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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
TRABALHO, FORMAÇÃO E A SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE E ENFERMAGEM
Anais
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
17 de julho de 2017
Rio de Janeiro – RJ / Brasil
4
REITOR DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
Prof. Dr. Ruy Garcia Marques
VICE-REITOR DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ
Prof.ª Maria Georgina Muniz Washington
SUB-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA – SR2
Prof. Dr. Egberto Gaspar de Moura
DIRETOR DO CENTRO BIOMÉDICO
Prof. Ms. Mario Sergio Alves Carneiro
DIRETORA DA FACULDADE DE ENFERMAGEM
Profa. Dra. Norma Valéria de Oliveira Dantas Souza
VICE-DIRETORA DA FACULDADE DE ENFERMAGEM
Profa. Ms. Eloá Carneiro Carvalho
COORDENADORA DA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
Profa. Dra. Lucia Helena Garcia Penna
COORDENADORA ADJUNTA DA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
Profa. Dra. Denize Cristina Oliveira
COORDENADORA DE GRADUAÇÃO
Profa. Dra. Maria Therezinha Nóbrega da Silva
COORDENADORA DE EXTENSÃO
Prof. Dra. Patrícia Lima Pereira Peres
PROMOÇÃO
PPGENF / ENF / UERJ
3
COMISSÃO ORGANIZADORA
Linha: Trabalho, Educação e Formação Profissional em Saúde e Enfermagem
Prof. Dr. Elias Barbosa de Oliveira
Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza
Doutorandos
Amanda de Lucas Xavier Martins
Dayse Carvalho do Nascimento
Tarciso Feijó da Silva
Mestrandas
Ana Carolina Lopes Neves
Bruna dos Reis Martins
Caroline do Nascimento Leite
Maria Isabel Silva Santos
Marina Caldas Nicácio
Marina Nunes de Souza
Priscila Francisca de Almeida
Tatiana Cabral da Silva Ramos
Colaboração
Profa. Dra. Cristiane Helena Gallasch
LOCAL DO EVENTO
Espaço Rachel Hadock Lobo
Av. Boulevard 28 de setembro 157 / 7º andar
Vila Isabel / RJ
INFORMAÇÕES
Faculdade de Enfermagem / UERJ
Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Telefone: 2587-6335 – Ramal 204
Av. Boulevard 28 de setembro 157 / 7º andar
Vila Isabel/RJ
ISBN: Volume 1 – Número 1
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
ANAIS – ISBN: ____________
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SUMÁRIO
1. Apresentação ......................................................................................................... 05
2. Breve Histórico ...................................................................................................... 05
3. Tema Central 2017 .................................................................................................05
4. Eixos Temáticos ......................................................................................................05
5. Justificativa do Tema .............................................................................................06
6. Público Alvo ............................................................................................................06
7. Objetivos do Evento ...............................................................................................06
8. Programação Científica .........................................................................................07
9. Índice dos moderadores ............................................................................................07
10. Índice de Trabalhos Científicos ............................................................................08
11. Resumos ..................................................................................................................10
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
ANAIS – ISBN: ____________
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1. APRESENTAÇÃO
O V Seminário de Saúde do Trabalhador é promovido pela Faculdade de
Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ) e tem como co-
promotor o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGEnf) – Linha 2: Trabalho,
Educação e Formação Profissional em Saúde e Enfermagem. Ocorrido no dia 17 de julho
de 2017, no horário de 08 as 17h, nas dependências da Faculdade de Enfermagem –
Anfiteatro Rachel Haddock Lobo– Rua Boulevard 28 de Setembro, 157, 7º andar – Vila
IsabeL – Rio de Janeiro / RJ.
2. BREVE HISTÓRICO
Baseado nas propostas de proporcionar um espaço de aprendizagem sobre as temáticas
inerentes à saúde do trabalhador e promover debates que permitam trocas de
conhecimentos, fazendo parte da disciplina Trabalho, Formação e Saúde do Trabalhador
de Saúde e de Enfermagem, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Enfermagem – UERJ, o Seminário de Saúde do Trabalhador apresenta sua
quinta edição. Com a característica de apresentar e discutir conteúdos inéditos a cada ano,
e relevantes nas áreas de promoção da saúde, prevenção de agravos e de pesquisas
relacionadas à saúde e trabalho, já abordou como temas centrais: O adoecimento do
trabalhador de Enfermagem (2013), Violência no Trabalho (2014), Reconhecimento e
Valorização do Trabalhador de Enfermagem (2015) e Precarização do Trabalho em
Saúde e em Enfermagem (2016).
3. TEMA CENTRAL 2017
Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho em saúde e enfermagem
4. EIXOS TEMÁTICOS
1. Judicialização da saúde e o trabalho em Saúde.
2. Judicialização da saúde e o trabalho em Enfermagem.
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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3. Processo, organização e condições de trabalho.
4. Formação e capacitação profissional em enfermagem.
5. Processo saúde-doença do trabalhador em saúde e enfermagem.
5. JUSTIFICATIVA DO TEMA
A judicialização em saúde é uma realidade cada vez mais crescente a cada ano no Brasil,
trazendo grandes e negativas repercussões para a saúde tendo em vista a crise no país e
na saúde pública. As repercussões acabam por interferir conjuntamente, nos serviços de
saúde e suas inter-relações com os processos, organização e condições de trabalho, bem
como com formação e capacitação no trabalho em saúde a nível técnico, nível de
graduação e pós-graduação. Além do mais, trazem repercussões à saúde do trabalhador -
processo saúde-doença do trabalhador em saúde e enfermagem. É de extrema relevância
promover maior abordagem e visibilidade sobre a referida temática, a fim de desenvolver
e criar mecanismos e estratégias coletivas de fortalecimento dos diferentes agentes
sociais, na luta por um trabalho digno e saudável.
6. PÚBLICO ALVO
Docentes e pesquisadores da área de Saúde do Trabalhador;
Profissionais da Saúde do Trabalhador;
Graduandos e pós-graduandos de áreas afins;
Profissionais de equipes de saúde;
Demais interessados na temática.
7. OBJETIVOS DO EVENTO
Debater os aspectos históricos, políticos, sociais e econômicos relacionados à
judicialização da saúde;
Discutir a temática de judicialização da saúde e suas implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem.
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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8. PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA
08h Credenciamento do Evento
08h30
Sessão de Abertura
Cerimonialista: Mestranda Marina Nunes de Souza
Diretora da FENF/UERJ: Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza.
Coordenadora do PPGEnf/UERJ: Profa. Dra. Lucia Helena Garcia Penna.
Professora Representante da Disciplina: Profa. Dra. Cristiane Helena Gallasch.
Discentes Representantes da Disciplina: Ana Carolina Lopes Neves
Caroline do Nascimento Leite
Tarciso Feijó da Silva
Tatiana Cabral da S. Ramos
09h
Palestras
Palestrante
O contexto do Serviço de Saúde e Fatores para a Judicialização do Trabalho
em Saúde e Enfermagem
Dra. Thaísa Guerra (Defensora do Estado do Rio de Janeiro)
Palestrante
Implicações da judicialização da saúde para o trabalhado de enfermagem
Profª Eloá Carneiro Carvalho (FENF/UERJ)
Palestrante
Implicações da judicialização da saúde para a saúde do trabalhador
Prof. Dra. Helena Maria Scherlowski David (FENF/UERJ)
Moderadora:
Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza (FENF/UERJ)
10h40 às
11h Coffee Break
11h às
11h50 Sessão de Perguntas e Debate
13h às 17h
Apresentação de Trabalhos (E-Pôster dialogado)
Moderadores:
Profª. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza (FENF/UERJ)
Prof. Dr. Elias Barbosa de Oliveira (FENF/UERJ)
Prof. Dr. Delson da Silva (FENF/UERJ)
Prof. Ms. Eugenio Fuentes Pérez Júnior (FENF/UERJ)
Secretários:
Amanda de Lucas Xavier Martins (PPGEnf/UERJ)
Dayse Carvalho do Nascimento (PPGEnf/UERJ)
Tarciso Feijó da Silva (PPGEnf/UERJ)
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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ÍNDICE DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS
Nº Temática Pag
1
O ambiente hospitalar e a qualidade de vida no trabalho
11
2
Trabalho em turnos e transtornos mentais comuns em profissionais de enfermagem de um
hospital psiquiátrico
12
3
Burnout em enfermeiros de um serviço de emergência: a organização do trabalho
13
4
Síndrome de Burnout em enfermeiros residentes de hospital de ensino
14
5
Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características sócio-
profissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica
15
6
Revisão bibliográfica sobre o processo de trabalho do enfermeiro de emergência
16
7 Saúde dos rodoviários de transportes de pessoas: subsídios para a assistência de enfermagem
17
8
Enfermeiro(a) de equipe ou responsável técnico de enfermagem na estratégia de saúde da
família: eis a questão?
