidas por
imenso pano preto com dimensão de 6-8 metros. O problema discutido foi reflexo como
portador de informação, (aproveitando parte de minha tese de doutorado), e limiar entre
invisível e visível, sendo que o seu desaparecimento bem como o seu surgimento,
conformavam a movimentação no pano. Entre vários círculos grafáveis de movimentos
ocorrem aqueles que escapam ao recorte a olho nú em que se dá sua exteriorização, é
nesse tipo que escapa ao registro a olho nú, que se tratava o interesse do trabalho.
No desenvolvimento cognitivo defendido pela cognição corporalizada (embodied
cognition), os reflexos não se perpetuam, na formação dos padrões de movimentos, uma
vez integrados, eles desaparecem, e ressurgem no corpo adulto, sempre que, em uma
zona de risco. Reflexos são de rica complexidade na formação do organismo. Seu
diferencial, dentro do entendimento de BMC, é que portam conhecimento e confabulam
passagens de auto-organização do organismo, levando a integração de padrões
neurológicos de movimentos mais complexos.
Para o escopo desta investigação, o mergulho em movimentos longe do controle,
mesclando-se com os regidos pelo controle motor em ascensão, formam os reatores
imprescindíveis dsa explorações que se desenham enquanto funcionais criativas, também
compositivas em aberto de ressignificação improvisacional.
Temos que, movimentos, evolutivamente falando, operam como poderosos signos
de informação e comunicação, tanto dos processos internos de regulação do crescimento
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e desenvolvimento do corpo (dentro-fora), como dos estímulos de informação que
chegam ao corpo e se transformam em corpo (fora-dentro).
Movimentos constituem processos de organização e de mudança das informações que se transformam em corpo (corporalização/embodiment como internalização de informações) e que, a partir desse corpo, agem no ambiente, modificando-se e modificando o ambiente. Essa cadeia de fluxos, sendo inestancável, está sempre promovendo transformações. Sempre trocando as suas agora novas informações com o ambiente que, junto, dinamicamente, se modifica. (Greiner, 2005:130).
Assim, acreditamos que opere a ressignificação improvisacional em performance
de dança construida via labaratórios de processos corporais de BMC para performance
de “Corpulações”.
Este entendimento sobre movimentos nos leva ao de co-emergência e ao de
processos co-evolutivos, como mistura genética e ambiental, a mostrar a co-evolução
entre natureza e cultura, que não cessa. Os genes são desenhados para os meios
ambientes, para atuar neles da melhor forma. Corpo entre biologia e cultura, como
combinatórias que resultam da implementação dos processos de desenvolvimento de
movimentos, que se dão em escala invertebrada, pre-vertebrada e vertebrada, desde os
princípios neurológicos basais, dos reflexos como alfabeto de movimentos, da sua
integração geradora de padrões de movimentos no fluxo em tempo real. Nesta visão,
Os genes são dentes de engrenagem da máquina, não
deuses do céu. Ativando e desativando a vida, por eventos externos bem como pelos internos, sua tarefa é absorver
informação do ambiente com a mesma freqüência com que a transmite do passado. Os genes fazem mais do que portar
informação; eles reagem a experiência.1 (Riddley, 2004: 289)
Riddley indica que a formação do organismo depende do gene, mas também
depende da informação do ambiente. Edelman liga a produção dos genes, a fonte das
similaridades herdadas de uma espécie com a emergência de padrões e formas. A
conclusão geral é que essas determinações são moldadas pela “experiência no mundo”2
(Thelen,1995:159), assim ambiente e organismo são inseparáveis.
1 RIDDLEY, Matt 2004: 289
2 “Experience with the world”.
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BMC demonstra que o corpo em suas múltiplas dimensões e eixos através de
movimentos e contato e sua exploração no ambiente, faz parte do processo de
categorização perceptiva, em concordância ao legado de Gibson. Na mesma direção,
confluem as assertivas de movimentos como categoria perceptiva defendida pela
dinamicista e cientista cognitiva Esther Thelen, que se dedica a explicar o papel dos
movimentos nos processos de desenvolvimento cognitivo.
