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I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Análise de custos da produção no setor de cosméticos adotando o
custeio por absorção e o custeio alvo na formação de preços.
Valmor Reckziegel (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) [email protected]
Regiane de Souza Piva (União Educacional de Cascavel) [email protected]
Marina Ariente Angelocci (Universidade Anhembi Morumbi) [email protected]
Katyane Moreno (Pontífica Universidade Católica do Paraná) [email protected]
Resumo
É reconhecido tanto na pesquisa acadêmica bem como no meio empresarial, que a
pressão exercida pela concorrência elimina a possibilidade de ineficiências internas geradas
pela má informação e falta de controle. Nesse contexto, as empresas buscam alternativas para
gerir seus recursos escassos de modo a produzir com qualidade e ter preço competitivo no
mercado. Essa pressão concorrencial exerce um esforço do pequeno empresário por vezes
superior na medida em que, não possui outros atributos estratégicos como ganhos em escala.
Como base na observação desse fenômeno, o presente estudo pretendeu sugerir um sistema de
custos para as empresas de pequeno porte e microempresas, que seja de baixo custo de
desenvolvimento, implantação e operacionalização. Foi adotado um estudo de caso com
pesquisa documental em uma empresa de cosméticos e o resultado apresenta que o custeio por
absorção aliado a ferramenta do custeio alvo atende a necessidade do pequeno e médio
empreendedor na medida em que os controles necessários podem ser realizados através de
planilhas eletrônicas de baixo custo.
Palavras-chave: Contabilidade de custos; cosméticos; empresas de pequeno porte.
Área Temática: Contabilidade gerencial e controle das organizações.
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I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
1 Introdução
Uma das formas de aumentar a competitividade e também manter a sobrevivência das
micros e pequenas empresas, é realizar o cálculo dos custos de produção o mais perto da
realidade possível. A análise dos custos trata de uma forma de gerenciamento na produção de
bens e serviços, que pode ser antes, durante e após os processos de produção.
Há indústrias de cosméticos que dispensam o cálculo exato dos custos de produção,
porque acreditam que o preço de um produto é fixado pelo mercado e que não podem ser
alterados. Porém, mesmo que não se pretenda atuar no mercado de modo agressivo, impondo
seus preços e condições, a indústria tem que se adequar com a globalização, pois quem tiver o
melhor preço terá um aumento em sua produção e venda todo ano. A análise dos custos de
produção torna-se muito útil para a empresa de cosméticos, porque, com esta análise seus
gestores poderão saber se seus preços estão em um nível ideal, e se realmente estes preços
cobrem seus custos de produção.
Com a análise de custos, a indústria terá mais facilidade em obter informações que lhe
auxiliem na tomada de decisões sobre uma negociação, analisando mais detalhadamente o
custo de um determinado produto. A metodologia proposta reúne técnicas convencionais
devidamente adaptadas à realidade das microempresas e empresas de pequeno porte de
cosméticos, como o custo por hora trabalhada.
Implantando um sistema de custos, verifica-se se o sistema é eficaz analisando e
concluindo com as informações sobre os custos envolvidos nos processos produtivos. A
competição acirrada das empresas do setor, assim como a entrada de produtos estrangeiros em
decorrência da globalização e também dos preços dos similares, principalmente chineses
alterou a forma de como as empresas devem ver seus empreendimentos e de como administrá-
los, então, qualidade, preços e produtividade passaram a ser fatores relevantes para que o
empreendimento possa sobreviver e crescer, diante dessa realidade destaca-se os controles de
custos.
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O objetivo geral do trabalho é sugerir um sistema de custos para as empresas de
pequeno porte e microempresas que seja de baixo custo de desenvolvimento, implantação e
operacionalização. Para atingir o objetivo geral, é preciso estabelecer alguns objetivos
específicos, nos quais se destacam: a)Identificar as característica das microempresas e
empresas de pequeno porte; b) Determinar a aplicabilidade do método de custeio para a
indústria de cosméticos e; c) Desenvolver um mapa para elaboração de custo aplicável às
características de tais indústrias.
O presente trabalho busca por um método de custeio que possa contribuir na melhoria
dos controles e qualidade das informações e que possam auxiliar na definição das ações
objetivando incrementar a competitividade, o posicionamento da empresa no mercado, ações
corretivas e tomada de decisões.