18
9 Saúde mental e trabalho: violência relacionada ao trabalho da equipe de saúde
da Estratégia de Saúde da Família 19
10 Repercussões sofridas pelos trabalhadores de enfermagem frente ao assédio moral
20
11
Fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de enfermagem em
emergência hospitalar
21
12
Precarização do trabalho no serviço de atendimento móvel de urgência: repercussões para a
saúde do trabalhador
22
13
Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características
sócioprofissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica
23
14
Terceirização do trabalho em hospital público municipal: um desafio para gestão do serviço de
enfermagem
24
15
O conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador no contexto
neoliberal à luz de Pierre Bourdieu
25
16 Riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem
26
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“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
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9
17
Tecnologia Educativa no gerenciamento de risco dos resíduos perfuro-cortantes da assistência
hospitalar
27
18
Trabalho precarizado e transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem de uma
unidade de internação psiquiátrica
28
19
Precarização do trabalho de enfermagem em hospital de ensino e as repercussões para a saúde
mental de enfermeiros de gestores dos serviços
29
20
Incorporação de tecnologias duras e implicações para os trabalhadores de enfermagem
30
21
A Judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do Enfermeiro
31
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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RESUMOS DOS TRABALHOS SESSÃO
ORAL
V SEMINARIO SAUDE DO TRABALHADOR
JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE E AS IMPLICAÇÕES
PARA O TRABALHO EM SAÚDE E ENFERMAGEM
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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O ambiente hospitalar e a qualidade de vida no trabalho
Érika Almeida Alves Pereira, Aline Ramos Velasco,
Karina Viana Ribeiro, Stéfanie Gimenez,
Denise Rasia, Joanir Pereira Passos
A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) em profissionais que atuam em ambientes
hospitalares é tema que vem despertando interesse crescente à comunidade científica.
QVT é um conceito complexo, multidimensional, descrito de diferente maneira por
diversos autores, sendo ausente uma definição clara sobre o termo. O conceito comum
envolve condições de vida do indivíduo frente ao seu ambiente de trabalho, e abrange
questões de satisfação e bem-estar no profissional, sua saúde física, mental e social, além
de capacitação, segurança no emprego e no ambiente em que trabalha, entre outros. O
objetivo do estudo foi discutir os fatores relacionados à QVT de profissionais da área da
saúde atuantes no ambiente hospitalar, na perspectiva da saúde do trabalhador. Trata-se
de uma revisão integrativa, no período compreendido entre 2006 e 2017, nas bases de
dados LILACS, MEDLINE e BDENF, com o uso dos descritores: “quality of life” and
“work” and “hospitals”. Foram selecionados 25 artigos que atenderam aos critérios de
inclusão. Nota-se a ausência de um consenso sobre o conceito de QVT entre os autores e
os estudos selecionados, além disso, não existe uma escala padrão para medir/avaliar
QVT, uma vez que envolve fatores influenciados pelo ambiente de trabalho, cultura
organizacional, e diversos outros aspectos, tornando difícil o uso de uma escala que possa
ser aplicada nas diferentes culturas existentes. Destaca-se a grande preocupação com a
QVT dos profissionais da equipe de enfermagem em todo mundo, sendo esta a categoria
profissional cuja QVT foi mais pesquisada. Diferentes abordagens sobre a QVT foram
apresentadas: Estudos que visam validação e testagem de escalas para mensurar QVT e,
a associação de QVT com diversos aspectos como: satisfação, estresse ocupacional,
rotatividade profissional e intenção de deixar o emprego, fatores psicossociais e
emocionais existentes no ambiente de trabalho, produtividade e, identificação de fatores
determinantes para a existência e melhoria da QVT dos indivíduos. Os estudos apontam
para a importância da QVT, uma vez que níveis satisfatórios de QVT favorecem a saúde
do profissional, com melhores níveis de satisfação, menor risco de estresse ocupacional
e burnout, menores índices de absenteísmo, e, que as melhorias relacionadas a promoção
da QVT vão além do âmbito individual, atingindo diretamente níveis organizacionais,
com aumento da produtividade e comprometimento do profissional, melhoria na
qualidade de assistência prestada à nível de segurança do paciente. Visto isso, faz-se
necessário pensar em intervenções efetivas que promovam a QVT e, consequentemente,
a promoção à saúde dos profissionais, com vistas a benefícios diretos aos profissionais e,
consequentemente benefícios às organizações.
Palavras-chave: Qualidade de vida; Trabalho; Hospitais.
V Seminário de Saúde do Trabalhador
“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
em saúde e enfermagem”
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Trabalho em turnos e transtornos mentais comuns em profissionais de
enfermagem de um hospital psiquiátrico
Lucas Barbosa Santos Dias; Raphael Lopes Valério; Elias Barbosa de Oliveira;
Silvia Regina Carvalho de Souza da Silva; Alexandre Vicente da Silva
Estudo que possui como objeto o trabalho em turnos e os Transtornos Mentais Comuns
(TMC) em profissionais de enfermagem da psiquiatria. Tem como objetivos descrever o
perfil sociodemográfico e profissional dos profissionais de enfermagem de um hospital
psiquiátrico que trabalham em turnos; rastrear a ocorrência de transtornos mentais
comuns em trabalhadores de enfermagem de um hospital psiquiátrico que trabalham em
turnos; identificar os sinais e sintomas preditores de transtornos mentais comuns em
trabalhadores de enfermagem de um hospital psiquiátrico que trabalham em turnos;
estabelecer a relação entre transtornos mentais comuns e características do perfil
sociodemográfico e profissional da amostra. Método quantitativo, descritivo e
exploratório, realizado em um hospital psiquiátrico do município do Rio de Janeiro. A
amostra foi composta por 63 trabalhadores de enfermagem que obedeceram aos critérios
de inclusão pré-estabelecidos. A pesquisa encontra-se inserida no projeto “Cargas de
trabalho em hospital psiquiátrico: repercussões para a saúde do trabalhador e a
organização hospitalar” do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto sob o parecer 619.262 e
autorizado pelo CEP da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Para a coleta
de dados foi utilizado um instrumento estruturado para caracterizar o perfil
sociodemográfico e o Self Report Questionnaire (SRQ-20) da Organização Mundial de
Saúde (1985) específico para o rastreamento de TMC. Os resultados evidenciaram que
17(26,98%) trabalhadores da amostra apresentaram TMC. O profissional de enfermagem
que atua no ambiente hospitalar está exposto a riscos psicossociais que acarretam estresse
ocupacional, e dentre eles: número insuficiente de pessoal, escassez de materiais,
condições físicas inapropriadas, sobrecarga de trabalho, pressão do tempo, duplo vínculo
empregatício, carga horária extensa, regime de turnos. Essas condições são capazes de
causar prejuízos à saúde física e mental do trabalhador devido a uma alta demanda de
trabalho e o baixo controle sobre ele1,2,3. Quanto aos fatores preditores, houve prevalência
do fator I (humor depressivo ansioso), “sentir-se nervoso (a), tenso (a) ou preocupado
(a)” apareceu com 37(58,73%) afirmativas. Na psiquiatria os profissionais prestam
cuidados a quadros clínicos imprevisíveis e há a necessidade de observação e controle
constante dos pacientes, intensificando a carga psíquica no trabalho e gerando um estado
de estresse e alerta permanentes no profissional4. Na associação das variáveis
relacionadas ao perfil da amostra e a ocorrência de TMC, houve prevalência entre os
enfermeiros 6(50%), profissionais do plantão noturno 13(37,14%) e aqueles 13(37,14%)
com mais de um vínculo empregatício. Ratifica-se a importância de suporte em saúde
mental junto aos trabalhadores da psiquiatria, como também a elaboração de estratégias
de enfrentamento diante de problemas de ordem estrutural (pessoal e material) que podem
contribuir para a ocorrência de TMC, considerando que 24(38,10%) trabalhadores
afirmaram a necessidade de receber algum tipo de suporte em saúde mental. Conclui-se
que é necessário intervir neste contexto de trabalho com o intuito de programar medidas
de caráter preventivo e de tratamento com vistas a saúde do trabalhador e a organização.
Palavras-chave: Saúde mental; Saúde ocupacional; Enfermagem; Trabalho em turnos;
Psiquiatria.
