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Derecho y Cambio Social
ANÁLISE DOS ATAQUES OCORRIDOS EM ABRIL DE 2017
EM IDLIB E SHAYRAT
Gabriel Souza Barreiros1
Marcelo Fernando Quiroga Obregon2
Fecha de publicación: 02/01/2018
Sumário: Introdução. 1. O ataque químico à província de Idlib.
2. A retaliação de Donald Trump à Síria. 3. Análise dos eventos
ocorridos em Idlib e Shayrat. - Considerações finais. -
Referências.
Resumo: O presente trabalho visa analisar os ataques realizados
com o uso de armas químicas na província de Idlib, na Síria, e o
ataque realizado à base de Shayrat, também na Síria, pelo
governo dos Estados Unidos, sob a luz das normas de direitos
internacionais, como a Convenção sobre a Proibição do
Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de
Armas Químicas e sobre sua Destruição, o Direito Internacional
Humanitário, que regulamentam táticas de guerra e combate,
assim como sob a luz das obras Direito Internacional Público:
1 Graduando do 10º período do curso de Direito na Faculdade de Direito de Vitória (FDV).
2 Graduado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, Especialista em Política
Internacional pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Mestre em Direito
Internacional e Comunitário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Doutorando em Direito, Direitos e Garantias Fundamentais na Faculdade de Direito de
Vitória (FDV), Coordenador Acadêmico do curso de especialização em Direito Marítimo e
Portuário da Faculdade de Direito de Vitória (FDV), Professor de Direito Internacional e
Direito Marítimo e Portuário nos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de
Direito de Vitória (FDV).
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Curso Elementar, de Francisco Rezek; Curso de Direito
Internacional Público, de Sidney Guerra; e Curso de Direito
Internacional Público, de Carlos Alberto Husek. O primeiro
evento pode ser interpretado como estratégia do governo sírio
para conter novos levantes de grupos rebeldes e demonstração
de poder. Diante disso, a retaliação do novo governo dos
Estados Unidos, do presidente Donald Trump, demonstra ter
sido motivada visando objetivos políticos distintos do conflito
na Síria, buscando na verdade, satisfazer a opinião pública
interna, externa, e seus aliados.
Palavras-chave: Armas químicas. Ataques aéreos. Direito
Internacional Humanitário.
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INTRODUÇÃO
No dia 04 de abril de 2017, um ataque utilizando armas químicas na
província síria de Idlib, controlada em sua maioria pelos chamados
Rebeldes, ou oposição moderada ao governo, (que para o governo sírio,
também são terroristas), são grupos distintos da antiga Al-Nusra e Daesh.3
Este ataque deixou 58 mortos de acordo com o Observatório Sírio de
Direitos Humanos, inúmeros feridos foram levados para a Turquia (pois
Idlib encontra-se próximo à fronteira Síria-Turca). Exames foram
realizados pelas equipes médicas turcas nestes feridos e mortos, o que
revelou, segundo o governo turco, que a substância usada teria sido o gás
Sarin4 (muito conhecido no ocidente na década de 90 quando uma seita
japonesa realizou um ataque com este gás no metrô de Tóquio).
No primeiro tópico do presente artigo será analisado o ataque
supracitado em face das normas internacionais como a Convenção sobre a
Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de
Armas Químicas e sobre sua Destruição, e o uso, efeitos no organismo
humano e sintomas do gás sarin.
Na madrugada brasileira entre o dia 06 e 07 de abril de 2017, os
Estados Unidos realizaram um ataque com pelo menos 50 mísseis do tipo
Tomahawk (um míssil de cruzeiro, que pode ser lançado a uma distância
“segura” para quem o dispara) contra a base aérea de Shayrat, como uma
represália ao ataque com uso de armas químicas na província Idlib.5
Neste segundo tópico, será analisada a forma como Donald Trump
reagiu aos eventos de Idlib, assim como política externa do atual governo e
3 THE GUARDIAN. Syrian chemical attack used sarin and was worst in 25 years, says UN.
2013. Disponível em: <https://www.theguardian.com/world/2013/sep/16/syrian-chemical-
attack-sarin-says-un>. Acesso em: 26 maio 2017.
