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Coordenação de Apoio Técnico Pericial Unidade Técnico-Pericial Ambiental Rua 23, esq. com a Rua 03, Qd. A-12, Lt. 11. salas T7/T8/T9, Anexo MP Bairro Jardim Goiás, Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100. 62 3239-0621 / 0613 / 0615 / 0616 / 0617 / 0618 / 0622 / 0693 [email protected] _____________________________________________________________________________________________________ PARECER TÉCNICO PERICIAL AMBIENTAL Nº 090/2016 AUTOS: 201600094111 ORIGEM: 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Águas Lindas de Goiás ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DA CIDADE DE ÁGUAS LINDAS DE GOIAS 1. INTRODUÇÃO Por determinação da Coordenação de Apoio Técnico Pericial, em atendimento ao Requerimento do Promotor de Justiça Wagner de Magalhães Carvalho, os Técnicos Ambientais subscritos apresentam o Parecer. 1

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO …...Fonte: Portaria MS 2.914/2011 Verifica-se no Quado 1 que o Consórcio Águas Lindas não observou o número mínimo de amostras

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PARECER TÉCNICO PERICIAL AMBIENTAL

Nº 090/2016

AUTOS: 201600094111

ORIGEM: 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Águas Lindas de Goiás

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO

PÚBLICO DA CIDADE DE ÁGUAS LINDAS DE GOIAS

1. INTRODUÇÃO

Por determinação da Coordenação de Apoio Técnico Pericial, em atendimento ao

Requerimento do Promotor de Justiça Wagner de Magalhães Carvalho, os Técnicos

Ambientais subscritos apresentam o Parecer.

1

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2. OBJETIVOS

Analisar os resultados de análises de qualidade da água para consumo humano

fornecida à população de Águas Lindas de Goiás, referentes ao mês de abril de 2015.

3. ANÁLISES E DISCUSSÕES

O abastecimento de água para consumo humano em Águas Lindas de Goiás é

realizado por manancial subterrâneo, por meio de vários poços de captação de água

instalados na zona urbana.

A água para consumo humano deve atender aos padrões de potabilidade da água

estabelecidos pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde (Portaria MS nº

2.914/2011), que define, também, medidas para o devido controle e vigilância da qualidade

da água.

Cabe aos responsáveis pela operação do sistema, no caso em questão o Consórcio

Águas Lindas (Caesb/Saneago)1, exercer o controle da qualidade da água, visando verificar,

constantemente, se a água fornecida à população atende aos padrões de potabilidade. As

atividades do controle de qualidade incluem:

1. Realizar análises laboratoriais em amostras coletadas em diferentes partes do

sistema, principalmente após o tratamento;

2. Encaminhar à autoridade de saúde pública responsável pela vigilância da qualidade

de água relatórios das análises mensais, trimestrais e semestrais da qualidade de

água;

3. Monitorar a qualidade de água no ponto de captação; e

4. Proporcionar mecanismos para recebimento de reclamações e manter registros

atualizados sobre a qualidade da água distribuída, sistematizando-os de forma

compreensível aos consumidores e disponibilizando-os para pronto acesso e

consulta pública, em atendimento às legislações específicas de defesa do

consumidor.

A vigilância da qualidade de água é exercida pela Secretaria Municipal de Saúde,

normalmente por meio da Vigilância Sanitária Municipal, e consiste no conjunto de ações

para verificar se a água consumida pela população atende aos padrões de potabilidade, e

avaliar os riscos à saúde. Ademais, compete ainda a este órgão inspecionar o controle da

qualidade da água produzida e as práticas operacionais adotadas no sistema de

abastecimento de água, bem como, garantir informações sobre a qualidade de água para

1 Em 2000, a Prefeitura Municipal de Águas Lindas, titular dos serviços de saneamento, firmoucontrato de concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário com asempresas Saneamento de Goiás S/A (Saneago) e Companhia de Saneamento Ambiental doDistrito Federal (Caesb) – Contrato Nº 00170/2000.

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consumo humano, de acordo com mecanismos e os instrumentos disciplinados no Decreto

nº 5.440/2015. Ressalta-se que a Secretaria Estadual de Saúde deverá executar as ações

de vigilância da qualidade da água de forma complementar à atuação dos municípios.

A 3ª Promotoria de Justiça (3ª PJ) de Águas Lindas de Goiás solicitou desta Unidade

Técnica Operacional Ambiental (UTPA) a avaliação dos resultados das análises de

qualidade de água dos sistemas de abastecimento da referida cidade, relativa ao

monitoramento realizado no mês de abril de 2015, visando verificar se a água fornecida para

consumo humano atende aos padrões de qualidade previsto na Portaria MS 2.914/2011.

Foram apresentados resultados de análises físico-químicas e microbiológicas (cor,

turbidez, pH, cloro residual, nitrato, coliformes totais, Esherichia Coli e contagem de

bactérias heterotróficas) realizadas pela Caesb. As coletas de amostras ocorreram na saída

do tratamento e na rede de distribuição.

No mês de abril de 2015, foram analisadas 99 amostras de água, coletadas em 29

pontos localizados na saída de tratamento de poços subterrâneos. Considerando o número

mínimo de análise para manancial subterrâneo, definido na Portaria MS 2.914/2011, e a

quantidade de poços informados, calculou-se o número mínimo de amostras a serem

analisadas para cada parâmetro. Os valores mínimos de amostras e a quantidade realizada

são apresentados no Quadro 1, onde observa-se, também, a frequência e o padrão

estabelecido pela referida portaria.

Quadro 1 – Número mínimo de amostras (previstas e realizadas), frequência deamostragem e padrão de potabilidade de parâmetros de qualidade da água, para fins decontrole da qualidade na saída do tratamento de manancial subterrâneo.

PARÂMETRONº AMOSTRAS

FREQUÊNCIA PADRÃOPrevistas Realizadas

Cor 116 99 Semanal 15 uH (mgPt-Co/L)

Turbidez 232 992 vezes por

semana5 uT

pH 232 992 vezes por

semana6,0 a 9,0

Cloro residual livre 232 992 vezes por

semana0,2 mg/L

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PARÂMETRONº AMOSTRAS

FREQUÊNCIA PADRÃOPrevistas Realizadas

Nitrato 1 99 Semestral 10 mg/L

Coliformes Totais 232 99 SemanalAusência em todas

as amostras

Escherichia Coli 232 99 SemanalAusência em todas

as amostras

Contagem de BactériasHeterotróficas

46 99 Mensal 500 UFC/ml

Fonte: Portaria MS 2.914/2011

Verifica-se no Quado 1 que o Consórcio Águas Lindas não observou o número

mínimo de amostras e a frequência exigida pela Portaria MS 2914/2011 no controle da

qualidade da água na saída do tratamento.

