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Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

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Page 1: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano

mandou abrir todos os seus cinemas. E' um homem'

que nâo pode ver nada fechado.

ANO I

líllllfilí SOMBRA E AGUA FRESCA

ORGAO QUASE INDEPENDENTE

III

III

horizonte, 17 de fevereiro de 1952 . li NUM. 1

TAMBÉM SOMOS DA QUEBRADEIRA

Qualquer outro comentarista teria colocado no título; "Duas palavras ao leitor". Nós somos mais exatos. Aviamos logo: "duzentas e sessenta e nove palavras ao leitor". Porque BINÔMIO é um jornal deferente: sincero e honesto. O leitor, na certa, jíí ouviu o anuncio daquele dentifricio que "nflo faz milagres mas é um bom dentifricio". roís é, BINOMIÜ é assim. Nâo é independente, como dizem ser todos os nossos colegas. Mas é quase independente, como nenhum de nossos colegas consegue ser. Temos noventa e nove por cento de independência e um por cento de ligações suspeitas. O oposto exatamente do que aoontece com os nossos ilustres confrades, que têm um pror cento de independência e noventa e nove por cento de ligações mais suspeitas do que mordomo ae filme policial norte americano. Por isso nSo alrontamos o leitor com aquele cínico "orgâo independente" no cabeçalhx). Somos mais exatos. L^olocamos logo; "orgâo quase independente".

Mas há outros pontos que nos separam dos nossos quase indignos colegas. Por exemplo;

1) A direção do jornal se responsabiliza por

assina^o.'^"^ Publicada, inclusive pelos artigos 2) Devolvemos os orginais não publicados. j) Nâo aceitamos publicidade:

a) do governo do Estado b) da Prefeitura Municipal c) da Companhia Telefônica d) da Companhia Força e Luz

empresas de cinemas do Luciano

or, firma, organização ?mnrl controlar a imprensa por Intermédio da publicidade.

novenin « (honestidade, sinceridade, e fazem de independência)

ao sucesso. nós lpi,!,mnf. "lenos uma vantagem não temes concorrente na praça.

evitar possíveis dúvi-

leiíAi-f" ^ todos os nossos multo l íornal é serio, dios pessôas e episó- pre o seitSÜ' sem-

Quando há falta ile dinheiro, o povo se desespera

Mas esse é um direito que a polícia nâo pode desconhecer

Os redatores, direto- res e censores (sim, por- que os últimos nós tam bem os temos) deste jor- nal não estão de acordo com a interferência da po- lícia naquilo que o povo chama acertadamente de quebradeifa, instituição que nos últimos tempos vem adquirindo grande e crescente pupularidade ,em Belo-Horizonre. Para 'di- zer a verdade, todos nós aqui deste apreciado e discutido periódico somos inteiramente da quebra- deira. E, porque não? É êste um direito que a Constituição nos garante e pelo qual lutaremos até morrer, salve, salve. Aliás, não se compreende um país democrático onde o povo não possa, de vez em quando, sair às ruas e botar os complexos para fora, e só voltar para casa

quando estiver tudo que- brado. Por is-so mesmo me- nos ainda se compreende a atitude de nossa Asso- ciação Comercial, velho ni- cho de tubarões incorrigí- veis, protestando contra a- queles que também prati- cam tão salutar esporte. E somos capazes de jurar

que mesmo entre os ve- nerandos e espertos ele- mentos da Associação há aqueles que sabem muito bem como quebrar várias coisas, tais como /galhos", etc. etc.. Mas, como isso é assunto de família, natu- ralmente não nos interessa

^ (Concluo na S.a pAglna)

Isso é Belo lloriziiÉ;

Enquanto a população, já conformada, faz grande economia de água, gastando-a como se fAs- se dinheiro, o prefeito da cidade gasta dinlieiro como água, para que 08 jornais digam diariamente que êie está fazendo uma otima administração.

Também o governo tem

o seu binômio

£A/£fiÚM £ r/?ÂA/jpo/?r£-

Page 2: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO 17-2-52

BINÔMIO

(Org&o quase indopendenie)

Diretor respunsável:

Euro Luiz Arantes

nedaçBo;

Rua Maranhão, 1123

Sucursal no Rio :

Rua Torres Homem, 334

Um Problema vítral, o dos cigarros

americanos falsificados

BAR E CAFÉ

CAC LLA

o MAIOR

J,. ^ •

Coopere com a Campanha -de ailabetízacão de Adultos:

Precisamos introduzir liosso jornal nós .meios' pòíiticos.

Cigarros americanos e

gamelericanos

Não sabemos quais são os mais nocivos à saúde - se os cigarros americanos, ou se os gamelericanos, isto é, os cigarros americanos fabricados na Cameleira. O que sabemos é que ambos são altamente

A Soluição

:n

i

Naquela noite. Morais, já havia tomado todasj as 5 doses de "martini"' do seu programa diario.j Com muito sagrificio, Morais conseguiu che- gar em casa,^embora já

a madrugada estivesse nos seus últimos mo- ínentos. Coincidiu que

ichegava também à" por. jia de sua residência o carteiro que fazia a dis. tribuiçâo da correspon- tlência daquela rua.

i Com a euforia e o nesembaraço caracterís-

ticos dos bêbadds, 'Mo- rais pegou o ca[teiro pelo braço e a todo custo queria que ..êle entrasse"" para ,bp^b^r j — Mas não posso, dis- se'o carteiro. "

E, depois, explicando: —/Eu tenho ainda" dç entregar toda essa cor-

respondência,"'j, ,,

Morais não teve difi- culdades para resolver o, problema e atalhou: — Ora, não seja jmbe; ciU-Jogue isso no. corT reio. ■

fl J í"'. ' .t i'fil..

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'ij- ..!•

siPiiTiimii yiyiiy

RUA DA BAHIA, 878 ' •

— Pouco abaixo do "Caçula"

*• i. . . i Jl'-

• Esse espaço em branco qufe o* leitor está

vendo ai em cima^ deveria ser ocupado "por

um enorme clichê, ' ; i ^ ... , , .' Infelizmente,' porem, por um' desses cqníra-

tem^os tãb toifiuns'nos lançamentos dos gran-

'des jornais, a obra não fiçou pronta, çrjando-nos

assim, um seríssimo problema no momento da

paginação. Foi então que tivemos a idéia genial:

publicaríamos o espaço ,e a ' legenda. E cada

leitor idealizaria o desenho da forma que en-

tedesse. O espaço, portanto, é esse que está

aí em cima e a legenda a seguinte: >•

"A grande invenção: microfone com 'saco,

para aparar as batatas do Paulo Nunes Vieira

e outros locutores esportivos que andam por ai."

benéficos à saúde finan- ceira de seus fabrican- tes. i

Aliás já que estamok falando em cigarros americanos, queremos lavrar de- público o nos- so çprotesto contra a

campanha de certo jor- nal tentando desmorali: zar os fabricantes naf cionais, no caso minei: ros, dos apreciados "cigarreis" americanos.

Na verdade, só me- recem aplausos êsses patrióticos cavalheiros. Com a sua operosa ati- vidade, êles estão pos. sibilitando uma enorme economia de divisas, de dolàres, pelo nosso país.

Odinheirinho,magro qu^ deveriamos mandar pa- ra os EE. UU., afim de que êles nos remetessem os seus cigarròs, fica

aqui niesmo, na Game

leira, sem pagarmos ain-

da mais que 1 cruzeiro

de 'despesa de frete,

que é quanto custa urtia

pasagem dé ida e volta

de bonde para o "boy"

do escritório que vai

buscar os cigarros."

N^ verdade, os fa

bricantes nacionais do

produto americano sãoi

grandes camara,..das.

Eles estão resolvendo

um problema vitral.

SORTES GRANDES?

QAM^ZÂO Dii ii ViSínDii

E nâo se discute

AVENIDA ArONSC PENA, €12 - 77€

17-2-52

PEDRO, PEREIRA FILHO É UMA DAMA

O senhor está desgostoso da vida?

Vai suicidar-se?

f • j Compre então a nossa famosa formicida "Fio de Prata", que não contem caiomelano, não ataca o fígado e nem prejudica o coração.

Dissolva uma colherlnha do pó em um copo de "Qrapete" e espere a morte suavemente.

Com formicida "Fio de Prata", adióS'Vida ingrata. PumI...

Tem peito, usa ligas e possui várias combinações |

Surpreendentes conclusões das pesquisas deste jornal

Depois de longas e exaustivas sondagens jun- to aos círculos geralmente bem Informados, a repor- tagem do BINÔMIO che- gou à surpreendente con- clusão que o ^r. Pedro Pereira Filho, chefe do ce- rimonial do Palacio da Li- berdade, é uma dama, E mais: tem peito, usa ligas e possui varias combinações.

Mesmo nos momentos em que vira ns costas pa- ra o mundo. Pereira põe|

na fftitude Um acento es- cíal. Quando anda pelo Palacio da Praça da Liber- dade, faz inveja à própria esposa de Nabucodonosor .(Semirânmides, se nâo nos falha a memória) nos jardins suspensos da Babilônia.

- Mas qué Babilônia, aqui hoje • disse êle certa vez, quando esteve no Palacio o deputado Luiz Maranha.

Ao que Maranha teria respondido,' em tom que deixava transparecer as

LENDA ORIENTAL

(A verdadeira origem da paiavra "Alquimista")

No século 111 da nossa era, quando Imperava em um lendário país orientai a geração dos Min, ocupou uma das secretarias de Es- tado da província de Min Asger Ais, um jovem sheik cHamado AhKi Min.

Mas poucos dias depois de 8ua posse o novo diri- gente fez uma revelação verdadeiramente sensacio- nal ao seu povo; as arcas do tesouro estão vasias. Sim, completamente vasias. Reconheceu, porem, ao mesmo tempo, que nâo era mais possivel*apelar para os contribuintes, que em materia de ruina financeira acompanhavam de perto a situaçflõ da Infeliz provin-

■ cia. E Al Ki Min teve, então, o seu primeiro pro- blema; encher as arcas sem aumentar os impostos. Pensou, pensou, pensou e encontrou finalmente o so- lução ideal: acabaria com os desvios de rendas, abri- ria uma forte Campanha contra os sonegadores de Impostos. E foi então lan- çada a nova ordem: "tri- butar com justiça e cobrar com severidade". Nada de aumentos de impostos. Ape- nas um pouco mais de se- veridade na cobrança dos jã existentes.

Mas o sheik, como dis- rémos, era um rapaz jo- vem. E antes que cinco

luas fossem passadas, já tinha êle mudado de idéia. Começou então a enviar às diversas câmaras de conselheiros • sem qualquer consulta previa aos mer- cadores locais - projetos e itiais projetos aumentando todas as taxas cobradas pelo governo. E as arcas do tesouro transbordaram novamente.

o sheik ficou tao satis- feito com o resultado de sua política financeira que aumentou os salarios dé todos os seus eunucos e quando coínpletou um ano

de governo promoveu nu merosas festas para o seu povo. Foi nessa ocasião que Al Ki Min explicou a todos os seu súditos que havia cumprido o prometi- do, pois não aumentara os impostos, mas apenas as taxas, o que é coisa mui- to diferente.

Em resposta o povô'"pro- nunciou em çòro uma pa- lavra inteiramente nova: ALQUIMISTA. A indigna- ção popular, naquele mo- mento, era quasi indescri- tível. Mas aconteceu que a sabedoria dos habitantes

daquela longínqua provin cia oriental nflo lhes per- mitia o uso de expressões mais fortes para classificar p homem que os enganara. Tivesse, pbrefn, o episod^ ocorrido em país tropical da América do Sul, por

exemplo, e na certa Al K' Min teria recebido nomes Como chantagista, venta nista, vigarista, currador,

proprietário de açougue.

Vice-presidente da^ CCP, etc., etc. ' ■'

Mal Bataan,

pecominosas sugestões de sua frase:

- Babilônia, não: Sodomí. Ontem, Pereira esteve em nossa redação a fim de submeter-se ao último tei- íe das provas que estava r^lizando para a reporta- gem. E mais uma vez, en- tão tivemos oportunidade de verificar que Pedro Pe- reira possui várias combi- nações - combinações com pessôas de presti^o, para servir aos amigos - tam- bém usa ligasi porque é urn camarada danado de liga" para os companhei-

ros. E tem peito; natural- mente é preciso multo pe^to para enfrentar os Imperti- nentes que estão a toda hora no Palacio. E no mo- do de tratar, na delicadeza dos gestos, na sua Impertu- bavel amabilidade, na inve- jável educação que possui, é na verdade uma dama;

—— L-a

A srande tragédia

o dono do crediário: — Infelizmente precisa-

njos de referencias. O senhor tem ami- gos f

O Freguês:if ' -r* NSo senhor, Sou juiz

de futebol.

Syces$o para o carnaval

JUCELINO

if. ^'..Morals, com ■ música do Peix6 Vivo I em rittno de batucftda)

Como íK)de o Juscelino Viver sempre na orgia Coltio poderá dizer Como poderá dizer Que trabalha, que trabalha Que trabalha noite e dia

II

Os pastores desta aldeia Já nos fazem zombéria Por nos verem acreditando Por nos verem acreditando Em tamanha, em tamanha Em tamanha bicaria

TI»A O RETRATO DO VELHO

íííS?. Konvertido, com a musica de "Beta o rttrato do Velho")

Passa o retrato do Velho no pao „ . , Porque mt^nteiga nâo há Falta carne, falta água, falta luz pra iluminar Mas você votou no Velho E nSo pode reclamar Tira o retrato do Velho outra ve2 ^ Tira do mesmo lugar ("'•) O sorriso do Velhinho Faz até desanimar ^ ^

II ^

Eu já rasguei o meu E tú (bis) Nao vais rasgar O sorriso do Velhinho -, . Desta vez só deu azar ^ '

Também somos... |

(Conclusfto da l.a pAgion)

e nem estamos aqui - fa- zendo qualquer insinua- ção... I

O que desejamos simplesmente é formular o nosso formal protesto j contra as autoridades po- llTlBts, querem negar ao ptovooseu mais democrá- tico direito, qual seja o da quebradeira. E falamos co- mo parte diretamente in- teressada no assunto, pois agora, por exemplo, esta-' mos cam apenas alguns. centavos no bolso, quebra- j dos, inteiramente quebra-1 dos. Mas, quem nos pode i desconhecer essa franquia constitucional? Quem?

idito; O lEAO [" [ II CEnVEId

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Page 3: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

EDIÇÀO DE HOJE 4 Paginas BINÔMIO

(SOMBRA E AGUA FRESCA) Orsão quase independente

NUMERO AVULSO Cr$ 1,00

ANO I BELO HORIZONTE, 17 DE FEVERKIRO DE 1952 NUM. 1

Dsis Mineiros para a Constelação de Hollywooil

Nolywood, 16 — ( Alex Vianninhg, correspondente ex- clusivo do BINÔMIO) — Os meios arlisiicos da capitai'^do cinema estão preocupados com a nolicia procedente de Belo Horizonte, segundo a Qual leria surgido ai uma nO' va dupla cômica, com ilimi- tadas possibilidades. Quanto a nós. só conhecemos a foto- grafia do brilhante par (ago- ra tão comentado em Holly- wood) que foi publicada ha dias por um dos matutinos- dessa jovem metrópole. Quem são êles ? Que fazem presen- temente ? Tem prática em tea- tro, ou curao de encenação? Sôbre isso não sabemos res- poUQ-r. O que podemos afir- mar é que é realmente extra- ordinária a sua semelhança fisica com a dupla famosa, constituída pelos artistas Stan Laurel e Oliver Hardy, mais conhecidas pela alcunha de 'O Gordo e o Magrd'. A fo- tografia que estamos envian-. do é uma reprodução dos clichês publicados aqui [com grande desta<jue) segundo o original do matutino mineiro qus nos chegou às mãos.

Está provado que não há nada

que provoque mais a queda dos

cabelos, do que os desgostos. Ma^,

eai compensação também, não há

nada que cause mais desgosto do

que a queda dos cabelos.

Sensível redução em nossa tirasem

De 500.000 exemplares programados,

só tiraremos 5.000 — Efeitos

da (rise de papel

Em virtude da grande

crise de papei, que tem afetado os maiores orgSos da imprensa mundial, como "Time", 'Tlie New York Time's", "La N a c i o n

"Diário de Noticias", ' In- formador Comercial",

"Vossa Senhoria" e outros jornais de reconhecido prestigio perante a opinião

pública mundial, vimo nos forçados a diminuir, já no primeiro número, a tira- gem do nosso semanário.

Assim, a edição de

hoje sai com apenas 5.000 exemplares e não com

500.000, conforme infor- mamos aos nossos anunci-

antes.

( Tfívneil o ItubiAo)

Aconteceu no D.C.E.

O parzinho esta dançari- do. Ambos muito pensati- vos. De repente ela rompe o silencio e pergunta; — Em que pensa querido? — No mesmo que você, querid!». — Descarado.

Um problema vitral, o dos cigarros

americanos falsificados (LER NA 2» PAGINA)

Historia Comovente

(De fundo moral um tanto duvidoso)

Um dia destes, numa cidade próxima, um

pobre mendigo, faminto e maltrapilho, saiu

pelas ruas a pedir um prato de alimento às

famílias da localidade. Bateu em diversas

portas, mas ninguém o ouviu. Todos o en-

xotavam como se fosse um cachorro. E as-

sim foi êle, de casa em casa, de rua em

rua, até que finalmente encontrou um senljora

muito bondosa que lhe forneceu um suculen-

to prato de sôpa. Devorado o alimento, o

homem devolveu o prato, agradeceu a esmo-

la e foi deitar-se no banco de um jardim,

onde dormiu feliz.

Moral: quando a mulher dá sôpa, até

um mendigo é feliz.

Radio City

Estudlss e escritórios: RUA ESPIRITO SANTO, 757

A mensagem mais direta da sua propaganda

No centro, bairros e vilas a RADIO CITY

levará sua mensagem de vendas

FONES: 4-4747 e 4-0660

AS DONAS DE CASA CONSEGUIRAM BAIXAR O PREÇO DA CARNE.

MOSTRARAM TER MAIS PEITO QUE OS MARCHANTES

BINGMIO

(SOM13RA E AClUA FRESCA) ORGÃO QUASE INDEPFNDENTE

PREÇO

0r$1,00

ANO I • BELO HORIZONTE, 9 DE MARCO DE 1952 • NUM. 2

Ve rgon ho sa tentativa de su bo rno

Datada de 18 do fevoroiro, um dia após a pft- bltcaçilo do primeiro número do BINOMIO, ri*»- bomos a sof^ulntn carta, contendo a IndMorom proposta de Niibôrno:

«Exmo. Sr. Diretor do BIMONIO (sic). BELO IIOKIZONTB: — Minavi Cordiais Saudações, Primeiramente desejamos expressar-lhe a nos-

sa mais viva admiraçfto pelo valente semnn&rio que V. Excia. está editando ntnsa. Capital. Na verdade, há muito neniumi órRa» de Imprensa conseípiiu em tfto pouco temiío, tivnto prestí- gio e tamaniia aceitaçAi» pfibiica como acaba d« acontecer ao «BIMONIO» (sic). Km todos o» setores da vida do Estado de Minas, o seii jor- nal adquiriu uma Importftncia que sò pode crest- <-.er de agora por diante'. No govêrno, por exem- plo, quem deixa de ler semanalmente as 8ua» críticas ferinas e os seus ataquea multo bem calibrados? (O Sr. Pedro Pereira Filho que o diga).

Esse prestigio surpreendente consepitdo pelo BlMôNlO («ic) vem entretanto prejudicando de forma desastrosa a nossa popularliladc, con- seguida á custa de uma propaganda tfto cara no selo do i>ovo mineiro.

Em virtude disso e das graves responsabili- dades que i>osam sôbre a nossa autoridade, che- gámos à conclusáo (acertada ou Infelli? — aó o tempo poderá dlzô-lo) de que seu jornal devo

(Conclui na pag. 3)

ra VíLm"*!" de Minas: — O sr. Caldei- ambicioso n Pode chamar de um política da ramoJ., eleito para a presidência outra coisa de Belo Horizonte, não fez

^ ^ trabalhar no sentido de firmar rinr mio Á Prestígio eleitoral. Sonhece- «1» iá . política mineira, e como des- tit i t apresenta como candidato a governador do Estado, tem gasto a maior parte de suas horas vagas percorrendo aa diversas «gafieiras:, da ci- <flade, aprimorando seus inegáveis dotes de bailá-

rino. — «Não estou fazendo nada mais do que se- guir o exemplo e os ensinamentos de um mestre, hoje de prestigio consolidado» — explicou 61e( à nos- sa reportagem. «Afora esse mestre» — acrescen- tou ainda — «não encontro qualquer concorrente em todo o Estado. Êle é o primeiro; eu sou o se- gundo bailarino de Minas». — No clichê, o sr. Caldeira Vitral quando mal continha os seus im- pulsos viris, dançando com uma distinta senhori- ta, no seleto ponto de reunião da sociedade belori- zontina, conhecido por «Aí vem a Marinha».

EMPnSTELHDA

a redação do "Binômio"

i polia [oiegli! n a iiiii

(LEIA NA PAG. 3)

Já é candidafo a Governador do Estado

o presidente da Cânnara Municipal

"l''0 Governador oferece 20 mil cruzei- ros ao diretor do BINÔMIO para re-

I tirar o jornal de circulação — Escân- dalo sem precedentes na vida públi-

ca de Minas

A denuncia que vamos fiizer neste momento tem um sentido de exeeiK-ional gravidade. O («overnador de «im dos maiores Estados do pain, amedrontado diante do desa^sombro e da cora- gem deste jornal, que nfto se intimida cm «lo- nimclar todos os erros da administração púlill- e:i, dirigiu uma carta ao diretor do BINOMIO, propondo-llie cessar a pul>llcaçao deste semaná- rio. E oferece como recompensa, por essa ati- tude de traição o covardia, a Importância de vinte mll cruzeiros mensais, que deveria wr I»>- vada na conta das verbas secretas daquele 6r- gJlo de aluaçáo pública.

Como nilo podia deixar de ser, o diretor d» BINOMIO repudiou com toda a energia a ten- tativa de suborno, torpe e cínica, levatla a efei- to por quem, em virtude do grande número de pessoas que aceitam seus pontos de vista, de- veria agir com maior senso de responsabilida- de e de ai)f"go aos altos compromissos de bd» posição.

O nosso prote-.sto tem menos o sentido de uma rciposta, do que do uma luivertôncla sincera A opiniilo publica de todo o pais. O (Jovernador, com sua condenável atitude, velo demonstrar quáo baixa e desmoralizada se encontra a antorldade no Bnvsil.

UMA CARTA DESAFORADA

Page 4: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

9 - 3 - 95» B I N O M I O

binômio (Sombra e água fresca)

ORGAO QUASE INDEPENDENTE Redação, Rua Mavanháo, l.izó

DIRETOR RESPONSÁVEL; Euro Luw Arantes Colaboradores; diversos, inclusive os cidadaos aqui

focalizados.

, , , üustradores; Ronaldo, Ezio e Joca

Preço do exemplar: 1 cruzeiro Preço da assinatura anual: 50 cruzeiros

Publica-se todos os domingos, menos no Carna- val, porque BINOMIO é um jornal serio.

Negrão (de Lima) pede

Ano 1 N?

O sr Antonio Edilio Duarte, que além de diamanti- nense celebrado, acumula várias outras fur^-ões « lucrativas na atualidade mineira, é conhecido pelos <sem Ts^Tmos e a ctrema haUlidade com que resolvo os aeu» problemas. E' realmente um ' Maneiroso, jeitoso, blandicioso, mimoso e Io à última qualidade, sabe-se, aliás, que os. por dota motivos: primeiro, porque sabe ^cheirar*, com intuição quase feminina, todos os bons negócios que sui-

Uo BsMc; e Poye de»o«.ra

c^ga. inclusive, em mala especial, quando tem de fazei

quer outro subúrbio de Belo Horizonte. Outra qualidade que realça a pessôa do sr. Edilio é a

de sua permanente disponibilidade para disputar a presxden-

seguido fazer as suas *bodas de prata* corrto candidato f.Mslraão.fiomo se sabe) à presidência, daquela entiMde.

Ma», como dizamos, o sr. Edilio Duarte é realmente um homem maneiroso. Agora, por exemplo, êle se apro- veitou da sua condição de diretor da Loteria de Minas pa- ra coagir um dos fregueses daquele estabelecimento, a, fim de que não desse qualquer publicidade a este jornal. Como se vê. essa é uma maneira de agir que, repetida com a fre- qüência com que o bravo diamantinense sabe atribuir às mas manifestações de sabujice, deve trazer-lhe nova^ gló- rias para a sua carreira de bajulador contumaz.

Isso. entretanto, não nos preocupa. São atitudes dessa natureza, tomadas pelos poderosos do momento, que fazem de BINÔMIO um dos jornais mais lidos de Minas, com uma tiragem que não levará tempo para ultrapassar as extra- ções semanais da loteria do sr. Edilio.

Calçados?

Sõpsfsriâ Guôrõni

Rua da Bahia, pouco abaixo do "Caçula

GianneíH para

Iser mais claro

Quer saber se as

acusações se refe-

rem à sua pessôa

Como se vê pela íoto, o sr. Negrão (de Lima) é um homem pacifico. Mas está muito preocupado com as de- clarações do sr. Giannetti. •

^ . . ■ . . ^ «««*** A.A.A.

O sr. Negrão, de Lima, no Perú, é um homem que nun- ca se envolveu em politica. Há dias, porém, teve notí- cias, lá em sua terra, por in- termédio dos jornais, de uma entrevista concedida aqui em Belo Horizon'-3, por um tal de Américo René Giannetti, fazendo alusões pouco lison- jeiras à sua pessôa. Infor- mado, porém, de que aqui em Belo Horizonte havia um ou- tro Negrão, o sr. Negrão (de Lima) ficou na dúvida, sem saber ao certo se as «alusões» do sr. Américo Re- né Giannetti se referem a êle mesmo ou ao seu homônimo de Belo Horizonte. Por êsse motivo, o sr. Negrão (de Li- ma) nos escreveu uma longa e atenciosa carta e, por nos-

so intermédio, pede ao sr. Américo René Giannetti pa- ra ser claro, informando se se refere à sua pessôa ou ao Negrão de Lima de Belo Ho- rizonte .

é trabalhar em iodos os

jornais. E' receber de

UITIMRS ESrOHlIVRS

Na véspera do Carnaval, Petrônio e Ubaldo, mingua- dos de pecúnia, compareceram a uma casa de P^n^or, com o intuito de melhorar a situação então e mesmo depois, atual de suas bolsas.

Ubaldo^ com uma .Parker 51»; Petrônio, com uma «Sheaffer'S».

Na saida, foram dar o balanço: o divinopolitano con- seguira 100 cruzeiros; Pepê, 150.

— Que negócio é êste, Petrônio? Você consegue 150 e cu não fui além dos 100?

E o Pepê, sem gaguejar, imperturtável;

— Ora, Baldo. Minha caneta é «Sheaffer». Procurei de cara um avaliador casado..

Se você é leitor do

binômio e gosta desta

seção pela originalidade

que a caracteriza, acres- cente então mais êsse pe- queno detalhe às insupe-

ráveis qualidades do nos-

so jornal: BINOMIO é o único jornal de Belo Ho- rizonte que não conta

com a colaboração* de

Eli Munlo Cláudio em

sua seção de esportes.

A 11*^ ^ ^ ^ 4 à ■ *

RilsÉl i imilin ti o

.0 Maurieio bo entretanto e que ele na Horizonte e o Jair ainda não com- Iha de Minas» a «Ültima ^ Pedroca no Cerimonial do Palácio ba^ preendeu isso» — «So a do Pedro ^ ta par^ me fazer r^ordar com sa próximo número a sensacional sa» nos salões do Sul de Mmas» — (Leia no prox entrevista)^

M ■ i (1111H C HE ("«

Em virtude do grande número de «bôas»

que participaram do certame, o sr. Tris-

tão da Cunha foi aconselhado a não com-

parecer às .provas femininas do Campeo-

nato Brasileiro de Natação. E' um político

que pensa em voz alta.

9-3-953 BINOMIO 3

Tudo OK!

^ na

GRUTA O.K. Bebidas nacionais ou es- trangeiras - Frios e

conservas. BAR E RESTAURANTE

o melhor filé da cidade Quase em frente à Assem-

bléia.

EMPASTELADA

Q redação do "Binômio"

A polícia conivente com a violência

Acontecimento que chamou atenção pelas suas profunda.s repercussões, foi o do violento empastelamento das oficinas e da redação do BINÔMIO. Na verdade, a opinião pública de Minas chocou-se com o inedi- tismo dessa manifestação do impulso popular. Por pouco, es- caparam com vida, diante da massa agitada, o diretor, reda- tores e demais funcionários des- te jornal. Pode-se dizer mes-

mo que nunca a Capital viveu momentos de tão grave pertur- bação da ordem, como no dia 22 do mês passado, quando se deu o rumoroso episódio.

Aliás, é quase impossível descrever as cenas que marca- ram a expansão dos complexos da massa, popular, diante de nossa redação e de nossas ofi- cinas, que foram transforma- das em alvo de milhares de mãos agitadas.

Devemos registrar com des- taque a conivência das autori- dades policiais, que a tudo as- sistiram de braços cruzados. Nenhuma providência foi toma- da para coibir os excessos da turba. E essa lançou-Se sôbre o jornal com a fúria dos gatos sobre os telhados, em noites de lua.

O empastelamento foi com- pleto. Todas as máquinas, ins- talações, arquivos de Binômio

foram atingidos pelos manifes- recheiados pastéis de 500 gra- tantes. Cada um dêles trazia mas, com grandes reservas nos bolsos.

Eles estavam atendendo o apêlo do pessoal desta folha, que confessara no primeiro nú- mero estar reduzido à miséria. Levai'am pastéis com sobra e empastelaram com energia o seu bravo jornal.

O divorcio é uma ameaça à família, principalmen-

te quando se tem mais de uma. (pep- ovaldo costa)

Vergonhosa tentativa... (OonohisSo)

O MÊS PASSADO FOI O MÊS EM QUE O GOVERNADOR

MENOS VIAJOU. FEVEREIRO TEM APENAS 28 DIAS.

«liato a íHllçilo do sou tirlllianto so- manário BIMONIO (slc.).

Aguiirdanclo a sua pronta roíspoA- ta, aqui ficam os admiradores àH ordens.

a) I'. O Governador. (Assinatura ilojçivel).

N. R, — Como se sabe, O Go- vernador 6 um semanário humorís- tico editado em São Paulo, e que ti- nha larga aceitação em Minas, até o lançamento de BINÔMIO. Depois disso as suas vendas cairam assusta- doramente.

deixar de ser pulilloado. O Governa- dor nfto pode ter o seu prestigio o a sua autoridade abaliulos por uma publicaçilo tilo jovem, nascida da irresponsabilidade do um grupo do moços, que só querem sassaricar. Nós, entretanto, t(>ni(M os mais gra- ves encargos sôbre os nossos ombros. K Minas 6 testemunha de nosso pas- sado de lutas a favor da causa pú- blica e d(M Interesses do povo.

