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DIAGNÓSTICO UTILIZANDO ANÁLISE DE REDES SOCIAIS Francisco José Zamith Guimarães Elisete de Sousa Melo PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL. Aprovado por: _____________________________________________________ Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. _____________________________________________________ Profa. Raquel Borba Balceiro, D.Sc. _____________________________________________________ Prof. Paulo Josef Hirsch, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL NOVEMBRO DE 2005

Analise Redes Sociais

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Page 1: Analise Redes Sociais

DIAGNÓSTICO UTILIZANDO ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

Francisco José Zamith Guimarães

Elisete de Sousa Melo

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO

DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA

EMPRESARIAL.

Aprovado por:

_____________________________________________________

Prof. Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc.

_____________________________________________________

Profa. Raquel Borba Balceiro, D.Sc.

_____________________________________________________

Prof. Paulo Josef Hirsch, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

NOVEMBRO DE 2005

Page 2: Analise Redes Sociais

i

Guimarães, Francisco José Zamith

Melo, Elisete Sousa

Diagnóstico Utilizando Análise de Redes Sociais

[Rio de Janeiro] 2005

VIII, 51 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, Especialização,

Engenharia de Produção, 2005)

Projeto Final – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE

1. Gestão do Conhecimento

I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

Page 3: Analise Redes Sociais

ii

Dedicamos esse trabalho a memória de Luiz Carlos Zamith.

Page 4: Analise Redes Sociais

iii

Agradecemos às nossas famílias, que durante este período, nos incentivaram e souberam

compreender nossa ausência nos finais de semana.

Agradecemos a minha orientadora Raquel Borba Balceiro pelo suporte e zelo

dispensado a equipe.

Agradecemos ao Sr. Alexandre Korowajczuk pelo incentivo a fazer o curso e a

realização desse trabalho.

Agradecemos a toda equipe do DSG pela ajuda.

Agradecemos a Petróleo Brasileiro S.A. pelo apoio propiciado a realização desse

trabalho.

Page 5: Analise Redes Sociais

iv

Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e

Inteligência Empresarial.

DIAGNÓSTICO UTILIZANDO ANÁLISE DE REDES SOCIAIS

Francisco José Zamith Guimarães

Elisete de Sousa Melo

Novembro/2005

Orientadora: Raquel Borba Balceiro

Programa: Engenharia de Produção

A principal característica do conhecimento tácito é sua dificuldade de ser

explicitado. A principal forma de transferência desse tipo de conhecimento é por meio

do contato entre as pessoas. Portanto, para que essa transferência ocorra de uma maneira

eficiente, é de vital importância o entendimento de como se dá a interação entre as

pessoas. Uma forma de ter esse entendimento é com a ajuda da técnica de análise de

rede social. Esse trabalho apresenta a aplicabilidade da técnica dentro do contexto da

Gestão do Conhecimento, mostrando seu valor para o entendimento do fluxo de

conhecimento tácito dentro de uma organização.

Page 6: Analise Redes Sociais

v

Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of specialist in Knowledge Management and Enterprise

Intelligence.

EVALUATION USING SOCIAL NETWORK ANALYSIS

Francisco José Zamith Guimarães

Elisete de Sousa Melo

Novembro/2005

Advisor: Raquel Borba Balceiro

Department: Industrial Engineering

The main characteristic of the tacit knowledge is his difficult of being

explicitated. The principal way of transfer this kind of knowledge is through the

connection of people face-to-face. Therefore, for this transfer be effective, is important

the understanding of how happens the people connections. One way to have this

understand is with the use of the social network analysis method. This work presents the

method applicability into the Knowledge Management context, presenting your value to

understand the flow of tacit knowledge into an organization.

Page 7: Analise Redes Sociais

vi

Índice de texto

1 - Introdução............................................................................................................. 1 2 - Análise de Rede Social – Visão Geral.................................................................. 3

2.1 Visão básica...................................................................................................... 3 2.2 Histórico da técnica .......................................................................................... 4 2.3 Aplicações ........................................................................................................ 7 2.4 Benefícios esperados ........................................................................................ 8

3 - A Técnica de Análise de Rede Social................................................................... 9 3.1 Análise da rede pessoal..................................................................................... 9 3.2 Análise da rede em grupos fechados .............................................................. 12

3.2.1 Identificação do grupo estratégico.......................................................... 13 3.2.2 Construção do questionário .................................................................... 14 3.2.3 Coleta das informações........................................................................... 17 3.2.4 Análise das informações......................................................................... 19

3.2.4.1 Análise visual ..................................................................................... 20 3.2.4.2 Análise quantitativa ............................................................................ 23

3.2.5 Apresentação do resultado...................................................................... 25 3.3 Análise comparativa entre as técnicas ............................................................ 26

4 - Uso da S.N.A. na área de Gestão do Conhecimento .......................................... 28 4.1 Aplicação em gestão de mudanças ................................................................. 28 4.2 Aplicação em diagnósticos de Gestão do Conhecimento............................... 28 4.3 Aplicação em ferramenta de Páginas Amarelas ............................................. 29 4.4 Aplicação em Comunidades de Prática .......................................................... 29 4.5 Gestão de Competências................................................................................. 30

5 - Exercício de aplicação da técnica de S.N.A. ...................................................... 32 5.1 Técnica utilizada............................................................................................. 32

5.1.1 Identificação do grupo estratégico.......................................................... 32 5.1.2 Construção do questionário .................................................................... 33 5.1.3 Coleta das informações........................................................................... 34 5.1.4 Análise das informações......................................................................... 35 5.1.5 Apresentação dos resultados................................................................... 35

5.2 Resultados obtidos.......................................................................................... 36 5.3 Conclusões sobre os resultados ...................................................................... 45

6 - Considerações Finais .......................................................................................... 47 7 - Referências Bibliográficas.................................................................................. 48

Page 8: Analise Redes Sociais

vii

Índice de Figuras

Figura 1 - Ilustração da análise da rede pessoal. (Fonte: elaboração própria, 2005) .. 10 Figura 2 - Ilustração da análise da rede em grupos fechados. (Fonte: elaboração própria, 2005) ................................................................................................................. 13 Figura 3 - Exemplo básico de rede de consciência das competências. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 20 Figura 4 - Subgrupos em uma rede. (Fonte: elaboração própria, 2005)...................... 21 Figura 5 - Padrões em uma rede. (Fonte: elaboração própria, 2005) .......................... 23 Figura 6 - Questionário utilizado na coleta das informações do exercício de aplicação. (Fonte: Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005)................................... 34 Figura 7 - Rede de conhecimento de pessoas (quem conhece quem?). (Fonte: Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005) ............................................... 36 Figura 8 - Rede de comunicação regular (quem se comunica regularmente com quem?). (Fonte: Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005)..................... 39 Figura 9 - Rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar (quem tem conhecimento para me ajudar?). (Fonte: Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005) ..................................................................................................... 42 Figura 10 - Interseção entre as redes de comunicação regular e de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar. (Fonte: elaboração própria, 2005)............. 45

Page 9: Analise Redes Sociais

viii

Índice de tabelas

Tabela 1 - As quatros principais escolas. (MOLINA, 2004) ..................................... 6 Tabela 2 - Questionário básico de análise de redes em grupo fechado. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 15 Tabela 3 - Quadro comparativo entre as várias formas de coleta das informações. (Fonte: elaboração própria, 2005) .................................................................................. 19 Tabela 4 - Métricas básicas de rede. (Fonte: elaboração própria, 2005) ................. 24 Tabela 5 - Tabela de densidades da figura 6. (Fonte: elaboração própria, 2005).... 25 Tabela 6 - Quadro resumo com os tipos de redes versus as práticas de Gestão do Conhecimento. (Fonte: elaboração própria, 2005) ......................................................... 31 Tabela 7 - In-degree e out-degree dos nós da rede de conhecimento de pessoas. (Fonte: elaboração própria, 2005) .................................................................................. 37 Tabela 8 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de conhecimento de pessoas desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005)............................................................. 38 Tabela 9 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de conhecimento de pessoas desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 38 Tabela 10 - In-degree e out-degree dos nós da rede de comunicação regular. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 40 Tabela 11 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de comunicação regular desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005) .................................................................................. 41 Tabela 12 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de comunicação regular desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 41 Tabela 13 - In-degree e out-degree dos nós da rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar. (Fonte: elaboração própria, 2005) ................................. 43 Tabela 14 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................. 44 Tabela 15 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005) .................................... 44 Tabela 16 - Grau de densidade e de reciprocidade das 3 redes analisadas. (Fonte: elaboração própria, 2005) ............................................................................................... 46

Page 10: Analise Redes Sociais

1

1 - Introdução

Uma das questões mais relevantes dentro de Gestão do Conhecimento é a forma

de se lidar com o “conhecimento que está na cabeça das pessoas”, ou seja, o

conhecimento tácito1. É muito difícil propagá-lo, mas principalmente medi-lo e avaliá-

lo nas organizações.

Isso pode parecer um pouco distante da fria realidade empresarial porém,

segundo Rasmus (2002), de todo conhecimento necessário para uma empresa funcionar

(100%), o mesmo está distribuído da seguinte forma: 4% encontra-se descrita

explicitamente em bancos de dados (informação explícita estruturada), 16% encontra-se

descrita explicitamente em documentos Word, Excel, PowerPoint, etc. (informação

explícita não estruturada), e os outros 80% encontra-se na cabeça das pessoas

(conhecimento tácito).

Como o conhecimento tácito é dificilmente explicitado, a principal forma de

transferência do mesmo é por meio do contato entre as pessoas. Dessa forma, é de vital

importância o entendimento de como se dá a interação entre as pessoas da organização.

Por meio da técnica de análise de rede social, conhecida também por Social

Network Analysis (S.N.A.), é possível fazer esse tipo de diagnóstico. Uma vez coletada

as informações é possível ter uma visão abrangente de como ocorre à transferência de

conhecimento dentro da organização.

Esse trabalho visa mostrar a aplicabilidade da técnica dentro do contexto da

Gestão do Conhecimento, mostrando seu valor para o entendimento do fluxo de

conhecimento tácito dentro de uma organização.

O objetivo desse trabalho é mostrar que a técnica de S.N.A. é uma ferramenta de

diagnóstico, e pode ser proficuamente utilizada dentro do contexto da GC.

Para alcançarmos o objetivo supracitado, o presente trabalho está organizado da

seguinte forma: no capítulo 1, apresenta-se a introdução; no capítulo 2, apresenta-se

uma perspectiva geral da técnica de S.N.A. proporcionando uma visão básica da técnica,

seu histórico, e aplicações existentes; no capítulo 3, discorre-se sobre os principais

métodos de aplicação da técnica; no capítulo 4, aborda-se a relação da técnica com a

Gestão do Conhecimento; no capítulo 5, detalha-se um exercício de aplicação da técnica

de S.N.A. na indústria do petróleo; no capítulo 6, apresenta-se a conclusão do trabalho; 1 O conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado. Ele inclui elementos cognitivos (modelos mentais) e técnicos (know-how concreto, técnicas e habilidades). (Polanyi (1966), citado por (NONAKA & TAKEUCHI, 1997))

Page 11: Analise Redes Sociais

2

e, finalmente, no capítulo 7, são relacionados os possíveis trabalhos futuros

vislumbrados.