Em BMC, categorização perceptiva por movimentos vem a ser central para a
organização neurológica, vital para a propulsão do corpo no espaço, vetor importante para
os reflexos e coadjuvante na sua transformação em padrões de movimentos. A hipótese
evolutiva de movimentos nos oferece um meio de entender movimentos como um dos
modos de organização e de comunicação entre sistemas vivos adentro e afora, e como
constitui a diferença para a sua sobrevivência, ou seja, como constitui uma informação
relevante.
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Performance OUAL MEDIC / FILTE-BA 2014
Performer Lela Queiroz / Fotografia Paulo Cesar Lima
“Oual Medic” se constituiu em torno da propulsão no espaço quadrupede,
investigando suas varíaveis em níveis e escalas de duração, problematizando a
permanência e a mudança na disposição de engatinhar como exercício compositivo.
Engatinhar, como um disparador, era a base para a sobrevivência do organismo para que
as informações relevantes viessem a tona na performance.
Em BMC, do homolateral rasteiro se dá a passagem e o nascimento ao padrão
contralateral, a saída de bruços do engatinhar de barriga no chão em direção ao espaço
marca o desenvolvimento do padrão de movimento contralateral.
“Oual Medic” tratou de explorar desde aí as direções no espaço, a funcionalidade e
a sua permanência versus a sua incontinência. nossos laboratórios de BMC para
performance procuraram centrar toda a investigação nessa posição, no deslocamento
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incessante quadrúpede em suas combinatórias ao mesmo tempo como exploração no
ambiente, como funcionalidade do organismo no ambiente, como processo de construção
criativa da propulsão, transições e deslocamentos e bem como sua ressignificação
improvisacional para a sua resolução final.
Performance OUAL MEDIC III Mostra Performance Galeria Canizares
Performers João Anonimatos, Lela Queiroz, Roberta Nascimento
Para entender um pouco mais sobre a hipótese evolutiva de movimentos nos
detemos sobre os princípios evolutivos de BMC, que indicam que uma gama de
movimentos vem herdada de uma espécie. A formação do padrão contralateral se dá nas
espécies mamíferas, avançando do desenvolvimento do padrão de movimento
homolateral dos répteis e do padrão homológo herdados dos anfíbios. Todos eles surgem
enquanto uma possibilidade de atualização de um tipo de movimento específico
fundamental para a sobrevivência daquela espécie, e isso, posto em perspectiva, para a
sobrevivência daquela espécie de movimentos em nossos corpos. Temos movimentações
em torno de eixos tri-dimensionais focais que se integram por subsistemas múltiplos em
crescente desdobramento gerando padrões de movimentos em direção a um
desenvolvimento mais complexo e sofisticado de movimentações.
Algumas hipóteses das ciências cognitivas ressaltam questões voltadas a
mudanças de entendimento entre processo de criação, composição e configuração que
esta pesquisa abriga. Destaco a hipótese de re-edição de Daniel Dennet, nas estratégias
improvisacionais. Estes pontos versam sobre a construção de sentido. Como uma poética
é construida por processos aparentemente tão arduos para a arte? Como o mesmo
princípio aquece no estudo e exploração, sem mantém como processo de criação.
perdura nas cenas em processo: e persistem em reaparição com ressignificação?
O abandono da grafia a priori na dança, para uma grafia processual de
improvisação estruturada, ganha o atravessamento interacional com o público, e ganha
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o aspecto experiencial dentro da obra. Visamos aqui observar as mudanças nos
procedimentos necessários ao fazer artístico que refletem na configuração de “Recantos:
Corpos nas árvores”, inciado dentro do programa da XII Bienal do Reconcavo Baiano.
Para este trabalho, investigamos posições de corpo ligadas a obra “Corpos Presentes” de
Anthony Gormley (2012), escultor inglês contemporâneo, relacionadas à yoga, à evolução
antropológica do corpo em várias culturas, segundo o artista. Me fascinou que tais
posições dialogavam imensamente com as evolutivas em BMC, que se alia ao da yoga,
por sua parte. Essas posições de corpo seriam desdobradas da interação dos performers
com o público formando esculturas vivas. O movimento interno do trabalho trazia o
público para a constituição dessas esculturas e da interação entre performers, avançando
sobre um conceito de paisagem, para o de transformação, inspirando-me em Beuys.