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“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
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Burnout em enfermeiros de um serviço de emergência: a organização do trabalho
Elias Barbosa de Oliveira; Christiane Helena Gallash;
Pedro Paulo Alves da Silva Junior; Alexia Vidal Rodrigues Oliveira;
Raphael Lopes Valério; Lucas Barbosa Santos Dias
É crescente a preocupação com as condições inadequadas de trabalho da enfermagem em
hospitais, o que atrai a atenção de pesquisadores devido aos riscos que este ambiente
oferece somados a realização de atividades peculiares à assistência a pacientes com
diversos problemas de saúde. Quanto ao trabalho em serviço de emergência, deve-se
considerar a possibilidade da ocorrência da SB nos enfermeiros, tendo em vista a
existência de fatores de risco psicossocial que comprometem a saúde e o bem estar desta
parcela de trabalhadores e dentre eles: a superlotação dos serviços, a violência laboral, o
cuidado de pacientes com risco de morte, as inadequadas condições de trabalho em termos
de recursos humanos e materiais, as condições inapropriadas das instalações e a
intensificação do ritmo de trabalho1. Os trabalhadores submetidos ao estresse de alta
intensidade e duração, que não apresentam energia adaptativa suficiente para reagir frente
aos agentes estressores, desencadeiam sentimentos de esgotamento emocional e se
tornam vulneráveis para o desenvolvimento da SB2. A SB é um estado prolongado de
estresse no ambiente de trabalho e envolve três dimensões: (a) exaustão emocional:
desgaste ou perda dos recursos emocionais; (b) despersonalização: desenvolvimento de
sentimentos e atitudes negativas no trabalho; (c) diminuição da realização pessoal no
trabalho com tendência à autoavaliação profissional negativa, tornando-se infeliz e
insatisfeito2,3. Objetivo: analisar as dimensões envolvidas na síndrome de burnout em
enfermeiros de um serviço de emergência. Pesquisa quantitativa, descritiva, transversal
realizada com 37 enfermeiros de um serviço de emergência situado no município do Rio
de Janeiro. Utilizou-se um questionário para a caracterização da amostra e o Malach
Burnout Inventary (MBI - Human Services Survey). A amostra é composta, em sua
maioria pelo sexo feminino, trabalham mais de 50 horas semanais acumulam dois
vínculos empregatícios, com restrição de tempo para o descanso, o autocuidado, lazer e
convivência com a família. No caso das mulheres deve-se considerar a também o trabalho
doméstico como fator agravante do estresse. Identificou-se a suspeição de burnout na
amostra, considerando escores altos para as subescalas exaustão emocional 18(48,6%) e
despersonalização 24(64,9%), alto para a subescala realização profissional 16(45,9%). É
relevante avaliar as dimensões da síndrome de burnout, pois seu desenvolvimento implica
em adoecimento, queda da produtividade e qualidade do cuidado prestado. Deve-se
considerar a influência dos agentes estressores em serviço de emergência, os aspectos
sociodemográficas e profissionais dos participantes. Há necessidade de adoção de
medidas de cunho preventivo e também relativo à promoção da saúde, considerando o
impacto da SB.
Palavras-chave: Estresse; esgotamento profissional; equipe de enfermagem; saúde do
trabalhador; serviço de emergência.
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Síndrome de Burnout em enfermeiros residentes de hospital de ensino
Raphael Lopes Valério;
Lucas Barbosa Santos Dias;
Elias Barbosa de Oliveira
Trata-se de uma pesquisa de Síndrome de Burnout (SB) em residentes de enfermagem de
um hospital universitário. Muitos enfermeiros optam pela residência visando aquisição e
aperfeiçoamento de habilidades teóricas e práticas, proporcionando um crescimento
profissional para o ingresso no mercado de trabalho cada vez mais competitivo e
exigente1. Desse modo, ao optar pela residência em unidades hospitalares complexas e
diante de condições inadequadas de trabalho, o residente se expõe a riscos ocupacionais
e entre eles, os psicossociais, capazes de causar danos à saúde física e mental, devido à
alta demanda em termos de atividades de cunho técnico e assistencial e o baixo controle
sobre o processo de trabalho. Alerta-se para o fato de que residentes de enfermagem por
serem, em sua maioria, recém-formados e inexperientes, possuem estratégias reduzidas
de enfrentamento das situações geradores de desgaste2. A síndrome do esgotamento
profissional, também denominada de SB, foi descrita pela primeira vez em 1974 pelo
psicólogo Freudenberger e era usada para descrever um sentimento de fracasso e exaustão
causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos. Já no ano de 1986,
Maslach expandiu o conceito e definiu Burnout como uma reação a tensão emocional
crônica do indivíduo, por lidar excessivamente com pessoas. A SB é formada por três
dimensões que se relacionam ao mesmo tempo em que são independentes umas das
outras: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional3.
Algumas situações estão presentes no trabalho do enfermeiro residente, como: pressão
pelo tempo, carga pesada de trabalho, esforço físico, excessiva responsabilidade,
interrupções e incômodos no processo de trabalho e entre outros que são capazes de gerar
e intensificar o estresse ocupacional2. Objetivos: verificar a ocorrência de SB em
enfermeiros residentes de hospital de ensino; analisar as dimensões envolvidas na SB em
enfermeiros residentes de hospital de ensino. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo
e exploratório, que tem como campo um hospital universitário situado no município do
Rio de Janeiro. A amostra será composta por residentes de enfermagem que obedeçam ao
seguinte critério de inclusão: estar realizando atividades de cunho técnico assistencial no
período da coleta de dados. Serão excluídos do estudo residentes afastados para
tratamento de doenças, de férias, afastamentos de outra natureza. Os dados serão
coletados após autorização da direção da instituição referida e aprovação pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, como preconizado pela
Resolução n.º 466 de 12 de dezembro de 2012. Todos os participantes assinarão o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido em conformidade com a resolução 466/12. Na
coleta de dados prevista para o primeiro semestre de 2018, serão utilizados os seguintes
instrumentos estruturados: Questionário de Perfil Sociodemográfico e o Maslach Burnout
Inventory (MBI), inventário investigativo específico validado internacionalmente. Ao
termino da coleta, os instrumentos serão lançados numa planilha do programa Excel e
analisados mediante os escores obtidos, através da técnica de estatística absoluta e
relativa.
Palavras-chave: Estresse; Enfermagem; Esgotamento Profissional; Formação.
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Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características
sócio-profissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação
clínica
Fernanda Medeiros da Fonseca Beiral
Elias Barbosa de Oliveira
Resumo: trata-se de um projeto de dissertação de mestrado, tem como objeto ¨índice de
capacidade para o trabalho e a correlação com as características sócio-profissionais em
trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica”. O interesse pelo o
objeto do estudo surgiu da minha vivência como enfermeira chefe de um setor de
internações clínicas de um Hospital Universitário Federal, onde observei que existiam
profissionais de enfermagem que cumpriam carga horária de trabalho acima de 40 horas
semanais e em sua maioria, possuíam mais de um vínculo empregatício. Acrescentam-se
outros problemas que repercutem negativamente na saúde do trabalhador, afetando o
índice de capacidade para o trabalho e dentre eles: sentimentos de desvalorização
profissional, terceirização dos serviços e o trabalho temporário que não garantem os
direitos trabalhistas previstos em lei. Objetivos: realizar um levantamento das
características sócio-profissionais dos trabalhadores de enfermagem de unidades de
internação clínica; avaliar o índice de capacidade para o trabalho dos trabalhadores de
enfermagem; e discutir a relação entre índice de capacidade para o trabalho e as
características sócio-profissionais dos trabalhadores de enfermagem Método: estudo
quantitativo, descritivo e exploratório. O campo serão as unidades de internação clínica
de um Hospital Universitário público situado no município do Rio de Janeiro. O
recrutamento dos participantes será realizado mediante um censo, cuja amostra será
selecionada a partir dos seguintes critérios: trabalhadores de enfermagem (enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem) que exerçam suas atividades laborativas a partir de
01 ano no serviço; vínculo estatutário; sendo excluídos os trabalhadores com menos de
01 ano de atuação no serviço; e temporário. Na coleta de dados será utilizado um
questionário (ICT, 1985) para avaliar o índice de capacidade para o trabalho e um
instrumento estruturado para a caracterização dos participantes. A coleta será realizada
na própria instituição após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa
(CEP) e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados serão
analisados mediante o resultado do escore obtido pelos participantes mediante a técnica
de análise estatística descritiva (números absoluto e relativo) cujos resultados serão
analisados a partir dos estudos recentes sobre o índice de capacidade para o trabalho e a
saúde do trabalhador. Contribuições: Através dos resultados será possível conhecer e
avaliar as repercussões da capacidade para o trabalho do trabalhador de enfermagem
mediante a correlação com as suas características sócio-profissionais, contribuindo deste
modo com a Política de Desprecarização do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos
trabalhistas, investir na capacitação de recursos humanos e realização de concursos
públicos. Referências: Mello, M.T. Trabalhador em turno - Fadiga. São Paulo: Ed.
Atheneu, 2013. Ribeiro, M.C.S. Enfermagem e trabalho: fundamentos para a atenção à
saúde dos trabalhadores. Martinari, 2º edição, 2012.
Palavras-chave: Avaliação da Capacidade de Trabalho; Enfermagem; Saúde do
Trabalhador.
V Seminário de Saúde do Trabalhador
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Revisão bibliográfica sobre o processo de trabalho do enfermeiro de emergência
Flaviana Pereira Bastos Nascimento;
Ingrid de Araújo Lima;
Cristiane Aguiar da Silva;
Raquel Juliana de Oliveira Soares
Introdução: Os enfermeiros que atuam no setor de emergência exercem atividades que
exigem esforço excessivo, além da resposta rápida e eficaz exigida pelo atendimento.
