Analise EB TM MDF Scilab

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Análise física de vigas

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    GUSTAVO GUIMARES CRUZ

    ANLISE COMPARATIVA DAS TEORIAS DE EULER-

    BERNOULLI E TIMOSHENKO VIA MTODO DAS

    DIFERENAS FINITAS COM IMPLEMENTAO

    COMPUTACIONAL EM SCILAB

    TERESINA - PI

    2014

  • GUSTAVO GUIMARES CRUZ

    ANLISE COMPARATIVA DAS TEORIAS DE EULER-

    BERNOULLI E TIMOSHENKO VIA MTODO DAS

    DIFERENAS FINITAS COM IMPLEMENTAO

    COMPUTACIONAL EM SCILAB

    Monografia apresentada ao curso de

    Engenharia Civil da Universidade

    Federal do Piau, como requisito parcial

    para a concluso do Bacharelado em

    Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Me. Calebe Paiva

    Gomes de Souza

    TERESINA - PI

    2014

  • FICHA CATALOGRFICA Universidade Federal do Piau

    Biblioteca Comunitria Jornalista Carlos Castello Branco

    Servio de Processamento Tcnico

    C957a Cruz, Gustavo Guimares.

    Anlise comparativa das teorias de Euler-Bernoulli e

    Timoshenko via Mtodo das Diferenas Finitas com

    implementao computacional em Scilab / Gustavo Guimares

    Cruz. Teresina, 2014. 147 f. : il.

    Monografia (Bacharelado em Engenharia Civil) Universidade Federal do Piau, 2014.

    Orientao: Prof. Me. Calebe Paiva Gomes de Souza.

    1. Viga. 2. Euler-Bernoulli - Teoria. 3. Timoshenko - Teoria.

    4. Mtodo das Diferenas Finitas. 5. Scilab. I. Ttulo.

    CDD 624.177 23

  • Monografia intitulada Anlise Comparativa das Teorias de Euler-Bernoulli e Timoshenko via

    Mtodo das Diferenas Finitas com Implementao Computacional em SCILAB, de autoria de

    Gustavo Guimares Cruz, apresentada ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal

    do Piau como requisito parcial concluso do Bacharelado em Engenharia Civil.

    Aprovada pela banca examinadora constituda pelos seguintes professores:

    ______________________________________________________________________ Prof. Me. Calebe Paiva Gomes de Souza - CT/UFPI Orientador

    ________________________________________________________________________________ Profa. Dra. Simone dos Santos Hoefel - CT/UFPI

    ________________________________________________________________________________ Prof. Me. Eduardo Martins Fontes do Rego - CT/UFPI

    TERESINA, 15 de agosto de 2014

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a DEUS, em primeiro lugar, onde est comigo a todo o momento e nas horas

    mais difceis, principalmente nesses ltimos meses.

    Aos meus pais, Jos Manoel e Francisca Leite, que me deram o amor, educao e

    humildade necessria para me tornar, pelo menos, um ser humano que respeita todas as pessoas,

    mesmo aquelas que te prejudicam.

    Aos meus irmos que, me deram suporte nas horas difceis, com brincadeiras.

    Agradeo aos professores da UFPI que me ajudaram mesmo possuindo pouco tempo e

    pela agradecer pela pacincia.

    Agradeo ao meus professores que tive antes de entrar na Universidade, que me deram

    apoio para que pudesse estar aqui.

    Ao professor Calebe Paiva, que sempre esteve disponvel para responder, e com

    pacincia, os questionamentos, alm de um grande ser humano.

    Aos meus amigos de Universidade que me ajudaram nessa longa jornada: Francisco

    Gomes, Isnio de Castro e Luciano Alves.

  • RESUMO

    ANLISE COMPARATIVA DAS TEORIAS DE EULER-BERNOULLI E

    TIMOSHENKO VIA MDF COM IMPLEMENTAO

    COMPUTACIONAL EM SCILAB

    Autor: Gustavo Guimares Cruz

    Orientador: Calebe Paiva Gomes de Souza

    Teresina-PI, agosto de 2014

    A viga um dos principais elementos estruturais utilizados na Engenharia Civil, e apresenta

    equaes diferenciais que rege cada caracterstica pertinente. Dentre essas caractersticas

    destaca-se a deflexo, regido por teorias que se embasam na manuteno da seo da viga.

    Dentre as teorias, as mais utilizadas so a de Euler-Bernoulli e de Timoshenko, sendo que a

    primeira no considera os efeitos cisalhantes, enquanto a segunda adiciona os efeitos de

    Poisson. A equao diferencial resultante de ambas torna possvel a utilizao de mtodos

    numricos. Entre esses mtodos numricos, destaca-se o Mtodo das Diferenas Finitas,

    transformando equaes do meio contnuo para o meio discreto, simplificando a aplicao. O

    mtodo numrico possibilita a implementao computacional, presente nos dias atuais. Por

    questes econmicas e facilidade de produo do algoritmo, o Scilab o meio interessante de

    obter clculos com resultados grficos satisfatrios. Assim, na comparao entre os grficos

    das teorias propostas observou-se, em relao ao mtodo numrico adotado, uma convergncia

    entre os valores discreto e analtico medida que aumenta-se o nmero de pontos inseridos,

    demonstrando a eficincia do mtodo. Em relao as teorias, para uma relao comprimento-

    altura alta e carga aplicada de grande magnitude, existe praticamente coincidncia entre ambas

    as teorias, sendo desprezvel a parcela da tenso cisalhante na viga. Mas para relao

    comprimento-altura muito baixa para cargas com valores elevados, observa-se uma

    discrepncia entre as curvas de deflexo entre as teorias de Euler-Bernoulli e Timoshenko, bem

    como uma diferena entre o valor estipulado intuitivamente e o apresentado para uma carga

    concentrada. Neste caso, a parcela cortante de suma importncia na verificao e

    dimensionamento para determinadas aplicaes prticas.

    Palavras-chave: Viga. Euler-Bernoulli. Timoshenko. Mtodo das Diferenas Finitas.

    Implementao. Scilab.

  • ABSTRACT

    COMPARATIVE ANALYSIS OF THEORIES OF EULER-BERNOULLI

    AND TIMOSHENKO VIA MDF WITH COMPUTER

    IMPLEMENTATION IN SCILAB

    Author: Gustavo Guimares Cruz

    Supervisor: Calebe Paiva Gomes de Souza

    Teresina-PI, august 2014

    The beam is a main structural elements used in Civil Engineering, and presents differential

    equations governing each relevant feature. Among these features there is the deflection

    governed by theories that underlie the maintenance of the beam section. Among theories, the

    most used are the Euler-Bernoulli and Timoshenko, where the first does not consider the effects

    of shear, while the second adds the Poisson effect. The resulting differential equation of the two

    makes it possible to use numerical methods. Among these numerical methods, highlight the

    Finite Difference Method, transforming the continuum equations for the discrete medium,

    simplifying the application. The numerical method allows the computer implementation, this

    nowadays. For economic reasons and ease of production of the algorithm, the Scilab is

    interesting means of obtaining satisfactory calculations with graphical results. Thus, in

    comparison between the graphs of the theories proposed observed, compared to the numerical

    method used, a convergence between the discrete values and the analytical increases as the

    number of entered points, demonstrating the efficiency of the method. Regarding theories,

    applied to a high load of great magnitude and length-height ratio, is virtually coincidence

    between both theories and an insignificant portion of the shear stress in the beam. But for length-

    height relationship for very low loads with high values, there is a discrepancy between the

    deflection curves between theories of Euler-Bernoulli and Timoshenko, as well as a difference

    between the amount stipulated intuitively and submitted to a concentrated load, in which case,

    the shear portion is of paramount importance in the design and verification for certain practical

    applications.

    Keywords: Beam. Euler-Bernoulli. Timoshenko. Finite Difference Method. Implementation.

    Scilab.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1.1 Aplicao das estruturas nos dias atuais 21

    Figura 1.2.1 Discretizao de casca cilndrica (tnel) atravs do Mtodo das Diferenas

    Finitas 23

    Figura 2.1.1 Principais elementos estruturais que compem as construes correntes 26

    Figura 2.1.2 Estrutura metlica composta por barras horizontais (viga) e verticais (pilar) 26

    Figura 2.1.3 Viga-Parede e sua distribuio de foras 27

    Figura 2.1.4 Tnel, um elemento de casca, aplicado em construes rodovirias 27

    Figura 2.1.5 Detalhe do bloco de coroamento em uma fundao 28

    Figura 2.1.1.1 Solicitaes de diferentes naturezas atuantes em um corpo 29

    Figura 2.1.1.2 Distribuio dos esforos internos em um corpo 30

    Figura 2.1.1.3 Atuao do esforo normal em uma seo da estrutura 31

    Figura 2.1.1.4 Atuao do esforo cortante em uma seo da estrutura 31

    Figura 2.1.1.5 Atuao do momento fletor em uma seo da estrutura e as tenses

    resultantes 31

    Figura 2.1.1.6 Atuao do momento torsor em um corpo 32

    Figura 2.1.1.7 Sistemas de foras internas para estruturas coplanares 32

    Figura 2.1.2.1 Tipos de carregamentos externos possveis de atuao em uma estrutura 32

    Figura 2.1.3.1 Carregamento externo atuante e os esforos resultantes da aplicao do

    mesmo 33

    Figura 2.1.3.2 Carregamento pontual externo e as resultantes internas devido a aplicao do

    mesmo 34

    Figura 2.1.4.1.1 Curva tenso - deformao genrica 35

    Figura 2.1.5.1 Elemento estrutural genrico e seu centro geomtrico C 37

    Figura 3.1.1 Primeiros indcios de utilizao da viga na humanidade 38

    Figura 3.1.2 Vigas de uma ponte atual, chamadas tambm de longarina 39

    Figura 3.2.1 Carregamentos externos e a atuao das tenses em uma viga 39

    Figura 3.2.2 Representao matemtica do apoio simples 40

    Figura 3.2.3 Representao matemtica do apoio do 2 gnero 40

    Figura 3.2.4 Representao matemtica do apoio do tipo engaste 40

    Figura 3.2.5 Representao de uma viga biapoiada 41

    Figura 3.2.6 Representao de uma viga engastada 41

    Figura 3.2.7 Viga isosttica e as reaes atuantes 41

  • Figura 3.2.8 Viga hiposttica, com equilbrio instvel 42

    Figura 3.2.9 Condio hiperesttica de uma viga engastada e apoiada em sua borda 42

    Figura 3.3.1 Esquematizao fsica da deflexo de uma viga 43

    Figura 3.3.1.1 Curva caracterstica de uma viga 44

    Figura 3.3.1.2 Representao matemtica da linha elstica de uma viga 45

    Figura 3.3.2.1 Deformao infinitesimal de uma seo qualquer de uma viga 45

    Figura 4.1.1 Modelo de viga de Euler-Bernoulli 49

    Figura 4.2.1 Modelo de viga de Timoshenko 51

    Figura 4.2.2 Anlise das sees de uma viga com relao altura-comprimento elevada, com

    empenamento das mesmas pela aplicao da carga 52

    Figura 4.2.3 Suposta distribuio linear da tenso cisalhante em uma seo da viga 53

    Figura 4.2.4 Suposta distribuio parablica da tenso cisalhante em uma seo da viga 54

