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ANÁLISE ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO

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Page 1: ANÁLISE ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO

ANÁLISE ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO

EMPRESA DE MECÂNICA INDUSTRIAL: SETOR DE USINAGEM

Belo Horizonte

2011

José Carlos Barcellos de Oliva

Marcelo Scarabeli

Nixon Nunes

Thalyta de Oliveira Ferreira

Tiago Campos Carrusca

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ANÁLISE ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO

EMPRESA DE MECÂNICA INDUSTRIAL: SETOR DE USINAGEM

Análise Ergonômica de um posto de trabalho apresentada para a disciplina Ergonomia e Segurança do Trabalho, do curso de Engenharia de Produção, 9° Período, Centro Universitário UNA.

Professor: Kátia Moreira

Belo Horizonte

2011

SUMÁRIO

1. Análise da demanda 3

2. Análise global do contexto da demanda 3

2.1 Aspectos técnico-organizacionais do trabalho 3

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3. Análise da tarefa 3

3.1 Descrição geral do trabalho3

3.2 Condições ambientais 4

3.3 Condições de mobiliários e acessórios 4

3.4 Ferramentas e equipamentos 5

3.5 Aspectos biomecânicos 5

3.6 Organização do trabalho 6

3.7 Aspectos cognitivos 6

4. Análise da atividade 6

4.1 Ferramentas ou recursos adicionais 7

5. Diagnóstico 7

5.1 Inadequação Ergonômica 7

5.2 Requisito legal 7

5.3 Descrição do diagnóstico 8

5.4 Validação do diagnóstico 8

6. Recomendação de melhorias 8

6.1 Descrição das recomendações 9

6.2 Validação 9

6.3 Data da Validação 9

Anexo I 10

Anexo II 12

Anexo III 14

1. Análise da demanda

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É a definição do problema a ser analisado, a partir do ponto de vista das partes envolvidas.

A demanda surgiu por solicitação da empresa no intuito de analisar as condições e ambiente de trabalho existente em todos os setores, com o objetivo de levantar dados para melhorar a situação atual e, sobretudo, preservar a saúde do trabalhador.

2. Análise global do contexto da demanda

2.1 Aspectos técnico-organizacionais do trabalho

O galpão da unidade mecânica possui aproximadamente 2.000 metros quadrados divido em setores: ajustagem, acabamento, usinagem, solda, almoxarifado e controle de processos. Onde os setores de ajustagem e usinagem possuem máquinas operatrizes e de comando numérico computadorizado (CNC). No setor de acabamento há apenas máquinas manuais (lixadeira, moto-esmeril, retifica manual, etc.). No setor de solda ocorre toda a montagem e solda das peças. No almoxarifado armazenamento geral de matéria-prima, equipamentos e peças. E o setor de controle de processos onde se realiza o gerenciamento da unidade mecânica (abertura de ordens de produção, emissão de relatórios, notas fiscais, etc.).

O galpão tem boa distribuição de espaço para todos os setores, com área arejada, de fácil acesso às maquinas e aos postos de trabalho.

3. Análise da tarefa

3.1 Descrição geral do trabalho

O trabalho é realizado a partir da emissão da ordem de produção onde conforme o desenho da peça este é repassado para um dos setores neste caso analisou-se o posto de trabalho do operador de torno CNC no setor de usinagem. Após encaminhamento do desenho para o referido setor o programador CNC, desenvolve o programa para execução da peça e encaminha via rede para o operador do torno CNC, este prepara a máquina e realização a execução de lotes com grande quantidade de peças.

Devido ao grande volume de peças a serem produzidas esse trabalho torna-se cansativo, repetitivo e demorado. O tempo para execução de cada lote depende de fatores como complexidade da peça, tipos de processos envolvidos para fabricação da peça, material da peça e o número total de peças. Por exemplo, há peças que possuem tempo médio de usinagem de 20 segundos, assim como existem outras peças possuem tempo médio 30 minutos. Sendo que, o próprio operador realiza o controle dimensional das peças.

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3.2 Condições ambientais

O local do posto de trabalho é limpo, arejado, porém a iluminação não é ideal principalmente em dias chuvosos.

O operador do torno CNC fica exposto a riscos físicos (vibração e ruídos), mecânicos, químicos (névoas emulsivas de óleo refrigerantes, óleos lubrificantes e aditivos químicos utilizados para melhorar o desempenho e vida útil das ferramentas), ergonômicos (posicionamento no posto de trabalho e levantamento de carga).