Page 12: Analise Redes Sociais

3

2 - Análise de Rede Social – Visão Geral

O objetivo desse capítulo é fornecer uma visão básica da técnica, seu histórico, e

aplicações existentes.

2.1 Visão básica

S.N.A. surge no contexto das Ciências Humanas em meados dos anos 30, nos

anos 60 é conduzido para o estudo da teoria dos gráficos (grafos) e a partir dos anos 70

é aplicada a diversas áreas do conhecimento, especialmente utilizado na Sociologia

como instrumento para mapear os movimentos sociais.

A Social Networking Analysis trata-se de uma técnica interdisciplinar que

propicia uma leitura dinâmica das interações sociais. Propicia uma alternativa à

interpretação “estática” (no momento da leitura) do papel social do indivíduo ou grupo

dentro de um contexto. Pressupõe uma análise de tendência em um determinado

contexto e não afirmações absolutas, isto é, a técnica é utilizada para oferecer uma

perspectiva.

A aplicação da técnica numa organização ou área de uma empresa visa

reconhecer oportunidades ou desafios, identificando lacunas no fluxo de conhecimento.

Ela possibilita mapear a interação de conhecimento de uma pessoa ou grupo na estrutura

de uma organização, onde os movimentos e contatos não são aleatórios. Pode-se dizer

que enquanto a estrutura organizacional é hierárquica, as redes sociais numa empresa

são flexíveis (característica de sua natureza), e têm o poder de dominar (entravar) os

processos da empresa. Karen Stephenson fala sobre o poder das redes (ROSENBURG,

2003) “... trata-se de um sistema invisível, mas muito poderoso e que é ignorado por

muitos executivos”.

Na análise de redes sociais são observados os atores sociais, seus papéis e suas

ligações. A análise de rede social é uma ciência interdisciplinar especializada no

comportamento. Ela está fundamentada na observação que os atores sociais são

interdependentes e que as conexões entre eles possuem importantes conseqüências para

cada indivíduo. (FREEMAN, 2004)

S.N.A. trata de sistemas interativos de relações entre pessoas ou grupos. O que

interessa é o posicionamento estrutural de cada ator dentro de um contexto, isto é, sua

posição na rede.

Page 13: Analise Redes Sociais

4

2.2 Histórico da técnica

A técnica de análise de redes sociais interessa a pesquisadores de vários campos

do conhecimento que, na tentativa de compreenderem o impacto da rede sobre a vida

social, deram origem a diversas técnicas de análise que têm como base as relações entre

os indivíduos, em uma estrutura em forma de redes (MARTELETO & SILVA, 2004).

Uma prova concreta do parágrafo anterior é o histórico de aplicação da técnica

nos diversos campos de conhecimento (MORTON et al., 2004):

• O primeiro uso da técnica data de 1933, onde o psiquiatra Jacob Levi

Moreno apresentou o sociograma, ferramenta essa originária de seu trabalho

em sociometria. Moreno criou o método para analisar relacionamentos

emotivos interpessoais dentro de um grupo. Por meio dessa ferramenta era

possível identificar líderes, e indivíduos isolados. (MORTON et al., 2004)

• Radcliffe Brown (1940) e John Barnes (1954) inventaram o termo “rede

social”, pois o foco deles estava nas características da estrutura global da

sociedade e não nas características das redes pessoais.

• Em 1951, Lewis, em sua teoria de campo, focou nas propriedades estruturais

do espaço social.

• Nas décadas de 1960 e 1970, antropólogos associados ao Rhodes

Livingstone Institute (Universidade de Manchester), coordenado por Max

Gluckman e, posteriormente, por J. Clyde Mitchell, desenvolveram diversas

pesquisas sobre os processos migratórios rural-urbanos em países africanos,

tendo como principal foco analítico a identificação das redes sociais da

migração.

• Frank Harary (1963) aplicou a teoria dos gráficos na Antropologia, na

Sociologia e na Psicologia.

• David Douglas Massey (1990) utilizou a técnica de S.N.A. para explicar os

processos migratórios de mexicanos para os EUA.

• Dimitri Fazito e Weber Soares (1991) utilizaram à técnica para compreender

as redes de migração interna no Brasil.

A análise de redes pessoais é derivada de quatro principais escolas, segundo

Molina (2004): escola de Manchester, de estudos de comunidades, de estudos de

estimação do tamanho das redes pessoais e de capital social.

Page 14: Analise Redes Sociais

5

Os antropólogos urbanos da escola de Manchester estavam interessados nas

redes sociais para explicar o comportamento que não podia ser explicado por um

paradigma teórico estrutural-funcionalista, o qual mostra a existência de uma rede ativa

de instituições que permitia dar conta da vida social do individuo. Estes pesquisadores

documentaram a relação entre a estrutura da rede pessoal e a conduta pessoal em

situações baseadas em lutas políticas, conflitos sociais em alguns ambientes, tais como

ambiente de trabalho.

A escola de estudos de comunidade é conhecida como a tradicional no estudo da

investigação centrada na localização das redes de apoio social. São redes constituídas

por parentes, amigos e vizinhos que proporcionam socialização, informação e ajuda em

geral. Este estudo possibilita conhecer características globais das redes pessoais.

Já a escola de estudo de estimação do tamanho das redes pessoais tem seu ponto

de partida na resposta obtida à pergunta “A quantas pessoas conheces?” – a resposta a

essa questão dá lugar ao estudo. Suas características são os experimentos entre eles o

cálculo do volume total de conhecidos de uma pessoa utilizando listas telefônicas e a

aplicação aproximada das redes pessoais, segundo os critérios de contatos acumulados,

contatos ativos e laços fortes.

Por último, a escola de estudo do capital social e redes pessoais, escola centrada

em três grupos: o capital social com foco na pessoa, o capital social centrado na rede e o

capital social focado na rede de associações (sociedades civis). No primeiro uso, o

capital social é algo inerente às pessoas, isto é, ao número e a qualidade de relações,

determinado por sua classe social. No segundo sentido, o capital social reside nos

recursos das propriedades da rede de relações, mais que nas pessoas. A terceira

aplicação associa o êxito econômico de uma região do país com a rede de entidades

civis e econômicas existente na região.

A tabela 1 apresenta um quadro com o resumo das principais escolas, e

estudiosos sobre a técnica de S.N.A..

Page 15: Analise Redes Sociais

6

Tradição

Enfoque teórico Principais estudos Métodos

Escola de Manchester Complemento do paradigma estrutural - funcionalismo em um mundo urbano fluído.

Barnes (1954) Bott (1955,1957) Epstein (1957, 1963) C. Mitchell (1969) Boissevain (1973) Kapferer (1972)

Sociogramas, Observação de participante, conceitos sobre teoria de gráficos e matrizes..

Escola de Estudos de Comunidade

Laços comunitários além dos limites residenciais, apoio social e troca da rede pessoal ao longo do tempo. Movimentos sociais.

Laumann (1973) Fisher (1982) Wellman (1979, 1982, 1988, 1997, 1999) Litwin (1996) Tilburg (1998) Ferrand (1999)

Grandes pesquisas egocéntricas. Bases de dados públicos com dados de redes sociais.

Escola de Estimativa do tamanho das redes pessoais

Tamanho, estrutura ou amostras representativas de redes pessoais.

Poole y Kochen (1978) Killworth e Bernard (1978, 1984) Killworth et al. (1998,1990) Freeman e Thompson (1989) Bernard (1990, 1998) McCarty (1997, 2000)

Amostras de guias telefônicas locais ou listas de nomes, “Mundo Pequeno ao contrário, RSW”, método “Scale-up”.

Escola Capital Social Acesso a pessoas em posições sociais superiores e seus recursos associados. Gerador de nomes a partir de posições sociais, gerador de nomes a partir de recursos acessíveis.

Lin (1982, 2001), Lin et al. (2001), Burt (1992), Flap et al. (1999), van der Gaag e Snijders (2003)

Gerador de nomes a partir de posições sociais. Gerador de nomes a partir de recursos acessíveis.

Tabela 1 - As quatros principais escolas. (MOLINA, 2004)

No Brasil, a literatura é restrita. Após uma pesquisa foram identificados os

professores e autores Regina Marteleto e Eduardo Marques, entre outros que publicaram

artigos sobre o uso de S.N.A. como ferramenta para análise. Marteleto usou a técnica

para estudar os movimentos sociais, enquanto Marques usou a técnica dentro da

empresa CEDAE-RJ (Companhia Estadual de Águas e Esgoto – Rio de Janeiro).

Outra referência sobre o tema no Brasil é o trabalho de Tonia Marta Barbosa

Macedo sobre a importância das redes informais para um sistema de inteligência

competitiva. Nesse trabalho, ela realizou pesquisa empírica entre os profissionais do

Centro de Desenvolvimento de R.H. da Petrobras.

Os Programas de Mestrado e de Doutorado em Sociologia e Ciência Política da

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais –

Fafich/UFMG ofereceu em 2004, um curso avançado de Introdução à análises de redes

sociais dentro do curso de Metodologia Quantitativa (http://www.fafich.ufmg.br/~mq/

Page 16: Analise Redes Sociais

7

ementas.htm - ver cursos avançados). O curso teve por objetivo apresentar a técnica

para os alunos de forma instrumental e aplicada.

2.3 Aplicações

Entre as principais aplicações da técnica de S.N.A. descrevemos algumas a

seguir.

Na área médica, a técnica é aplicada para estudar a propagação e evolução de

diversos tipos de doenças. Cohen et al. (2000), com seu estudo sobre como uma rede

social diversa influencia a saúde do indivíduo, é um típico exemplo de aplicação nesse

campo.

Na sociologia, essa técnica é utilizada para estudar a formação das redes sociais

humanas. Os cientistas sociais observaram que as redes sociais tendem a aproximar as

pessoas com interesses mútuos.

A S.N.A. também é aplicável em sistemas de recomendação de especialistas.

Nesses sistemas, os resultados da aplicação de uma dinâmica de S.N.A. podem ser

usados em dois momentos: utilizar a opinião das demais pessoas da rede para indicar o

grau de competência de uma determinada pessoa e, também, para ordenar uma lista de

especialistas priorizando os mais próximos da rede social da pessoa que fez a busca.

McDonald (2003) aborda a utilização da técnica para filtrar e ordenar a resposta à busca

de um especialista. Segundo o sistema proposto, os especialistas seriam apresentados

em ordem de proximidade na rede social do usuário que faz a pesquisa no sistema.

Percebemos a S.N.A. também como ferramenta útil ao campo da Gestão de

Conhecimento (BUSCH at el., 2001; CROSS at el., 2001; PARKER at el., 2001). É

importante observar, no entanto que dentro da literatura sobre Gestão do Conhecimento

são raros os artigos que abordam aplicações de S.N.A.. Um exemplo de aplicação da

técnica é a sua utilização para avaliar a evolução da implantação de uma comunidade.

A técnica também pode ser utilizada para identificar as dificuldades de

comunicação entre pessoas de um mesmo processo chave ou grupo no interior de uma

organização. A dificuldade de comunicação tende a surgir devido à grande

fragmentação existente ao longo do processo (fronteiras funcionais, hierárquicas e

físicas).