(Considerando to>das essas razões superiores, tomamos a liberdade (o termo seria mesmo liberdade?) de propor-llie, respeitosamente, a im- portüncla de vinte mil cruzeiros mensais para que V. S. cesse de ime-

SACO DE GATO

A POLICIA AINDA PERMITE O PIF-PAF NO CRÜZEIRoT

Pedro amava doidamente sua noiva. Certa vez teve de fazer uma viagem e embar- cou para o interior. Mas es- crevia-lhe todos os dias, pa- ra matar as dores da sepa- ração. Mandava-lho belas carlas, enternecidas cartas, ypaixonadas cartas. Um dia deu-se o desfecho dessa ci,- movedora história de amor por correspondência. A noi- va de Pedro casou-se com o carteiro.

NO EXAME

O iniope foi lançado pela escada abaixo, só porque leu como llie pa- recia o nome da Rua Bulliões de Carvalho. Estava numa reunião familiar.

Murilo Ilubião: — Eu acho admirável o «Peixe Vivo».

Pedro Pereira Filho: — Pois eu prefiro o peixe mor- to, íre?quinho...

Professor — Qual é o seu nome? Aluna — Maria da Graça. Professor — Interna ou externa? Aluna — Externa. Professor — Impossível...

Quatro novos PLANOS do sr

Américo René Giannetti

Nb PALÁCIO

Page 5: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

HOLLYWOOD, 8 (De Alex Vianninha, correspondente exclusivo de BINÔMIO) — Tão logo circulou aqui o pri- meiro número de BINÔMIO (aliás, com surpreendente accitiição), trazendo uma no- ta sôbre comentada dupla cômica surgida cm Belo Ho- lizonto, íomos procurados pelos senhores Stan Laurel o Oliver Hardy, mundial- mente conhecidos pela al- cunha de «O Gordo e o Ma- gro.>. Denotando profundo nervosismo e indisfarçavél indignação, aqueles dois res- peitáveis senhores solicita- ram um íormal desmentido à nota divulgada por este jornal. Dizem êles que, ab- solutamenle, não podem con- cordar com as ridículas in-

— Não há dúvida. E' a casa dos Silveira. Eu vi pas- sar o nosso presente de ca- samento .

COL0MAL-a!lfA.ND*lJ!i

* Kí;NAS(:tN(;A,-D. JOÍO VI

■ MODtl.NO-mUHlSTV

• 1NÜLÊ5AS E OUTUOS TIWS rorAS e«uiPw>Aí

sinuações de um comentário que os procura apresentar como pessoas parecidas com os cidadãos da fotograíia es- tampada na referida edição de BINÔMIO.

— «Somos o que somos, — disseram-nos êles. Dois au- tênticos humoristas, que ja- mais se envergonharam ou procuraram esconder essa condição. Os dois cômicos de Minas são artistas apenas para ludibriar o povo e ga- nhar a vida mais folgada- mente.»

QUEIXA-CRIME CONTRA BINÔMIO

Ao se retirarem de nossa sucursal, os dois astros do Hollywood declararam que exigiam a publicação dêsse desmentido com os mesmos caracteres e no mesmo local em que foi estampada a «no- ta infamante». Ameaçaram ainda com a promessa de uma queixa-crime contra o diretor do jornal, caso não sejam atendidos em sua pre- tensão.

.— «Uma comparação da- quelas» — concluíram êles — «não admitimos nem por brincadeira».

E sairam batendo as por- tas.

Slan Laurel e Oliver Hardy ao correspondente: «B' uma comparação que não admi- timos nem por brincadeira-».

il

Hiimi o lioii m Si nsa

o sr. José Próspero, próspero comerciante, de uma próspera cidade do interior de Minas, tinha uma mulher verdadeiramente fascinante, que despertava a atenção e o desejo de todos os seus conterrâneos. Tanto assim que não levou muito tempo, o sr. J. Ca- bral, conhecido D. Juan municipal, passou a cobi- çar e posteriormente a cortejar a espôsa do sr. Prós- pero. Este, sabedor da traição de sua mulher, pro- mete^i assassinar o sr, Cabral, tão cêdo apanhasse em flagnii»le o par inf iel. E quando isso se deu. Prós- pero cumpviu a sua promesisu. Matou Cabral.

Moral: Não se deve cobiçar a mulher do Prós- pero.

BAR

Caçula

o MAIOR

Teícvisõo Mineira „ '•.] (lusa ifan tJi'f oUi.'i

AV. A\IA'/0\\S. A .1H. .'trtVl üU.t) HOKI/üML . Ml,NAS litKAiS

VENDE-SE A CASA LUCERNA Por motivo de mudança de ramo, Valdomiro

Lobo resolveu passar a sua conhecida e tradicio- nal «Casa Lucerna», especializada em discos e si- tuada num dos melhores pontos da cidade, alguns passos apenas do «Caçula».

Diz o Valdomiro que aceita troca, principal- mente por lotes, carro ou outro bens.

CASA LUCERNA . Rua da Bahia, 875 - Fone: 4-0808

A bola de ping-pong, depois de ouvir o último capitulo da novela «O Direito de Nascer»,

Negrão (de Lima) pede a Giannetti para

ser mais claro. (Texto na ga. paq.)

"Comparação pe não admitimos nem por brincadeira

Stan Laurel e Oliver Hardy (O Gordo e o Ma- gro) protestam contra nota publicada neste jor- nal — Ameaçam mover ação judicial contra o

diretor de BINÔMIO.

f

O governo do Juscelino tem despresado futiimente muita coisa séria,

mas em compensação se tem preocupado seriamente com muita coisa futil

BINOMIO

ORGÃD QUASE INDEPENDENTE

ANO I BELO HORIZONTE, 30 DE MARCO DE 1952 NUM. 3

Sombra

e

agua fresca

De passagem por Belo Horizonte,

Juscelino fala ao "Binômio"

Como se vê pela foto, o governador Juscelino Kubistchek é um dos nossos mais atentos leitores.

O sr. Pinto (em Tunis)

srandes revelações

a imprensa (LER na 2a. pag.) Cr$UO

«Bons tempos aqueles, em que eu era apenas o «Pé de Val^» dos salões diamantinenses — A inutilidade do José Esleves e o desespero do Maurício Andrade «Não sei onde estava com a cabeça quando botei aque- le palerma na direção da Rádio Inconfidência» — Ca- sos íntimos — Os banhos do sr. Pedro Pereira.

O comum nas entrevistas 6 publicar a» declaraçOes da pes- f?6a focalizada, tais como sáo fornecidas ao reporter. BINÔ- MIO, entretanto, nâo é um jor- nal comum e as nossas soluções apresentam, por isso mesmo, um permanente caráter de no- vidade .

A entrevista que o governa- dor Juscelino Kubistchek- noa concede hoje, em uma de suas rápidas passagens por Belo Ho- rizonte, na» traduz o que êle nos disse, mas o que êle tinha vontade do dizer e o que é, na verdade, muito mais importan- te.

• ^Meu caro reporter>-' disse êle, colocando afetuosa- mente a mao direita sôbre o ombro do nosso representante

■a situação num tá bôa nâo. Se ao menos o Luciano com- preendesse, a gente ainda po- dia dar circo barato ao povo (no caso, cinema) já que o pão estfí difícil mesmo;-. , 1'arsou a mão pelos cabelos

trrisalhos, qug naquele dia só haviam recebido três aplicaçõe.s de logão, e pros.seguiu:

,E o pior <5 que nem sem- pre eu posso agir. Estou cer- cado por todos os lados. Pela frente é o PR. 1'or atrás, ou me- lhor. de um lado 6 o PTB. Do

outro é a turma cá de caaa, que sabe como ninguém encher an medidas de qualquer cida- dào. Ah, meu caro reporter, só a presença do Pedroca no cerimonial do Palacio, me faa lembrar com saudado do tem- po em que eu era apenas o «Pé de Valsa-' dos salõe.q de Dia- mantina. Bons tempos aque- les, em que eu nflo linha as a- purrinhações do Silvai Siquei- ra e us impertinências do Mau- rício Andrade.

«Ksses homens nio, matam»

Denotando viva indignação na voz, continuo»! o governa- dor :

■sQuando assumi o gover- no tinha o propósito de orga- nizar um secretariado tícnico, composto de homeng roalniente capacitados para o» seus car- gos. Mas depois foi o que so viu. O PK entrou na dança e o resultado foi ésse; um secreta- riado de panacas, em que flo- resce a inteligência vitoriana do ar. Tri.stáo da Cimha, fislo- crata perdido no tempo ;■ no espaço, e reluz a inutilidívd-* do bacharel José Esteves, cuja prer.ença na secretaria da Via-

i çfto só se explica pela vaidade

E a prova mais indiscutível de que tudo nes- se mundo o relativo, nos foi dada há dias por aqueles dois ladrões que assaltaram a «Guan,>- bara».

Estavam ainda começando n «dar o servi- ço», quando um deles parou estupefato diaíite da etiqueta de um corte de linho e exclamou in- crédulo:

— «Veja só Baiano: dois mil e oitocentos cruzeiros por um corte de linho. Que ladrões!»

^ =

Page 6: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

binômio 30 - 3 - 193Í

BINOMIO

(Sombra e ápia frcHca) ORGAO QUASE INDEl'KNDKNTK

Redaçào, Rua Maranhão, 1.123

DIRETOR RESPONSÁVEL; Euro Luiz Arantes Colaboradores: diversos, inclusive os cidadãos aqui

focalizados. Ilustradorcs: Ronaldo, Ezio e Joca

Preço do exemplar: 1 cruzeiro Preço da assinatura anual: 50 cruzeiros

Circula um domingo sim e dois não

Ano 1 N' 3

O sr. Pinto (em Tunis) faz grandes

revelações á imprensa

CONSIDERA-SE O «^MEM MAIS EL^^ MUNDO

E TEM A MANIA DE COLECIONAR TiTULOS

cabotinismo puro foram aiuda feitas pelo sr. Pinto, eni Tunis. Os jornais, po- rém, se recusaram a publi- cá-las, temendo natural- mente serem empastelados no dia seguinte.

Ml

Inúmeros e variados são os problemas (principalmente de ordem material) enfrentados peloK grandes jornais. BINÔMIO, por exemplo, é um órgão que desde o seu primeiro numera vem tentando ser semanário, mas até agora náo conseguiu ser mais -do que um jornal que sai um domingo sim e dois nào. tais os problemas (principalmente de ordem material) que temos enfrentado. E o resultado é que BINÔMIO, mmto embora venha saindo com uma regularidade simplesmente espantosa (de 21 em 21 dias) acaba não sendo nem publi- cação diária, nem semanal, nem quinzenal e nem mensal. E' apenas um jornal que sai um domingo sim e dois nào, o que vem provar, em última análise, que BINÔMIO é de fato um jornal diferente, pois, que saibamos, nenhuma ou- üa publicação jornalística, no mundo inteiro, até hoje, se deu ao dasfastio de circular com o intervalos regulares de 21 dias entre um número e outro.

De qualquer maneira, porém, circule ou não circule com regularidade, uma coisa é absolutamente certa: BINÔMIO terá sempre a sua venda garantida. Circule domingo ou circule segunda feira. Circule no Carnaval ou na Sexta-fei- ra da Paixão. Nossos leitores estarão sempre a postos. Isto porque, segundo afirmou há dias no corredor da Assembléia Legislativa, o deputado José Cabral, nossas piadas sao tao claras que até o Hermelindo Paixão as entende. E êsse é o maior elogio que poderíamos receber.

ROMA, 29 — (De José: da Rocha Peixão, corres- pondente de BINÔMIO por aqueles lados) — Segundo informam os jornais de Ro- ma, encontra-se atualmente em Tunis, o conhecido cate- drático de quase todas as universidades brasileiras, prof. Pinto. Adiantam ain- da as mesmas notícias que o referido professor — que vem despertando intensa curiosidade popular, tanto por sua elegância no vestir quanto pela quantidade de títulos que possui já percorreu diversas outras cidades do mundo, dando entrevistas e fazendo expo- sições de seus inúmeros ternos e diplomas. Falando à imprensa, declarou o sr. Pinto, em Tunis:

— «Considero-rae o ho- mem mais elegante do mun- do. Tenho 278 ternos, cuja conservação consome anual- mente cerca de vinte quilos de naftalina.»

E antes mesmo que os re- pórteres se refizessem do choque recebido, êle arre- matou triunfante:

— «Sou um economista, mas nunca fui um. sujeito econômico. Pelo contrário, gosto de passar bem, vestir bôas roupas e colecionar tí- tulos . E como no momento eu tenho mais títulos do que ternos, cheguei à conclusão de que além do mais elegan- te, sou ainda o homem mais culto do Universo.»

Outras manifestações de

Atenção

Fugiu um louco do Hos- pital Raul Soares, coaíp a mania de ser trem da Cen- tral. O louco já está oom 120 minutos de atraso.

BAR

Caçula

O MAIOR

Ficou preta a greve branca... (Continuação)

NA ALFÂNDEGA DE UM PAÍS EUROPEU:

O funcionário: — Americano? Jacinto Pinheiro; — Não senhor, atleticano.

Todo mundo não, pois segun- do afirmou o delegado José Henriques, em carta dirigida ao deputado Waldomiro Lobo, sò- mente aquele parlamentar per- maneceu on local, «enquanto os outros fugiram apra salvar a pele». Estas palavras, escritas pelo próprio delegado de Or-

dem Pública, provam que a po- lícia estava mesmo disposta a manter a ordem.

Aliás, a coisa só ficou preta mesmo quando a polícia falou em manter a ordem. Foi ai que todos protestaram. A po- lícia não tinha o direito de

manter a ordem. Era um ab- surdo .

Mas foi tudo inútil. A Chefia de Polícia, orientada natural- mente pelo sr. «Lucky Luciano» (como diriam os americanos) manteve e fez cumprir a ordem que haria distribuído no dia anterior, para os investigadores e praças baixassem o pau nos estudantes.

No último dia da grévc branca dos estudantes, apesar dos protestos gerais a policia manteve a ordem.

30 - 3 - 1953 BINÔMIO 3

Há mulheres que são verdadeiras chapas

fotográficas: só se revelam no escuro

De passagem por Belo Horizonte, Juscelino fala ao "Blnomlo"

(Continuação)

móibida do velho Bernardes, que a todo custo quer perma- neces na Câmara dos Deputa- dos. E com isso quem se arra- sa (a expressão usada pelo go- vernador foi outra, mais ao sa- bor popular)é o Estado, que apesar dos comentários otimis- tas do dr. Gualter Gontijo Ma- cie, no «Diário de Minas», não vai lá muito bem das pernas.»

«St> não serve pura líder, como vai ser secretário?»

O repórter tomou a liberda- de de fazer uma pergunta ao cheíe do Governo. Gostaria •de saber como êle encara o

agora Star-

putado, para o carpo ocupado pelo Geraldo ling. *

E arrematou: — «Sabe de uma coisa ? Acho

que a melhor solução é deixar como está para ver como é que fica. >

O problema da propaganda

O Governador, já mais tran- qüilo, desenvolve novas consi- derações para a reportagem;

— «Dizem, por aí, que eu an- do ga.stando muito dinheiro com propaganda. Estou real- mente. E quem é que pode go- vernar hoje em dia, sem fazer

Os pés do governador Juscelino Kubitschek, como eram vistos pelas garotas de Diamantina.

problema da Secretaria do In- terior.

— «Eis ai um assunto que enche mais do que a briga do Otacíllo com o Giannetti» — lespondeu — «Todo mundo quer ser secretario. O Maurí- cio, então, que não dá conta nem de suas tai-efas como líder na Assembléia, é o concorrente mais cacete. Julga-se, aliás, já quase nomeado para o cargo. Está aí uma bôa piada». (E o governador riu gostosamente).

Mas prosseguiu:

— «O Maurício, gente, é um bem rapaz; esforçado e muito sabido. Mas não passa disso. Na Secretaria do Interior se- iia capaz de se prender com uma ordem de prisão sua mes- mo, tal como fez daquela vez com o Milton Sales, apartean- do um discurso de sua própria autoria. Só mesmo se fosse louco nomearia o meu presaéo industrial, laticinista, pecuaris- ta, bacharel, capitalista e de-

propaganda? Eu não sei admi- nistrar sem «garden-parties», sem festas d e debutantes, «trens da alegria» para Dia- mantina, pique-niques e coque- téis. Tudo isso, como se vê, é propaganda. E o meu conceito de governar deve, pelo menos, satisfazer ao lema do seu jor- nal que defende o programa da sombra e água fresca».

E prosseguindo: ' — «Infelizmente, porem, o

meu pessoal não tem dado con- ta do recado. Eu pretendia, por exemplo, fazer da «Folha de Minas» a «Ultima Hora> de Belo Horizonte, mas o Jair até agora ainda não compreendeu isso. Está fazendo um jornal muito bonitinho, muito interes' sante, mas não adianta. O go- verno de Minas precisa de um órgão que faça a minha propa- ganda pessoal, como a «Ultima Hora» faz a do Getulio. Não ^ por exemplo, elogiando o Tris- tão da Cunha que o Jair irá me agradar. Meta o pau nele.

Desça a ripa no Celso Murta, mas fale bem de mim, só de mini...»

O 1'alerma

Nesse ponto o reporlir ar- risca mais uma pergunta, ago- ra sôbre o possível afastamen. to do sr. Ramos de Carvalhc\ da direção da emissora oficial. E o governador se desabafa; , •— «Está ai outro abacaxi. Não sei mesmo oi de estava com a cabeça, quando botei a- quele palerma na direção da Rádio Inconfidência. O homem sozinho fornece mais material aos deputados que me comba- tem na Assembléia", do que to- da a policia do Starling junta. Ainda agora estou tendo notí- cia de que desapareceu um do- cumento dos arquivos da Rá- dio. Dizem que o papel con- tém umas coisinhas, de peque- na importância, «mas que não deveriam vir a público. Pois bem, não lhe dou uma semana e êsse negócio está estourando na Assembléia Legislativa, em tom de escândalo. E, com isso, quem se arrasa (como da vez anterior, a expressão usada pe- lo chefe do Governo foi outra, mais ao sabor popular) sou eu; é o meu prestígio pessoal; é a minha candidatura ã presidên- cia da República.» ,

(^as<M íntimos

Estávamos já encerrando o nosso trabalho e o entrevistado estampou uma fi.sionomia de amarga indignação, quando o sr. Pedro Pereira Filho entrou na sala e comunicou-lhe que o banho estava pronto. Antes de se retirar, porém, o governador conta-nos ainda, em cai'ater particular, a verdadeira versão daquela «história do apendici-, te» e relembra também, a pro- pósito, aquela noite em Rio No- vo, quando foi obrigado a cor- rer 12 quarteirões, perseg;uido pelo noivo da moça que estava tentando conquistar.

Mas entra novamente na sa- la o sr. Pedro Pereira Filho e diz que a água está esfriando. O governador vira os olhos, range os dentes e sai embur- rado. O sr. Pedro Pereira Fi- lho sai atrás, assobiando o «Peixe Vivo». ..

VIDA DE ESTUDANTE (Em Belo Horizonte)

A vida da gente vôa Num corre-corre crescente A gente atrás de uma «bôa» E a polícia atrás da gente

A imprensa

como ela é

O leitor que diariamente sai à rua para comprar «o seu jornal», está pagando para ser ludibriado.

A noticia era apenas isso: «Dois namorados, modestamente vestidos, passea-

vam ontem na Pampulha, quando foram colhidos por um caminhão da «Standard Oil» que rodava em direção a Belo Horizonte, transportando 6.000 litros de óleo destilados à Prefeitura da Capital. Os dois jovens que mais tarde foram identificados como sendo Fulano e Fulana, tiveram n.orte imediata e o motorista foi pre- so por um inspetor de veículos que, casualmente, passa- va pelo local».

A noticia era apenas isso. Mas acontece que cada jornal costuma sempre interpretar os fatos ao seu mo- do e o resultado foi que, no dia seguinte, os nossos matutinos (com exceção do «Informador Comercial)^ que é órgão especializado e «Estado de Minas» que só publica matéria paga e por isso não noticiaram o fa- to) apareceram com os seguintes títulos:

FOLHA DE MINAS

«Notável eficiência do Serviço Estadual de Trânsi- to» — «O inspetor prendeu em flagrante o motorista assassino» — «O governador visitou pessoalmente as duas famílias enlutadas» — «Aberto rigoroso inquéri- to por ordem da Chefia de Polícia».

O DIÁRIO

«Castigados os infiéis» — «Entregavam-se à prá- tica de atos imorais, quando foram colhidos por um caminhão».

TRIBUNA DE MINAS

«Ademar de Barros está com o povo» — «Ampa- rada pela «caixinha» do ex-governador de S. Paulo a família do rapaz que faleceu ontem na Pampulha».

DIÁRIO DE MINAS

«Responsável o prefeito Arrjérico René Giannetti» — «O veículo estava desenvolvendo velocidade exces- siva porque o Visconde tinha pressa em receber a mer- acdoria» — «Para o sr. Giannetti duas vidas valem me- nos do que 6.000 litros de óleo».

JORNAL DO POVO

«Proletários brasileiros vítimas do imperialismo norte-americano» — «Cena revoltante na Pampulha: dois humildes operários nacionais esmagados sob as rodas de um possante caminhão da «Standard Oil».

Calçados?

Sapafaria Guarani

Rua da Bahia, pouco abaixo do "Caçula

Page 7: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

Os diversos regimes

Sem querer desfazer da inteligência e da cultura do^ notísos leitores, somos capazes de apostar que muitos de- les não sabem qual a diferença, por exemplo, entre comu- nismo e facismo ou entre socialismo e economia dirigida.

Por isso, ü guisa de contribuição aos estudos político- filosóficos que acreditamos estarem sendo desenvolvido» pelos apreciadores desta folha, pfublicamos abaixo uma, fórmula popular, para a distinção dos diversos regimes de Estado. '

CAPITALISMO — você tem duas vacas; vende umoj c compra um touro.

SOCIALISMO — você tem duas varas; dá uma ao go- verno, empresta a outra ao seu vizinho e morre de fome.

FACISMO - - você tem duas vacas; o governo t07na 'js du(ta e lhe dá um pouco de leite (desnatado).

COMUNISMO - - você tem duas vacas; o governo to- mas a.i duas e manda fuzilar você e sua família.

ECONOMIA DIRIGIDA — você tem duas vacas; o go-, verno as toma, abate uma, busca a outra, tira-lhe o leite e... joga fora.

I BINÔMIO ACONSELHA: Se quizer ter | V uma mulher fiel, bata na porta antes de \ \ entrar. ^ )

Ficou preta a greve branca dos estudantes

NO QUARTEL

Seu nome? Binidito. Insubmisso? ^ Não senhor, Valadares.

Ainda que pareça incrível a Chefia de Polí- cia manteve a ordem! — Um fato inédito pa- ra o povo de Minas: temos dois vice-governa-

dores...

o principal acontecimento do más de março, em Belo Hori- zonte, foi a greve branca dos estudantes contra a majoraçã.o dos preços dos cinemas. Os universitários mineiros, inspi- rados naturalmente no artigo único dos estatutos do Centro das Donas de Casa, meteram os peitos, isto é, decretaram a greve branca e sairam à rua pedindo ao povo que não com- parecesse aos cinemas cujos preços acabavam de ser ma- jorados.

Ora, o sr. Antonio Luciano Pereira Filho, homem de mui-

Tudo OK! na

GRUTA 0. K. Bebidas nacionais ou es- trangeiras — Frios e

conservas. BAR E RESTAURANTE

o melhor filé da cidade Quase em frente & Assem-

bléia.

tas atividades e sempre com grande número de casos por re- ;;olver, iiâo podia, naturalmen- te, preocupar-se com essas coi- sinlia.s. Por isso, usando de suas atribuições governamen- tai.s (explicamos: o sr. Anto- nio Ijuciano que, como diria Brandão Filho, é um homem feliz (felicíssimo) ou como di- riam os americanos, é um «Lu- cky I-.uciano>, desempenha na atual administração do Estado o papel de vice-governador de fato, enquanto o seu colega Clovis Salgado é o «vice» ape-

nas de direito, mas com gabi- nete, secretario particular e tudo mais) o sr. Luciano, como dizíamos, fez com que a polícia garantisse oa seus direitos.

Assim é que na noite de sá- bado, dia 15 do corrente, os estudantes, ostensivamente de- sarii^fidos (como se para en- frentar as metralhadoras da polícia nâo precisassem de ou- tras armas senão os próprios braços) marcharam para a frente do confortável Cine Bra- sil e lá iniciaram uma cantoria dos diabos.

Foi quando o simpático in- vestigador Rui Diniz resolveu colaborar também e atirou uma bombinhazinha no meio do po- vo e todo mundo correu.

(Cont. na 2.? pag.)

ATENÇÃO GAROTAS

Se voce é bonita, "talentosa" e tem vontade de ser artis-

ta, procure os dirigentes da "Companhia de Hevistas Tea-

trais" que deidro de alguns meses estreiará no Teatro Fran-

cisco Nunes e candidate-se a mu lugar no corpo de coristas.

Informações mais detalhadas podem ser obtidas neste jornal.

Radiografia do pensamento do povo de Belo Horizonte depois da greve branca contra a majoração dos preços dos cinemas — (Essa é uma colaboração expontânea de BINOMíO ao governo do sr. Juscelino Kubitschek.

Televisão Mineira '■.I Cusii lias Ihiiiilas'' w. . t<M,\ H • H I. ?inti

HKIA» ItOHkOiM», ■ MtNA« (.LHAIa

BINOMIO

ANO I • BELO HORIZONTE. 30 Pt MARÇO DE 1952 " • NOMERO 3

PDi۩if

Casa Lucerna

Rua da Bahia,

quase em frente ao "Caçula"

N COl.ONUb'CltlPANDALR

B Kt.NASCtNÇA-Ü. JOAO VI

II MOUKh.NO-FUTURI.STA

■ INCLUSAS E OUTRO? TIPOS TODAS EQUIPADA» COM OS rAMO->QI

CONTO ULTRA-CURTO

Naquela manhã, quando José saiu de casa, disse ner-1 V030 à esposa: ''

— Eu hoje quebro a ca- | ra daquele diretor. •

O enterro foi realizado no dia seguinte. A viuva de José continua inconsolável. i

O casamento é uma

comédia em quatro

atos. Os três primei-'

I ros são muito bons, ' mas o melhor é o

quarto.

%

i ORQÃO QUASE INDEPENDENTE

ANO I * BELO HOBIZONTE, 25 MAIO DE 1952 ★ NUM. 4

I O SR. ANTONIO LU-CIANO ACABA DE INAUGURAR UM NOVO E MODERNO RESTAURANTE NO HOTEL | I FINANCIAL. E' UM HOMEM QUE SEMPRE GOSTOU DE BOAS COMIDAiS %

Os discos voadores vão revolucionar a técnica

governo mineiro

BINÔMIO OFERECERÁ UM DESSES ESTRANHOS E VE- LOZES APARELHOS AO SR JUSCELINO KÜBISTCHEK

XXX Poderá dizer uma coitsa no norte e poucos minutos depois desmentí-la no sul — O problema das distancias tor- nar-se-à tão inexistente quantos as garantias policiais no

intei-^er do Estado Nao existe mistério alRum em

tomo dou discos voudorew. O quo existo é mnita conversa mole e agora e«8a chataQ:enzlnha ba- rata do« repórteres do «O Crti- lelro». o BINOMIO há muito tempo conliece tdda a história do» inofennivo^ «flylnff disen», quem os fabrica, hwin Como vá- rios outros detaihef) dos pode- rosos engeniio.s. Naturaimen^ t« qiie nio vamos reveSai' o» II0SNO8 ronliocimontoH BÔbre a niat^tria. Isso não faríamos nem que a Secretaria das Finanças nos dtN»se oh oitenta mi! cruzei- ro» da verlta diária de propa- ganda distribuída aos jornai.s da Capital, para pryovar que o Ks- todo está sem /dinhoiiu.

REVOLUÇÃO DO GOVERNO MINEIRO

em Uberaba bai.xar oa tribu- tos e extinguir os postos de fis- calização, e pouco depois já em Resplendor, extremo oposto do Estado, afirmar que vai tomar providências para manter a or-

dem em todo o interior, est;^; em Bolo Horizonte a tempo de chefiar a luta pela manutençan da lei 760 e sacrementar com palmadinlios nos ombros tôda.i as aibitrarieJadea e truculenoias da polícia do seniior Starling.

Depsa forma, pelo menos para S. Excia. estará rsuUzado um dos termos do seu "binômio", o do transporte, já que para 03 mineiros jwrece claro que tudo nào passa de conversa fiada. In- felizmente, nio podemos dar di.s- cos voadores a todos 03 nos.ios co-estaduanos

FOTOGRAFIA OU CARICATURA?

ym disco voador para S. Excia. O flagrante histórico da chegada a ^lo Horizonte do «flying disc» que BINÔ- MBO oferecerá ao sr. Juscelino Kubistchek foi magis- tralmente fixado pelo nosso companheiro Rodolfo Rocha.

Feito êsse esclarecimento ini- cial, passemos ao que nos in- teressa propriamente dito. Oa discos voadores oferecem muito maiores vantagens que os aviões tradicionais em que o sr. Jus- celino Kubitscheic percorre os municípios mineiros lançando pedi'as fiindamentaia e honran- do os seu.s compatriotas do in- terior com a sua presença em lautos e opípai-os regabofes, Sâo aparelhos muito mais velozes e que por isso tomam as dis- tâncias um problema táo ine- xistente quanto aa garantias po- liciais que o sr. Geraldo Star- ling afirma vigorarem em todo o interior do Estado. E' claro que essa invenção não foi con- seguida assim, ao acaso. Muitos sábioe, que nunca foram apro- vados em concurao» de nossa Faculdade de Direito, colabora- ram decididamente nela. Trata- se, portanto, de mn melhora- mento que virá revolucionar não só a técnica aeronáutica como também e principalmente a téc- nica administrativa do governa- dor Juuscelino Kubiatchelc. Por isso mesmo nosso jornal que tanto tem cooperado com o go- verno de S. Excia., nfio podia deixar de prestar-lhe mais essa colaboração. Vamos doar-lhe, em sessão pública e solene, a que estarão presentes tôdaa aát pe»' soas gradas de costume, um mo- derno e confortável disco voa- dor. S6 assim poderá sua Excia.,

_ao nwsmo tempo que promete

PREÇO CR$

1,00

o sr. Getulio Vargas está demonstrando que realmente é um grande amigo dos artistas. Durante muitos anan S. Excia. forneceu material para os caricaturistas de todo o país. Naturalmente que o trabalho dessejs prcstativos de- senhistas nem sempre retratava com exatidão a figura do esperto presidente (não confundir com o da Fftnair). Nas charges políticas, princiimhnente, o sr. Getulio Var< gas aparecia com aspecto sempre um pouco menos apre- sentave! daquilo que êle era na realidade. Agora o «Velho» resolveu colaborar com os nossos artistas. Con- tando com o auxilio do tempo, que já o tomou ura ancião gagá, como diria o cassetismo professor Mario Cassassan- ta, o sr. Getulio resolveu agora dar maior fidelidade aos trabalhos de nossos chargistas. O sr. Vargas, sob íhçI&o desgastadora dos anos, aproxima-se cada vez mais das charges e caricaturas que seus Inimigos faadam de sua pessôa. Isso é um mal? Ou seria um bem? Não sabemos responder. — O clichê acima confirma claramente o noS' so lúcido ponto de \1sta.