4 CNN. Syria chemical attack: Authority finds 'incontrovertible' evidence of Sarin. 2017.
Disponível em: <http://edition.cnn.com/2017/04/20/middleeast/syria-chemical-attack-sarin-
opcw/>. Acesso em: 26 maio 2017.
5 CNN. Trump launches military strike against Syria. 2017. Disponível em:
<http://edition.cnn.com/2017/04/06/politics/donald-trump-syria-military/>. Acesso em: 26 maio
2017.
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as questões que levaram o governo americano a prosseguir com o ataque
em Shayrat.
No terceiro e último tópico, será realizada uma análise aprofundada
dos eventos em Idlib e Shayrat assim como as eventuais consequências,
imediatas e futuras.
Tamanha é a tensão internacional nos últimos três anos, que muitos
afirmam que o planeta se encontra à beira de uma terceira guerra mundial.
É de grande importância analisar e entender os últimos eventos,
principalmente para a compreensão correta da situação geopolítica atual,
para que não se caia no temor infundado de um conflito em escala global.
1. O ATAQUE QUÍMICO À PROVÍNCIA DE IDLIB
Segundo os Estados Unidos, e boa parte da comunidade internacional
ocidental6, este ataque foi realizado pelo governo Assad
7, executado pela
Força Aérea Síria com anuência (quiçá, uma displicência) das forças
russas, contra rebeldes e população civil que vive nesta região. Isso se deve
ao fato de ter sido um ataque aéreo, com testemunhas falando de caças à
jato, e apenas a Força Aérea Síria ou aviões russos realizam operações
nesta região, e os rebeldes sírios não possuem aviação. O segundo indício
aponta para o fato da província de Idlib é controlada pela oposição síria e
também por grupos terroristas ligados à antiga frente Al-Nusra, e o uso do
gás Sarin e outros gases a bases de cloro não é um fato inédito em relação
ao governo de Bashar Al-Assad.8
O governo sírio, no entanto, narra que não houve ataque de armas
químicas por parte deste, e na verdade, este ataque teria sido realizado por
rebeldes ou terroristas como uma maneira de seduzir a opinião pública
internacional contra Assad. Ademais, o governo ainda alega não possuir
arsenal químico, pois este teria sido destruído com a supervisão da
comunidade internacional em virtude de um acordo internacional que será
abordado adiante.
6 BBC. Syria chemical 'attack': What we know. 2017. Disponível em:
<http://www.bbc.com/news/world-middle-east-39500947>. Acesso em: 26 maio 2017.
7 NEW YORK TIMES. Worst Chemical Attack in Years in Syria; U.S. Blames Assad. 2017.
Disponível em: <https://www.nytimes.com/2017/04/04/world/middleeast/syria-gas-
attack.html?_r=0>. Acesso em: 26 maio 2017.
8 THE GUARDIAN. Syrian chemical attack used sarin and was worst in 25 years, says UN.
2013. Disponível em: <https://www.theguardian.com/world/2013/sep/16/syrian-chemical-
attack-sarin-says-un>. Acesso em: 26 maio 2017.
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Este ataque teria sido realizado pelos próprios grupos de oposição
como uma operação de bandeira falsa.
Segundo o governo russo, os sírios não possuem arsenal químico,
alegando que houve um ataque aéreo russo contra uma instalação de
fabricação de armas químicas controlada pelos rebeldes, que seriam
enviadas ao Iraque, e que por conta de destruição desta fábrica, os gases e
outros componentes químicos teriam sido levados através do ar até Idlib
como dano colateral.
O arsenal químico sírio, a priori, foi sim destruído com supervisão
internacional, incluindo agências da ONU especializadas e outros governos
da OTAN9. Entretanto, um ataque a uma fábrica de armas químicas
causaria um grande incêndio, o que não foi reportado. Somado ao fato de
que o gás sarin, sendo uma combinação de elementos, não é estocado
pronto, seus elementos são estocados individualmente, combinados apenas
no momento do uso. Portanto, uma explosão não lançaria gás sarin pronto
para a atmosfera, nem causaria danos colaterais, pois seus elementos
isolados não possuem potencial bélico.
As evidências mais fortes implicam que o uso de armas químicas foi
empregado pelo próprio governo Assad, apesar de também possuir indícios
contraditórios, porém pelo volume e contexto geral, a narrativa ocidental é
a mais próxima da realidade e coerência.