Page 17: Analise Redes Sociais

8

2.4 Benefícios esperados

Alguns benefícios esperados da aplicação da técnica de S.N.A. observados por

CROSS & PARKER (2004) são os seguintes:

• Integrar a rede de pessoas que participam de processos de negócios da

empresa.

• Identificar os indivíduos centralizadores de informação da rede pesquisada.

Motivá-los para disseminar informações entre seus pares.

• Capacidade de avaliar o desempenho de um grupo de pessoas que deve

trabalhar de forma integrada.

Page 18: Analise Redes Sociais

9

3 - A Técnica de Análise de Rede Social

Há duas formas de se fazer uma análise de rede social: uma por meio da análise

do perfil de relacionamentos de um indivíduo, sem qualquer restrição sobre a fonte do

relacionamento; e a outra, por meio da análise dos relacionamentos de um grupo de

pessoas onde os relacionamentos estão restritos ao grupo.

Cada uma dessas formas tem uma maneira diferente de condução, com

vantagens e desvantagens distintas para cada uma delas.

3.1 Análise da rede pessoal

Resumidamente, na análise da rede pessoal, é solicitada a pessoa mapeada que

identifique outras pessoas que são importantes para a execução de uma dada função ou

tarefa (por exemplo: obtenção de informação, consolidação de idéias etc.) sendo que

para cada pessoa identificada deve-se responder um conjunto de questões sobre esse

relacionamento.

Nessa técnica pode-se ou não limitar o grupo de pessoas que podem ser

apontadas pelo indivíduo mapeado. Por exemplo, pode-se restringir o mapeamento

somente às pessoas que trabalham na mesma empresa da pessoa mapeada, ou pode-se

fazer sem qualquer limitação, coletando informações de relacionamentos provenientes

de qualquer natureza (pessoas do mesmo departamento, colegas de empresa, amigos de

escola, familiares etc.). Normalmente, a técnica é aplicada sem qualquer limitação sobre

a fonte do relacionamento.

Após o levantamento dos relacionamentos da pessoa mapeada, é feita a análise

destes tendo por base uma distribuição de relacionamentos ideal que a pessoa deveria

seguir. A partir dos hiatos existentes entre a distribuição de relacionamentos ideal e a

distribuição de relacionamentos atual desta pessoa é elaborado um diagnóstico com uma

recomendação sobre com quais grupos ela deve procurar se relacionar mais.

Page 19: Analise Redes Sociais

10

A figura 1 ilustra a técnica de análise da rede pessoal.

Figura 1 - Ilustração da análise da rede pessoal. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Na etapa de “construção do questionário” objetiva-se elaborar o questionário que

será utilizado para coleta das informações. Normalmente o questionário na análise da

rede pessoal é aberto, onde o respondente pode apontar seus principais relacionamentos

para um determinado contexto (busca de informações, solução de problemas etc.). Para

cada relacionamento apontado pelo respondente, o mesmo deve fornecer algumas

informações que permitam identificar as suas principais tendências de relacionamento

(por exemplo: indicar a localização geográfica das pessoas com que se relaciona).

O segredo na construção do questionário está na definição precisa do contexto

que o respondente deve utilizar para apontar seus relacionamentos, e nas informações

extras que ele deve indicar para cada relacionamento. Alguns exemplos dessas

informações extras podem ser:

• Posição hierárquica da pessoa com quem ele se relaciona (acima, igual,

abaixo).

• Proximidade física da pessoa com quem ele se relaciona (mesma sala,

mesmo andar, mesmo prédio, mesma cidade, mesmo país).

• Tempo de relacionamento com a pessoa (menos de 1 ano, entre 1 e 3 anos,

entre 3 e 7 anos, mais de 7 anos).

• Freqüência com que interage com essa pessoa (todo dia, uma vez por

semana, uma vez por mês).

Construção do questionário

Coleta das informações

Apresentação dos resultados

Análise das informações

Questionário ……………..

Proximidade Mesmo Andar = 4 pessoas Mesmo Prédio = 2 pessoas Mesma Cidade = 0 pessoas

Posição Hierárquica Acima = 0 pessoas Mesma = 1 pessoas Abaixo = 5 pessoas

Tempo de relacionamento 1 – 3 anos = 2 pessoas 3 – 6 anos = 2 pessoas

+ de 6 anos = 2 pessoas

Devido ao seu perfil de gerente, é

sugerido: - aumentar a interação com superiores. - aumentar a interação com pessoas em outras cidades.

Page 20: Analise Redes Sociais

11

Na etapa de “coleta das informações” mapeiam-se os relacionamentos da pessoa

alvo. A coleta das informações pode acontecer por meio de entrevistas ou por meio da

resposta individual ao questionário. Devido a maior simplicidade do questionário em

comparação com o questionário da técnica de análise da rede em grupos fechados

(seção 3.2.2), a resposta individual a esse questionário não apresenta maiores

dificuldades para o respondente.

Na etapa de “análise das informações” se compara a distribuição dos

relacionamentos da pessoa com uma distribuição ideal2, segundo o perfil da pessoa. Por

exemplo, é provável que a distribuição ideal de relacionamentos para gerentes de nível

médio seja composta de pessoas que estejam presentes em vários locais geográficos da

empresa. Se na análise das informações coletadas de um gerente de nível médio

encontra-se somente relacionamento com pessoas de uma única localidade, esse seria

um possível hiato de relacionamento para esse gerente, segundo a distribuição ideal.

Por fim, na etapa de “apresentação dos resultados” aponta-se o hiato entre a

distribuição da pessoa analisada em comparação com essa distribuição ideal. A partir da

análise destes hiatos a pessoa alvo pode ser mais pró-ativa na criação de novos

relacionamentos visando equilibrar a sua rede pessoal, procurando assim atingir sua

distribuição ideal.

2 A distribuição ideal varia conforme o perfil de trabalho do indivíduo que está sendo analisado. Por exemplo, um gerente teria uma distribuição ideal de relacionamentos diferente de um pesquisador.

Page 21: Analise Redes Sociais

12

3.2 Análise da rede em grupos fechados

Na análise da rede em grupos fechados, deve-se começar delimitando o grupo

estratégico que se deseja analisar para, posteriormente, coletar de cada uma das pessoas

que compõem esse grupo o seu tipo e grau de relacionamento com as outras pessoas

desse mesmo grupo. Após essa coleta é realizada a análise do relacionamento do grupo

como um todo, como também uma análise do papel de cada indivíduo dentro desse

grupo. Por fim, é apresentado o retorno do diagnóstico para o grupo.

A figura 2 ilustra a técnica. Na etapa de “identificação do grupo estratégico”

escolhe-se o grupo alvo para aplicação da técnica; na etapa de “construção do

questionário” elabora-se o questionário utilizado para coleta das informações; na etapa

de “coleta das informações” há a coleta propriamente dita; na etapa de “análise das

informações” as informações dos vários membros do grupo são analisadas em conjunto;

e por fim na etapa de “apresentação dos resultados” divulgam-se as conclusões do

trabalho.

Page 22: Analise Redes Sociais

13

Figura 2 - Ilustração da análise da rede em grupos fechados. (Fonte: elaboração própria, 2005)

A seguir, abordaremos com mais detalhes cada uma das etapas.

3.2.1 Identificação do grupo estratégico

O primeiro passo para realizar uma análise de rede em grupo fechado é

identificar e delimitar o grupo que será analisado. Grupos onde a colaboração entre seus

membros traz um grande diferencial para a empresa são fortes candidatos a serem

analisados por essa técnica. É interessante realizar a análise nesses grupos tanto para

identificar as características que conduzem a uma boa colaboração, nos que funcionam

bem, como também para otimizar a colaboração, nos que funcionam mal.

Iden

tific

ação

do

gru

po

estr

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Con

stru

ção

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Col

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s res

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dos

Aná

lise

das

info

rmaç

ões

Questionário ……………..

Page 23: Analise Redes Sociais

14

Os grupos a serem analisados não precisam necessariamente estar dentro de uma

mesma unidade organizacional da empresa. A delimitação dos grupos dentro de uma

empresa pode se dar, por exemplo, das seguintes formas: pessoas que se encontram em

mesma função, pessoas que contribuem para execução de um processo, pessoas que

trabalham em uma mesma unidade organizacional etc.

Nessa etapa é importante saber delimitar o grupo de forma a manter o seu

tamanho aceitável para execução da coleta das informações. Apesar de teoricamente a

análise poder ser feita para um grupo de tamanho arbitrário, na prática algumas questões

de ordem técnica devem ser levadas em conta na hora da definição das pessoas que

terão suas informações coletadas (por exemplo: número de pessoas a terem suas

informações coletadas e o tempo de preenchimento dos questionários). Para casos onde

o grupo é muito grande (maior que 200 pessoas), uma boa prática é realizar a análise

somente em uma amostra dessa população, a ser definida segundo critérios de

confiabilidade estatísticos.

Caso seja realmente necessário trabalhar com grupos com mais de 200 pessoas

uma solução pode ser a análise dos e-mails enviados pelas pessoas desse grupo. Na

seção sobre coleta das informações abordam-se os prós e contras dessa forma.

O produto desta etapa é o conjunto dos nomes das pessoas que compõem o

grupo a ser analisado. Isso serve como base para a construção do questionário que será

aplicado às pessoas do grupo para coletar os tipos e graus de relacionamentos.

3.2.2 Construção do questionário

O objetivo do questionário em uma análise de rede social é coletar informações

sobre os relacionamentos de cada pessoa que compõe o grupo de forma a que se possa

entender claramente a forma de trabalho do grupo que está sendo analisado. Esse

entendimento é alcançado através do cruzamento das respostas ao questionário dos

diversos componentes do grupo. A tabela 2 apresenta um questionário básico de análise

de redes em grupo fechado, baseado em (CROSS & PARKER, 2004).

Page 24: Analise Redes Sociais

15

Questionário para análise da rede social

<EXPLICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA COLETA DAS INFORMAÇÕES>

<EXPLICAÇÃO DE COMO SERÃO UTILIZADAS AS INFORMAÇÕES COLETADAS> < AGRADECIMENTOS >

Prefácio

Por favor, preencha as seguintes informações sobre você:

Nome:

Função:

Departamento:

Posição hierárquica:

Localização geográfica:

Tempo de empresa:

Informações sobre o

respondente

Informações sobre sua rede

Segue abaixo 3 questões sobre sua rede. Se você não conhece a pessoa listada no questionário, favor preencher com zero, caso contrário selecionar a resposta apropriada de 1 a 5.

Questão 1: Informação – Eu contato esta pessoa com que freqüência para obter informações sobre tópicos relativos ao trabalho.

0 = Eu não conheço essa pessoa. 1 = Nunca. 2 = Raramente.

3 = Às vezes. 4 = Freqüentemente. 5 = Muito freqüentemente.

Questão 2: Consciência – Eu compreendo os conhecimentos e competências dessa pessoa. Você não tem que necessariamente possuir os mesmos competências e conhecimentos, porém deve compreende quais competências essa pessoa possui e quais conhecimentos ela domina. 0 = Eu não conheço essa pessoa. 1 = Discordo fortemente. 2 = Discordo.

3 = Neutro. 4 = Concordo. 5 = Concordo fortemente.

Questão 3: Comunica mais – Eu seria muito mais efetivo no meu trabalho se eu fosse capaz de me comunicar mais com essa pessoa.