    Figura 5.1.1 Esquema de uma funo (x) divididos em faixas igualmente espaadas,

    representando as diferenas finitas 59

    Quadro 5.1.1 Frmula molecular das diferenas finitas 60

    Figura 5.2.1.1 Discretizao em pontos equidistantes em uma viga biapoiada 61

    Figura 5.2.2.1 Discretizao em pontos equidistantes em uma viga engastada 62

    Fluxograma 6.1.1 Esquema de organizao para a obteno do resultado de um problema de

    Engenharia 66

    Diagrama 6.3.1 Algoritmo na elaborao do programa de clculo de deflexes via MDF 68

    Figura 6.4.1 Janela principal da GUI 69

    Figura 6.4.2 Elementos constituintes da GUI 70

    Figura 6.4.3 Processamento do grficos de sada pelo tipo de teoria 71

    Figura 6.4.4 Relatrio gerado pelo programa 72

    Figura 6.4.5 Sada de dados com janela grfica individualizada 73

    Figura 8.1.1.1 Esquema de um viga biapoiada com carregamento concentrado, com os pontos

    nodais caracterstico 75

    Figura 8.1.6.1 Esquema de um viga engastada com carregamento concentrado, com os pontos

    nodais caractersticos 94

    Figura 8.2.1.1 - Esquema de um viga biapoiada carregada de forma uniforme e distribuda, com

    os pontos nodais caractersticos 105

    Figura 8.2.3.1 - Esquema de um viga engastada carregada de forma uniforme e distribuda, com

    os pontos nodais caractersticos 114

    Figura A.1 Cdigo-fonte elaborado a partir do Scilab 131

  • Figura A.2 Momentos de inrcia caracterstica de cada geometria 146

  • LISTA DE GRFICOS

    Grfico 8.1.1.1.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 5 76

    Grfico 8.1.1.2.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 55 77

    Grfico 8.1.1.3.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 125 78

    Grfico 8.1.1.4.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 1005 79

    Grfico 8.1.1.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para L = 1

    m e h = 10b e x = L/2 80

    Grfico 8.1.2.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1,5 m, h = 10b e npontos = 5 81

    Grfico 8.1.2.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1,5 m, h = 10b e npontos = 55 82

    Grfico 8.1.2.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1,5 m, h = 10b e npontos = 125 83

    Grfico 8.1.2.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, L = 1,5 m, h = 10b e npontos = 1005 84

    Grfico 8.1.3.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 2 m, h = 10b e npontos = 5 85

    Grfico 8.1.3.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 2 m, h = 10b e npontos = 55 86

    Grfico 8.1.3.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 2 m, h = 10b e npontos = 125 87

    Grfico 8.1.3.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 2 m, h = 10b e npontos = 1005 88

    Grfico 8.1.4.1 Comparativo entre as curvas de Timoshenko para as diferentes relaes

    comprimento-altura da viga 89

    Grfico 8.1.5.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, e npontos = 5 90

    Grfico 8.1.5.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, e npontos = 55 91

  • Grfico 8.1.5.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, e npontos = 125 92

    Grfico 8.1.5.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    concentrado, e npontos = 1005 93

    Grfico 8.1.5.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para L = 5

    m e x = L/2 94

    Grfico 8.1.6.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado e npontos = 5 95

    Grfico 8.1.6.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado e npontos = 55 96

    Grfico 8.1.6.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado e npontos = 125 97

    Grfico 8.1.6.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado e npontos = 1005 98

    Grfico 8.1.6.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para uma

    viga engastada e L = 5 m e x = L 99

    Grfico 8.1.7.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 5 100

    Grfico 8.1.7.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 55 101

    Grfico 8.1.7.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 125 102

    Grfico 8.1.7.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    concentrado, L = 1 m, h = 10b e npontos = 1005 103

    Grfico 8.1.7.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para uma

    viga engastada, L = 1 m e h = 10b e x = L 104

    Grfico 8.2.1.1.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo e npontos = 5 105

    Grfico 8.2.1.2.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo e npontos = 55 106

    Grfico 8.2.1.3.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo e npontos = 125 107

    Grfico 8.2.1.4.1 Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo e npontos = 1005 108

  • Grfico 8.2.1.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para um

    carregamento distribudo com L = 5 m 109

    Grfico 8.2.2.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 5 110

    Grfico 8.2.2.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 55 111

    Grfico 8.2.2.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 125 112

    Grfico 8.2.2.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga biapoiada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 1005 113

    Grfico 8.2.3.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo e npontos = 5 114

    Grfico 8.2.3.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo e npontos = 55 115

    Grfico 8.2.3.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo e npontos = 125 116

    Grfico 8.2.3.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo e npontos = 1005 117

    Grfico 8.2.3.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para uma

    viga engastada com carregamento distribudo e L = 5 m e x = L 118

    Grfico 8.2.4.1.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 5 119

    Grfico 8.2.4.2.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 55 120

    Grfico 8.2.4.3.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 125 121

    Grfico 8.2.4.4.1 - Comparativo entre as teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo, L = 1 m, h = 10b e npontos = 1005 122

    Grfico 8.2.4.5.1 - Valores de deflexo da TEB em funo dos nmeros de pontos para uma

    viga engastada com carregamento distribudo, L = 1 m e h = 10b 123

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.3.3.1 Reaes de apoio e suas condies de contorno 48

    Tabela 8.1.1.5.1 Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento concentrado, com L = 1 m e h = 10b 79

    Tabela 8.1.2.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento concentrado, com L = 1,5 m e h = 10b 84

    Tabela 8.1.3.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento concentrado, com L = 2 m e h = 10b 88

    Tabela 8.1.5.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento concentrado, com L = 5 m 93

    Tabela 8.1.6.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga

    engastada com carregamento concentrado, com L = 5 m 98

    Tabela 8.1.7.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga

    engastada com carregamento concentrado, com L = 1 m e h = 10b 103

    Tabela 8.2.1.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento distribudo, com L = 5 m 108

    Tabela 8.2.2.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga com

    carregamento distribudo, com L = 1 m e h = 10b 113

    Tabela 8.2.3.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga

    engastada com carregamento distribudo com L = 5 m 117

    Tabela 8.2.4.5.1 - Valores de deflexo das teorias de vigas e erro relativo para uma viga

    engastada com carregamento distribudo com L = 1 m e h = 10b 122

  • LISTA DE SIGLAS

    ENPC cole Nationale des Ponts et Chausses

    FSTD First Shear Theory Deformation

    GUI Graphical User Interface

    INRIA Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique

    MDF Mtodo das Diferenas Finitas

    MDFE Mtodo das Diferenas Finitas Energticas

    MEF Mtodo dos Elementos Finitos

    MRP Mtodo dos Resduos Ponderados

    MRR Mtodo de Rayleigh-Ritz

    POO Programao Orientada a Objetos

    TEB Teoria de Euler-Bernoulli

    TT Teoria de Timoshenko

  • LISTA DE SMBOLOS

    Somatrio discreto

    xF Foras horizontais

    yF Foras verticais

    oM Momento em relao a um ponto O

    N Esforo normal

    V ou Q Esforo Cortante

    M Momento fletor

    T Momento torsor

    q(x) Carga uniformemente distribuda

    dx Diferencial em relao a x

    d

    dx Derivada em relao a x

    dM Diferencial em relao ao momento fletor

    P Carga concentrada

    Tenso mdia

    E Mdulo de elasticidade

    a Deformao axial

    Coeficiente de Poisson

    ' Deformao lateral

    Tenso de cisalhamento mdia

    G Mdulo de elasticidade transversal

    Deformao de cisalhamento

    x Coordenada do centroide em relao a x

    A rea da seo transversal

    y Coordenada do centroide em relao a y

    Somatrio contnuo ou integral

    xI Momento de inrcia em relao a y

    yI Momento de inrcia em relao a x

    Rx Reao de apoio horizontal

  • Ry Reao de apoio na vertical

    ds Diferencial em relao a s

    O Ponto de interseo

    Curvatura

    Raio de curvatura

    Giro da seo

    w Deflexo da viga

    4

    4

    d w

    dx Derivada de 4 ordem da deflexo em relao a x

    3

    3

    d w

    dx Derivada de 3 ordem da deflexo em relao a x

    C; c Constantes de integrao

    h Altura da seo transversal

    L Comprimento da viga

    Rotao adicional devido ao cortante

    Ks Fator de correo de cisalhamento

    b Base da seo transversal

    qc Fluxo de cisalhamento

    Operador de derivada parcial

    Incremento

    ( )x Funo polinomial

    i Ponto pivotal

    ( )f x Funo

    iy Ordenada em relao ao ponto i

    n Nmero de segmentos

    A; F; W Matrizes

    npontos Nmeros de pontos de discretizao

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................. 21

    1.1 GENERALIDADES SOBRE VIGAS E SUAS TEORIAS ........... 21

    1.2 MTODO DAS DIFERENAS FINITAS E A UTILIZAO

    DA LINGUAGEM SCILAB ........................................................................ 22

    1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 23

    1.3.1 Gerais .................................................................................................................... 23

    1.3.2 Especficos ............................................................................................................ 23

    1.4 DELIMITAO DO TEMA ....................................................................... 24

    1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 24

    2 ANLISE ESTRUTURAL .......................................................................... 25

    2.1 ESTRUTURA: CONCEITOS E APLICAES ................................ 25

    2.1.1 Tipos de solicitaes nas estruturas .............................................................. 28

    2.1.2 Tipos de cargas externas atuantes ................................................................ 32

    2.1.3 Relao entre momento fletor, esforo cortante e carga aplicada....... 33

    2.1.4 Propriedades mecnicas dos materiais estruturais.................................. 35

    2.1.4.1 A lei de Hooke ................................................................................................... 35