Page 8: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO 2B - S - I»82

ERA UM PAI TÃO DESNATURADO QUE QUANDO O FILHO SE PORTAVA

MAL OBRIGAVA-O A LER A "FOLHA DE MINAS" INTEIRINHA

tioeoooooooooooooooooooooo'

BINOMIO

{Sombra e água fresca) ORG AO QUASE INDEPENDENTE

Redação'. Rua Maranhão, L123

«MEU MAIOR SONHO...»

DIRETOR RESPONSÁVEL; Euro Luia Arantes Ilustradorea: Ronaldo, Ezio e Joca Preço do exemplar: 1 cruzeiro

Preço da assinatura anual; 50 cruzeiix)s

QUANDO HARGREAVES ESQUECE DE POLIR AS UNHAS

(Gonlinuaçfto da última p&K>)

dência da Comissfto de Justiça foi multo expressivo. Quando ameaçaram de tirar o Israel da Comissão de Finanças, file velo correndo ao Rio, para ajeitar as coisas. Comigo, a história foi diferente. Ameaçaram tirar-me da Comissão, e tiraram mesmo. Juscelino não deu um pio si- quer.

Depois, acrescentou o sr. Be- nedito ;

— Ah, meu repórter. A vida, como dizia Molière em "Les Fleurs du mal", é um buraco. E3 eu agora estou no fundo do buraco.

AS IMPLICANCLA.S DO PEDRINHO

— E por falar em buraco — sseguiu o nosso entrevistado é preciso dizer alguma coisa

O sr. H. J. Hargreavcs, que esconde na roupagem britânica de seu nome, tôda a matreirice e a deafaçatêa de um botucudo tropical, vem de há muito, sem que disso se apercebam os mi- neiros, deitando falação cm "O Diário", jornal quo dirige. Até quando dissertava sôbre inofensivos assuntos teológicos, ou s6- o„troTriotnrtn bre a modesta yiatureza do homem e das coisas, muito bem. Mas , ° , «"trevistado acontece que o ilustre banqueiro mede a sua pretensão pelos mes- \ — ® liorirn P^rpira mo» padrões com que se expressa a sua vaidade de Apoio «««« o jUscTun^rSeu sentado. Resolveu agora incomodar-se com a existência do ^ do Palá- BINÕMIO, cujo programa, com relação a "O Diário", é tratar Eu tóo sei apenas de assuntos humorísticos com a sinceridade e o franqueza , aa ^ que faltam ao brilhante matutino da rua Goitacazes, no debate » ® ' temno dos problemas mais sérios e earrancudos. E' nOo fazer P'-0P«-1 ^^fl^^/^divtduiT^o S ganda para « "Cia. Siderúrgica Belgo Mineira^', explorando a .SvlS^ocor^drco- "Rerum Novarum" e o figura do Papa Leão XIII. E' não defen-, aueT P^roca der um programa de seleção moral das produções c^ematográ- J^^ertir o hoje coman- ficas, c aceitar ao mesmo tempo, a propaganda indiscriminada ^ Militar uoraue de todos os filmes exibidos na Capital. E' não falar em morali-

ivt'i.hlirvi « !aíltykt/^4yt.r i1.in.*ítA /ifí titnK tifí nfynAr^a. mifí Sfí mar- _ dade pública e silenciar diante de atos do govémo, que se mar cam pela insensatez e pelo desrespeito aos mais sólidos padrões morais do povo mineiro. E' tião discorrer sôbre a renúncia e o desapego ás coisas terrenas e lutar, ao mesmo tempo, com unhas e dentes, para ficar na direção de um banco oficial, depois que

■ seu partido foi derrotado. Quanto ao mais, "O Diário" que leve a sua vida de falso catão, e nos deixe a nós o direito de agir da maneira que entendermos.

-XX-

Bem sabemos que a nota publicada no "O Diário", o res- peito de BINÔMIO, pode não ter sido mais que uma explosão dos rccaiques insondáveis que o sr. Hargrcaves carrega consigo. Te- mos até uma grande dose de compreensão humana para com êste senhor, que já passado nos anos, tenta a todo o custo manter a vitalidade de uma juventude que já vai distante. Não gostaríamos de falar nos hábitos um pouco suspeitos do ilustre jornalista. Afinal de contas, nada temos em que o sr. Hargreaves faça apli- cações diárias de loção em seus escassos cabelos, ou pinte as unhas com esmaltes odorosos. Eis um direito que lhe assiste, mesmo como diretor de um jornal católico.

Que fazer çntão, diante da twta que sôbre o BINÔMIO "O Diário" publicouf De ám9 uma: ou responder ao pé da letra, ou silenciar, com comiseração, respeitando as razões secretas que a inspiraram. Preferimos a última, pois na verdade o comentário malcriado pode ter sido apenas uma simples reação indignada do sr. Bargreaves, errada no seu enderêço, por não haver naquele dia, polido convenientemente as suas unlias.

muita elegância numa das sa- las do Palácio. ' Benedito, ainda mais amar- gurado, desabafou para o repór- ter:

ainda várias outras confidências ao repórter, abordando aspectos de sua carreira política.

— Eu costumo ser atacado por muita coisa errada do meu govêmo, mas sôbre as quais eu n&o tive a mínima respyonsabili- dade. Veja que o Getúlio, quan- do me pôs como governador, no- meou para a chefia de Polícia outro sen&o o seu primo, o ma- jor Domeles. Durante muito tempo o Dorneles mandou mais no govémo do que eu mesmo. E assim, como era possível fazer alguma coisa?

O MAIOR SONHO DE SUA

VIDA

Já mais ti-anquilo, pois neste momento o criado lhe trouxera um bule com chá preto e bis- coitos "champagne", Benedito entrou pelo dominio da literatu- ra, falando mais à vontade:

— A repercussão do "Esperi- diao" nào me agradou. Espera- va maior aceitaçfto da crítica. Enfim, nâo me incomodei, pois o livro náo era meu apenas. Se nâo prestou, também o Mário Matos, o Fernando Sabino, o Oto Lara Rezende, o Paulo Men- des Campos e muitos outros li- teratos de suplementos que an- d£im por ai, nâo valem nada. "Eaperidiâo" é um livro de au- toria de muitos, que foi publi- cado sob minha responsabilida- de.

Em seguida, acrescentou; — O maior sonho de minha

vida é escrever um livro sozinho. Eu apenas, sem o auxilio de nin- guém.

— Assim nâo é possível go- vgrnar. A gente acaba mesmo dando razão ao povo de Ubera- ba e Uberlândia, quando não , r^r-.Ti,T a quer pagar imposto. Onde já se BURRICE E APOSENTADORIA viu gastar dinheiro do Estado com um tipozinho como êste Pe dro Pereira?

O CASO DE VOLTA REnX)NDA

O repórter quiz obter do sr

O repórter quis saber em se- gfuida se realmente o sr. Bene- dito pretendia apo8entar-,se da política.

— Isso nâo é verdade — res-

BAR

CAÇULA

o MAIOR

Benedito Valadares informações pondeu-nos prontamente. Estou exatas sôbre a controvertida até muito moço. A vida, como questão da instalação de Volta se sabe, começa aos 40, muitas Redonda, que segundo todos os vezes aos 50 e até mesmo aos técnicos e entendidos, deveria 60. Veja agora o exemplo do ter vindo para Minas. Ovídio de Abreu. Depois de Ora, aquilo foi sacanagem tantas çabeçadas, de tantas

do GetâliO. Ele também sabia aventuras, de colocar tantas mo- que a usina tinha de vir para ças nas Secretarias resolveu ca- nósso Estado. Entretanto, para sar. E' que, como dizia Lord proteger o genro, o príncipe- Byron, nunca é tarde para se consorte dom Alzirâo, preparou praticar uma boa ação.

I tudo e mandou aa instalaçOes para o Estado do Rio.

— Mas, e o senhor porque não protestou na época? pergfuntou o repórter.

Ah, quem sou eu, primo?!

Benedito piscou um olho ma- licioso para o repórter, e prosse- guiu;

— Dizem muita coisa falsa a meu respeito. Afirmam que sou

O Getúlio me tomava o empre- analfabeto, só porque uma vez go no dia seguinte.

CULPADO POR MUITA COISA QUE NAO FEZ

O sr. Benedito Valadares fez

escrevi a palavra "sal" e me es- queci de cedilhar o "c". Um des- cuido, como pode vêr o repór- ter.

Outros políticos, entretanto,

podem cometer mancadas mui- tos maiores e ninguém fala. Se falassem, por exemplo, do Her- melindo Paixão, era preciso tô- da uma antologia para registrar os seus "foras". E o nosso ami- go Maurício Andrade, líder do govêmo náo se sabe por arte e graça de quem?! Você conhe- ce aquela passagem do Maurí- cio, na escola, quando o profes- sor lhe perguntou qual era a categoria gramatical da palavra "semente" ?

O repórter disse que não e Benedito continuou;

— Então, escute. O Maurício respondeu que "semente" era advérbio de plantação.

— Por que advérbio de plan- tação? perguntou o professor.

E o Maurício, lampeiro; — Uai, náo termina em "en-

te"?

O professor o expulsou da au- la, por julgar que êle estivesse brincando.

E agora, veja você, é êste ci- dadão que nâo sabe que "semen- te" é verbo, que quer ser secre- tário do Interior.

— Mas, verbo? — pergun- tou o repórter surpreso pelo im- previsto da revelação.

— Verbo, sim senhor. "Se- mente" vem do verbo "mentir".

E então conjugou para o re- pórter;

— Eu minto, tu mentes, mente"...

"cê

Depois dessa lição gramatical. Benedito convidou o repórter pa- ra beber algo. E só pelas últimas horas, conseguimos sair do apar- tamento de nosso entrevistado,, que já naquelas altui-as tinha provavelmente viajado por mui- tos países, sob o efeito dos- "brandy", "whisky", e "gengi- bre" de sua adega, sempre pró- diga em favores.

Ao nos retirarmos, Benedito bateu-nos no ombro, em tom paternal, e revolvendo o fundo de sua cultura francesa^ pronun- ciou com esforço;

— "Bon soir". "Bon soir , amigo. A transpiração faz mui- to bem ã saúde.

Nota da redação — O sr. Pedro Aleixo que assina es- ta reportagem não é o co- nhecido causídico desta Ca- pital, advogado da compa- nhia "Coca-Cola". Trata-se de jornalista pertencente ao nosso corpo de redatores, que mandamos ao Rio com a especial incumbência w ouvir o ex-govemador de Minas. Entretanto, por não nos ter sido possível conse- guir uma fotografia de nos- so enviado ouvindo o en- trevistado, resolvemos apro- veitar uma em que apare- ce o outro Pedro Aleixo (o da "Coca-Cola"), que na verdade nada tem ver com esta reportagem.

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EM TERRA DE CEGOS QUEM TEM UM OLHO É PREFEITO

O «Pelego» 6leP9»

NUMERO UM: EXCESS'^ — NUJIEKO DOIS; ES- CASSEZ — Depois de demoradas pesquisas nos meios operários de todo o país, nossa reportagem conseguiu finalmente estabelecer as verdadeiras cansas do baixo nivel de vida do trabalhador nacional. Estivemos no snl e no norte, no leste e no oeste. Conversamos com os trabalhadores das minas de carvão de Santa Catarina e comemos passoca com os seringueiros amazonenses. Falamos eom os carregadores de Santos (não confundir com os carregadores "de santos nas procissões religiosas) e ouvimos de Dick Famey ampla exposição musicada sôbre os problemas amorosos do «Barqueiro do S. Fran- cisco». No final de tudo, chegamas à surpreendente conclusão de que as causas do baixo nivel de vida do trabalhador nacional são apenas duas: excesso de «pe- legos» e escassez de «pelegas». Mas nâo ficaram nisso as nossas observações. Estabelecemos ainda que, dos dois, o pior inimigo éo «pelego» que, nos últimos anos tem proliferado de maneira assustadora nos meios pro-1

letarios do país. E' o inimigo número um do trabalha- dor. Enquanto isso, a «pelega», que é o número dois, quase não existe, muito embora seja desejada e cobiça- da. Em suma: o «pelego», inimigo número um, peca pelo excesso de presença e a «pelega», número doLs, peca pela escassez quase absoluta.

Número um: excesso. Número dois: escassez. — Ao alto, a título de ilustração, apresentados dois tipos ca- racterísticos de «pelego» e «pelega»: o «pelego» mais fácil e a «pelega» mais dificil. O «pelego» mais fácil é o sr. Hermani Maia, delegado do lAPC cm Minas e figurinha facilima nos meios proletários da Capital, E' visto à esquerda. E a «pelega» mais dificil, cuja fotogra- fia é vista à direita, é um exemplar (para nós raríssimo) de uma nota de mil cruzeiros que nos foi cedida pelo banqueiro Antonio Luciano. Depois de fotografado em nossa redação, o original foi imediatamente devolvido ao seu legítimo dono, acompanhado dos juros correspon- dentes ao tempo (15 minutos) que permaneceu em nosso poder.

NOSSO DICIONÁRIO

(Palavras que acabam de ser inventadas pelo corpo de filóiogos deste jornal)

Ademargogia — Bicaria do homem da «caixinha»

Alucianado — Estado de es- pírito em que fica o dono das empresas de cinema, toda vez que vê o BINÔMIO na rua

Atletricano — Torcedores do «Galo» que ainda não per- deram a mania do «tri».

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pêzinho direito atras

Hoje, para gáudio de muita gente boa, para alegria dos bro- tinhos em flôr e das balzaqucanas aflitas, iniciamos uma crônica social, onde anotaremos em cademinos de côres diversas os fatos mais .<iugestivos do nosso "grand monde". Contaremos para vocês onde procurar os melhores uísques o descreveremos os últimos requintes do cerimonial, graças d solicittule do senhor Pedro (pro- tocolo) Pereira {chefe do cerhnonial) Filho. Também sei que muita gente falará mal de mim, mas tenho a certeza de que no fundo me admiram. Afinal de contas eu conheço o gosto áa nossa sociedade.

XX Há dias, esteve na cidade de São Sebastião do Rio de Ja-

neiro, o elegante senhor Pedro (idetn) Pereira (simpatia) Filho com a finalidade de solucionar um problema que já o deixava sem dormir há algumas noites. E, no Itamarati, soube que ao cumprimentar uma pessoa deve-se colocar o delicado pé£i)i/io direito atrás, e não o esquerdo. Noblesse oblige.

I XX I Fiquei assustadissimo ao saber que o senhor Juscelino {disco voador) Kubitschek {ex-pé de xiaXsaf) de Oliveira estava pas- sando mal. Ao ser revelada a radiografia de seus pulmõv^ en- contraram, em um, ligeira sombra e, no outro, áçua fresca. Como eu, os freqüentadores da "boite" Night and Day também fica- ram assustadissimos.

Revestem-se de sucesso as reuniões literárias tia residência do senhor Osvaldo {pai do Cláudio) Pinto {poeta) Coelho. A presença indispensável é a do senhor Celso {Acaiaca) Brant, que sorvendo deliciosos uisques, em penumbra, continua a se prepa- rar para novos concuursos cm universidades e futuras viagens.

XX No elegante Iate Golfe Clube comparecem os mais sitnpáticos

casais da Capital, a fim de se divertirem aos domingos. Muito requinte, muita alegria, e, além de tudo, grande difiaildade para descobrir as esposas em companhia dos respectivos maridos. Não é o que vocês estão pensando, não/ Sles, usando a terminologia de Sartre, estão apenas existijtdo.

Pompadour

Page 9: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

A PARTIR DO PROXIMO NUMERO «BI

NOMIO» PUBLICARA' EM FOLHETIM

«A HISTORIA SECRETA DOS

AMORES 1>E NONÕ»

fii*3iünai corar de ódio. Veja agora o caso do Juscellno. Fvii Mil quo fiz âase cirurgião en- trar para a política. C5omigo siihiu todos 09 degráus de sua vida pública, tendo inclusive (iescldo alguns, ainda com meu apoio, quando freqüentávamos fiiH "boites" de Poços de Caldas e autras eatâncias minerais. Graças a mim, pôde êle ser por tanto tempo prefeito de Belo Horizonte e realizar o seu maior ííonho, que era a construção do ojisaino da Pampulha. Depois, tmpus (o verbo é êste mesmo) o seu nome como candidato do PSD as eleiçOes estaduais, rom- pendo inclusive com meu velho e leal amigo Bias Fortes. Jus- colíno foi eleito. Lançou o seu "binômio", criando essa confu- são tôda que está aí, porque a gente agora quando pronuncia íiste nome não sabe se está fa- lando do seu jornal ou do plano do govôamo.

Pois bem — prosseguiu ainda em tom amargurado o ex-chefe do govêmo mineiro. Agora, quando tudo está em ordem pa- ra o alegre político de Diaman- tina, o quo todos os problemas parecem encaminhados, êle re- solve me por de lado, como traste Imprentável. O caso da presi-

(Continua na pág. 2)

SINAL DOS TEMPOS

Uberaba, 24 — (Do nosso euviado A. forca) — A fisca- lização nesta <ddadB conti- nua extraordinariamente ati- va. Ontem uma earota sala ft. rua rom a comblnaoão aparecendo e ponces minutos depois foi Intimada a pagar imposto sObre a renda.

TRIBUNA DE MINAS ESPORTIVA

Amânhd/ segundã feird, em todds as bãncds c/a Câpitdl

Completo noticiário e reportdgens fotográficds aos jogos

hoje redlizddos em todo o pdís

VALADARES AO REPORTER:

"Meu maior sonho é escrever um livro sozíéq"

«ESPERIDIÃO» E' UMA OBRA DE AUTO-

RIA DE MUITOS, PUBLICADA SOB MINHA RESPONSABILIDADE»

Não f>ode ser considerado analfabeto apenas |)or ter escrito «sal» sem cedilhar o «c» — «-Tuscelíno é um ingrato; me deixou no fundo do buraco» — Sobre'o casamento de Ovidio: «Até que enfim, resolveu praticar iim». boa ação» — «Elzira, a morta virgem», o livro de

cabeceira de Benedito

Texto de PEDRO ALEIXO Foto de RODOLFO ROCHA

BINOMIO

25 DE MAIO DE 1952

CunvPMa uu pé «l«> out ido. IVUro Aleixo dl«pen«u o nmximo dí' suü a tençio iV» ronfidenciaw d«< IHen'?nlit«J

Trã^s da senama «A unidade do partido de-

ve estar condicionada aos in- teresses part'culares de cada um de seus membros» (Dep. Osvaldo Pieruccetti).

XXX «Se os homens soubessem

tudo quanto as mulheres pen- sam, seriam bem mais atre- vidos» (Dep. José Cabral) .

XXX BINÔMIO é o orgão hu-

moristko mais engraçado do Estado . depois da «Folha de Minas» (Celius Aulicus) .

RIO, 10 (Especial para o BINômO) — Marcada para as 7 horas da manhã., a nossa en- trevista com o sr. Benedito Va- lidares só começou às 10, por- que êle tinha ido tratar com o editor do "Bspiridiao", sr. Assia c::hateaubriand, o recebimento dos direitos autoriais que o di- retor dos "Associados" não es- tiva querendo pagar

Esta entrevista, que detenni- nou nossa viagem ao Rio, n&o obedecerá a3 linhas tradicionais rle trabalhos idênticos, doa de- mais ôrgSos de imprensa, BI- NÔMIO nao só registra o que tlecalara o entrevistado, mas e jn-incipalmente, o que c»le imen- sa, e não declara, o que sente e nâo tem coragem para ex- t'irnar

O sr Benedito recebeu-nos amàvelmente em sua biblioteca, onde ae viam livros desde "As aventuras de Brucutú" até

."As boas maneiras", de Carmem D'ATdla.

— Entre todos êles, entretan- to — foi nos dizendo, de cara, c ex-govemador de Minas — eu prefiro "Elzira, a morta vir- gem", Éste livro fez o encanta- mento dos melhoras anos de minha vida.

DECEPÇÕES E DESENGANOS

O nosflo ilustre entrevistado prometeu reservar um capítulo especial de suas declarações pa^ ra o "Esplridiao". Queria ago- ra falar dos homens, de sua vida política, de seu destino. E seu tom de voz passou neste ins- tante do despreocupado para o grave e o melancólico.

- - A mmha vida nSo tem si- do, como se pensa, um mar de rosas. Tenho sifrido ingratidões que fazem até um político pro-

I A VISITA DE GREGORIO E GETULIO TEVE PELO MENOS UM ME'RITO: FORÇOU O GOVERNADOR ^ JUSCELINO KUBITSCHEK A PASSAR ALGUMAS HORAS NA CAPITAL |

Sombra

ORGAO QUASE INDEPENDENTE

í * BELO HORIZONTE, 8 JUNHO DE 1952 NUM. 5

O TENENTE GRECrÓRIO FALA AO «BINÔMIO» TRANSMITINDO

IMPRESSÕES SÔBRE SUA VISIT A A BELO HORIZONTE

Trouxe na bagagem, além de mna m etralhadora de mão, duas dúzias de granada e vários quilos de polvora — O prefeito udenista Renê Gian- netti perdeu a voz ao cumprimentar o ilustre visitante — Homenatrpm

especial dos vinte oficiais da Polícia Militar que assaltaram a casa do

Promotor — Em companhia do tenente Gregório, viajou também o Presidente da República

«Enquanto eu estiver no Catote Benedito não entra lá» — decla rou Gregório ao repórter

E bem maior do que todas as manca-

das do Hermelíndo, foi a daquele político de Aimorés, o Memeco, que entrando em iim depósito de meias «Nylon», na véspera ílo Natal, disse lampeiro à «vendeuse».

— Quero ver meias. — De que côr? — perguntou a se-

Mhorita. — Ora, «vermeias», já disse.

Esteve em Belo Horizonte, na semana passada, o conhecido e popular tenente Gregório, que em ' sua rápida visita se fez acompanhar, entre outros, por s. excia. o presidente da Re publica. Vários assuntos de im' portancia foram debatidos em Minas pelo ilustre homem pu- blico, como o calibre dos re- vólveres que devem ser usados pela polícia do EIstado, o "cas- se-tête" mais apropriado para e.spancar sem deixar arranhões e o tipo ideal de bomba de gás a ser adotado pelos "tiras" e investigadores, para dispersar a multidão, quando ela resolva não aplaudir o governo e gri- tar entusiasticamente: Gregó- rio, Gregório, Gregório!

BAGAGEM PACIFICA S, excia., o tenente Gregó-

rio não escondeu a ninguém a alta missão de sua visita e tanto assim que foi o primei- ro da comitiva a descer do avião. Trazia sob o braço di- reito uma vistosa pasta, na qual a reportagem descobriu mais tnrdo, graças à gentil deferên- cla do Serviço do Cerimoninal

. do Palácio da Liberdade, além -'e uma metralhadora do mão,

duas dúzias do granadas, três quilos de polvora para bombas Molotov, 4 ou 5 punhais e ain- da trôs pares de Juzidaa alge- mas.

Ao descer do avião, o te- nente Gregório foi dizendo pa- ra as autoridades que o aguar- davam, já anciosas pelo atra- zo da chegada;

— Cheguei sáo e seguro. A companhia do presidente mo fez muito bem.

O presidente sorriu e agrade- ceu delicadamente.

MUITO BEM IMPRESSIONADO

cia o seu nome?) esta demons- trando ser um grande adminis- trador . Em pouco mais de um ano, já conseguiu realizar ple- namente um dos termos de seu "binômio", o da energia. Quem conhece a polícia mineira pode atestar este fato. . UMA VIDA TRANQÜILA .

O entrevistado prossegiu em suas declarações, falando ago- ra de si mesmo:

■— Só Deus e eu sabemos quanto sacrifício tenho sofrido em minha vida. Quando o 29 de outubro me levou para o ostra- cismo, raros foram os amigos que ficaram comigo. O dr. Ge- tulio foi um dos poucos. Mas, não há de ser nada. Agora es- tou por cima e vou fazer a ca- veira de multa gente boa que me abandonou naquele momen- to, como é o caso desse seu con- terrâneo Benedito Valadares. No Catete, ele não entra en- quanto eu estiver por lá.

— E o dr. Juscelino? ar- riscou timidamente o reporter.

— O dr. Juscelino, pelo me- nos. não liavia sido da copa e da cozinha de meu governo, du- i

rante a Ditadura. Na verdade nfto me abandonou. Eu sei, en- tretanto, que não posso confiar muito nele, porque é um verda- deiro artista.

MUITO CANSADO Neste momento, aproxima-se

novamente o presidente da Re- publica, que traz em sua com- panhia o dr. Américo Giannettl, a fim de apresentá-lo ao tenen- te Gregório. O prefeito udenis- ta mostra-se visivelmente emo- cionado e embaralha as pala- vras de saudação que deveria dizer. Depois de muito custo, consegue balbuciai-:

•— Sempre desejei muito co- nhecê-lo . Aliás, é este um dos meus antigos planos.

Deixando o prefeito, Gregó- rio volta-se para o reporter e informa que não podei'á pres- tar novas declarações, pois tem de seguir imediatamente para o Palácio das Mangabeiras, on- de vai receber iima homenagem especial dos 20 oficiais da Po- licia Militar que a.ssaltaram, há dias, a residência do promotor

(Continuit uu página 2)

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— Estou magnificamente im- pressionado com os métodos da Polícia mineira. Em matéria de eficiência, ela pode dar lições à propria Polícia Especial, que ultimamente vem caindo um pouco de produção — declarou- nos ele.

Depois, acrescentou: —O Sr. Juscelino Kubitschek

(é assim me.smo que pronim- Ele tenton furar o cordAo de Isolamento, para falar com Gregorio

Page 10: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

. *ssjuMudHmÊmiÉkê!ja'JUít^^

BTNAMIO S-6-lS:>3

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BINOMIO

(Sombra e água fresca) OROÃO QVASE INDEPENDENTE

Redação : Rua Maranhão, 1.123

diretor RESPONSÁVEL: Euro Luiz Arantes Ilustradores: Ronaldo, EJzio e Joca Preço do exemplar: 1 cruzeiro

Preço da assinatura anual: 50 cruzeiros

CSrcula um domingo sim e dois nâo

it

H

Deve-se lecnar o pé esperdo on 1 K néiât \ I "íTj-kí Koafortfâ rtarn mio t<v. 1 Ppdm Pprpírfl. miP narticl (OoiittniiAcfi« d» 1.* p6ir<) , .

ria feita, no fim dos traba- dos os presentes irrompessem lhos, uma declaração de prin-[em coro:

DISTRIBUIU PICOLÉS

AIDA" E CHUPOU O

NATAL DOS POBRES"

o dr. Newton de Paiva Ferreira, hoje mui digno e poderoso diretor dos "Diários Associados" de Minas, tem uma vida de capitão de industria, começada ainda^ontem. O dr. Paiva, cujo nome tem dado inumeráveis dores de cabeça ao seu chará da Federação das Industrias, o dr. Newton Antonio da Silva Perei- ra (que se diz um homem honesto) apareceu há pouco tempo em Belo Horizonte, com uma incontestável credencial para a vida publica: era o lançador doa afamados picolés "A\da", cujo sabor inexcedvoel se expressava pelos mesmos termos da ambição do dr. Paiva,. Mas o nosso üustre homem de negócios não iria sacrificar a sua inteligência e a sua capacidade de aplicar bons golpes, entre as geladeiras e formas de picolés, em cuja compa- nhia obtivera lucros espantosos. Sonhava com voôs mais altos, que pudessem aumentar os seus créditos nos bancos da (Mímc, ainda há pouco tão congelados quanto os seus sorvetes e picolés. Queria ganhar mais dinheiro, trabalhando menos, naturalmente. Vem-lhe então a idéia genial. Resolve fundar um colégio. E, assim, sob o signo de uma idéia prodigiosa, forjada sôbre as geladeiras da antiga industria, é que nasceu a moderna e pode rosa industria da rua dos Tamoios, que mais tarde receberia o nome um pouco impróprio de Colégio Atwhieta.

• * •

O dr. Newton (não confundir com o que se die honesto, da Federação das Industrias) prosseguiu a sua jornada gloriosa no comércio e na industria, tendo mantido por algum tempo um bem sortido armazém de secos e molhados, que foi fechado por não dar nem a décima parte do que lhe rende apenas uma turma do primeiro ano ginasial de seu estabelecimento de ensino.

Agora, o dr. Newton resolveu fazer sociedade com o dr. Chateaubriand, outro que sempre gostou de negócios sujos c rendosos. Foi nomeado diretor dos "Diários Associados", que a partir de sua nomeação estão cobrando até a perinattéticia (íe qualquer pessoa estranha no passeio da redação.

Dizem mais que o nosso biografado está envolvido em uma história mal explicada de desvio de imposto de renda, através do "Natal dos Pobres", rendosa atividade que, como os picolés "Aida", foi inveiUada pelo dr. Paiva .

Tudo isso, entretanto, não nos interessa. Queremos apenas, neste breve comentário, ressaltar a elevação de conduta do dr. Paiva em toda a sua carreira. Quer quando estava à frente do Colégio Anchieia, quer agora que é o diretor dos "Diários Asso- ciados", o dr. Newton demonstra ser um homem consciencioso: nunca ensinou, nem para seus alunos, nem para seus leitores, os golpes pouco recomendáveis que ele vem dando na praça. Esse mérito não lhe poderemos negar.

cipios sôbre a frescura do cli ma de nossa Capital.

— Apesar de incompreendido por alguns amigos — desabafou irçitado o sr. Antunes — eu sou um homem das definições: pão, pão; pau, pau. EXPULSO O SR. RAMOS DE

OARVAtHO Ao proferir o prof. Pinto An-

tunes as últimas palavras de sua intervenção, o sr. Ramos de Carvalho foi atacado por uma forte crise de nervos. E começou a dizer palavras inin- telegiveis, como aquelas que a gente diz quando vê algumas cenas do filme «Êxtase», de Hedy Lammar, que a censura injustificavclmente cortou.

— Este homem está se tor- nando inconveniente aqui — protestou em tom indignado o deputado Daniel de Carvalho, que apesar do sobrenome, só tem em comum com o sr. Ra- mos a delicadeza dos gestos e a quase feminilidade de suas atitudes.