Armas químicas são proibidas em conflitos armados, segundo as
normas de Direito Internacional Humanitário, que proíbe algumas ações,
buscando limitar os efeitos de um conflito armado, principalmente no que
diz respeito àqueles que não estão envolvidos neste conflito, mas que
acabam sofrendo as consequências destes, como civis, ou outros que não
mais participam, como doentes, feridos e prisioneiros de guerra.
O Direito Internacional Humanitário pode ser resumido em três
princípios básicos: Distinção, Precaução, e Proporcionalidade10
. Por isso,
procura regular a linha entre a necessidade militar, porém lembrando
sempre da dignidade da pessoa humana, sabendo que do lado inimigo
9 NEW YORK TIMES (New York). U.S. and Russia Reach Deal to Destroy Syria’s
Chemical Arms. 2013. Disponível em: <https://nyti.ms/2jRRiFO>. Acesso em: 14 maio 2017.
10 PIÑEIRO, Emilia da Silva. Direito internacional humanitário: história e princípios. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIX, n. 150, jul 2016. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17438&revista_cadern
o=29>. Acesso em maio 2017.
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também existe outro humano, o qual não deseja causar mais sofrimento do
que o necessário.
Estes princípios são aplicados às escolhas de armas e estratégias,
meios e métodos de guerra, e desta forma, armas químicas não estão
consonantes com o Direito Internacional Humanitário, pois armas químicas
não fazem distinção de combatentes de civis.
O princípio da distinção prega que se devem distinguir os militares
dos civis, com o uso de uniformes e fardas. Portanto, apenas os militares
podem participar dos eventos bélicos, e os civis, devem ser poupados.
Minas terrestres e anti-pessoais, munição cluster, submunição, dentre
outros também são considerados “armamentos burros”, pois não são
capazes de realizar esta distinção.
O principio da proporcionalidade também deve ser considerado na
escolha do armamento, pois este não deve causar mais dano do que o
necessário para incapacitar o seu oponente, sem colocar em risco a
população civil. Assim, o uso de armas químicas também fere este
princípio, pois os danos causados proporcionam sofrimentos desnecessários
aos combatentes, podendo extrapolar e alcançar não combatentes.
O princípio da precaução referente às armas diz respeito a limitar um
ataque e seus efeitos no tempo e no espaço, o que também não é compatível
com o uso de armas químicas, vez que em razão de suas propriedades
físico-químicas, estão além do controle humano.
Destarte, as armas químicas são completamente contrárias ao Direito
Internacional Humanitário, conforme a Convenção de Armas Químicas de
199311
, que proíbe não só o uso como a venda como o estoque, produção.
A Síria, entretanto, não fazia parte originalmente desta convenção,
houve então uma situação sem precedentes, Rússia e Estados Unidos
conseguiram um acordo12
com a Síria para que esta assinasse a convenção
de 93, para em seguida proceder a remoção e destruição de seu arsenal de
armas químicas, em setembro de 2013 o decreto legislativo foi assinado por
11 Organização das Nações Unidas (ONU). Convenção sobre a Proibição do
Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de Armas Químicas e sobre sua
Destruição.
12 NEW YORK TIMES (New York). U.S. and Russia Reach Deal to Destroy Syria’s
Chemical Arms. 2013. Disponível em: <https://nyti.ms/2jRRiFO>. Acesso em: 14 maio 2017.
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Assad13
, todavia, o ataque de abril de 2017 evidencia um descumprimento
da convenção por parte do governo sírio.
É importante frisar que, apesar de fato, o governo Sírio ter
desmantelado seu arsenal de armas químicas, o armamento utilizado na
província de Idlib, seja gás Sarin ou cloro, é um armamento rudimentar, de
fácil fabricação, podendo ser armazenados em simples cilindros de gases,
de fácil manuseio e obtenção. Portanto, o fato da Síria ter desmantelado seu
arsenal químico e a Síria poder ter realizado um ataque químico não são
coisas excludentes.
Ademais, foram descobertos vestígios de elementos usados na
fabricação de gás sarin na Síria já em 201514
, o que aumenta as suspeitas de
envolvimento do governo Assad no ataque em Idlib
Desenvolvido como pesticida, o sarin foi descoberto na Alemanha em
1938. É armazenado de forma líquida, sendo incolor e inodoro, foi
classificado como arma química pela resolução 687 das Nações Unidas15
e
posteriormente proibido na Convenção sobre Armas Químicas de 199316
.