0 = Eu não conheço essa pessoa. 1 = Discordo fortemente. 2 = Discordo.

3 = Neutro. 4 = Concordo. 5 = Concordo fortemente.

Indicação dos tipos de relacionamentos que se deseja

mapear

Questão 1: Informação

Questão 2: Consciência

Questão 3: Comunica mais

1. João da Silva

2. Pedro Ernesto

3. Jorge Celso

4. Ana Paula

5. Pedro Santos

6. Nelson Pereira

7. Simone Martins

8. Arnaldo Machado

9. César Mariano

Espaço para entrada das inform

ações sobre a rede

Tabela 2 - Questionário básico de análise de redes em grupo fechado. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 25: Analise Redes Sociais

16

Conforme a tabela 2, o questionário básico de S.N.A. é composto das seguintes

partes:

• Prefácio – É nesse espaço que se indicam ao respondente os objetivos da

coleta das informações, como as informações serão utilizadas, e os

agradecimentos à participação. Outras considerações que podem ocupar esse

espaço são apresentadas em BORGATTI & MOLINA (2005).

• Informações sobre o respondente - Nesse espaço o respondente deve colocar

suas informações pessoais. É importante escolher com cuidado que

informações devem ser preenchidas, pois durante a etapa de análise das

informações pode ser necessária a realização de agrupamentos sobre essas

informações. É importante também avaliar se algumas dessas informações

podem ser obtidas previamente dentro de sistemas da empresa.

• Indicação dos tipos de relacionamentos que se deseja mapear – Nesse espaço

deve-se indicar ao respondente os tipos de relacionamentos que se deseja

coletar de sua rede. Podemos analisar assim que cada questão forma uma

rede de relacionamento de um tipo distinto.

• Espaço para entrada das informações sobre a rede pessoal – É nesse espaço

que o respondente preenche as informações relativas à sua rede de

relacionamentos.

A principal característica do questionário em uma análise de rede em grupo

fechado é que a priori o universo de pessoas que cada indivíduo pode indicar o seu tipo

de relacionamento é enumerado explicitamente no questionário, conforme mostra a

tabela anterior. Essas pessoas são as que compõem o grupo que está sendo analisado.

Uma etapa importante na elaboração do questionário é definir os tipos de

relacionamento que se deseja mapear entre os membros do grupo analisado. Um ponto

central para o entendimento da dinâmica do grupo é fazer o mapeamento de sua rede de

comunicação, porém somente esse tipo de relacionamento não é suficiente. Outros tipos

de relacionamentos que podem ser coletados são os seguintes (CROSS & PARKER,

2004):

• Relacionamentos que revelam o grau de colaboração – Isso é possível por

meio do mapeamento da rede de comunicação, de aquisição de informação,

de resolução de problemas e de inovação.

Page 26: Analise Redes Sociais

17

• Relacionamentos que revelam o potencial de compartilhamento de

informação – Descobertos através do mapeamento da rede de consciência

das competências, de acesso, de engajamento e de segurança.

• Relacionamentos que revelam a rigidez – Revelados de acordo com o

mapeamento da rede de tomada de decisão, de desejo de comunicar mais, de

fluxo de tarefas e de poder e influência.

• Relacionamentos que revelam o bem estar e encorajamento – Definidos por

meio do mapeamento da rede de simpatia, de amizade, de suporte a carreira,

de suporte pessoal, de energia, de confiança.

Os tipos de redes de relacionamentos que devem ser coletados devem ser

cuidadosamente estudados, sempre tendo em vista os objetivos que o grupo deseja

alcançar. Por exemplo, se o objetivo do líder do grupo é aumentar seu grau de

confiança, é muito mais importante coletar informações sobre as pessoas que cada um

dos membros confia (rede de confiança) do que coletar informações sobre as pessoas

que cada um dos membros utiliza para resolver um problema (rede de resolução de

problemas).

Apesar de ser possível mapear todos os tipos de relacionamentos existentes

dentro de um grupo, a chave é identificar relacionamentos que avaliam um desafio ou

imperativo estratégico do grupo analisado e que sejam passíveis de modificação, uma

vez que se verifiquem áreas para possíveis melhorias (CROSS & PARKER, 2004).

Segundo CROSS & PARKER (2004), os principais tipos de relacionamento que são

mapeados na maioria das dinâmicas de S.N.A. são: quem tem informação necessária

para o indivíduo realizar o seu trabalho, de quem o indivíduo tem consciência sobre as

competências e os conhecimentos, que pessoas o indivíduo desejaria se comunicar mais

para desempenhar melhor o seu trabalho.

O produto desta etapa é um questionário contendo a lista das pessoas que

compõem o grupo e os tipos de relacionamentos que se deseja mapear. Isso serve como

subsídio para a etapa seguinte de coleta das informações dos membros do grupo.

3.2.3 Coleta das informações

A coleta das informações é uma etapa sensível da análise de rede social. É nesse

ponto que há a primeira interação com o grupo analisado.

Page 27: Analise Redes Sociais

18

Para que a análise de rede social seja bem sucedida, é necessária uma alta taxa

de resposta das pessoas do grupo analisado (algo em torno de 80% das pessoas). A falta

de resposta de algumas pessoas chaves da rede pode comprometer toda a análise.

As principais formas de coleta das informações são:

• Entrevista com os membros do grupo – A coleta é efetuada por meio de

entrevista com cada um dos membros do grupo. Antes de iniciar a coleta das

informações, o entrevistador faz uma breve apresentação dos objetivos do

trabalho, do que ele consiste e de como serão utilizadas as informações. Essa

modalidade tem duas grandes vantagens: propicia um maior entendimento e

confiança no processo, pois o relacionamento entre respondente e

entrevistado para coleta da informação é feito face a face, tende a ter uma

maior taxa de respostas uma vez que há alguém em busca delas. A

desvantagem dessa forma é seu grande custo de tempo e recursos, uma vez

que cada membro do grupo deve ser entrevistado.

• Resposta off-line ao questionário – A coleta é feita por meio da resposta

voluntária ao questionário por cada um dos membros do grupo. A diferença

dessa modalidade para a apresentada anteriormente está na inexistência de

um entrevistador, uma vez que os questionários das duas formas são os

mesmos. Essa forma tem como vantagem a rapidez para coleta das

informações, pois os membros podem responder o questionário

simultaneamente. As desvantagens são: menor grau de confiança do

respondente na utilização de suas informações, e a tendência a uma baixa

taxa de resposta ao questionário.

• Formas indiretas de obtenção das informações – Um exemplo de forma

indireta de obtenção das informações é analisar para cada pessoa a

freqüência de e-mails para as demais pessoas do grupo. Apesar de diminuir o

tempo de coleta das informações, muito pouco se pode extrair dessa maneira,

pois não há precisão sobre o tipo de relacionamento que é mapeado (pode-se

inferir principalmente a rede de comunicação / conhecimento).

A tabela 3 apresenta um quadro comparativo entre as três formas de coleta das

informações. Dada uma situação específica, através dessa tabela pode-se rapidamente

definir a melhor forma de fazer uma coleta das informações.

Page 28: Analise Redes Sociais

19

Característica Forma de coleta

Custo da

coleta Tempo de coleta

Entendimento do processo pelo

grupo

Tamanho do grupo analisado

Tipo de relacionamento

mapeável

Entrevista Alto

Alto, pois depende de

entrevista a cada membro

Bom entendimento, pois é possível

fazer uma apresentação

prévia

Pequeno, não indicado para mais que 100

pessoas

Qualquer tipo.

Questionário individual Baixo

Médio, pois cada membro pode

responder simultameamente ao questionário

Entendimento razoável, pois há

o prefácio do questionário

Médio, não indicado para mais que 200

pessoas

Qualquer tipo.

Obtenção indireta das informações

Baixo Baixo Nulo

Ilimitado, pois não necessita

interação com os membros do

grupo

Somente rede de comunicação / conhecimento.

Tabela 3 - Quadro comparativo entre as várias formas de coleta das informações. (Fonte: elaboração própria, 2005)

O produto desta etapa é um conjunto de informações sobre os vários tipos de

relacionamentos entre os membros do grupo analisado. Isso serve como insumo para a

etapa seguinte de análise dos resultados coletados.

3.2.4 Análise das informações

A partir das informações coletadas na etapa anterior, é possível cruzar e

visualizar todas as respostas dos membros do grupo, criando assim várias redes que

descrevem diferentes tipos de relacionamentos.

É possível elaborar manualmente as diversas redes de relacionamentos do grupo

analisado, porém para grupos acima de 10 pessoas é indicada a utilização de software

específico para essa tarefa. Alguns exemplos de software são: UCINET (BORGATTI et

al., 2002), Krackplot (KRACKHARDT et al., 2005), e InFlow (KREBS, 2005). A

vantagem da utilização desse tipo de software é que, além de fazer o desenho da rede de

relacionamento, ele também possui muitas das métricas utilizadas para uma análise

quantitativa da rede. É importante salientar que a entrada de dados para a maioria dos

softwares de S.N.A. ocorre por meio de uma matriz de adjacência3, portanto é

necessária a conversão das informações que se encontra tabulada para esse formato

matricial.

3 A matriz de adjacência A = [aij] de um grafo rotulado (nós são númerados) G com p nós é a matriz p x p em que aij = 1 se vi (nó i) é adjacente com vj (nó j) e aij = 0 caso contrário. (HARARY, 1972)

Page 29: Analise Redes Sociais

20

Os dois subitens a seguir discutem a análise visual e a análise quantitativa de

uma rede de relacionamento.

3.2.4.1 Análise visual

Uma vez coletada as informações dos membros do grupo, é possível visualizá-

las por meio de um grafo, também chamado de rede. Na rede, os nós representam os

membros do grupo, e as setas representam os relacionamentos entre eles.

Cada seta na análise possui um sentido específico que indica o sentido do

relacionamento entre os dois membros que são interligados por ela. Isso acontece pois

muitas vezes os relacionamentos não são recíprocos. O tamanho da seta que liga dois

nós não tem nenhuma importância na análise.

A semântica das setas varia conforme o tipo de relacionamento que se está

mapeando. Por exemplo, caso se esteja mapeando uma rede de confiança, as setas

indicam quem confia em quem.

A figura 3 apresenta um exemplo simples de rede. O tipo de relacionamento

descrito nessa rede indica quem tem consciência da competência de quem. Pode-se,

olhando para a rede, concluir que: João conhece as competências de Maria

(relacionamento 1); Maria conhece as competências de João (relacionamento 2); João

conhece as competências de Pedro (relacionamento 3).

No exemplo da figura 3 se observa que o relacionamento entre João e Maria é

recíproco, enquanto o relacionamento entre João e Pedro não é. Dependendo do tipo de

relacionamento que se está mapeando, isso pode ser sinal de incoerência de uma das

partes (por exemplo, João diz conhecer Pedro, mas Pedro não diz que conhece João).

Figura 3 - Exemplo básico de rede de consciência das competências. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Outro recurso útil para análise, que a maioria dos softwares de S.N.A. fornece, é

a capacidade de modificar o nós da rede (forma e cor) segundo uma característica

especifica dos membros da rede (demografia). A figura 4 apresenta um exemplo onde a

cor dos nós distinguem pessoas que trabalham em 2 departamentos distintos. Essas

Maria

João

Pedro

1

2

3

Page 30: Analise Redes Sociais

21

características são aquelas coletadas nas “informações sobre o respondente” no

questionário.