Parte da caracterização dos princípios e métodos de custeio previstos na literatura
descreve e analisa o processo de implantação de um sistema de custos baseado na combinação
do custeio por absorção e custeio alvo. Além da obtenção dos custos, possibilita uma
variedade de informações que auxilia a gestão da empresa de cosméticos.
2 Referencial teórico
A formação do custo industrial pode se definir como direto ou indireto voltado para a
mão de obra, material ou despesas. O custo pode ser definido como direto ou primário. O
custo direto ou primário é aquele que pode ser avaliado diretamente em relação a cada
produto e são proporcionais aos volumes de produção (Mattos e Toledo, 1998).
A variável de custo de que trata o presente estudo é a que se refere "ao valor de bens e
serviços consumidos na produção de outros bens ou serviços" (Mattos e Toledo, 1998, p. 19).
Os custos variáveis e totais aumentam com a produção. No curto prazo, os custos de produção
são analisados com relação ao custo total, ao custo marginal e ao custo médio. O custo tem
dois componentes: o custo fixo e o custo variável. Os custos fixos são os custos que não
variam em relação à taxa de produção. Os custos variáveis são os custos que variam com a
utilização de insumos variáveis no processo de produção (Miller, 1981, p. 191). Desta forma,
o custo total é a soma do custo fixo e do custo variável (Martins, 2010).
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O custo marginal, conforme conceituação de Pindyck (1993) é o aumento de custo
ocasionado pela produção de uma unidade extra de produto. Em outras palavras, indica
quanto custa cada aumento unitário de produção.
Abordando sobre sistemas de custos, um sistema de custos é composto por um
princípio geral e métodos de custeio. O princípio está relacionado à definição das informações
mais adequadas às necessidades da empresa. Em geral, o princípio orienta a análise das
parcelas de custos diretos e indiretos que devem ser levadas em consideração. Os métodos de
custeio tratam da parte operacional, ou seja, do processamento dos dados e informações.
Segundo Bornia (2002, p. 53) os princípios de custeio estão ligados aos objetivos dos
sistemas de custos, onde estão relacionados aos objetivos da contabilidade de custos sendo
eles: a avaliação de estoques e o auxílio ao controle e a tomada de decisões. Após apresentar
os princípios de custeio, este trabalho aborda o método de custeio por absorção e o
custeamento alvo, adotados empiricamente e dispostos na literatura como visão distinta de
apropriação de custos aos produtos, tratados a seguir.
2.1 Métodos de Custeio
Diante da pesquisa da literatura, encontram-se proeminentes dois métodos de custeio:
absorção com evolução para custeio baseado em atividade e custeio variável. Para Leone
(2000) como ponto em comum é que se preocupam com a administração dos custos indiretos.
Já como principal diferença é que cada um deles podem produzir diferentes informações que
vão atender a necessidades distintas.
a) Custeio por Absorção
O custeio por absorção é reconhecidamente o método mais usual de custeamento dos
produtos por estar em conformidade aos princípios de contabilidade e também de acordo com
a legislação do imposto de renda. Por esse motivo, os autores reconhecem que sua aplicação é
derivada dos princípios de contabilidade e consiste na apropriação de todos os custos de
produção aos bens elaborados. São reconhecidos os gastos relativos ao esforço de produção
apropriados aos bens/serviços elaborados (Martins, 2010).
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O custeio por absorção consiste na apropriação dos custos diretos e custos indiretos
aos produtos elaborados. Os custos fixos são alocados aos produtos por meio de rateio, os
custos variáveis são alocados diretamente aos produtos e as despesas são levadas ao DRE.
Segundo Padoveze (2009) o custeio por absorção, por ser mais conservador deixa os
empresários mais tranquilos, pois todos os custos foram apropriados e, devido a isso, os
parâmetros para a formação de preço de vendas estariam mais bem embasados.
O custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos
da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou
variáveis, de estrutura ou operacionais. Segundo Leone (2000, p.242) o procedimento é fazer
com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos,
relacionados à fabricação. A figura a seguir representa esquematicamente o método de custeio
por absorção.
Figura 1. Estrutura básica do critério do custeio por absorção
Fonte: Martins (2010, p. 74)
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O Padrão Contábil Internacional (PCI) requer que o estoque inclua todos os custos que
o levaram a condição atual, portanto, em todos os países que adotam o PCI, é obrigatório o
uso do custeio por absorção (Eldenburg e Wolcott, 2007). O Custeio por absorção é o único
método aceito para fins de elaboração de demonstrações contábeis, bem como base de
mensuração para fins tributários.