Destaca-se que as amostras na rede de distribuição também não observou o número

mínimo de amostras e a frequência estabelecida na Portaria MS 2914/201. Nesta parte do

sistema, no mês de abril de 2015, foram coletadas apenas 20 amostras em 7 pontos do

sistema de distribuição.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informações

sobre Saneamento2 (SNIS) nos anos de 2013 e 2014 o Consórcio de Águas Lindas também

não realizou o número mínimo de amostras. Dessa maneira, observa-se que o

descumprimento da referida portaria não se trata de eventos pontuais, mas sim recorrentes

no sistema de abastecimento.

4. QUESITOS

4.1. Os resultados das análises atendem aos parâmetros de adequabilidade previstos

na Portaria MS 2.914/2011 e em outras normativas federais e estaduais sobre o

assunto?

Não. Os resultados demonstram que a água fornecida para consumo humano não

atendem aos padrões de potabilidade. De acordo com os resultados das análises do mês de

abril de 2015, 99% das amostras coletadas na saída do tratamento apresentaram alguma

inconformidade com os padrões de potabilidade, o que corresponde a 98 de um total de 99

amostras. No sistema de distribuição o percentual de amostras com alguma inconformidade

era de 95%, ou seja, de 20 amostras 19 não atendia aos padrões de potabilidade.

4.2. Se não, quais são os parâmetros dissonantes?

A principal inconformidade com os padrões de potabilidade observada nos sistemas

2 Informações disponíveis em: http://www.snis.gov.br/diagnostico-agua-e-esgotos

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de tratamento de Águas Lindas de Goiás é a baixa concentração de cloro residual livre após

o tratamento, o que está relacionado com inexistência ou ineficiência de etapa de

desinfecção. Em 78% das análises realizadas a concentração de cloro era menor que o

valor mínimo permitido de 0,2 mg/L, o qual deve ser mantido em qualquer parte do sistema

de abastecimento. A presença de coliformes totais em 29% das amostras e de E. coli em 4%

das amostras corroboram a ineficiência do tratamento da água destinada ao consumo

humano.

Comportamento semelhante foi observado nos resultados das análises realizadas

com amostras coletadas na rede de distribuição. Em 79% das amostras a concentração de

cloro foi inferior ao valor mínimo permitido (0,2 mg/L). Em 35% das amostras verificou-se a

presença de coliformes totais e em 5% a presença de E. coli. Tais constatações evidenciam,

novamente, a ineficiência da desinfecção da água durante o tratamento e o risco a saúde

humana.

É oportuno destacar que as referidas inconformidades observadas nos resultados

das análises realizadas em abril de 2015, foram recorrentes nos anos de 2014 e 2013,

conforme informações obtidas no SNIS3. Do total de análises de cloro residual e coliformes

totais realizadas em 2014, 72% e 30%, respectivamente, estavam fora do padrão de

potabilidade. Em 2013, 84% das análises de cloro residual e 38% das de coliformes totais

estavam fora do padrão de potabilidade.

Ressalta-se ainda que 81% das amostras coletadas na saída de tratamento e 85%

daquelas coletas no sistema de distribuição apresentavam valores de pH (potencial

hidrogeniônico) abaixo do limite recomendado pela Portaria MS nº 2.914/2011 (6,0), não

sendo adotado pelo Consórcio nenhuma medida para adequação do pH da água fornecida à

população.

Observou-se ainda que 28% das amostras coletadas à saída do tratamento

apresentaram alguma concentração de nitrato, sendo que em 11% esta concentração era

superior ao padrão de potabilidade de 10 mg/L. Destaca-se que o nitrato normalmente reage

com o cloro, o que contribui para reduzir o seu potencial desinfectante.

Outras inconformidades verificadas nos resultados das análises das amostras

3 Informações disponíveis em: http://www.snis.gov.br/diagnostico-agua-e-esgotos

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coletadas na saída do tratamento foram cor (em 1% das amostras) e turbidez (em 9% das

amostras).

Foram realizadas também análises de substâncias orgânicas na água fornecida para

o consumo humano, estas pela Saneago. Nos resultados observou-se que somente uma

análise apresentou padrão em desconformidade com o padrão de potabilidade, a saber:

diclorometano, na amostra coletada no sistema Portal da Barragem, no dia 27/04/2015, a

concentração observada foi de 41,25 mg/L, enquanto o padrão é 20 mg/L.

4.3. Os resultados traduzem uma água de qualidade boa, média ou ruim quando se

tem em mente o consumo humano?

Não é possível classificar a qualidade da água para consumo humano de acordo

com estes critérios (boa, média ou ruim), o que se avalia é se a água está ou não de acordo

com aos padrões de potabilidade estabelecidos na Portaria MS nº 2.914/2011 e se oferece

risco à saúde humana.

No caso em questão, verificou-se inconformidades aos padrões de potabilidade, o

que torna a água imprópria para consumo. Os resultados da qualidade demonstram que o

sistema de tratamento não está operando de forma adequada e que deve haver uma

intervenção imediata para evitar maiores problemas, principalmente sobre a saúde das

pessoas.

As inconformidades verificadas indicam que a desinfecção de água é ineficiente,

confirmado pela presença de coliformes totais, indicador utilizado para avaliar a eficiência do

tratamento segundo a Portaria MS nº 2.914/2011. A presença de Escherichia Coli (E. Coli)

nos resultados de algumas amostras de água evidencia que houve contaminação de origem

fecal, além disso, indica que o consumo desta água apresenta risco a saúde, em razão da

possibilidade de existir microrganismos patogênicos que não foram eliminados pelo sistema

de desinfecção.

Quanto aos riscos a saúde pública o ponto de monitoramento mais crítico é AGL-002,

localizado na quadra 02, lote 16, no Jardim América IV, onde verificou-se a presença de E.

coli em três das quatro análises realizadas. Ressalta-se que em todas as análises deste

sistema a concentração de cloro livre foi inferior a 0,01 mg/L, ou seja, 20 vezes inferior ao

valor mínimo permitido de 0,2 mg/L. Também, foi verificada a presença de E. coli no

PTO.AGL 007 do sistema de distribuição, no Colégio Agrícola Ayrton Senna, bairro Jardim

América IV. Desta maneira, observa-se que tanto o ponto AGL-002 quanto o ponto PTO.AGL

007 estão sujeitos a contaminação fecal, requerendo portanto a intervenção da Vigilância

Municipal para verificar a origem desta contaminação, bem como medidas para assegurar o

fornecimento de água fornecer água que não ofereça risco à saúde dos consumidores. Cabe

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destacar ainda que o nitrato, presente em 28% das amostras de água coletadas à saída do

tratamento, constitui outro indicador de poluição por esgoto.

4.4. Quais as possíveis causas para os resultados desfavoráveis encontrados pela

análise?

A principal causa das inconformidades observadas no local é a ineficiência ou a

inexistência de sistema de desinfecção, o que resulta em concentração de cloro residual

livre inferior ao mínimo estabelecido na Portaria MS 2914/2011, possibilitando o

desenvolvimento de microrganismo na água fornecida para consumo humano.