Como funciona o gás sarin? O gás atua inibindo a enzima
acetilcolinesterase, que é utilizada pelo organismo para o movimento
muscular, quando esta enzima é inibida, as sinapses que ativam os
músculos não ocorrem, e estes passam a contrair e relaxar de forma
desordenada, e cada vez mais extrema, até que enfim estrangulam os
próprios pulmões e coração, matando a vítima por asfixia.17
13 NEW YORK. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. . Secretary-General Receives
Letter from Syrian Government Informing Him President Has Signed Legislative Decree
for Accession to Chemical Weapons Convention. 2014. Disponível em:
<http://www.un.org/press/en/2013/sgsm15274.doc.htm>. Acesso em: 14 maio 2017.
14 G1. Inspetores denunciam substância para fabricar gás sarin na Síria. 2015. Disponível
em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/05/inspetores-denunciam-substancia-para-
fabricar-gas-sarin-na-siria.html>. Acesso em: 26 maio 2017.
15 United Nations. Resolution 687. 1991. Disponível em:
<http://www.un.org/Depts/unmovic/documents/687.pdf>. Acesso em: 26 maio 2017.
16 Organização das Nações Unidas (ONU). 1993. Convenção sobre a Proibição do
Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de Armas Químicas e sobre sua
Destruição. Acesso em: 26 maio 2017.
17 ABU-QARE, A.w.; ABOU-DONIA, M.b.. Sarin: health effects, metabolism, and methods
of analysis. 2002. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691502000790?via=ihub>. Acesso em:
26 maio 2017.
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E não somente sua inalação pode trazer sérios danos à saúde humana,
mas o mero contato com a pele via absorção ou inalação do gás preso às
roupas pode levar à morte.
Segundo o CDC18
americano, os sintomas da exposição ao sarin são:
Coriza
Olhos lacrimejantes
Pupilas muito contraídas
Dor nos olhos
Visão turva
Salivação e transpiração excessiva
Tosse
Aperto no peito
Respiração rápida
Diarreia
Náusea, vômito e/ou dor abdominal
Aumento da frequência urinária
Confusão
Sonolência
Fraqueza
Dor de cabeça
Frequência cardíaca lenta ou rápida
Pressão sanguínea baixa ou alta
Os sintomas iniciais são a coriza, pupilas contraídas e aperto no tórax;
em seguida, a vítima passa a sentir náuseas e salivar em excesso, para então
sentir dificuldades de respirar; então passa a sofrer espasmos convulsivos, a
perda de controle voluntário do corpo leva à defecação e micção; por fim, a
produção excessiva de muco e estreitamento dos brônquios levam a asfixia,
juntamente com a constrição dos músculos responsáveis pela respiração,
que por fim, levam a vítima à óbito.
18 USA. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. . Facts About Sarin.
2011. Disponível em: <http://www.bt.cdc.gov/agent/sarin/basics/facts.asp>. Acesso em: 26
maio 2017.
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2. A RETALIAÇÃO DE DONALD TRUMP À SÍRIA
Nas primeiras horas da sexta feira 07 de abril de 2017, misseis Tomahawk
atingiram a base aérea de Shayrat, na Síria, como resposta do governo
americano ao ataque à província de Idlib, de maneira unilateral, sem
consulta ao senado americano ou à ONU.
Segundo Trump, que autorizou o ataque, o governo Assad sufocou
homens, mulheres e crianças inocentes, e até mesmo “lindos bebês” foram
cruelmente assassinados. Ou seja, o ataque aéreo dos Estados Unidos é uma
retaliação ao uso de armas químicas, não é uma retaliação pela guerra civil
síria, ou uma tomada de posição firme e definitiva em relação ao governo
sírio, “apenas” uma retaliação ao uso de armas químicas.
Segundo o governo dos Estados Unidos, os russos foram avisados
sobre o ataque, a base aérea não possuía equipamentos ou tropas russas, e
os alvos eram materiais de instalações, intentando diminuir o máximo
possível o número de baixas humanas, apenas inutilizando a base aérea de
Shayrat.