    2.1.4.2 Coeficiente de Poisson e a lei de Hooke para o cisalhamento .................. 36

    2.1.5 Caractersticas geomtricas das estruturas ............................................... 36

    3 A VIGA COMO ELEMENTO ESTRUTURAL .............................. 38

    3.1 HISTRIA E IMPORTNCIA .................................................................. 38

    3.2 CARACTERSTICAS DAS VIGAS ........................................................ 39

  • 3.3 DEFLEXO EM VIGAS .............................................................................. 42

    3.3.1 Raio de curvatura .............................................................................................. 43

    3.3.2 Relao Momento-Curvatura de uma viga ................................................ 45

    3.3.3 Condies de contorno ..................................................................................... 47

    4 TEORIAS DE VIGAS: CONCEITOS E ANLISES ................... 49

    4.1 TEORIA DE EULER-BERNOULLI (TEB) ......................................... 49

    4.2 TEORIA DE TIMOSHENKO (TT) .......................................................... 51

    5 O MTODO DAS DIFERENAS FINITAS..................................... 57

    5.1 FORMULAO DO MDF .......................................................................... 59

    5.2 APLICAO DO MDF NO CLCULO DAS DEFLEXES DE

    VIGAS ................................................................................................................... 61

    5.2.1 MDF e as condies de contorno para vigas biapoiadas ........................ 61

    5.2.2 MDF e as condies de contorno para viga engastada ........................... 62

    5.3 MDF APLICADA A TEORIA DE EULER-BERNOULLI ........... 63

    5.4 MDF APLICADA A TEORIA DE TIMOSHENKO ........................ 63

    6 A PROGRAMAO EM SCILAB ........................................................ 65

    6.1 BREVE HISTRICO DE PROGRAMAO E SEUS

    CONCEITOS ...................................................................................................... 65

    6.2 O SCILAB COMO FERRAMENTA CIENTFICA ......................... 67

    6.3 IMPLEMENTAO DAS DIFERENAS FINITAS EM

    SCILAB ................................................................................................................. 68

    6.4 A INTERFACE GRFICA DO USURIO (GUI) EM

    SCILAB ................................................................................................................. 69

  • 7 METODOLOGIA ............................................................................................. 74

    7.1 MATERIAIS E MTODOS ......................................................................... 74

    8 ANLISES E COMPARATIVOS DAS TEORIAS DE

    VIGAS ..................................................................................................................... 75

    8.1 COMPARATIVO PARA UMA VIGA COM

    CARREGAMENTO CONCENTRADO ................................................ 75

    8.1.1 Comparativo para uma viga-parede biapoiada com L/h = 1,0 ............. 75

    8.1.1.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................... 76

    8.1.1.1 Discretizao com 55 pontos considerados .................................................. 77

    8.1.1.3 Discretizao com 125 pontos considerados ................................................ 77

    8.1.1.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ............................................. 78

    8.1.1.5 Convergncia das teorias para L = 1 m e h = 10b ....................................... 79

    8.1.2 Comparativo para uma viga-parede biapoiada com L/h = 1,5 ........... 80

    8.1.2.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................... 81

    8.1.2.2 Discretizao com 55 pontos considerados .................................................. 82

    8.1.2.3 Discretizao com 125 pontos considerados ................................................ 82

    8.1.2.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ............................................. 83

    8.1.2.5 Convergncia das teorias para L = 1,5 m e h = 10b .................................... 84

    8.1.3 Comparativo para uma viga biapoiada com L = 2,0 m e h = 10b ........ 84

    8.1.3.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................... 84

    8.1.3.2 Discretizao com 55 pontos considerados .................................................. 85

    8.1.3.3 Discretizao com 125 pontos considerados ................................................ 86

    8.1.3.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ............................................. 87

    8.1.3.5 Convergncia das teorias para L = 2 m e h = 10b ....................................... 88

    8.1.4 Comparativo entre as relaes comprimento-altura na viga-parede . 88

    8.1.5 Comparativo para uma viga biapoiada com L = 5 m .............................. 89

    8.1.5.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................... 90

    8.1.5.2 Discretizao com 55 pontos considerados .................................................. 91

    8.1.5.3 Discretizao com 125 pontos considerados ................................................ 92

    8.1.5.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ............................................. 93

  • 8.1.5.5 Convergncia das teorias para L = 5 m ......................................................... 93

    8.1.6 Comparativo para uma viga engastada com L = 5 m.............................. 94

    8.1.6.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................... 95

    8.1.6.2 Discretizao com 55 pontos considerados .................................................. 96

    8.1.6.3 Discretizao com 125 pontos considerados ................................................ 97

    8.1.6.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ............................................. 98

    8.1.6.5 Convergncia das teorias para uma viga engastada com L = 5 m ........... 98

    8.1.7 Comparativo para uma viga engastada com L = 1 m e h = 10b ........... 99

    8.1.7.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................. 100

    8.1.7.2 Discretizao com 55 pontos considerados ................................................ 101

    8.1.7.3 Discretizao com 125 pontos considerados .............................................. 102

    8.1.7.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ........................................... 103

    8.1.7.5 Convergncia das teorias para uma viga engastada com L = 1 m e h =

    10b ...................................................................................................................... 103

    8.2 COMPARATIVO PARA UMA VIGA COM

    CARREGAMENTO UNIFORMEMENTE DISTRIBUDO ....... 104

    8.2.1 Comparativo para uma viga biapoiada com L = 5 m ............................ 104

    8.2.1.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................. 105

    8.2.1.2 Discretizao com 55 pontos considerados ................................................ 106

    8.2.1.3 Discretizao com 125 pontos considerados .............................................. 106

    8.2.1.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ........................................... 107

    8.2.1.5 Convergncia das teorias para um carregamento distribudo com L = 5

    m ......................................................................................................................... 108

    8.2.2 Comparativo para uma viga biapoiada com L = 1 m e h = 10b ......... 109

    8.2.2.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................. 110

    8.2.2.2 Discretizao com 55 pontos considerados ................................................ 111

    8.2.2.3 Discretizao com 125 pontos considerados .............................................. 112

    8.2.2.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ........................................... 113

    8.2.2.5 Convergncia das teorias para um carregamento distribudo com L = 1 m

    e h = 10b ............................................................................................................ 113

    8.2.3 Comparativo para uma viga engastada com L = 5m............................. 114

    8.2.3.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................. 114

  • 8.2.3.2 Discretizao com 55 pontos considerados ................................................ 115

    8.2.3.3 Discretizao com 125 pontos considerados .............................................. 116

    8.2.3.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ........................................... 117

    8.2.3.5 Convergncia das teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo e L = 5 m ....................................................................................... 117

    8.2.4 Comparativo para uma viga engastada com L = 1 m e h = 10b ......... 118

    8.2.4.1 Discretizao com 5 pontos considerados .................................................. 119

    8.2.4.2 Discretizao com 55 pontos considerados ................................................ 120

    8.2.4.3 Discretizao com 125 pontos considerados .............................................. 121

    8.2.4.4 Discretizao com 1005 pontos considerados ........................................... 122

    8.2.4.5 Convergncia das teorias para uma viga engastada com carregamento

    distribudo, L = 1 m e h = 10b ....................................................................... 122

    9 CONCLUSO ................................................................................................... 124

    9.1 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................ 125

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................... 126

    APNDICE A Cdigo-fonte do programa em Scilab ...................... 131

    APNDICE B Momentos de inrcia das principais sees ........... 146

    ANEXO A Equaes de deflexo analtica de Euler-Bernoulli .... 147

  • 21

    1 INTRODUO

    1.1 GENERALIDADES SOBRE VIGAS E SUAS TEORIAS

    A viga, como um dos principais elementos estruturais utilizados pela Engenharia, recebe

    estudos cada vez mais interessantes, como mostrado na Figura 1.1.1, e tambm avanos

    tecnolgicos. Nesses estudos observam-se comportamentos variados dependo da aplicao que

    a viga ser inserida, tornando-se necessrio um maior aprofundamento desse comportamento,

    e seu estudo muitas vezes complexo.

    Figura 1.1.1 - Aplicao das estruturas nos dias atuais

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 02 jul. 2014

    Na Engenharia Civil, esses problemas devem resolvidos muitas vezes em pouco tempo,

    sendo um dos motivos em que os profissionais da rea buscam novas maneiras de interpreta-

    los. Assim, necessrio trabalhar com ferramentas que auxiliam nas resoluo destes

    problemas, como, por exemplo, em resolver a questo da dinmica em passarelas. Geralmente,

    essas situaes geram expresses matemticas, ou equaes diferenciais necessrias para a

    anlise e busca do resultado.

    As equaes diferenciais esto presentes na vida do Engenheiro, e dentre as utilizaes

    aparece a determinao do deslocamento vertical de uma viga, ou deflexo. Este estudo de

    suma importncia, visto que representa um dos principais efeitos nos elementos estruturais

    aplicados na Engenharia Civil.

    Uma das aplicaes constantes de equaes diferenciais o estudo do comportamento

    de corpos slidos sujeitos a diversos tipos de carregamentos e entre esses corpos,

    podemos incluir as vigas que so elementos estruturais projetados para suportar

    diversas cargas em sua extenso (COSTA, 2010).

  • 22

    Dessa forma, aparecem diversas formas de equaes que regem um determinado

    problema, como mostrado na equao abaixo, que representa o estudo de placas (SZILARD,

    2004):

    4 4 4

    4 2 2 42 ,z

    w w wD p x y

    x x y y

    (1.1)

    Neste caso, a utilizao de mtodos analticos1 resolvem muitos problemas. Porm, nem

    sempre essa ferramenta simples de se utilizar e obter respostas, pois o nvel de complexidade

    do problema aumenta em funo da necessidade de aproximao da realidade, dificultando o

    conhecimento e o monitoramento dos parmetros de clculo (BORGES; PADOIN, 2006). Isso

    leva a formao de um modelo matemtico, com simplificaes, resultando no

    negligenciamento dos resultados reais, mas o bastante para resolver certos problemas prticos,

    importante para a reas tecnolgicas, como a Engenharia Civil.