— Isso é um absurdo — re- trucou o sr. Machado Sobri- nho, levantando-se de sua ca- deira e botando as mãos nos quadris. Que diga essas coi- sas . Mas que o faça com mais discreção. Assim também é demais.

O sr. Ulhoa Cintra, que acompanhava a reunião pelo buraco da fechadura, gritou atrevidamente:

Bota o Ramos na rua.

II»

Foi o bastante para que to- Pedro Pereira, que participou ^ tõda a reunião ao seu lado. Nós viemos aqui para traba- lhar, sim senhor.

— Absurdo coisa alguma. Nâo quero trabalhar, mesmo — retruca o sr. Pinto Antunes. Se repetir a ofensa — diz para o sr. Daniel de Carvalht), eu lhe puxo os cabelos.

— Então, puxa. Vamos, se é homem.

— Sou hMnem, sim senhor

Fora, fora. Imoral. In- decente. Bruto. Vamos pedir ao Starling para buscar o Pa- dilha no Rior, para tomar con- ta deste malvado.

O sr. Ramos quis ainda ex- plicar-se, mas foi mesmo ex- pulso da reunião.

— Não admitimos falta de linha aqui dentro. O nosso dever está cumprido — sentenciou, encerrando o desagradável in- cidente, o sr. Clovis Salgado.

Depois que tudo passou, o sr. Pedro Pereira confessou em tom de cochicho ao sr. Daniel de Carvalho:

— Quem poderia esperar esse arroubo tropical do Ramos, êle que esteve tanto tempo na Inglaterra?! Nem o Sansão...

O sr. Daniel esclareceu que não conhecia o Sansão.

APÊLO E ESCARAMUÇA Nesta altura, o si-, presidente

resolve chamar à responsabili- dade os membros da reunião.

— Estamos aqui há tanto tempo e não resolvemos nada. E' preciso trabalhar, trabalhar, trabalhar.

— Ora, que trabalhar nada — responde um pouco aflito o prof. Pinto Antunes, que não perde uma brecha para hos- tilisar o presidente. Nunca tra- balhei na minha vida e não será agora que hei de fazê-lo.

— Isso é um absurdo — acrescentou o sr. Daniel de Carvalho, secundado pelo sr.

exclama pálido o sr. Antu- nes .

— Mentiroso — torna à car- ga o sr. Carvalho.

— Mentiroso, mas corajoso — responde o sr. Antunes.

Neste momento, quando mais acalorada ia a discussão, al- guém se lembrou do ligar o rádio. As primeiras palavras do locutor, os contendores lar- garam apressadamente as suas cadeiras, deixaram a briga de lado e correram para o rádio.

Diante da indisciplina, o pre- sidente sentenciou, enérgico:

— Está encerrada a questão. Quem quiser que resolva o pro- blema da reunião. Eu vou é tratar de minha vida.

E correu também para o rá- dio.

O sr. Cintra que estava de fora resolveu então perguntar

• porque haviam terminado os trabalhos da reunião. Nâo foi preciso, entretanto, porque o lo- cutor voltou a anunciar, agora em tom mais forte:

— Iniciamos neste ponto mais uma apresentação do pro- grama «Só para mulheres»...

A MANCHETE DIZIA, COM LETRAS

VERMELHAS: "O CRUZEIRO CON-

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8-6-1952 BINÔMIO

1 E O VISITANTE, AO VÊB PELA PRIMEIRA VEZ O SENADOR MELO VIANA, EXCLAMOU RADIANTE: «V.* I EXCIA. DEVE SER A EMINÊNCIA PARDA DA POLÍTICA MINEIRA». |

Chateaubriand escre-

ve um artigo

No fundo de sea escritório, o sr. Assis Chateaubri- and ditava um artigo para a (»ideia dos «Diários Asso- ciados». E dizia o seguinte:

«Nunca o país teve na direção de sueis finanças, um homem da baixeza morjil é da incopetencia técnica do atual ministro da Fazenda Elemento destituído de qual- quer cultura especializada, e dos necessários predicados morais, foi guindado e esse alto posto, graças a um sem número de injunções em negócios inconfessáveis que em outras ocasiões êle propiciou a conhecidos aproveitado- res Agora, o ministro, cumprindo a sua tradição de mal- versador dos dinheiros públicos, lança mão de todos os processos imagináveis a fim de aumentar a sua já fa- bulosa fortuna, conseguida à custa dos mais torpes, iniquos e despudorados meios Explorador de viuvas e X de órfãos, o homúnculo que ocupa a importante pasta fez a sua carreira de homem de negocios estorquindo e chantageando, sem qualquer escrúpulo de ordem moral»

Quando chegava a esse ponto de seu vibrante comen- tário, toca o telofone. A secretaria atende e diz que o chamam do Ministério da Fazenda.

Era o secretario particular do ministeo que estava encarregado de transmitir-lhe a informação de que fôra reservada, de acordo com os pedidos feitos, uma verba de dois milhões de cruzeiros para os «Diários Associa- dos», no orçamento do Ministério.

Chateaubriand iluminou-se de júbilo, mas continuou o artigo tranqüilamente:

«Essas considerações desairosas a S ^cia , o sr. ministro da Fazenda, são o que dizem do ilustre finan- cista os seus inimigos gratuitos, despeitados e invejosos»

E o trabalho tomou ainda três ou quatro datilogra- fadas, ressaltando as qualidades morais e intelectuais do ministro.

BAR

CAÇULA

o MAIOR

O "OLÉ" DO

ESPANHOL

Era uma vez um espanhol que tinha a mania de dizer «olé» a respeito de tudo.

«Olé» quando morria um pa- rente. «Olé» quando extraia o apêndice». «Olé» quando batia uma carteira.

E já estava tão viciado que até o «Padre Nosso» êle ter- minava assim:

. . . «y no dejés cair en ten- tacion y librainos dei mal, «olé».

«Estou encantado com. . . (Contiiiuaçfta da l.a pág)

Ricardo Wagner de Alvarenga. Ainda tentamos insistir, mas

Getulio aproximando-se, solici- tou:

— Atendam ao seu pedido. O tenente Gregório está muito cansado da viagem.

Atestado de vida

A viuva era pensionista do Instituto dos Comerciá- rios (lAPC) e i^ebia men- salmente a elevada quan- tia de 162 cruzeiros e 5 cen- tavos. Como é do regula- mento do Instituto, ela de- via apresentar de seis em áeis meses um atestado de que estava viva, para efeito ãe receber, a pensão. Acon- tece entretanto que ao ven- cer um desses prazos, a po- bre viuva estava fora da ci- dade e deixou de levar o do- cumento atestando que não morrera ainda. Quando vol- tou da viagem feita a um parente do interior, já ha- viam passado 12 meses e

ela procurou receber as pen- sões atrazadas. Providen- ciou então um atestado do delegado, afinnando que ela estava viva e que, portan- to tinha direito ao recebi- mento .

— Tudo está muito bem, minha senhora — declaix)u- Ihe solicito o funcionário do lAPC, quando ela lhe apre- sentou o atestado. O docu- mento diz que a senhora está viva na data de hoje. Agora, só falta a senhora trazer outro atestado do de- legado para provar que tam- bém há seis meses se en- contrava com vida. Sem is- so, não poderemos pagar...

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Desde menino, Nonô foi '►.ampre assim: ambicioso, complicado e aventureiro. Já aos quatro anos, sua ve- lha mãe o surpreendeu, cer- ta vez, trepado no telhado da casa, olhando boquia- berto para uma janela da casa do vizinho. Chamado às fa':^ pelo pai, Nonô ex- Plicou-se:

■7- «Num foi nada não, pai. Eu tava só olhando a empregada do sô Maurício tomá banho».

nada valeram os con- selhos, as reprimendcis e as ameaças do pai. Uma se- mana depois, Nonô era car- 1'egado para dentro de cíisa, em estado de inconciência e ainda com duas costela par- tidas. Tinha caido do te- lhado .

Foi assim que começou a paixão de Nonô por Etol-

A HISTORIA SECRETA

DOS AMORES DE NONÔ

vina, a empregada do vizi- nho. Uma paixão que ape- sar dos quatro anos de No- nô e dos trinta e quatro de Etelvina, ainda iria dar dôr de cabeça em muita gen- te.

Restabelecido do aciden- te, Nonô, logo na primeira vez que voltou ao quintal, fez uma descoberta que o havia de deixar acabrunha- do por mais de dez dias: a escada desaparecera. Não podia mais subir ao telhado, para ver Etelvinha tomar banho.

XXX Passaram-se oito dias e

a familia começou a notar que o garoto não era o mes- mo . Quase não saia do quarto. E se ia ao quintal era apenas para dar um pas- seio ao longo da cerca que dividia a propriedade de seu pai da do seu Mauricio. Percorria toda a extensão da divisa e depois voltava amuado para dentro de ca- sa. As amigas da mãe de Nonô garantiram que era quebranto. Meis o farma- cêutico da esquina, quando o examinou com mais aten- ção, não teve dúvidas: o me- nino estava aguado!

O diagnóstico do boticá-

rio caiu como verdadeira bomba entre as pessoas mais chegadas à familia de No- nô . Começaram, então, os

I interrogatórios, a fim de I que fosse determinada a : causa do mal. Ofereciam I tudo a Nonô. Mas o garo- ; to permanecia irredutível.

1 Perguntavam o que êle que- ' ria comer e nada. Nonô I continuava calado. Até que I um dia, depois de mais de ! duzentas tentativas frusta- das de determinar a causa da doença do garoto, seu Mauricio, o vizinho do lado, fez uma descoberta que vi-

nos últimos dias.

Durante um passeio ines- perado pelo quintal, seu Mauricio surpreendeu em flagrante Nonô e Etelvina, na mais estranha e inacre- ditável cena de amôr. No- nô, trepado na cerca, com um dos braços segurando o moii"ão e outro estendido na direção da empregada, implorava humilde:

— «Me passa, Etelvina»

— «Me passa o que, me- nino?» — perguntava in- trigada a cozinheira do seu Mauricio.

— «Me passa pro lado de lá» — insistia Nonô, agora esticando os dois bracinhos na direção de Etelvina.

(Continua no próximo número

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Page 11: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

Deve-se recoar o pé esqnerilo on o pé direito quando

se tem de cnmprinientar nma pessoa importante?

PROBLEMA DE ETIQUETA SOCIAL REÚNE EM MESA-REDON- DA VÁRIOS HOMENS DO GOVERNO

O sr. Ulhoa Cintra não pôde entrar e o sr. Pedro Pereira pensou que fossai inveja do prof. Clovis Salgado, na presidência dos trabalhos — O sr. Pinto Antunes para o sr. Daniel de Carvalho: Sou um homem da definição: pão, pão; pau,pau» — O sr. Ramos de Carvalho é ex- pulso da reunião por ter faltado ao respeito — Um programa de rádio

interrompe os trabalhos

Um problema de etiqueta so- cial deu origem em Belo Ho- rizonte a uma mesa redonda, que por motivos injustificáveis os outros jornais deixaram de noticiar Esta folha, entretan- to, que sempre procurou infor- mar os seus leitores sobre to- dos os acontecimentos, mesmo aqueles que possam parecer um pouco suspeitos, deu à impor- tante reunião o destaque que cia merece.

Realmente, o assunto da me- sa-redonda, ou «tête-à-tête», como quer o sr. Pedro Pereira Filho, é o mais atual e pal- pitante . Os ilustres participan- tes, quase todos do govêrno, se reuniram para resolver de uma vez por todas, se se deve colo- O sr, Ulhôa Cintra nSo pôde cu- car atrás o pé direito ou o pé trar, mas acompanhou a reunião

levantando váricis questões de ordem. O presidente, todavia, não se atrapalhou, e respon- deu em cima da perna:

— Escolhemos Belo Horizon- te por um único motivo: a fres- cura do seu clima.

Ficou assentado então, de- pois de vários debates, que se-

(Continua na pág. Z) Em ambiente em que se notava a presença de ricos perfumes, prosseguiu a animada reunião —————

esquerdo, quando se tem de cumprimentar uma pessoa de fino trato.

DR. CLOVIS NA PRESI- DÊNCIA

A reunião contou com a participação de vários elemen- tos de destaque na vida públi- ca mineira, a começar pelo vi- ce-governador do Estado, dr. Clovis Salgado. Também esti- veram presentes os srs. Pedro Pereira Filho, Ramos de Car- valho, Pinto Antunes, deputa- dos Macliado Sobrinho, Daniel de Carvalho. O sr. i'rancisco dç Ulhoa Cintra, apesar de sua insistência, não pôde entrar, porque ofi outros participantes acharam que lhe faltavam as necessárias credenciais políti- cas.

O tête-à-tête, começou, ten- do à presidência dos traba- lhos o dr. Clovis Salgado, que cm wz calma e doce, cliamou a atenção de seus companhei- ros para a importância da j;eu- nião.

Meus colegas, temos hoje nma grande tarefa, qual seja a de debater um problema dos mais decisivos para o atual go- vêrno de Minas, disso o vi- ce-govemador. Iniciando os de- bates . Precisamos agir com muita coragem. Muita, muita o muita

E cruzou as pernas, batendo as mãoziíihas de leve sôbre a mesa.

«A HISTORIA SECRETA DOS AMORES DE NONÔ»

(Leia na 3.a págiina)

pelo buraco da fechadura

PEDROCA DA" CONFUSÃO O sr. Pedro Pereira Filho,

que também queria ser presi- dente da mesa, levantou de inicio uma questão de ordem, com o propósito exclusivo de confundir o dr. Clovis Salga- do:

— Eu gostaria de saber quem foi que botou para fora o nos- so prezadíssimo colega Ulhoa Cintra.

O sr. presidente esclareceu, energicamente:

— Ninguém, ora essa. Todos nós lhe rendemos a nossa admi- ração. Trata-se de uma pessoa franca e sem hipocrisias. O que tem de fazer, faz mesmo, sem dar atenção ao que os outros possam dizer. Acontece, entre- tanto, que não tem um cargo importante. Sem isso, não po- dia entrar.

O sr. Pedro Pereira respi' rou enfastiado, cochichando pa- ra o sr. Daniel de Carvalho:

— Pensei que fosse inveja. PAO, PAO; PAU, PAU

Em ambiente no qual se sen- tia a presença de ricos perfu- mes, prosseguiu a movimentada reimião.

— O meu problema neste instante — declarou, como se estivesse participando de um concurso, o prof. Pinto Antu- nes — não é propriamente o de saber se se deve botar atrás o pé direito ou o esquerdo. O que me intriga mais é sa- ber porque a nossa reunião es- tá sendo realizada aqui e não no Rio, a capital do pjiis.

O sr. Pinto Antunes estava também fazendo oposição ao presidente, e seguia o exem- plo do colega Pedro Pereira,

Bean pior do que a história daquele sujeito que chegou ao inferno cheio de buraqui- nhos, |K)rque não se conteve e tossiu den- tro do guarda-roupa, é o caso daquele outro indivíduo que chegou ao céu tostadinho como um peru de Natal. Tinha viajado | peia OMTA.

Até que eritim, conseguiu

talar com o secretário

o herói já estava há qua- se três meses tentando fa- lar com o secretário. A pri- meira vez em que apareceu na Secretaria, disseram-lhe que não podia ser recebido, porque era dia de despa- cho com o governador. Na

segunda, a audiência teve também de ser adiada, por- que o «homem» tinha ido ao lançamento de uma pe- dra fundamental. Da ter- ceira, igualmente, o encon- tro não pôde realizar-se, porque o «sr. secretário»

BINOMIO

ANO I 8 DE JUNHO DE 1952 — N. 5

FÁBULA MODERNA

Há alguns anos, em conhecida aldeia localizada bem no centro da Africa do Sul, ocorreu um acidente que, por sua natureza e conseqüências, bem merece a atenção

dos historiadores. Um macaco semi-selva- gem ia passando debaixo do prédio que es- tava sendo construído para a residência do governador inglês, quando luna enorme jíedra, caindo do alto do edifício, cortou- lhe um pedaço do rabo. Louco de dôr, o animal afastou-se para muito longe da po- voação, saltando de galho em galho e pro- nunciando com dificuldade uns nomes im- publicaveis que tinha aprendido na aldeia civilizada.

Mais tarde, porém, pensando melhor, resolveu voltar ao local do acidente, para ver se ainda encontrava por lá o pedacinho do precioso apêndice que fora cortado pela pedra fatídica. Mal sabia êle que uma no- va e funesta surpresa lhe estava reserva- da pelo destino. No momento exato em que se aproxima va da imponente constru- ção, uma outra pedra, caindo do mesmo lo- cal, arrebentou-lhe os miolos.

Moral: Por causa de um rabo, perde- se a cabeça.

estava ausente, obrigado que foi a ccanparecer a um «cock-tail». E íissim, o mes- mo se deu com a quarta, a quinta, a sexta e uma in- finidade de tentativas para falar com o secretário.

Hoje, o nosso herói está esperançoso, pois recebeu um cartãozinho do secretá- rio do secretário do secretá- rio, dizendo que o «homem» poderia atendê-lo. Caminha marcialmente para a Secre- taria, já esquecido de que perderá nessas caminhadas mais de três meses. Entra tranqüilo no edificio, subin- do por uma escala que se di- vidia em duas, conw aquela da Secretaria das Finanças. Todos o saúdam festivamen- te, o que lhe causa ligeiro espanto.

O «boy» do chefe de ga- binete do ajudante de or- dens do secretário do se- cretário do sr. secretário o cumprimenta com um sor- riso no canto da boca. O diretor do serviço de rou- pas intimas do sr. secretá- rio abraça-o com sofregui-

i dão. O auxiliar do chefe de fiscalização do corpo de ins-

{ petores do funcionalismo do gabinete recebe-o com os

I braços aberto, dizendo que , o sr. secretário está ansio- so pela sua chegada. O nos-

j so herói está radiante. Ved j falar com o sr. secretário. E vai mesmo. O secretário do secretário do sr. secre- tário o convida para entrar no gabinete, onde o «Ho- mem», que está mergulhado numa montanha de papeis, larga o seu trabalho e se prontifica a ouvir o nosso herói. Neste momento, o nosso herói acorda. O jan- tar de ontem provocou-lhe sonhos a noite toda.

O GOVERNADOR EM TRAJES MENORES —

O sr. Juscelino Kubitschek, bailarino emérito ® viajante experimentado, revelou agora uma outra faceta de sua personalidade: a de espor- tista, E' justamente por isso que se vê obriga-

do a viajar semanalmente para o Rio, onde es- ta disputando um animado e concorrido torneio

peteca. — No flagrante acima, tomado em

^opacabana, na altura do Posto 6, o govema-

fj, "^wscelino Kubístchek pousou para o nosso fotografo esportivo, entre pudico e receioso, en-

■Quanto ouvia as instruções do sr. Pedro Pe- reira Filho, sôbre a melhor posição para sair

íotografia. O dbefe do Protocolo não apa- rece na chapa porque ela se destina a um album

de ffunilia

NESTA EDIÇÃO

EntrcTista com o ar. AntOnio I.uciano (última p&g).

*A historia secreta dos amores de Nonô» — (3* p&K.)

Mais uma burrada do ex-te- sonrelro da Prefeitura

(2» püK.) XXX

Memeco, o deputado (2* p&g.) XXX

Ovidio de Abreu treina para ser Kovernador (última p&g.)

DEPOIS DA HIDBAZmA; —

— Nfto, n&o foi nada nllo. Eu tive apenas nma tubsrculose-

Einha

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SÔ ESTE M£S

RUA SAO PAULO, 642

AO VER O SR. OSCAR NETO NADANDO NA PICINA DO MINAS TÊNIS CLU-

BE, EXCLAMOU CATEGÓRICO AQUELE JOVEM DA OPOSIÇÃO: - "EIS Al

A MAIOR DIVIDA FLUTUANTE DO ESTADO"

HISTORIA

TRISTE

Era uma gran<]e família mul- to -estimada nas vizinhanças. Componentes: Joa(iulm, o che- fe da casa; d Maria, a (Esposa; Juquinha, Maneco e Joãozinho, os filhos; e d. Esperança, mãe de d. Maria e, consequente- mente, sogra de Joaquim.

Viviam todos na mais perfel- J ta harmonia, quando uma es- tranha doença contaminou to- das as pessAas da casa, desde a sogra até o caçula. Uma dia Joãozinho piorou e morreu. De- pois foi a vez do Maneco e de- pois do Juquinha. Ficaram ape- nas os velhos. Mas a doença nfio estava disposta a parar e acabou matando também d. Maria. Ficaram Joaquim e d. Esperança. Um dia Joaquim também morreu. Mesmo so- zinha, d. Esperança nSo entre- gou os pontos. Continuou lu- tando contra a doença. Até que, depois de três meses, aca- bou batendo a bota também.

Moral: A ESPERANÇA. È A ULTIMA QUE MORRE

PREÇO

UM CRUZEIRO

ANO I BELO HOHIZONTE. 22 JUNHO DE 1952 NUM. 6

JUSCELINO VAI POR ROLLA NA PRAÇA RAUL SOARES

'^Sensacional descoberta da reportagein de BINÔMIO sôbre a verdadei* ra finalidade dos prédio que ali serão construídos

Grave denúncia foi feita & re- portagem dêste Jornal, sObre o conjunto arquitetônico que será construído brevemente no Praça

I Raul Soares, por iniciativa du govêmo mineiro. Segundo a infor- mac&o, a verdadeira finalidade dos prédios que ali scr&o erguidos, é outra, bem diferente mesma da que foi anunciada amplamente pe- la Imprensa governlsta da Capital, isto é, por todos os nossos bravos e Independentes Jornais.

Pelo que noticiou essa Impren- sa, o majestoso conjunto seria utilizado apenas para o funciona- mento de um hotel de luxo e das repartições públicas do govêmo mi- neiro. No sub-solo ficaria insta- lada uma enorme estacfio rodo- viária.

Esta é a versfto oficial. Na ver- dade, entretanto, nem tOdas as re- partições ser&o públicas, segundo a grave denúncia que recebemos de flementos ligados ao sr. Arce- bispo da Capital. Pelo contrário, muitas delas ser&o até excessiva- mente privadas, pelo menoi> até que seja alterada a atual legls- lacfio sObre contravenções penais, entre as quais se Incluem tAdas as modalidades de JAgo dc azar, mesmo as permitidas pela Poli- cia... Acreditam os denunciantes

que teremos brevemente em Belo Horizonte, sob a égide oficial, uma casa de Inocentes diversCes, como aquela que as autoridades policiais varejaram há pouco tempo nos fundos da «Popular Loterias». Os informantes, que fiaeram questáo de permanecer anOnimos, por uma Justificável medida dc prudência, náo adiantaram qualquer outro de- talhe em tOmo de sua sensacional revelacáo. Por Isso mesmo, esta nota deve ser recebida com as ne- cessárias reservas, c(^o sejam re- servas de apartamentos nas pro- ximidades das salas de dIversOes do conjunta, reserva de mesa nos melhores pontos do sal&o, além de fichas e outros inofensivos obje- tos apropriados para a ocasi&o.

Uma única circunstância levou os nossos informantes às compro- metedoras conclusões de sua de- núncia: a lembrança do governa- dor Juscelino Kubitschek em por Rolla por trás do grande empreen- dimento. O sr. Joaquim Uoila, co- mo se sabe, antigo concessionário do Cassino da Pampulha e pro- prietário do Cassino de Quitandl- nha, além de outros centros es- portivos do pais, é quem vai ex- plorar a promissora indústria, pois foi o vencedor da concorrência pa- ra a construcáo dos prédios da Praça Raul Soares.

Por falta de uma vista da Praça Haul Hoarea, onde serA construído o monumental conjunto arqnltetA- nloo, publicamos aclmu, pant que a reportagem n&o aaisse sem llus- tracilo, a fotografia de um louoo evadldo do Hoiipital do mesmo

nome

Sombra

e

aoDa fresca ORGÃO QUASE INDEPENDENTE

Page 12: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BmoMio S3.8.19K3 ZZ-B-IWSa BINOMIO

BINOMIO iSombra e água fresca)

Diretor: EURO LUIZ ARANTES Gerente: AMADO RIBEIRO

• • • Redação; Rua Maranhão, 1.123

» * • PRINCIPIOB: f

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MEMECU, O DEPUTADO

O deputado Américo Martins da Costa, muito em- bora para a quase totalidade dos nossos leitores possa não passar de mn ihntre desconhecido, nem por isso

deixa de gozar de sua popularidadezinha no interitH* do Estado. Em Besplendor e Aimorés, por exemplo, municípios que o elegeram deputado estadual, êle é conhecido não apenas e<Hno cirurgião fracassado e orador contumaz, mas também pelos seus numerosos e hilariantes apelidos.

Entre os habitantes destas duas cidades, correm dc boca em boca, antes, depois e durante as eleições, os versos mais engraçados e os ditos mais chistosos, glosando as mMM»das, os apelidos e os facassos do cu- rioso político.

Na região de Aimorés o «nome» do sr. Américo Martins da Costa é Memeco. Todos o conhecem por esse apelido e pode-«e mesmo dizer que muita gente não sabe mesmo qiuU o sen verdadeiro nome.

Entre as qnadrinhas feitas pelos habitantes de Aimorés, para glosar o apelido ^ ao mesmo tempo o fracassso do sr. Américo Martins da Costa como mé- dico, há uma que vale por todas as outras reunidas, tal a perfeição e a simplicidade com que foi realizada. Diz assim:

«Noticias h neste mundo Que a todos causam pavor. Por exemplo: eu ser poeta E o Memeoo ser doutor». j

Isso em Aimorés, onde o seu apelido mais conhe- cido é Memeoo. Já em Besplendor, um município vi- zinho e também pertencente à sua zona eleitoral, o sr. Américo Martins da Costa deixa de ser Memeco, para transformar-se num ridículo e dasajeitado Camelo. Para uma bôa parte do povo de Besplendor não existe Memeco e nem Américo Martins da Costa. Existe ape- nas o Camelo, qae é cantado em versinhos caipiras as- sim:

«No GetuUo e no Camelo Quem voto num fez vantage. Eu também votei nos dois: «Disgraça pdoa é bobage».

Como se vê, o austero e compenetrado Américo Martins da Costa, da Assembléia Legislativa, é bem diferente do pUliérIco Meméco de Aimorés, ou do desa- jeitado Camelo de Besplendor.

TENTOU ENFUMAÇAR OS OLHOS DO PRE-

FEITO E ABRIU AS VISTAS DA POLICIA

BAR

CAÇULA

o MAIOR

O sr. Adib Abdo, ex-te- soureiro da Prefeitura de Be- lo Horizonte e demitido a bem do serviço público, pro- vou mais uma vez que não é exatamente o que se pos- sa chamar de um sujeito in- teligente. Depois de um nú- mero incontável de burradas, sem maiores conseqüências, achou de colaborar anonima- mente para a restauração das finanças municipais, incine- rando algumas apólices da Prefeitura, e se estrepou du- plamente: caiu no ridículo e na Casa de Correção.

E' claro que se o Adibinho fosse um pouco mais inteli- gente, teria feito a coisa co- mo manda o protocolo. An- tes de mais nada distribuiria uma grande quantidade de notícias pagas a todos os jornais da Capital, anuncian- do o seu propósito de cola- borar com a restauração das finanças públicas "incineran- do" publicamente duas mil apólices da Prefeitura. De- pois disso marcaria a data e contrataria 112 fotógrafos para fixar o flagrante histó-, rico. Realizado o ato, era só distribuir mais uns 200 mil cruzeiros de publicidade pa- ra todos os jornais da Ca- pital e pronto: seria um he- rói. No dia seguinte encon- traria em tcxlos os matuti- nos manchetes mais ou me- nos assim: "Adibinho, o res- taurador das finanças muni- cipais" — "Duas mil apóli- ces foram incineradas ontem na Capital".

Mas o sr. Adib Abdo achou de bancar o pão duro e acabou se estrepando, pois os títulos no dia seguinte di- ziam simplesmente: "Preso

LUCIANO AO REPORTER... (Continuação da última p&g.) cou mais tarde como nendo o pai, o Irmão, dois tios e um cunhado «daquela moca».

o reporter temeu pela sorte do entrevistado, pois n&o re«tava dú- vidas quanto aos propósitos da expedição punitiva.

Mas acontece que quando £les Começaram a penetrar no quarto, h6 encontraram ali o jornalista. O sr. AntOnlo liUOlano, sem que ninicuem percebesse, fugira por uma porta secreta. Instalada em seu apartamento, Jnstamente para tais emerg^êndas.

Como o reporter não pAde fazer o mesmo, pois nem sequer per- cebeu a manobra do dr. Ludano, acabou levando alguns pescocdes, até que conseguisse explicar quem era e • que entava fazendo ali. Nesse ponto, entretaato, JA tinham quebrado a sua máquina fotogrA- fica, motivo pelo qual essa re- portagem sai sem qualquer ilus- tração.

quando queimava apólices da Municipalidade" — "O sr. Adib Abdo foi recolhido à Casa de Correção".

Em declarações prestadas à reportagem, pouco antes de ser recolhido ao confortável presidio da rua Uberaba, o sr. Adib Abdo declarou que quando foi preso estava ape-

BINOMIO ACONSELHA:

Quando a mulher se torna indiferente, o homem tam- bém deve aparentar indiferença, pois ela jamais ficará in- diferente á nossa indiferença pela indiferença dela.

ISSO É DESPEITO, DERALDO

se supera Ele se com- pcaisa

No fundo de seu «eu», Padilha delicia-se com as violências: «se eu não posso fazer, também os outros não terão sua vez». E assim, vai cumprindo a sua carreira de trnenlên- cias, todas marcadas dês- se traço de distinção psí- quica, até que surja al- guém mais lúcido e mais responsável para conduzi- lo ao único lugar em que deve estar: um sanatório de doenças mentais. A não ser que o seu mal seja apenas falta de vergonha, o que não é difícil.

RãíBriãl

Fotográfico

Casa

Lucerna

BAHIA

(quase em frente ao Caçula^

MAIS UM CANDIDATO... (Contlnunção da última pAg.) quilo. Pode concorrer seguro íis eleições estaduais.

— Nem o Juscellno me faz som- bra — declarou êle, org^ilhoso,. deixando rescender o odor típico de um corpo ainda excitado por um número violento de «swing».

Aqui, no «Mandarim Danças»,^ Já estou até dando aulas. Depois de passar a mão pelos cabelos grisalhos, por onde escorriam gros- sos fios de suor, o dr. Ovldio acrescentou para o repórter:

— Pode parecer íalta de modés- tia, mas com os meus preparativos estou certo de que çerel gover- nador do. Estado. Se o r-imédi» nao falhou com o Jusceiinc, nãu há razão para fracassar agora.