Figura 4 - Subgrupos em uma rede. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Quando a informação demográfica é analisada em conjunto com o diagrama da

rede, é possível identificar se um subgrupo tem uma característica específica que os

segrega dos demais grupos, tal como tempo de empresa, localização, idade, posição

hierárquica, função etc.

Uma vez compreendido os elementos que compõem uma rede, é possível fazer

inferências apenas observando algumas características, ou seja, padrões de uma dada

rede. Por exemplo, dependendo do relacionamento mapeado, uma pessoa com várias

setas apontando para ela pode representar um expert, como também pode ser indício de

gargalo na rede.

Os principais padrões de relacionamento que se pode observar em uma rede são

os seguintes (CROSS & PARKER, 2004):

• Conectores centrais ou hubs, pessoas que possuem um desproporcional

número de relacionamentos na rede. A primeira vista isso pode ser visto

como algo positivo, porém conforme o tipo de relacionamento que está

sendo mapeado e o desempenho da rede na execução de seus objetivos, isso

pode ter interpretação oposta. Quando uma pessoa da rede se encaixa nesse

tipo de padrão ou ela é um expert ou um gargalo para rede, conforme já

mencionado. Na figura 5, Maria exerce esse padrão.

• Interfaceadores ou Boundary spanners são pessoas que conectam subgrupos

de uma rede fazendo o papel de interface entre esses subgrupos. Elas

Maria

João Pedro

Fábio

José

Marketing

Engenharia

Page 31: Analise Redes Sociais

22

provêem ligações críticas entre dois subgrupos que podem ser definidos por

aspectos funcionais, geográficos (localização física), ou por posição

hierárquica, evitando assim o isolamento desses subgrupos. Normalmente os

boundary spanners se conectam aos hubs dos outros subgrupos. Na figura 5,

Fábio exerce esse padrão.

• Intermediários de informação ou Information brokers são as pessoas que

estão mais próximas, mesmo que indiretamente, a todos os membros da rede.

Essas pessoas normalmente se encontram no menor caminho entre 2 pessoas

para a maioria das pessoas da rede. Os information brokers possuem uma

grande influência no fluxo de informação na rede, portanto são as pessoas

certas para se iniciar a disseminação de informações e também promover um

aumento de conectividade na rede. Na figura 5, Paula exerce esse padrão.

• Pessoas periféricas ou Peripheral people são pessoas que tem poucas

conexões dentro da rede. Pessoas que estão nesse papel, na maioria dos

casos, devem ter seu número de conexões aumentado uma vez que

representam recursos pouco utilizados. Esse padrão é típico de pessoas novas

na rede, ou pouco motivadas. Caso a pessoa seja novata na rede, uma forma

de aumentar a suas conexões é por meio de um programa de mentoring que o

introduza ao conhecimento de outras pessoas. Na figura 5, Sandra e Bia

exercem esse padrão.

Page 32: Analise Redes Sociais

23

Figura 5 - Padrões em uma rede. (Fonte: elaboração própria, 2005)

A partir desses padrões podemos focar em trabalhos direcionados com membros

específicos da rede. Uma vez detectado que determinadas pessoas se encaixam em um

padrão é melhor fazer uma entrevista somente com essas pessoas para compreender e

melhorar a sua atuação na rede.

3.2.4.2 Análise quantitativa

A análise visual permite que se tenha uma visão da rede como um todo. Porém,

para redes com muitos nós essa visão pode ficar confusa, devido a grande quantidade de

nós e relacionamentos. Uma solução para essa questão é utilizar-se o recurso da análise

quantitativa.

Podemos dividir as métricas em dois conjuntos:

• Métricas para um nó (membro) na rede. Essas métricas são pertinentes a um

único nó da rede.

• Métricas para subgrupos na rede. Essas métricas são pertinentes a um

conjunto de nós da rede.

A tabela 4 apresenta algumas métricas básicas de uma rede (CROSS &

PARKER, 2004).

Maria

João

Pedro

Fábio

José Marketing

Engenharia

Joca

Jorge

Ana

Paula

Bia

Carla

Andrea

Carol

Sandra

Hub

Boundary Spanner

Information Broker

Peripheral People

Page 33: Analise Redes Sociais

24

Métricas para um nó

Métrica Descrição Cálculo

in-degree centrality É o número de setas que entram em um

nó em um dado tipo de rede. Fornece

uma perspectiva de centralidade local.

Somatório das setas que

entram no nó.

out-degree centrality É o número de setas que saem de um nó

em um dado tipo de rede. Fornece uma

perspectiva de centralidade local.

Somatório das setas que

saem do nó.

betweenness centrality É um indicador de quanto um nó

particular está entre os vários outros nós

na rede.

Número de vezes que o

nó aparece como caminho

entre todos os nós,

dividido pelo número de

caminhos existentes entre

todos os nós.

closeness centrality É um indicador de quanto um nó está no

menor caminho entre outros vários nós

da rede. Fornece uma perspectiva de

centralidade global.

Somatório da distância

entre de um determinado

nó para com todos os

outros da rede. Esse valor

é normalizado em relação

ao nó de menor valor.

Métricas para Grupos

Métrica Descrição Cálculo

densidade É o número de conexões existentes

dividido pelo número de conexões

possíveis.

Número de conexões

existentes dividido pelo

número de conexões

possíveis.

reciprocidade Indica qual a proporção de conexões que

tem uma relação de reciprocidade.

Número de conexões

bidirecionais (recíprocas)

dividido pelo número de

conexões.

coesão É o menor caminho médio entre cada

par de nós da rede.

Somatório dos tamanhos

dos menores caminhos

entre todos os nós da rede

dividido pelo número de

caminhos.

Tabela 4 - Métricas básicas de rede. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Comparando-se alguns padrões de relacionamentos apresentados na seção 3.2.2

com as métricas para um nó da tabela anterior, pode-se concluir que:

Page 34: Analise Redes Sociais

25

• Conectores centrais ou hubs são os nós da rede que possuem in-degree ou

out-degree máximo.

• Boundary spanners provavelmente são os nós da rede com alto valor de

betweenness.

• Information brokers são os nós da rede com alto valor de closeness.

• Peripheral people são os nós da rede que possuem in-degree ou out-degree

mínimo.

Um uso para a métrica de densidade é analisar a densidade de conexões entre

subgrupos da rede. Por exemplo, pode-se utilizar essa métrica para analisar a densidade

de relacionamentos entre o departamento de marketing e o departamento de engenharia

na figura 6. A partir da análise dos subgrupos constrói-se a tabela de densidades, onde a

diagonal da tabela apresenta a densidade dentro do próprio subgrupo. Olhando para esta

tabela é possível ter uma visão clara da densidade de relacionamentos entre os

subgrupos, encontrando assim possíveis gargalos. A tabela 5 apresenta as densidades

entre os subgrupos

ParaDe Engenharia Marketing

Engenharia 35% 2% Marketing 4% 21%

Tabela 5 - Tabela de densidades da figura 6. (Fonte: elaboração própria, 2005)

A maioria das métricas apresentadas nessa seção se encontra automatizada

dentro da maioria dos softwares para análise de rede social (por ex.: UCINET e

Krackplot).

Os produtos da etapa de análise das informações são: uma ou mais redes onde os

nós são as pessoas e os vértices são os relacionamentos da rede em questão, um

conjunto de indicadores sobre a rede, e a análise das informações coletadas. Essas

informações servem de instrumentos para a etapa seguinte de apresentação dos

resultados.

3.2.5 Apresentação do resultado

Uma vez executada a análise das informações coletadas nas etapas anteriores,

procede-se a uma etapa de apresentação dos resultados e conclusões da análise.

A apresentação dos resultados deve ocorrer a 2 atores distintos: ao demandante

da análise e ao grupo que participou da análise. Vale enfatizar mais uma vez aqui os

limites de como as informações coletadas poderão ser utilizadas, questão essa definida

Page 35: Analise Redes Sociais

26

no prefácio do questionário de análise de rede social. Quanto à forma de apresentação

dos resultados, ela varia de relatórios a apresentações em grupos.

Uma forma de trabalhar o conteúdo que parece positiva é a descrita por CROSS

& PARKER (2004). Segundo os autores, as oficinas de apresentação de resultados

ocorrem em duas etapas: etapa de apresentação dos resultados, e etapa de brainstorm.

Na etapa de apresentação dos resultados, mostram-se os resultados resumidos da

análise mostrando as redes e principais tendências observadas. É importante que antes

da apresentação ocorra um nivelamento conceitual básico de como interpretar os

resultados apresentados. Caso isso não ocorra, corre-se o risco de um entendimento

errôneo das informações apresentadas pelos participantes da oficina. O objetivo da etapa

de apresentação dos resultados é gerar uma percepção comum sobre questões

importantes observadas nas redes.

Após a apresentação dos resultados vem a etapa de brainstorm onde os

participantes da oficina se dividem em grupos e fazem um brainstom das formas de

promover a conectividade apropriada às redes apresentadas e também as formas de

garantir que posteriormente essa conectividade se mantenha em padrões adequados.

Juntamente com os resultados da análise, os resultados coletados do brainstorm com os

grupos serão utilizados para posterior plano de ação.

Ainda de acordo com os autores, durante as duas etapas da oficina, deve-se

sempre procurar evitar questionamento sobre por que uma pessoa ou departamento é

central ou periférico, sendo mais construtivo focar em como a organização pode superar

padrões improdutivos.

3.3 Análise comparativa entre as técnicas

As características da análise de rede pessoal são:

• Vantagem 1 - Descobre todos os relacionamentos que são importantes para

uma pessoa independente do grupo dos quais são provenientes (empresa,

amigos, família etc.).

• Vantagem 2 - A coleta das informações é realizada de uma forma simples e

rápida, uma vez que são coletadas de uma única pessoa.

• Vantagem 3 - O retorno do diagnóstico é realizado de uma forma mais

simples, pois é focada em uma única só pessoa.

• Desvantagem 1 - Só pode ser usada para análise dos relacionamentos de uma

única pessoa.

Page 36: Analise Redes Sociais

27

• Desvantagem 2 – Como não é limitada, a pessoa – no momento da coleta –

pode-se lembrar de nomes menos relevantes do que outros não citados.

As características da análise de rede em grupos fechados são:

• Vantagem 1 - É possível por meio dessa técnica analisar o relacionamento

dentro de um grupo muito bem delimitado, possibilitando a compreensão da

sua dinâmica.

• Vantagem 2 – Todos os membros daquele grupo são pesquisados, pois são

listados a priori.

• Desvantagem 1 - A coleta das informações com cada pessoa do grupo pode

ser muito demorada para grupos muito grandes.

• Desvantagem 2 - Pode desconsiderar relacionamentos importantes por

estarem fora do grupo estratégico, sendo assim não levantados. Para certos

tipos de grupos (por exemplo: vendedores e pesquisadores) isso pode ser

muito prejudicial, pois muitas vezes relacionamentos importantes

ultrapassam a fronteira do grupo.