    Como dito anteriormente, para a obteno do deslocamento horizontal da viga gera-se

    modelos matemticos no meio contnuo. Para essas formulaes matemticas, na obteno do

    deslocamento vertical da viga, utiliza-se teorias que apresentam certas diferenas dependendo

    da complexidade. As teorias de Euler-Bernoulli e de Timoshenko utilizam modelos analticos

    para determinados problemas. A primeira teoria tem como principal caracterstica a manuteno

    das sees planas aps a deformao, porm descartando os efeitos de tenso de cisalhamento.

    J a teoria de Timoshenko considera esses efeitos por um ngulo adicional devido as tenses

    cisalhantes. Desse modo, observar o comportamento de ambas as teorias para diferentes

    situaes de suma importncia na aplicao das vigas.

    1.2 MTODO DAS DIFERENAS FINITAS E A UTILIZAO

    DA LINGUAGEM SCILAB

    O uso de um modelo numrico resolve as diversas equaes diferenciais complexas

    geradas pelas teorias das vigas, com resultados satisfatrios. Existem inmeros mtodos, entre

    eles se destaca o Mtodo das Diferenas Finitas (MDF), pela simplicidade e praticidade.

    1 ...e consiste em partir da prpria tese a demonstrar e estabelecer uma cadeia de proposies articuladas de maneira que cada uma seja consequncia da seguinte, resultando deste modo a primeira (tese proposta)

    consequncia da ltima (proposio reconhecida como verdadeira) e portanto verdadeira como ela. CALADO, J. Jorge G. Compndio de Trigonometria: Ensino Liceal-3 ciclo. Lisboa: Empresa Literria

    Fluminense, 1960. 240 p.

  • 23

    Figura 1.2.1 - Discretizao de casca cilndrica (tnel) atravs do Mtodo das Diferenas Finitas

    Fonte: MACHADO, 2013

    Seu uso muito difundido no meio acadmico, como em anlises de fundaes (BONI;

    PROLOVI, 2008, p. 179), fluidos e estruturas (MACHADO, 2013). Esse mtodo gera

    matrizes de dimenses equivalentes ao nvel de discretizao, possibilitando a implementao

    computacional da mesma. Atualmente, a utilizao de computadores est consolidada e de fcil

    acesso, e com o avano tecnolgico, computadores pessoais apresentam um elevado

    processamento, inclusive multiprocessamento, aumentando a velocidade de execuo dos

    clculos para elevadas dimenses de matrizes. Alm disso, a utilizao de linguagens de

    computadores mostram que possvel resolver problemas relacionados a Engenharia Civil com

    nenhum custo financeiro e com grande agilidade, onde se destaca o Scilab, que especificamente

    voltado ao desenvolvimento cientfico e tcnico (UFMG, 2014).

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Gerais

    Comparar as teorias propostas utilizando o Mtodo das Diferenas Finitas e implement-

    los via Scilab.

    1.3.2 Especficos

    Analisar as vigas pelas teorias de Euler-Bernoulli e Timoshenko.

    Descrever suas caractersticas, vantagens e desvantagens, bem como comparar os

    resultados obtidos e interpret-los.

    Resolver as equaes que regem cada teoria utilizando o Mtodo das Diferenas Finitas.

  • 24

    Aplicar as equaes algbricas geradas pelo mtodo numrico deste trabalho em Scilab

    para automao e refinamento dos dados inseridos.

    1.4 DELIMITAO DO TEMA

    A anlise comparativa das teorias refora a importncia do estudo das vigas, uma vez que

    se conhece correntes de pensamento com propostas diferentes, como so os casos das teorias

    de Euler-Bernoulli e de Timoshenko no aspecto esttico, onde cada uma representa um certo

    grau de importncia dependendo da aplicao das vigas, favorece a segurana e confiabilidade

    de execuo, e representam o bsico das inmeras indagaes do comportamento real das vigas,

    alm de representar efetividade nos resultados prticos.

    Uma vez determinada a proposta, a utilizao de mtodos numricos facilita a

    interpretao das equaes diferenciais, simplificando a elaborao dos resultados das teorias

    propostas. Assim, o Mtodo das Diferenas Finitas aparece como um meio simples e gil de se

    responder essa questes em relao a outras existentes na literatura.

    Na interpretao dos dados obtidos, e pela utilizao de mtodos numricos, que trabalha

    no meio discreto, o aperfeioamento e velocidade de clculo possibilitou a utilizao de

    programas de computadores, que automatizam os clculos e os expem por meio de grficos e

    relatrios. Dentre as inmeras linguagens de programao, a utilizada foi o Scilab. A questo

    da maior facilidade de uso, simplicidade, velocidade de elaborao e no ter nenhum custo

    financeiro tornou a utilizao desse software possvel e a realizao desse trabalho.

    1.5 JUSTIFICATIVA

    Aplicao do tema proposto e divulgao no meio acadmico.

    A anlise das teorias de vigas de suma importncia para a Engenharia, sendo necessrio

    criar meios de encontrar respostas mais simples e satisfatrias para situaes mais complexas,

    como anlise de vibraes de vigas, por exemplo. Desse modo, estudar o Mtodo das

    Diferenas Finitas criar novos meios de interpretao fsica do problema, com as mesmas

    perspectivas de xito que uma anlise mais complicada.

    Utilizao de ferramentas computacionais como busca de uma soluo, ao mesmo tempo,

    precisa e refinada, alm de divulgar a importncia da programao na Engenharia Civil.

  • 25

    2 ANLISE ESTRUTURAL

    Neste captulo sero abordados de forma geral o ramo na qual a viga est inserida, a

    importncia dessa rea, e o avano tecnolgico da mesma, sendo este avano um meio de

    estudos mais aprofundados, que exigem conhecimentos mais detalhados da natureza do

    problema, embora complexos, mas que a Engenharia Civil, como uma cincia prtica, busca as

    respostas de forma simples e eficiente.

    2.1 ESTRUTURA: CONCEITOS E APLICAES

    Observa-se inmeras construes, desde as mais simples, como casas, at complexos

    sistemas de porte elevado, como pontes mveis e sistemas de tneis. Todas essas obras tem

    origem de um ramo essencial para a Engenharia Civil: a Mecnica. Beer e Johnston (1994, p.

    3) descrevem a Mecnica como a cincia que descreve e prediz as condies de repouso ou

    movimento de corpos sob a ao de foras.. Como a Engenharia Civil visa a construo de

    sistemas em repouso (edifcios, por exemplo), foi necessrio utilizar sistemas capazes de

    absorver estas foras externas inerentes a construo. Desse modo surge conceito de estrutura.

    Na viso da Engenharia, estrutura o conjunto de peas ligadas entre si e ao meio exterior,

    formando uma estabilidade entre as peas que recebem carregamentos externos, absorvendo-os

    internamente e transmitindo at seus apoios, de modo que o sistema de solicitaes externas

    encontraro seu sistema esttico equilibrado (SSSEKIND, 1974).

    Desse modo, pode-se descrever a Anlise Estrutural como parte da Mecnica que estuda

    as estruturas, de modo que este estudo visa a determinao dos esforos e das deformaes a

    que elas ficam submetidas quando solicitadas pelo meio externo (SSSEKIND, 1974).

  • 26

    Figura 2.1.1 Principais elementos estruturais que compem as construes correntes

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Dessa forma, para que a afirmao acima seja vlida, necessrio que, o equilbrio do

    sistema estrutural combata as foras externas que atuam na estrutura.

    Assim, a Engenharia utiliza diversos tipos de estruturas, que variam dependendo da

    funo e necessidade:

    a) Elemento de barra: pea estrutural onde uma dimenso muito maior que as demais.

    Pode-se citar os pilares e as vigas como exemplos, que so indispensveis na maioria

    das atividades da Engenharia;

    Figura 2.1.2 Estrutura metlica composta por barras horizontais (viga) e verticais (pilar)

    Fonte: Disponvel em: < http://metalconcept.com.br/>. Acesso em: 22 jun. 2014

  • 27

    b) Elemento de placa: quando duas dimenses da pea predominam sobre a outra, e

    recebem carregamentos perpendiculares ao seu plano. Como exemplo pode-se citar as

    lajes;

    c) Elementos de chapa: so os elementos bidimensionais que esto sujeitos a

    carregamentos contidos em seu plano (NBR 6118, 2007). Geralmente, apresentam a

    relao entre a altura e comprimento elevada, como por exemplo, vigas - paredes2;

    Figura 2.1.3 Viga-Parede e sua distribuio de foras

    Fonte: GIUGLIANI, 2014

    d) Elementos de casca: elementos bidimensionais de superfcie no plana. Exemplo

    prtico desse tipo de estrutura destaca-se os tneis;

    Figura 2.1.4 Tnel, um elemento de casca, aplicado em construes rodovirias

    Fonte: Disponvel em: < http://www.engenhariacivil.com/>. Acesso em: 21 mai. 2014

    2 Viga - parede uma viga com uma grande relao altura-comprimento, de modo que a hiptese da seo plana

    no mais vlida. IME Instituto Militar de Engenharia. Viga Parede: Notas de Aula 01. Disponvel em: . Acesso em: 01 mar. 2014

  • 28

    e) Elemento de bloco: quando todas as dimenses predominam. Exemplo: Blocos de

    coroamento.

    Figura 2.1.5 Detalhe do bloco de coroamento em uma fundao

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 14 jun. 2014

    Obviamente, essas variaes dependem da forma de aplicao das mesmas e do tipo de

    carregamento atuante.

    2.1.1 Tipos de solicitaes nas estruturas

    Como foi visto anteriormente, a aplicao das peas estruturais dependem do tipo de

    agentes externos atuantes ou foras aplicadas. Fora a ao de um corpo sobre o outro, que

    caracterizado pela sua intensidade, ponto de aplicao e sentido (BEER; JOHNSTON, 1994).

    Existem dois tipos de natureza de foras:

    a) Foras de superfcie: resultante do contato direto de um corpo com a superfcie de

    outro. Por exemplo, pode-se citar o peso das pessoas sobre um apartamento;

    b) Fora de corpo: ocorre quando um corpo exerce fora sobre o outro sem o contato

    fsico direto, como o efeito da gravidade, sendo este o peso prprio da estrutura.

  • 29

    Figura 2.1.1.1 Solicitaes de diferentes naturezas atuantes em um corpo

    Fonte: HIBBELER, 2008

    Logicamente, toda ao corresponde a uma reao contrria, que nas estruturas, se

    apresentam nos apoios ou pontos de contatos entre os corpos.