Sendo necessários uma boa organização do trabalho, materiais de qualidade e em
quantidade suficientes, profissionais na equipe habilitados a exercer as funções do setor,
capazes de atender a demanda da população, nos princípios da humanização da
assistência. Muitos destes fatores não são respeitados e podem ocasionar o adoecimento
deste trabalhador, são eles: sobrecarga das atividades, número de profissionais reduzido
na equipe, tempo insuficiente para execução das tarefas, relação interpessoal ineficiente,
entre outros. Diante esta problemática, surgiu o interesse em conhecer sobre as
publicações da enfermagem sobre o processo de trabalho do enfermeiro no setor de
emergência. Teve como objetivo identificar as produções bibliográficas brasileiras
publicadas sobre processo de trabalho do enfermeiro de emergência entre os anos de 2012
a 2016. Método: Um estudo de revisão bibliográfica, no qual foi feita a coleta de dados
no mês de fevereiro de 2017 com o objetivo de levantar as produções científicas na base
de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizados os seguintes descritores,
encontrados no DeCS Descritores em Ciências da Saúde: emergência AND enfermeiro
AND trabalho. Na busca aplicou-se como critérios de exclusão, monografias, teses e
artigos com publicação apenas de resumo. E aplicou-se como critérios de inclusão artigo
completo publicado em português, no período de 2012 a 2016, um intervalo de cinco
anos. Artigos disponibilizados na íntegra na versão paga foram excluídos. Resultados e
Discussão: Foi encontrado um total de 14 artigos que atenderam os critérios
metodológicos definidos: na base eletrônica na BVS. Publicados nos anos 21,4% (3) em
2012, 50% (7) em 2013, 14,3% (2) em 2015 e 14,3% (2) em 2016. Após a leitura dos
estudos selecionados, emergiram as seguintes categorias para discussão: 50% abordavam
as funções exercidas pelos enfermeiros no processo de trabalho na área de emergência, o
enfermeiro exerce muitas atividades na emergência, foi pontuado atividades assistenciais,
procedimentos de média a alta complexidade, classificação de risco e funções gerenciais;
50% abordavam os condições e fatores que interferem no processo de trabalho, os estudos
que demonstraram que falta de harmonia com a equipe e com o local de trabalho pode
diminuir a efetividade da atividades do enfermeiro, falta de profissionais diante a
demanda alta de atividades, conforto do local de trabalho, entre outros, podem afetar a
motivação do profissional para o trabalho. Conclusão: É relevante ter conhecimento
sobre como ocorre o trabalho do enfermeiro no setor de emergência, que muitas vezes a
dinâmica de trabalho pode trazer consequências negativas para o trabalhador, para que
sejam criadas intervenções que melhore a qualidade do processo de trabalho.
Palavras-chave: enfermeiro; trabalho; emergência.
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“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho
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Saúde dos rodoviários de transportes de pessoas: subsídios para a assistência de
enfermagem
Andréa Cordeiro dos Santos Lopes; Cristiane Aguiar Silva;
Flaviana Pereira Bastos Nascimento; Ingrid Araújo Lima;
Marília de Souza Fernandes; Raquel Juliana de Oliveira Soares
Introdução: O serviço de transporte rodoviário por ônibus vem crescendo
significativamente, sendo uma das principais modalidades usadas no deslocamento
coletivo de usuários o que ocasiona um número maior de profissionais rodoviários para
conduzir esses ônibus. O trabalho de condutor de ônibus tem uma relevância social muito
grande, além dos riscos a que são expostos e condições de trabalho, tem a
responsabilidade cotidiana de transportar passageiros. Objetivo: O objetivo do estudo é
analisar a produção científica brasileira sobre a situação de saúde de rodoviários de
transporte de pessoas. Método: Trata-se de revisão bibliográfica realizada nas bases de
dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS- BIREME), biblioteca eletrônica Scientific
Eletronic Library Online (Scielo) no período compreendido entre janeiro de 2003 a
dezembro de 2013, e sites dos Conselhos Regionais de Enfermagem. Para a coleta de
dados, foi elaborado um instrumento que contemplou: identificação do artigo, autores,
periódico, ano da publicação, metodologia e principais achados. Foram pesquisado o total
de 54 artigos e destes foram utilizados 5 artigos que compreenderam melhor o objeto
proposto, Resultado: Os 5 artigos científicos selecionados para a amostragem final deste
trabalho, foram publicados entre os anos de 2005 a 2012, onde a predominância tem
publicação nos anos de 2008 e 2012. Todos passaram pelos critérios de inclusão
previamente estabelecidos que foram divididos em dois segmentos: o primeiro com uma
tabela contemplando as informações: título, autores, periódico, ano da publicação e a
metodologia abordada nos estudos e o segundo com a síntese dos artigos pesquisados,
destacando os autores, título e principais achados dos estudos. Após análise de dados, foi
evidenciado que esta população tem alta probabilidade de adoecimento decorrente da
profissão, assim como foi evidenciado que os programas de prevenção de doenças e
promoção da saúde implantados nas empresas não correspondem à necessidade desses
profissionais, podendo colaborar para o agravamento da saúde deste trabalhador.
Conclusão: Conclui-se que, a atividade deste profissional é desgastante, podendo
ocasionar fadiga, estresse, ansiedade, problemas cardíacos decorrentes de cargas neuro-
humorais, dor epigástrica entre outros estressores. Assim, faz-se necessária a estratégia
de implantação de um programa direcionado a promoção da saúde e prevenção de doenças
do trabalhador, bem como um programa de educação em saúde com orientação acerca do
autocuidado.
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Enfermagem do Trabalho; Transportes.
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Enfermeiro(a) de equipe ou responsável técnico de enfermagem na estratégia de
saúde da família: eis a questão?
Lidiane Dias Reis
De acordo com a carteira de serviços- Relação de serviços prestados na Atenção Primária
a Saúde, lançada em 2011 pela Secretaria Municipal de Saúde todas as unidades da
Atenção Primária à Saúde devem apresentar: Responsável técnico (RT) enfermeiro,
devidamente registrado no COREN, sendo de responsabilidade o planejamento,
organização, direção, coordenação, execução e avaliação dos Serviços de Enfermagem
da empresa / instituição onde estes são executados (Resolução Cofen nº 509/2016). Após
a expansão da estratégia de saúde da família (ESF) no Município do Rio de Janeiro os
enfermeiros de equipe tiveram que ter mais uma atribuição na unidade como RT de
Enfermagem, o grande questionamento ter a liderança de uma equipe com 3000 a 4500
usuários na sua competência de acordo com a Política de Nacional de Atenção Básica e
ainda desenvolver nas suas 40 horas semanais as duas atribuições da produção de
procedimentos versus a produção de cuidado. O enfermeiro estabelece relações
intercessoras com o usuário, necessitando incorporar, em sua caixa de ferramentas,
tecnologias leves como a escuta, o acolhimento, o vínculo, a responsabilização, e
habilidades para lidar com os altos graus de incerteza intrínseca desse trabalho. Além de
que, no papel de gestor do projeto terapêutico, o enfermeiro vive as tensões características
da articulação dos diversos núcleos de saberes e responsabilidades dos diferentes
profissionais envolvidos no projeto terapêutico. Isso é, vive a tensão entre o trabalho em
equipe versus o trabalho especializado mais individualizado. Desta forma o trabalho do
enfermeiro na atenção básica, na dupla dimensão assistencial e gerencial: voltado para o
indivíduo e para o coletivo, gerenciamento da equipe de enfermagem e do serviço de
saúde para a produção do cuidado. As ações gerenciais são predominantes dentre as
práticas do enfermeiro em unidades básicas de saúde (UBS); já na dimensão assistencial,
a consulta de enfermagem, como prática clínica, é reconhecida como importante próprio
enfermeiro, mas permanece principalmente na lógica da atenção clínica individual,
curativa, sem ampliar a compreensão do processo saúde/doença como produção social.
O grande questionamento seria a implementação de uma estratégia de valorização da
qualificação do profissional com o objetivo da capacidade de planejamento,
gerenciamento de seu tempo e espaço de ação, consciência da qualidade e das implicações
éticas e maior humanização das atividades de atenção primária pelo SUS. Outras medidas
são imprescindíveis, entre elas o aumento salarial, que muitas das vezes não há
valorização profissional na questão política atual e até mesmo nas novas formas de
contratos de trabalho que garantam maior estabilidade e fortaleçam o vínculo
empregatício, além da melhoria das condições de trabalho e de infraestrutura dos
relevantes serviços de responsabilidade social prestados pelos enfermeiros responsáveis
técnicos da Estratégia de saúde da família: EIS A QUESTÃO?
Palavras chaves: Saúde da família; rt de enfermagem, enfermeiro.
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Saúde mental e trabalho: violência relacionada ao trabalho da equipe de saúde
da Estratégia de Saúde da Família
Caroline do Nascimento Leite
Elias Barbosa de Oliveira
O presente projeto de mestrado tem como objeto de estudo “violência relacionada ao
trabalho (VRT) da equipe de estratégia de saúde da família (ESF) e as implicações para
a saúde mental dos trabalhadores”. A motivação para o estudo surgiu, inicialmente
atuando como enfermeira de uma unidade de ESF, onde observei problemas relacionados
à violência existente no território de atuação das equipes e seu impacto na saúde dos
trabalhadores, considerando a problemática das repercussões para a saúde mental dos
mesmos e a qualidade dos serviços oferecidos pela ESF. O Ministério da Saúde (MS)
define violência como evento representado por ações realizadas por indivíduos, grupos,
classes ou nações que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e/ou espirituais a si
próprio ou a outros¹. Objetivos: analisar a visão dos profissionais da ESF sobre a
violência relacionada ao trabalho; descrever as repercussões da violência relacionada ao
trabalho para a saúde mental dos trabalhadores da ESF; discutir os mecanismos de
enfrentamento adotados pelos trabalhadores da ESF diante da violência relacionada ao
trabalho. Método: qualitativo do tipo descritivo e exploratório. O campo será uma
unidade de ESF que compõe a área programática 3.2, localizada na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro, sob administração de Organização Social de Saúde (OSS) – prestadora
de serviços para a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Na seleção dos participantes
foram adotados os seguintes critérios de inclusão: todos os trabalhadores de saúde
(agentes comunitários de saúde, dentistas, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem
e técnicos de saúde bucal) que exerçam suas atividades laborativas a partir de 01 ano na
unidade de ESF sendo excluídos os trabalhadores com menos de 01 ano de atuação no
serviço. Na coleta de dados será utilizada a técnica de entrevista do tipo semi-estruturada
mediante um roteiro contendo questões acerca do objeto de estudo e um instrumento para
a caracterização dos participantes. As entrevistas serão realizadas na própria unidade e
gravadas após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) e
assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A pesquisa atenderá os
preceitos da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012),
baseado nas normas de pesquisa em seres humanos. Após a transcrição na íntegra o
corpus do texto será categorizado mediante a técnica de análise de conteúdo cujos
resultados serão discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho². Contribuições: Através
dos resultados será possível conhecer as repercussões da VRT para a saúde dos
trabalhadores e a organização, contribuindo deste modo com a Política de Humanização
do SUS, cuja meta principal é garantir promoção da saúde, segurança, bem-estar dos
trabalhadores que atuam no SUS. Neste sentido, cabe a reflexão acerca da VRT e o
impacto sobre a saúde mental dos trabalhadores da ESF.
