Upload
others
View
5
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
“QUÍMICA DOS PLÁSTICOS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE
QUÍMICA ORGÂNICA COM ENFOQUE EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA,
SOCIEDADE E AMBIENTE – CTSA”
Ana Lúcia Scapin1
Marcelo Pimentel da Silveira 2
RESUMO
Foi realizada uma proposta didática sobre o tema plástico de forma a promover situações de ensino e
aprendizagem que permitam à formação cidadã por meio da proposição de situações ou problemas do
cotidiano com ênfase nas relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA). O
trabalho foi desenvolvido em um colégio público na cidade de Maringá, durante o primeiro semestre de
2017 e início do segundo, com duas turmas da 3º série do Ensino Médio, totalizando 70 alunos. Para
colocar em prática o desenvolvimento desse tema, conforme o enfoque CTSA, utilizamos estratégias,
destacando-se: sessões de questionamentos, atividade cooperativa, solução de problemas, vídeos,
debates, discussão em grupos, pesquisas, palestras, visita a indústria, elaboração de painel,
entrevistas e experimentos, com o intuito de tornar o ensino de química mais interessante para o aluno,
possibilitando que este desenvolva autonomia e protagonismo acerca do seu aprendizado no decorrer
das aulas, expresse seus conhecimentos prévios, comunicação e argumentação nas situações
problemas sugeridas no decorrer das atividades. Os resultados indicam um maior engajamento dos
alunos ao longo das aulas, além de a proposta ter proporcionado condições para que os mesmos
relacionassem os conceitos químicos com as questões pertinentes à temática do “Plástico”. Dessa
forma, foi possível desenvolver uma proposta de ensino que permitiu a construção de conhecimentos
mais significativos, o desenvolvimento de habilidades e atitudes que possibilitam uma reflexão crítica e
o exercício da cidadania a respeito do uso do plástico de maneira sustentável.
Palavras-chave: Contextualização; Polímeros; Química e Cidadania; Atividade Cooperativa.
1 Professora da Secretaria Estadual de Educação, lotada no município de Maringá – PR., [email protected] 2 Professor Adjunto da Universidade Estadual de Maringá, lotado no Departamento de Química, [email protected]
1. INTRODUÇÃO
O ensino de Química vem passando por muitas modificações atualmente,
sendo que pesquisadores e educadores têm apontado a necessidade de ocorrerem
mudanças, principalmente no que diz respeito ao rompimento com o modelo chamado
tradicional de ensino e aprendizagem, que não contribui para que o educando
compreenda as relações que a Química apresenta com as situações presentes no dia
a dia (CHASSOT, 1995; MORTIMER, 2000; SANTOS e SCHNETZLER, 2003;
MALDANER, 2003).
A concepção de ensino e aprendizagem, tradicionalmente empregada no
ensino da Química, baseia-se em um modelo didático de transmissão e recepção que
prioriza a memorização de conceitos, regras e aplicações de fórmulas. Nesse modelo,
o aluno mantém o papel passivo de receber os conteúdos por meio da fala do
professor, muitas vezes, dificultando atingir o objetivo de formar um cidadão crítico. A
contribuição da Química para isso só pode ocorrer se a abordagem da informação
permitir que o aluno tome decisões a respeito de questões que envolvem o seu modo
de vida.
No contexto do ensino da Química, vale destacar a forma como é abordado o
conteúdo de Química orgânica, o qual tem sido um ponto problemático na educação
brasileira, por três motivos principais: “ser desvinculado dos demais conteúdos da
Química, ter como foco operações de classificação e nomenclatura de compostos
orgânicos e não ser contextualizado” (MARCONDES et al., 2015, p. 10).
Dessa forma, a Química orgânica apresenta características específicas pelo
fato de possuir um grande número de funções orgânicas a serem estudadas,
juntamente com as fórmulas, nomenclatura, propriedades físicas e químicas e os tipos
de reações. Tais conteúdos, normalmente, são distribuídos ao longo de todo o ano da
terceira série do Ensino Médio.
Dentre os conteúdos a serem estudados, destacamos o tema polímeros, na
maioria das vezes, ministrado no último período do ano letivo do Ensino Médio. No
entanto, devido à grande ênfase dada ao estudo das funções orgânicas e às
nomenclaturas, é muito comum o tema não ser abordado. Quando possível, é visto
de maneira superficial, restrito à simples transmissão de informações, sem a utilização
de experimentos e textos que contextualizem as aplicações e propriedades dos
polímeros. Como consequência, os alunos podem encontrar dificuldades em
relacionar os conceitos químicos com o seu cotidiano.
Considerando que os plásticos são um tipo de polímero com grande
importância tecnológica, social e ambiental, entendemos que ele pode ser abordado
por meio de propostas de ensino que permitam promover a relação dos conceitos de
Química orgânica, vinculados com situações presentes no cotidiano do aluno com a
finalidade de desenvolver um ensino de Química que permita a construção de
conhecimentos mais significativos, proporcionando reflexão crítica e consciência dos
problemas inseridos no contexto social.
As inquietações sobre o tema surgiram de reflexões e experiências vivenciadas
no contexto da sala de aula, especificamente, nas aulas de Química orgânica
ministradas para os alunos da terceira série do Ensino Médio. Havia a indagação de
como selecionar e organizar conteúdos de orgânica de maneira a torná-los mais
relevantes para os alunos, a fim de superar a sequência tradicional dos conteúdos
destinada apenas para a preparação de exames e vestibulares, além de aproximar os
conhecimentos científicos com ações que articulam um ensino direcionado para a
formação de cidadãos conscientes, segundo as necessidades da sociedade atual,
compreendendo e aplicando os conhecimentos químicos para uma participação
efetiva com a responsabilidade social e ambiental.
Diante disso, este trabalho é resultado da implementação de uma unidade
didático-pedagógica realizada no âmbito do programa de formação continuada do
estado do Paraná – PDE3, o qual decorreu no período de 2016 à 2017, com o objetivo
de, por meio de uma proposta didática sobre o tema plástico, promover situações de
ensino e aprendizagem que permitam a formação cidadã, com ênfase nas relações
entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA), possibilitando a construção
de conhecimentos a respeito da importância dos principais polímeros sintéticos, suas
propriedades, implicações sociais, econômicas, tecnológicas e ambientais, bem como
fazer uso de estratégias de ensino que permitissem a participação do aluno como
3 O PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) foi criado, em 2007, como parte da reformulação das políticas públicas no estado do Paraná. É realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/SETI, Secretaria Estadual de Educação/SEED e as Instituições de Ensino Superior/IES públicas do estado do Paraná. Tem como proposta ofertar ao professor da rede pública condições de atualização e aprofundamento de seus conhecimentos teóricos e práticos, permitindo uma reflexão que possibilite o aperfeiçoamento da prática pedagógica no processo de ensino e aprendizagem.
sujeito protagonista do processo de ensino e aprendizagem e que desenvolvessem
atitudes favoráveis ao uso sustentável dos plásticos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Chassot (1993), o ensino voltado para a formação de cidadãos
exige que a química seja compreendida como uma linguagem que deve ser utilizada
para facilitar a compreensão e leitura da sociedade, ou seja, para propiciar que o
cidadão possa interagir melhor com o mundo, além de poder interpretar de maneira
mais crítica as informações que lhe são apresentadas.
Da mesma maneira, Santos e Schnetzler (2003) consideram que o avanço
tecnológico da atual sociedade está muito associado à química, por exemplo, nos
produtos químicos utilizados no cotidiano, no desenvolvimento dos países, na
qualidade de vida das pessoas, nos efeitos ambientais oriundos das aplicações
tecnológicas e na tomada de decisões solicitadas aos indivíduos quanto ao emprego
de tecnologias. Por isso, é necessário que o cidadão disponha de informação e
conhecimento químico para poder efetivar sua participação comunitária na sociedade
tecnológica.