Já segundo Rex Tillerson, secretário de Estado dos Estados Unidos,
não houve comunicação prévia dos Estados Unidos para com a Rússia. Ou
seja, pentágono afirma que houve esta comunicação enquanto o secretário o
contradiz, evidenciando uma multicefalia americana quanto sua política
externa.
Segundo a Síria, esta afirma que o ataque foi realizado como uma
forma dos Estados Unidos apoiarem os grupos da oposição/terroristas, que
são, segundo o governo sírio, diz ter sido um ataque irresponsável e
imprudente, além disto, o ataque seria uma forma dos EUA escalar a guerra
na síria perto do que se considera uma vitória de Assad.
A versão russa dos fatos é de que o ataque dos EUA já era planejado
anteriormente, e que já tinham deslocado estas forças e concentrado este
número de mísseis próximo à Síria e que apenas se aproveitaram de um
pretexto inventado para agir contra a Síria, além disso, o porta-voz do
Kremlin disse que as ações causam um prejuízo considerável entre as
relações EUA e Rússia que já se encontram em um estado lamentável,
ainda segundo a Rússia, misseis americanos foram interceptados pelos
sistemas antiaéreos russos e vidas russas não foram perdidas, porém, que
estiveram a passos de serem atingidas pelos misseis.
Ainda, o governo do Irã tem uma narrativa semelhante à narrativa
Síria e Russa, pois o Irã é outro importante aliado do governo Assad.
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Apesar de ter havido perante os veículos jornalísticos uma surpresa
quanto aos ataques, já era possível notar um comportamento semelhante de
Trump há alguns anos. Donald Trump faz parte do Partido Republicano dos
Estados Unidos, partido este que sempre esteve presente nos momentos de
guerra dos EUA, especialmente com os países do oriente médio. Tal qual o
último governo republicano, de George W. Bush foi aquele que criou a
denominação do Eixo do Mal, o qual a Síria faz parte.
Ao final do governo Obama, Trump era um crítico ferrenho do
posicionamento de Barack Obama em não atacar estes países do chamado
Eixo do Mal de uma maneira mais ativa, agindo de modo muito pacífico
para com a ascensão do Daesh.
Existe uma outra questão interna dos EUA que já evidenciava uma
possível represália da forma como ocorreu. Donald Trump não possui
apoio da maioria do partido republicano, então, uma decisão como esta
seria estrategicamente de grande valia para cativar estes integrantes do
partido, tentar ganhar o apoio deste grupo que não confiava em sua política
externa.
Ainda, Donald Trump não possui formação política, era um homem de
negócios, assim, sua visão de comunidade internacional e relações
internacionais por meio da política é de certa forma, pobre, se comparado a
de Barack Obama, por exemplo. Assim, não é surpresa que tente resolver
tais conflitos de umas maneiras mais extravagantes e que chamem mais
atenção para que receba o apoio de seus companheiros de partido.
Apesar de ter sido, em toda sua essência, não uma represália, mas sim
um ataque, Trump conseguiu realiza-lo de forma calculada para ganhar
apoio de parte de seu partido e dos mais conservadores no poder
americano.
Atualmente, em questão de mídia nos EUA, os grandes canais que
fazem “oposição” a Trump são a A National Broadcasting Company
(NBC) e Cable News Network (CNN), e estes, passaram a elogiar1920
o fato
de Trump ter atacado a Síria, reavivando o sentimento da população
19 CNN. Trump launches military strike against Syria. 2017. Disponível em:
<http://edition.cnn.com/2017/04/06/politics/donald-trump-syria-military/>. Acesso em: 15 maio
2017.
20 NBC. Trump: Why I Launched a Missile Strike on Syria. 2017. Disponível em:
<http://www.nbcnews.com/politics/white-house/trump-why-i-launched-missile-attack-syria-
n743656>. Acesso em: 15 maio 2017.
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americana de “salvadores” do mundo, evidenciando o resultado positivo
dos ataques perante a opinião pública.
Não só o ataque à Síria pode ser visto desta forma, como também a
manobras militares realizadas em conjunto com a Coréia do Sul e a
instalação de baterias antiaéreas21
na península coreana, que não é bem
vista não só pela Coréia do Norte, mas também pela China. Assim como o
envio de fragatas à região fortalece o imperialismo americano ao Japão e
Coréia do Sul. Tais estratagemas são típicos dos republicanos e das alas
mais conservadoras e retrógadas dentro dos próprios republicanos.