Palavras-chave: Saúde do trabalhador, Violência, Violência relacionada ao trabalho.
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Repercussões sofridas pelos trabalhadores de enfermagem frente ao assédio moral
América Câmara de Lima;
Daniella Carbonetti Rangel Augusto;
Cristiane F. Silva Homero;
Maristela Cordeiro Magalhães;
Sergio Vicente Guimarães
Introdução:O assédio moral está relacionado a violência psicológica, com a intenção de
humilhar e que na maioria das vezes torna a pessoa fragilizada e menosprezada
socialmente e no contexto da atividade laboral, provocando-lhe estresse baixo auto-
estima e descontentamentos que podem levar ao prejuízo social e à organização como um
todo.¹ O assédio moral baseia-se na repercussão da conduta abusiva na saúde da vítima,
a periodicidade e duração do ato faltoso e a intencionalidade dos agressores.² Às condutas
abusivas estão relacionada àquelas que atentam contra a dignidade humana e em algumas
pessoas a não aguentarem e até a adoecerem ou a tomarem decisões inesperadas no que
tange à vida profissional, como pedir demissão ou mudar de cargo/setor.³ As
consequências geradas na vítima podem chegar a danos mais graves, como abandono do
cargo à depressão. Esse assédio se configura como ato antiético previsto como proibição
no artigo 78º do Código de Ética de Enfermagem e no âmbito judicial com sanções
previstas em lei. Objetivo: Minorizar essas atitudes no âmbito laboral. Metodologia:
Revisão bibliográfica da literatura de artigos científicos que retratam a temática de
assédio moral publicados no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no
período de 2011 a 2017. Resultados: Foram identificados sete artigos que versavam a
temática desenvolvida: utilizamos somente três que atendiam à pesquisa. Segundo o
Ministério da Saúde, a maior parte dos casos de assédio moral advém de 58% (assédio
vertical), na relação de chefe para subordinado; 29% (assédio coletivo), entre chefe e
colegas que assediam o funcionário; 12% (assédio horizontal) quando há assédio entre
colegas e 1% quando o subordinado assedia o chefe (assédio ascendente). ³ Conclusão:
Sendo o assédio moral um agravo à saúde do trabalhador, conclui-se que a sua prática é
responsável pelo surgimento de inúmeras patologias subsequentes ao esgotamento mental
e psicológico que se manifestam em três vertentes: psicopatológicas, psicossomáticas e
comportamentais.³ Sendo assim, o profissional de enfermagem necessita ter amplo
conhecimento do seu Código de Ética a fim de evitar as mazelas decorrentes do assédio
e atentar para a sua eliminação e prevenção. Contribuições para a Enfermagem:
Contribuir para a divulgação das consequências do assédio moral quanto ao agravo à
saúde no exercício profissional e orientar sua equipe sobre os mecanismos defesa no que
tange esses assédios a fim de possibilitar um respaldo legal da profissão e uma melhor
qualidade na assistência. Palavras-chave: Assédio Moral; Enfermagem; Saúde do Trabalhador.
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Fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de
enfermagem em emergência hospitalar
Ana Paula da Fonseca da Costa Fernandes; Claudia Barbastefano Monteiro;
Juliane Ferreira da Silva; Joanir Pereira Passos
O estudo, recorte de pesquisa pautada na perspectiva do profissional de enfermagem
tomando como dimensão particular a violência em seus diversos âmbitos, aborda os
fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de enfermagem em
emergência hospitalar. Tem como objetivo identificar fatores relacionados aos
profissionais de enfermagem que influenciam a violência sofrida a partir do contato com
o paciente ou seu familiar. Trata-se de estudo qualitativo, descritivo, utilizando a técnica
de análise de conteúdo. Os dados foram colhidos por meio de entrevista e analisados tendo
como base os temas identificados nas falas dos respondentes. Participaram do estudo 24
profissionais de enfermagem que trabalhavam na emergência de um hospital público de
grande porte localizado no município do Rio de Janeiro. Dentre os espaços de atuação da
Enfermagem, a emergência hospitalar, por suas características peculiares, é o espaço de
maior risco para a ocorrência de eventos violentos1. A violência sofrida a partir do contato
com o paciente ou familiar pode ser observado mundialmente, sendo a categoria de
enfermagem a mais afetada2-4. Quanto maior é a estimulação por meio de
comportamentos agressivos por parte do profissional de enfermagem, maior será a
intensidade da frustração sentida pelo paciente ou seu familiar e mais importante será a
agressão5. Por outro lado, estratégias como fuga de conflitos, afastamento físico do local,
o não envolvimento são observadas enquanto aliviadores do estresse causado pelo
conflito, além de diminuírem a probabilidade de agravamento da violência6. Além disso,
tais estratégias podem aliviar o sofrimento advindo do trabalho, diminuindo as chances
de adoecimento físico e mental dos profissionais7. No presente estudo, os fatores humanos
que influenciam uma situação de violência presentes nas falas dos respondentes foram
separados em duas categorias: os fatores negativos que agravam a situação de violência,
como comportamento agressivo por parte dos profissionais, utilizando-se de ameaças,
ironia e deboche frente a violência sofrida a partir do contato com o paciente ou seu
familiar; os fatores positivos que atenuam ou inibem a situação de violência, como a
empatia, a presença do segurança patrimonial, a utilização de palavras positivas frente a
uma violência sofrida por parte do paciente ou seu familiar. As atitudes negativas frente
a uma situação de violência podem ser consideradas enquanto estratégia de enfrentamento
diante de uma situação de sofrimento psíquico daquele profissional que sofreu a violência
no ambiente de trabalho. As falas dos respondentes apontam para a criação de sistema
defensivo específico para o medo da violência sofrida. No entanto, mecanismos de defesa
negativos devem ser desestimulados e desaconselhados por haver a possibilidade de ter
agravada a situação de violência podendo comprometer a integridade física do
profissional de enfermagem. Por outro lado, estimular atitudes positivas por parte dos
profissionais, bem como, fornecer-lhes apoio e suporte necessários para o enfrentamento
da violência no ambiente trabalho não apenas diminuirá as chances de agravamento de
situações de violência, como diminuirá a chance de adoecimento por parte dos
profissionais.
Palavras-chave: Enfermagem; Saúde do trabalhador; Violência.
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Precarização do trabalho no serviço de atendimento móvel de urgência:
repercussões para a saúde do trabalhador
Daniel da Silva Granadeiro;
Elias Barbosa de Oliveira
Trata-se de um recorte de dissertação de mestrado que possui como objeto “A
precarização do trabalho em serviço de atendimento móvel de urgência e suas implicações
para a saúde do trabalhador”. O SAMU compõe o transporte em saúde de usuários em
situação de urgência e emergência no Brasil. O acesso da população a este tipo de
atendimento é realizado através da central de regulação pelo número 192. Esse serviço
atende solicitação de socorro ao cidadão “acometido por agravos agudos à sua saúde, de
natureza clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática, obstétrica e ginecológica”. O
Ministério da Saúde (MS) estabelece que a equipe do SAMU seja constituída por
enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e condutores do veículo, cujas funções
dos componentes são determinadas pelas Portarias n° 814/01, e n° 2.048/021. A
motivação para o estudo surgiu, inicialmente como enfermeiro socorrista do SAMU, onde
pude observar e vivenciar problemas por parte dos profissionais de saude preocupações
relacionadas a precarização do trabalho, principalmente em decorrência da falta de
estabilidade no emprego e ausência de direitos trabalhistas previstos em lei. Objetivos:
Identificar o entendimento dos profissionais de saúde sobre a precarização do trabalho de
um serviço de atendimento móvel de urgência. Metodologia: método qualitativo
descritivo e exploratório. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(parecer nº. 1.710.253). A coleta de dados foi realizada de janeiro a abril de 2017, através
da técnica de entrevista semiestruturada mediante roteiro e um instrumento para o registro
das características sociodemográficas e profissionais. Participaram do estudo 18
profissionais (enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem) que atuavam no SAMU.