Algumas desvantagens de cada um dos métodos podem ser minimizadas na

aplicação de um método híbrido. Esse foi o método escolhido para realização do nosso

estudo de caso.

Page 37: Analise Redes Sociais

28

4 - Uso da S.N.A. na área de Gestão do Conhecimento

Esse capítulo explora possíveis aplicações da técnica de análise de rede social

para o campo da Gestão do Conhecimento. Deve-se ressaltar que esse capítulo é

resultado de pesquisa empírica sobre o assunto, e conversas com especialistas, pois há

pouca literatura sobre o assunto.

4.1 Aplicação em gestão de mudanças

Qualquer modificação de um processo em uma empresa gera conflitos, pois

dificilmente essa modificação agradará a todos os envolvidos. Quando se introduz

conceitos e práticas de Gestão do Conhecimento em uma empresa, esses conflitos

podem ocorrer.

Um recurso muito utilizado para evitar ou mitigar possíveis problemas

decorrentes da mudança é a introdução de uma etapa de gestão de mudanças na

condução da modificação do processo. Essa etapa tem em seu cerne o uso da

comunicação focada aos diversos públicos afetados pela modificação introduzida,

tentando sempre mostrar como a modificação atuará positivamente para aquele público.

A técnica de S.N.A. é útil para a condução desse processo. O mapeamento da

rede de confiança (quem confia em quem?) e da rede de aquisição de informação

(com quem você busca informação sobre determinado assunto?) auxilia nessa etapa.

Uma vez que, através da técnica, é possível evidenciar quem são as pessoas mais

influentes (information brokers e hubs) dentro do grupo que será afetado pela mudança,

é possível ter uma atuação ainda mais focada nesses indivíduos, fazendo um esforço

inicial maior para sensibilizar esses durante a etapa de comunicação dos benefícios da

mudança.

4.2 Aplicação em diagnósticos de Gestão do Conhecimento

Uma questão muito complicada em diagnósticos de G.C. é a compreensão do

fluxo de conhecimento dentro de um grupo que está sendo diagnosticado. Essa

dificuldade deriva do fato que a maioria dos diagnósticos focam em compreender os

aspectos culturais que levam a padrões que degeneram o fluxo de conhecimento na rede,

dando menor importância à compreensão e identificação da própria rede.

A técnica de S.N.A. vai justamente ao encontro a essa questão. Por meio dessa

técnica é possível construir redes tais como a de consciência das competências (de

quais pessoas você conhece as competências?) e de aquisição de informação (com

Page 38: Analise Redes Sociais

29

quem você busca informação sobre determinado assunto?), permitindo assim que se

tenha uma visão de como ocorre o fluxo de conhecimentos dentro do grupo. Através

dessas redes é possível descobrir também as pessoas que possuem as competências

críticas para a empresa.

É interessante fazer essa análise não só olhando para os indivíduos do grupo,

mas também para os subgrupos de interesse dentro desse grupo. Através da observação

dessas redes é possível descobrir onde estão os gargalos de conhecimento dentro do

grupo.

4.3 Aplicação em ferramenta de Páginas Amarelas

Entre as várias práticas ou ferramentas de Gestão do Conhecimento, as Páginas

Amarelas têm como intuito permitir que uma pessoa que não detenha conhecimento

prévio da rede de competências possa facilmente localizar um indivíduo com

determinada competência.

Na análise de rede social, a rede de consciência das competências (de quais

pessoas você conhece as competências?) é um indicativo de quanto um determinado

grupo se conhece em termos de suas competências e conhecimentos.

Acredita-se que a utilização de S.N.A. pode ser útil nesse caso tanto para indicar

como também para permitir o acompanhamento e a avaliação da implantação de uma

ferramenta de Páginas Amarelas dentro de um grupo.

4.4 Aplicação em Comunidades de Prática

Segundo Etienne Wenger et al. (2002), uma comunidade de prática é a

combinação única de três elementos fundamentais: um domínio de conhecimento, que

define um conjunto de questões; uma comunidade de pessoas que se preocupam com

esse domínio; e as práticas compartilhadas que a comunidade de pessoas está

desenvolvendo para ser efetiva nesse domínio.

Na análise de rede social, redes como as de aquisição de informação (com

quem você busca informação sobre determinada prática?) e redes provenientes da

análise da rede pessoal de algumas pessoas-chave dentro de uma prática, podem ajudar

na escolha de participantes da comunidade de prática em questão, permitindo definir

com mais clareza quem inserir e quando inserir as pessoas dentro da comunidade

conforme a sua evolução.

Outra utilização de S.N.A. no contexto das Comunidades de Prática é a

utilização dessa técnica como uma das formas de avaliar a efetividade da Comunidade

Page 39: Analise Redes Sociais

30

de Prática ao longo do tempo. Comparações entre as diversas redes de aquisição de

informação geradas ao longo do tempo permitem uma maior compreensão e avaliação

da comunidade como fonte de informação da prática.

4.5 Gestão de Competências

A Gestão de Competências trata do conhecimento, habilidades e atitudes das

pessoas. Ela tem como ponto de partida o entendimento de que competências são

necessárias para o sucesso do negócio. Sabendo isso, o esforço de atrair, manter,

motivar e desenvolver as pessoas deve ser feito para ter pessoas com as competências

certas no lugar certo, na hora certa, ao custo certo. (FONSECA, 2005)

Um projeto de Gestão de Competências é composto pelas seguintes fases

(FONSECA, 2005):

• Estabelecer as competências essenciais da organização. Competências

essenciais são aquelas competências da organização que representam sua

vantagem competitiva no mercado.

• Identificar os processos de maior impacto para realização das metas

estratégicas.

• Traduzir as atividades dos processos estratégicos em competências

necessárias para sua realização.

• Atribuir aos indivíduos, que desempenham cargos estratégicos, os perfis de

competência requeridas do seu cargo.

• Avaliar as competências atuais dos indivíduos que trabalham na organização.

• Analisar os hiatos existentes entre as competências atuais dos indivíduos em

relação às competências requeridas para seus cargos.

• Elaborar um plano de desenvolvimento visando auxiliar a eliminação desses

hiatos.

• Implantar uma cultura de aprendizagem visando auxiliar a eliminação desses

e de futuros hiatos.

Uma das fases mais complexas na implantação desse instrumento é justamente a

avaliação do indivíduo quanto ao seu nível de proficiência em determinada

competência. São normalmente aplicadas as formas tradicionais de avaliação, tais como

provas, auto-avaliação, ou a percepção do superior hierárquico do indivíduo avaliado.

Esses métodos têm por base a percepção de um conjunto pequeno de indivíduos, sem

levar em conta a percepção do grupo no qual efetivamente esse indivíduo tem que atuar.

Page 40: Analise Redes Sociais

31

Uma forma de levar em consideração a perspectiva do grupo onde o indivíduo

trabalha, na hora de mensurar a proficiência em determinada competência desse

indivíduo, é por meio da técnica de S.N.A.. Um mapeamento da rede de consciência

das competências (de quais pessoas você conhece as competências?) dentro do grupo

de trabalho do indivíduo pode fornecer subsídios para enriquecer a mensuração da

proficiência desse indivíduo.

Essa forma de avaliar se assemelha muito com a idéia da “avaliação 360°”.

Enquanto a “avaliação 360°” utiliza o grupo que compõem a “rede pessoal profissional”

do indivíduo como parâmetro, a análise S.N.A. utiliza uma rede extensa.

A tabela 6 apresenta um quadro resumo com os tipos de redes versus as práticas

de Gestão do Conhecimento que essas redes podem auxiliar. Rede

Prática de G.C.

Confiança (quem confia em quem?)

Aquisição de Informação (com quem você busca

informação sobre determinado assunto?)

Consciência das Competências (de quais pessoas você conhece as

competências?)

Análise da rede pessoal

Processo de gestão de mudanças

X X

Diagnósticos de G. C. X X

Ferramenta de Páginas Amarelas

X

Comunidades de Prática X X

Gestão de Competências X

Tabela 6 - Quadro resumo com os tipos de redes versus as práticas de Gestão do Conhecimento. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 41: Analise Redes Sociais

32

5 - Exercício de aplicação da técnica de S.N.A.

Esse capítulo apresenta um exercício de aplicação da técnica de análise de rede

social. O resultado dessa análise foi utilizado como complemento de um diagnóstico de

Gestão do Conhecimento realizado. O exercício de aplicação foi realizado para uma

atividade de suporte na Petrobras no ano de 2005.

A Petrobras é uma empresa de economia mista que tem como visão para 2015

ser uma empresa de energia com forte presença internacional e líder na América Latina.

Segundo esse mesmo relatório, a empresa teve um lucro líquido de 17,861 bilhões de

reais no ano de 2004. Sua atuação extrapola as fronteiras brasileiras, tendo unidades de

negócio espalhadas por Colômbia, Bolívia, Argentina, Nigéria, Angola, Estados Unidos.

(Relatório Anual, 2004)

O sistema Petrobras contratou em torno de 13 mil novos empregados petroleiros

ao longo de 2000 a 2004, o que representa um acréscimo de 33% em relação à sua

situação em 2000. (Relatório Anual, 2004)

Pode-se observar que ocorreu a entrada de um contingente grande de pessoas,

que na sua maioria possuem pouca experiência, em um curto espaço de tempo. Dessa

forma, é importante que se acompanhe como está a interação entre esses novos

empregados com as pessoas já presentes na empresa. O exercício de aplicação focará

em avaliar como se dá a dinâmica de troca de conhecimentos entre os novos

empregados e os antigos.

5.1 Técnica utilizada

Foi utilizada a análise da rede em grupos fechados conforme apresentado no

capítulo 3.2. A seguir ressalta-se o que foi executado em cada uma das etapas.

5.1.1 Identificação do grupo estratégico

Foi escolhida a aplicação dessa técnica dentro desse grupo, pois todos os seus

componentes participavam de um mesmo tipo de atividade. Dado o perfil desta

atividade, a aplicação da técnica torna-se pertinente devido ao alto potencial de troca de

conhecimentos entre os participantes da atividade.

O grupo analisado é composto de 19 pessoas. Todas se encontram trabalhando

no mesmo espaço geográfico.

Page 42: Analise Redes Sociais

33

5.1.2 Construção do questionário

Conforme citado anteriormente, uma questão que deve ser trabalhada dentro da

análise é a interação entre os funcionários novos e antigos. Assim, a área de

“Informações sobre o respondente” deve permitir que o respondente informe seu tempo

de experiência na empresa, pois assim na etapa de análise das informações pode-se

analisar a interação entre as faixas de experiência dentro da empresa.

No questionário aplicado, decidiu-se coletar informações para o mapeamento de

3 tipos de redes:

• Rede de conhecimento de pessoas (quem conhece quem?).

• Rede de comunicação regular (quem se comunica regularmente com quem?),

que é muito parecida com a rede de acesso entre as pessoas (quem tem

acesso a quem?) proposta por CROSS & PARKER (2004).

• Rede de pessoas com potencial de conhecimento para ajudar (quem tem

conhecimento para me ajudar?), muito semelhante a rede de consciência das

competências entre as pessoas (quem tem consciência da competência de

quem?) proposta por CROSS & PARKER (2004).

Escolheu-se o mapeamento dessas três redes, pois elas permitem avaliar o

potencial de compartilhamento de conhecimento dentro do grupo em questão.