    Assim, para que uma estrutura seja considerada esttica, esta deve apresentar equilbrio

    de foras para que o corpo no sofra translao ou tenha movimento acelerado, e para evitar a

    rotao, deve-se ter equilbrio dos momentos. Desse modo, para um sistema coplanar de foras

    (HIBBELER, 2008), na maioria das utilizaes prticas, a situao expressa matematicamente

    como:

    0

    0

    0

    x

    y

    o

    F

    F

    M

    (2.1)

    onde '' ''xF representa as foras horizontais, '' ''yF as foras verticais e " "oM o momento em

    relao a um ponto da estrutura.

    Como consequncia, a estrutura sofre, internamente, cargas resultantes, isto , foras e

    momentos internos, sendo de suma importncia na viso da esttica, uma vez que estas atuam

    de forma a manter unida a estrutura frente s cargas externas atuantes na mesma. Essas cargas

    se distribuem na estrutura de tal forma que no possvel conhecer com preciso seus valores

    individuais, sendo necessrio utilizar as equaes de equilbrio para relacionar os agentes

    externos s fora resultantes e ao momento no ponto central da seo, ou centroide do corpo.

  • 30

    Figura 2.1.1.2 Distribuio dos esforos internos em um corpo: a) Seccionamento da seo; b) Esforos

    internos atuantes na seo; c) Resultante das foras internas totais

    F1 F2

    F3F4

    Seccionamento

    a)

    F3F4

    b)

    F3F4

    M

    MRON

    TF

    R

    QO

    MOMENTO FLETOR

    ESFORO CORTANTE

    MOMENTO TORSOR

    ESFORO

    NORMAL

    c)

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Assim, as cargas resultantes internas so definidas abaixo (GERE, 2003):

    a) Fora normal (N): atua perpendicularmente seo transversal da pea, tendendo a

    puxar ou empurrar o elemento;

  • 31

    Figura 2.1.1.3 - Atuao do esforo normal em uma seo da estrutura

    N NSEO

    Fonte: Elaborada pelo autor

    b) Fora de cisalhamento ou esforo cortante (V ou Q): tangencia o plano da rea (ou

    seo transversal), e se manifesta quando as cargas externas tendem a provocar o

    deslizamento das duas partes da estrutura, uma sobre a outra;

    Figura 2.1.1.4 Atuao do esforo cortante em uma seo da estrutura

    QQ

    SEO

    Fonte: Elaborada pelo autor

    c) Momento fletor (M): o efeito do resultado da atuao de cargas externas que tendem

    a fletir a viga em relao ao eixo localizado no plano da rea;

    Figura 2.1.1.5 Atuao do momento fletor em uma seo da estrutura e as tenses resultantes

    M MSEO

    LN

    SEO M

    Fonte: Elaborada pelo autor

    d) Momento torsor (T): esforo que tende a fazer girar a seo em torno do eixo

    longitudinal, provocando tenses de cisalhamento.

  • 32

    Figura 2.1.1.6 Atuao do momento torsor em um corpo

    T

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Para sistemas de foras coplanares, deve conter apenas os componentes do esforo

    normal, de cisalhamento e momento fletor.

    Figura 2.1.1.7 Sistemas de foras internas para estruturas coplanares

    F1F2

    F3

    Corpo

    Q

    N MCorpo

    Seccionado

    Fonte: Elaborada pelo autor

    2.1.2 Tipos de cargas externas atuantes

    As estruturas recebem foras de superfcie de diferentes naturezas. Assim, pode-se

    enumerar as diferentes formas de cargas externas atuantes:

    a) Carga concentrada: aquela que atua sobre uma rea (infinitesimal) da estrutura. Na

    prtica, pode-se citar carregamentos de vigas sobre vigas, onde a rea de contato entre

    a viga que recebe a estrutura e a viga que apoia na mesma pode ser desprezada.

    b) Carregamento distribudo: aquele que est atuando ao longo do eixo da de um

    elemento estrutural. Pode ainda ser dividido em carregamento uniformemente

    distribudo, onde a carga constante ao longo do eixo, enquanto o carregamento com

    variao linear aquele que modifica sua intensidade ao longo do eixo.

    Figura 2.1.2.1 Tipos de carregamentos externos possveis de atuao em uma estrutura

    Ppq

    q - Carga Uniformemente Distribuda - Carga ConcentradaP-Carga Distribuda Com Variaop

    Fonte: Elaborada pelo autor

  • 33

    2.1.3 Relao entre momento fletor, esforo cortante e carga aplicada

    Pela Figura 2.1.3.1, pode-se utilizar as equaes de equilbrio para relacionar as foras

    cortantes com a carga aplicada em uma seo genrica de uma estrutura (GERE, 2003).

    Figura 2.1.3.1 Carregamento externo atuante e os esforos resultantes da aplicao do mesmo

    q(x)

    Q

    Q+dQ

    M M+dM

    dx

    Fonte: Elaborada pelo autor

    0yF

    0Q q dx Q dQ (2.2)

    Rearranjando a equao (2.2), obtm-se:

    dQ

    q xdx

    (2.3)

    sendo dQ dx a taxa de variao do esforo cortante ao longo do eixo x do elemento e q x a

    carga distribuda aplicada no elemento estrutural.

    Em relao ao momento fletor, as equaes de equilbrio de momento em relao a um

    ponto qualquer podem ser utilizadas, obtendo-se:

    02

    dxM q dx Q dQ dx M dM

    Desprezando os produtos de diferenciais, pois so valores muito pequenos em relao ao

    demais termos, tem-se a equao abaixo:

    dMQ

    dx (2.4)

    onde dM dx representa a taxa de variao do momento fletor em relao ao eixo x da

    estrutura.

  • 34

    Pode-se tambm, relacionar o momento fletor com a carga aplicada, sendo necessrio

    aplicar a derivada na taxa de momento, como segue na expresso abaixo:

    d dM dQ

    dx dx dx

    2

    2( )

    d Mq x

    dx (2.5)

    Figura 2.1.3.2 Carregamento pontual externo e as resultantes internas devido a aplicao do mesmo

    Q

    Q+Q1

    M M+M1

    P

    dx

    Fonte: Elaborada pelo autor

    No caso da aplicao de uma carga concentrada (Figura 2.1.3.2), observa-se a seguinte

    equao de equilbrio de foras:

    1

    1

    0Q P Q Q

    Q P

    (2.6)

    Segundo Gere (2003, p. 210), a relao mostrada acima indica uma mudana abrupta na

    fora cortante em qualquer ponto de aplicao de uma carga concentrada. No caso do momento

    fletor, utiliza-se o equilbrio de momentos em relao a um ponto qualquer da seo, que neste

    caso foi adotado o lado esquerdo. Assim tem-se a seguinte expresso:

    1 1

    1 1

    02

    2

    dxM P Q Q dx M M

    dxM P Qdx Q dx

    (2.7)

    Logo, Gere (2010) mostra que o momento fletor no muda quando atravessa a carga

    aplicada P, uma vez que o comprimento dx muito pequeno, sendo o momento M1 tambm.

  • 35

    2.1.4 Propriedades mecnicas dos materiais estruturais

    2.1.4.1 A lei de Hooke

    Como dito anteriormente, para manter uma estrutura unida, necessrio que esta

    apresente uma resistncia caracterstica inerente ao material que a compe (HIBBELER, 2008).

    Atravs de experimento, onde, a partir de diagramas que relacionam a tenso normal, que a

    fora atuante sobre uma rea do corpo, e a deformao, que a variao de comprimento de

    um corpo, pode-se determinar uma relao linear na regio elstica entre ambas (Figura

    2.1.4.1.1). Robert Hooke, em 1676, conseguiu visualizar atravs de molas essa caracterstica

    (HIBBELER, 2008). Assim ficou conhecido a lei de Hooke, que expressa matematicamente

    por:

    a aE (2.8)

    sendo a a tenso mdia atuante, E o mdulo de elasticidade ou mdulo de Young,

    caracterstico do material, e a a deformao axial ou normal.

    Figura 2.1.4.1.1 Curva tenso-deformao genrica

    E

    lp

    E

    Regio Els tica

    Regio Pls tica

    Escoamento

    a a =E

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Vale ressaltar que a equao (2.8) representa a parcela inicial reta do diagrama tenso-

    deformao, e o declive o mdulo de elasticidade.

  • 36

    2.1.4.2 Coeficiente de Poisson e a lei de Hooke para o cisalhamento

    Gere (2003, p. 18) mostra que quando um corpo tracionado, ocorre, alm de um

    alongamento, uma contrao lateral, isto , uma deformao lateral. Chamado coeficiente de

    Poisson, que representa a razo entre a deformao lateral e a deformao axial, sendo uma

    propriedade inerente ao material, formando-se a relao abaixo:

    '

    a

    a

    onde representa o coeficiente de Poisson, 'a a deformao lateral e a a deformao axial

    ou normal.

    Atravs de ensaios envolvendo cisalhamento puro, pode-se determinar um diagrama que

    relaciona tenso de cisalhamento com a deformao, que descreve um comportamento elstico-

    linear. Desse modo, chega-se a expresso da lei de Hooke para o cisalhamento:

    aG (2.9)

    sendo que a tenso de cisalhamento, G o mdulo de elasticidade transversal e a a

    deformao de cisalhamento.

    As constantes , E e G se relacionam pela seguinte equao:

    2 1E

    G

    (2.10)

    2.1.5 Caractersticas geomtricas das estruturas

    Uma caracterstica importante de um elemento estrutural sua propriedade geomtrica,

    que intrnseca ao comportamento elstico da estrutura. A partir de uma rea definida pela

    seo da estrutura, chega-se a definio de centroide, que exatamente um ponto que define o

    centro geomtrico dessa rea (HIBBELER, 2008). Pela Figura 2.1.5.1, pode-se determinar as

    coordenadas que definem o centroide matematicamente por:

  • 37

    iA

    A

    iA

    A

    x dAx

    dA

    y dAy

    dA

    (2.11)

    onde x e y so as coordenadas do centroide e i

    Ax dA e iA y dA so os momentos estticos

    da seo.