Mas por outro lado é um método que possui muitas limitações para fins gerenciais,
pois utiliza critérios de rateio que podem chegar a resultados injustificados. Garrison e Norren
(2001) ratificam tal entendimento e destaca que esse método pode levar a problemas
gerenciais por incluir decisões inadequadas de determinação de preço e decisões de deixar de
fabricar produtos que na verdade são lucrativos.
Embora reconhecida sua limitação, sua adoção ainda é muito presente para fins fiscais
e também para fins gerenciais. Na pesquisa efetuada por Pitela, Espejo, Cruz e Espejo (2008),
66% das empresas adotam esse método pelo simples fato de ser um sistema que permite
custear estoques e apurar resultados de acordo com as determinações legais e fiscais, não se
preocupando com controles que ofereçam informações detalhadas.
A razão de seu uso está condicionada a sua aplicabilidade fiscal e também pela
aceitabilidade pelas empresas de auditoria em consonância aos princípios de contabilidade,
por essa razão, em todas as empresas que necessitam da apropriação de custo de produção,
esse método se fará presente e usual.
b) O custeio alvo no processo de formação de preço de venda
O Custo-Alvo é uma ferramenta da gestão de custos que busca reduzir os custos do
produto na fase de planejamento, e pode-se dizer que é um custo orientado pelo mercado já
que é determinado com base no lucro-alvo que a empresa espera ter com um novo produto, e
no preço que os clientes aceitam pagar por esse produto.
A empresa se esforça para atingir o Custo-Alvo de produtos que satisfaçam aos
clientes, reduzindo seus custos atuais e tornando-os competitivos, antes que os mesmos sejam
de fato oferecidos ao mercado.
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Para atingir o Custo-Alvo, a empresa deverá passar por uma série de eventos que
possibilite o alcance de seus objetivos. Segundo Monden (1995) o Custo-Alvo incorpora a
administração do lucro em toda empresa durante a etapa de desenvolvimento do produto.
Especificamente, esses esforços em toda empresa incluem (1) planejar produtos que
tenham a qualidade de agradar ao consumidor, (2) determinar o Custo-Alvo (inclusive custos
de investimento alvo) para que o novo produto gere o lucro-alvo necessário a médio ou longo
prazo, dadas as condições de mercado correntes, e (3) promover maneiras de fazer com que o
projeto do produto atinja o Custo-Alvo, ao mesmo tempo em que satisfaça as necessidades do
consumidor por qualidade e pronta-entrega.
Segundo Cooper e Slagmulder (2000) o Custeio-Alvo é uma técnica usada para
administrar estrategicamente os lucros futuros de uma empresa. Ele transforma o custo em
insumo do processo de desenvolvimento do produto e não em seu resultado. Segundo Rocha e
Martins (2010) Custeio-Alvo é o processo pelo se obtém o Custo-Alvo (Figura a seguir).
Figura 2. Estrutura do custeio alvo.
Fonte: Adaptado de Sakurai (1997)
Pelo entendimento de Monden no que se refere ao processo, tem-se o Custeio-Alvo,
para se chegar ao insumo a que se referem Cooper e Slagmulder, que é o Custo-Alvo. Isto
posto, quando nos referirmos a Custeio-Alvo, estaremos nos referindo ao processo que se tem
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para se chegar ao Custo-Alvo, e sua adoção é fundamental no mercado competitivo onde
quem dita os preços é o mercado.
3 Metodologia
Esse estudo objetiva estudar a aplicação de custos em uma empresa de cosméticos.
Quanto à forma de abordagem da pesquisa pode ser classificada como qualitativa, onde se
busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão. Segundo Gil (2002),
o estudo é qualitativo, quando não são utilizadas técnicas estatísticas na elucidação da
problemática.
Com relação aos objetivos, a pesquisa é classificada como descritiva, ou seja, procura
descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e
conexão com outros, sua natureza e características (Cervo e Bervian, 2002). Para alcançar os
resultados esperados, utilizou-se também a pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2002) é
uma pesquisa desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos. Quanto aos procedimentos para levantamento de dados, a pesquisa
é classificada ainda como documental segundo os autores citados.