Diante disso, para proporcionar a reflexão sobre os impactos que os avanços
tecnológicos trazem para a sociedade e para o meio ambiente, é necessário que o
ensino de química envolva a ciência, a tecnologia e a sociedade para que os
estudantes repensem suas atitudes e valores sobre as questões ambientais
(SANTOS; MORTIMER,2001).
Nesse sentido, o movimento CTS – Ciência, Tecnologia e Sociedade, que tem
suas origens nos questionamentos relativos aos impactos ambientais e às implicações
sociais e éticas da Ciência e da Tecnologia (C&T), potencializa as discussões e
debates sobre as consequências do avanço tecnológico sobre a sociedade. Esse
movimento teve início na década de 1960, inicialmente desenvolvido em países como
EUA, Inglaterra, Países Baixos, entre outros (AULER e BAZZO, 2001). Ganhou
destaque, especialmente nos países capitalistas por questionar a suposta
neutralidade da produção científica e tecnológica, tendo em vista a observação de que
o desenvolvimento científico e tecnológico exuberante, nas décadas de 1960 e 1970,
não refletia para o bem-estar social e causava consequências ao ambiente como:
contaminação por resíduos, desastres nucleares, entre outros, relacionados à guerra
e à degradação ambiental (AULER e BAZZO, 2001).
No contexto brasileiro, desde as últimas décadas do século passado, muitos
pesquisadores vêm contribuindo para a consolidação desta linha de pesquisa de
diferentes maneiras, desenvolvendo estudos que buscam caracterizar os movimentos
Ciência, Tecnologia e Sociedade e o campo dos estudos CTS, além de problematizar,
delimitar e sistematizar os estudos sobre o enfoque CTS na educação científica. No
Brasil, podemos destacar os trabalhos de AULER e BAZZO (2001), SANTOS e
MORTIMER (2002), AULER (2002; 2007) e BAZZO et al. (2003).
Foi nesse movimento de transição para o espaço educacional que se deu a
adição da letra “A” ao termo CTS, resultando em CTSA ou “Ciência, Tecnologia,
Sociedade e Ambiente”, pois alguns autores acreditam ser necessário reforçar a
perspectiva que inclui o ambiente, embora outros autores defendam que o ambiente
já está contemplado na dimensão da sociedade (LEAL, 2009). Marcondes et al, 2009
ressaltam que:
[...] o ensino deveria se preocupar, além da construção de conceitos, também com os impactos sociais relativos à aplicação da ciência e tecnologias para a formação cidadã. [...] a preocupação com as questões ambientais e suas relações com a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade, fez surgir o movimento CTSA (MARCONDES et al., 2009, p. 284).
Sendo assim, a necessidade de educar para cidadania e para melhoria da
qualidade de ensino frente às novas exigências da sociedade exige uma mudança em
relação ao processo de ensino e aprendizagem, contemplando uma mudança nos
currículos escolares e de abordagem com enfoque CTSA.
No âmbito do ensino de química, o entendimento do significado de
contextualização é fundamental para que se possa desenvolver estratégias de ensino
que favoreçam o exercício da cidadania (WARTHA e ALÁRIO, 2005) e o
desenvolvimento de abordagens centradas no enfoque CTSA. A respeito do
entendimento de contextualização no ensino de Ciências, Silva (2007) aponta três
orientações e aspectos que podem ser atribuídos: Contextualização como
exemplificação, ou entendimento, ou informação do cotidiano – apenas prioriza a
informação, mas não promove o aprimoramento de competência, atitudes e valores;
Contextualização como perspectiva de intervenção na sociedade – caracterizada pela
introdução dos aspectos sociais e culturais da ciência e tecnologia; Contextualização
como entendimento crítico de questões científicas e tecnológicas relevantes que
afetam a sociedade – próprio do movimento CTS, o qual utiliza temas sociais que
possibilitam os alunos a desenvolverem atitudes e valores para enfrentarem com
responsabilidade as questões problemáticas da ciência e da tecnologia relacionadas
à sociedade.
Marcondes et al, (2009) afirmam que a contextualização é um meio de
possibilitar que o aluno tenha uma educação para a cidadania simultaneamente ao
aprendizado de conhecimento científicos a partir do contexto real do aluno. Tendo em
vista a importância da contextualização no enfoque CTS para a formação de
indivíduos que promovam intervenções na sociedade, Silva (2007) ainda destaca:
[...] a contextualização no ensino de Ciências que privilegia o estudo de contextos sociais com aspectos políticos, econômicos e ambientais, fundamentado em conhecimentos das ciências e tecnologia, é o caminho mais acertado para desenvolver um ensino que venha a contribuir para a formação de um aluno crítico, atuante e sempre que possível transformador de sua realidade desfavorável (SILVA, 2007, p. 32).
Assim, a contextualização com enfoque CTS pode possibilitar a formação de
futuros cidadãos críticos, que possam participar das decisões na sociedade de
maneira responsável.
Levando em consideração a importância da contextualização pedagógica do
conteúdo, um currículo com enfoque CTS, torna-se socialmente mais relevante, pois
permite uma maneira de separar a noção de ciência distante do aluno, desmistificando
a visão da neutralidade científica para uma ciência que se aproxima da realidade do
sujeito, tendo significado prático para o que é estudado, gerando assim, conhecimento
necessário para o entendimento e soluções responsáveis diante dos problemas reais.
Desta forma, a fim de promover um ensino de química voltado para a formação
de cidadãos capazes de tomar decisões, o conteúdo básico do ensino deve ter como
componentes a informação química e os aspectos sociais de maneira integrada, o que
torna indispensável, o uso de temas sociais. Isso é importante, pois permite a
contextualização do conteúdo e a progressão das competências do cidadão. Nesse
sentido, Santos e Schnetzler (2003, p. 98), afirmam que:
Ao contextualizar o conteúdo, os temas sociais explicitam o papel social da química, as suas aplicações e implicações e demonstram como o cidadão pode aplicar o conhecimento na sua vida diária. Além disso, os temas sociais têm o papel fundamental de desenvolver a capacidade de tomada de decisão, propiciando situações em que os alunos são estimulados a emitir opinião, propor soluções, avaliar custos e benefícios e tomar decisões, usando juízos de valores.
Tendo como base o que foi abordado acima e a prioridade em relacionar o
contexto do estudante, para colocar em prática o desenvolvimento desses temas,
existem estratégias que podem ser utilizadas, sendo que ressaltamos a apresentada
por Hofstein et al. (1998 apud Santos e Schnetzler, 2003), que destacam: as palestras,
demonstrações, sessões de questionamentos, solução de problemas, solução de
problemas de laboratório, jogos de simulação, fóruns e debates, projetos individuais e
de grupo, redação de cartas para autoridades, pesquisa de campo do trabalho,
palestrantes convidados e ações comunitária, visita a indústrias, e a museus.
Cabe ressaltar que não basta apenas inserir temas sociais nos conteúdos sem
que ocorra desenvolvimento da atitude pedagógica na prática docente, já que com
isso perde-se o papel social do ensino de química como forma de promover a
cidadania tornando-se mero conteúdo complementar (SANTOS e MORTIMER, 2002).