Para a categorização dos depoimentos optou-se pela análise de conteúdo temática
(Bardin, 2010)1, cujos resultados foram discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho
(Dejours). Resultados parciais: nesta análise preliminar, foram identificadas 122
unidades de registro, das quais emergiram 05 unidades temáticas:
insegurança/instabilidade (63,4%); desproteção social (30%); ausência de direitos
trabalhistas (28%); ausência de poder decisório (17%); desvalorização profissional (8%).
Mediante os resultados identificados nas unidades temáticas, surgiu a primeira categoria:
Insegurança e ausência de direitos trabalhistas: desproteção social, a qual respondeu o
primeiro objetivo do estudo. Conclusão: A precarização tem provocado a fragmentação
e desmobilização dos trabalhadores, com conseqüente perda do poder de barganha e/ou
do caráter de negociações do coletivo2. Quanto ao trabalhador, sabe-se que não possui
direitos garantidos em lei como: seguro desemprego, licenças remuneradas, planos
assistenciais, entre outros3.
Palavras-chave: Enfermagem; Gestão de serviços e saúde; Saúde do trabalhador; Riscos
ocupacionais.
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Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características
sócioprofissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação
clínica
Fernanda Medeiros da Fonseca Beiral;
Elias Barbosa de Oliveira
Trata-se de um projeto de dissertação de mestrado, que possui como objeto ¨índice de
capacidade para o trabalho e a correlação com as características sócioprofissionais de
trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica”. O interesse pelo o
objeto surgiu da minha vivência como enfermeira chefe de um setor de internações
clínicas de um hospital universitário federal, onde alguns fatores de ordem profissional e
organizacional repercutiam negativamente na saúde do trabalhador, afetando o índice de
capacidade para o trabalho (ICT). Quanto aos aspectos profissionais, destacam-se: o
duplo vínculo empregatício, as jornadas de trabalho extensas, sentimentos de
desvalorização profissional entre outros. No aspecto organizacional temos: a terceirização
dos serviços e o trabalho temporário que não garantem os direitos trabalhistas previstos
em lei, havendo trabalhadores com vínculos empregatícios distintos. Objetivos: avaliar
o índice de capacidade para o trabalho dos trabalhadores de enfermagem de unidades de
internações clinica; discutir a relação entre o índice de capacidade para o trabalho e as
características sócioprofissionais dos trabalhadores de enfermagem e analisar as
implicações do índice de capacidade do trabalho para o processo de trabalho de
enfermagem em unidade de internações clínica. Método: quantitativo, descritivo e
exploratório. O campo serão as unidades de internação clínica de um hospital
universitário público situado no município do Rio de Janeiro. O recrutamento dos
participantes será realizado mediante um censo, sendo a amostra selecionada a partir dos
seguintes critérios de inclusão: trabalhadores de enfermagem (enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem com vínculos estatuário, temporários e que exerçam suas
atividades laborativas a partir de 01 ano no serviço. Serão excluídos os trabalhadores com
menos de 01 ano de atuação no serviço; em licença para tratamento de problemas de saúde
e outros afastamentos. Na coleta de dados será utilizado um questionário (ICT, 1985) para
avaliar o índice de capacidade para o trabalho e um instrumento estruturado para a
caracterização sócioprofissional dos participantes. A coleta será realizada na própria
instituição após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) e a
assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados obtidos serão
lançados em uma planilha do tipo Excel e posteriormente tabulados e descritos mediante
a técnica de análise estatística descritiva (números absoluto e relativo) cujos resultados
serão analisados a partir dos estudos recentes sobre a saúde do trabalhador e os índices de
capacidade para o trabalho na enfermagem. Contribuições: vislumbra-se através dos
resultados conhecer os escores relativos ao ICT da amostra estudada e discutir os índices
obtidos com as características sócioprofissionais da amostra correlacionando os mesmos
com o processo de trabalho, contribuindo deste modo com a Política de Desprecarização
do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos trabalhistas, investir na capacitação de
pessoal e realizar concursos públicos.
Palavras-chave: Avaliação da Capacidade de Trabalho; Enfermagem; Saúde do
Trabalhador.
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Terceirização do trabalho em hospital público municipal: um desafio para gestão
do serviço de enfermagem
Cristiane Faustino da Silva Homero;
Elias Barbosa de Oliveira
Introdução: O presente estudo tem como objeto de pesquisa a terceirização do trabalho
de enfermagem em um hospital público municipal. A motivação para temática emergiu
devido a minha trajetória profissional como enfermeira terceirizada em três hospitais
públicos federal no período de 2007 até hoje. A terceirização é a possibilidade de
contratar terceiro para a realização de atividades que não constituem o objeto principal da
empresa. Essa contratação pode envolver tanto a produção de bens, como de serviços,
como ocorre na necessidade de contratação de serviços de limpeza, de vigilância ou até
de serviços temporários1. A terceirização de serviços públicos de saúde é definida como
a prestação de serviços de escopos clínicos ou preventivos em nome do governo por
prestadores não estatais, sendo, em geral, regulada por um documento contratual que
especifica tipo e quantidade do serviço e validade do acordo2. Objetivos: analisar a visão
dos gestores de enfermagem de um hospital publico frente à terceirização do trabalho;
descrever as repercussões da terceirização para o processo de trabalho de enfermagem em
hospital público e discutir as implicações para a saude do trabalhador terceirizado.
Metodologia: Estudo de natureza qualitativa, do tipo descritiva e exploratória. O cenário
da pesquisa será um hospital público municipal localizado na Baixada Fluminense. Os
participantes serão enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados. Na coleta de
dados será utilizada a técnica de entrevista semi-estruturadas mediante um roteiro
contendo questões acerca do objeto de estudo. A pesquisa atenderá os preceitos da
Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012). Após a transcrição
na integra do corpus do texto será aplicada a técnica de análise de conteúdo (Bardin,
2011), cujos resultados serão analisados e discutidos a luz da Psicodinâmica do Trabalho
(DEJOURS, 2011). Contribuições: vislumbra-se ampliar o acervo de pesquisas
relacionadas ao tema na linha de pesquisa Saúde, trabalho e formação. Através dos
resultados será possível conhecer as repercussões da terceirização do trabalho para a
saúde do trabalhador de enfermagem, contribuindo deste modo com a Política de
Desprecarização do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos trabalhistas, investir
na capacitação de recursos humanos e realização de concursos públicos. Neste sentido,
cabe a reflexão acerca do avanço da terceirização e privatização do serviço público.
Palavras-chave: Enfermagem; Gestão de serviços de saúde; Saúde do trabalhador.
Terceirização;
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O conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador no
contexto neoliberal à luz de Pierre Bourdieu
Eugenio Fuentes Pérez Júnior;
Helena Maria Scherlowski Leal David
Introdução: O estudo tem como tema a produção do conhecimento da enfermagem
brasileira sobre submissão e dominação do trabalhador no contexto neoliberal à luz de
Pierre Bourdieu. A flexibilização e a nova divisão internacional do trabalho, caracterizada
pela lioflização organizacional, pela empresa enxuta e pela perda parcial ou total da
proteção do trabalho, tem proporcionado a exposição do trabalhador à precarização, além
da submissão a uma série de mecanismos de gestão pautados na pressão psicológica para
o aumento da produtividade pelo medo do desemprego, repercutindo negativamente na
saúde física e metal dos trabalhadores Objetivos: Identificar e discutir a produção
brasileira do conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador
no contexto neoliberal à luz de Pierre Bourdieu. Métodos: Estudo do tipo bibliográfico
com abordagem qualitativa, realizado através de revisão integrativa da literatura na
biblioteca digital brasileira de teses e dissertações do Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia. Utilizou-se os termos: neoliberalismo e enfermagem;
precarização e enfermagem; violência simbólica e enfermagem; submissão e
enfermagem; globalização e enfermagem. Adotou-se como critério de inclusão a
produção da pesquisa de autoria de Enfermeiros. Resultados: Identificou-se 435
trabalhos, dos quais 114 teses e 321 dissertações. Foram selecionadas 4 teses de doutorado
e 7 dissertações de mestrado após aplicado os critérios de inclusão. Na análise qualitativa
dos estudos evidenciou-se a presença de relações de submissão e dominação no serviço
de enfermagem hospitalar, principalmente no que diz respeito a hierarquização e que a
forma simbólica perpetrada através da violência simbólica é a predominante nas relações
entre profissionais e usuários, tendo como mediadores as condições de trabalho.
Identificou-se também a existência de relações conflituosas devido às diferenças entre
trabalhadores precarizados e não precarizados no mesmo espaço, a sobrecarga de
trabalho, a tensão e o estresse entre os trabalhadores, a ansiedade diante da insegurança,
a desproteção social, a desestruturação dos serviços, a alta rotatividade e baixa autonomia
dos trabalhadores e por fim o acirramento da exploração do trabalho. Conclusão: O
estudo permitiu verificar a baixa produção da enfermagem sobre o tema, o que corrobora
com a necessidade de realizações de novas pesquisas acerca da submissão e dominação
do trabalhador de enfermagem.