4 Análise dos resultados
Na indústria de cosméticos, as matérias primas passam por um processo produtivo de
transformação. O controle de custos é de fundamental importância para o sucesso da empresa,
pois, é ele que irá determinar a viabilidade econômica e financeira da empresa. O custo de
produção da empresa de cosméticos é a soma das matérias primas, embalagens, maquinário
empregado e mão de obra especializada.
Para entender melhor os custos no setor de cosméticos, definimos como custos diretos,
indiretos, custos fixos e variáveis. Custos diretos – que estão diretamente ligados ao produto
feito; e, Custos indiretos – precisam de esquemas especiais para sua alocação, como rateios,
horas trabalhadas, horas máquinas trabalhadas.
Com relação a variação dos custos, classificam-se em: custos fixos – como o nome já
diz, são fixos independente ao aumento ou diminuição da quantidade da produção, e custos
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variáveis – variam conforme a produção, tem seu valor determinado em função da oscilação
da produção.
Sobre o processo produtivo, foi inventariado a trajetória de uma indústria do ramo de
cosméticos, fabricante de pó descolorante para cabelos, empresa esta situada no ABC paulista,
então, primeiramente o trabalho realizado foi separar por matérias-primas embalagens e mão
de obra; matérias primas e embalagens – utilizadas para construção do produto, e que
representam a parte visível do custo e; mão de obra – as pessoas responsáveis pela
transformação dos materiais em produto.
a) Cálculo do custo de materiais
As matérias primas e embalagens são apropriadas na produção dos produtos por seu
valor de aquisição e dependendo do modelo tributário que a empresa adota pode ser preço
médio de estoques, excluindo-se os impostos compensáveis. No nosso caso a empresa é Lucro
Real, então temos os créditos dos impostos. Nestes valores devem ser acrescentados os
valores de frete de entrega, seguros, e tudo o que acompanha estes materiais. Então é
elaborado uma planilha com a fórmula dos componentes necessários para a produção do bem,
conforme abaixo detalhado para o produto pó descolorante.
Considerando que o produto é feito inicialmente em lotes de 160 kg, determinaremos o
valor para 1 kg do produto, uma vez que a empresa pratica a venda do mesmo produto em
várias embalagens e pesos, como lata de 300gr e 500gr, refil de 300gr, sache de 60gr e 25gr.
A seguir cotamos as matérias primas e aplicamos na primeira parte da produção, nomeado
“mistura de matéria-prima”.
Tabela 1 – Ficha de composição da matéria-prima
MATERIA PRIMA PREÇO C/
IMPOSTO
ICMS PIS/COF. SEM IMP. Unid.
Silica 7,40 1,33 0,68 5,38 kg
Talco 1,45 0,26 0,13 1,05 kg
Lauril sulf.sódio 22,10 3,98 2,04 16,08 kg
Fécula de germe de trigo 9,95 1,19 0,92 7,84 kg
EDTA Na² 23,07 4,15 2,13 16,78 kg
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Hodroxietilcelulose 16,00 2,88 1,48 11,64 kg
Carbomero 16,20 2,92 1,50 11,79 kg
Carbonato de cálcio 1,80 0,32 0,17 1,31 kg
Corante 23,47 4,22 2,17 17,07 kg
Metassilicato de sódio 5,20 0,94 0,48 3,78 kg
Persulfato de Potássio 8,02 1,44 0,74 5,83 kg
Persulfato de amônia 4,25 0,77 0,39 3,09 kg
Queratina 97,22 17,50 8,99 70,73 kg
Sorbitol 9,01 1,62 0,83 6,55 kg
Trissilicato de magnésio 12,37 2,23 1,14 9,00 kg
Lata 300gr 0,79 0,14 0,07 0,57 pc
Lata 200gr 0,59 0,11 0,05 0,43 pc
Saco plástico 0,04 0,00 0,00 0,04 pc
Tampa lata 0,10 0,02 0,01 0,07 pc
Refil papelão 0,69 0,12 0,06 0,50 pc
Filme alumínio sache (kg) 22,00 3,96 2,04 16,01 kg
Rótulo para latas 0,10 0,02 0,01 0,07 pc
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 2 – Composição do custo de produção
MATERIA PRIMA % lote em Kg Kg UN. Valor MP TOTAIS
Silica 8,64% 160 13,8240 Kg. 5,38 74,37
Talco 11,88% 160 19,0080 Kg. 1,05 19,96
Sulfato de sódio 0,43% 160 0,6880 Kg. 16,08 11,06
Fécula de germe de trigo 0,32% 160 0,5120 Kg. 7,84 4,01
EDTA Na² 0,54% 160 0,8640 Kg. 11,64 10,06
Hidroximetil celulose 0,54% 160 0,8640 Kg. 23,00 19,87
Carbomero 0,11% 160 0,1760 Kg. 11,79 2,08
Carbonato de cálcio 8,64% 160 13,8240 Kg. 1,31 18,11
Corante azul 0,22% 160 0,3520 Kg. 17,07 6,01
Metassilicato de sódio 29,16% 160 46,6560 Kg. 3,78 176,36
Persulfato potássio 15,12% 160 24,1920 Kg. 5,83 141,04
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Persulfato amônia 32,40% 160 51,8400 Kg. 3,09 160,19
Queratina /colág./chá
verde
0,02% 160 0,0260 Kg. 70,73 1,84
Total MP 100,0% 172,80 644,95
Perda de processo 8,0% P/ quilo= 4,03
Fonte: Dados da pesquisa.