O layout é adequado a disposição do torno CNC é inclinado a 45º impedindo que cavacos venham ser arremessados em outras máquinas, os armários para guardar equipamentos de medição, manuais, apostilas e pastas de desenho estão dispostos com espaço significativo facilitando a mobilidade do operador e a circulação de pessoas, quando necessário deslocamento destas próximo ao torno CNC.

Quanto à sinalização o galpão está dividido em setores apenas, através de faixas indicativas (na cor amarela e colada no chão) e placas de identificação de cada setor com os tipos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) necessários para trabalhar e transitar no local.

3.3 Condições de mobiliários e acessórios

A área que corresponde ao posto de trabalho do operador do torno CNC compreende aproximadamente 9 metros quadrados, onde o torno CNC fica localizado e este apresenta dimensões máximas de aproximadamente 2,50 X 1,30 X 2,10 metros de comprimento, largura e altura respectivamente, a posição para fixar a peça na placa para usinagem é de aproximadamente 1,30 metros de altura do chão e a uma distância 0,50 metro da frente do torno CNC. A matéria-prima é colocada sobre um carrinho com altura de 1,00 metro e área superficial de 0,60 metro de largura por 0,80 metro de comprimento e este é deslocado e localizado conforme melhor adequação e praticidade ao trabalho do operador. É também necessário uma bancada com gavetas embutidas com dimensões 1,00 X 0,60 X 1,10 metros de comprimento, largura e altura respectivamente, para guardar os instrumentos de medição, realizar o controle dimensional das peças e armazenamento temporário sobre a bancada. Esta se localiza a 1,00 metro de distância do torno, facilitando a movimentação da peça pelo operador.

Destacando-se que o operador do torno CNC, trabalhava em pé causando ao operador desconforto e dores nas pernas, principalmente joelhos, portanto o próprio operador fabricou um banco para sentar-se, sendo que o mesmo não obedecia a nenhum aspecto ou norma ergonômica (conforme foto 1 anexo I).

3.4 Ferramentas e equipamentos

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O torno CNC é automatizado minimizando o esforço físico (movimentos) do operador, no caso da máquina em questão esta não possui aperto pneumático da placa necessitando aperto manual para fixação da peça.

Quanto às ferramentas existem as de desbaste interno e externo, roscas, brocas dentre outras que podem ser utilizadas de acordo com o desenho da peça. Estas ferramentas são presas na torre de troca rápida do CNC, apertadas por parafusos através de torque manual.

3.5 Aspectos biomecânicos

Como no torno CNC analisado a placa é de aperto manual, o operador pode vir a apresentar dores nos braços e mãos devido ao esforço repetitivo em um intervalo de curto de tempo, no caso de peças com baixo tempo de usinagem (por exemplo, peças com tempo médio de fabricação inferior a 1 minuto e lotes de grande volume).

Peças que apresentam números elevados de etapas e em que seja necessária a troca de ferramentas o operador faz uma parada durante a usinagem e realiza a troca, neste momento o operador utiliza uma chave com alava reduzindo o esforço no aperto da ferramenta, porém esta apresenta uma massa de aproximadamente 0,500 Kg que somado à massa da ferramenta podem chegar a 1,200 Kg.

3.6 Organização do trabalho

A carga-horária diária do trabalhador é de 09h48min com intervalo para o almoço de uma hora entre as 11h35min e 12h35min, na parte da manhã e da tarde há intervalos de 15 minutos para lanche. O colaborador trabalha conforme as solicitações do setor de controle de processo para atender a demanda dos clientes internos e externos. Destacando-se que o operador possui autonomia para estabelecer a ordem de fabricação das peças conforme o setup do torno CNC, proporcionando maior motivação e produtividade.

3.7 Aspectos cognitivos

O contato interpessoal dentro da empresa é considerado bom, pois como há envolvimento de vários setores para execução de uma ordem de produção.

O operador tem que ter atenção, percepção e boa memória para que nos processos de preparação e operação não ocorram colisões que venham a danificar o torno CNC e/ou as ferramentas.

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E ainda ficar atento as dimensões da peças e ruídos gerados durante a usinagem para tomar a decisão de quando trocar as pastilhas das ferramentas.