Destaca-se que todos os pontos de saída de tratamento houve alguma análise em

que a concentração de cloro livre era inferior ao limite de quantificação, o que indica que o

sistema de desinfecção não estava operando ou em alguns é inexistente, haja vista o

número de análises realizadas no mês de abril de 2015 cuja a concentração de cloro foi

inferior ao limite de quantificação.

Conforme os resultados apresentados, em praticamente todos os pontos em que

houve ocorrências de parâmetros em desacordo, em especial a presença de coliformes

totais e ou E. coli, os níveis de cloro residual livre eram inferiores a concentração definida na

Portaria MS 2914/2011. Em determinadas análises observa-se que quando a concentração

de cloro está de acordo com valores preconizados não há ocorrência de coliformes.

Aponta-se ainda como causa dos resultados desfavoráveis a provável ocorrência de

contaminação por esgoto sanitário das fontes de abastecimento, visto que observa-se a

presença de E. coli, bactéria originada exclusivamente em fezes humanos ou de animais de

sangue quente, e a concentração de nitrato, o qual contribui para diminuir a eficiência da

concentração de cloro residual livre, diminuindo o potencial de desinfecção.

4.5. Quais as medidas recomendáveis para a sanação do problema?

Para sanar as inconformidades observadas no sistema de abastecimento de Águas

Lindas de Goiás é necessário garantir o funcionamento adequado do tratamento, em

particular a etapa de desinfecção, em todos os poços subterrâneos. Portanto, os

prestadores do serviço de abastecimento deverá promover intervenções imediatas no

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tratamento, visando garantir concentração mínima de cloro residual livre na saída do

tratamento, bem como no durante a distribuição, além da manutenção dos demais padrões

de potabilidade.

É necessário que a Vigilância Sanitária do município, em articulação com os demais

órgão de vigilância da qualidade da água do Estado avalie se a água fornecida para

consumo humano em Águas Lindas de Goiás atende aos padrões de potabilidade, por meio

da análise dos relatórios das análises mensais, trimestrais e semestrais da qualidade de

água. Ademais, é imprescindível que inspecione as práticas operacionais adotadas no

sistema de abastecimento de água.

Ainda, é necessário que os prestadores dos serviços de abastecimento de água e os

órgãos de vigilância da qualidade de água empenhem medidas para investigar a origem da

poluição por esgotos sanitários nos poços subterrâneos que foi identificado a presença de

E. coli e, também, concentrações de nitrato.

Em razão das inconformidades verificadas nas análises foi apresentado um plano de

ação, proposto pelo consórcio concessionário, propondo medidas corretivas e mitigadoras

para diminuir e cessar o número de ocorrências, o prazo final para execução do plano era a

data de 17/10/2015. As medidas tinham como foco principal melhorar a desinfecção da

água. Nos Autos encaminhados a UTPA não consta nenhum documento que comprove a

execução das medidas, bem como a promoção da melhoria dos sistemas de tratamento.

4.6. Quais as consequências negativas para a saúde humana podem ser atribuídas ao

consumo de água com os parâmetros encontrados na análise?

Os sistemas de tratamento de água visam remover substâncias que podem provocar

efeitos negativos na qualidade da água. A desinfecção é uma etapa do tratamento que tem a

finalidade de inativar os microrganismos presente na água, principalmente aqueles

patogênicos, sendo assim etapa obrigatória em qualquer sistema de abastecimento de água

para consumo humano.

O consumo de água proveniente dos sistemas analisados em Águas Lindas de Goiás

pode provocar doenças, principalmente aquelas de veiculação hídrica, tais como: diarreias,

gastroenterites, disenteria bacilar, hepatite A e E, em razão da ineficiência da desinfecção.

Salienta-se ainda que a presença de microrganismos como E. coli e a existência de

concentrações de nitrato indicam provável poluição sanitária desta água, o que aumenta o

risco de transmissão de doença devido o consumo desta água.

Existem pesquisas na literatura (BAIRD, CANN, 20114) que apontam que

concentrações elevadas de nitrato na água podem aumentar a probabilidade de

4 BAIRD, C.; CANN, M. Química Ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

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desenvolvimento de câncer do trato gastrointestinal. Outro efeito é a doença em recém-

nascido conhecida como metahemoglobinemia ou síndrome do bebê azul, a qual é induzida

por nitrato, que oxida o ferro da hemoglobina impedindo o transporte de oxigênio e

causando anemia funcional. Pode causar ainda hipotensão postural (devido à

vasodilatação), dores de cabeça, diarreia e mal-estar.

5. CONCLUSÃO

Os resultados das análises de amostras coletadas no mês de abril de 2015, na saída

do tratamento e na rede de distribuição dos sistemas de abastecimento de água de Águas

Lindas de Goiás, demonstram que a água fornecida para o consumo humano não atende

aos padrões de potabilidade e oferece risco a saúde dos consumidores. Ressalta-se que

tais inconformidades não tratam de problemas pontuais, mas sim recorrentes no sistema de

abastecimento de água, de acordo com dados divulgados pelo Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento.

O consórcio Águas Lindas de Goiás (Caesb/Saneago) não observou, no controle da

qualidade de água, o número mínimo de amostras previstas na Portaria MS nº 2.914/2011.

As atividades de vigilância da qualidade de água, que deve ser exercida pela

Secretaria de Saúde Municipal e/ou complementar pela Secretaria de Saúde Estadual, não

estão sendo devidamente realizadas, o que contribui para manutenção das inconformidades

nos sistemas de abastecimento de água. Portanto, é imprescindível que sejam articuladas

ações para efetivar as medidas de vigilância da qualidade de água.

6. RECOMENDAÇÕES

As sugestões de recomendações listadas a seguir objetivam nortear a atuação da 3ª

Promotoria de Justiça da Comarca de Águas Lindas de Goiás no caso em tela.

6.1. Ao Consórcio Águas Lindas (Caesb/Saneago)

1. Implantar ou adequar, imediatamente, o tratamento de água em todos os poços

subterrâneos utilizados para abastecimento de Águas Lindas de Goiás. O tratamento

deverá conter no mínimo unidade de desinfecção, a qual deverá assegurar que a

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água fornecida para consumo humano contenha concentração mínima de cloro

residual livre em toda a extensão do sistema de distribuição, segundo o preconizado

na Portaria MS nº 2.914/2011.

2. Encaminhar a 3ª Promotoria de Justiça de Águas Lindas de Goiás, com cópia às

Secretaria de Saúde do Município e do Estado, no prazo de 15 dias, relatório

comprobatório da implementação das medidas apontados no Plano de Ação

apresentado nos Autos 201600094111 (fls.32 a 36).