    Figura 2.1.5.1 Elemento estrutural genrico e seu centro geomtrico C

    xi

    yi

    dA

    C

    O x

    y

    Fonte: Elaborada pelo autor

    A partir do centroide, considera-se um momento de primeira ordem sobre a rea, e, para

    a resistncia dos materiais necessrio a utilizao de um momento de segunda ordem,

    denominada momento de inrcia de uma rea (HIBBELER, 2008). A partir da Figura 2.1.5.1 e

    integrando em funo do elemento infinitesimal dA, chegam-se as seguintes equaes:

    2

    2

    x iA

    y iA

    I y dA

    I x dA

    (2.12)

    onde xI e yI so, respectivamente, os momentos de inrcia em relao ao eixo y e em relao

    ao eixo x.

  • 38

    3 A VIGA COMO ELEMENTO ESTRUTURAL

    3.1 HISTRIA E IMPORTNCIA

    A viga foi o elemento estrutural criado pelo homem de forma espordica (PUC-PR, 2014).

    Para conseguir alimentos, o homem pr-histrico tinha que atravessar barreiras naturais como

    um rio. Mas como o obstculo era muitas vezes largo e profundo, era necessrio percorrer

    longas viagens para encontrar obstculos mais simples de ultrapassar. Depois de uma

    tempestade, o homem viu uma rvore cada na parte longa de um rio, possibilitando sua

    passagem pela rvore sem necessidade de caminhar milhares de quilmetros. Assim nasceu a

    viga, representado pelo tronco de rvore (PUC-PR, 2014). Existem muitas evidncias ao redor

    do mundo acerca da utilizao de sistemas que representavam a utilidade, como o Stonehenge,

    na Inglaterra, no perodo Neoltico (LMC-USP, 2014).

    Figura 3.1.1 Primeiros indcios de utilizao da viga na humanidade

    Fonte: LMC USP, 2014

    Ento, a importncia da viga na Engenharia deixa clara a necessidade de conhecer seus

    princpios e aspectos, sendo assim abordada neste trabalho. As utilizaes so inmeras, desde

    na composio de estruturas simples, como casas, at eixos de veculos e longarinas de pontes.

  • 39

    Figura 3.1.2 Vigas de uma ponte atual, chamadas tambm de longarina

    Fonte: Disponvel em: < http://www.thiel.eng.br/>. Acesso em: 02 jun. 2014

    3.2 CARACTERSTICAS DAS VIGAS

    Conforme Hibbeler (2008, p.425), vigas so elementos estruturais projetados para

    suportar carregamentos aplicados perpendicularmente ao seu eixo longitudinal. Como

    elemento de barra, seu comportamento estudado, em sua maioria prtica, de forma

    bidimensional ou coplanar. Portanto, internamente, as vigas geram momentos fletores e

    esforos cortantes, que variam ao longo do seu comprimento e Hibbeler (2008, p.425) afirma

    que a viga projetada com base na resistncia da mesma.

    Figura 3.2.1 Carregamentos externos e a atuao das tenses em uma viga

    Pp

    x

    y

    xy

    Fonte: Elaborada pelo autor

    O movimento das vigas ocasionados por meio das cargas externas ou os chamados graus

    de liberdade podem ser restringidos por meio dos apoios ou vinculaes, isto , dispositivos

    capazes de gerar reaes nas direes desejadas (SSSEKIND, 1974), sendo esses apoios

  • 40

    classificados segundo a quantidade de graus de liberdade permitidos. Abaixo tem-se enumerado

    os principais tipos, aplicveis para estruturas coplanares:

    a) Apoio simples ou do 1 gnero: restringe apenas um movimento (horizontal ou

    vertical), permitindo outros movimentos, como a rotao e translao vertical ou

    horizontal;

    Figura 3.2.2 Representao matemtica do apoio simples

    R

    ou

    R

    Fonte: Elaborada pelo autor

    b) Apoio do 2 gnero, articulao ou rtula: neste caso, apenas a rotao est livre de

    movimento, sendo as direes horizontal e vertical impedidas de transladar;

    Figura 3.2.3 Representao matemtica do apoio do 2 gnero

    RyRx

    Fonte: Elaborada pelo autor

    c) Apoio do 3 gnero ou engaste: para este tipo de apoio, todos os graus de liberdade so

    bloqueados: translaes e rotao (trs bloqueios).

    Figura 3.2.4 Representao matemtica do apoio do tipo engaste

    Rx

    Ry

    M

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Logo, as vigas so classificadas pela forma como esto apoiadas (GERE, 2003, p. 199),

    que so classificadas da seguinte forma:

  • 41

    a) Viga simplesmente apoiada (ou biapoiada): em uma extremidade, as translaes

    horizontal e vertical so impedidas, mas a rotao liberada, enquanto que na outra

    extremidade a translao vertical impedida e a rotao liberada;

    Figura 3.2.5 - Representao de uma viga biapoiada

    Fonte: Elaborada pelo autor

    b) Viga engastada ou em balano: neste caso, uma extremidade impossibilitada de

    realizar qualquer movimento (rotao e translao), mas a outra extremidade livre

    para se movimentar;

    Figura 3.2.6 Representao de uma viga engastada

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Tambm, a viga pode ser classificada pelo nmero de reaes de apoio em relao ao

    nmero de equaes de equilbrio. Chama-se de viga isosttica aquelas que o nmero de reaes

    de apoio igual ao nmero de equaes de equilbrio (SSSEKIND, 1974), tornando a soluo

    possvel e determinada.

    Figura 3.2.7 Viga isosttica e as reaes atuantes

    RA

    A B

    RB

    Fonte: Elaborada pelo autor

  • 42

    No caso em que o nmero de reaes de apoio menor que o nmero de equaes de

    equilbrio, a viga denominada hiposttica, sendo a soluo impossvel. Porm, dependendo

    das condies das cargas externas, estas podem ser capazes de impedir translaes na viga,

    chamando-se este equilbrio instvel, sendo, pois, inutilizveis na construo prtica

    (SSSEKIND, 1994).

    Figura 3.2.8 Viga hiposttica, com equilbrio instvel

    A B

    Fonte: Elaborada pelo autor

    No outro caso, os apoios so em nmero tal que apresentam reaes alm das equaes

    de equilbrio, isto , o nmero de equaes menor que de incgnitas, gerando uma soluo

    indeterminada. Assim, para resolver estas incgnitas, ser necessrio, alm das equaes da

    Esttica, obter dados da Resistncia dos Materiais, sendo a viga assim chamada de hiperesttica.

    Figura 3.2.9 Condio hiperesttica de uma viga engastada e apoiada em sua borda

    RAx

    M

    R

    MA

    A B

    RBx RByRAy

    5 Icgnitas3 Equaes da Esttica

    Fonte: Elaborada pelo autor

    3.3 DEFLEXO EM VIGAS

    Quando uma viga submetida a esforos externos, seu eixo desvia da sua posio inicial.

    Segundo Balan e Popov (2000, p. 583), os valores desses desvios em muitos casos prticos

    devem ser exatos, como em elementos de mquinas que devem ser rgidos o bastante para o

    funcionamento correto do mesmo. Outro exemplo seria em edifcios, onde as vigas do piso no

    podem desviar-se do eixo excessivamente, evitando efeitos incmodos nos ocupantes e

  • 43

    evitando a ruptura dos materiais frgeis que compe o apartamento, como paredes, por exemplo

    (BALAN; POPOV, 2000).

    Figura 3.3.1 - Esquematizao fsica da deflexo de uma viga

    Fonte: BALAN; POPOV, 2000

    Alm disso, Gere (2003, p. 449) refora a importncia da deflexo na anlise estrutural,

    pois essencial para determinar as caractersticas das vigas hiperestticas. Gere (2003, p. 449)

    refora: As deflexes so importantes nas anlises dinmicas3, como quando estamos

    investigando vibraes...

    Portanto, deflexo o deslocamento na direo vertical de qualquer ponto no eixo da

    viga.

    3.3.1 Raio de curvatura

    Gere (2003, p. 228) explica que uma viga submetida a um carregamento P atuando na

    extremidade livre da viga sofre uma deformao vertical. Pela Figura 3.3.1.1b, os pontos 1m e

    2m foram escolhidos na curva de deflexo. Enquanto 1m foi escolhido para uma distncia

    arbitrria x, o ponto 2m foi alocado a uma pequena distncia ds aps a seo 1m . Em todos os

    pontos adotados, traa-se uma linha normal tangente curva de deflexo. Logo, essas linhas

    normais interceptam um ponto 'O , que representa o centro de curvatura.

    3 Estudo do movimento dos corpos sujeitos aplicao de cargas. BRASIL, Reyolando M. L. R. F; SILVA,

    Marcelo Arajo da. Introduo Dinmica das Estruturas Para Engenharia Civil. So Paulo: Blucher, 2013.

    p. 16.

  • 44

    Figura 3.3.1.1 - Curva caracterstica de uma viga: a) Atuao de carga; b) Consequncia da aplicao

    P

    a)

    ds

    m2

    m1

    d

    A

    B

    dxx

    y

    x

    O

    b)

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Uma vez encontrado a distncia 1 'm O , que chamado de raio de curvatura , a curvatura

    definida como o inverso do raio de curvatura, chegando-se a expresso:

    1 (3.1)

    Desse modo, Gere (2003, p. 450) afirma que existe uma relao importante na geometria

    da curva, especialmente na formao do tringulo 1 2'O m m na figura acima, obtendo-se:

    d ds (3.2)

    Combinando-se as equaes (3.1) e (3.2), encontra-se:

    ds

    d

    1 (3.3)

    Como na Engenharia Civil, a deflexo de uma viga muito pequena em relao ao seu

    comprimento na prtica, a distncia ds ao longo da curva praticamente igual a sua projeo

    horizontal dx ; nesse caso, adotando-se essa hiptese, temos a seguinte equao:

    dx

    d

    1 (3.4)

  • 45

    Essa equao servir de embasamento para o seguinte tpico, pois trata-se de formulao

    bsica para o desenvolvimento das teorias clssicas de vigas.

    Hibbeler (2008, p.449) afirma que a linha elstica o diagrama de deflexo do eixo

    longitudinal que passa pelo centroide de cada rea da seo transversal da viga.

    Figura 3.3.1.2 Representao matemtica da linha elstica de uma viga

    A BA B

    P

    Linha Elstica

    Fonte: Elaborada pelo autor

    3.3.2 Relao Momento-Curvatura de uma viga

    Encontrado a curvatura , podemos formular a equao da linha elstica que rege a

    deflexo de uma viga. Desse modo, Hibbeler (2008, p. 450) supe uma relao entre o momento

    fletor e o raio de curvatura da viga.