Desse modo, acredita-se que a utilização de temas sociais de química
ofereça condições para que os alunos possam interpretar de maneira crítica e
consciente os problemas inseridos no contexto social juntamente com a apropriação
dos conteúdos químicos científicos a partir da abordagem CTSA. Assim, os alunos
poderão apresentar mais facilidade em entender o porquê estudar química, onde são
utilizados tais conhecimentos e outras perguntas de desinteresse em relação ao
ensino da química que surgem durante as aulas.
3. DESENVOLVIMENTO
O projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal, na cidade
de Maringá, durante o primeiro semestre de 2017 e início do segundo, com duas
turmas da 3º série do Ensino Médio, totalizando 70 alunos.
As atividades propostas na unidade foram realizadas em 34 horas/aulas e
ocorreram durante as aulas de química, no período matutino, e algumas no contra
turno, de acordo com as adequações das atividades do projeto às atividades
programadas pela escola, disponibilidade da empresa para visita técnica e de outras
pessoas envolvidas.
A elaboração da proposta didática foi feita a partir da análise dos interesses
apresentados pelos alunos ao tema plástico. Para isso, no segundo semestre de 2016,
foi solicitado aos alunos que cursavam a 2ª série do Ensino Médio4 a produção
individual de um texto onde deveriam escrever sobre o que gostariam de saber ou
perguntar sobre o tema. Os alunos revelaram interesse pelo plástico por ser um
material importante à sociedade, assim como demonstraram curiosidade em
compreender os impactos que o mesmo pode causar ao ambiente, como ilustramos a
seguir:
“O plástico é um material bem interessante e importante, justamente por ser reciclável e tão presente em nossas vidas” “Tenho vontade de saber como o plástico é feito, seu princípio, como é reciclado[...]” “Gostaria de aprender mais sobre a composição dos plásticos, forma de amenizar seu impacto no ambiente, como podemos reciclar, como podemos fazer melhor uso dele” “Gostaria de entender como o plástico se degrada e o por que sua degradação é um processo longo e demorado, o que faz com que ele tenha esse longo processo” “Quero saber qual o dano que o plástico causa ao meio ambiente” “A maioria da poluição do meio ambiente é causada pelo plástico, mas o maior problema é o modo de como as pessoas a utilizam, pois tem alguns benefícios (reciclagem e malefícios (poluição)” “Para mim o plástico é um material e é interessante saber sobre esse conteúdo [...]”
Os dados obtidos da consulta feita aos alunos foram analisados e utilizados
para planejar as atividades da unidade didática que foi organizada em cinco etapas,
conforme apresentado no quadro 1.
Quadro 1: Principais atividades desenvolvidas na proposta pedagógica5: Principais atividades Conteúdos associados
Etapa I - Problematização inicial: Consumo e descarte de produtos (06horas/aula)
- Debate a partir da exposição de imagens de lixo descartado inadequadamente. - Reflexão por meio de questões respondidas individualmente sobre o documentário A história das coisas, que retrata as consequências que o consumo desenfreado provoca no meio ambiente. - Discussão sobre o vídeo Um oceano de plástico - a sujeira se acumula no pacífico.
- Substâncias e materiais.
Etapa II - Relações entre a química orgânica e a química dos plásticos (08horas/aula)
- Análise do código de reciclagem presente nas embalagens de plásticos trazidas pelos alunos.
- Densidade e ponto de fusão. - Caráter ácido ou básico: pH. - Características gerais dos compostos orgânicos.
4 Alunos esses que estariam na 3ª série no momento da aplicação das atividades, ou seja, I semestre de 2017. 5 A proposta didático-pedagógica pode ser acessada na íntegra no endereço: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=616
- Experimentos práticos (embranquecimento, dureza, queima, pH, inflamabilidade) realizados em laboratório com as embalagens analisadas. - Introdução de conceitos da química orgânica, como as fórmulas estruturais, cadeias carbônicas, grupo funcional e nomenclatura dos monômeros em estudo. - Análise do código de reciclagem presente nas embalagens de plásticos.
- Fórmulas estruturais e moleculares.
Etapa III - Ciclo do plástico: da produção ao descarte (12 horas/aula)
- Atividade Cooperativa. - Experiências:
a) Densidade dos polímeros mais comuns; b) Solubilidade do poliestireno em diferentes solventes; c) Produzindo um polímero (ureia-formaldeído); d) Produzindo um polímero (biopolímero de amido).
- Palestra sobre polímeros sintéticos.
- Petróleo: refino, indústria petroquímica e impactos ambientais. - Evidência de transformação química. - Interação intermolecular. - Funções orgânicas. - Polímeros sintéticos. - Reações de adição e condensação.
Etapa IV - Visita técnica (4 horas/aula)
- Visita guiada à empresa Skintech Tecnologia, onde foram desenvolvidas as seguintes atividades: palestra sobre o ramo de atuação da empresa e sobre os plásticos; observação dos departamentos da empresa, dos maquinários, do laboratório de pesquisa, controle de qualidade e dos mostruários de embalagens em degradação por meio de um painel de simulação (processo de degradação dos plásticos com aditivo). - Socialização em sala de aula sobre os pontos mais relevantes da visita, tais como: os objetivos da incubadora tecnológica e a diferença entre os produtos produzidos a partir do plástico convencional sem aditivos em relação ao plástico produzido com aditivos.
- Métodos de disposição do lixo. - Reaproveitamento do lixo: compostagem. - Plásticos: oxibiodegradável, biodegradável, biopolímero e verde.
Etapa V – Atividade de fechamento (4 horas/aula)
-Debate comparando os resultados da etapa II às amostras dos pellets. -Produção de painéis para exposição das principais informações sobre os polímeros. - Escrita de um e-mail destinado a uma autoridade política, fazendo uma síntese sobre o tema “Plástico: uso e descarte”, destacando problemas e sugerindo alternativas para serem empregadas no município em relação à diminuição do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado dos plásticos.
- Retomada dos principais conteúdos sobre características gerais dos compostos orgânicos e polímeros sintéticos.
Etapa I
Foi desenvolvida a problematização inicial sobre o consumo e descarte
inadequado de produtos, por meio da análise de uma sequência de imagens de
descarte de materiais em diferentes pontos da cidade de Maringá-PR.
Outra atividade de destaque nessa etapa foi a exibição de um documentário
intitulado “História das Coisas”, com o objetivo principal de promover a reflexão sobre
o processo de extração, produção e descarte de alguns produtos à base de plástico.
A problematização do vídeo foi por meio de questões que foram apresentadas para
nortear a discussão sobre a análise do documentário.
Etapa II
Foram desenvolvidas atividades para identificar os conhecimentos prévios dos
alunos a respeito da classificação de materiais orgânicos e inorgânicos e para
compreensão de algumas propriedades dos plásticos, com o objetivo de despertar o
interesse dos alunos para a investigação dos diferentes tipos de plásticos. Para isso,
na primeira atividade, os alunos responderam, individualmente, um questionário sobre
o destino do lixo produzido e as formas de classificação dos resíduos.
Na atividade seguinte, os alunos levaram diferentes embalagens para a sala de
aula com o propósito de identificar os variados tipos de plásticos a partir dos códigos
de reciclagem. Para isso, os mesmos receberam um roteiro com a indicação dos
códigos dos diferentes tipos de plásticos e fizeram experimentos com as embalagens
para observarem as principais características das propriedades físicas e químicas,
como: embranquecimento, dureza, queima, pH e inflamabilidade.
Os dados foram organizados em uma tabela e analisados em grupo por meio
de questões problematizadoras, por exemplo:
1. Comparando os resultados obtidos nos diferentes testes, pode se afirmar
que os diferentes tipos de plásticos possuem as mesmas propriedades?
Explique.