Durante a fase de produção, o produto é processado em um misturador por 1,5 horas
resultando em um lote de 160Kg, onde têm-se 02 funcionários e esta rotina é feita 4 vezes ao
dia, resultando em 640 quilos dia. Demonstra-se, dando continuidade a composição dos
custos, os valores referente à mão de obra na tabela a seguir.
Tabela 3 – Composição custo da mão de obra usada na produção
Descrição Salário Encargos Refeição Total
Gerente fábrica 1.850,00 1.177,32 - 3.027,32
Chefe fábrica 1.000,00 624,44 - 1.624,44
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Pesador 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Manipulador 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Assistente laboratório 1.500,00 978,67 154,00 2.632,67
Assistente logística 980,00 685,16 154,00 1.819,16
Gerente fábrica 1.850,00 1.177,32 - 3.027,32
Chefe fábrica 1.000,00 624,44 - 1.624,44
Auxiliar Produção 980,00 611,96 154,00 1.745,96
Fonte: Dados da pesquisa.
Com o objetivo de complementar a composição do custo de produção, bem como as
despesas que são necessárias à formação do preço de venda do produto, efetuou-se o
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levantamento das demais despesas calculadas em base histórica de um ano para criar uma
média mensal por estimativa, considerando que é necessário acompanhar esses custos e
despesas bem como os demais já apresentados mensalmente, de modo a reavaliar
continuamente os gastos de produção e não incorrer em riscos de erros que podem influenciar
as margens de lucros.
Tabela 4 – Demais despesas da indústria pesquisada
Despesas Salários Valores em R$ Despesas administrativas Valores em
R$
Salários 13.170,00 Aluguel de Galpão 3.350,00
Encargos 9.901,23 IPTU 150,00
Total 23.071,23 Energia elétrica 375,00
Água e esgotos 83,00
Material de escritório 80,00
Manutenção de máquinas 650,00
Manutenção predial 250,00
Manutenção veículos 300,00
Material de consumo 710,00
Material aux. de produção 650,00
Uniformes, aventais 60,00
Combustíveis e lubrif. 250,00
Correios 400,00
Depreciações 1.228,33
Total Despesas 8.136,33
Total Geral 31.207,56
Fonte: Dados da pesquisa.
Conhecidas todas as variáveis que influenciam nos custos e despesas da produção, e
para ser possível apurar tanto o custo, como também a formação do preço de venda dos
produtos, foi elaborado a seguir o mapa de custo industrial por unidade, e na sequencia, na
mesma tabela, a composição do preço de venda dos produtos.
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Os produtos foram elaborados para serem competitivos e estão perfeitamente
respeitando a concorrência, pois em uma pesquisa feita em perfumarias, constatamos que as
principais marcas concorrentes estão sendo vendidas ao consumidor em uma margem acima
dos preços de venda em aproximadamente 70% a 80%, o que representa o lucro do varejista
de aproximadamente 45% e a substituição tributária do Icms é de aproximadamente 23%
sobre o preço de venda da indústria.
Tabela 5 – Composição do custo de produção e do preço de venda dos produtos
Descrição Produtos Ltr. 300 Rf. 300 Sch 60 Sch 25 Ltr.500
Peso da emba. Sach 7 gr 5 gr
CUSTO Por Kg.