    Figura 3.3.2.1 Deformao infinitesimal de uma seo qualquer de uma viga

    y

    ds

    dxy

    O

    d

    ds

    dx

    M M

    Antes da deformao

    Depois da deformao

    Fonte: Elaborada pelo autor

  • 46

    A partir do raio de curvatura, tambm se pode analisar um deslocamento ( 'ds ), localizado

    a "y" de distncia do eixo neutro, onde se encontra uma deformao 'ds ds ds . Porm,

    como foi dito anteriormente, ds dx d e 'ds y d , substituindo as equaes

    obtm-se:

    y d d

    d

    (3.5)

    onde representa a deformao do arco do elemento de viga.

    Substituindo a equao (3.5) chega-se a seguinte equao:

    1

    y

    (3.6)

    Admitindo que o material da viga seja homogneo e comporta de forma linearelstica,

    a lei de Hooke pode ser aplicada, e com My I . Substituindo em (3.6), obtm-se:

    1 M

    EI (3.7)

    onde representa o raio de curvatura num ponto da curva elstica e M o momento fletor interno

    da viga no ponto em que se encontra.

    Ainda, segundo Balan e Popov (2000, p. 585), a relao determinada pela geometria

    analtica mostra que a curvatura de uma linha se define como:

    2

    2

    3 32 22 2

    1 "

    1 '1

    d w

    wdx

    dw w

    dx

    (3.8)

    onde w e x so as coordenadas de um ponto sobre a curva e onde w a deflexo do C.G. da

    seo transversal na fase deformada em relao ao estado indeformvel e dw dx a rotao da

    seo na coordenada em x.

    Observa-se que em Engenharia Civil, as estruturas so calculadas considerando deflexes

    muito pequenas, devido a questes de tolerncia e esttica, tornando a expresso dw dx muito

    pequena, sendo assim 2

    0dw dx . Logo, a equao (3.8) se reduz a:

  • 47

    2

    2

    1 d w

    dx

    Balan e Popov (2000, p. 586) deixam claro que esta simplificao elimina a no

    linearidade geomtrica, e a equao diferencial do problema pode ser reescrita da seguinte

    forma, formando a equao diferencial da curva de deflexo:

    2

    2

    ( )d w M x

    dx EI (3.9)

    Atravs de integrao dupla, pode-se obter a deflexo w em funo de x, gerando as

    constantes de integrao que podem ser encontradas atravs das condies de contorno.

    Tambm, as relaes entre o momento fletor, esforo cortante e de carga aplicada podem ser

    utilizadas para se obter a deflexo. Assim, tem-se:

    2

    2( )

    d d wEI Q x

    dx dx

    2 2

    2 2( )

    d d wEI q x

    dx dx

    Considerando o material e a seo constante da viga, pode-se reorganizar as equaes

    acima, obtendo-se:

    4

    4

    ( )d w q x

    dx EI

    (3.10)

    3

    3

    ( )d w Q x

    dx EI (3.11)

    3.3.3 Condies de contorno

    Na resoluo de uma equao diferencial, gerado, alm da integral da funo, constantes

    de integrao. Por exemplo, para obter a deflexo w em relao a carga aplicada, deve-se

    integrar sucessivamente quatro vezes em relao a x, mostradas abaixo:

    3

    13

    0

    1x

    d wq dx C

    dx EI

  • 48

    2

    1 22

    0 0

    1x x

    d wdx q dx C x C

    dx EI

    2

    12 3

    0 0 0

    1

    2

    x x xC xdw

    dx dx q dx C x Cdx EI

    3 2

    1 23 4

    0 0 0 0

    1

    3! 2!

    x x x xC x C x

    w dx dx dx q dx C x CEI

    Balan e Popov (2000, p. 592) explicam que as constantes 1C , 2C , 3C e 4C significam

    uma caracterstica fsica especial. Estas constantes so determinadas pelas condies de

    contorno, que objetiva a soluo de uma equao possvel e determinada, anulando os valores

    desnecessrios. Esses valores se obtm por meio das caractersticas de apoio da viga, mostradas

    pela Tabela 3.3.3.1.

    Tabela 3.3.3.1 Reaes de apoio e suas condies de contorno

    R

    w = 0

    Ry

    Rx w = 0

    Rx

    Ry

    M

    Rx

    Ry

    M

    Rx

    Ry

    M

    Rx

    Ry

    M

    w = 0dw/dx = 0

    Tipo de apoioCondio de

    contorno

    1 Gnero

    2 Gnero

    3 Gnero

    Borda livre

    Na borda livre

    No apoio

    d w/dx = 02 2

    Fonte: Elaborada pelo autor

  • 49

    4 TEORIAS DE VIGAS: CONCEITOS E ANLISES

    O estudo da viga de fundamental importncia na questo estrutural e com dinamismo de

    novas ideias e tecnologias, o aperfeioamento da mesma evidente: Vigas so elementos

    estruturais com grande aplicao na Engenharia, e para quais existem diversos modelos de

    anlise. (SILVA, S.; SILVA, W., 2010, p. 1804).

    Os autores citados anteriormente mostram a cinemtica das teorias de vigas, isto , seu

    comportamento (deslocamentos e rotaes) frente s solicitaes.

    Desse modo, sero estudadas as duas teorias de vigas, apresentando o clssico (Euler-

    Bernoulli), e a mais realista de Timoshenko.

    4.1 TEORIA DE EULER-BERNOULLI (TEB)

    A teoria mais simples e utilizada a de Euler-Bernoulli, que relaciona a altura da seo

    transversal h e o comprimento L de uma viga. Se esta relao for muito pequena, definida a

    viga de Euler-Bernoulli.

    A teoria mais simples e a mais comumente usada a de Euler-Bernoulli a qual adota

    um campo de deslocamento que implica nas hipteses de que uma linha reta e normal

    superfcie neutra antes da deformao da pea permanecer reta e normal aps a

    deformao desta, implicando ainda no negligenciamento dos efeitos normais e

    cisalhantes sobre a estrutura. (SILVA, S.; SILVA, W., 2010, p. 1804).

    Uma vez negligenciado, supe-se que o eixo da viga permanece inextensvel, no

    assumindo o efeito de Poisson e a tenso de cisalhamento transversal (RAULT; REDDY, 2010,

    p. 3).

    Figura 4.1.1 - Modelo de viga de Euler-Bernoulli: a) Sem aplicao de cargas externas; b) Aps a aplicao de

    foras externas

    w

    x

    xSem deformao

    a)

  • 50

    dw

    dx

    dw

    dxTeoria de Euler-Bernoul l i

    LN

    b)

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Devido simplicidade de clculos, a viga de Euler-Bernoulli utilizada com mais

    frequncia, j que gera equaes diferenciais simples com resultados aceitveis na prtica,

    como por exemplo, em dimensionamento de vigas de concreto armado.

    No entanto, como mostra a citao acima, a teoria de Euler-Bernoulli (TEB) no

    considera os efeitos de cisalhamento na viga, embora no signifique que no ainda utilizada,

    uma vez que seu princpio vale para vigas de pequenas alturas como mostra Kocatrk e imek

    (2007, p. 167). Mas no significa afirmar que a teoria no deixa de ser aplicada, inclusive, como

    mostra os mesmos autores, para valores onde a relao altura-comprimento pequena, os

    resultados entre as diferentes teorias convergem.

    Essa teoria assume as seguintes hipteses em suma:

    a) Os deslocamentos verticais de todos os pontos de uma mesma seo transversal so

    pequenos e iguais ao eixo da viga;

    b) O deslocamento lateral nulo;

    c) As sees planas normais para o eixo da viga que inicialmente se encontram planas,

    permanecem planas depois da aplicao de um carregamento externo.

    Seguindo as hipteses expostas na determinao da equao da linha elstica, a TEB

    assume, para um carregamento externo, a seguinte caracterstica (SILVA, S.; SILVA, W., 2010,

    p. 1804):

    2

    2

    d wM EI

    dx (4.1)

    Tambm, pode-se expressar a deflexo em funo do carregamento distribudo e do

    esforo cortante atuante:

  • 51

    3

    3

    dM d wQ EI

    dx dx (4.2)

    2 4

    2 4

    d M d wq EI

    dx dx (4.3)

    4.2 TEORIA DE TIMOSHENKO (TT)

    Tambm conhecida no meio cientfico como First Shear Theory Deformation (FSTD)

    por ser a primeira a considerar os efeitos de cisalhamento. Se embasa na TEB, porm com

    diferenas bsicas, apresentadas por Nascimento (2005, p. 46) e enumeradas abaixo:

    a) Os deslocamentos verticais de todos os pontos de uma mesma seo transversal so

    pequenos e iguais ao eixo da viga;

    b) O deslocamento lateral nulo;

    c) As sees planas normais para o eixo da viga antes da deformao se mantm planas,

    porm no necessariamente normais ao eixo depois da deformao.

    Figura 4.2.1 - Modelo de viga de Timoshenko

    dw

    dx

    Teoria deTimoshenko

    LN

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Ainda, Silva (2010, p. 1804) mostra que essa teoria leva em considerao as foras

    cisalhantes pela introduo de um fator de correo.

    Essa teoria enfatiza modelo que possui melhor representao de comportamento de um

    viga real, pois, segundo Balan e Popov (2000, p. 432), para uma viga de altura considervel,

    curta e devido a perturbaes nos pontos de aplicao das cargas, as sees no permanecem

    planas (Figura 4.2.2). Um exemplo tpico desse efeito em uma estrutura a viga parede.

  • 52

    Figura 4.2.2 - Anlise das sees de uma viga com relao altura-comprimento elevada, com empenamento das

    mesmas pela aplicao da carga

    Fonte: BALAN; POPOV, 2000

    Da figura acima, Silva (2010, p. 1804) demonstra as equaes governantes do

    carregamento externo e do momento fletor:

    Qdx

    dM

    )(xqdx

    dQ

    dx

    dEIM

    (4.4)

    dx

    dwGAKQ s (4.5)

    onde G o mdulo de elasticidade transversal, A a rea da seo, o ngulo adicional devido

    ao efeito cisalhante e Ks o fator de correo ao cisalhamento que depende da forma geomtrica

    da seo.

    Observa-se que essa teoria apresenta componentes de deformao longitudinal e

    angular xz , alm de que o fator de correo Ks, por questes de incertezas sobre a distribuio

    das tenses de cisalhamento (FEM-Unicamp, 2014), obtido atravs da seguinte equao:

    1ys

    xz

    QK

    A G

    (4.6)

    onde Qy representa o esforo cortante e xz a distoro angular.