A figura 6 apresenta o questionário resultante utilizado na coleta das

informações das redes.

Page 43: Analise Redes Sociais

34

Figura 6 - Questionário utilizado na coleta das informações do exercício de aplicação. (Fonte:

Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005)

Diferentemente do tipo de questionário discutido na seção 3.2.2, esse

questionário não apresenta a priori o nome das pessoas que compõem o grupo. Apesar

do nome dos membros do grupo analisado não aparecer discriminado dentro do

questionário, a análise continua sendo de uma rede de grupo fechado, pois esse grupo

será restrito durante a dinâmica de “Coleta das informações” da rede.

5.1.3 Coleta das informações

A coleta das informações dos membros do grupo foi executada de uma forma

diferente das apresentadas na seção 3.2.3. A execução da coleta foi feita por meio de

uma dinâmica de grupo, facilitada pelo grupo consultor em G.C..

A dinâmica, que envolveu as 19 pessoas que compõem o grupo alvo, consiste na

apresentação de cada um dos membros a todos os outros. O membro que se apresentava

deveria fornecer as seguintes informações a seu respeito: nome, departamento de

trabalho, breve histórico de experiência na atividade. Ao final da apresentação, os

demais membros deveriam preencher uma linha do questionário de S.N.A., que fora

previamente distribuído, com as informações pertinentes àquele membro que acabara de

se apresentar. Ao final da dinâmica os membros do grupo entregavam os questionários

preenchidos ao grupo consultor de G.C.. O tempo de duração da dinâmica foi de 30

minutos aproximadamente.

Page 44: Analise Redes Sociais

35

Essa forma de coleta apresentou as seguintes vantagens:

• Obteve uma alta taxa de respostas (94% das pessoas responderam),

• Propiciou rapidez na coleta das informações (30 minutos),

• Garantiu maior precisão no entendimento das informações pelo respondente,

pois o grupo consultor de G.C. estava à disposição, suportando o processo o

tempo todo.

A desvantagem dessa forma de coleta está na dificuldade de executá-la em

grupos maiores que 40 pessoas, uma vez que o tempo de dinâmica acima de 1 hora

torna-a proibitiva.

5.1.4 Análise das informações

Para a etapa de análise das informações foram utilizadas as seguintes

ferramentas: o Microsoft Excel 2003 para a tabulação dos resultados coletados, o

UCINET 6 for Windows (BORGATTI, et al., 2002) para análise quantitativa das redes

coletadas, e o NetDraw 2.10 para análise visual das redes coletadas. O NetDraw vem

integrado ao pacote UCINET.

Nessa etapa foram gerados:

• Os 3 gráficos das redes (conhecimento de pessoas, comunicação regular, e

pessoas com potencial de conhecimento para ajudar) com os nós agrupados

por tempo de experiência das pessoas.

• O gráfico da interseção entre as redes de comunicação regular e de pessoas

com potencial de conhecimento para ajudar.

• As métricas de in-degree e out-degree de cada nó da rede para todas as

redes.

• As densidades de conexão entre as faixas de experiência para todas as redes.

• As densidades de conexão total para todas as redes.

• O grau de reciprocidade total para todas as redes.

Os resultados obtidos nessa etapa são discutidos na seção 5.2.

5.1.5 Apresentação dos resultados

A apresentação dos resultados dessa análise foi feita por meio de um relatório de

diagnóstico entregue ao gerente da área analisada.

Page 45: Analise Redes Sociais

36

5.2 Resultados obtidos

A primeira rede mapeada foi a rede de conhecimento de pessoas (quem conhece

quem?). A figura 7 apresenta o desenho da rede, onde cada nó representa uma pessoa do

grupo. Conforme a legenda ao lado do gráfico, cada cor representa um tempo de

empresa, e o formato do nó representa a sua posição hierárquica.

Figura 7 - Rede de conhecimento de pessoas (quem conhece quem?). (Fonte: Petrobras, Gerência de

Gestão do Conhecimento, 2005)

A rede de conhecimento de pessoas possui uma densidade de conexão total de

0,77, ou seja, de todas as conexões possíveis na rede, 77% delas estão presentes. Para

essa mesma rede, o grau de reciprocidade entre as conexões é de 0,73, ou seja, de todas

as conexões existentes na rede, 73% delas são bidirecionais. É importante evidenciar

que esses cálculos foram feitos desconsiderando as pessoas que não responderam o

questionário.

Page 46: Analise Redes Sociais

37

A tabela 7 apresenta as métricas de in-degree e out-degree para a rede de

conhecimento de pessoas. A partir dessa tabela podemos observar que:

• Os nós 2 e 11 apresentam uma grande evidência em relação aos demais nós

da rede, onde ambos são conhecidos por outros 17 nós (in-degree = 17).

Apesar do nó 2 possuir menos de 3 anos de empresa, ele é conhecido da

maioria dos outros nós.

• O nó 8 apresenta um baixo grau de evidência em relação aos demais nós da

rede (in-degree = 7).

• O nó 18 conhece o maior número de nós da rede (out-degree = 18).

• O nó 19 conhece o menor número de nós da rede (out-degree = 9),

desconsiderando o nó 17 que não respondeu.

• O nó 11 é o que tem maior capacidade de articulação da rede, uma vez que

possui o maior somatório de in-degree e out-degree (33).

• O nó 8 é o que tem menor capacidade de articulação da rede, uma vez que

possui o menor somatório de in-degree e out-degree (18), desconsiderando o

nó 17 que não respondeu.

Nós da rede de

conhecimento de pessoas

In-degree Out-degree Nós da rede de

conhecimento de pessoas

In-degree Out-degree

2 17 15 12 15 17 1 14 16 11 17 16 7 13 11 19 13 9 5 16 12 17 14 0 6 14 10 18 13 18 4 14 13 9 10 14 3 12 11 14 12 14 10 14 14 15 14 15 16 11 17 13 10 17 8 7 11

Tabela 7 - In-degree e out-degree dos nós da rede de conhecimento de pessoas. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 47: Analise Redes Sociais

38

A tabela 8 apresenta as densidades de conexão entre as faixas de experiência

para rede de conhecimento de pessoas e a tabela 9 apresenta as densidades de conexão

entre novos e antigos para rede de conhecimento de pessoas. Para elaboração dessa

tabela foram desconsideradas as pessoas que não responderam o questionário. A partir

dessa tabela pode-se observar que:

• Não há nenhuma densidade menor que 0,50 entre os nós com menos de 6

anos de empresa e os nós de mais de 6 anos de empresa (faixa clara da

tabela), o que indica um alto grau de interação entre essa duas faixa. Assim

podemos concluir que as pessoas mais novas no grupo conhecem bem as

pessoas mais antigas e vice-versa.

• A tabela 9 de densidades de conexão entre novos e antigos corrobora a

conclusão de que as novas pessoas do grupo e as antigas estão bem

integradas nessa rede.

Para

De

0-3 anos de empresa (7

nós)

3-6 anos de

empresa (3 nós)

6-12 anos de empresa

(1 nó)

12-18 anos de empresa (4 nós)

18-25 anos de empresa (2 nós)

mais de 25 anos de empresa

(1 nó) 0-3 anos de empresa

(7 nós) 0,79 0,62 0,71 0,79 0,86 0,86

3-6 anos de empresa (3 nós) 0,90 0,83 0,67 0,83 1,00 0,67

6-12 anos de empresa (1 nó) 0,71 0,67 0,00 0,75 0,00 0,00

12-18 anos de empresa (4 nós) 0,82 0,83 0,00 0,83 1,00 1,00

18-25 anos de empresa (2 nós) 0,64 0,50 0,00 0,88 1,00 1,00

mais de 25 anos de empresa (1 nó) 0,86 0,67 0,00 0,75 1,00 0,00

Tabela 8 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de conhecimento de pessoas desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005)

ParaDe

0-6 anos de empresa (10 nós)

mais de 6 anos de empresa (8 nó)

0-6 anos de empresa (10 nós) 0,78 0,81

mais de 6 anos de empresa (8 nó) 0,75 0,72

Tabela 9 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de conhecimento de pessoas desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 48: Analise Redes Sociais

39

A segunda rede mapeada foi a rede de comunicação regular (quem se comunica

regularmente com quem?). A figura 8 apresenta o desenho da rede, onde cada nó

representa uma pessoa do grupo. Conforme a legenda ao lado do gráfico, cada cor

representa um tempo de empresa, e o formato do nó representa a sua posição

hierárquica.

Figura 8 - Rede de comunicação regular (quem se comunica regularmente com quem?). (Fonte:

Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005)

A rede de comunicação regular possui uma densidade de conexão total de 0,39,

ou seja, de todas as conexões possíveis na rede, 39% delas estão presentes. Para essa

mesma rede, o grau de reciprocidade entre as conexões é de 0,50, ou seja, de todas as

conexões existentes na rede, 50% delas são bidirecionais. É importante evidenciar que

esses cálculos foram feitos desconsiderando as pessoas que não responderam o

questionário.

O fato do grau de reciprocidade da rede de comunicação regular ter ficado em

torno de 50% é preocupante. Isso significa que em 50% dos casos em que uma pessoa

menciona ter comunicação regular com outra pessoa, a relação inversa não ocorre. Esse

número tão baixo indica um grau muito grande de inconsistências nas repostas, ou seja,

A fala que se comunica regularmente com B e B fala que não se comunica regularmente

com A.

Page 49: Analise Redes Sociais

40

A tabela 10 apresenta as métricas de in-degree e out-degree para a rede de

comunicação regular. A partir dessa tabela podemos observar que:

• O nó 2 apresenta uma grande evidência em relação aos demais nós da rede,

onde 14 outros nós da rede mencionam ter comunicação regular com ele (in-

degree = 14). É interessante observar que o nó 2 diz ter comunicação regular

com somente 8 nós (out-degree = 8), o que dá um delta de percepção (|in-

degree – out-degree|) de 6 nós.

• O nó 8 apresenta um baixo grau de evidência em relação aos demais nós da

rede (in-degree = 3).

• O nó 12 tem comunicação regular com o maior número de nós da rede (out-

degree = 11). Pode-se observar que apesar dos nós 18 e 13 apresentarem o

mesmo valor de out-degree que o nó 12, a percepção dos demais nós da rede

quanto aos nós 18 e 13 diferem muito (in-degree do nó 18 = 5 e in-degree do

nó 13 = 4).

• Os nós 8 e 3 têm comunicação regular com o menor número de nós da rede

(out-degree = 2), desconsiderando o nó 17 que não respondeu.

• O nó 12 é o que tem maior capacidade de articulação da rede, uma vez que

possui o maior somatório de in-degree e out-degree (23).

• O nó 8 é o que tem menor capacidade de articulação da rede, uma vez que

possui o menor somatório de in-degree e out-degree (5).