3. Encaminhar à Secretaria de Saúde do Município e do Estado, no prazo de 30 dias,

informações quanto à caracterização das formas de abastecimento de água

(sistema, solução alternativa coletiva, solução alternativa individual), conforme

modelos mais atuais sugeridos pelo Ministério da Saúde5, assim como as respectivas

anotações de responsabilidade técnica dos profissionais responsáveis.

4. Encaminhar à Secretaria de Saúde do Município e do Estado, no prazo de 30 dias,

relatórios das análises dos parâmetros mensais, trimestrais e semestrais com

informações sobre o controle da qualidade da água, conforme modelo estabelecido

pela referida autoridade ou, na inexistência deste, conforme modelos mais atuais

sugeridos pelo Ministério da Saúde5.

5. Cadastrar no Sistema de Informações de Vigilância da Qualidade da Água

(SISAGUA), no prazo de 60 dias, as informações referentes à caracterização das

formas de abastecimento de água (sistema, solução alternativa coletiva e solução

alternativa individual) de Águas Lindas de Goiás.

6. Preencher, no SISAGUA, no prazo de 60 dias, o histórico de resultados do

controle da qualidade da água dos sistemas e soluções alternativas coletivas de

abastecimento de água de Águas Lindas de Goiás.

7. Elaborar e submeter, no prazo de 60 dias, à autoridade de saúde pública do

Município e do Estado o plano de amostragem de controle da qualidade da água

para consumo humano de cada sistema e solução alternativa de abastecimento de

água, respeitando-se os planos mínimos de amostragem estabelecidos pela Portaria

MS 2914/2011.

8. Elaborar, no prazo de 180 dias, Plano de Segurança da Água dos sistemas e

soluções alternativas de abastecimento de água de Águas Lindas de Goiás.

9. Divulgar relatórios mensais e anual (a partir de 2016) dos resultados obtidos no

controle da qualidade da água na saída do tratamento e na rede de distribuição, para

cada sistema e solução alternativa de abastecimento, contendo informações sobre o

5 Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/771-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/vigilancia-da-qualidade-da-agua-vigiagua/l1-vigilancia-da-qualidade-da-agua-vigiagua/12560-sisagua

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número de amostras exigidas, o número de amostras coletadas, o número de

amostras dentro do padrão e o número de amostras fora do padrão para os

parâmetros cor aparente, turbidez, cloro residual livre, coliformes totais, E. coli e

contagem de bactérias heterotróficas, nos moldes daqueles divulgados pela Caesb

(Anexo 1), sem prejuízo das disposições do Decreto 5.440/2005. A divulgação deve

ser realizada na conta de água, no sítio eletrônico das empresas que constituem o

consórcio, em jornais de circulação local, em cartazes dispostos em locais de grande

circulação e em outros meios disponíveis e de fácil acesso ao consumidor.

10. Comprovar junto à 3ª Promotoria de Justiça de Águas Lindas de Goiás o

atendimento integral de todas as recomendações ao Consórcio Águas Lindas.

6.2. Às Secretarias de Saúde do Município ou do Estado

1. Realizar inspeções sanitárias, imediata e periódicas (com frequência mínima

semestral), nos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água de

Águas Lindas de Goiás (sugere-se adaptar o roteiro proposto pelo Ministério da

Saúde6 às peculiaridades locais). Os resultados da inspeção devem ser registrados e

sistematizados em forma de relatório, o qual deve ser encaminhado à 3ª Promotoria

de Justiça de Águas Lindas de Goiás.

2. Realizar auditorias periódicas (com frequência mínima semestral) dos resultados do

controle da qualidade da água e dos registros das práticas operacionais adotadas.

Os resultados das auditorias devem ser registrados e sistematizados em forma de

relatório, o qual deve ser encaminhado à 3ª Promotoria de Justiça de Águas Lindas

de Goiás;

3. Elaborar, no prazo de 180 dias, em articulação com a autoridade de saúde pública do

Estado e/ou da União, o plano de amostragem de vigilância da qualidade da água

para consumo humano de Águas Lindas de Goiás.

4. Executar o plano de amostragem de vigilância da qualidade da água para consumo

humano de Águas Lindas de Goiás. Os resultados das análises previstas no plano

de amostragem devem ser encaminhadas semestralmente à autoridade de saúde

6 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inspecao_sanitaria_abastecimento_agua.pdf

11

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pública do Estado e/ou da União, em consonância com o estabelecido no plano de

amostragem de vigilância da água e conforme modelos mais atuais sugeridos pelo

Ministério da Saúde5.

5. Preencher, no SISAGUA, as informações referentes ao plano de amostragem de

vigilância da qualidade da água e aos resultados das análises do monitoramento

realizado pelo setor saúde.

6. Comprovar junto à 3ª Promotoria de Justiça de Águas Lindas de Goiás o

atendimento integral e todas as recomendações às Secretarias de Saúde.

Este é o parecer, contendo 12 (oito) páginas, todas rubricadas, e assinado pelos

Técnicos Ambientais, incluindo 05 (cinco) anexos.

Unidade Técnico-Pericial Ambiental, Coordenação de Apoio Técnico Pericial, do

Ministério Público do Estado de Goiás, aos 30 (trinta) de setembro de 2016.

Anselmo Claudino de SousaTéc. Ambiental – Engenharia Ambiental

Mestre em Engenharia do Meio Ambiente

Ricardo Santos CoutinhoTéc. Ambiental – Engenharia Sanitária

Mestre em Engenharia do Meio Ambiente

12

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Coordenação de Apoio Técnico PericialUnidade Técnico-Pericial Ambiental

Rua 23, esq. com a Rua 03, Qd. A-12, Lt. 11. salas T7/T8/T9, Anexo MPBairro Jardim Goiás, Goiânia-Goiás - CEP 74.805-100.

62 3239-0621 / 0613 / 0615 / 0616 / 0617 / 0618 / 0622 / 0693 [email protected]

_____________________________________________________________________________________________________

Anexo 1

Modelo de Relatório Mensal divulgado pela Caesb

Modelo de Relatório Anual divulgado pela Caesb

13

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Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito FederalRepresentante legal: Maurício Leite Luduvice (Presidente)Centro de Gestão Águas Emendadas • Av. Sibipiruna Lotes 13/21 • Águas Claras–DF CEP: 71.928-720 • Telefone: (61) 3213-7128 • Fax: (61) 3213-7128

Nossa Missão Nossa Visão

Edição: Fevereiro / 2016

Desenvolver e implementar soluções e gestão em saneamento ambiental, contribuindo para a saúde pública, a preservação do meio ambiente e o

desenvolvimento socioeconômico.

Ser empresa referência em soluções e gestão em saneamento ambiental, com a qual as pessoas tenham orgulho e prazer em trabalhar.

“O maior sistema de abastecimento de água da

Caesb é o do Rio Descoberto, que atende cerca de 60% da

população do DF.”