Matéria prima R$ 4,03 1,34 1,34 0,25 0,10 2,01
Embalagem 0,71 0,50 0,11 0,08 0,71
Saco Plástico 0,08 0,08 0,00 0,00 0,08
Caixa embarque 0,09 0,09 0,09 0,07 0,09
Mão de Obra
Tempo por unidade 2 min 2 min 10 seg 10 seg 2 min
Valoriz. à R$ 15,48 HH 0,51 0,51 0,04 0,04 0,51
Total 1 2,73 2,52 0,49 0,29 2,89
DESPESAS E IMP.
Pis 2,20% 0,18 0,16 0,04 0,03 0,35
Cofins 10,30% 0,83 0,75 0,20 0,12 1,65
Icms 12,00% 0,97 0,87 0,24 0,14 1,92
Administração 12,00% 0,97 0,87 0,24 0,14 1,92
Comissão 8,20% 0,66 0,60 0,16 0,09 1,31
Frete 7,00% 0,57 0,51 0,14 0,08 1,12
Lucro 1,18 0,99 0,47 0,27 4,83
% lucro 15% 14% 24% 23% 30%
Preço sem IPI 8,09 7,26 1,98 1,16 15,98
IPI 22,00% 1,78 1,60 0,44 0,25 3,52
Preço venda 9,87 8,86 2,42 1,41 19,50
Fonte: Dados da pesquisa.
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Como descrito na revisão da literatura, é importante observar cuidados quanto ao
preço alvo, para que não prejudique as margens de lucro desejada frente a pressão que o
mercado exerce na formação do preço de venda. Nesse aspecto, a ferramenta do “Custeio
Alvo” auxilia na geração da informação e no subsidio de medidas corretivas, que de acordo
com Sakurai (1997) caracteriza-se por ser um processo estratégico para redução de custos
totais durante o processo de planejamento e desenvolvimento do produto. O autor ressalta
ainda que para se atingir este alvo é preciso a concentração de esforços de todas as áreas da
empresa.
Da mesma forma Scarpin (2000) afirma que o Custeio Alvo é um modelo de
gerenciamento de lucros e custos desenvolvido para produtos novos ou que precisam ter seu
projeto alterado, visando trazê-los para uma situação de mercado. Desta forma, o autor propõe
que o produto passe a ter um preço competitivo, que permita retorno do investimento em todo
o ciclo de vida do produto a um custo aceitável, determinado pelo preço de venda.
Tomando-se o caso em análise, pode-se afirmar que em uma breve composição, nota-
se ser possível agir na diminuição dos custos de matéria prima importada, uma vez que a
empresa compra de distribuidoras dentro do Brasil e que se comprar diretamente do produtor
do exterior, diminui esta etapa que resulta em uma economia de 40% contribuindo para
melhoria das margens de lucro e adequando a empresa a concorrência de grandes fabricantes
do setor.
5 Conclusão.
Com os dados apresentados, a indústria pode comparar através das planilhas
desenvolvidas a margem de lucro e também se seu preço está competitivo em relação à
concorrência. Pode se tomar decisão com o intuito de uma negociação de preços e volumes
verificar se há margem de negociação sem perda de lucratividade.
As microempresas e empresas de pequeno porte poderão observar mês a mês a
evolução de custos e verificar as oportunidades de diminuição através de troca de fornecedor,
mudança na fórmula do produto ou embalagem de forma a controlar estes custos.
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A análise de custos apresentada neste trabalho tem por finalidade específica melhorar
a visão sobre custos, apropriada para o diagnóstico e indicar com precisão a influência dos
custos sobre o preço final dos produtos. Em virtude da demanda crescente e tendo em vista o
crescimento econômico do país, este segmento deve preparar-se cada vez mais para enfrentar
a concorrência buscando métodos de mensuração e controle como os utilizados na produção
industrial, visando a manutenção de sua lucratividade e consequente permanência no
mercado.
Para tanto, é fundamental que o método de custeio escolhido pela empresa seja
adequado às suas necessidades e capaz de manter a lucratividade desejada. Em função das
características de mercado que se aplicam ao segmento de cosméticos, o método de Custeio
Alvo parece ser adequado para esta finalidade, uma vez que se baseia no preço aceito pelo
mercado e se propõe a investigar qual será o valor máximo a ser gasto na prestação do
serviço. Com isso a lucratividade pode ser preservada garantindo assim a continuidade do
negócio.
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