2. Quais plásticos, após a queima, provocaram mudança na cor do papel de
tornassol? O resultado indicou caráter ácido ou básico? Como é possível
explicar tais resultados?
3. O que explica o diferente comportamento dos plásticos?
Etapa III
Foi realizada a atividade cooperativa, que se configurou no ponto central para
onde todas as demais atividades convergiram. Isso porque, foi a partir dessa
atividade, que os conteúdos específicos de polímeros puderam ser trabalhados de
forma a promover a autonomia dos alunos acerca do seu aprendizado, a partir da
perspectiva de abordagem CTSA. Como destaque, vamos detalhar os principais
aspectos metodológicos da atividade cooperativa realizada de acordo com o método
Jigsaw6.
6 FATARELI, E.F. et al. Método Cooperativo de Aprendizagem Jigsaw no Ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, V32, no3, 2010.
O método Jigsaw foi desenvolvido por Aronson e Cols (1978) e caracteriza-se
por um conjunto de procedimentos específicos, especialmente adequados ao
desenvolvimento de competências cognitivas. Esse método é conhecido por seu
potencial em promover o trabalho em grupo e sua organização se faz da seguinte
maneira: primeiramente são formados os grupos de base, sendo que cada membro
toma conhecimento do papel que irá exercer. Depois, os alunos dos grupos de base,
são divididos para formar os grupos de especialistas para estudar os subtemas
apresentados. Por fim, após a discussão dos subtemas nos grupos de especialistas,
cada aluno retorna ao seu grupo de base e apresenta o que aprendeu sobre seu
subtema aos outros membros do seu grupo.
Na proposta didática, a atividade cooperativa foi desenvolvida com o objetivo
de promover a compreensão do ciclo do plástico de acordo com os passos sugeridos
pelo método Jigsaw.
Primeiramente houve a formação dos grupos de base e a designação dos
papéis (mediador, porta voz, redator, relator 1 e relator 2), a apresentação de algumas
das questões elaboradas pelos alunos no ano de 2016, tais como: Como os plásticos
são produzidos? Qual a composição química dos plásticos? É possível reciclar
plásticos? Qual a relação dos plásticos com a química? Por que alguns plásticos são
flexíveis e outros mais resistentes? Quanto tempo leva para o plástico se decompor
na natureza? Os plásticos causam problemas ambientais?
Em seguida, ocorreu a divisão dos cinco grupos de especialistas. Cada um
estudou um subtema específico, formados a partir das perguntas formuladas pelos
alunos em 2016, respectivamente: refinaria; polímeros; propriedades dos polímeros;
reações de polimerização e impactos ambientais. As atividades realizadas em cada
grupo de especialistas foram orientadas por meio do material bibliográfico e outras
atividades disponibilizadas pela professora, como:
✓ Atividades experimentais: densidade e solubilidade dos polímeros, produção
do polímero, ureia-formaldeído e biopolímero de acordo com os conteúdos
específicos de cada grupo de especialistas;
✓ Participação em palestra do Prof. Dr. Eduardo Radovanovic – Departamento
de Química – UEM, que destacou os conteúdos específicos sobre polímeros
sintéticos elencados para 3ª série do Ensino Médio, subsidiando o
aprofundamento dos conceitos químicos e esclarecimento de dúvidas
apresentadas nos grupos de especialistas.
A avaliação sobre o processo de aprendizagem dos alunos nas atividades foi
feita por meio da análise da produção textual que cada grupo de especialista
elaborava a cada duas aulas, descrevendo o andamento do trabalho, as dúvidas e
problemas levantados pelo grupo.
Após a discussão dos subtemas nos grupos de especialistas, os alunos
retornaram aos grupos de base e apresentaram aos outros membros do grupo o que
aprenderam sobre o subtema específico que estudaram.
Em seguida, ocorreu a exposição de todos os especialistas nos seus grupos de
base, sob o comando do mediador, os alunos discutiram os subtemas e os relatores
de cada grupo de base apresentaram, oralmente, as conclusões do seu grupo ao
professor e aos demais alunos.
Os alunos responderam as mesmas questões apresentadas nos grupos de
base, no início e no final da atividade cooperativa. As respostas foram comparadas
com o objetivo de avaliar o processo de significação dos alunos à temática do plástico,
conforme apresentado no quadro 2.
Foi feito também um questionário para os alunos avaliarem as aulas
desenvolvidas de acordo com o método Jigsaw, conforme as proposições sugeridas
por Fatareli et al, (2010).
1. Eu pude trabalhar com mais independência no formato atividade cooperativa
(grupo de especialista) do que faço normalmente nas aulas expositivas.
2. Estudei com mais interesse na atividade cooperativa do que costumo trabalhar
nas aulas do dia a dia.
3. Eu aprendi mais em meu grupo de especialistas do que com meus colegas em
grupos de base.
4. Prefiro quando o professor explica o assunto ou quando tenho que trabalhar
em grupos.
5. Destaque os pontos positivos e negativos que você considera da atividade
cooperativa.
Etapa IV
Como o objetivo de compreender as relações entre os conhecimentos teóricos,
as aplicações tecnológicas inerentes aos plásticos e as consequências sociais e
ambientais do uso desse material, foi proposta uma visita à empresa SKINTECH
TECNOLOGIA do ramo de tecnologia Oxi-Biodegradável. Para isso, previamente, os
alunos discutiram um roteiro elaborado para auxiliar na percepção dos aspectos
relacionados às discussões promovidas em sala de aula com destaque as diferenças
entre o plástico convencional sem aditivos e o plástico produzido com aditivo.
Etapa V
Nessa etapa foi desenvolvida uma atividade com diferentes amostras dos
pellets de plásticos considerados mais comuns com o objetivo principal de
compreender aspectos que relacionam os plásticos aos conceitos de: cadeias
carbônicas, funções orgânicas, nomenclatura e as reações de polimerização.
Por fim, foi solicitado a cada aluno que escrevesse um e-mail destinado a uma
autoridade política, destacando problemas e sugerindo alternativas para serem
empregadas no município com o objetivo de diminuir os impactos ambientais
causados pelo descarte inadequado dos materiais plásticos.
Cabe destacar que no decorrer do desenvolvimento da proposta didática, foram
utilizados diferentes instrumentos, tais como: questionários, observação dos
participantes nas atividades em sala de aula, registros das diferentes atividades
desenvolvidas pelos alunos, questionamentos durante as aulas, análise das respostas
apresentadas nas diferentes atividades, avaliação descritiva diagnóstica e diário de
bordo da professora.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão apresentados com o objetivo de destacar aspectos que
permitam avaliar o potencial da proposta didática desenvolvida na 3ª série do ensino
médio, na perspectiva de promover a aprendizagem de conceitos de química orgânica
necessário para o entendimento do tema plástico, tanto do ponto de vista científico
como questões pertinentes às relações do tema com a sociedade e as questões
ambientais, perfazendo uma abordagem envolvendo as relações CTSA e
possibilitando a formação de cidadãos mais críticos e participativos.
Conforme já discutimos, a proposta envolveu uma diversidade de estratégias
de ensino que tiveram como principal intenção a mediação do professor e a
participação cognitivamente ativa do aluno no processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, foi necessário promover situações que privilegiassem o discurso
dialógico entre professor, alunos e objetos de conhecimento, utilizando para isso:
debates, situações problemas, experimentação problematizadora, leitura de textos,
entrevistas, visitas técnicas, palestras, entre outros, ao longo das etapas que serão
detalhadas na sequência.