“São realizadas análises horárias nas unidades de

tratamento de água da Caesb, totalizando aproximadamente

56.000 análises por mês.”

“A qualidade da água distribuída pela Caesb em todo o DF é monitorada

sistematicamente pelo seu Laboratório Central. Em

2015 foram coletadas 1.356 amostras/mês em 390 pontos

da rede de distribuição, totalizando cerca de 6.279

análises mensais.”

“Sempre que as amostras coletadas na rede de

distribuição apresentam resultados fora dos limites estabelecidos pela Portaria n° 2.914/2011-MS, ações

corretivas são desenvolvidas imediatamente objetivando o atendimento aos padrões

estabelecidos.”

“Toda a caixa-d’água deve ser limpa e desinfetada, em média, de seis em

seis meses, para manter a qualidade da água fornecida pela Caesb para consumo

humano.”

“A água é um recurso finito de grande importância para

a sobrevivência humana, portanto, devemos usá-la

racionalmente.”

Relatório da Qualidade da Água Distribuída pela Caesb em 2015

Caro cliente,A Caesb é considerada uma das melhores empresas de saneamento do país pelos serviços oferecidos à

população. O nosso compromisso em assegurar padrões rígidos de qualidade e a continuidade da distribuição da água potável são preocupações constantes em nosso dia a dia, obedecendo aos requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde - MS, por meio da Portaria n° 2.914/11.

A distribuição deste Relatório de Qualidade da Água, com informações relativas a 2015, além de cumprir o disposto no Decreto 5440/2005 – Governo Federal e na Lei 8078/90 – Código de Defesa do Consumidor (artigos 6o e 31o, que transcrevemos abaixo), é também um exercício de cidadania.

“Art. 6o – São direitos básicos do consumidor: (...) III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”

“Art. 31 – “A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.”

A Caesb tem orgulho em divulgar as informações sobre o Sistema de Abastecimento de Água do Distrito Federal e espera que este informativo possa estabelecer uma maior aproximação com seus clientes.

Água é vida! Água é saúde!

Informações sobre a CaesbA Caesb é uma Sociedade de Economia Mista, regida pela Lei das Sociedades Anônimas, responsável pela

prestação de serviços de saneamento básico no Distrito Federal. Suas principais atribuições correspondem à execução, operação, manutenção e exploração dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, além da conservação, proteção e fiscalização das bacias hidrográficas utilizadas ou reservadas para fins de abastecimento de água e o controle da qualidade e da poluição das águas.

A Caesb atende a área urbana do Distrito Federal com água proveniente de cinco sistemas produtores, constituídos de captações superficiais e subterrâneas com capacidade total para produzir 9.443 L/s, abastecendo 99,0% da população. Com relação à coleta de esgotos, o nível de atendimento é de 84,5%, sendo tratados 100% de todos os esgotos coletados.

A Caesb disponibiliza a seus clientes cinco principais canais de acesso: • Central de Relacionamento com o Cliente, por meio do telefone 115, que opera 24 horas, de forma

ininterrupta; • Site www.caesb.df.gov.br, com Escritório Online; • Escritórios Regionais; • Postos de Atendimento do Na Hora; • Aplicativo da Caesb.

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Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

Captações em Operação para o Abastecimento de Água do Distrito Federal

A Caesb utilizou, em 2015, água de 22 mananciais superficiais e 120 subterrâneas (poços tubulares profundos) para o abastecimento de água do Distrito Federal.

O monitoramento das captações utilizadas é realizado sistematicamente pela Caesb, de acordo com as determinações da Resolução Conama n° 357/2005. Além disso, para a caracterização da qualidade da água “in natura” dos mananciais utilizados ou com possibilidade futura de utilização, a Caesb utiliza o IQA (Índice de Qualidade da Água), que permite uma avaliação sistemática e simplificada das condições bacteriológicas e físico-químicas de um corpo d´água.

Para o cálculo do IQA são considerados oito parâmetros: cor, turbidez, ferro total, cloreto, nitrogênio amoniacal, pH, carbono total e coliformes totais. Esse índice varia de 0 a 100, e a qualidade da água é enquadrada nas seguintes classes:

A classificação segundo o IQA médio verificado no ano de 2015, por manancial, está indicada no quadro de informações gerais sobre as captações superficiais.

Além do monitoramento da qualidade da água, a Caesb executa um trabalho contínuo destinado ao acompanhamento das disponibilidades hídricas e à proteção de suas fontes de água, envolvendo atividades como a medição de chuva em diversos pontos do DF e a medição de vazões nos rios e nos poços tubulares profundos.

Mantém, ainda, um Programa de Proteção dos Mananciais que realiza, dentre outras iniciativas, o monitoramento do uso do solo, inspeções e vistorias ambientais rotineiras nas bacias hidrográficas dos mananciais, projetos de proteção e recuperação de áreas degradadas, educação ambiental e combate a incêndios florestais.

As principais fontes de poluição e contaminação dos mananciais decorrem das atividades desenvolvidas em suas respectivas bacias hidrográficas, com destaque à ocupação urbana, loteamentos, desmatamentos, erosão, criação de animais, agricultura, extração de areia e cascalho e disposição de lixo.

Muitas das ações de proteção dos mananciais, que têm caráter preventivo ou corretivo, são realizadas em parceria com outras instituições, promovendo-se dessa forma uma atuação integrada para viabilizar a proteção hídrica. Nesse aspecto, destacam-se: Semarh, Ibram, Ibama, ICMBio, Sudesa, Agefis, Adasa e Emater.

IQA Classificação

91 - 100 Ótima

80 - 90 Muito boa

52 - 79 Boa

37 - 51 Aceitável

20 - 36 Imprópria para tratamento convencional

0 - 19 Imprópria

Informações Gerais Sobre os Mananciais / Captações Superficiais Mananciais / Captações

Bacia Hidrográfica

Área da Bacia (km²)

Unidades de Conservação e outras Áreas Protegidas

Uso e Ocupação do solo / Principais atividades desenvolvidas na área de

drenagem da captaçãoIQA

Classificação segundo o

IQA em 2014

Torto Lago Paranoá 210 Parque Nacional de Brasília, APM, APA Planalto Central e APA Cafuringa Cerrado / Parcelamento do solo 76 Boa

Santa Maria Lago Paranoá 101 Parque Nacional de Brasília e APM Cerrado 79 Boa

Cachoeirinha (Córrego dos

Goianos)Rio São Bartolomeu 9,2 APA do Rio São Bartolomeu e APM Agricultura / Reflorestamento /

Loteamento Urbano 73 Boa

Taquari (I e II) Lago Paranoá 5,4 APA do Lago Paranoá, APM e APA Planalto Central Reflorestamento / Cerrado 77 Boa

Cabeça de Veado (I, II, III e IV) Lago Paranoá 21,5

APA Gama-Cabeça de Veado / APM / Estação Ecológica do Jardim Botânico e APA Planalto