Recantos: Corpos nas Árvores Feira Eco Solidária Parque da Cidade e Painel Performático UFBA
Público e Performers / Fotografia Paulo Cesar Lima
O performer Lúcio Agra cita, em seu texto não publicado, Suely Rolnik (2004), que
o provoca, trazendo a idéia de uma arte que interferisse na vida se afastando do
formalismo e das estratégias tradicionais de criação espetaculares.
Em “Recantos: Corpos nas Árvores”, os procedimentos envolvidos se
apresentaram em encruzilhada no fazer, na abertura da performance, ocorre entre
performers e públicos dispostos em torno da árvore, o toque e balanceamento dos ossos
(bone levering) de BMC, que neste contexto, extrapola o terapêutico dentro do artístico,
na geração de mudança de estado corpórea no público, leva o experiencial para a platéia,
deixando de lado a divisão de um lado expectador - do outro lado ação, entendendo
público e performers como participantes junto. Na direção de interferir na vida, propomos
romper a separação performer público, tramando o risco participativo gerando mudanças
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de estado como transformação no corpo do expectador, cuja participação passa de
laboratório dos sentidos e percepção, para o de sua participação integrada à performance.
Em Recantos: ... valeu-se do princípio de improvisação estruturada amarrando um
roteiro para os performers interagirem com quaisquer dos outros corpos, o elemento terra,
árvore, espaço, público, o ambiente. Nessa estruturação entrou a relação a partir das
posições de corpo de Anthony Gormley em “Corpos Presentes” incluso o trabalho de
reconfiguração dos corpos como toque a manipulação dos mesmos em esculturas vivas.
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Performance “Recantos: Corpos nas árvores” Parque da Cidade - Feira EcoSolidária 2013
Performers Leo Serrano, Luciano da Silva, Índio Medeiros, Lela Queiroz, Bruna Roncari e Um integrante do
público sobe na árvore / Fotografia Paulo Cesar Lima
Trabalhar em dança se valendo de mudanças de estado implica em dizer que
ocorrem reações no organismo que alteram o seu estado de tal modo a mudá-lo e implica
em levar em conta os aspectos biológicos além de também, um entendimento sistêmico
para organismo. É a hipótese de plasticidade neural de Gerald Edelman e um
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entendimento evolutivo para cérebro que balizam nossas reflexões a cerca do processo
artístico, despertando um outro tipo de interesse, o de processos em tempo real.
Segundo BMC, o desenvolvimento dos movimentos se dão evolutivamente por
transições encadeadas, e em todos os seus processos se aliam o aspecto formativo e o
informativo. Por exemplo, nos reflexos, ao mesmo tempo que formam uma resposta de
um nível de regulação biológica, eles sinalizam algo. Aleatórios, intervém nos sentidos e
percepção, como reagentes ou interferência de sinais, confabulam sua integração em
padrões de movimento.
O neurologista Antonio Damásio nos explica em “regulações biológicas” (1998) o
papel destas para propiciar condições vantajosas e reduzir riscos. Ele diz que elas
modelam o design do cérebro, em como responde e reage à estímulos, dependentes das
próprias atividades que o organismo se engaja voluntaria e involuntariamente. Temos dele
outra afirmação no sentido desses circuitos inatos, além da regulação, agirem no
desenvolvimento e na atividade madura das estruturas evolutivas mais recentes do
cérebro. Damásio nos aponta um caminho para entendimento de plasticidade. E
completa, por isso a inequação da proposição de separação entre natureza x cultura (
DAMÁSIO, 1998 : 111). Improvisação enquanto procedimento artístico, permeado por
lances de dados incidentais, corrobora em certo grau desta noção de plasticidade.
Os reflexos agem no organismo fora do eixo de dominância e controle motricional,
levados a tona de forma irregular, imprevisível e não sistemática, co-dependentes em
grande medida das experiências por quais passam o organismo e das pressões internas.