Quando sôa na Capital da República o nome do comissário Deraldo Padi- lha, todos sabem que al- gum distúrbio vai ocor- rer. O valente policial, cu jo odio pelos casais de na- morados só encontra si- milar na sua sêde quase feminina d e exibicionis- mo, marcou-se na crônica da vida carioca como o mais angustioso caso de morbidês e desvio clínico. Na verdade, o comissário Deraldo não age apenas com o intuito de impor maior moralidade à '^a diária dos cariocas, que êle só tem sabido desres- peitar e denegrir. O seu problema, ou melhor, os seus problemas encon- tram raizes em fenôme- nos psíquicos, como aque- les que o dr. Kinsey sou- be tão bem analisar na atualidade americana. Ao espancar uma jovem ou insultar o seu companhei- ro, o comissário não ape- nas cumpre uma missão da rotina profissional. Ele afirma o que de mais autêntico e profundo traz no teor de sua personali- dade. Ele se desabafa. Ele

AS MULHERES E AS CONTAS

Há diversas tipos de mu- lheres: as que vivem por conta do marido, as que vi- vem por conta com o mari- do e as que vivem com o marido sem serem levadas em conta.

Há também um outro ti- po: as que freqüentam cer- tos clube elegantes da Ca- pital. Mas essas vivem ape- nas. Os maridos ficam em casa, fazendo de conta que não sabem de nada.

O SR. JOSÉ MORAIS, CHEFE DO SERVIÇO DE IMPRENSA DO PALACIO DA LIBERDADE, VAI VOLTAR A SUA ANTIGA PROFISSÃO DE JORNALISTA DESCOBRIU QUE O PAPEL DE IMPRENSA, AGORA, FA-

BRICADO COM BAGAÇO DE CANA

nas fazendo um "despacho", a conselho de seu feiticeiro particular, o sr. Benjamim Romualdo Soares. A fumaça dos títulos queimados deve- ria ofuscar a vista dos pe- ritos que estavam realizan- do o trabalho na Prefeitu- ra. Mas errou na conta e fez fumaça demais.

"SEU" OSVALDO GOSTA DE BRIGAR

O BUROCRATA BANCOU O «VALIENTE» E FOI PARAR NA PO-

LICIA — PENSOU QUE ESTAVA LIDANDO COM OS CLIENTES DE SEU DEPARTAMENTO, NA SECRETARIA DAS FINANÇAS

O sr. Osvaldo Sampaio, alto funcionário da Secreta- ria das Finanças (isso, pelo menos é o que ele alega na Policia, todas as vezes que vai preso) tem a mania de bancar o valentão. Já por diversas vezes tem discuti- do e ameaçado as pessôas 3ue procuram o seu desor- ganizado departamento (o 3e Centralização do Expe- diente), na Secretaria. E Ds próprios funcionários, de i^ez em quando, se vêm às voltes com o mau humor 3o irriquieto burocrate.

Quarte-feira última, no íntanto, quando dirigia um

automóvel no bairro da Flo- reste, a arrogancia e o ir- riteção do sr. Osvaldo Sampaio passaram dos li- mites.

E' que, em conseqüência do acidente o fiscal de tran- sito que compareceu ao lo- cal, interrompeu a passa- gem de veículos no quartei- rão onde ocorreu o desas- tre, até que fossem tomadas as providencias de praxe. Foi quando apareceu um carro, avançando no meio dos curiosos que se encon- travam por perto e desobe decendo ao apito do inspe- tor. Chamado às falas pela

AGUARDEM NO PRÓXIMO

NUMERO^

o GOVERNO DE MINAS ENTREGUE AOS ESTRANGEI- ROS, sensacional denuncia de BINOMIO

XXX o PROBLEMA DE SUBIR ESCADAS PESANDO 145 QUI- LOS, autorizado artigo do sr. Geraldo Starling, chefe de 'olícia

V VOCÊ. F^lho

X Z X composição escolar do sr. Pedro Pereira

XXX JANOBRA da coap para aumentar o preço do "NOMIO, repto ao presidente daquele organismo

... . XXX ^udo ISSO e várias outras novidades por apenas 1 crazeiro le nossa desvalorizada moeda.

autoridade, o dono do au- tomóvel, sr. Osvaldo Sam- paio, alegou primeiro a sua condição de «alto funcio- nário da Secretaria das Fi- nanças», depois proferiu uma serie enorme de desa- foros e palavrões, ameaçan- do todo mundo, inclusive jogar o veículo contra o po- vo, caso não lhe dessem caminho. E só ficou mais calmo depois que foi preso e levado à Policia, onde um mecânico experimentado examinou o veículo e mos- trou às autoridades a ver- dadeira causa da desobe- diência e da pressa do sr. Osvaldo Sampaio. Realmen- te, o carro dele não poderia mesmo esperar e teria que desobedecer a todos os si- nais, por um motivo muito simples: era diferente de to- dos os outros. Em vez de 85, tinha 86 cavalos: 85 no motor e 1 na direção.

reporter

loAu Tinhelro, Uberiaikdia.

PRAÇA PIGALLE Muita gente qui» saber o motivo da ausência dc Pompadour

no ultimo numero, notadamcnte quando já ae tornara o "dodoi" do "haut monde" da Capital. O motivo é muito s\inplc,i: sabem lá o que é ficar fora de uma reunião tão interessante, onde os maiores amigos meus cstavcMi discutindo problemas dr. trans- cedental relevânciaf Fiquei bravinho, mesmo. Somente a inter- ferência do senhor Pedro (2:a«4) Pereira (chefe do cerimonial) Pilho fea com que cu mudasse de idéia. Hie é tão pr.r.tuasivo. ..

* * • Ootitinuam aconteceitdo com grande brilhantismo n.í reuniões

das maravilhosas senhòritas do Icren Clube no "five o' clock tea" da Elite. Entre olhares velados e sorri/tos estudados {uma vez poeta sempre rimando) programam novas festas dr fim ca- ritativo.'.

* « * E o senhor Juscellno (.governador) Kubistchek (Boite Night

and Day) de Oliveira esteve há dias em Curitiba onde foi presen- ciar uma festa dc "debutantes". Os seus qucridissimos amiqos da revista "Sombra" ficaram satisfeitíssimos ao encoMra-lo de- pois de uma longa awfcncia de 5 dias.

* » * Estiveram há dias, nessa terrinha. simpáticos jovens da Aca-

demia Militar de Agulhas Negras. Já tive noticia.^ de muitos namoros terminados e coisinhàs semelhantes. Jamais se viu aflu- ência tamanha em. hora dançante acontecida.s no Minas. Vma certa senhorita, moradora à rua Santa Catarina, rstara feli- ciisima lios braços de um. cadete.

* * * Apesar de muito procurar, ainda não comogui x'er wn casal

perfeitamente unido nas festas do Iate. Variam tanto dr par aque- les simpáticos senhores! idem a.t senhoras.

» » ♦ E o Bambu-Bar continua abrigando os tipos dr mais ima-

ginação do nosso "grand monde". Rapazes delicadinhos, com uni modo todo especial dc andar e entonação do von tão' waviosa, são sempre vistos nàquele recanto acolhrdor.

* * * E para terminar, a minha advertência ao sr. K'lmos (ex-

pulso da "mesa redotida) de Carvalho: não adinntyt ficar ar- ranjando pistolões, para tomar o meu lugar como ndator des- ta seção, porque, para lidar com a "finesse", só meamo o es- pirito sutil do "Pompadour". Além disso, cotHo com mais dois trunfos; nunca dei ehiliqucs em publico c sou pei.xinho do di- retor .

POMPADOtrR

I 1

I «ALEM DO GOVERNADOR JUS'CELINO KUBITS- CHEK» — DIZIA EM UMA RODA DE AMIGOS, O SR. RA- MOS DE CARVALHO — «A RADIO INCONFIDÊNCIA SO' TEM PRESENTEMENTE, MAIS 12 LOCUTORES»

Leia hoje, domingo ás 21 horas TRIBUNA DE MINAS ESPORTIVA

A cena presenciada por m Mauricio, no fundo do Jmtal, teve duas consequên- as. revelou a verdadeira lusa da tristeza do menino

últimos dias e provocou na reunião da família de onô, com a presença de seu auricio, a fim de que fos- estabelecida a providência

jSer tomada em relação a jelvina. ^Constatada, como fôra, a

Nonô pela empre- wa do vizinho, a medida SIS prática seria mesmo as ar mn do outro, até que

.,.P^®®asse. Ficou então ciüido, depois de muita scussao, que ggy Mauricio jpensana Etelvina e con-

^^^ra empregada elha. Foi uma solução

«nas momentânea, é cla- » Mas de qualquer modo Jolveu o problema por al-

graças a outras oyidencias secundarias to-

pelos pais de Nonô. Assim, nos dois anos se-

A HISTCRIA SECfiETA

DOS ÁMORES DE NONÔ

guintes, o garoto não saiu de casa para coisa alguma. E não fossem as visitas perió- dicas de tia Fifí, que vinha sempre acompanhada das duas filhas mais velhas, uma com 13 e outra com 9 anos, e poder-se-ia mesmo dizer que aqueles dois anos tinham sido duas páginas inteira- mente brancas na vida de Nonô. Etelvina estava traba- lhando na residência de um irmão de seu Mauricio, lá do outro lado da vila. Mas a mãe de Nonô, temendo a possibilidade de um encontro casual dos dois, não tirava os olhos de cima do garoto, prendendo-o durante todo o dia.

—X— A primeira aventura de

Nonô com "a prima Lizete, a de 13 anos, ocorreu por oca- sião da segunda visita de d. Fifi, 15 dias depois que Etel- vina fôra dispensada da ca- sa .de seu Mauricio. Como era natural, o desaparecimen- to repentino da empregada deixou Nonô profundamente chocado. Mas nem por isso deu o braço a torcer. Nem ao menos se queixou da pri- são a que fôra condenado in- justamente. Apenas embur- rou. E quando alguém lhe perguntava o que tinha acon- tecido, ele se limitava a man- dar o interlocutor «amolar o boi". Foi por isso que tia Fifí, sem pensar provavel- mente nas conseqüências de sua atitude, mandou, naque- le dia, Lizete até o quarto de

Nonô, para ver se a prima, ajuizada e inteligente como era, conseguia convencer o menino a ir brincar no quin- tal da casa.

Foi, portanto, com indis- farçável surpresa que, poucos minutos depois, todos os que estavam na sala viram Nonô descer a escada do andar su- perior, de mãos dadas com Lizete. Era impressionante, mas a filha de Fifí consegui- ra realizar o milagre de de- semburrar Nonô.

A' tarde, quando resolveu ir embora, depois de "tesou- rar" com maestria 105% da população da vila, tia Fifi chegou na porta da cozinha e gritou por Lizete. Dez mi- nutos depois de responder

"já vou", a garota entrou correndo pela porta dos fun- dos. Atrás dela vinha Nonô, alegre e sorridente como nun- ca.

— Que foi isso, Lizete — perguntou d. Fifí, apontando para o rosto da filha, que es- tava vermelho como unv pi- mentão. — Você nunca foi corada assim!

— E' que cu estava brin- cando de pique com o Nonô e corri muito — explicou Li- zete meio emcabulada. E arrematou:

— Não foi mesmo, Nonô? — Foi sim — confirmou

Nonô, rapidamente, sem tirar os olhos da prima.

O caso morreu aí. D. Fifí aceitou as explicações da fi- lha e os pais de Nonô fica- ram muitos satisfeitos por- que, afinal de contas, Lizete tinha conseguido o que já lhes parecia impossível: fazer Nonô esqueccr-se de Etelvi- na.

(CONTINUA)

Page 13: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

LUCIANO AO REPORTER:

A mSTORIA CURIOSA DE UMA ENTREVISTA FRACASSADA, QUE RESULTOU NA MELHOR REPORTAGEM DO ANO

Entre auxiliares robustos e camareiras graciosas, vive o sr. Antonio Luciano, no 25° andar do Hotel Financial — Um homem de mnitas

atividades, que dá instruções até ao chefe de Polícia — As complica-

ções do Oscar Neto e os assuntos de famiUa

MimMI» da competente Uoenca fornecida pela Delegacia de Oos- tamea, na«sa reportairem ge di- rigiu aa SCOv andar do Hotel Finan- cial, onde o sr. Antônio Lnciano, ponco antes da hora marcada para a noMH entrevlnta, eatava deiipa- citando com alicnmas fienhorltas que an dtslam fonoloaárlafl de seu estabelecimento l>ane&rlo. O conhe-

por mais uma «emana. Ele falou que dessa vez paca mesmo.

— Paga coisa nenhuma — In- terrompeu o sr. AntAnio liuciano. E voltando-se para o auxiliar:

— Será que até você Já está querendo me embrulhar?

— NAo é iSNo nfto, dr. I<ucIano — explicou o moco. — K' que o «seu» Oscar tá lá em baixo uu-

cido hoiiiem de nej^ácios, cujas i ma choradeira danada - deoIanw«e« ao nosse Jornal v6ra O sr. Antônio liuciano levan- Hendoi ansiosamente aguardadas tou-se contrariado, chamou o rapaz pelos leÉtaree, reeebea-nos ainda para um lado e o mandou em- em pijama, mandando que entrás- bora, depois de cochichar-lhe qual- senum aem qualquer receio em • quer coisa ao ouvido. Em segui- seu luxvHMM apartamento. | da, vlrou-se para o reporter e ex-

O repórter entrou e o sr. An- 1 An , t6ni« t4iclano foi loir* dizendo; T x . ^

— Sei «ne você vai querer sa- "®K6cIo- à sujeito embrulhSoI ber m«lta coisa da vida que eu INSTBÜCÔES PARA O CHEFK DK na« pMiw contar. Afinal de con- rOMOIA Ias eu sou Já bastante calejado | Quando o reporter ia fazer a <^om comptl«acd4«H na poKcia, para sua primeira p«re:uiita ao entre- dar cama. a tlnigiia noa dentes, assim j vistado, entra no apartamento a «em miaIm nem menss. i cafiareira (tAo bela e graciosa

Km McrvUa. íulaado quase <iiie qnanto a copeira) que depois de

CAVEANT CÔNSULES!..

Govômo do delirio amDuiaCúno, triste vergonha da mineira gente, binomista falaz, aleatório, sibarita, impudico, negligente...

kA par» Ht mesmo •— Ah... «e eu fosse contar tu-

do que |& flu... Já aesae pont« • reporter ten-

tou fiMer a primeira peripinta, mas

receber Igual tapinha no roHto, comunica ao patrão que o tele- fone está chamando.

Ao pegar no aparelho, o sr. AntAnio Luciano deixou cair um

a copetn» qne serre ao seu apar- tameat*. Ma entraa, frágil e gra- ciosa, recebendo no rosto um ta- pinha CeUcado do patráo, que lhe urdenoa one trouxesse um «drink» para a reporter.

—• Bu mim bebo, sabe? A minha enpeetaUdade, como ncAs Já dis- Heraaa, sSa ou boas c4(uidas — ex- plicou Nn para o Jornalista.

Nesua lastante etitra no apar- tammita, depots de fornecer a Nenha do dia, um dos robustos cavalhcÉros que est&o sempre por perto, «Boado o sr. Antdnio 1..U- ciano «MveriM com pessoas estra- nhas .

— »á Iteenca, chefe? v,i ia cm baixo a^nctle Indivíduo <io clieqae, que velo aqui na semana» passada.

— WSo Tal me diaer que é o Oscar Neto? — Inter oga Já Irri- tado o sr. Antônio f^uci^tiio.

— PWm á eie meomo, chefe. Diz que qfxnr reformar o empréstimo

o dr. I^ielano atalhou, clianiando 'T <Ia mesa Iara «As cem muIhereR que ou amei», com autógrafo e dedicató- ria especial do autor, o poeta Jesu de Miranda.

O telefonema era do chefe de Polida. Queria saber como agir no caso de iim possível movimen- to dos estudantes contra o pró- ximo aumento dos ingressos de dnema.

— Ora, Starling, faca o que qui- ser . Ru vou é aumentar os pre- ços. O resto corre por sua conta.

E depois de ouvir outras infor- mações do chefe de Policia: ;

— Se quiser espancar, que es- ' panque. Mas depois nllo vá dizer qne fui eu que mandei. A res- ponsabilidade é sua. Hòmeiite sua, ouviu?

Do outro lado, parece que ten- taram continuar a IlgacAo. Mas o dr. IiUCIano pediu licenca e botou o fone no gancho E vol- tando para o dlvaii, onde estava recostado anteriormente, comen- tou:

— Kra só o que faltava. O Star- ling aprendeu o nAmero do tele- fono do meu apartamento e agora, por qualquer eoisinba, quer falar comigo. A gente nOo pode dar Confiança...

assuntos DE FAMnjA ! O reporter, até agora, nllo con-

seguiu nem ao menos fazer iimii pergunta. Mas vai ouvindo e ano- tando. Quando ia interpelar o en- trevistado, entra novamente no apartamento o auxiliar que hrt ponco trouxera as lamfirlas do , Oscar Neto, e vai dizendo logo: j

— Tem outro Indivíduo lá em \ baixo querendo subir. K acho que | 6 o Irmfto «daquela moca»... I

Afl ouvir o dr. I.uclano ficou 11- vldo. Perdeu a arrogância su- perior com qne falava dos se- nhores Oscar Neto e Cieraldo Star- ling e caminhou para um cun«,o do quarto. ÍA tirou o palltó do pijama, vestiu um colete de aco e botou a camisa por cima.

— O senhor vai entender-se com o rapaz'7 —. perguntou o repórter, Já inteiramente decepcionado com • fracasso da entrevista.

— Nilo vou, m\o. O colete é apena# para evitar uma surpresa. Desde aquele episódio dos disparos de revolver no quinto andar, quan- do quase me mataram, que eu tenho tomado providências espe- clal«...

MCas o senhor nfto vai resolver o amnnto? — toma a perguntar o reporter. Já um tanto temeroso também,

— S« em último caso. Para os problemas desw» natureia éu te-

nha um departamento organizado. Meus funcionários saberáo liquidar o caso lá em baixo mesmo.

A seguir, chamou o moco que trouxera o recado, deu-lhe algu- mas instruções em voz baixa e voltou para o divan.

CX>NFl«AO E FTJOA Nessa altura o reporter Já es-

tava completamente amargurado, diante do fracasso da entrevista. E quando ia tentar, pela décima nona vez, fazer a primeira per- gunta ao dr. LiUclano, ouve-se um barulho de móveis arrombados na sala de espera do apartamento.

— Que foi isso? — pergunta entre curioso e amedrontado, o diretor do Banco Financial.

— ®le está al dentrol — excla- mou alguém, do lado de fora.

B antes mesmo que se pudesse pensar qualquer coisa, penetravam no apartamento vários indivíduos furiosos, que o reporter Identifi- , ANO I

(Cintlnua na pág. ?) ——i

Do "fica prá amanhã", do mlstifório, do "talvez", da mentira impenitente, o povo ha de encontrar-te no Pretório daa umas, outra vez — juiz inclemente.

Era teu Palácio "abundam" malmequeres... No "Inconfidência", o líder burrifica, enquanto ris, "bendito entre as mulheres"...

Cuidado, "Pé de Valsa", modifica os teus desregramentos, se não queres crear um novo tipo de "Cuíca" l

Zé do BaÀle

BINOMIO

22 DE JUNHO DE 1952 —

Nais Dm candidato a governador

OS PREPARATIVOS DO SR. OVIDIO DE ABREU PARA OCUPAR

jLONfAL-OIUViílMtft

) K£nas<>;N..VÜI mo Vt

MOütl ('l-FUTl-KIST^r

INCUj E OUTUOS TIPM

Teiivisc» Mmeira

AMA'rtNAr *-»: Mirv .. . 1H , •Jr.ii) m/MI/ONM-, Mi.naí UUJAto ''

O dr. Ovidio de Abreu, posando para a reportapem do BINOMIO, mostra como ae executam os vários passos de um tango argentino. adolescente. O üuatre homem publico vem freqüentando aul<ia .iiortas no co- nhecido clube da Capital, "Mandarim Danças"

O IMPORTANTE , CARGO

Nfto é de hoje que o sr. OvIdIo de Abreu, agora cldad&o respel- tAvel e com encargos de familla, vem tentando ser governador de Minas. Foi Justamente por Isso que o conhecido politico, que nada entende do finanças, esteve por algum tempo na presidência do Banco do Brasil, onde a sua pas- . sagem foi assinalada por várias sujeiras, ainda nlio explicadas de- vidamente. Mas as atenções do sr. Ovidio, no seu programa elei- toral, sempre se voltaram prln- i cipalmente para os círculos íeml- i nlnos, nos quais êle se tomou, j já há muito tempo, o eleito de | dezenas e dezenas de respeitáveis . senhoras e senhorltas. Os pre- í sentes, cargos públicos, sorrisos e i outras Intimldades garantiram na- | queles círculos um prestigio sem- pre crescente do ilustre e hábil homem público. I

Mas uma coisa estava faltando no programa eleitoral de longo al- cance empreendido pelo dr. Ovidio - de Abreu. Êle, até pouco tempo, nfto passava de simples iniciante na arte de dançar. Como outros, dr. Ovidio sabe multo l)em o quan- to Isso é Importante na atuai rea- lidade política mineira. Aqui tudo agora se faz sob o signo da dan- ça. que pode Ir desde o ritmo luxurloso dos tangos argentinos ' preferidos pelo sr. Geraldo Star- ling, & valsas vienenses, Inocentes e melífluas, do sr. Clovis Salga- , do, isso tudo passando pelo saco- pante «Peixe Vivo», que todo puxa- saco acha de cantar para agradar ao sr. Juscelino Kubitschek, que para multa gente já vem pas- sando até como autor da melodia.

Entfto, máos à obra. O dr. Ovi- dio resolveu contratar um profes- sor de danças. A primeira aula ponstou de um exercício bem pe- sado para desenferrujar as Jun- tas e os músculos do valente qua- rentao. Mas o dr. Ovidio é um ! bom aluno. Já fim da primeira semana de aulas, nfio havia mais * qualquer segredo para o esforçado discípulo. Samba de breque, ma- xixe, rlplcadlnho, frevo, bal&o de umblgada e dança do ventre, tudo i Isso o dr. Ovidio dançava com j a destreza e o desembaraço de

Agora o dr. Ovidio está tran- (Oontínu» na pftg. «)

COMO SUBIR ESCADAS,

PESANDO 145 QUILOS

(Arfigo de Geraldo Starling, chefe de Policia do Estado, na 3' página)

Como se vê, o sr. Juscelino Kubits chek é realmente um grande equilibrista (Foto de Rodolfo Hocha)

00

ANO I ^ BhLO HOUZONTb. 6 JULHO DE 1952 ★ NUM. 7

o GOVERNADOR DE MINAS

i AQUELE FUNCIONÁRIO FOI SUMARIAMENTE DEMITIDO DO CARGO QUE

I OCUPAVA NO GABINETE DO PREFEIIO, SOMENTE PORQUE LHE CAÍRA j

I UM CILIO NO ÔLHO E ÊLE, NÃO CONSEGUINDO RETIRAR O CABELINHO, |

i EXCLAMAVA A TODO INSTANTE:-«ÔTA CILIO DURO!» í í I

ORGÃO QUASE INDEPENDENTE

PLANTANDO DANANEIRA

Juscelino dá um espetáculo de circo para obter o equilíbrio das finanças do Estado

o dr. Juscelino, depois de ■quase dois anos de governo, é que resolve mostrar o que é. Durante muito tempo, todo o mundo pensou que êle fosse apenas um dançarino, preocu- pado em aperfeiçoar os seus passos nos salões provincianos de Dieunantina ou nas «gsrfiei- ras» da Capital. Ninguém co- nhecia entretanto sua qualida- de de equilibrista, de verdadei- ro artista de circo, a que não falta o espetaculoso dos núme- ros de trapésio.

Na chefia do governo, dr. Juscelino salta, volteia, evolui e saltita, como um malabarista completo. E tudo feito com a publicidade cara e custosa, es- pecialmente organizada para chamar a atenção em tomo do «show». Ao espetáculo não fal- ta naturalmente a presença in- discreta dos «charutos», ou ■tamarra-cochorros», e auxilia-

Mãlenai

Fotográfico

'I

Casa

Lucerna

BAHIA

(quase em frente ao

Caçula)

res, que a platéia sempre re- cebe com apupos e manifesta- ções hostis. Estes são os ho- mens encarregados de preparar a apreaentapão e que, em nossa história, recebem nomes como Pedro Pereira Filho, José Mo- rais, Ramos de Carvalho, Mau- rício Andrade, José Augusto, Pacaembú, e até mesmo José Ribeiro Pena, agora tão preo- cupado em colocar amigos e parentes. Eles distribuem pi- colés, batatas doces, presentes e convites à platéia, procuran- do atrair maior número de es- pectadores aos espetáculos do «r. governador.

No circo, o artista se esforça por corresponder à atenção da platéia. Contorce-se, chora, ri e protesta, corre e deita-se no chão.

Felizmente, entretanto, êle consegue equilibrar a situação. A «Folha de Minas», que tan- to «déficit» apresenta ao Es^ tado, ai está, firme e vitoriosa, tendo agora adquirido um avião para levar suas edições às cidades do interior. O «Mi- líttS Gerais», com a maior re- dação da América do Sul, vai tocando para a frente, alheio dos prejuízos e «déficits» alar- mantes. A publicidade do go- verno consome diariamente vá- rios milhares de cruzeiros, mas tudo continua em ordem. Jus- celino mantem-se a cavaleiro aa situação, firme como o pi- rolito da Praça Sete. Constrói Palácio da Mangabeiras. Gas- ta dinheiro à mão cheia. Mas está de pé. Consegue manter o equilíbrio orçamentário. Mos- tra ser o que sempre foi; um equilibrista. Restaurou o equi- líbrio nas finanças de Minas.

Page 14: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINAMIO 6—7—1»62 6—7—1952 BINÔMIO

BINOMIO

Diretor: Gerente:

1)

2) 3)

{Sombra e água fresca) EURO LUIZ ARANTES AMADO RIBEIRO

Redação: Rua Maranhão, 1.123 PRINCÍPIOS: A direção se responsabiliza por toda a materia pu- blicada, mesmo pelos artigos assinados; Devolvemos os originais não publicados; Não aceitamos publicidade: a) Do governo do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Força e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema; f) De todas aa outras firmas e organizações da

Capital, que tenham por norma controlar a im- prensa por intermédio da publicidade.

CIRCULA UM DOMINGO SIM, OUTRO NAO

ENQUANTO STARLING SOBE ESCA-

DAS, BINOMIO SOBE DE TIRAGEM

Esfe jornal nasceu há pouco tempo, modesto e sem maiores pretensões. Queria ser apenas um «órgão quase independente», desejo que permanece até boje convertido em epígrafe da publicação. Esclarecíamos então que os outros jornais costumam dizer-se independentes, quan-

do têm apenas 1 % de liberdade e 99% de compromissos suspeitos. BINOMIO anunciava um novo «slogan»: era «quase independente», pois ao contrário de nossos bra- vos colegas, nós possuíamos 99% de independência e cêrca de 1 % da relações excusas.

Naquele primeiro número, que marcou na verdade um grande acontecimento na imprensa mineira, tiramos cer- ca de 6 mil exemplares, que foram esgotados em 48 horas. Veio o segundo. Já aí elevamos a tiragem para 8 mil. O terceiro, o quarto e o quinto tiveram as suas edi- ções aumentadas para 10 mil exemplares, cada uma de-

las. E na semana atrazada, quando saiu o nosso sexto número, a tiragem chegou ò casa dos 15 mil. E não é preciso esclarecer que em todas essas edições se verifi- cou um encalhe mínimo, muito menor que as verbas que nesta terra se dedicam aos problemas fundamentais da população.

Onde estará o segredo desse sucesso sem prece- dentes do BINOMIO? O leitor, que não possui a burrice do deputado Hermelindo Paixão, sabe muito bem ex- plicar o que houve. A vitória deste jornal se deve, prin- cipalmente e antes de tudo, à coragem, ao desassombro

e à falta de hipocrisia que adotou em sua conduta, pro- grama realmente novo nesta terra de bajulação e covar- dia, na qual um deputado como o sr. Memeco ainda se acha no direito de criticar outras pessoas e o prof. Onofre Mendes Junior passa por homem de cultura.

GIANNETTI FAZ CONFISSÕES AO. (l ontlnuuvi^u üa ultima pa^iiiu

e até mesmo os que possam vir a ficar por cima.

E depois, revelando os seus profundos conhecimentos lite- rários :

— Um homem prevenido va- le por dois.

O dr. Giannetti continua com a palavra, expondo a sua in- teligente filosofia de vida:

— Aliás, em nosso partido, vários são os elementos assim. Veja o caso do Franzen de Li- ma, por exemplo. Tem um pa- rente em cada agremiação po- lítica. Ele se diz udenista. O Cristiano Machado, seu cunha- do, é pessedista. O Zoé era trabalhista. O Bernardino, seu filho, é socialista. E o Anibal Machado, outro cunhado, per- tence ao partido comunista.

E piscando o olho com ma- lícia;

— O Franzen, com aquela cara de jurista em férias, é um grandississimo sabido.

E riu gostosamente, como se tivesse visto o sr. Otacilio Ne- grão do Lima ser atropelado por um automóvel.

RECONHECIDO ESPIRITO DEMOCRÁTICO

Surge a primeira dúvida no plano que o sr. Giannetti vem elaborando. Ele não sabe se de- ve dizer «boeiro» ou «esgoto», na resposta a uma das pergun- tas do questinario. Convoca então os 32 técnicos do depar- tamento respectivo da Prefeitu- ra, que entram no gabinete sobrassando tratados pesadíssi- mos e complicado material de

ra do café. Um minuto e meio depois, entra na sala o verea- dor José Leão, trazendo nu- ma bandeja, várias xícaras e um bule, e passa a distribuir a bebida aos presentes.

Enquanto sorvia o café, o dr. Giannetti explicou ao re^ porter que não pretendia abor- dar na entrevista — cujos pla- nos vinha elaborando com tanto cuidado — o assunto da fábrica de alumínio de Sara- menha, porque era muito com plicado e ele não podia dizer publicamente toda a verdade a seu respeito.

— Eu sai do negócio de Sa- ramenha como verdadeiro he- rói. Todo o mimdo pensa que eu lutei mesmo contra os ca- pitalistas americanos que que- riam sufocar a indústria na- cional. Na verdade, entretanto, eu tive foi um lucro formidá- vel com a venda da fábrica. O Banco do Brasil, sim, sofreu muito prejuízo.

E depois explicando: — Mas felizmente, eu nada

tenho a ver com o Banco e muito menos com o Brasil, pois prosseguiu:

— O negócio foi tão bom que eu até já estou pensando em construir várias outras fá- bricas de aluminio, com o apoio do Banco do Brasil, só para vender aos americanos

Ao encerrar suas patrióticas declarações, os auxillares ami' gos e protegidos, irromperam a uma só voz:

— Bravos! Muito bem! Vi- va o senhor prefeito!