CentralCerrado 77 Boa

Descoberto Lago Descoberto 438 APA do Rio Descoberto, REBIO - Descoberto, Parque Estadual do Descoberto e Flona/DF

Agricultura / Loteamento Urbano / Parcelamentos irregulares 74 Boa

Pedras* Lago Descoberto 28,5 APA do Rio Descoberto, APM e Flona/DF Reflorestamento / Cerrado 75 Boa

Catetinho Baixo (I e II) Lago Paranoá 9,1

APA Gama / Cabeça de Veado, APM, APA Planalto Central e Parque Ecológico Córrego

da Onça Cerrado 80 Muito Boa

Alagado* Rio Alagado 12,9 APM em toda a bacia e APA do Planalto Central Agricultura / Loteamento Urbano / Cerrado 77 Boa

Olho D’Água* Ribeirão Ponte Alta 2,3 APM e APA Planalto Central Agricultura / Chácaras de Recreio / Loteamento Urbano / Cerrado 73 Boa

Crispim Rio Alagado 3,1 APM e APA Planalto Central Cerrado / Área de Lazer 83 Muito Boa

Engenho das Lajes Rio Descoberto 51,5 APA do Planalto Central e APM Cerrado / Loteamento Urbano 64 Boa

Capão da Onça Lago Descoberto 8,3 APA do Rio Descoberto, APM e Flona/DF Reflorestamento / Cerrado / Agricultura 79 Boa

Barrocão Lago Descoberto 37,3 APA do Rio Descoberto, APM e Flona/DF Reflorestamento / Cerrado / Agricultura 71 Boa

Contagem Rio Maranhão 6,4APA Cafuringa, Parque Nacional de Brasília,

APM, APA - Planalto Central e REBIO - Contagem

Cerrado 76 Boa

Paranoazinho Rio São Bartolomeu 5,1APA Cafuringa, Parque Nacional de Brasília,

REBIO - Contagem, APM e APA Planalto Central

Cerrado 78 Boa

Corguinho Rio São Bartolomeu 8,1 APM e APA São Bartolomeu (parcial) Cerrado / Agricultura 79 Boa

Fumal Rio São Bartolomeu 48 Estação Ecológica de Águas Emendadas, APM e APA Planalto Central Cerrado / Agricultura 70 Boa

Brejinho Rio São Bartolomeu 18,9 Estação Ecológica de Águas Emendadas e APM Cerrado / Agricultura 78 Boa

Pipiripau Rio São Bartolomeu 195 APA do Rio São Bartolomeu, APM e APA Planalto Central Cerrado / Agricultura / Loteamento Urbano / Mineração 65 Boa

Mestre D’Armas (Operação Sazonal)

Rio São Bartolomeu 52,3 Estação Ecológica de Águas Emendadas, APM e APA Planalto Central Cerrado / Agricultura / Loteamento Urbano 69 Boa

Quinze Rio São Bartolomeu 39 APA do Rio São Bartolomeu, APM e Parque dos Pequizeiros Cerrado / Agricultura 71 Boa

* Desativada Temporariamente APA - Área de Proteção Ambiental APM - Área de Proteção de Mananciais REBIO - Reserva Biológica

Produção de Água no DFSistema Produtor de Água no DF

Page 19: ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO …...Fonte: Portaria MS 2.914/2011 Verifica-se no Quado 1 que o Consórcio Águas Lindas não observou o número mínimo de amostras

MANANCIAL

CAPTAÇÃO TRATAMENTO RESERVAÇÃO

CIDADE

ADUÇÃO(BOMBEAMENTO /

GRAVIDADE)

BACIA HIDROGRÁFICA

DISTRIBUIÇÃO

Qualidade da Água Distribuída no Ano

de 2015A qualidade da água fornecida é controlada

em todas as etapas de produção, desde a captação, passando por todo o processo de tratamento, até a entrada da residência do cliente, onde apresenta qualidade compatível com os padrões estabelecidos pela Portaria n° 2.914/11 do Ministério da Saúde.

O Laboratório Central da Caesb é responsável pelo monitoramento diário da qualidade da água distribuída e o executa em conformidade com o que é estabelecido pela legislação vigente. Para tanto, são coletadas amostras de água em pontos estratégicos da rede de distribuição, atendendo o número mínimo de amostras exigidas pela Portaria citada. Além disso, também são analisados os produtos químicos utilizados no tratamento, a fim de verificar se os insumos encontram-se dentro das características necessárias para garantir a qualidade da água.

Quanto aos parâmetros que devem ser analisados com frequência trimestral, dentre as análises realizadas em 2015, não foram obtidos resultados fora dos padrões nas amostras coletadas na saída das Unidades de Tratamento e/ou na rede de distribuição.

Os planos de monitoramento da qualidade da água distribuída são revisados anualmente, de forma a atender aos requisitos da Portaria n° 2.914/11-MS.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 3214-7942, junto à Gerência de Monitoramento da Qualidade da Água.

O órgão responsável pela vigilância da qualidade da água para consumo humano do Distrito Federal é a Diretoria de Vigilância Ambiental – DIVAL (SAIN, Estrada do Contorno do Bosque, Lote 4, Brasília-DF – Tel.: (61) 3343-8807 e 3343-8810).

Nas tabelas a seguir, constam os resumos dos monitoramentos da qualidade da água distribuída realizados nos 13 sistemas de abastecimento, na rede de distribuição, no período de janeiro a dezembro de 2015, relativos ao número de amostras exigidas, analisadas e em conformidade dos parâmetros “Cor, Turbidez, Cloro Residual Livre, Coliformes Totais e E. coli”.

Componentes do Sistema de Abastecimento de Água

Esquema de um Sistema de Abastecimento de Água

Etapas do Tratamento de Água

Sistema Produtor de Água da Caesb

Um sistema de abastecimento de água é composto por:Manancial: corpo hídrico de onde se retira diretamente ou se armazena água para o abastecimento público.Captação: é a primeira unidade do sistema de abastecimento, onde é coletada a água em suas condições naturais. Pode ser superficial (córrego, ribeirão, rio ou lago) ou subterrânea (poços profundos).Adução/Bombeamento: captação da água por meio de conjunto moto-bomba, além de exercer o papel de transportar a água.Tratamento: objetiva remover ou eliminar impurezas, tornando a água segura para o consumo humano.Reservação: armazenamento de água para atender às oscilações de consumo ao longo do dia.Distribuição: rede composta por tubulações e dispositivos acessórios, destinada a colocar água potável à disposição dos consumidores, de forma contínua, em quantidade, qualidade e pressão adequadas.