Como os reflexos podem ser considerados parte da fiação corporal com que nascemos,
como predisposições inatas, repito aqui a pergunta que Damásio faz: “ porque deveriam
essas circuitações interferir com a modelagem dos circuitos mais recentes plasticamente
envolvidos em representar nossas experiências tidas? Porque portam informações
genéticas, energéticas e vitais para o organismo, assim formando o alfabeto de
movimentos para a construção de vocabulários.
Segundo o cientista, são os genes que também especificam que esses circuitos
basais inatos exerçam grande influencia em praticamente todo o conjunto de circuitos que
podem ser modificados pela experiência. Damásio afirma que tanto os registros das
experiências como novas respostas a elas se dão balizadas por um conjunto de
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preferencias construidas no interim de sobrevivência no curso da experiência. Esse ponto
se mostra crucial para a perspectiva do BMC, tanto no alfabeto do movimento e sistemas
diretamente coordenados aos reflexos como para o entendimento destes como
fundamentais para o desenvolvimento.
Tomamos de Damásio como incitação para criação improvisacional: 1) a estrutura
precisa, 2) a atividade individual destacando circunstâncias e acaso 3) auto-organização
surgidas das pressões internas da própria complexidade do sistema. (DAMÁSIO, 1998 :
111). Tomamos de Varela o conceito de autopoesis, e de Thelen o de automovimento.
De fato, segundo BMC o alfabeto do movimento constituido por reflexos aliam
princípios funcionais dos BNPs e por disparos energéticos, formam dispositivos para os
marcadores somáticos. A tendencialidade destas preferências empobrece repertório
criativo de movimentações. Há uma continua tensão entre continuar a perder terreno num
sentido ou no outro. Está em questão espaço de possbilidades e espaço de relações de
repertórios anteriores em eminência de se colidir na sistemática improvisacional,
Entre espaço de possibilidades e de relações postas, apresentam-se constrições
vindas tanto da ambiência como também do organismo, em alienação, lembrando Darwin,
mas para além dela estão as constrições propositivas para o jogo improvisacional.
Em outras palavras, o que mais faz parte, boa parte do tempo em que se
experimenta o corpo em movimento? a concepção envolvida nos laboratórios de BMC
para performance, a escolha do princípio evolutivo é crucial e com ela se irá até o final,
ela apresenta o recorte central para o trabalho.
Estas escolhas vem do tracejo metáfora domínio fonte - metáfora domínio cruzada
(LAKOFF&JOHNSON, 1999) repescadas do processo evolutivo de interiorizações e
exteriorizações e marcadores somáticos da experiência já no corpo. Um exemplo aqui,
pode ser dado a partir do núcleo “Peixe Fora D‟água” : a imagem que cercou o trabalho,
prevalesce sobre o espaço de possibilidades. A imagem em movimento de um peixe
retirado da rede de pesca, ainda vivo, fora de seu habitat, procurando de todos os modos
manter-se vivo a todo custo, se debate na superfície irregularmente. Esta imagem conduz
o campo da investigação e estabelece que os reflexos sejam a sua matéria prima. Esta
classe de reflexos se vale dos estímulos e das motivações primais como espasmos, do
campo da quina como vetor da instabilidade, da locomoção esquisita para humanos dos
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BNPs ligando-se à experiência filogenética do aquático e do anfibio, valendo-se de
alavancas mais centrais no corpo, que se dão em aproximação ao se debater
incessantemente à exaustão, a semelhança de um peixe que se estrebuxa e se mexe
convulsivamente por instinto, incontrolável de buscar reconhecer-se dentro d‟agua.