I A um canto, fugindo com cálculo. Cada um tráz a seu lado dois auxiliares, encarre- ^jg^peção à reportagem, o Jor- gados de folear os livros e fa zer pontas nos lapis.

— Como se sabe — declara o sr. Giannetti — eu sempre dei muito ouvido aos meus au- xiliares. Sou um homem de re- conhecida formação democráti- ca.

Depois de meia hora de pes- quizas e estudos, os 32 técnicos esclarecem unanimemente:

— Dr. Giannetti, o senhor deve empregar ai a palavra «boeiro».

O dr. Giannetti voltou-se pa- ra os seus auxiliares, entre ilu- minado e grave, exclamando enérgico:

— Que «boeiro», que nada. Vou botar é «esgoto» mesmo. E está encerrada a discussão.

Os 32 técnicos se retiram, acompanhados de seus 64 aju- dantes, enquanto o prefeito é

Precisamos subir mais, entretanto, mesmo porque há uma promessa nossa, feita ao exquisito sr. Edilio Duarte, um dos diretores da Loteria do Estado, de que não de-1 cimiprimentado pelos seis ro- morariamos a ultrapassar as extrações semanais de seu l>ustos cidadãos presentes à

. L p-j-i- I I I . I . ! reunião, que fazem elogios loguinho. O sr. bdilio, como se sabe, andou pela cidade combatendo o BINOMIO e pedindo às firmas comerciais para não nos conceder publicidade. Estamos certos de que não haverá tempo para atingirmos o objetivo visado, que é de 30 mil exemplares, o número de bilhetes da Loteria do sr. Edilio.

Tudo é questão de tempo, como diria o intelectual Moacir Andrade, levando um de seus tenros dedos ò narina.'

rasgados à sua indiscutível for- mação democrática.

SABAMmnA, OU A HISTORIA DE UM BOM

NEGOCIO Depois de ouvidos os técni-

cos, o dr. Giannetti continua na elaboração dos planos da entrevista. Passando alguns instantes, levanta-se, vai ao di- tafone e diz que está na ho-

nalista Geraldo Teixeira da Costa (Gegê, para os admira- dores mais íntimo») exclamou baixinho:

— O dr. Giannetti é mes- mo um graride administrador.

Em seguida, o prefeito vol- tou à sua mesa de trabalho, enquanto o vereador José Leão levava para fora a bandeja com o bule de café e as xícaras usadas . PLANOS PARA IMPRimR

O PLANO Após o café, o senhor Gian-

netti voltou com ânimo redo- brado para os trabalhos de ela- boração do plano da entrevis- ta. Explicou à reportagem que

tinha que terminar a tarefa rapidamente, porque mais tar- de deveria preparar a respos- ta que seus advogados deve- riam dar à vigésima primeira interpelação judicial do sr, Otacilio Negrão de Lima.

Depois de dez minutos o pre- feito ergue-se novamente da sua cadeira, esfrega as mãos, torna a chamar o reporter def BINOMIO e os representantes de jornais e rádios, especial- mente contratados por ele para fazer a propaganda da entre- vista que deveria dar a este quinzenário. E exclama vito- rioso:

— Eis o plano! E perguntando para o nos-

so reporter: — O senhor está satisfeito? — Mas e a entrevista, dr.

Giannetti, quando é que vai sair?— interrogou, em respos- ta, o nosso representante.

— Ora, a entrevista! — de- clara o prefeito. O importan- te é o plano. E este já es- tá pronto. A entrevista fica para a outra vez.

O dr. Giannetti prometeu ainda mandar imprimir na «Multhílit» da Prefeitura, ... 50.000 exemplares do plano, pa- ra serem distribuídos juntos com a conta de água o esgo- to de todos os contribuinteo da Municipalidade.

Em seguida, pediu a todo» presentes, com exceção dos fo- tógrafos, para se retirarem do gabinete, que ele tinha de po- sar para os jornais do dia se- guinte e não queria ser inco- modado .

R E G E N E R A Ç A O O juiz Alcebiadea M.

Dias há muito tempo an- dava desaparecido dos cam- pos de futebol. Domingo passado o Cidinho voltou às canchas atuando como au- xiliar de Mário Viana no jôgo Fluminense x Atléti- co e pareceu-nos que se re- generou completamente- A prova disto está num inci- dente que nos foi dado pre- senciar durante a partida. Uma bola chutada por Ubaldo saiu pela lateral e o Zé do Monte apoderou-se da pelota para cobrar o «out-side». Aí o Cidinho pro- testou: — Não Zé, esta não é nossa, não.

I i * * * * * * * * * * * * * *

RADIO RADAR

A VOZ DE MINAS

I Comprove a eficiência de seu anuncio * Anunciando através da Rádio Radar-a Voz I de Minas — A mais nova rede de Alto Fa- 1 lantes da Capital, e a maior — Com 6 Cor- t * netas nos melhores pontos do Bairro da * * Floresta S

Direção de Edson Domellas

RUA ITAJUBA' 487

He * *

*

(De Geraldo Starling, chefe de Polícia do Estado)

Há vários modos de subir escadas. De todos eles, no entanto, o mais prático, o mais cômodo, o mais huma- no, ainda é o elevador. A vitima, isto é, o indicado, ou melhor, o Indivíduo que tem de subir a escada, entra na- quele quartinho estreito, on- de mal cabe um sujeito nor- mal como eu, fala um nú- mero quase feio com o ma- quinista, sente um friozinho gosado na barriga e quan- do menos espera já está lá em cima, no vigésimo quinto andar do Hotel Financial, pronto para receber as ins- truções do Luciano, sôbre a melhor maneira de tratar os estudantes que andam que- rendo impedir a majoração dos ingressos de cinema.

Aliás, nesse negócio do au- mento dos preços dos cine- mas, há muita coisa ainda por explicar. O próprio BI- NOMIO, que se julga um Jornal muito bem informa- do, n&o sabe o melhor da historia. Mas o assunto ago- ra é outro e eu não estou aqui pra ficar fazendo dl- vagações bestas, apenas pa- ra satisfazer à curiosidade de duas dúzias de miliiares de leitores indiscretos. O ne- gócio, agora, é saber como Subir escadas, pesando 145 quilos.

Bem, o método prático, o lógico, o racional, o intuitivo, é ainda o elevador, como Já disse. Acontece, porem, que quando o elevador não fun- ciona, por falta de energia, o indigitado fica sem transpor- te. De onde se conclui que, sem energia o transporte é impossível. E por onde se ex- plica, também, a ordem em que foram colocados os dois termos do binômio do Jusce- lino. Primeiro a energia e de- pois o transitorte.

Mas já estou eu desviando novamente o assunto. Afinal de contas, o nosso problema hoje é subir escadas. Está- vamos no elevador enguiçado por falta de energia. Pois bem, nesse caso só há uma solução. O declarante Joga com duas hipóteses: a escada do edifício é escada mesmo do verdade ou é plano incli- nado. Se for escada mesmo, de verdade, nada feito.

O sujeito volta para a ca- sa e não pensa mais no crime, durante o resto do dia. To- davia, se a escada do edifí- cio, em vez de escada de ver- dade, for escada de mentira, isto é, for plano inclinado, ainda há uma grande chan- ce. O contender oliama o en- carregado do prédio, manda buscar um daqueles carrinhos do carregar doentes operados

UBA-BELO HORIZONTE

TAXI AÊREO

Linha para Ubá às segundas, quartas e sextas-feiras

TRATAR COM ISMAEL, NO SANTA

TEREZA HOTEL

— ui — O que mais Impressionava

a famiilia de NonA, por aque- la época, era a incrível faci- lidade com que o garoto se metia nas mais estranhas en- rascadas, apesar de sua pe- quena idade. Muito embora a ligeira trégfua que se se- guiu à mudança de Etelvina (a empregada do vizinho) para o outro lado da vila, as visitas de Tia Fiff, acom- panhada das duas filhas mais velhas, acabaram por compli- car novamente as coisas. A principio, tudo correu mnito bem porque, quando tia Fl- fi chegava, Uzete Já ia di- retamente para o qnarto de NonA e chamava o primo, pa- ra brincar de pique no quin- tal. Saiam então os dois muito satisfeitos e só regres-

nos hospitais, deita-se ali em cima como se fosse Ale o do- ente, pAe umas 15 pessoas empurrando e dentro de pou- cos minutos estará mais alto do que o disco voador do «Diário da Tarde».

N. R. — Na verdade, ôsse artigo não é de autoria do senhor Geraldo Starling, che- fe do Polícia, como podo pare- cer & primeira vista. Foi re- digido aqui mesmo, na reda- ção do BINOMIO, por um dos nossos mais experimenta- dos colaboradores, quo resol- veu ofertá-lo ao senhor che- fe de Policia, como prova de reconhecimento pela atitude democrática do sr. Geraldo Starling, permitindo que BI- NÔMIO circule normalmente, apesar das criticas que te- mos feito aos homens do go- verno. Assim, êsse artigo, desde o momento em que foi publicado, passou a ser do propriedade do senhor Ge- raldo Starling. Vfi-se, portan- to, que multo embora não se- ja o autor, ôle é o proprietá- rio do artigo, Justiflcando-se assim, plenamente, aquele «De Geraldo Starling» que coloca- mos debaixo do titulo.

jVISTA-SE BEM

Igomes

Ía L F A IA T El

pCasemiras, linhos e I li tropicais

|R. Tnpinambãs, 3^| 1 2' andar — Sala 3 rma:»:a:KK«nmaa::mt

Uma coisa 6 certa: se os fugitivos de Anchieta tives- sem tomado Parati, todos eles estariam na Ressaca {Milton Amado).

O POBLEMA DA CIDA-

DE UNIVERSITÁRIA

(Por um catedrático da Faculdade de Filosofia, nomeado sem concurso)

A muito tempo que a dire- ção deste hebdomadário vem pedindo para mim escrever um trabalho sôbre o nunca tão debatido poblcma da Ci- dade Universitária. Todavia, vinha eu lutando com uma dificuldade enorme para coli- dir os dados a respeito, de formas que a tarefa ia sen- do adiada «ad infinitum». Nessa semana eu resolvi en- frentar o assunto de frente e meti mãos à obra. Sabia quão espinhoso era o mister, principalmente para eu que nunca fui abituado a dissipar minhas energias em trabalhos de menor envergadura cultu- ral. Mas, seja o que soja. E eis-me aqui, pronto para o que der e vier.

Todo o mundo sabem que uma. cidade universitária de- ve reunir todos os os requisi- tos reclamados para o fun- cionamento de escolas supe- riores. Pelo menos é isto que ensinam a maioria dos trata- distas, inclusive o sr. Pinto Antunes. E sendo assim, os responsáveis pelo meritório empreendimento devem em- penhar-se à porfia, na cons- trução de um conjunto bom grande, de maneiras que to- dos os cursos possem ser da- dos com facilidade. Obede- cendo-se êsse conceito, cujo autor não me vem à memó- ria, tudo estará muito bem. Ou quase tudo, porque 6 pre- ciso também cuidar da re- muneração dos professores, principalmente aqueles que- como eu possuem grande e trabalhosa cultura.

A cidade universitária, en- tretanto, nada tem haver com universo, como parecem crer alguns do meus colegas, afir- mava a poucos dias o meu

savam ao escurecer, pouco antes do jantar, quando a mãe de Llzete chegando a porta da cozinha gritava pela filha. Vm pequeno detalhe, no entanto, Já começava a preocupar Fifí: por que mo- tivo lilzete, quando Ia brin- car com NonA, não chamava EJsterzinha, a Irmã mais no- va? Esta ficava sempre na sala de visitas, escutando en- tedlada a conversa sacopan- te dos mais velhos. Um dia Ftfi decidiu fazer uma expe- riência. Quando Lizete, pou- cos segundos depois da che- gada à casa de Nond, des-

ceu a escada de mãos dadas com o garoto, em direção ao quintal, chamou a filha mais nova e ponderou:

— Vai com eles também, Esterzinha. E' melhor do que ficar aqui escutando o que a gente fala.

A ouvir isso, Uzete lar- gou a mão de NonA e vol- tou-se para d. Flff:

— Mas ela não sabe brin- car, mamãe. Só vai servir para atrapalhar a gente.

— Não faz mal. Ela não sabe mas você ensina — re- trucou d. Fifi. E passando a mão na cabeça de Ester-

zinha: — Vai com eles, minha fi-

lha, Na hora de sair eu clui- mo vocês.

Dez minutos depois de deixar a sala, Esterzinha voltava acabrunhada.

— Que foi que houve, me- nina? — perguntou d. Flfl.

— A Uzete não deixa eu brincar — expUcou chorosa a garota.

Naquele dia, ao chegar em casa, Uzete levou o maior sermão. E como castigo, nSo pôde acompanhar a mãe & casa de Nonô, na visita da semana seguinte.

culto o talentoso amigo prof. Mario Casassanta. Não. Cida- de universitária é um conjun- to de escolas, nas quais só se ensina um verso, ou «uni verso», como quer a proce- dência latina da palavra. Dai então o nomo do univer- sitária. Portanto, acho mui importante ficar esclarecido de início esse ponto da con- trovérsia, para evitar possí- veis equívocos.

Dito isso, nada mais existo em torno do assunto. Resta apenas pedir ao mui respei- tável sr. presidente da Re- pública, s. excia. o sr. dr. Getúlio Domelos Vargas, pa- ra nos aumentar os vencimen- tos. E, para usar do franque- za, isso é o mais importante.

Teíevisão Mineira ".I Casa lias Ei'lin/ds límiias'

AV. A\H/o\\s Vi; . mu* . iii Mnii IIH.O MOIII/llNll. . MIWM.UIAIr.

Esterzinha foi sempre mais encabulada que Uzete. Por Isso mesmo, não foi sem al- guma dificuldade que d. Fl- fi conseguiu convencê-la a ir brincar sozinha com NonO, no dia cm que a Irmft mais velha ficara em casa, de cas- tigo. Foi preciso até que o próprio NonO Insistisse um pouco.

A' tarde, quando chamou a garota, para ir embora, d. Flfl perguntou:

— Como 6 que é? Brin- caram multo?

Esterzinha apenas sorriu envergonhada e abaixou os olhos. Mas NonA salvou a situação explicando:

— Ela tá com vergonha porque 6 multo mole. Não me pegou nem uma vez.

(continua)

Page 15: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

o prefeito Américo René Giannetti recebeu-nos em seu gabinete de trabalho, cercado de meia dúzia de robustos ci- dadãos, os mesmos que minu- tos antes nos haviam subme- tido a uma busca geral. Es- tavam presentes também jorna- listas, fotógrafos e locutores que deveriam noticiar pouco de- pois, segundo ordens do prefei- to, o acontecimento que se es- tava passando naquele instan- te. Os jornais do outro dia deveriam dizer mais ou me- nos assim, segundo uma tradi- ção já muito conhecida do po- vo belorizontino: «Aguardem as sensacionais declarações do prefeito Giannetti, sôbre as de-

clarações que fará a este jor- nal, em torno das declarações que prestará ao BINOMIO». Alguns cinegrafistas foram con- tratados pai'a dociunentar o grande acontecimento — a en- trevista -r- notável realização do competente administrador.

Antes mesmo de cuprimen- tar-nos, o dr. GJannetti inter- pelou categórico:

— Qual é o plano que va- mos seguir na entrevista?

O repórter esclareceu que não tinha planos e que, os as- suntos sairiam naturalmente no curso da palestra. Mas o pre- feito não concordou:

— Não senhor. Sem plano, nada feito.

Para nuber se diverla empregar a palavra «boeiro» ou «esiroto», o prefeito consultou 32 técnlcoH

BINOMIO

I E convidou o reporter para elaborarem o plano da repor- tagem.

SEMPRE POB CIMA O sr. Giannetti pediu então

dois esquadros, oito transferi- dores, uma caixa de giz, cinco compassos de vários tama- nhos, duas reguas de calcular, uma máquina de somar e co- meçou a traçar os planos re- clamados.

Ele estava empenhado nes- se trabalho quando notou o re- porter a contemplar surpreso a galeria de retratos de figu- ras importantes existentes em seu escritório, na qual se viam desde Stalin a S. Tomaz de Aquino, Marx, Pio XII, . Pres- tes, Agamenon Magalhães, Amaral Peixoto, Antonio Cal- deira Vitral, tudo isso passan- do pelo atual presidente da Re- pública, este em várias pôses. A um canto, já sem moldura, o retrato do sr. Milton Cam- pos.

O dr. Giannetti veio ao en- contro da curiosidade do re- porter e esclareceu:

— Ai está o segredo do meu sucesso na política: prestigiar sempre os que estão por cima

(Continua na página 2>

A MULHER inatingível

Desde o dia em que se apaixonou estúpida- mente por Ambrosia Trinta e Quatro, uma garota quase tâo extravagante quanto o próprio nome, que o infeliz Gervasio Carapuça nunca mais conseguiu dormir direito. Tôdas as noites era o mesmo sonho. Via-se no interior de um enorme casarão antigo, tentando subir para o terceiro pavimento, onde Ambrosia o esperava impaciente. O prédio era des- ses de escada circular, de modo que, do andar in- ferior, Gervasio podia divisar perfeitamente, lá em cima, a figura estonteante de Ambrosia Trinta e Quatro fazendo-lhe sinais com a mão para que êle subisse. Fumegante de amor, Gervasio corria em di- reção a escada, mas parava decepcionado: não havia escada; existia apenas o corrimão. Olhava para ei-, ma e via novamente a namorada, agora apontando para êle e soltando enormes gargalhadas. Gervasio ficava meio maluco e tomava uma decisão inespe- rada: subiria pelo corrimão mesmo! Agarrava-se, então, à madeira ILsa e envemisada do corrimão e começava a subir. Subia, subia e subia. Mas nunca chegava ao alto. Por mais estranho que pudesse parecer, Gervasio, mesmo se afastando do chão, não conseguia aproximar-se um centímetro siquer de sua bem amada. O andar terreo ia ficando lá em baixo, mas a distância que o separava de Ambrosia Trinta e Quatro continuava sempre a mesma. Ger- vasio ia ficando cansado e o corrimão não acabava mais. Ia só aumentando, aumentando, aumentando. Por fim, já exausto, Gervasio Carapuça largava as duas mãos e deixava-se cair pelo espaço. No meio da queda acordava.

Moral da história: — No amor não há escadas, mas há muito corrimão.

«EU o plttnow — exclamou (riunfante o dr. Américo Renné Giannetti

COMO FOTOGRAFAR DISCOS

VOADORES EM QUALQUER

PONTO DA CIDADE

VEJA A RESPOSTA NA EDIÇÃO DE HOJE DE

TRIBUNA DE MINAS

Ampla reportagem, fartamente ilustrada, sôbre a melhor maneira de fixar flagrantes dos fotogênicos «flying discs»

VAI FUNDAR OUTRAS FABRICAS DE ALU- MÍNIO, COM DINHEIRO DO BANCO DO

BRASIL, PARA VENDER AOS

AMERICANOS

32 técnicos, com 64 auxiliares, para explicar se o prefeito deveria dizer «boeiro» ou «esgoto»

O vereador José Leão serve o café, enquanto

robustos auxiliares submetem o reporter a iimn. busca geral — A conversa foi curta porque o

prefeito ainda tinha que posar para os

fotografos

táOÊ

o SR. PEDRO PEREIRA FILHO PROIBIU FUMAR DURAN-

TE O DIA NO PALACIO DA LIBERDADE. AGORA SÔ

ADMITE O FUMO NA PARTE DA NOITE

ORGÃO QUASE INDEPENDENTE

ANO I if BELO HORIZONTE — DOMINGO, 20 DE JULHO DE 1952 -k NUM. 8

GRAVE DENUNCIA SOBRE A VERDA- DEIRA FINALIDADE DA VISITA DO

CHEFE DO GOVERNO MINEIRO AQUELA ESTANCIA

ARAXA' 10 — (Pela esta- ção clandestina) — Esteve liá Jias nesta cidade, sem os protocolos das visitas oficiais, o atual chefe do governo mi- neiro, sr. Jiiscelino Kubitscliek do Oliveira. A não ser a nos- sa reportaj^em, que acompa-

os dois companheiros inse- paráveis já se preparavam para regressar a Helo Hori- zonte, foi que descobrimos o mistério que se escondia por trás daquela inesperada visi- ta. O companheiro do sr. juscelino Kubitschek era o sr.

JUSCELINO FOI A ABAXA E LEVOU aOLLA

Acabon na policia a iltlina con-

qalsta do bangoeito Lociano

ATE' MENORES VITIMAS DE SUA PERVERSIDADE — UM HO- MEM SEM ESCRÚPULOS QUE VIVE DESAFIANDO A FAMÍLIA

BELORIZONTINA

bulosos que suas organizações vo. Utiliza-se de toiios os pro- íbe rendem, um presigio inviü- cessos. gar em certos círculos, pois na- j Agora, por exemplo, ele vem da o detem em sua séde de con- ^ «conseguir uma conquista re-

^ , almente trabalhosa Depois de quistas. Quando toma uma de- j ^ rnuita conversa, dinheiro, agra- cisão, lança mão de totlos os (jog ^ promessas, a vitima que recursos pai-a atingir o objeti-, (Contniim n» pAkuiu

Jihou de perto todos os pas- Joaquim Fíôlla. O mesmo que sos do senhor governador, ganhou a concorrência para a nenhum oiiiro órgão de im- prensa toinou conhecimento do fat'1. Isto parque, etn vis- ta da^ finalidades pouco ^)iitessáveis da visita, o sr. F'edro Pereira Filho, chefe do cerimonial do F^alácio da Li- berdade, toiiK>u as precauções devidas, não permitindo que o,assunto chegasse ao conhe- cimento dos nossos bisbilho- teiros repórteres.

Para o BINOMlü, no en- tanto, não existem segredos. Assim, antes mesmo que o se- nhor governador tivesse mu- dado '• terno da viagem, já estava hospedado em quarto ao lado do seu, no confortá- vel Grande Hotel, um dos nossos mais curiosos repre- sentantes.

UAI COMPANHEIRO SUSPEITO

Um detalhe que, logo de inicio chamou a atenção do reporter, foi o fato de es- tar o .r. Juscelino Kubitschek acompanhado de um cidadão mal encarado, baixo, gordo, careca e feio, que não aban- <lonava o chefe do governo um só instante. Esse indiví- duo, que para completa es- tupefação do reporter, esta- va até dormindo no mesmo quarto do sr. Juscelino Kubi- tschek, saia com ele diaria- mente e visitavam alguns pon- tos da cidade. A' tarde jo- gavam peteca na praça de es- portes .

Só !iii terceiro dia, quando

construção do conjunto ar- quitetônico da Praça Fíaul Soares de Belo H(^izonte.

Isso, de certo modo, veio confirmar a denuncia divul- gada por BINOMIO, no mês passado, quanto ao perigo da volta à jogatina, desenfreada em todo Estado, como nos tempos do Benedito. Dessa visita do governador a Araxá, só se pode tirar imia conclu- são: o sr. Juscelino Kubits- chek, certo de que virá mes- mo a liberação do jogo nas

Continua na púRina 3)

E' conhecida em todo o Es- tado e mesmo fora dele a fama do sr. Antonio Luciano, do Banco Financial. O seu nome causa espanto nos meios mais selecionados e a simplpes lem- brança de suas façanhas tem assustado crianças e marman- jos. E' que o dr. Luciano tem dado provas convincentes de ser um homem perigoso, inca- paz de fazer aquilo que popu- larmente nós chamamos de «mandar para o bispo». Isso êle não faz mesmo. Descuidou um pouco o homem toma conta do negocio e ai ninguém mais o cerca.

Assim o dr, Luciano tem conquistado, além de lucros fa-

O MISTÉRIO DO SÉCULO fcd. Joao'j

A SOLUÇÃO DO PROFESSOR

Aquele professor da Faculdade de Di-

reito, mais conhecido nos círculos literá- rios da Capital, como o «trabalhador bra- çal da literatura», descobriu um método infalível para economizar, de vez em quan- do,. o almoço dos filhos.

Pela manhã, êle reúne os garotos e anuncia:

— Quem nao quizer comer no almoço,

ganhará um cruzeiro. Todos aceitam, recebem o dinheiro e

vão guardar no cofre, como convém aos fi- lhos de pais desse tipo.

Mas quando chega a noite e a fome

começa a apertar amargamente o estôma-

go das crianças, o homem reúne os filhos novamente e lança o «ultimatum»:

— Hoje, quem quizer jantar terá que

pagar um cruzeiro.

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Page 16: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO

BINOMIO (Sombra e água fresca)

Diretor: EURO LUIZ ARANTES Gerente: AMADO RIBEIRO

Redação: Rua Maranhão, 1,123 PRINCÍPIOS:

1) A direção 86 responsaUliza por toda a materia pu- oiicada, mesmo pelos artigos assinados- Devolvemos os originais não publicados: Nao aceitamos publicidade: a) Do governo do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Porça e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema;

' ^ outras firmas e organizações da Capital, que tenham por norma controlar a im- prensa por Intermedie da publicidade.

CIRCULA UM DOMINGO SIM, OUTRO NAO

2) 3)

PLACE PIGALLÉ^ ~ =

O BRITALDO É

HOMEM FATAL...

Na classificação de tipos masculinos foi descoberta mais uma faceta, a do homem fatal. Descobriu-a o senhor Jair (Oropa, etc.) Silva, quando

colocou o senhor Britaldo (advogado) Soares na classe dos homens fatais, isto é aqueles tipos tão masculinos que sempre são objeto dos olhares cobiçosos de jovcjui e diáfatias senhoritas da nos- sa sociedade. Algum dia tam- bém ainda serei um homem fatal, semelhante ao senhor Britaldo. Vou ficar tão con- tente. ..

* * * Ainda me recordo com grande emoção da visita que nos

fee o senhor Oregório (polido) Barrios, quando entoou lindas canções na mal iluminada Boite Acaiaca. Nunca pensei que os homenaif) da Capital fossem tão alvoroçados por elementos como o senhor Oregório, a ponto de rodea-lo e pedir, quase de joelhos, seu Undo autografo em cadcrninhos de cores diversas. Ele ftcou tão satisfeito com seu prestigio entre aqueles rapa- fftnhos de fala macia, e andar andulante!

« sfl « o ponto alto da vida do nosso "haut-mond" constitue-se na

exposição internacional de arte, ali no Edifício (um pavimento por ano) Dantés, onde os grandes figuras estão sempre presen- tes. Senhoras e senhoritas escondidas .lob maravilhosos chapéus rapazes elegantíssimos e muita tristeea do senhor Juscelinò ^x-pc de valsa) de Oliveira por não poder dar um pulinho ao Rto, pois a inauguração estava a seu cargo. A tw^inha da re vista ''Sombra" ficou inconsolável!

20-7-1952

o SR. OSCAR NETO VAI PROMOVER UMA REUNIÃO DP

TODOS OS SEUS CKEDOEES NACIONAIS PARA ISSO JA' TOMOU DUAS PROVIDENCIAS: FEZ UM CONTRATO

P L DIVERSOS JORNAIS DO PAIS PARA A DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE CONVOCACÃO F

arrendou por uma semana, o estádio do «sete

DE SETEMBRO»

Acabon na polícia... ICuntinuuoiu da !.♦ p&g.)

no principio fez corpo duro, aca- bou cedendo.

Mas depois arrependeu-se e decidiu dar parte à Policia.

Trata-se do recente aumento dos preços dos ingressos dos cinemas, que o sr. Antonio Lu- ciano conseguiu depois de le- var na conversa e em outras coisas, a turma da UEE, da COAP da CÜFAP, do DCE e outros conjuntos de letras cuja utilidade ainda não consegui- mos descobrir. As vitimas, no caso, depois de cederem, se ar- rependeram, e segunílo estamos informados, resolveram apre- sentar queixa à Policia, com base no fato de que nem os menores foram poupados com ossa última conquista do írri- quiett) banqueiro. Também as meiíis entradas foram aumen- tadas.

Estamos ainda informados de que a Policia está mesmo dis- posta a agir, no sentido de evi- tar que do choque entre a fa- mília belorizontina e a conduta do sr. Antonio Luciano possa resultar conseqüências desa- gradáveis.

séria do Estado. O reporter* pôde vêr então o que estava escrito na conta; trinta e duas dúzias de «whyskyv, 310 mil cruzeiros; 15 dúzias de «cham- pagne», 236 mil cruzeiros; 16

^Alkimim ao reporter:. . . j (Cuatinuaciia oa úitima oás.) lentos não votam?

SITUAÇAO DIFÍCIL Em seguida, o dr. AUkmim

informou que não poderia aten- der por muito tempo o repor- „ ter. Tinha de retirar-se, pois j perus. 3.200 cruzeiros; dois""bar- ja estava a 53 minutos no ser- ris de azeitonas, 12 mil cruzei^

_ ros, e uma série de várias ou- — Mas você pode botar ai tras despesas, tudo no total de

que a situação do Estado é 875 mil cruzeiros. horrível. Não temos dinheiro. O dr. Alkmim levantou-se da Faltam-nos as verbas. As des- | cadeira o pediu-nos licença pa- pesas aumentam. Nem sabemos ' ra retirar-se. A' saida, ainda

encareceu: — Por favor. Não se esqueça

de dizer que a situação do Es- tado é grave. Nós estamos ctMn a corda no pescoço,

i E desceu as escadas da Se- cretaria, cercado dos 495 fun- cionários que ele havia acaba- do de admitir e que ali foram levar-lhe o seu agradecimento.

Afirmou-nos, há dias, conhecida figura feminina da Capital, QMc o senhor Cláudio (patins) Pinto (bom partido) Coelho an- da, tristíssimo com a ausência de sua namoradinha que vem a .w o senhor Henrique (quase comprometido) Batista. Êle es-

ineonsolavel com a viagem de sua constante companhia,!

Muita gente ficou apreensiva com o destino do senhor WiUson (Rohan) Frade, quando aquele requintado cronista fa- lou mal dos rapazes halterofillstas. Ameaçam õles de acabar com a finesse do senhor Wilson, deixando-o em estado seme-

IT , "n , (Palacio da Liberdade)Morais, no Bar do Grande Hotel. As" silhuetas" ficaram afobadíssimas e 09 elegante do Iate soltaram diversos gritinhos histéricos. Bu tambcm fiquei cheio de cuidados!

* f «

Com a mesma emoção com que o sr. Pedro Pereira Filho Vendura um cartaz de propaganda da Exposição Internacional de Al te, nos galhos das árvores da Praça Sete, jnira que eles fi- quem parecendo frutas, eu anuncio para os meus queridinhos lei- tores o aniversário do 7neu mais sério rival em Belo Horizonte- o sr. Humberto (Enfant Oaté) Agrícola (Apaixonado) Barbi.

Pois é, o Barbi completa hoje vinte e três lindissimas wi- maveras. Ble é tão delicado que eu ás vezes chego até a temer u concorrência.