Na primeira etapa, após a reflexão sobre as cenas exibidas por meio das fotos,
foram apresentadas questões para o debate, como por exemplo: Se estão
acostumados a se depararem com descarte inadequado de lixo pelas ruas? Se
poderiam identificar os materiais apresentados nas imagens? Se sabiam dizer qual o
destino dos materiais observados e se isso pode causar algum tipo de impacto para o
ambiente e sociedade? Abaixo destacamos algumas respostas dos alunos:
A1: “Já estou acostumada a me deparar com garrafas pets, lixo, móveis, sacolinhas plásticas, etc, em lugares como: ruas, terrenos abandonados, parques. Nas imagens podemos observar enormes quantidades de garrafas pets, sacolas plásticas, algumas pessoas jogam por não haver lixeiras por perto, por não ter senso de sustentabilidade, outras por não querer carregar lixo e descartam em locais inadequados...” A2: “O lixo descartado em vias públicas, quando chove causa enchentes pois entope a canalização do esgoto” B1: “Geralmente encontro objetos jogados nas ruas, terrenos baldios, ruas sem saída, também vejo descarte de lixo em beira dos córregos” B2: “...o plástico é um material muito utilizado em embalagens e muito consumido, é barato e de fácil fabricação. Esses fatores dão consequências como o acúmulo dos plásticos na natureza” B3: “...Penso que seja porque as pessoas ainda não se conscientizaram de entregar à separação do lixo e acabam descartando nas ruas”
As respostas dos alunos revelam que a maioria demonstra indignação com as
cenas observadas, porém não se incluem como responsáveis pela situação,
destacando ser de outras pessoas a responsabilidade pelo problema apresentado.
Por exemplo, alguns atribuem a culpa ao poder público, devido à falta de coleta
seletiva mais efetiva, uma vez que, mesmo havendo o serviço em nossa cidade,
alguns alunos disseram desconhecê-lo. Com isso, surgiu a necessidade de realizar
uma pesquisa para verificar os dias em que o caminhão da coleta seletiva passa no
bairro em que o aluno mora.
Desse modo, a problematização a partir de um tema social dentro do cotidiano
dos alunos sustenta os principais objetivos da educação CTSA como ressaltam
Santos e Mortimer (2002), uma vez que tal abordagem capacita o aluno a desenvolver
valores vinculados aos interesses coletivos, necessários para que sejam
comprometidos com a sociedade, onde a utilização de produtos e do consumo em
geral leve em conta não apenas a eficiência e o valor econômico da mercadoria, mas
também o modo de produção e as implicações na sociedade.
Sobre as discussões oriundas da exibição do documentário “História das
Coisas”, foi possível notar que a maioria dos alunos não estava preocupada com o
ciclo dos produtos que adquirem no dia a dia, isto é, os alunos desconheciam as
etapas de extração, produção e descarte dos produtos.
Embora alguns estudantes afirmassem ter certa preocupação sobre o assunto,
isso não fazia com que alguns, de fato, levassem em consideração em suas práticas
e escolhas do cotidiano. Já outros, destacam que o documentário proporcionou
situações de reflexão para repensar o consumo exacerbado e a medida de ações
sustentáveis, conforme ilustramos a seguir:
A3: “Creio que devemos sim nos preocupar com o processo de produção e descarte das coisas no dia a dia, pois se este processo for efetuado de maneira imprudente pode desencadear em uma degradação tanto na saúde humana quanto na do meio ambiente” A4: “[..] pois nos deixamos levar pelo consumismo, compramos tudo o que nos agrada pela aparência do objeto, e não de como ele foi produzido e o que vai acontecer depois que descartamos [...]” A5: “[...] devemos saber o que realmente precisamos antes de comprar, evitando a acumulação” B4: “O documentário me serviu justamente para pensar de onde vem as coisas que compramos. [...] Devemos refletir de como é feito e porque compramos, lembrar que existem processos que aceleram ou deixam mais barato a produção, mas que podem afetar a saúde das pessoas” B5: “Eu não me importo com o processo de extração, nunca paro o meu dia para observar as coisas que consumo [...]”
Os resultados apresentados sobre o conhecimento prévio dos alunos a respeito
do tema plástico revelam que, embora os alunos percebam que o consumo
exacerbado e o descarte inadequado do lixo causam impactos ambientais e sociais,
entendemos que as visões dos alunos precisam ser problematizadas no sentido de
ampliar os conhecimentos para uma visão mais crítica e embasada em conhecimentos
científicos de forma a permitir a compreensão sobre a necessidade do
comprometimento pessoal com os problemas ambientais.
Na segunda etapa, a análise das respostas ao questionário inicial revela que a
maioria dos alunos, entende “orgânico” apenas como os materiais de origem animal
ou vegetal, como sobras de alimentos, não associando o termo a constituição química,
conforme ilustramos com alguns exemplos de respostas:
A6: “Orgânico são de coisas que não reutilizamos” A7: “Orgânico são materiais de origem natural (plantas)”
A8: “Orgânico são materiais de origem de um ser vivo” B6: “Orgânico demora menos para se decompor e dependendo serve de adubo”
As respostas mostram que os alunos, apesar de estarem na etapa final da
Educação Básica, ainda apresentam uma visão simplista sobre o termo orgânico,
indicando a necessidade de problematizar o conceito e desenvolver atividades para
ampliar a compreensão formal do termo “orgânico”, conforme planejado na sequência
da proposta didática. Também corrobora a importância de dar voz aos alunos no
processo de ensino e aprendizagem, certamente, em aulas tradicionais de química
orgânica, não seria possível saber que os alunos apresentam tais concepções.
A proposta didática também mostra a importância das atividades experimentais
problematizadoras, no sentido de promover discussões a respeito de conceitos
químicos a partir das observações experimentais, buscando dar sentido aos conceitos
e ao tema abordado, conforme indica os resultados obtidos com a atividade sobre as
propriedades dos plásticos.
Realizar atividades no laboratório com a orientação do professor e a partir de
materiais que já estão presentes no dia a dia é uma forma de valorizar a participação
ativa dos alunos, viabilizar o levantamento de hipóteses, gerar a capacidade
argumentativa e inferir conclusões sobre os problemas científicos (SUART;
MARCONDES, 2008). Ao encontro de tais concepções, notou-se que os alunos
participaram ativamente, demonstraram interesse e curiosidade para responder as
questões envolvidas nos fenômenos observados, coletaram dados, interpretaram,
conforme pode ser observado nos relatos de alunos durante e após a atividade, os
quais realçam a importância de atividades experimentais:
B7: “Os experimentos foram o que eu mais gostei de realizar e o que mais me fez interessar a entender sobre as diferenças entre os plásticos” A9: “Por que a chama do PVC ficou verde?” A10: “Por que alguns queimam, apresentando uma chama amarela escura com mais fuligem e outros não?”
Destaca-se a importância de relacionar os conteúdos teóricos com atividades
práticas que levem o aluno a perceber a presença dos conceitos da química em seu
cotidiano. A atividade de análise serviu de ponte para estabelecer uma relação entre
os resultados obtidos na prática com conceitos específicos de química orgânica como:
fórmulas estruturais, cadeias carbônicas, grupos funcionais, por meio de aulas
dialógicas, em que houve a participação dos alunos de forma coletiva e a exposição
de suas dúvidas e curiosidades.
A abordagem CTSA estabelece que o aluno seja protagonista de seu
aprendizado. Diante disso, considera-se que a atividade cooperativa, como proposta
em Oliveira et al. (2015) é um meio possível para desenvolver esse protagonismo,
uma vez que, em grupo, os alunos podem ter um maior envolvimento com as
atividades, discutir e compartilhar com os colegas as dúvidas e descobertas
alcançadas.