Em declaração à comunidade internacional, Putin revelou que se tais
eventos voltarem a ocorrer será respondido de igual maneira pela Rússia22
,
levantando tensão entre EUA e Rússia.
É importante destacar que o Pentágono comunicou previamente à
Moscou, para garantir que vidas russas ou equipamentos russos não fossem
atingidos. Já Rex Tillerson, o secretário de Estado, disse que não houve
nenhum contato entre Washington e Moscou. Isso evidencia a multicefalia
da politica externa dos Estados Unidos, além de levantar a seguinte
questão: Se os Estados Unidos avisou com antecedência a Moscou, e
Moscou providenciou para que danos não fossem feitos a vidas ou
equipamentos sensíveis russos, e ao que tudo indica, não aconteceu,
persiste a chance de este ataque ter sido uma mera troca de peões.
Assim, os Estados Unidos poderia realizar uma demonstração de
força, o que seria favorável para a opinião interna e externa, porém sem
arriscar suas relações com a Rússia.
Agora, se não houve esta comunicação, se houve um risco deliberado
de se atingir russos, e os Estados Unidos correu este risco, teremos então
uma possível escalada entre estas relações.
Ainda, o Trump, ao momento da retaliação se encontrava na Flórida
com Xi Jinping, Presidente da China. Ao fazer um ataque à Síria enquanto
o presidente americano está se encontrando com o presidente chinês pode
ser interpretado como uma demonstração de poder e intimidação.
21 CNN. Trump: South Korea should pay for $1B missile defense system. 2017. Disponível
em: <http://money.cnn.com/2017/04/28/news/trump-south-korea-thaad-trade/>. Acesso em: 15
maio 2017.
22 EL PAIS. Putin condena o ataque dos EUA na Síria e diz tratar-se de uma “agressão a
um Estado soberano”. 2017. Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/07/internacional/1491531655_261774.html>. Acesso
em: 15 maio 2017.
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Não é possível saber se teremos tropas em chão na Síria, e isso é uma
questão importante para Putin, pois é necessário que a Rússia possa prever
até quais limites iria os Estados Unidos. Pois se temos Trump durante sua
campanha presidencial dizendo que os Estados Unidos deve voltar a
participar de guerras e que investirá na marinha, e tempos depois diz que
não deseja mais ver veteranos americanos mutilados em nome de outros
países, resta-se muito necessário possuir parâmetros para se preparar para
eventos futuros. Portanto, era interessantíssimo para a Rússia ver quais
eram os limites de Donald Trump em circunstâncias delicadas como esta,
justamente para se preparar para futuros eventos.
3. ANÁLISE DOS EVENTOS EM IDLIB E SHAYRAT
Quem se beneficiaria com um ataque como este? Vejamos, o regime de
Assad não estava em uma posição de perdedor, pois já controla cerca de
70% das regiões da Síria, o regime tem apoio incondicional de grande
aparato militar russo, a chamada “oposição moderada” já foi praticamente
dizimada, os países do golfo diminuíram sua participação nesta guerra.
Portanto qual seria o cui bono23
do governo sírio?
Uma primeira possível explicação seria a de uma punição
extremamente cruel e que é uma prática “familiar” dos Assad na Síria, visto
que o pai de Bashar Al-Assad também dizimava a oposição ao governo
para desencorajar novos levantes. No caso da região de Idlib, ainda persiste
o agravante que é Aleppo ter sido cercada pelas tropas Sírias e Russas e
então levada à submissão, como em Idlib isto não é possível por ser
fronteira com Turquia, onde seria possível criar corredores estratégicos que
evitariam o cerco. Então, para o governo Assad, estar interessado em
castigar a população o máximo possível e da maneira mais cruel para
desencorajar levantes futuros é uma explicação plausível.
A outra explicação é uma demonstração para Israel de que a Síria
ainda pode realizar ataques químicos. Por quê? Porque primeiro Israel e
Síria estão em guerra há décadas, não existindo relações diplomáticas entre
as nações e oficialmente estão em estado de guerra ininterrupta. E Israel é
um dos atores na guerra civil síria, e em março, Israel conduziu ataques
dentro de espaço aéreo sírio, contra estruturas do governo sírio. Seria então
esta uma maneira de mostrar ao inimigo o poderio bélico sírio.