4. Análise da atividade

Dentre os elementos que interferem na execução da tarefa pode-se elencar:

• Falta de matéria-prima;

• Excesso de burocratização na liberação de ferramentas pelo setor de almoxarifado;

• Lead-time longo de fornecedores;

• Ferramental insuficiente e/ou dependência do setor de compras;

• Repetição de movimentos para execução do trabalho (no caso de lotes grandes de produção, que necessitem muita troca de ferramenta), podendo gerar fadiga e desconforto.

4.1 Ferramentas ou recursos adicionais

Foi nesta etapa que se definiu a implementação de bancos ergonômicos semi-sentados (conforme requisitos da Associação Brasileira de Ergonomia) para minimizar o desconforto gerado pela tarefa, que eram dores nas perna, principalmente nos joelhos, devido a execução do trabalho em pé. E ainda dores na coluna devido a utilização de um banco não ergonômico fabricado pelo próprio operador conforme anexo I.

5. Diagnóstico

5.1 Inadequação Ergonômica

O operador trabalhava por longos períodos de tempo em pé, ou utilizado um banco não ergonômico gerando dores nas pernas e joelhos, dores na coluna e tensão muscular.

5.2 Requisito legal

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Em atendimento à Norma Regulamentadora (NR) 17 que trata da Ergonomia, no seu primeiro item ao definir seu objetivo estabelece a relação entre os fatores biomecânicos, ambientais e a organização do trabalho:

“Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.

5.3 Descrição do diagnóstico

Nessa fase identificou-se a necessidade de verificar a situação em que o operador do torno CNC, estava executando sua tarefa, conforme anexo II antes da intervenção e anexo III após a intervenção.

5.4 Validação do diagnóstico

A validação do diagnóstico se deu quando o profissional responsável pela área de Saúde e Segurança do Trabalho da empresa verificou após queixas e reclamações do operador de torno CNC, que este sentia desconforto e dores nas costas devido ao mau posicionamento em seu posto de trabalho, então o profissional de Saúde e Segurança do Trabalho, realizou levantamentos e gerou relatórios onde percebeu que seria necessária a compra de bancos ergonômicos semi-sentados para minimizar os problemas causados ao funcionário do setor de usinagem. E ainda a conjuntamente veio a sugestão do programa de ginástica laboral dentro na empresa, também posteriormente adotado na empresa em questão em todos os seus setores.

6. Recomendação de melhorias

Ocorreu através da implementação bancos ergonômicos semi-sentados para minimizar o desconforto gerado pela tarefa, que eram dores nas pernas, principalmente nos joelhos, devido a execução do trabalho em pé e/ou sentado em bancos não-ergonômicos.

E a ainda implementação da ginástica laboral em todos os setores da empresa e técnicas de alongamento que o próprio colaborador pode realizar ao longo do seu dia de trabalho, auxiliando assim o operador do torno CNC também, dentre alguns dos benefícios pode-se destacar: combate e prevenção das doenças profissionais, sedentarismo, estresse, depressão, ansiedade, melhora a flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e a resistência, promove uma maior mobilidade e melhor postura e principalmente redução da sensação de fadiga no final da jornada.

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6.1 Descrição das recomendações

Recomendações abrangem a indicação de se implementar o uso do banco ergonômico semi-sentado e ainda a sugestão de se implementar o programa de ginástica laboral para toda a empresa, além também de ensinar técnicas de alongamento que os colaborares possam utilizar ao longo do seu dia de trabalho, quando se sentirem cansados, com algum desconforto devido a posição em seu posto de trabalho ou com dores nas costas, pescoço, membros superiores e inferiores.

6.2 Validação

Houve a validação das intervenções, foi quando cada colaborador do setor recebeu um banco ergonômico semi-sentado (conforme foto anexo II) e respectivo treinamento de como utilizá-lo.

E também teve início o programa de ginástica laboral, com acompanhamento de uma equipe de professores de educação física do SESI/Minas, sendo que este realizado três vezes por semana antes da jornada de trabalho.

6.3 Data da Validação

A data de validação foi em 07 de março de 2011, onde os colaboradores que utilizariam os bancos ergonômicos semi-sentados receberam um treinamento para demonstrar as regulagens possíveis, sistema de trava do banco e conscientização da importância da utilização deste, para cada operador.

E ainda a data de validação do programa de ginástica laboral se deu em 11 de abril de 2011, aproximadamente um mês após a implementação dos bancos ergonômicos.

Anexo I

Page 10: ANÁLISE ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO

Foto 1: Banco construído pelo próprio operador

Anexo I

Foto 2: Banco ergonômico semi-sentado