O método Jigsaw utilizado como modelo da organização do trabalho
cooperativo, especificamente na terceira etapa da proposta, possibilitou uma forma
mais organizada de trabalho em grupo, uma vez que os integrantes atuaram com
funções específicas e tiveram responsabilidade com a própria aprendizagem e com a
dos demais colegas, desenvolvendo valores como o respeito às opiniões e o trabalho
em equipe. Assim como, oportunizou o aperfeiçoamento de habilidades, tais como:
fala, escrita, organização de ideias, confronto de opiniões.
De acordo com a diversidade de interesses presentes nas dúvidas e
curiosidades apresentadas pelos alunos no ano de 2016, quando estavam no segundo
ano do ensino médio, a utilização de várias opções de estratégias de ensino e
aprendizagem, possibilitou a investigação sobre os plásticos e suas propriedades e
despertou nos alunos o interesse em aprender.
Destacam-se entre as atividades, a realização de experimentos e a palestra
com especialista da universidade ocorrida no salão de reuniões do colégio,
possibilitando espaços de debates e posicionamento dos alunos. Ao contrário do que
acontece em uma aula tradicional, tais atividades possibilitaram que os alunos
levantassem hipóteses, testassem suas ideias, argumentassem e demonstrassem
interesse pela busca de respostas ao surgimento de dúvidas ao longo das atividades
propostas.
Ainda nesse sentido, foi possível perceber que o engajamento dos alunos, tanto
em relação à busca de respostas para suas dúvidas quanto o auxílio aos colegas,
visto que as atividades foram realizadas em grupos, facilitou que os mesmos
compreendessem melhor a composição química e as propriedades dos plásticos,
além de refletirem sobre a produção, consumo, descarte, os impactos ambientais e
propostas que tornem o ciclo do plástico sustentável.
Para expressar o alcance dos objetivos da atividade cooperativa, foi feita a
comparação das respostas pré-atividade e pós-atividade nos grupos de base. Os
resultados demostram a evolução do entendimento dos alunos sobre o tema conforme
apresentamos no quadro 2.
Quadro 2: Comparação entre as respostas dos alunos pré-atividade cooperativa e
pós-atividade cooperativa:
RESPOSTA ANTES DA ATIVIDADE RESPOSTA DEPOIS DA ATIVIDADE
Como os plásticos são produzidos?
A11: “Imagino que igual a um vidro, deve ser
retirado da natureza e misturado com outros
compostos químicos [...]”
A12: “Vem de indústrias, refinado talvez, não sei
muito”
B8: “Resíduos de petróleo”
B9: “Não sei”
A11: “É obtido da nafta, que também é derivada
do petróleo. Interessante ressaltar que todo
plástico é um polímero, ou seja, monômeros que
ligados por ligação covalente formam uma
macromolécula, porém nem todo polímero é um
plástico.”
A12: “A principal matéria prima é o petróleo, o
plástico é um polímero constituído por
macromoléculas, onde são formados por
monômeros (moléculas menores), através de
processos como adição e condensação.”
B8: “É obtido através da extração do petróleo,
que em seguida passa para refinaria, onde
ocorre a separação da nafta. Da nafta, os
monômeros são utilizados nas petroquímicas
para a produção do plástico.”
B9: “Feitos de matérias primas como o carvão
mineral e o petróleo.”
Por que alguns plásticos são flexíveis e outros mais resistentes?
A13: “Acho que devido a sua composição”
B10: “Por causa que cada polímero pode ter
propriedades diferentes.”
B11: “Porque alguns compostos são
acrescentados em sua composição.”
A13: “A organização e as interações moleculares
determinam se o plástico será flexível ou não.
Quando a cadeia de polímeros se organiza de
forma linear, podendo apresentar ramificações,
são flexíveis; já os resistentes são formados por
cadeias tridimensionais.”
B10: “Por causa de sua organização estrutural
(arranjo das cadeias carbônicas) que conferem
resistência.”
B11: ‘Alguns são mais resistentes que outros por
conta dos tipos de cadeias e pela quantidade de
monômeros.”
Pode-se inferir que as respostas apresentadas pelos mesmos alunos após as
atividades vinculadas ao trabalho cooperativo, indicam que a argumentação dos
alunos incorporou aspectos mais formais do ponto de vista científico, ou seja, uma
argumentação centrada nos conteúdos de química orgânica. Incialmente
predominavam respostas simples, curtas, sem explicações e após a utilização das
estratégias propostas, os alunos passaram a utilizar respostas com maior
compreensão sobre o tema e com argumentação fundamentada nos conceitos
adquiridos. Essas evidências estão em consonância com Pinheiro, Silveira e Bazzo
(2007), os quais assinalam que o enfoque CTS possibilita que:
[...] Professores e alunos passam a descobrir, a pesquisar juntos, a construir e/ou produzir o conhecimento científico, que deixa de ser algo sagrado e inviolável. Ao contrário, está sujeito a críticas e a reformulações, como mostra a própria história de sua produção. Dessa forma, aluno e professor reconstroem a estrutura do conhecimento. Em nível de prática pedagógica, isso significa romper com a concepção tradicional que predomina na escola e promover uma nova forma de entender a produção do saber [...] (PINHEIRO; SILVEIRA; BAZZO, 2007, p. 77).
Além do avanço na compreensão dos conceitos químicos sobre o assunto, a
análise do questionário de avaliação de aulas no formato Jigsaw, mostra que a maioria
dos alunos considerou interessante o método, principalmente pela forma de divisão
dos grupos, como ilustramos a seguir:
A14:“Eu pude trabalhar com mais independência, pois eu mesmo me obriguei a estudar mais e aprofundar meus conhecimentos do assunto. Sempre tenho interesse nas atividades da disciplina, mas essa foi diferenciada e uniu vários conhecimentos, sendo essencial para um bom aprendizado [...]” A15: “No formato cooperativo mesmo havendo distração em alguns momentos, porém foi uma forma muito boa para se aprender o conteúdo, tive mais interesse em aprender.” B12: “O trabalho em grupo foi muito interessante pelo fato de que eu mesma aprendi muito mais expondo e vendo opiniões, desenvolvendo uma aprendizagem muito interessante.” B13: “Foi muito interessante fazermos o trabalho em grupo, sendo que como ponto positivo das atividades temos independência e compartilhamos o conhecimento entre os grupos. Como ponto negativo teve gente que não conseguiu explicar tudo, porém depois quando a professora explicou, ficou claro para mim” B14: “A exposição de ideias em um grupo faz com que você aprenda e que tenha mais vontade para demonstrar para os colegas o que sabe, assim os dois crescem. Parecia que dava mais vontade de aprender porque todos ouviam e compartilhavam suas ideias [...]”
Os alunos argumentam que a troca de ideias nos grupos, o compartilhamento
e a autonomia, possibilitaram o aumento do interesse e a vontade de aprender,
corroborando a importância do diálogo e da construção coletiva de significados no
processo de ensino e aprendizagem como forma de romper com a concepção de
ensino por transmissão.
É importante salientar que a escolha da estratégia por temática foi utilizada para
trabalhar os conteúdos de química orgânica, especificamente, os polímeros sintéticos.
Entretanto, durante os estudos no grupo de trabalho GTR7, apesar de os professores
participantes considerarem relevantes e atuais a temática, houve questionamentos
relacionados à redução dos conteúdos específicos em decorrência da necessidade
de um tempo maior para contemplar os aspectos sociais, ambientais e éticos.