O tratamento aplicado em determinada água depende da sua qualidade “in natura”. Assim, a Caesb possui unidades de tratamento que utilizam desde uma simples cloração até unidades mais complexas, ou seja, que contemplam todas as etapas de tratamento descritas abaixo:Coagulação / Floculação: processo em que é adicionado à água um produto químico denominado coagulante, o que faz com que as impurezas se aglutinem formando flocos, para serem mais facilmente removidos nas etapas posteriores.Decantação ou Flotação: Decantação: promove a retenção dos flocos mais pesados que se depositam no fundo do decantador,

por ação da gravidade, sendo removidos posteriormente. Flotação: os flocos aglutinados são suspensos através da aderência às microbolhas presentes

na água, produzidas em um saturador e injetadas na água floculada. A remoção do lodo é feita na superfície do flotador.

Filtração: nesta etapa, a água passa por filtros, que são constituídos normalmente de grãos de areia, onde os flocos menores ficam retidos. Após as etapas de floculação, decantação/flotação e filtração, praticamente todas as partículas de impurezas já foram removidas, porém a água não está pronta para ser consumida.Desinfecção: nesta etapa o cloro é utilizado na eliminação de micro-organismos nocivos à saúde, atuando também como uma barreira de proteção em casos de uma possível contaminação futura.Fluoretação: aplicação de compostos de flúor para prevenção da cárie dentária.Alcalinização: correção do pH para evitar problemas de corrosão ao longo das redes de distribuição.

O Sistema Produtor de Água da Caesb é composto pelos cinco subsistemas constantes na tabela a seguir:

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

Subsistema produtor Captações Processos de tratamento Localidades abastecidas

Torto / Santa Maria

Torto / Santa Maria Tratamento convencional*

Brasília, Sudoeste/Octogonal, Cruzeiro, Lago Norte, Lago Sul, Paranoá, Varjão, Itapoã, Jardim Botânico, Mansões do Lago Norte,Taquari, Mansões

Entre Lagos e reforço para os condomínios na área do posto Colorado.

Cachoeirinha Tratamento convencional**Taquari (I e II) Tratamento simplificado

Cabeça de Veado (I, II, III e IV) Filtração direta

Mananciais subterrâneos (poços) Tratamento simplificado

Descoberto

Descoberto Filtração direta Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Água Quente, Riacho Fundo, Caub, Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Resid. Palmeiras, Águas Claras, Arniqueira, Santa Maria, Engenho das Lajes, Núcleo Bandeirante, Park

Way, Candangolândia, Gama, Sítio do Gama, Novo Gama, Guará, Vicente Pires, reforço no abastecimento de Brasília, Lago Sul, Jardim Botânico, Cruzeiro, Estrutural, Cidade do Automóvel, Sudoeste/Octogonal e SIA.

Crispim I e II, Catetinho Baixo (I e II) Tratamento simplificado

Engenho das Lajes Tratamento convencional**

Mananciais subterrâneos (poços) Tratamento simplificado

Sobradinho / Planaltina

Contagem, Paranoazinho Filtração direta de fluxo ascendente

Sobradinho, Planaltina, Sobradinho II, Fercal, abrangendo condomínios localizados na área do Grande Colorado, Mini-Chácaras, Região

Contagem, Condomínio R.K., Nova Colina, Arapoanga, Mestre D’Armas, Arrozal, Vila Basevi e a localidade do Vale do Amanhecer.

Fumal, Brejinho, Pipiripau Dupla filtração

Corguinho e Mestre d’Armas Filtração direta de fluxo ascendente

Córrego Quinze Tratamento convencional**Mananciais subterrâneos (poços) Tratamento simplificado

São Sebastião Mananciais subterrâneos (poços) Tratamento simplificado São Sebastião, Chapéu de Pedra, Vila São José, Vila Nova, Morro da Cruz, Condomínio Del Rey e Complexo Penitenciário da Papuda.

BrazlândiaCapão da Onça, Barrocão Tratamento convencional**

Brazlândia, Vila São José e Incra 8.Mananciais Subterrâneos (poços) Tratamento simplificado

Page 20: ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO …...Fonte: Portaria MS 2.914/2011 Verifica-se no Quado 1 que o Consórcio Águas Lindas não observou o número mínimo de amostras

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

Cor: característica física da água devido à presença de substâncias dissolvidas ou em estado coloidal;Turbidez: característica física da água devido à presença de partículas em suspensão;Cloro Residual Livre: residual livre do agente bactericida adicionado à água para sua desinfecção e proteção;

Coliformes Totais: indicador utilizado para medir a ocorrência de bactérias provenientes da natureza; E.coli: indicador microbiológico utilizado para medir possível contaminação fecal da água por bactérias de origem animal.

Sist

ema

Período

Cor (<15 UC)

Turbidez (<5 NTU)

Cloro Residual Livre (0,2 a 2,0 mg/L)

Coliformes Totais (ausência em 95%

das amostras)

E.coli (ausência)

N° de amostras N° de amostras N° de amostras N° de amostras N° de amostras

exigidas analisadas em conformidade exigidas analisadas em

conformidade exigidas analisadas em conformidade exigidas analisadas em

conformidade exigidas analisadas em conformidade

01 -

Sist

ema

Torto

- Sa

nta

Mar

ia

Jan-15 70 185 184 253 279 278 253 263 260 253 279 276 253 279 278

Fev-15 70 202 199 253 294 294 253 294 293 253 294 289 253 294 294

Mar-15 70 210 205 253 315 311 253 315 311 253 315 306 253 315 315

Abr-15 70 181 172 253 267 261 253 267 267 253 267 257 253 267 267

Mai-15 70 197 191 253 291 286 253 291 291 253 291 285 253 291 291

Jun-15 70 199 197 253 289 288 253 289 288 253 289 287 253 289 289

Jul-15 70 185 181 253 273 267 253 273 262 253 273 270 253 273 273

Ago-15 70 181 179 253 263 260 253 263 258 253 262 262 253 262 262

Set-15 70 201 200 253 286 285 253 286 279 253 286 281 253 286 285

Out-15 70 200 197 253 297 296 253 296 294 253 297 289 253 297 297

Nov-15 70 175 175 253 259 259 253 259 254 253 259 254 253 259 259

Dez-15 70 180 180 253 264 264 253 265 263 253 265 252 253 265 262

02 -

Sist

ema

Des

cobe

rto

Jan-15 121 346 342 511 571 563 511 569 557 511 571 555 511 571 569

Fev-15 121 353 352 511 594 585 511 594 582 511 594 564 511 594 594

Mar-15 121 403 400 511 686 675 511 685 673 511 686 651 511 686 685

Abr-15 121 311 306 511 526 521 511 526 519 511 526 507 511 526 526

Mai-15 121 353 348 511 597 594 511 597 588 511 597 585 511 597 597

Jun-15 121 378 377 511 631 629 511 631 614 511 629 624 511 629 629

Jul-15 121 313 305 511 537 509 511 537 527 511 537 524 511 536 536

Ago-15 121 347 341 511 589 550 511 589 578 511 588 586 511 588 588

Set-15 121 364 364 511 585 584 511 585 578 511 575 567 511 575 575

Out-15 121 327 325 511 536 536 511 536 531 511 533 520 511 533 532

Nov-15 121 322 322 511 527 527 511 528 519 511 528 508 511 528 528

Dez-15 121 325 325 511 535 532 511 535 525 511 534 509 511 534 534

03 -

Sist

ema

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Jan-15 53 132 131 172 242 241 172 222 219 172 242 240 172 242 242