Do ponto de vista da Rússia, se esta autorizou ou consentiu, ou ainda,
foi omissa com este ataque de armas químicas, quais seriam as vantagens
23 Do latim, “a quem beneficia?”.
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obtidas com isto? Este evento forçou o novo governo dos Estados Unidos a
demonstrar claramente quais serão suas políticas em relação à Síria, se
seria através do dialogo ou através da força. Portanto, o ataque permite à
Rússia ter um vislumbre vantajoso, quase necessário, de como será o novo
governo americano e poderá preparar-se para com as relações americanas.
E para a Turquia, ao contribuir para demonização de Assad, para
antagonizar Assad ao Irã, e para enfraquecer o governo sírio que
caminhava para uma vitória negociada com os russos em Astana em um
plano de paz que prevê uma região autônoma curda, que são “inimigos”
históricos da Turquia, e que a qualquer custo, tentaria evitar um estado
nacional curdo.
Os países do golfo pérsico estão interessados na derrubada do Assad,
que por razões políticas e econômicas estavam enfraquecidos, agora
poderão retomar o debate acerca da necessidade de derrubar Assad.
Para Donald Trump, ainda desconsiderando a resposta dos EUA, o uso
de armas químicas na Síria significava que há a necessidade de se resolver
os problemas da falta de unidade em sua política externa; e quais “cartas”
revelaria e quais manteria na manga; e quanto ele iria se distanciar de
Obama e das críticas de ele próprio fazia ao seu antecessor por ser muito
passivo em relação à Síria.
Além das próprias vitimas, quem não estaria interessado neste ataque
são os próprios aliados de Assad, que são o Irã e o Hezbollah, pois ambos
já estão envolvidos na guerra da Síria há muito tempo e precisam e querem
se concentrar na situação do Líbano, que também sofre uma escalada de
tensões internas, em uma escala menor, porém ainda é uma grande carta da
região, portanto, quanto mais rápido este conflito na Síria se resolver,
melhor.
Agora, considerando a represália de Donald Trump, para os Estados
Unidos, é uma forma de se conseguir fazer uma intervenção pontual, uma
demonstração de força sem um comprometimento de médio a longo prazo.
No sentido de, Trump foi eleito em uma plataforma de isolacionismo, em
não envolver os Estados Unidos em guerras, então, se mostra muito
improvável que haja tropas americanas em solo sírio. Assim, Trump
demonstra sua força, se distancia do governo Obama, afasta a imagem de
proximidade que havia com Putin, e sem comprometer em longo prazo uma
ação militar dedicada dos Estados Unidos.
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Em razão do ataque de Trump, a Rússia suspendeu o acordo de
cooperação de voos que possuía com os EUA desde 201524
, utilizando-se
então da narrativa de o ataque tenha sido premeditado, usando do
lançamento de armas químicas apenas como “desculpa” conveniente,
legitima-se a concentração de forças russas dentro de território sírio.
E para o governo sírio, com esta ação americana, aumenta-se a
legitimidade do governo sírio perante parte de sua população, o Irã, o
Hezbollah. Ainda, fortalece a retórica de Assad de que os
rebeldes/terroristas são todos apoiados pelos EUA, o que justifica o uso de
uma “mão de ferro” para controlar o país.
Sobre a comunicação do ataque à Rússia, caso tenha havido este
contato, é possível que tenha sido uma “troca de peões”, ou seja, o governo
sírio usou armas químicas, o governo Trump precisa agir e então contata o
governo russa (que já informou que o apoio a Assad não é
incondicional·),que então aceita o ataque e retira suas forças da área, e
assim, fazendo-se um jogo de cartas marcadas, e assim, permite o interesse
de ambos sejam atendidos de forma a evitar uma proporção muito maior
por acidentes.