As HIPÓTESES nas ciências cognitivas consideradas para essa espécie de
investigação contida em Corpulações são a debater Damásio e a hipótese …TSNG de
plasticidade neural de Gerald Edelman, consciência corpórea de Maxine Sheets
Johnstone e como ela atesta o papel da propriocepção na construção de sentido, a
reedição de Daniel Dennet para o fazer improvisacional, autopoiesis de Varela e
Maturana. Maxine Sheets Johnstone atesta como evolutivamente a circulação, o tato, o
sentido cinestésico e a propriocepção dotam o organismo de novos disparadores de sua
sobrevivência. A auto poiésis, segundo Varela (2002:52/14) é “literalmente- produzirem de
modo contínuo a si próprios... /auto-produtores – capazes de produzir seus próprios
componentes ao interagir com o meio: vivem no conhecimento e conhecem no viver”.‟‟
Edelman (2000) aponta como o movimento atua na categorização perceptiva e
Thelen (1995) apresenta uma teoria de ação em que a evolução do auto-movimento é a
principal força do desenvolvimento.
As autoras do corpomídia apontam que,
Para fundamentar o entendimento do corpo como mídia e não como veículo de alguma coisa, seja ela arte, história ou qualquer proposta de natureza filosófica, psicológica, ou discursiva, vale não se restringir somente ao macroscópico da observação a olho nú, que descreve as diversas culturas do corpo, mas buscar entender como as informações da cultura passam a residir no “milieu” corpo”; ontogenética, filogenética e fenomenologicamente no seu ambiente e, para tal, há que se abrigar os estudos que focam os trânsitos com o ambiente. (KATZ, 2001:66)
Lembradas as características do dinamicismo; da auto-poiésis; de auto-
organização; temos que: movimentos se replicam a si mesmo e em seu curso se re-
editam e organizam novas redes no seu processo de acontecimento em escalas modais
distintas. Segundo esta hipótese, são os aspectos de duração, contato e pausa que
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igualmente alavancam processos de re-significação por movimentos, na constituição de
ações físicas deliberadas.
Toda ação é intencional (Dennet, 1987, 1991), e em seu âmago, se busca através
da escuta, a presença em estados de atenção variados, revelar outros sentidos à uma
mesma ação, expandindo o repertório disponível de intenções. Isso fica visível em “Oual
medic” em que os performers mantidos de quatro o tempo todo, exploram o campo com o
surgimento de sentido imanentes das ações e experimentam conflitos interpessoais em
embate que explodem sem previsão.
Some-se a isso, partindo de um princípio evolutivo prevertebrado, um padrão
neurológico basal, BNP, propostas de desafiar a gravidade ou buscar a locomoção, que
são ações da ordem da sobrevivência do organismo no ambiente, surgem instigantes
possibilidades e assim desfazem-se códigos dominantes de movimentos de repertórios
conhecidos.
“Corpulações” tem o seu enfoque dirigido ao estudo dos processos de movimentos
evolutivos para nortear os procedimentos artísticos de criação das performances,
apoiadas pelo campo exploratório e pelas estratégias improvisacionais de BMC. Num
processo dinâmico entre fazer e dar forma, recorrer a fonte, velar, desvelar, revelar,
desdobrar, simular, revisitar, num continuum entre formativo-informativo, entre
experimentos-experiência, salienta a escuta e a presença, deslocando o eixo do linear
temporal para o eixo seletivo, de deslocamentos da informação desestabilizando a
linearidade antes-depois, expoê e impôe-se eixos migratórios em evolução.
Estariam os reflexos no limiar entre funcional e disfuncional? Como se dá a
resignificação? Continuam inquietações moventes para instigar a continuidade desta
pesquisa.
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Videografia
“Provokation: Lebenselement der Gesellschaft - Zu Kunst und Antikunst ( Provocação: elemento vital da sociedade - sobre arte e antiarte)”. Dusseldorf: WDR, 1970.
Tratamento das imagens: fotógrafo PAULO CESAR LIMA.
*Lela Queiroz, Profª Drª PPGDANÇA UFBA, Educadora Somática Certificada Internacional BMC SME /
IDME. Artista performer em intervenções públicas,trabalhou com diversos artistas. Prêmios SESC e SMC.
Projetos de extensão e pesquisa “Interação cognitiva BMC - Dança – Escola” e “Corpulações” Lider do
grupo de Pesquisa DC-3 CNPq. Autora de 3 livros e vários artigos, Membro da ISMETA, BMCA, REPI-BA