No entanto, entendemos que parar fomentar a formação de cidadãos mais
críticos é necessário planejar atividades intencionais no sentido de promover valores
e atitudes. Dessa forma, a dinâmica utilizada durante as aulas permitiu que não
ocorresse apenas o repasse dos conteúdos, mas foi ampliado o espaço dado para a
contribuição dos alunos no desenvolvimento das aulas, por meio de problematizações,
questões reflexivas, debates, socialização e síntese. Vale enfatizar também, que os
conteúdos de química estiveram presentes no planejamento das atividades, porém
não se restringiram apenas aos conceitos químicos, mas foram fundamentais para
desenvolvimento de um ensino que venha a contribuir para a formação de um aluno
que participe das decisões na sociedade de maneira responsável.
Conforme Marcondes et al. (2015) afirmam, muitas vezes os estudantes
passam um ano inteiro treinando aplicação de inúmeras regras para classificar,
nomear e formular compostos orgânicos com pouquíssimos momentos de reflexão
sobre conteúdos, de fato relevantes para cidadania, ou para o desenvolvimento da
capacidade de interpretar o mundo físico presente no seu cotidiano e na mídia. Nesse
sentido, a atividade cooperativa ofereceu aos estudantes a possibilidade de exercer
sua cidadania utilizando, também, conhecimentos construídos na escola. Os
polímeros sintéticos, neste caso, foram favoráveis para a contextualização e
abordagem CTSA no ensino de Química orgânica.
Na quarta etapa, foi possível retomar as discussões sobre os impactos
ambientais abordados nos grupos de especialistas, durante a atividade cooperativa.
O trabalho de campo realizado por meio da visita técnica possibilitou a interação dos
alunos com profissionais da indústria, permitindo a compreensão sobre as diferenças
entre plástico biodegradável, oxi-biodegradável e verde em relação ao plástico
convencional, especialmente, durante a observação de um painel de simulação,
7 O GTR se constitui em uma atividade do programa de interação a distância entre o professor PDE e os demais professores da rede pública de ensino. O GTR visa a oportunizar mais um espaço de estudo, discussão e colaboração sobre as produções efetuadas pelo professor PDE.
sendo que os alunos ficaram entusiasmados ao perceberem o processo de
degradação dos plásticos com aditivo.
Apesar de os alunos entenderem as diferenças entre os plásticos citados, foi
notado a partir da socialização dos relatos orais em sala de aula após a visita e das
respostas escritas das questões do roteiro, que também foi possível ampliar as
relações entre a tecnologia e as implicações socioambientais, como podemos ilustrar
nas descrições dos relatos abaixo:
A16: “O processo de degradação do plástico oxi-biodegradável é mais rápido que a do
plástico comum, porém o plástico aditivado não é uma solução ambiental para o plástico[...]”. A17: “Os plásticos verdes já têm existência em embalagens de produtos disponíveis
no mercado, é feito a partir da cana-de-açúcar, que é matéria prima renovável, ao contrário do petróleo. Mesmo assim, ele possui tempo de degradação igual à do plástico comum, causando diversos problemas nas cidades e na natureza, além disso ele é mais caro para ser produzido.”
B15: “Achei uma experiência incrível. Aprendi coisas que estão no meu cotidiano que antes nem imaginava que existia e não dava atenção e agora, não sei olhar para algumas coisas e não lembrar de sua matéria-prima, seu tipo, onde e como foi produzida.”
B16: “Após a visita, pude entender a simbologia presentes na embalagem de refrigerante como a mensagem “I´m green”. Antes eu achava que era um plástico que causava menos poluição a natureza e depois das explicações dos códigos dos plásticos percebi que a matéria-prima é diferente, mas os efeitos no ambiente são semelhantes aos de fonte não-renovável.”
B17: “Depois que realizei a visita, passei a pensar sobre as coisas que compro e como são feitas. Acho que vou rever sobre minhas atitudes de consumidor e levar os conhecimentos adquiridos a meus familiares”.
Dessa maneira, os alunos demonstraram reconhecer a necessidade de
mudanças relacionadas a responsabilidade no modo de consumo e utilização dos
plásticos.
Na última etapa, os alunos escreveram um e-mail direcionado para uma
autoridade política, visando verificar como os alunos se posicionaram a partir dos
conhecimentos adquiridos, propondo práticas de responsabilidade social quanto ao
uso sustentável desses materiais. Serão evidenciados trechos de alguns e-mails que
foram enviados para as autoridades políticas:
A18: “[..] o consumo do plástico é muito displicente e devemos conscientizar mais a população. Para isso, acredito que programas educacionais em escolas ou por meios de comunicação ajudaria a criar uma consciência maior e estimular o uso e descarte responsável. [...]” A19: “Diminuir o volume do lixo é uma necessidade cada vez mais urgente, e o processo começa com as escolhas que cada um faz [...] O governo pode contribuir aumentando a coleta seletiva na cidade. Eu como estudante, estudo muito sobre o prejuízo que resíduos causam
na cidade. Além disso, algumas campanhas do governo podem incentivar a população com sacolas retornáveis, diminuição do lixo doméstico e muitas outras coisas que podem ajudar.” B18: “[...] O plástico é um polímero obtido por meio de uma reação chamada de polimerização onde vários monômeros se “juntam” para formar o plástico. O problema é que esse monômeros obtidos a partir da nafta, fração do petróleo. Deste modo, os polímeros obtidos possuem ligações muito resistentes que demoram centenas de anos para se desfazerem. Sendo assim, sugiro que, buscando garantir uma melhor condição ecológica para nossa cidade, na posição de prefeito, promova campanhas de conscientização contra o descarte incorreto do plástico, incentivando a população a ajudar na reciclagem. Outra forma de proteger o nosso meio-ambiente é incentivar o uso de alternativas para o plástico convencional como sacolas de pano ou biodegradáveis. [...]” B19: “[...] em alguns bairros da cidade a coleta de lixo se mostra insuficiente e precária. O acumulo de lixo causa diversos danos na infraestrutura e na saúde da população. Então, pelos problemas indicados é inevitável que medidas públicas não sejam tomadas a favor do bem estar social. Peço aos senhores vereadores medidas para um melhor destino para o lixo, a fim de incentivar a reciclagem do material. Um plástico dependendo da sua composição pode demorar entre 100 e 450 anos para se decompor, causando enchentes e poluição [...]”
A análise de parte dos e-mails mostra que a abordagem CTSA favoreceu o
desenvolvimento de valores vinculados aos interesses coletivos, necessários para que
os alunos sejam comprometidos com a sociedade e utilizem conhecimentos científicos
para tomadas de decisões mais conscientes sobre questões ambientais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diversas atividades e estratégias de ensino e aprendizagem propiciaram a
contextualização do conteúdo químico e a progressão do entendimento sobre o que
são os plásticos, quando foram desenvolvidos, suas propriedades e a busca
permanente por informações para aprofundamento do tema. Desta forma, por meio
dos conceitos científicos os alunos puderam pensar em como transformar a sociedade
em que vivem, permitindo uma formação para agirem de modo responsável em suas
decisões e serem cidadãos atuantes dentro do contexto ambiental e social.
Diante dos resultados expostos, destaca-se a importância de inserir nas aulas
de química questões problematizadoras com o intuito de aumentar a curiosidade e o
interesse de aprender dos estudantes. Assim, os conceitos químicos deixam de
valorizar a memorização e passam a fazer sentido dentro do contexto do estudante
por meio da construção dos conhecimentos, além de tornar os alunos protagonistas
do processo de ensino e aprendizagem.