HOTEL SUL AMERICANO

Luxo, conforto e

distinção Bem no centro de Be- lo Horizonte, entre a Praça Sete e a Esta-

ção da Central

o que vamos fazer. Mal terminava suas palavras,

entra no salão um coletor à disposição da Secretaria e in- forma que chegou a conta do último banquete no Palácio da Liberdade. O secretário per- guntou quanto era e assinou o cheq'ae correspondente. Depois, prosseguiu falando sôbre a mi-

Maíeria!

Fciográfíco

Casa

Mas por hoje chega. Adeusinho, viu.

POMPADOUR

OuTÍram falar em.. . (Ciiiitinui^vuu clu (lUiniu

tado, nós temos o direito de participar do empreendimento. Êle não é nenhum rei para go- zar de privilégios...

E sairam aflitos, em louca carreira, para complar o exem- plar do BINOMIO, que anun- ciava que o governador Jus- celinò Kubitschek vai por Rolla na Praça Raul Soares, tratan- do da concorrência vencida pe- lo sr. Joaquim Rolla para a construção dos prédios oficiais que ali serão edificados.

Lucerna

BAHIA

(quase em frente ao

Caçula j

Ao encontrar uma pja- da relativamente fraca, na última edição de BI- NOMIO, exclamou incisi- vo aquele leitor das edi- ções dominicaiis do «Esta- do de Minas»:

«Já estão receben- do colaboração do Jair Silva!»

Quadrinhas

selecionadas Vizinha, tuinha vizinha. Tira a roupa da janela Que PU vendo a rotina sem dona Penso na dona s(»ni ela.

I VISTA-SE BEM

GOMES

fA L F A IA T Ei

Casemiras, linhos e

tropicais

Ir. Tupinambâs, 3301

2' andar — Sala 3 , 'iiiimttmamtttmtttumíztiumt

E QUANDO VIU QUE A BOLA IA CAINDO AMEAÇADORAMENTE SOBRE A ÁREA DO ATLÉTICO, O JACINTO PI-

NHEIRO GRITOU TODO AFOBADO: — «ALIVÉSA GERARDBVO»! — E

DESMAIOU.

Teu vestido era tSo lindo. Mesmo assim íoste trocà-lo. Quem me dc4'a «jiie, eu pudesse- Abraçar-te no intervalo.

(Copyright by BINOMIO ajid re- vista «Acaiaca», para todo o pais)

JOSE' NAZAR

Cirurgião dentista Ed. Dantés, 3' andar

Sala 322 diariamente, das 7 às 11 e das 13 às 18

horas

Leia SÍNGRÃ

npleBcnlo doníniul d

-miBUNA DE MINAS-

20-7-1952 BINÔMIO 3

® DURANTE TODA A NOITE QUE FÒRA NOMEADO PRESIDENTE DO «INSTITUTO DO | ÁLCOOL E DO AÇÚCAR», O SENHOR JOSE' MORAIS ACORDOU PREOCUPADISSIMO NO DIA SEGUINTE i

— NÃO SABIA O QUE FAZER COM TANTO AÇÚCAR i _ I

— Como é, Oscar? Eu não ficar vindo

aqui todos os dias, para cobrar essa con- ta. Você devia compreender...

— Oh, compreendo sim, perfeitamente. Marcaremos então as quartas e sábados. Está bem?

O MEMECO E O TELEFONE

Quando Memeco veio a Horizonte, pela primei-

ra vez, só conhecia um tipo *^6 aparelho telefônico: de Magneto, com aquela mani- ^elazinha gue a gente toca

acordar a telefonista estação central e pedir a

"gação. Pois bem chegando o ilustre líder dos Ai-

'^orés cuidou logo de dar telefonema, para deter-

"^nar certas providências |'<?lacionadas com interesses Políticos de seus correligio- ^.arios. Entrou no Trianon, "i^u o fone do gancho e

não visse a manivela, í^rguntou ao garçon:

. — E]i moço: onde ê a ma- f^'vela dêsse troço? ; — Ora, velho, isso é de

MEMECO disco — retrucou o garçon.

— Ué, então onde é o te- lefone?

bar

CAÇULA

o MAIOR

I XIXICO, o PÚBICO

I Nem todas as pessoas mere- j cem a iwnra de serem cita- das neste jornal. Quando con- seguem isso, é porque já atin-

j giram alguma popularidade, I neste ou naquele setor. O ve- I reador Francisco Ferreira de j Carvalho, ou Xixico, alcunha que ele tro'uxe do seus disian- tes tempos do ponta esquerda do América, não mereceu até agora qiuüquer referência nos- sa. E como isso lhe doe! Co- mo ele sente o silêncio! Então, aaz. Descobre um plano para provocar o BINOMIO. Vai até a tribuna da Camara MunU.ú pai e declara, entre outras es- tulticcs de Stíu hábito, que o nosso jortial não entra cm ca- sa dc família.

Nós podia/rnos aqui fazer al- gumas perguntas indiscretas ao bravo ponta esquerda agora convertido cm guardião do pu- dor, se ele tivesse a importân- cia neces.9ária para figurar em nossas colunas. Podíamos di- zer, por exemplo,, que ele — membro de um dos órgãos do Poder Legislativo — ganha a vida como advogado de "bi- cheiros". Mas, não. Não será à nossa custa que elo ganhará cartaz. E além do mai-i, te- mos receio de ficar a citar o seu nome, e, ai sim, o BINO- MIO passar a ser repudiado pe- las famílias, pelo menos por aquelas que conhecem bem a vida particular do sr. Xixico.

Portanto, ponto final.

Jascelino foi a Araxá e. . . ((Jontiniiaci^u cia prtnieiru píi^J

estâncias liidro-minerais, já está cuidando de entregar o "ponto" aqui a uni seu amigo do peito, que no caso 6 0 senhor Rolla.

0 sr:pèdrò pereira fiLho

ADERIU AO HALTEROFILISMO

Quer ficar com o físico vistoso e disse ao re- porter que êle não perderá nada — Promessa

de incluir o jornalista na sua listinha azul

1 nossoa cronistas esportivos passeava ontem pelos jardins da praça da Liberdade, quando ouviu vun "psiu" ]'in- proao e melódico, que parecia partir de um banco situado eui local menos ilummado do logradouro. Logo a .«eguir, um» voz auHve chamou-o; s . vu/,

- Olhe aqui. Você 6 redator do BINOMIO? O jornalista respondeu que sim, reconhecendo no inierlo-

ToraJa S

o repoter, já um pouco receioso, declarou que <.iei)oiidia do favor que lhe Ia ser pedido. «ei.ouaia ao

. ' Ora, nao 6 nada de mais, não. Eu só quero que o seu jornal noticie que eu agora aderi ao halterofilismo . Quero ficai_com um corpo formidável. Alias, eu estou precisando disso.

K depois passando a mâo direita pelos cabelos: — Você promete dar a noticia ?Promete? O repoter disse que sim. 1'edrinho retirou-se entào nirra-

decendo com emoção o favor piometldo. ^ retirando. \-ou colocá-lo na mmha hstlnha a^l. Aposto que vocS nâo perderá nada.

j A FRASE DA SEMANA™ Quarta-feira última, na

Assembléia Legislativa, o deputado José Cabral pro- nunciou uni longo discurso sôbre os erro.s da atual ad- ministração do Estado A certa altura, referindo-so ao bin&nio do .sr. JusceUno Kubitschek, abriu um pa- rêntesis e advertiu:

«Não confundir com o jornal BINOMIO, que é coi- sa séria e lionasta».

Belo Ubá-

Horizon te TAXI AÉREO

Linha para Ubá às

segundas, quartas e

sextas-feiras lYatar com ISMAEL

no Santa Tereza

Hotel

— IV — ® íato mais grave, porém,

•'""Ten por ocasião da visita jS^Wnte de tia Flfi, levan- 'o novamente Llzete e Ester-

entraram em ca- e £sterzlnha, para sur-

íresa de todos, subiu cor- ■^ndo a escada, na direção

Qluarto de Nonô, perse- KuMa de perto por Uzete. I nainuto depois desciam , trés: NonO ao centro, nndo de um lado Llzete, e do Ntro Ksterzlnha. Nonô c ^terzlnha multo sorriden-

Llzete, emburrada. ®oco8 minutos foram pas-

mos e vários gritos feml- r^os chegaram até aos ou-

do que se encontra- na sala conversando.

ptram todos correndo em di- 1^0 à porta da cozinha, on- r® deram de cara com a oe- f^oials estupefante qne se roeria Imaginar: as duas

uma d© 13 © outra . 9 anos, brigando por cau- I de aiD menino de apenas

de idade. Assentado ^ ""9» pedra, a pouca dls-

da briga, Non6 sor-

A HISTORIA SECRETA DOS AMORES DE NÕNô

ria satisfeito, com aquele sorriso inconfundível que mais tarde haveria do carac- tc>rlz&-lo definitivamente em toda a sua vida pública.

— O Nonô gosta de brin- car « comigo, ela só velo pra atrapalhar — e.\pUcou Llze- te, logo que a briga foi in- terrompida.

— Mentira dela, mam&e — retrucou Esterzinha. HHa quer é ficar .sozinha com No- nô. IS eu sei porque.

Naquela noite, em casa, £sterzinha contou à máe o verdadeiro motivo da briga. £ o resultado foi que, a par- tir da semana seguinte, d. Flfl passou a ir sozinha à ca- sa da irmfi. Nunca mais le- vou as duas filhas.

Depois disso, Nonô teve mais um período emburrado. E como sua m&e nfio o dei- xava í^r de casa, sob pre- texto algum, ele acabou se acostumando a bilnoar so- dnbo. £ continuaria as- sim o resto de sua vida, se

dois anos mais tarde nao ti- vesse que ir para a escola, de onde acabou expulso, tal a quantidade de complica^ ções em que se meteu.

o o o Para os pais de Nonô, as

complicações do filho eram apenas o resultado da excep- cional inteligência do garoto. Nonô fazia aquilo tudo por- que tinha necessidade impe- riosa de dar expansão às qua- lidades criadores do seu cé- rebro. Para os amigos da fa- mília, no entanto, tudo nfto passava de simples moleca- gem de garoto sem vergo- nha.

Estes acrescentavam, sor- rindo, depois de uma ligeira referencia ao avô paterno de Nonô:

Aliás file tem a quem puxar.

A escola, no entanto, vefc» provar, de inicio, qne a razfio estava era com os pais do menino. Nonô era de teto

inteligente, multo embora es- sa sua qualidade nem sempre fosse aplicada a serviço do bem.

Logo no primeiro dia de aula ocorreu um fato que serviu para caratecrlzar mais uma vez o elevado grau de ambiçAo do menino.

Como quase .sempre ar^u- te<!e com os garotos arteiros e inteligentes, Nonô, quando foi para a escola, já sabia ler e escrever. Aprendera em ca- sa mesmo, porque sua mfie, quando o apanhava em fla- grante em quaquer traqulna- da, colocava-o de castigo, len- do- a cartilha ou trelfiando caligrafia. Assim, quando en- trou para escola, Nonô Já foi para o segundo ano.

Kelta a chamada, no primei- ro dia, a prof fez uma ligeira preleçSo sôbre o programa a ser cumprido. E desejando conhecer de inido a capael- (iade de cada um dos alunoK. mandou que t«dos fisessem

uma pequena doscriçflo de uma família |>obre.

E foi ai que Nonô se re- velou. A família iiobre que êle descreveu niujuele dia era tfto original, que o trabalho acabou por tomar-se famoso e hoje é apremntado de vez en» quando nas crônicas da imprensa carloc.iv, como sendo do filho de alguns dos nossos indigestos lltemtos de suple- mentos .

Proposto o ttwia, Nonô me- teu os peitos r «lomeçoii a es- crever: «UMA FAMÍLIA POBRE Era uma ve* umii família

pobre, o pai era pobre. A mfto era pobre. Os filhos eram pobres. O cozinheiro era pobre. O chofer era po- bre. Os camareiros eram po- bre. o jardinelro era pobre. Todo mundo em pohre».

E nesse tom, ooatinuou No- nô, j>or duas folhas de cader- no descrevendo minuciosa- bmM» i^pUo qM, Bo seu en tender, seria ama familla po- bre.

(CONTXNtlA)

Page 17: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

li»

4LKIM1M AO REPORTEK:

Graves acusações do secretario das Finaaças à im-

prensa da Capital

«Recebe as críticas da mesma maneira como o Tristão da Cunha ve- rki u «Miss Universo» em roupas menores: com o máximo de indi- fereii<;?a — Sobre o diretor dos «Diários Associados»: — «E' um Kaiado completo» — Um banquete no Palacio que ficou em quase um

milhão de cruzeiros

Qu^■^nrto ontramos r.o gabin ;- to do sr. José Maria Alkmitn, •s. t rctárlo rias Finanças do Es- 1 ado, f-stava acabando dc sair daí o sr. Newton de Paiva Fer- reira, diretor dos -^Diários As- sociados de Minas. Pudemos \er ainda o gesto apreensivo dos funcionários que servem no gabinete, levando a mão ao bol- so, num gesto instintivo de fluem \erifica se a carteira de notas continua no mesmo lu- Kar. Quando o dr. Newton su- miu na porta, o secretário co- mentou, amargo, para um fun- cionários:

- E' um safado completo! Veja você que ele veio aqui pa- ia cobrar a notícia que o «Es- lado d<- Minas:^ deu, informan- do que a Secretaria das Finan- ças iiayia confríbuiclo com 100 mil crii/.eiròs para a campanha dos tuberculosos pobres, promo- vida jornal dele.

Mas o senhor pagou? ^ inlerro;''iU inci-édulo, o auxi- liar .

F" claro que paguei. Do contrário amanhã eJe iria dizer no jornal que era vez de con- tribuir, a Secretaria havia rou- bado 1<KI mil cruzeiros da cam- panha . Ah, meu filho, eu co- nheo) o Newton não é de ho,ie.

10 sorriu discretamente, co- mo é do sosto dus mineiros.

\ I.FII 7«0 (iu:i';dü percelx^u a presen-

(,a do "i-porter, o sr. José Ma- ria de Alkrnim dirigiu-lhe um cumprimento ligeiro e pediu-lhe que u.io publicasse suas gene- rosas rpferèncias ao diretor dos Diários Associados».

K antes mesmo que o jor- Jialista di.ssesse qualquer cc sa 0 sr. Allímim já foi logo es- clarecendo:

Jã sei de tudo. Voces que- rem .sabf-r o que ou penso das eriticaí riuo todo mundo anda lazcniii.» lei 760. Pois bom. Ja vai a resposta eu recebo a.s eríHcas da mesma maneira co- mo o Tristão da Cunha veria a Miss ITniverso:- cm poucas roít-

I)asj fim a máxima indiferen- ea.

' Juer di/er que o sr. não liga para oS comentários dos jornais? • p-'rguntou o repor- ter.

! ifa. '>1 cu'nentaristas das jíjrnaiv. Kles vivem de «picare- 1 agotuT . Como se eu não sou-

que o« comentários des- sc.s p .squills riáo ff>ítos apena.-»'

I para me fomar dinheiro. De j uma coisa, porém, eles, os di- ] retores de jornais devem es- I tar certos: se não fosse a lei 760 não I'xistiriam também os oitenta mil cruzeiros da verba de publicidade que eu distribuo diariamente a esses pilantras.

Mas a verdade é que com es- se negócio dc combater a lei 760, até o Costa, com aquele bolotinzinho diário dele de in- formações comerciais, achou de fazer chantage comigo. E o pior é que se a gente não sol- ta o dinheiro, ele arranja um escândalo dos diabos contra o governo e, no fim de tudo, ahi- da acaba passando por «órgão indepcndento>,>. SANTA €ASA E PENITKN-

CIAKIA DE NEVES Depois de quase vinte inter-

rupções, feitas por corretores de jornais que vinham recla- mar o pagamento da publicida- de feita por conta do «Serviço de Divulgação dsi Secretaria das Finanças-, o sr. José Maria dc? Alkmim passou a conversar com o reporter sôbre outros as- suntos. A propósito da Santa Casa, por exemplo, afirmou- nos:

Todo mundo pensa que eu i mo sacrifico com o cargo de provedor da Santa Casa, Bo- bagem pura. Isto é porque eles

não sabem a quantidade de vo- tos que está escondida ali.

Nesso ponto o reporter arris- cou mais uma pergunta:

■ E a Penitenciaria de Ne- ve.s, doutor? Por que motivo o seniior saiu de lá? j

- Eu não sai de lá. Apenas : troquei a Penitenciaria pela j Santa Ca.sa, que é um reduto eleitoral bem mais vantajoso, i Ou voce não sabe que os de- {

(Coiitlniiii na página 2)^

Já sabe da nova? O Ezequiel vai casar ^ filha. Ah, é? A quantos por cento?

Ouviram íalar em Rôlla e

vieram correndo para o jornal

Os dois respeitáveis chefes de famíiía querem conhecer os verdadeiros planos do sr. Kubitschek — «Como contribuintes do Estado, temos o

direito de co nhecer o assunto» Os dois respeitáveis cidadãos

que aparecem na foto ao lado, em pose especialmente tomada para êste jornal, são honrados j)ais de família, que uma cir- cunstância curiosa reuniu em nossa redação. Ambos perten- cem a uma geração de ilustres varões, que aos poucos vai de-

I saparecendo da face da terra, I à medida que o custo de vida se eleva e novos anti-concepcio- nais são descobertos. Êles le- ram apenas a manchete de nossa penúltima edição, quando anun- ciávamos a intenção do sr. Jus- celino Kubitschek em por Rol Ia na Praça Raul Soares. Lx;va- dos por sua morbidez irrefreá- vel, êles não tiveram a preocu- pação de fazer a leitura da notü respectiva o sairani em desabalada c:orri(;la à procura de nossa redação.

— Que história de Rolla é ossa? perguntou o primeiro, mal contendo a sua aguda emo- ção .

Teíemõo Mineira ■J dos tlii'UoluH Homfuf' ks. .\\i\/os\>. •••: K • ill. «'ill

MIO já cxgotou! exclamou o 1 Sim. Por favor. Esclareçam primeiro o do barbas — mos- ' ram-so com a explicação, maS'

logo — acrescentou o segimdo.

TEM O DIREITO DE 1'ABTICIPAR DA INICIATIVA

E assim, nesse ambiente de

trando um olhar súplice de an- gústia.

Não esgotou, ainda não.

fizeram questão de anunciar oS seus propósitos. i

— Se a noticia do jornal dis"| Redarguiu o redator. Os senho- ser o que estamos pensando, o res vão até a primeira banca ' dr. Juscelino terá de explicar'

espectativa cruciante, os dois encontram, c comprem o respeitáveis pais do familia fi- exemplar, caram a aguardar a resposta de nosso redator. E êste foi um pouco maldoso com os visitan- tes e lhes disse apenas que a ' noticia esclarecida inteiramen- ' te o assunto. ____

Como contribuintes do Es-

(<'Ontinn:i iiu pasfina

BINOMlO

Mas, a edição do BINO- ANO I 20 DE JUIHO DE 1952 N. 8

Está prova4o que o sr. Antonio Luciano não pode

mesmo ver nada fechado. Até seu Banco

"fica aberto o dia todo"

BINOMlO

CSOMBRA E AQÜA FRKSOA) ÓROXO QUASE INDEPENDENTE

ANO I BELO HORIZONia 14 DE AGOSTO DE 1952 NUM. 9

Geraldo Starlingf sôbre o BInOMIOi \

"E* um jornal muito bom, quando não mexe com a gente

«DEPOIS DO JUSCEUNO E DO CAPITAO MARVEL, E' A COISA QUE EU MAIS ADMIRO NO MUNDO».

Importantes declarações do Chefe de Polícia do Estodo, róbre a atuaUdade mineira «O Jair Dias já espanca ladrões com a mesma disposição com que o Moretzhon

arrancava imhas de estudantes nos tempos da ditadura» — Quer ser secretário efe- _ Juscelino está apenas faaendo democracia.

//

O ar. a«raldo Starling, che- fe de Policia do Estado e Se- cretário do Interior, recebeu o repórter em sua mesa de tra- balho, onde se viam duas cai- xas de bombons nacionais, um saquinho de pipocas e vários balOezlnhoe de matéria plás- tica. Quando entramos, a va- lente e isenta autoridade esta- va concluindo uma ligação te- lefônica com um chefe politico do PSD em uma das localida- des onde vfio ser realizadas eleiçOes municipais. Mesmo de Ipnge, pudemos distinguir fra- ses dessa natureza: — «Me- tam o pau sem dó; esses ma- landros da oposic&o precisam aprender...» — «Deixa o Juscelino por minha conta, que depois eu explico prá, 61e».

Quando nos viu no gabine- te, o sr. Oeraldo Starling bai- xou o tom d© voz, chamou o sr. Luiz Soares da Rocha e mandou que nos oferecesse uma cadeira. Depois, virando- se para nós, esclareceu;

— «Dentro de alguns minu- tos estarei à sua dlaposlçfto. Agora preciso conclui|r aa Ins- truções ao meu «pessoal» do interior».

E sorriu delicadamente, en- quanto a cadeira gemia sob o peso de seus 195 quilos.

Tado bem na Chefia

Depois que terminou o tele- fonema, o sr. Starling so co- locou & nossa dlsposlç&o. E falou com desenvoltura e en- tusiasmo, enquanto Jogava pa- ra cima, preso numa corda, um dos balOezinhos de maté- ria plástica:

— «Aqui na Chefia vai tu- do bem. Elm todas as delega- cias há muito trabalho, feliz- mente» .

E enumerou nos dedos: — Zé HenriquM e o Bea-

to Romeiro tanto fizeram que acabaram chegando a Delega- cia de Ordem Pública nos ei- xos. O Ivan Andrade, na <le Costumes e Jogoe, nem se fa- la. O Lourenco Jorge, na de Segurança Pessoal, é aquilo que vocôs todos conhecem. O liuiz Soares da Rocha, como auxiliar meu aqui na Chefia, só falta advlnhar os meus de- sejos (O sr. LiUfai Soares sor- riu com dlscreç&o, acenando positivamente oom a cabeça). E o Jair Dias, apesar de ter entrado na Policia a contra- gosto, ac«U>ou se enquadran- do também e hoje J& espanca ladrOes com a mesma disposi- ção com que o Moretzhon ar- rancava unhas de estudantes

nos tempos da ditadura». E depois, euforicamente, a-

gitando toda a sua massa hu- mana:

— «Tudo corre ótimamente nesta e noutras delegacias».

Nisso toca o telefone. O sr. Lul2 Soares atende e passa o aparelho ao sr. Starling. O reportar aproveita o Intervalo e corre os olhos por alguns jornais que se encontram sô- bre a mesa. Um deles dizia as- sim, parecendo até a «Tribu- na de Minas» antes de receber dinheiro do governo: «Joga-se abertamente em todo o Inte- rior do ESstado». Um outro di- vulgava uma entrevista do al- mirante Pena Botto, sob o tl-

(Oontlnna na p&g.)

O SR. STARLING E OS PASTEIS Esta aconteceu há muitos anos, nos tnnpos do

mil reis, quando um past^ dos grandes ainda custa- va apenas um tostão. O atual diefe de Policia do Estado, sr. Geraldo Starling, que desde menino foi sempre maluco por pastel de galinha, residia em Muriaé, uma cidade da Zona da Mata, e tinha o cos- tume de ir todos os domingos a Leopoldina para ver a namorada. Foi durante uma destas visitas que êle encontrou, na cidade vizinha, um garoto com um bruto taboleiro na cabeça, vendendo pasteis de galinha fresquinhos. Ao sentir o cheiro tentador, a boca do sr. Starling se encheu dágua e êle não teve dúvidas: mandou o menino baixar o taboleiro e ini- ciou a mastigação. Havia 50 pasteis de tostão e o sr. Starling comeu 49. Quando acabou, passou o lenço na boca, tirou uma nota de cinco e deu ao vendedor para pagar os quatro mil e novecentos reis correspondentes aos 49 pasteis de tostão. O menino titubeou um pouco, depois olhou para a no- ta, olhou para o sr. Starling, olhou para o único pastel que tinha ficado no taboleiro e sugeriut

— «O moço, eu tô sem tostão pra lhe vortá. O senhor podia bem come mais um pastel e ficava tudo pago.»

O sr. Starling levou um ligeiro choque, olhou para o garoto com ares de quem se ofendera pro- fundamente com a sugestão e exclamou exaltado:

— «Deixa de ser besta, meninol Quem sabe vo- cê está pensando que eu vim aqui só para comer pastel?»

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Page 18: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

B t-N O. M,I p

BINOMIO

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(Sombra e Água fresca) Diretor: EURO LUIZ ARA.NTES

Redação: Rua Maranhão 1.123 PRINCÍPIOS!

A direção se responsabiliza por toda a materia pu- blicada, mesmo pelo» artlg-os assinados; Devolvemos os original'^ não publicados; Não aceitamos publicidade: a) Do governo do Estado;

Da Prefeitura Municipal; Da Companliia Força e Luz; Da Companhia Telefônica; Das empresas de cinema; De todas as outras firmas e organizações da Ca- pital, que tenham por norma controlar a Impren- sa por intermédio da publicidade.

Distribuição e publicidade: AMADO RIBEIRO CIRCULA UM DOMINGO SIM, OUTRO NAO

b) c) d) e) f)

il9 O m

E' um jornal muifo bom...

Relacionamos abaixo, algumaa opiniões sôbre BINOMIO, apanhadas ao acaso, sem qualquer preocupaçfto de saber se são contra ou a favor do jornal:

«Folha de Minas», orgáo oficioso do sr. Juscelino Kubl- tscheck:

«Jornal primo da «Butlna» e flUio da «Manha». Um atentado ao pudor público».

* R. Magalhães Junior, cronista do «Diário de Noticias»,

vereador pelo Distrito Federal e um dos maiores teatrólogos brasileiros:

«Com BINOMIO renasceu finalmente o humoriuno mi- neiro. Ê um grande Jornal.»

* Vereador Xirlrico de Carvalho, na Câmara Municipal de

Belo Horizonte; «Instrumento de provbcaçdes, cujas páginas ainda iwr&o

tintas de sangue». ♦

«Diário de Minas», o grande Jornal dos mineiros: «Orgfto que tem servido para anjar o ambiente politico

mineiro». *

O Jornalista José Morais, em um de seus pUeques diá- rios no bar do Grande Hotel:

«Esse Jornal Jâ eatá. é dando multo cartaz ao Pedro Pe- reira Fillio».

* O sr. Pedro Pereira Filho, chefe do Cerimonial do Palá-

cio da Liberdade, em telefonema ao sr. Geraldo Starlinr chefe da Policia do Estado: '

«Pois é, Starling, o3se Jornal esta atacando trfls altas au- toridades estadual»! o governador, vocfi e eu».

* O deputado Hermollndo Palxfto, em aparte na Assem-

bléia: «Jornal desaforado e fescenino. Se a polícia o fecbou é

porque tiniu fortes razões para isso». *

O deputado José Cabral, em resposta ao deputado Pai- xão:

«V.Excla. é suspeito para tratar do assunto, porque é um dos personagens mais interessantes da publicação».

♦ O humorista (?) Jalr Silva, em uma roda de amigos: «Eu não sei 6 oriJe estã a graça que essa gente acha no

BINOMIO». *

«O Globo», do Rio: «Novo e moderno Jornal humorístico surgido em Minas».

♦ Deputado Sinval Siqueira, do PTB: «Órgão anti-democrãtico porque ataca o senhor gover-

nador». •

Deputado BUac Pinto, na C&mara Federal: «A apreensão do Jornal BINOMIO, em Minas velo ates-

tar o desrespeito em que é tida a Constituição Federal na- quele Estado».

* Novamente R. Magalhães Junior, do «Diário de Noti-

cias»: «Um Jornal que estã virando pelo 'avesso a Camosa aus-

teridade mineira».

* Um leitor comum, na Praça Sete: «£ um Jornal que diz a verdade. Não leva tempo para

a policia fechar com êle».

(No próximo número divulgaremos outros valiosos con- ceitos expendldos sdbre nossa humilde e despretanciosa pu- blicarão; .

tulo: «45 mil g^uerrllhelros co- munistas estão organizados em Minas Gerais» . E a man- chete de um vespertino grita- va em letras garrafais: «Nun- ca se roubou tanto em Belo Horizonte».

Nesse ponto o dr. Starling encerra o telefonema. O re- porter dobra o Jornal, ajelta- se na cadeira e continua a ou- vir o entrevistado:

y— «Mas como eu ia dizen- do — acentua com firmeza — todas as nossas delegacias es- tão funcionando perfeitamen- te bem e dão plena conta do recado.'Acho-me cercado por auxiliares competentissimos...» Aa últimas palavras do che- fe, o sr. Luiz Soares da Ro- cha sorri com diacreção e ace- na positivamente com a cabe- ça, como da vez anterior.

Ouve-se, então, um peqtie- no estampido na sala. Era o balãozinho de matéria plásti- ca do sr. Starling que se ar- rebentara.

Governo democrático

Enquanto o sr. Luiz Soares da Rocha apanha os pedaci- nhos do balão arrebentado pe- lo chefe, o sr. Geraldo pega outro balãozinho sõbre a me sa e pross^fue em suas decla- rações:

— «Além do mais, honro- me de servir a um governo es- sencialmente democrático. O senhor se surpreende? (O re- porter não se surpreendera coisa alguma). Pois vou lhe mostrar: o senhor, como jor- nalista, deve saber que demo- cracia é governo do povo no interêsse do povo. E o dr. Juscelino, por isso mesmo, não admite a ação dos que pensam de maneira diferente da dele e querem com isso prejudicar o seu governo, que é todo no interfisse do povo. Quer dizer: quando a policia bate, tortu- ra e até mata al pelo interior, está. fazendo apenas democra- cia. Ou seja: está defenden- do o governo do Juscelino que é feito única e exclusivamente no interêsse do povo».

O reporter está inteiramen- te aniquilado ante a argumen- tação dialética da vultosa au- toridade, quando resolve per- guntar timidamente:

— «Mas, doutor, quem é que pode nos garantir que o dr. Juscelino está fazendo um go- verno do povo para o povo?»

— «Ora, a «Folha de Minas», naturalmente. Vocô não co- nhece esse Jornal?»

E sorriu vitorioso, fingindo que não ouvia os gritos lan- cinantes que partiam da Dele- gacia de Ordem Pública, onde estava sendo interrogado, na- quele momento, um estrangei- ro acusado de comunista.

(Continuação da pag.)

Nesse ponto arrebenta-se o segundo balãozinho de maté ria plástica.

Quer ser secretario efetivo

Antes que o sr. Luiz Soares da Rocha pudesse apanhar os pedacinhos do novo bailo ar rebentado, o chefe de Policia manda-o buscar café para as «visitas». O reporter fica mui to satisfeito com a expressão «visitas», que lhe é atribuída e passa a esperar o café do sr. Soares. Antes, faz outra pergunta ao dr. Geraldo:

— «Mas afinal, doutor, o senhor será ou não efetivado na Secretaria do Interior?»