Palavras-chave: Saúde; saúde do trabalhador; enfermagem do trabalho; Economia da
Enfermagem
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Riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem
Thiago Carvalho de Souza;
Elias Barbosa de Oliveira
O presente estudo tem como objeto riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em
acadêmicos de enfermagem. Tem como objetivos descrever o perfil sociodemográfico
dos acadêmicos de enfermagem do 8º período de graduação, avaliar a percepção do
acadêmico de enfermagem do 8º período de graduação sobre o seu estado de saúde e a
capacidade para o trabalho, realizar o diagnóstico de TMC e os sinais e sintomas
preditores de transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem do 8º período
de graduação. Método quantitativo, descritivo e exploratório tendo como campo uma
faculdade de enfermagem publica situada no município do Rio de Janeiro. A amostra será
composta por 55acadêmicos de enfermagem a partir dos critérios de seleção: acadêmicos
do 8º período de graduação, maiores de dezoito anos, frequentando regularmente o
internato e que não possuíssem vínculo empregatício. A seleção e recrutamento foram
realizados mediante um censo. Atendendo a resolução 466/12, todos os acadêmicos que
se adequaram aos critérios de seleção, foram convidados a participar do estudo vinculado
a um projeto guarda-chuva (PPGENF) intitulado: O trabalho do acadêmico nos serviços
de saúde: Riscos psicossociais. O projeto foi aprovado pelo número CCAE
499568152.000.525 e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Na coleta
de dados realizada no primeiro e segundo semestre de 2015, foram utilizados os seguintes
instrumentos autoaplicados: Questionário de Perfil Sociodemográfico e o Self Report
Questionnaire (SRQ-20) da Organização Mundial de Saúde (1985) que possibilitaram
realizar o rastreamento de TMC no grupo. Na análise dos dados demográficos e do estado
de saúde, identificou-se alguns fatores de risco para a saúde e que podem manter relação
com os transtornos mentais comuns e entre eles: Estado civil casado, com 4(7,3%) devido
obrigações familiares; padrão de sono reduzido com menos de 8 horas/dia, com
53(96,4%), pode estar relacionado aos deslocamentos e as atividades acadêmicas
aumentando o nível de estresse e queda da energia vital e capacidade para o trabalho; uso
de medicamentos, 21(31,8%) e afastamento médico, 11(20%) – apesar de se tratar de um
grupo jovem o uso de medicamentos e afastamentos, refletem problemas de saúde que
podem interferir no desempenho acadêmico; sedentarismo 32(58,2%) – as inúmeras
atividades acadêmicas e os deslocamentos, não tem permitido da pratica de atividade
física regular, contribuindo para o cansaço e queda da energia vital; uso recreacional de
bebidas alcóolicas em 28(50,9%) – refletem a necessidade agrária do grupo assim como
um mecanismo de enfrentamento no coletivo, em face do estresse acadêmico. Sobre
TMC, evidenciou-se que 34(61,8%) da amostra foi diagnosticada com TMC e os demais
21(38,1%) tiveram apresentaram sinais e sintomas preditores de TMC, cujos escores
estavam abaixo do ponto de corte. Na análise das variáveis, houve uma maior prevalência
no fator “I - Humor depressivo ansioso” no que se referiu ao item “sentir-se nervoso(a),
tenso(a) ou preocupado(a)” com 53(96,4%) afirmativas. Ratifica-se a importância do
suporte ao aluno no que diz respeito ao diagnóstico de TMC, com encaminhamento por
parte dos professores de saúde mental ao profissional especialista considerando a
possibilidade de afastamento ou até mesmo o abandono do curso.
Palavras-chave: Transtornos mentais comuns; Saúde mental; Estudantes; Enfermagem;
Internato.
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Tecnologia Educativa no gerenciamento de risco dos resíduos perfuro-cortantes da
assistência hospitalar
Marcia Cristiane de Lima Peixoto; Taíza Florêncio Costa;
Maritza Consuelo Ortiz Sanchez;Claudia Christy Tenório
INTRODUÇÂO: os serviços de saúde em sua complexidade comportam ambientes aos
quais os trabalhadores estão expostos a vários riscos especialmente o biológico1. Nesses
cenários, não muito raro, encontram-se os profissionais de enfermagem, que de forma
estendida e contínua, por ser inerente à profissão, realizar grande número de atividades
junto ao usuário, exporem-se a alguns riscos, dentre eles os acidentes com material
perfurocortante. MÉTODO: Revisão Integrativa da Literatura, trazendo a questão
norteadora: como o processo educacional no trabalho pode contribuir com a segurança
do trabalhador? Objetivo: descrever a educação permanente como uma tecnologia
fortalecedora da conscientização profissional sobre o descarte de perfurocortantes.
Buscou-se na biblioteca virtual de saúde, junto às bases LILACS, BDENF e MEDLINE,
por artigos com textos completos, disponíveis em Português, Espanhol e Inglês que
apresentassem relação com os propósitos do estudo, no espaço 2011-2015. Excluíram-se
os artigos que não trouxeram no título pelo menos um dos descritores infracitados.
RESULTADOS: foram selecionados 10 textos, dentre eles, 03 participaram do
desenvolvimento desta pesquisa. DISCUSSÂO: os acidentes envolvendo material
perfurocortante, não se encerram nas ações e consequências ao acidentado, estas
ocorrências comumente são associadas às ações de outros profissionais, ao ambiente
insalubre: profissionais de limpeza e higienização em instituições assistenciais, catadores
de recicláveis etc...; situações inerentes à profissão ou a rotina da unidade: no caso dos
profissionais da saúde. O que qualifica essas ocorrências, como evento oculto e
inesperado, sendo difícil identificar um responsável2. Entretanto, a origem por vezes, é
de fácil identificação, como o lixo biológico hospitalar depositado no meio ambiente.
Partindo dessas reflexões, pode-se intuir que o lixo biológico pode ser danoso a um
indivíduo, a uma família ou a uma comunidade, quando contamina o solo e as águas.
Nesse sentido, um mecanismo de transformação dessa realidade, no âmbito hospitalar
remete a Educação Permanente em Saúde (EPS), instituída como Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde (PNEPS) vigente no Brasil desde 20033. Com isso,
acredita-se que a EPS possa corresponder com uma pedagogia centrada na resolução de
problemas, a partir da análise crítica e da problematização sobre a prática diária, que nesse
caso, refere-se ao descarte de perfurocortantes, que através de rodas de conversa,
efetuadas no cenário de atividades, pode contribuir com a mudança institucional e social,
pela apropriação ativa do saber científico e do fortalecimento das ações em equipe4,5.
CONCLUSÃO: A EPS correlaciona-se com a saúde do trabalhador, quando imbuída em
esclarecer dúvidas sobre o manejo e descarte apropriado dos resíduos sólidos, em especial
dos perfurocortantes, fortalece o conceito de segurança e proteção no ambiente do
trabalho. Esse estudo também poderá apresentar contribuições externas à instituição, a
partir da conscientização sobre os danos que podem decorrer do descarte de resíduos
biológicos na comunidade.
Palavras-chave: Enfermagem; Resíduos dos Serviços de Saúde; Educação em Saúde.
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Trabalho precarizado e transtornos mentais comuns em trabalhadores de
enfermagem de uma unidade de internação psiquiátrica
Elias Barbosa de Oliveira;
Julia Fernandes da Silva Sodré;
Maísa Rodrigues Guedes
O presente estudo tem como objeto trabalho precarizado e Transtornos Mentais Comuns
(TMC) em profissionais de enfermagem da psiquiatria. Objetivos: descrever o perfil
sóciodemográfico dos trabalhadores de enfermagem que atuam em regime de plantão em
uma unidade de internação psiquiátrica e analisar os sinais e sintomas preditores de TMC
em trabalhadores com vínculo de trabalho precarizado. De acordo com o Ministério da
Saúde (MS), trabalho precário é aquele que se exerce na ausência dos direitos trabalhistas,
que não garante proteção social e qualidade de vida ao trabalhador. A partir de então, foi
permitida a adoção de múltiplas formas de vínculos pelas instituições públicas, que
incluem o regime estatutário, o celetista, os vínculos terceirizados e temporários1. O
conceito de transtornos mentais comuns (TMC) desenvolveu-se na década de 1970, por
meio de pesquisas sobre o adoecimento mental no âmbito da atenção primaria em saúde;
contexto em que se verifica maior prevalência de transtornos não psicóticos em contraste
com o perfil de casos psiquiátricos mais graves do ambiente hospitalar. A expressão TMC
foi criada por Golberg e Huxley e se refere a sintomas como: insônia, fadiga,
irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Os TMC,
apesar de inicialmente não serem graves, causam enorme sofrimento psíquico e,
posteriormente, podem estar associados à diminuição da capacidade para o trabalho e
absenteísmo doença2. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo e exploratório, que
tem como campo um hospital psiquiátrico situado no município do Rio de Janeiro. A
amostra será composta por trabalhadores de enfermagem que obedeçam aos seguintes de
inclusão: trabalhar no serviço de psiquiatria há pelo menos seis meses e ter vínculo do
tipo terceirizado ou temporário. A seleção e recrutamento serão realizados mediante um
censo. O projeto encontra-se inserida na linha de pesquisa Trabalho, Formação e Saúde
do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ). O projeto deverá ser encaminhado para aprovação em Comitê de Ética
em Pesquisa. Atendendo a resolução 466/12, todos os profissionais de enfermagem que
se adequarem aos critérios de seleção, serão convidados a participarem do estudo após a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na coleta de dados prevista
para o segundo semestre de 2017, serão utilizados os seguintes instrumentos estruturados:
Questionário do perfil sóciodemográfico dos participantes e o Self Report Questionnaire
(SRQ-20) da Organização Mundial de Saúde (1985) que possibilita realizar o
rastreamento de TMC. Ao termino da coleta, os instrumentos serão lançados numa
planilha do programa Excel e analisados mediante os escores obtidos, através da técnica
de estatística absoluta e relativa. Trata-se de um projeto de pesquisa que vem sendo
desenvolvido por alunos de iniciação científica da Faculdade de Enfermagem da UERJ.