  • 53

    Para uma seo retangular, de base b e altura h, distribuio constante de tenso de

    cisalhamento, e assumindo que a tenso varia linearmente com o eixo y, como mostra a Figura

    4.2.3.

    Figura 4.2.3 Suposta distribuio linear da tenso cisalhante em uma seo da viga

    y

    x

    xyQy

    A

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Logicamente, chega-se a expresso:

    1 2xy c y c (4.7)

    sendo 1c e 2c coeficientes determinados pela condio de que as extremidades da seo so

    nulas, a partir das seguintes equaes:

    1 2 02 2

    xy

    h hy c c

    1 2 02 2

    xy

    h hy c c

    Pela equaes acima, obtm-se 1 2 0c c , e, pois, 0xy , resultando numa soluo

    impossvel, uma vez que a tenso de cisalhamento no necessariamente nula na seo

    transversal (FEM-Unicamp, 2014). Dessa forma, assume-se uma distribuio de tenses do tipo

    quadrtica, determinada pela seguinte expresso:

    2

    1 2 3xy c y c y c (4.8)

    O sinal negativo no coeficiente 1c em virtude da distribuio parablica ter concavidade

    para baixo, conforme a Figura 4.2.4.

  • 54

    Figura 4.2.4 - Suposta distribuio parablica da tenso cisalhante em uma seo da viga

    y

    x

    21 2 3xy c y c y c

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Pelas condies anteriores, pode-se obter os coeficientes procurados:

    2

    1 2 3 02 2 2

    xy

    h h hy c c c

    (4.9)

    2

    1 2 3 02 2 2

    xy

    h h hy c c c

    (4.10)

    Substituindo-se as equaes (4.9) e (4.10), tem-se a seguinte expresso:

    2

    1 32 2 02

    hc c

    2

    3 12

    hc c

    (4.11)

    A terceira condio, considerando um ponto de mximo ou mnimo no centro da seo,

    que neste caso, em y = 0, implicando na derivada de xy :

    1 22xyd

    c y cdy

    (4.12)

    Pela condio, se y = 0, ento a derivada zero, que representada pela equao abaixo:

    1 2 22 0 0 0c c c

    Substituindo a equao (4.11) na equao (4.8) obtm-se:

    2

    2

    12

    xy

    hc y

    (4.13)

  • 55

    Como o valor da tenso de cisalhamento mxima desconhecida neste momento, atravs

    do valor do esforo cortante Q ser conhecido, representa-se a expresso abaixo (FEM-Unicamp,

    2014):

    xyA

    Q dA

    Substituindo a equao (4.13) na expresso acima, tem-se:

    2

    2

    12

    A

    hQ c y dA

    2

    2

    12

    A A

    hQ c dA y dA

    (4.14)

    Nota-se que a primeira e segunda integrais representam, respectivamente, a rea da seo

    retangular e o momento de inrcia em relao ao eixo de referncia da seo. Assim, o

    coeficiente c1 dado por:

    1 2

    2z

    Qc

    hA I

    (4.15)

    Substituindo as equaes (4.13) e (4.15), tem-se a seguinte equao:

    2

    2

    22

    2

    xy

    z

    Q hy

    hA I

    (4.16)

    Especificando para seo retangular, tem-se A b h e 3 12zI b h , e substituindo na

    equao (4.16), tem-se:

    2

    2

    2 2xy

    z

    Q hy

    I

    (4.17)

    Para uma tenso de cisalhamento mxima na seo, tem-se y = 0, sendo a expresso dada

    por:

    ,

    3

    2xy mx

    Q

    A (4.18)

  • 56

    O clculo do momento esttico, para uma seo retangular dado por:

    2

    2

    2 2sz

    b hM y

    (4.19)

    sendo szM o momento esttico em relao ao eixo da seo transversal;

    Substituindo a equao (4.19) na equao (4.17), obtm-se:

    sxy

    z

    Q M

    b I

    (4.20)

    A partir da expresso acima, chega-se a definio de fluxo de cisalhamento, que

    matematicamente expresso por (FEM-Unicamp, 2014):

    sc

    z

    Q Mq

    I

    (4.21)

    Substituindo a equao (4.21) na equao (4.20), tem-se uma expresso que relaciona a

    tenso de cisalhamento em funo do fluxo de cisalhamento qc, mostrado na equao abaixo:

    cxy

    q

    b (4.22)

    Pode-se relacionar a Lei de Hooke para o cisalhamento e a tenso de cisalhamento

    mxima, obtendo-se a seguinte expresso:

    3

    2

    xy

    xy

    Q

    G A G

    (4.23)

    E, finalmente, obtm-se o valor de Ks substituindo as expresses anteriores na equao

    (4.6), chegando-se ao valor abaixo:

    2

    3 3

    2

    s

    Q

    A GKQ

    A G

  • 57

    5 O MTODO DAS DIFERENAS FINITAS

    Nos problemas de Engenharia, especialmente a abordagem feita at o momento,

    possvel formular um problema e transform-lo em equaes matemticas que regem o mesmo.

    Geralmente, se obtm resultados analticos, isto , as equaes que governam so diferenciais

    que, dependendo da complexidade, podem ser difceis ou at impossveis na prtica de serem

    encontradas (SZILARD, 2004). Assim, Deus et al (2010, p. 2) mostra como se insere os

    mtodos numricos para a resoluo do problema dado:

    Durante a soluo de problemas de engenharia, comum se deparar com equaes

    diferenciais (ordinrias e parciais) que regem o fenmeno fsico. A soluo analtica

    dessas equaes nos casos de condies de contorno, carregamento e geometria

    complexas bastante complicada ou at mesmo impossvel. Nesses casos comum

    recorrer s solues aproximadas obtidas atravs de mtodos numricos.

    Os Mtodos das Diferenas Finitas, como mtodo numrico, possibilita ao profissional

    trabalhar com situaes complexas, alm de que um dos mtodos mais simples, como

    descreve os mesmos autores (2010, p. 10):

    So muitos os mtodos numricos utilizados hoje, mas no geral eles podem ser

    divididos em dois grandes grupos:

    i. mtodos que atuam diretamente sobre a equao diferencial do problema real (como

    exemplos, pode-se citar o Mtodo das Diferenas Finitas (MDF) e o Mtodo dos

    Resduos Ponderados (MRP));

    ii. mtodos que atuam de forma indireta no problema real e possuem uma base

    variacional (como exemplos tm-se o Mtodo de Rayleigh-Ritz (MRR) e o Mtodo

    dos Elementos Finitos (MEF)).

    O MDF talvez seja o mais simples dentre essas abordagens numricas.

    O Mtodo das Diferenas Finitas (MDF) servir exatamente para entender a forma

    analtica dos diferentes modelos de vigas, com os seus resultados. Como mtodo numrico, as

    equaes analticas complexas se transformam em equaes algbricas de simples

    entendimento, sendo facilmente calculadas por implementao computacional.

    Segundo Szilard (2004, p. 315), um mtodo verstil, visto que pode resolver problemas

    desde deflexes at de estabilidades de pilares. O uso do MDF ir fornecer um arcabouo maior

    de anlise de diferentes problemas de Engenharia.

    Ainda Szilard (2004, p.268) explica outras vantagens do mtodo, que so:

    a) Transparncia, isto , manipulao de todo o processo de clculo, alm da facilidade de

    interpretao;

  • 58

    b) Trabalha apenas com incgnitas das coordenadas de deflexo, a matriz de rigidez se

    torna muito menor em relao aos outros mtodos, reduzindo o tempo de processamento

    computacional;

    c) verstil, visto que serve para resolver desde problemas de estabilidade at anlise de

    placas;

    d) Preciso aceitvel para fins tcnicos, como a Engenharia;

    e) Facilidade de implementao computacional.

    Szilard (2004) tambm destaca as desvantagens, que so:

    a) Automatizao do MDF por meio de programas de computador no uma tarefa fcil;

    b) Na maior parte dos casos, a matriz dos coeficientes resultantes no simtrico;

    c) O MDF no recomendado para derivadas acima de quarta ordem.

    O acesso ferramenta computacional est mais do que consolidada, permitindo o estudo

    mais detalhado de mtodos numricos. nesse sentido que se apresenta o MDF.

    Logo, o MDF possibilita gerar matriz de rigidez conveniente para a resoluo do

    problema (BONI; PROLOVI, 2008, p.179), e desse modo, program-la em uma linguagem

    computacional, tornando o estudo do comportamento das estruturas para diferentes condies

    mais rpidas e prticas.

    O MDF pode ser aplicado em diversas reas na Engenharia (Estruturas, Hidrulica e

    Geotecnia), como exemplifica Deus et al (2010):

    a) Equilbrio estrutural elementos de duas e trs dimenses;

    b) Estabilidade elstica de colunas;

    c) Fluxo em meio poroso;

    d) Linha de corrente em um escoamento.

    Machado (2013, p. 1), explica tambm como o MDF pode ser utilizado na prtica:

    A soluo dos problemas de contato casca cilndrica-base elstica usualmente

    alcanada via mtodos numrico-computacionais, uma vez que abordagens analticas

    so restritas a carregamento e condies de contorno simples e bem definidas o que

    no o caso dos PCUs. Assim, para muitos problemas de contato de interesse prtico

    no possvel encontrar as solues analticas das equaes que regem o problema. Os mtodos experimentais, embora teis e precisos, se mostram onerosos tanto em

    custo quanto em tempo de execuo.

    Alm disso, o autor expe a utilizao atual do mtodo, explicando seu desenvolvimento:

  • 59

    Entretanto, aplicaes do MDF nas engenharias estrutural e geotcnica continuam

    sendo alvos de pesquisas, com o recente e crescente interesse da comunidade

    cientfica. Esse interesse pode ser constatado pela evoluo do MDF, e mais

    precisamente no desenvolvimento de suas variantes. Dentre essas variaes destaca-

    se o mtodo das diferenas finitas energticas (MDFE), que se apresenta como um

    meio termo entre o MDF tradicional e o MEF. (MACHADO, 2013, p. 9).

    5.1 FORMULAO DO MDF

    Na formulao do mtodo numrico, considerando apenas uma dimenso, substituem-se

    os operadores diferenciais d e por simples operadores de diferenas . Para obter as

    expresses de diferenas finitas, aproxima-se a funo