Nós da rede de

comunicação regular

In_degree Out_degree Nós da rede de

comunicação regular

In_degree Out_degree

2 14 8 12 12 11 1 7 6 11 10 9 7 6 7 19 5 9 5 10 6 17 6 0 6 6 9 18 5 11 4 6 7 9 5 7 3 5 2 14 3 6 10 11 4 15 5 6 16 3 5 13 4 11 8 3 2

Tabela 10 - In-degree e out-degree dos nós da rede de comunicação regular. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 50: Analise Redes Sociais

41

A tabela 11 apresenta as densidades de conexão entre as faixas de experiência

para rede de comunicação regular e a tabela 12 apresenta as densidades de conexão

entre novos e antigos para rede de comunicação regular. Para elaboração dessas tabelas

foram desconsideradas as pessoas que não responderam o questionário. A partir dessas

tabelas pode-se observar que:

• Conforme é de se esperar, os maiores valores de comunicação regular são

para os nós mais antigos, isso indica certa preferência a esse público em

detrimento ao público mais novo.

Para

De

0-3 anos de empresa (7

nós)

3-6 anos de

empresa (3 nós)

6-12 anos de empresa

(1 nó)

12-18 anos de empresa (4 nós)

18-25 anos de empresa (2 nós)

mais de 25 anos de empresa

(1 nó) 0-3 anos de empresa

(7 nós) 0,40 0,33 0,29 0,43 0,43 0,57

3-6 anos de empresa (3 nós) 0,38 0,17 0,33 0,42 0,17 0,33

6-12 anos de empresa (1 nó) 0,14 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

12-18 anos de empresa (4 nós) 0,54 0,25 0,00 0,67 0,88 1,00

18-25 anos de empresa (2 nós) 0,29 0,17 0,00 0,38 1,00 1,00

mais de 25 anos de empresa (1 nó) 0,14 0,00 0,00 0,75 0,00 0,00

Tabela 11 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de comunicação regular desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005)

ParaDe

0-6 anos de empresa (10 nós)

mais de 6 anos de empresa (8 nó)

0-6 anos de empresa (10 nós) 0,36 0,40

mais de 6 anos de empresa (8 nó) 0,33 0,53

Tabela 12 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de comunicação regular desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 51: Analise Redes Sociais

42

A terceira rede mapeada foi a rede de pessoas com potencial de conhecimento

para ajudar (quem tem conhecimento para me ajudar?). A figura 9 apresenta o desenho

da rede, onde cada nó representa uma pessoa do grupo. Conforme a legenda ao lado do

gráfico, cada cor representa um tempo de empresa, e o formato do nó representa a sua

posição hierárquica.

Figura 9 - Rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar (quem tem conhecimento

para me ajudar?). (Fonte: Petrobras, Gerência de Gestão do Conhecimento, 2005)

A rede de pessoas com potencial de conhecimento para ajudar possui uma

densidade de conexão total de 0,62, ou seja, de todas as conexões possíveis na rede,

62% delas estão presentes. Para essa mesma rede, o grau de reciprocidade entre as

conexões é de 0,42, ou seja, de todas as conexões existentes na rede, 42% delas são

bidirecionais. É importante evidenciar que esses cálculos foram feitos desconsiderando

as pessoas que não responderam o questionário.

É natural um valor baixo (42%) para o grau de reciprocidade na rede de pessoas

com potencial de conhecimento para me ajudar. Isso ocorre pois é natural que se A

considera que B pode lhe ajudar, então há uma probabilidade menor da relação inversa

ocorrer.

Page 52: Analise Redes Sociais

43

A tabela 13 apresenta as métricas de in-degree e out-degree para a rede de

pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar. A partir dessa tabela podemos

observar que:

• Os nós 2 (in-degree = 16), 5 (in-degree = 15) e 10 (in-degree = 15)

apresentam uma grande evidência em relação aos demais nós da rede. Para

cada um, outros 15 nós da rede mencionam esses como possuidores de

potencial conhecimento para lhes ajudar. Isso é natural para os nós 5 e 10,

que possuem acima de 18 anos na empresa, porém para o nó 2, que possui

abaixo de 3 anos, é indicativo de um nó relevante de ser acompanhado.

• O nó 8 e o nó 18 apresentam um baixo grau de evidência em relação aos

demais nós da rede (in-degree = 7).

• O valor médio de in-degree, considerando todos que responderam ao

questionário é de aproximadamente 11. Quanto maior esse número melhor é

o conhecimento do grupo sobre as competências de cada indivíduo desse

grupo.

Nós da rede de pessoas

com potencial de

conhecimento para me ajudar

In_degree Out_degree Nós da rede de pessoas

com potencial de

conhecimento para me ajudar

In_degree Out_degree

2 16 8 12 14 6 1 11 18 11 12 5 7 10 12 19 13 5 5 15 8 17 8 0 6 9 11 18 7 12 4 11 11 9 8 18 3 8 10 14 9 18 10 15 10 15 9 8 16 6 18 13 9 11 8 7 8

Tabela 13 - In-degree e out-degree dos nós da rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 53: Analise Redes Sociais

44

A tabela 14 apresenta as densidades de conexão entre as faixas de experiência

para rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar e a tabela 15

apresenta as densidades de conexão entre novos e antigos para rede de pessoas com

potencial de conhecimento para me ajudar. Para elaboração dessas tabelas foram

desconsideradas as pessoas que não responderam o questionário. A partir dessas tabelas

pode-se observar que:

• Conforme podemos observar na tabela 15, os valores de densidade partindo

dos mais novos é muito maior que os valores de densidade partindo dos mais

antigos. Isso é natural e saudável, pois os mais novos vêem um potencial de

aprendizado maior no grupo que os mais antigos. Porém, é importante que a

densidade partindo dos mais antigos não seja muito baixa, pois isso seria um

indicativo de que esse público não vê potencial de aprendizado na rede.

• Os nós mais antigos são considerados com potencial maior de ensinamento à

rede, pois o somatório das densidades é maior na coluna dos nós de mais de

6 anos de empresa na tabela 15 (1,36).

Para

De

0-3 anos de empresa (7

nós)

3-6 anos de

empresa (3 nós)

6-12 anos de empresa

(1 nó)

12-18 anos de empresa (4 nós)

18-25 anos de empresa (2 nós)

mais de 25 anos de empresa

(1 nó) 0-3 anos de empresa

(7 nós) 0,67 0,62 0,57 0,79 0,86 1,00

3-6 anos de empresa (3 nós) 0,86 0,67 0,67 0,75 1,00 1,00

6-12 anos de empresa (1 nó) 0,43 0,67 0,00 0,50 0,50 0,00

12-18 anos de empresa (4 nós) 0,32 0,25 0,00 0,58 0,38 0,75

18-25 anos de empresa (2 nós) 0,57 0,17 0,50 0,63 1,00 1,00

mais de 25 anos de empresa (1 nó) 0,57 0,00 0,00 0,75 1,00 0,00

Tabela 14 - Densidades de conexão entre as faixas de experiência para rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário.

(Fonte: elaboração própria, 2005)

ParaDe

0-6 anos de empresa (10 nós)

mais de 6 anos de empresa (8 nó)

0-6 anos de empresa (10 nós) 0,70 0,81

mais de 6 anos de empresa (8 nó) 0,37 0,55

Tabela 15 - Densidades de conexão entre novos e antigos para rede de pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar desconsiderando as pessoas que não responderam o questionário.

(Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 54: Analise Redes Sociais

45

5.3 Conclusões sobre os resultados

Em relação à análise dos indivíduos na rede pode-se destacar que:

• O nó 2 aparece em grande evidência dentro das 3 redes, sendo de especial

relevância o seu destaque na última rede (potencial de conhecimento para me

ajudar). Apesar de ser um nó novo dentro da rede (menos de 3 anos de

empresa), já demonstra seu potencial de liderança dentro do grupo.

• O nó 8, que tem entre 6 a 12 anos de empresa, é o nó mais isolado dentro das

3 redes. Provavelmente, deve-se trabalhar o aspecto motivacional desse

indivíduo dentro do grupo.

A figura 10 apresenta a interseção entre as redes de comunicação regular e de

pessoas com potencial de conhecimento para me ajudar. A rede resultante dessas dessa

interseção fornece uma visão do potencial que uma pessoa tem em obter conhecimento

quando ela se depara com um novo problema ou oportunidade. A densidade dessa rede

é de 0,39%, ou seja, de todas as conexões possíveis na rede, 39% delas estão presentes.

Figura 10 - Interseção entre as redes de comunicação regular e de pessoas com potencial de

conhecimento para me ajudar. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 55: Analise Redes Sociais

46

A tabela 16 apresenta o grau de densidade e de reciprocidade das 3 redes

analisadas anteriormente mais a rede resultante da interseção. Pode-se observar que,

devido a sua baixa densidade, a rede de comunicação regular restringe o aumento da

densidade da rede de potencial de conseguir conhecimento. Deve-se assim atacar

primeiro a questão de comunicação regular, ou seja, acesso entre as pessoas. Práticas de

G.C. que aumentem o acesso entre as pessoas são indicadas para esse grupo em um

primeiro momento.

Posteriormente, podem-se propor práticas que aumentem o conhecimento das

competências das pessoas da rede ao membro do grupo. Um exemplo de prática nesse

sentido é a implantação de uma base de especialista (páginas amarelas).

MétricasRede

Densidade total da rede

Reciprocidade total da rede

Conhecimento de pessoas 77% 73%

Comunicação regular 39% 50% Pessoas com potencial de conhecimento para

me ajudar 62% 42%

Potencial de conseguir conhecimento 39% ----------

Tabela 16 - Grau de densidade e de reciprocidade das 3 redes analisadas. (Fonte: elaboração própria, 2005)

Page 56: Analise Redes Sociais

47

6 - Considerações Finais

Uma dificuldade encontrada durante a análise das redes foi a falta de dados

históricos que permitissem distinguir com clareza se um valor obtido por uma das

métricas era bom ou ruim. Na pesquisa para realização desse trabalho não encontramos

fontes de um benchmarking para as métricas.

A principal conclusão desse trabalho é que, independente das métricas e técnicas

utilizadas, o fato de se enxergar não mais o indivíduo e sim o grupo de indivíduos

permite uma compreensão mais aprofundada do contexto ao qual o grupo está inserido.

As técnicas apresentadas nesse trabalho provavelmente podem ser extrapoladas para

outros campos do conhecimento.

Sugerimos, portanto, alguns possíveis trabalhos futuros, que possam

complementar esta análise:

• Estudar formas de extrair as informações da rede de uma forma indireta

através dos vários sistemas que os usuários utilizam para interagir entre si.

Apesar disso já ser feito por meio de e-mail, é necessário avançar nessa

tecnologia para extrair as informações de uma maneira mais rica, desde que

respeitando os limites de privacidade e ética exigidos na relação empresa-

empregado, isto é, contando com o consentimento dos envolvidos.

• Estudar a possibilidade de embarcar esse tipo de conhecimento extraído após

essa análise em sistemas de informática visando melhorar a sua interação

com o usuário. McDonald (2003) utilizou isso para sistemas de indicação de

especialistas, porém outras categorias de sistemas podem fazer uso desse

mesmo recurso (por exemplo, sistema para colaboração).

• Estudar outras métricas que possam ser utilizadas para aumentar o

entendimento da rede e sua dinâmica.

• Gerar um histórico de benchmarks de padrão de redes a partir de

experimentações.

• Aplicar a técnica de S.N.A. dentro das diversas práticas de Gestão do

Conhecimento apontadas no capítulo 4.

Page 57: Analise Redes Sociais

48

7 - Referências Bibliográficas

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