Novamente, a falta de unidade na politica externa de Trump mostra-se
relevante, visto que, temos o Pentágono, uma entidade de natureza militar,
o Conselho de Segurança Nacional, que é cívico-militar, ligado à Casa
Branca, e o Departamento de Estado, que é civil, e controlado pelo
secretário de Estado, Rex Tillerson, apontado por Donald Trump, porém
dentro do Departamento de Estado, temos tanto cabeças apontadas pelo
atual presidente como outras que estão lá por carreira, que muitas vezes não
concordam com os estratagemas presidenciais. Portanto, quando Tillerson
afirma que não houve comunicação, pode significar que este não sabe o que
está acontecendo dentro do próprio departamento. Persiste a possibilidade
de o Pentágono possuir maior influencia dentro da administração Trump do
que se esperava.
O fato de usar força militar na Síria obriga estes setores do governo
Trump a dialogarem e adotar uma politica comum, pois o poder decisório
está centralizado na figura do presidente.
Uma segunda hipótese para esta represália contra a Síria, é a de que os
aliados dos Estados Unidos na região passem a pressionar mais ainda o
24 RT. Russia suspends flight safety memorandum over Syria after US missile strike –
Foreign Ministry. 2017. Disponível em: <https://www.rt.com/news/383837-russia-syria-flight-
safety/>. Acesso em: 26 maio 2017.
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governo Trump para intervir mais vezes. Recentemente Trump teve
encontros com o rei da Jordânia25
, o príncipe Saudita26
e outras lideranças
de países do golfo interessadas na queda de Assad. E assim, retrocede-se a
campanha de Assad (que se aproximava de uma vitória) para um status
semelhante ao de 2014, onde nenhuma frente aparentava se dirigir à vitória
e a guerra não se mostrava perto do fim.
Uma 3ª Guerra Mundial deve ser vista com ceticismo, pois em razão
da guerra moderna, armamentos nucleares e destruição mútua assegurada,
esta teria proporções catastróficas em níveis globais, o que leva as nações a
usarem seus armamentos nucleares como forma de barganha. Ou seja, em
um eventual conflito entre EUA e Rússia, é muito mais provável que os
dois lados se foquem em usar seus armamentos convencionais a fim de
obter uma vitória convencional, que permita ocupação de territórios,
cessões, pagamentos de indenizações, desarmamento, etc.
Porém, a existência deste tipo de arsenal leva à seguinte hipótese,
remota, mas plausível em certas circunstâncias. Existe a chance de que o
lado perdedor do conflito venha a usa-lo como ultima ratio, em seus
últimos instantes quando se encontrar sem chances de vitória para
assegurar a destruição do lado vencedor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As circunstâncias atuais trazem muito mais perguntas do que respostas, um
cenário que traz Rússia, Estados Unidos, China, Síria, Coreia do Norte,
Turquia como principais atores não pode ser considerado simples em
nenhum aspecto.
Todas as narrativas mais coerentes apontam para o governo sírio de
Bashar Al-Assad como autor do ataque químico à província de Idlib com
gás sarin. Em uma única manobra, Assad fez demonstração de poder à
Israel, à população da síria, e aos grupos rebeldes/oposição, desencorajando
novos levantes e resistência ao seu regime. Ainda assim, o ataque viola
inúmeros acordos internacionais de direitos humanos e de proibição de uso
25 TIME. President Trump Appears With Jordanian King Abdullah II. 2017. Disponível
em: <http://time.com/4726510/donald-trump-king-abdullah-watch-live/>. Acesso em: 26 maio
2017.
26 NEW YORK TIMES. Trump Meets Saudi Prince as U.S. and Kingdom Seek Warmer
Relations. 2017. Disponível em:
<https://www.nytimes.com/2017/03/14/world/middleeast/mohammed-bin-salman-saudi-arabia-
trump.html?_r=0>. Acesso em: 26 maio 2017.
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de armas químicas, colocando a Síria em uma situação ainda mais isolada
da comunidade internacional.
Para os Estados Unidos de Donald Trump, a retaliação foi uma
decisão de grande importância, pois definiu qual será a postura norte-
americana neste novo governo. Apesar da evidente multicefalia quanto à
politica-externa, o ataque à base de Shayrat pôde ter sido uma decisão
sagaz se de fato foi uma troca de peões com a Rússia, pois satisfaz a
opinião pública interna e externa, sem comprometer os Estados Unidos
militarmente por muito tempo.
De qualquer forma, os eventos do último mês são apenas os capítulos
intermediários de uma tensão complexa demais iniciada no inicio da
década, e aparentemente, sem previsão de término.
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