Espera-se que a partir da realização do estudo seja possível analisar e discutir o trabalho
em turnos como fator de risco para os TMC e a importância do acompanhamento e suporte
em saúde mental daqueles profissionais com diagnóstico de TMC.
Palavras-chave: Enfermagem; Saúde mental; Saúde ocupacional. Transtornos mentais.
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Precarização do trabalho de enfermagem em hospital de ensino e as
repercussões para a saúde mental de enfermeiros de gestores dos serviços
Fernanda Chagas Marques;
Elias Barbosa de Oliveira
Introdução: A flexibilização do trabalho é entendida como uma nova dinâmica da
contemporaneidade no que tange as formas de vinculação trabalhista. Este termo tem
sido utilizado para designar os novos ajustes realizados nos direitos trabalhistas,
visando instituir mecanismos que amparem mudanças de cunho econômico, social,
tecnológico e político na dicotomia trabalho e capital.¹ Isto posto, flexibilizar as
relações de trabalho consiste em basear-se na interferência direta que a demanda
econômica impõe regulando os processos de contratação, demissão e custos da força
de trabalho.¹ Trata-se de um projeto de pesquisa que possui como objeto o desgaste
mental dos enfermeiros, chefes de serviço, na dinâmica cotidiana de trabalho com
diferentes vínculos empregatícios. Objetivos: analisar o processo de precarização do
trabalho de enfermagem em hospital de ensino sob a ótica dos enfermeiros gestores
dos serviços de enfermagem e discutir as implicações para a saúde mental do grupo.
Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. O cenário de pesquisa
será o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Os participantes serão enfermeiros chefes
de serviço responsáveis pela gestão dos serviços frente ao processo de precarização
da força de trabalho da enfermagem diante da problemática de diferentes vínculos
empregatícios. A coleta de dados será realizada mediante entrevistas semiestruturadas
que após gravadas e descritas serão analisada através da técnica de análise de
conteúdo do tipo temática e os resultados discutidos com o suporte teórico da
Psicodinâmica do Trabalho (Dejours, 2001). Contribuições: identificar as
repercussões da precarização do trabalho em hospital de ensino irá contribuir com a
Política da Precarização do Trabalho do SUS (Brasil, 2001), como também no suporte
por parte do serviço e identificação dos estressores psicológicos desta população,
fomentando a luta por igualdade e melhoria da qualidade de vida no trabalho e
minimização dos riscos psicossociais enfrentados por esta parcela de trabalhadores.
Palavras-chave: Enfermagem. Gestão de serviços de saúde. Saúde do trabalhador.
Saúde mental
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Incorporação de tecnologias duras e implicações para os trabalhadores de
enfermagem
Eugenio Fuentes Pérez Júnior; Elias Barbosa de Oliveira;
Ariane da silva Pires; Helena Gomes Ferraz;
Hellen Marcia Peres; Vanessa Galdino de Paula
Introdução: Este estudo foi motivado pela observação das queixas dos trabalhadores de
enfermagem quanto ao uso das tecnologias duras em unidade de terapia intensiva. Ao se
refletir sobre a utilização de tecnologias duras pelos trabalhadores de enfermagem em
terapia intensiva, deve-se considerar que ambiente e equipamento de trabalho são riscos
psicossociais diante de problemas relativos à confiabilidade dos parâmetros estabelecidos
nos aparelhos, à disponibilidade de recursos, à conveniência em termos ergonômicos, à
manutenção e ao reparo. Na perspectiva da tecnologia dura como fator de risco
psicossocial a sua incorporação ao trabalho ocorre mediada pelas condições de trabalho e
pelos conhecimentos e habilidades do trabalhador. Condições precárias de trabalho
influenciam negativamente o desempenho dos profissionais e produzem sobrecargas
física e psíquica aos trabalhadores. Assim, a introdução de uma nova tecnologia,
independente de sua natureza, é acompanhada de intensificação do trabalho e da pressão
por produtividade repercutindo na saúde dos trabalhadores. Objetivos analisar os
conhecimentos inerentes à incorporação da tecnologia dura pelos trabalhadores de
enfermagem em terapia intensiva e as implicações para a saúde do grupo. Método:
Qualitativo, descritivo, tendo como campo o centro de tratamento intensivo adulto em um
hospital público no município de Niterói (Brasil). Utilizou-se a técnica de entrevista
semiestruturada com 25 trabalhadores de enfermagem em 2011. A pesquisa foi aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa e protocolada no Comitê Nacional de Ética em
Pesquisa com o número 2063.0.000.258-11. Resultados: na visão dos trabalhadores de
enfermagem a tecnologia dura é essencial na assistência ao paciente crítico por
possibilitar maior controle clínico, prevenir complicações e facilitar o trabalho da equipe,
ao proporcionar maior agilidade no atendimento e segurança no diagnostico, reduzindo a
carga de trabalho, melhorando a qualidade do cuidado e minimiza a ocorrência de erros
e eventos adversos. Problemas decorrentes da ausência de manutenção dos aparelhos
acarretam interrupções, incomodo e estresse. O funcionamento inadequado dos
equipamentos, afeta a segurança do trabalhador ao se considerar a perda da confiança nas
informações fornecidas pelos aparelhos. Há intensificação do trabalho e dispêndio de
tempo, causando desmotivação, irritação e desgaste, principalmente nas situações
inesperadas em que o profissional precisa intervir no intuito de minimizar efeitos adversos
nos pacientes, contribuindo para o aparecimento de situações indutoras de estresse.
Conclui-se que os trabalhadores de enfermagem possuem uma relação dialética com as
tecnologias duras em terapia intensiva que, ora remete à percepção positiva ou benefícios
obtidos com a sua incorporação, ora à percepção negativa decorrente de problemas
técnicos e avarias dos aparelhos que comprometem a qualidade do serviço ofertado e
acarretam desgaste no trabalho com sobrecargas física e psíquica aos trabalhadores.
Palavras-chave: Enfermagem. Unidades de terapia intensiva. Riscos ocupacionais.
Saúde do trabalhador.
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A Judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do Enfermeiro
Emanuele Menezes Correia;
Linda Nice Gama;
Nelma Carvalho Costa;
Rafaela Alves Barbosa;
Stephanie Maciel de Gois Costa Homem;
Talita Lima Venetillo Gomes
Introdução: A Judicialização vem sendo cada vez mais implementada como via de
recurso na área de saúde, recorrendo especialmente ao Artigo 2º da Lei 8080 de 1990, em
que é dever do Estado promover condições de saúde fundamentais para o indivíduo,
quando por ela só é imprecisa. São diferentes formas de garantir os princípios da
dignidade da pessoa humana e da saúde, e uma delas é pelo poder judiciário. É necessário
que a toda a equipe profissional de saúde, especialmente a enfermagem, estejam atentos
as diversas vias para garantir a efetividade da assistência ao paciente, contribuindo com
as práticas de saúde relacionado as questões humanas fundamentais (CARVALHO;
DAVID, 2013). Metodologia: Essa revisão integrativa tem como objetivo retratar as
reflexões da judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do profissional
enfermeiro no Brasil. Trata-se de revisão integrativa da literatura, que buscou evidenciar
e discutir a sinergia do enfermeiro frente a temática da judicialização na saúde. O
levantamento bibliográfico foi realizado no mês de junho de 2017 nas bases de dados:
LILACS, MEDLINE e SciELO. Foram utilizadas as palavras-chaves: Judicialização na
Saúde e Enfermagem. Para compilar as buscas, foram utilizados os operadores booleanos
AND e OR. Dos 173 encontrados, foram pré-selecionados por meio da leitura do título e
resumo, excluindo-se os duplicados, os que não haviam texto completo disponível e os
que não atenderam a temática proposta, de 112 pré-selecionados, totalizaram-se 2 artigos,
publicados nos idiomas português, inglês e espanhol. Resultado: Conforme descreve
Ramos e Gomes (2014) a judicialização da saúde é uma expressão cada vez mais presente
nos cenários de assistência à saúde no Brasil, sendo um bem público e caracterizado como
um direito constitucional de todo cidadão, brasileiro ou não, em todo o território nacional,
onde são visados sempre os princípios os SUS. No artigo realizado por Carvalho e David
(2013), abordam que a atuação do enfermeiro perante a judicialização abrange valores
que permeiam a ética, política e a sentido filosófico das questões humanas fundamentais,
afim de garantir o direito à saúde, a dignidade humana como princípio norteador do direito
à saúde. Conclusão: É notório a necessidade de ampliar a temática na área da saúde diante
dos profissionais enfermeiros, por também serem responsáveis pela eficácia da
assistência ao usuário, garantindo a efetividade e a qualidade da saúde do indivíduo,
família e comunidade, se pela judicialização for necessário.
Palavras-chave: Política de Saúde; Enfermagem; Judicialização.