Dentro das necessidades de mudança no ensino de química, o trabalho indica
ser viável propor mudanças e inovações na prática docente do professor, desde que
seja possível reflexões críticas sobre a prática pedagógica e formação continuada do
professor. Apesar dos contratempos, como interrupção da sequência das etapas,
organização do espaço e tempo da escola, os pontos positivos superaram os
limitantes no sentido de alcançar os objetivos em promover um ensino de química que
contribui para a formação cidadã.
O projeto oportunizou situações para o desenvolvimento de estratégias,
trazendo contribuições significativas para o aperfeiçoamento da prática pedagógica.
Para isso, houve mudanças na dinâmica das aulas de química, as quais permitiram
uma abordagem diferenciada dos conteúdos por meio de problematizações,
concessão do devido tempo e espaço para os alunos responderem os
questionamentos, formação de grupos, debates, entrevistas, palestra, elaboração de
painel e visita técnica. Nessa perspectiva, a produção do trabalho possibilitou maior
reflexão crítica por parte da professora pesquisadora sobre sua prática pedagógica,
para que, diante dos desafios apresentados no contexto escolar, possa adotar
encaminhamentos metodológicos nas aulas, por meio de uma abordagem de ensino
com enfoque CTSA.
A proposta permitiu que os alunos exercessem um papel ativo e de autonomia
desde o início da implementação das atividades. Ao mesmo tempo, despertou maior
envolvimento e mais interesse para a construção dos conhecimentos a serem
trabalhados nas aulas, sendo que participaram dos debates, expuseram suas
opiniões, dúvidas e ideias, se engajaram de modo mais participativo, em
contraposição ao que acontece em uma aula com metodologia predominantemente
expositiva. Desenvolveram também, a habilidade relacionada à comunicação e
interação em grupos de trabalho, como também houve o fortalecimento da relação
aluno e professor e entre os alunos.
Após a finalização da aplicação da proposta, constata-se a necessidade do
aprimoramento das atividades para que isso faça parte da rotina no cotidiano da sala
de aula. A realização do trabalho permitiu maior segurança para aperfeiçoar as
dinâmicas utilizadas e inseri-las em futuros planejamentos. Também desenvolveu
autonomia no professor para selecionar os conteúdos que rompam com a sequência
rígida utilizada para abordar os conteúdos programáticos dos livros didáticos, além de
contribuir para avanços na consolidação dos objetivos do ensino da Química das
Diretrizes Curriculares do Paraná para formar cidadãos e proporcionar
direcionamentos e abordagens da prática docente do processo ensino e
aprendizagem associadas à formação do aluno para ser capaz de refletir criticamente
sobre o meio que está inserido a partir dos conhecimentos químicos (PARANÁ, 2008).
Deve se ressaltar a necessidade de ampliação das estratégias utilizadas no
presente trabalho para além da química orgânica, no sentido de trabalhar com outras
situações e conteúdos ao longo do ano, assim como, contemplar o trabalho
interdisciplinar no ambiente escolar. Destacamos que apesar da maior necessidade
de tempo e dedicação para colocar em prática os encaminhamentos metodológicos
do conteúdo químico abordado em uma proposta temática a partir do enfoque CTSA,
esse é um dos caminhos para promover a formação de cidadãos mais críticos como
pode ser notado ao longo do trabalho.
6. REFERÊNCIAS
AULER, D; BAZZO, W. A. Reflexões para a implementação do movimento CTS no contexto educacional Brasileiro. Ciência & Educação, v. 7, n. 1, p. 1-13, 2001.
AULER, D. Interações entre Ciência-Tecnologia-Sociedade no contexto da formação de professores de ciências. Florianópolis: CED/UFSC, 2002. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica), Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
AULER, D. Enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade: Pressupostos para o contexto Brasileiro. Ciência & Educação, v. 1, n. especial, 2007.
BAZZO, W. A.; PALACIOS, E. M. G.; GALBARTE, J. C. G.; VON LINSINGEN, I.; CEREZO, J. A. L.; LUJÁN, J. L.; GODILLO, M. M.; OSORIO, C.; PEREIRA, L. T. V.; VALDÉS, C. Introdução aos estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Madri: OEI, 2003. Disponível em: www.oei.es/salactsi/Livro_CTS_OEI.pdf. Acesso em: 20 jun. 2016.
CHASSOT, A. I. Catalisando Transformações na Educação. Ijuí: Unijuí, 1993. CHASSOT, A.I. Para que(m) é útil o ensino? – 2 ed – Canoas: Ulbra,1995
FATARELI, E.F. et al. Método Cooperativo de Aprendizagem Jigsaw no Ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, V.32, no3, 2010. LEAL, M. C. Didática da Química – Fundamentos e práticas para o Ensino Médio. Belo Horizonte: Dimensão, 2009, 120p. LUTFI, M. Os ferrados e os cromados: Produção social e apropriação privada do conhecimento químico. Ijuí: Unijuí, 2005. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professor/pesquisador. Ijuí: Unijuí, 2003. MARCONDES, M. E. R.; et al. Materiais instrucionais numa perspectiva CTSA: Uma análise de unidades didáticas produzidas por professores de química em formação continuada. Investigações em Ensino de Ciências. v. 14 n. 2, p. 281-298, 2009. MARCONDES, M. E. R.; et al. Química Orgânica: Reflexões e Propostas para o seu Ensino – Bases científicas / Temas transversais – USP, 2015. Disponível em: http://gepeqiqusp.wixsite.com/gepeq/publicaes. Acesso em: 06 mai. 2016. MORTIMER, E. F.; et al. A proposta curricular de Química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova. v. 23, p. 273-283, 2000. OLIVEIRA, T. A. L.; et al. Utilização do Método Jigsaw de Aprendizagem Cooperativa para o ensino de hidrocarbonetos, a partir do tema Petróleo: uma proposta do Pibid/Química da UEM. Anais. II Seminário de Avaliação do Pibid UEM. Maringá, 2015. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Médio. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Química. Curitiba: SEED/DEM, 2008.
PINHEIRO, N. A. M.; SILVEIRA, R. M. C. F.; BAZZO, W. A.; Ciência, Tecnologia e Sociedade: a relevância do enfoque CTS para o contexto do Ensino Médio. Ciência & Educação, Bauru, v. 13, n. 1, p. 71-84, 2007. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-73132007000100005. Acesso em: 08 jul. 2016. SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Tomada de decisão para ação social responsável no ensino de ciências. Ciência & Educação, v. 7, n. 1, p. 95-111, 2001.
SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência – Tecnologia – Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 2, p. 1-23, dez 2002. Disponível em: http://ufpa.br/ensinofts/artigos2/wildsoneduardo.pdf. Acesso em: 20 jun. 2016. SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: um compromisso com a cidadania. Ijuí: Unijuí, 2003. SANTOS, W. L. P. et al. Química e sociedade: uma experiência de abordagem temática para o desenvolvimento de atitudes e valores. Química Nova na Escola. v. 20, p. 11-14, nov. 2004. SILVA, E. L. Contextualização no ensino de química: ideias e proposições de um grupo de professores. Dissertação de mestrado. Instituto de Biociências e a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 2007. SILVA, E. L.; MARCONDES, M. E. R. Visões de contextualização de professores de química na elaboração de seus próprios materiais didáticos. Revista Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 12, n. 1, 2010. Disponível em: www.fae.ufmg/cecimig. Acesso em: 15 mai. 2016. SUART, R.C., MARCONDES, M.E.R. Atividades experimentais investigativas: habilidades cognitivas manifestadas por alunos do ensino médio. Anais. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ). Curitiba, 2008.
WARTHA, E. J. e ALÁRIO, A. F. A contextualização no ensino de química através do livro didático. Química Nova na Escola, v. 22, p. 42-47, nov. 2005.