Fev-15 53 139 138 172 249 247 172 249 240 172 249 241 172 249 249

Mar-15 53 148 148 172 261 261 172 261 253 172 261 255 172 261 261

Abr-15 53 116 115 172 202 202 172 202 198 172 202 193 172 202 202

Mai-15 53 132 132 172 218 218 172 218 214 172 218 213 172 218 218

Jun-15 53 157 157 172 277 277 172 279 274 172 279 274 172 279 279

Jul-15 53 05 105 172 195 195 172 195 193 172 195 193 172 195 195

Ago-15 53 116 116 172 208 208 172 208 205 172 208 208 172 208 208

Set-15 53 140 140 172 243 243 172 243 241 172 243 243 172 243 243

Out-15 53 151 150 172 264 264 172 264 264 172 263 262 172 263 263

Nov-15 53 108 108 172 193 193 172 193 188 172 193 190 172 193 193

Dez-15 53 112 112 172 196 196 172 192 191 172 196 193 172 196 196

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Jan-15 10 53 53 80 89 89 80 89 74 80 89 86 80 89 89

Fev-15 10 54 54 80 90 88 80 90 89 80 90 85 80 90 89

Mar-15 10 50 49 80 88 83 80 91 90 80 91 88 80 91 91

Abr-15 10 49 49 80 87 87 80 87 87 80 87 82 80 87 87

Mai-15 10 55 55 80 96 96 80 96 96 80 96 93 80 96 96

Jun-15 10 54 54 80 98 98 80 98 97 80 98 96 80 98 98

Jul-15 10 57 57 80 98 98 80 98 98 80 98 96 80 98 98

Ago-15 10 54 54 80 93 91 80 93 93 80 93 93 80 93 93

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Out-15 10 57 57 80 99 99 80 99 99 80 99 86 80 99 99

Nov-15 10 50 50 80 86 86 80 86 86 80 86 83 80 86 86

Dez-15 10 47 47 80 86 86 80 86 86 80 86 80 80 86 86

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Jan-15 11 46 46 57 79 79 57 58 57 57 79 78 57 79 79

Fev-15 11 35 35 57 65 64 57 65 64 57 65 64 57 65 65

Mar-15 11 38 38 57 67 67 57 67 66 57 67 66 57 67 67

Abr-15 11 36 34 57 66 62 57 66 63 57 66 62 57 66 66

Mai-15 11 40 40 57 73 73 57 73 66 57 73 69 57 73 73

Jun-15 11 36 36 57 61 61 57 61 59 57 61 61 57 61 61

Jul-15 11 42 42 57 70 70 57 70 69 57 70 67 57 70 70

Ago-15 11 42 42 57 72 72 57 72 72 57 72 72 57 72 72

Set-15 11 46 46 57 75 75 57 75 75 57 75 74 57 75 75

Out-15 11 39 39 57 62 62 57 62 62 57 62 60 57 62 62

Nov-15 11 36 36 57 59 59 57 59 58 57 59 57 57 59 59

Dez-15 11 35 35 57 64 64 57 64 62 57 64 64 57 64 64

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Enge

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Jan-15 10 15 15 10 15 11 10 15 15 10 15 14 10 15 15

Fev-15 10 16 16 10 16 15 10 16 16 10 16 16 10 16 16

Mar-15 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13

Abr-15 10 13 3 10 13 3 10 13 11 10 13 13 10 13 13

Mai-15 10 16 14 10 16 7 10 16 16 10 16 14 10 16 16

Jun-15 10 14 14 10 14 13 10 14 14 10 14 14 10 14 14

Jul-15 10 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 14 10 15 15

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Set-15 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Out-15 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13

Nov-15 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Dez-15 10 10 10 10 10 9 10 10 10 10 10 8 10 10 9

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ema

Período

Cor (<15 UC)

Turbidez (<5 NTU)

Cloro Residual Livre (0,2 a 2,0 mg/L)

Coliformes Totais (ausência em 95% das amostras)

E.coli (ausência)

N° de amostras N° de amostras N° de amostras N° de amostras N° de amostrasexigidas analisadas em

conformidade exigidas analisadas em conformidade exigidas analisadas em

conformidade exigidas analisadas em conformidade exigidas analisadas em

conformidade

07 -

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ema

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Jan-15 5 13 13 10 13 13 10 10 10 10 13 13 10 13 13Fev-15 5 13 13 10 13 13 10 13 12 10 13 12 10 13 13Mar-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12Abr-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12Mai-15 5 13 13 10 13 13 10 14 14 10 14 14 10 14 14Jun-15 5 13 13 10 13 13 10 13 12 10 13 13 10 13 13Jul-15 5 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13Ago-15 5 11 11 10 11 11 10 11 11 10 11 11 10 11 11Set-15 5 17 17 10 17 17 10 17 17 10 17 17 10 17 17Out-15 5 11 11 10 11 11 10 11 11 10 11 11 10 11 11Nov-15 5 11 11 10 11 11 10 11 11 10 11 10 10 11 10Dez-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 11 10 12 12

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Jan-15 5 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14Fev-15 5 18 18 12 18 18 12 18 18 12 18 16 12 18 17Mar-15 5 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14Abr-15 5 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14Mai-15 5 12 12 12 12 12 12 13 13 12 13 13 12 13 13Jun-15 5 15 15 12 15 15 12 15 15 12 15 13 12 15 15Jul-15 5 14 14 12 14 14 12 14 13 12 14 14 12 14 14Ago-15 5 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14Set-15 5 13 13 12 13 13 12 13 12 12 13 13 12 13 13Out-15 5 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14 12 14 14Nov-15 5 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12Dez-15 5 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 12 12 12 12

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Jan-15 5 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13 10 13 13

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Jun-15 5 14 14 10 14 14 10 14 12 10 14 14 10 14 14

Jul-15 5 16 16 10 16 16 10 16 16 10 16 16 10 16 16

Ago-15 5 14 14 10 14 14 10 14 14 10 14 14 10 14 14

Set-15 5 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15

Out-15 5 14 14 10 14 14 10 14 14 10 14 14 10 14 14

Nov-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Dez-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

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Jan-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 11 10 12 12

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Abr-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Mai-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Jun-15 5 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15

Jul-15 5 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 15

Ago-15 5 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12 10 12 12

Set-15 5 15 15 10 16 16 10 16 16 10 15 13 10 15 15

Out-15 5 15 15 10 15 15 10 15 15 10 15 13 10 15 15

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