— «Vontade não falta, meu amigo. Mas acontece que o Juscelino, desde aquele episó- dio ocorrido durante a viagem para Pedra Azul, quando co- mecei a sentir mal dentro do avião, passou a fazer pouco caso de mim. Mas aquilo não quer dizer nada, porque o que houve foi provocado por uma terrina de doce de leite e dois litros dagua que eu havia m- gerldo' uma hora antes da via- gem. E o senhor sabe multo bem como o prato é bravo».

Nisso volta ã sala o sr. Luiz Soares da Hocha, que passa a servir café às «visitas» com a mesma humildade com que cumprimenta em Rio Branco um indivíduo que ôle jurou matar quando criança e que

apesar disso, continua vivo até hoje. Fan do Juscelino e do capitão

Marvel O sr. Oraldo Starling, de-

pois de tomar o café, pede ao reporter para ser breve, pois dentro de alguns minutos terá que receber ordens do dr. Juscelino sôbre os tipos do ar- mas que deverão ser empre- gadas contra os grevistas de Divinópolls.

A nossa última pergunta foi sôbre a sua opinião a respei- to do BINÔMIO.

O chefe de Policia, colocan- do doutamente as duas m&os sôbre a fivela de seu enorme cinturão, respondeu:

— A minha opinião é igual- zinha ã do dr. Juscelino: tra- ta-se de um Jornal muito bom, quando não mexe com a gen- te. Aliás, devo mesmo dizer que depois do dr. Juscelino e do capitão Marvel, o BINÔMIO é a coisa que mais admiro no mundo.»

E despediu-se do reporter, saindo apressadamente, en- quanto o sr. Luiz Soares da Rocha ia atrás, levando os li- vros de leitura diária do sr. chefe de Policia, onda se viam «As aventuras do Homem de Aço», «Historias do Relzinho», «A luta do Príncipe Submari- no contra o Tocha Humana», além de uma coleção comple- ta da revista «Clube dos Amo- res».

... «E para que se possa considerar períelto 03se inquérito — escreveu o sr. J. Pinto Renó, sub- procturador geral do Estado, conduindo o seu pa- recer — só falta a policia encontrar o MÓVEL DO CIÚME. O assassino, como se sabe, jogou em higar ignorado a cadeira de aço com que eemigalhou a ca- beça da vitima».

Número atrazado de BINOMIO

Os números atrazados deste ' Jornal (inclusive o que foi' apreendido pela policia) podem ser encontrados na i banca do Aristóteles, esqui- na de Rua da Bahia com Av. Afonso Pena, Junto ao ponto . de ônibus «Serra».

E esse foi o trocadi-

lho mais infame, apare-

cido durante a última'

semana:

«O sr. Esteves Ro-, drígues não está mais ^

na Secretaria da Viação:

esteves.»

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o MAIOR

14-0-53 6 t 14' O M I O

ERA UM JORNALISTA TÃO INCOMPETENTE QUE CHEGOU A

SER INDICADO PARA O CARGO DE "CHEFE DO SERVIÇO DE

IMPRENSA DO PALACIO DA LIBERDADE"

Place Pigalle

Casamento Olímpico

A cidade andou agitadísai- ma com a visita daqueles ra- pazes fortíssimos, universitá- rios simpáticos, que inaugu- raram um novo tipo de casa- mento: o casamento olímpi- co. Segundo fui informado, dentro de um ano haverá des- file dos frutos dessa magní- fica iniciativa dos atletas de outros Estados, com a pre- sença do mundo oficial, como de costume, nos palanques. Vão aparecer tantos pernam- bucanos!

Juntamente com os universitários, aqui estiveram os cadetes de Barbacena, todos vestidos de branco. O senhor Pedro (protocolo). Pereira (Zazá) Filho ficou revoltado com a ausência dos fuzileiros navais, os seus prediletos. Para satisfazê-lo providenciou-se urgente a Instalação da exposição da Marinha. Aquele simpático senhor delirou! Em verdade, provou êle possuir refinado gôsio.

E o senhor Celso (Acaica) Brant conseguiu a livre do- cência em recente concurso. Dizem as más línguas que o aludido senhor é um homem que gosta sòmente de coisas livres...

As reuniões do Icren Clube, durante os jogos univer- sitários, Joram transferidas da Elite para o Minas, onde afluiam sempre os simpáticos estudantes baianos, com seus dentes de ouro sempre à mostra. Aquelas jovens e diaíanas senhoritas tiveram oportunidade de provar que são realmente da nossa «finesse». Nunca se viu tanta gen- tileza para com os visitantes.

Apesar de ser «homem fatal», o senhor Britaldo (sim- patia) Soares, foi relegado ao segundo plano com a pre- sença dos lindíssimos rapazes universitários. Soube que lágrimas de sentimento deslizaram por suas delicadas fa- ces, notando a volubilidade feminina. Vou despresar to- das aquelas que causaram tal aborrecimento ao senhor Britaldo.

Especialmente convidado para comparecer à festa do algodão Seridó, na gruta do senhor Jacques Path, não jHide comparecer. Vê lá se vou ficar com meu busto des- nudo às vistas de jovens desquitadas! O meu pudor não permitiria espetáculo dessa natureza. Em compensação o senhor Assis (Jagunço) Chateaubriand balançou mui- to sua linda barriguinha, dançando o xaxado. Fiquei tão penalizado por não comparecer.

Pompadour

O Juscelino quis por rolha...

(Continuação da última página)

nossa conciêncla, tripudiar sô- bre nossos princípios. Por is- so, decidimos recusar auxilio do governo (oferecido pelo sr. José Morais, por intermédio de um nosso colega de impren- sa) muito embora naquele dia o nosso diretor tivesse ido pa- ra casa com terríveis e toni- troantes dramas de conciân- cla.

Juscelino tenta p(tr rolha

O dr. Juscelino, no entanto, que a estás alturas dos acon- tecimentos já estava muito mal acostumado, pois com uma despesa de pouco mais de um milhão de cruzeiros men- sais, conseguira controlar to- dos os «grandes órgãos da im- prensa mineira», não concordou com a nossa atitude e, pela primeira vez, em mais de um ano, se enfureceu realmente:

— «Aqui em Minas — teria dito Cie ao sr. José Mor.iis, ainda mal refeito da última ressaca — nenhum jornal po- de rejeitar as oferendas do go- verno. Se não querem ajuda, também não circularão».

Foi então reunido o conse- lho dirigente do Palácio, cons-

JOSE NAZAR

Cirurgião dentista Ed. Dantés, 3' andar

Sala 322

Diariamente, das 7 às 11 e das 13 às 18

horas

tituido dos senhores Pedro Pe- reira Filho, Nelson Selman, Oscar Netto, José Morais e outros competentes conselhei- ros do sr. Juscelino Kubits- chek, ficando deliberado, de- pois de ligeira discussão, que BINÔMIO seria fechado defi- nitivamente. Antes, porém, de ser ' transmitida a ordem ã Chefia de Policia, foi consul- tado sôbre a conveniência da medida, o sr. Antonio Lucia- no, conhecido especialista no assunto e figura de grande destaque em nossos meios ofi- ciais.

E foi assim que o sr. Jusce- lino tentou por rolha no BI- NÔMIO, único jornal de Mi- nas que, por pretender ser sé- rio, se recusou a receber au-

xilio de um govfimo do pân- degos o gozadores.

Mas perdeu a pnroda

Os desembargadores do Tri- bunal de Justiça, no entanto, que de dinheiro sô fazem ques- tão dos seus 16 mil cruzeiros de vencimentos mensais, acha- ram que o goverílo não tinha razão e que nós poderíamos circular de qualquer maneira, até mesmo às nossas próprias custas. Por isso voltamos ho- je ãs bancas, garantidos por um mandado de segurança que, se desrespeitado pela Policia, poderá causar mais complica- ções ao governo do que as be- bedeiras diárias do sr. José Morais,

THAGÊDIA EM UAHÜAUENA Joaquim morava om Belo Horizonte, mas era noivo

de Luzia, cm Barbacena, e amante de Marina, om Lafaletc. Vm dia, resolvmi casar-se com Luzia e escreveu dua» cartas. A primeira a Marina, dando uma dosculpa qual- quer para acabar com o romance. E a segunda a Luzia, oomunlcando a decisão que tomara e confessando ao mes- mo tempo todo o seu pa'ssado com Marina.

Na hora de colocar as missivas no correio, entretan- to, cometeu um engano. Botou a carta escrita a Marina ao envelope endereçado a Luzia o a de Luzia no envelope de Marina. E voltou para a casa com a concicncla tran- qüila. Mas no dia seg^ulnte, quando começou a rememorar os fatos do dia anterior deu pelo engano. Percebeu a bur- rafda e foi correndo ao telefone, pedir uma ligação para Barbacena, a fim de avisar Luzia e a policia sôbre o acontecido, pois Marina era de fato perigosa. Pediu a ligação mas a linda estava interrompida. Insistiu mai.f tarde e nada. Desesperado, voltou para a casa pen- sando na tragédia que, naquele instante, deveria estar ocorrendo em Barbacena. Ligou o rádio e ouviu a noticia: Marina sairá de Lafaletc de automóvel, fOra a Barba- cena, matar Luzia e, sem seguida. Ingeriu um copo de formicida com cerveja.

Moral: — Eis om que dá o nosso pto.simo serviço te- lefônico .

A professora não notou, mas Já no terceiro dia de aula NonA cairá de amo- res por uma coleg:ulntia mo- rena e de cabelos compri- dos, que assentava na úl- tima carteira da sala. Jun- to ã porta de entrada. Era Maria Amélia, o doce/dte, c6co da turma e por quem já estavam também com- pletam ente apaixonados quase todos os seus cole- gas. Mas apesar das des- vantagens que levava, pois tinha ai>enas seis anos de Idade, Nonô não se deu por vencido. Afinal de contas êle Já tinlia três grandes experiências amorosas (Etelvina, a empregada, o as primas Uzete e Ester- zinha).

Pelas conversas no re- creio, Nonft conoluin que o

l

sonho dourado de toda a turma era acompanhar Ma- ria Amélia depois da aula (&s 3 horas) de regresso à casa. Tomou, então, a pri- meira providência: de- monstrou o mais completo desinterêsse por essa proe- za. Toda vez que conver- sava com Maria Amélia to- cava em todos os assuntos possíveis, menos na^iuele que deveria ser o chavão de todos os outros, isto o «posso levar você hoje»?

Ora, como toda garota bonita e muito cortejada daquele tempo (e de hoje também) Maria Amélia era uma Imbecllzinha comple- ta. Tanto assim que ofto

percebeu a manobra de No- nô e. Já no décimo primei- ro dia, não se contendo maÍ3, perguntou intrigada ao menino de rosto com- prido e olhar de mormaço:

«Mas, afinal, o que que há? Você vai ou não vai me levar em casa»?

NonA olhou disfarçada- mente para cima, agrade- ceu aos ceus a rapidez com que suas preces foram aten- didas e, sob o olhar boqui- aberto dos ingleses, ou me- lhor, dos colegas, atraves- sou o portão da escola car- regando orgulho^ a pasti- nha de couro onde e8lã.vam os livros e cadernos de Ma- rta Amélia, alem das ma-

çãs que lhe tinham sido dadas de presente naquele dia por um colega de nome Humberto.

« A liabllldade com que No-

nO agiu no «caso Maria Amélia» velo comprovar, mais uma vez, que o garo- to tinha realmente queda pura a coisa e estava fada- do a ser mais tardo um dos maiores conquistadores do pais, capaz de competir mesmo com os banqueiros malg poderosos ou com os pernambucanos mais legíti- mos.

O primeiro mêg de aulas foi um verdadeiro paraíso para o nosso herói. Quan-

do cie chegava à escola pouco antes das 10 o mela c ficava ospertuido a aber- tura do portão, era crivado por uma verdadeira ava- lanclio de perguntas creti- nas o inconvenientes. To- dos queriam saber o que ti- nha acontecido no dia an- terior. Mas NonO não dava bola. Fechava-se em copas e Se recus;iva termlnante- mente a discutir o assunto.

O interessante, porém, ê que Maria Amélia conti- nuava a receber presentes dos colegas (principalmen- te maçãs) mas ia g:uardan- do durante o dia e ãs S ho- ras, quando saia da aula, repartia tudò com NonÓ que, assim, como um alegre e despreocupado Adão, pas- sou a comer maçã, de gra- ça, todos Os dias.

(CONTINUA)

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Page 19: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BrNOMTO 14.9412

KEIINO QUIS POR ROLHA NO BINOMIO

O JORNAL FOI FECHADO PORQUE, SENDO UMA PUBLICAÇÃO SÉ- RIA, SE RECUSOU A RECEBER DINHEIRO DE UM GOVÊRNO DE 1

PÂNDEGOS E GOZADORES.

Como se prova que as verbas de publicidade devem ser destinadas a jornais como «O Diário» e outros órgãos pouco recomendáveis — Mas vencemos a batalha e continuamos a ser impressos às nossas próprias custas — Quando entram na

história a gramática do deputado França Campos e os cheques sem fundos do sr. Osvaldo Nobrei.

Os jornais em Minas já nâo tem o direito de quelxar-se da falta de assistôncia do go- vflrno. Qualquer pasquim edi- tado em Belo Horizonte, de? de o «Estado de Minas», até o «Vossa Senhoria», encontra sempre abertas as portas do tesouro estadual, onde entram com a mesma sem cerimAnla com que o sr. Oswaldo Nobre, diretor de «Tribuna de Minas» assina um cheque sem fundos contra o Banco Hipotecário, ou o deputado Slnval Siqueira lavava os cavalos de passeio do cal. Alvlm Alvlno de Me- nezes. Para os nossos dire- tores de Jornais, tomar di- nheiro do governo ]á se tor- nou coisa táo banal, tfio cor- riqueira, como é banal, corri- queiro e natural para o depu- tado Manoel França Campos escrever «cebola» com «ç», num dos seus doutos parece- res na Assembléia Legislati- va.

Dessa forma, Inaugurou-se em Minas uma nova era de colaboração entre a imprensa e o governo, a primeira elo- giando despudoradamente as autoridades e estas soltando o dinheiro abertamente.

Quando surge o Biuâmlo

Acontece que certo dia sur- giu na cidade, "de surpresa, um jornal desbocado e atrevido, que anunciava em seu fron- tesplclo ser «quase indepen- dente», com 99% de liberdade de açíto e 1% de Intoleráveis rjompromissos excusoa. Era o BINOMIO, que hoje entra em seu 69 mês de existência, com as graças de Deus e greiças ao sr. Pedro Pereira Filho, nos- sa fonte inexgotavel de assun- tos.

Ora, tratando-se de um Jor- nal sério, que só aborda pro- blemas do mais alto InterAsse público, nao Iríamos, natural-

mente, aceitar apoio de um governo de alegres e Irrespon sáveis cidadãos, a cuja frente comparece Aquintado dança- rino dos nossos clubes elegan- tes ou nâo. Papéis dessa na- tureza só ficavam bem a Jor- nais como «O Diário», po: exemploi*. *

Para nós, aceitar as propos- tas do governo seria renegai o nosso programa, trair a

(Continua na 3f pag.)

HOTEL

SUL-AMERICANO

Luxo, conforto e distinção

Bem no centro de' Belo Horizonte, en-, tre a Praça Sete e ai Estação da Central.

A FAMA DOS PERNAMBUCANOS

A opinião pública de Belo Horizonte mudou muito depois das olimpíadas universitárias.

Hoje, considera-S0 mais pura uma garota que tenha passado o domingo todo nas estradas dda Pam- pulha, em companhia de um carioca, do que outra que se atreva a conversar cinco minutos, em frente à Igieja S. José, com um pernambucano le- gitimo .

BURRICE OLÍMPICA o deputado Slnval Si-

queira, multo embora nem todos o saibam, além de sua oUmpica burrice, poB- sue ainda Inegável senso de respeito & ordem. Convi- dado, um dia, a comparecer ao9 Jogos universitários que se realizavam no ginásio do Minas, o bravo repre- sentante do povo passou todo o tempo da competi- ção fumando desbragada- mente. No final, seus puí- mOes não resistiram^ ao es- forço inu^tado das traga- das e file foi para no Pron- to Socorro, vitima 4e um desmaio súbito.

E quando lhe pergunta- ram naquele hospital, por quo motivo tinha fumado tanto assim, o ilustre pete- blsta respondeu tranqüila- mente, com^ se pola pri- meira vea estivesse dasdo um aparte IntrJlgeate na Assembléia:

— «Uai, en apenas obe- deci a or^.em. Nfto estava escrito FITAIE em todos os cantos do estádio?»

Temos a eletrola que

V. S. idealizou

Colonial-Chipandale Renascença-D. João VI

Modemo-F uturista Inglesas e outros tipos

televisão

MINEIRA

BELO HORIZONTE

Edifício Dantes

O 2. Distrito no dia da apreensão de BINOIVIIO

No dia do incêndio no Palacio da Liberdade, os bombeiros encarregados de apagar o fogo toma-

ram inicialmente duas providencias: afastaram para bem longe o sr. José Morais, a fim de evitar

uma explosão, e trouxeram para bem perto o sr. Pedro Pereira Filho, para refrescar o ambiente.

BINOMIO

(SOMBRA E AGUA FRBSOA) ÓRGÃO QUASE INDEPENDENTE

ANO I BELO HORIZONTE. 28 DE SETEMBRO DE 1952 NUM. 10

Garcez também é um grande comedor

MIOS DE [MIO PIM

I raigmi bi

Estranha atitude do sr. Jus^ celino Kubitschek, atenden- do a uma sugestão do sr.

Pedro Pereira Filho

Segando conseguiu apurar nossa reportagem em fontes diretamente ligadas ao Palá- cio da Liberdade, o sr. Jusce- lino Kubitscliek, atendendo a uma inexplicável sugestão do sr. Pedro Pereira Filho, está em vésperas de tomar uma es- tranha medida c<Hn relas&o à Secretaria da Agricultura. Tão estranha e absurda nos parece essa medida que poderá mes- mo provocar o Rompimento de- finitivo do acordo firmado en- tre o atual governador de Mi- nas e o PR, por ocasião da úl- tima campanha eleitoral, Já que o maior atingido no caso será exatamente o vlce-presl-

(Gonclui na pag. Z)

Com três dias de Belo Horizonte, botou

Juscelino no bolso

Parecia mais um pernambucano faminto, que um paulista de quatro- centos anos — Gostou muito das attitudes do sr. Pedro Pereira Filho e das camas do Palácio das Mangabeiras — Pretende volta a Belo Ho- rizonte para conhecer os frutos de sua primeira viagem.

Com essa cara de bõbo e um ape- tite de pernambucano, Garcez de-

sembarcou em Minas.

Quando mal tinham desapa- recido os rumores mais im- prudentes sAbre a atuação dos universitários de outros Esta- dos, em nossa Capital (princi- palmente os pernambucanos) surge entre nós, fagueiro e vi- torioso, o governador de São Paulo, sr. Lucas Nogueira Garcez. O sr. Juscelino Kubitschek, autoridade Incons- teste em vários assuntos da vi-

DE UM CADERNO DE NOTAS DO DR. GARCEZ;

... «e quando eu cheguei a Belo Horizonte, di- versas garotas vieram até o aeroporto para dar- me as bôas-vindas. Fiquei impressionadíssimo com as bôas vindas».

da mineira, não podia esperar que o seu hóspede viesse aba- lar-lhe o prestigio num dos setores de sua especialidade. Mas Garcez foi impiedoso e mostrou a Juscelino que, em matéria de comidas, poderia colocá-lo na algibeira, apesar da propaganda em contrário. K aquele homem pacato e tranqüilo, que entrára no Es- tado com fama de verdadeiro capuchicho, acabou deixando aqui a impressão de ser um Impávido e incansável come- dor.

PROGRAMA DAS «COME- MORAÇÕES»

As comemorações, ou «co- meçOes» do governador Lucas

Garcez começaram pouco de- pois de sua chegada à Capi- tal. Logo no aeroporto, como se lhe estivesse abrindo as portas da cidade, o visitante recebeu a saudação gentil da mulher mineira; que iria es- tar presente a todas as suas proezas em Belo Horizonte. Também lá estava o sr. Pe- dro Pereira Filho, chefe do Cerimonial do Palácio da Li- berdade, fazendo concorrência às mulheres, nn.s gentilezas ao ilustre hóspede. O sr. Garcez ficou contentísalmo com a re- cepção e Já foi para o Palácio das Mangabeiras lambendo os lábios.

Meia hora depois, oram Ini- ciadas as «começOes».

(Conclui na pag. 2)

BELO HCI2IZ€NTC CRESCE

Page 20: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO 28-9-52

BINOMIO

1)

2) 3)

(Sombra e água Diretor: EURO LUIZ ARANTES

Redacfto; Rua Maranh&o, 1.123

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a) Do governo do HJstado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia fV>rca e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas do cinema; f) De todas as outras firmas e organizações da Ca-

pital, que tenham por norma controlar a impren- sa por intarmedlo da publicidade.

Distribulç&o e publicidade: AMADO RIBEURO

CIRCULA UM DOMINGO Sm, OUTRO NAO

lililo llí I w íé (II)

Relacionamos abaixo, mais algumas opiniões sdbre BI- NÔMIO, apanhadas tambí£m ao acaso, sem qualquer preocu- paç&o de saber se s&o contra ou a favor do jornal;

«Jornal do Povo» (órg&o comunista):

«Fazenido concessões & má. educac&o de nossa sociedade e rebaixaado-se ao nível do «Di&rio da Tarde», BINOMIO pu- blica uma anedota meio Indecente, quase tão imoral quanto a politlca tributaria do sr. Jusoeiino Kubitschek».

«Correio da Manhã» ( órgfio que, segundo se diz, es- tá vendido & «Standard Oil»):

«O mineiro é francamente do BINOMIO. BINOMIO é tu- do em Minas. BINOMIO também deve ser tudo no Brasil».

Alexandre Konder, diretor de «Tribuna de Minas», em conversa particular com o chefe de Policia do Estado:

«£' um Jornal comunista, cujas atitudeg estfto a exigir imediatas providencias por parte da Policia».

Deputado Edgard da Mata Machado, na Assembléia Le- gislativa:

«O Jornal n&o está. ligado iun correnteK oposicionistas, tanto assim que, em mais de uma de suas edições, tem fei- to criticas larctoticaH contra figuras altamente categoriza- das da UDN».

O sr. Luiz Rocha, em informação prestada ao dr. Már- cio Ribeiro, juiz dos Feitos da Fazenda, em nome do Che- fe de Polícia:

«O Jornal, desde os seus primeiros número», demonstrou umii. única preocupaç&o: ridicularizar a figura do exmo. sr. Governador do Estado».

Deputado José Grossi, na Assembléia Legislativa, a pro- pósito da apreensão do BINfeMIO, feita pela policia.

«O que ocorreu relativamente ao jornal BINOMIO, apreendido pela policia da Capital, é desses atentados que nos devem por de sobreaviso, relativamente ao que pode acon- tecer de mais grave, dfe agora por diante».

«Diário de Minas», também a propósito da apreensão:

... «salvo algumas discrepancias próprias do gfinero, tem sido um Jomalzlnho muito Interessante e util & areac&o de nossa vida pública».

O prefeito Américo Renê Giannetti descobriu finalmente a solução ideal para O problema da água em Belo Horizonte. Quando o reser- vatório principal ccmieça a esvasiar, ali pelas quatro horas da tarde, ele pega um carro, vai até lá e começa a ler um discurso. Com cin- co minutos a caixa enche.

Garcez também é...

E nos trôs dias da visita do governador paulista a Belo Horizonte, sô se ouviu falar em comidas.

O sr. Lucas Garcez não te- ve dúvidas. Comeu a vontade suplantando inteiramente o seu colega Juscéllno Kubitschek que é tido e havido como um dos maiores comedores do país. Moço ainda, com mais de trin- ta e menos de quarenta, o sr. Garcez trouxe da Paulicéia um apetite que lembrava mais um pernambucano faminto que propriamente um paulista de quatrocentos anos.

E o apetite do sr. Garcez foi tão grande que acabou por dar-lhe fama noa mais varia- dos círculos do Estado onde êle conquistou. Inclusive, di- versos admiradores. Tanto as- sim que êle, segundo informou pessoalmente à nossa reporta- gem, pretende voltar brevemen- te a Minas, para verificar os frutos de sua viagem. Nessa oca.sião, quando possivelmente já será candidato à presidência da República, o governador de São Paulo espera contar com mais alguns eleitores na Capi- tal.

AS «COMEÇOES»

Eis alguns dos trinta e tan- tos banquetes que foram ofe- recidos ao sr. Lucas Garcez, durante as 72 horas que o pro- cer ademarlsta passou em Be- lo Horizonte:

Banquete no Palaclo da Li

berdade, oferecido pelo sr. Jus- celino Kubitschek; banquete no Minas Tenig Clube, ofere- cido pelo govêrno mineiro; banquete no Automóvel Clube, oferecido pelas classes produ- toras; banquete no Iate Golfe Clube, oferecido pela socieda- de local; banquete na residên- cia do deputado Maurício An- drade, oferecido pelo mesmo e pago pelo Estado; banquete na residência do IndustrlfU Gerson Dias, oferecido pelo anfitrião; banquete no Res-

taurante Popular H'.' 2, ofereci- do pela As.sociação Mineira da Imprensa; três banquetes sem publicidade, comidos e reali- zados no próprio Palaclo das Mangabelras.

Durante um banquete e ou- tro, o sr. Lucas Garcez ti- nha, geralmente, uma hora de prazo para descansar. Esse tempo éle quase sempre pas- sava deitado, no Palaclo das Mangabeiras, cujas camas, em sua opinião, são as mais macias do mundo.

O sr. Ademar de Bari os pa ra, enfia o dedo indicador da mão direita, de leve, numa das narinas, e prossegue fa lando:

— «Eu até já estive queren- do ir a Belo Horizonte, para

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o MAIOR

E quando as sirenes começaram a soar, o ho- ^ mem. saiu correndo de', dentro do hotel e per- guntou aflito ao primei- ro transeunte:

— E' incêndio? — Qual o que — res-

pondeu o c^utro — E' coi- sa muito pior. São os batedores do Juscelino i que estão ensaiando para i receber o Garcez.

IS «...

dente do Partido Republicano, sr. Trist&o da Cunha,

W que h& diuH o Nr. Pedro Pereira Filho esteve em visi- ta & Secretaria da Agricultura e quando retornou a'o Palácio fez ver ao sr. Juscelino Kubits- chek a conveniência de se fa- zer, com rumos de carvalho, toda a ornamtmtaçtlo daquela casa. o mais estranho, i)orém, é que o sr. Juscelino Kubits- chek, som Bio menos consultar o titular da pasta, sr. Trist&o da Cunha, aceitou Imediata- mente a sugestão do sr. Pe<lro Pereira Filho, prometendo bai- xar ainda esta semana um decreto determinando que a or- namentação da Secretaria da Agricultura seja feita e reno- vada, diariamente, com ramos de carvalhos fresqulnhos.

ajustar contas pessoalmente com aqueles malandros. Não apenas tirá-los do jornal^ onde êles não ficam nem mais dois meses, mas para quebrar-lhes a cara, eu próprio, dando-lhes uma lição em regra».

— «Mas não vai fazer mais is.so, dr. Ademar? — pergun- ta timidamente o reporter, que nada tem a v6r com a briga».

— «Não — respondeu. «De- pois meditei bem e resolvi apenas tirá-los do jornal. Afi- nal, em ladrões quem bate é a Polícia».

COMISSÃO DE «BICHEIROS»

Era nosso pensamento pu- blicar uma longa entrevista oom o sr. Ademar de Barros. Mas, quando iamos apresen- tar-lhe uma série de pergim- tas, de grande Interesse, en- tra na sala o seu secretario particular, que lhe comunica a chegada de uma comissão de brasileiros, que também queria falar-lhe. O sr. Ademar re- conheceu os visitantes pela voz (eles estavam ainda fora da sala) e, como que tomado por uma satisfação ilimitada, pede-nos para encerrar ali á reportagem.

- «O senhor vai desculpar- me. Mas eu tenho de tratar de um assunto transcendente para os interes-ses do Brasil».

E saiu batendo energicamen- te com o pés, para ir entender- se com a comissão que estava a sua procura. Nós também deixamos a sala, e só no cor- redor pudemos ficar sabendo quem eram os ilustres visitan- tes. Tratava-se de uma comis- são de «bicheiros» de São Paulo, que tinha ido a Londres, a sua procura, a fim de cnten- aei"-se com êle sôbre a libe- ração do «jogo de bicho» no- vamente naquele Ebtado,

LEIAM...

RÍTICA

I'JBIPMUWLUJ I jaatjBiWa»»*'

28-9-52 BINOMIO

Para tratar do restabelecimento da Política do «Caie com Leite», quem

deveria estar à frente das conversações é o sr. Otávio Mangabeira. Ou

então o Senador Melo Viana

Place Pigalle

Estou de mal do Zazú

Uíl Nem bem os peinccxn- bucanos toiam embora e já chegava o Garcez. Com aquele bigodinho grizalho e o cabelo cortado a Prínci- pe Danilo, conseguiu alvo- roçar giiuse todos os cora- ções íemininos de Belo Ho- rizonte. Até eu que sou mais calmo, cheguei a fi- car um tanto indócil quan- do me ví frente a frente com êle. Como é simpático o dr. Lucas!

Estou sensivelmente magoado com o sr. Pedro (Protocolo) Pereira (Zazá para os íntimos) Filho. Ele toi tão bruto comigo no aeroporto. Quis impedir-me de dar um abraço no dr. Gakcez, na hora da chegada e, para cúmulo, chegou a duvidar da minha qualidade de jornalista. Aliás, justiça seja feita, o Pedrmho des- ta vez sé salientou a valer. Chegou ate a chamar a atenção dos jornalistas de S. Paulo.

Ainda sôbre o mesmo assunto (visita do dr. ^r- cez) a melhor piada da semana aconteceu na-redação de "O Diário", com o meu amigo Geraldo Rezende. In- felizmente não posso contá-la para os meus leitores. E' tão imoral que eu já estou corado so de pensctf nela. =i.

Ah, se eu fosse agente de seguros. A primeira coi- sa que eu faria era segurar as pernas da fiainh dos "]oqos Universitários". aos POMPADOUR

M/JITAS É AUSTERA... E JUSCEIIIÍO DANÇA

B. Lopes Netto

Lúcio pensa na pátria, eiu trabalhiüino, •e dc estudar problemas lulo mc cansa. Abre tratados do sindicalismo; estuda duro... K Juscelliu) dança...

Capnucmn, /'ste, é vago, ó ausi'ulo, é cléreo; incolor, acompanha a coiitra-dança... Tom saudades — ie tom —• do Mlnislt^rio da luluoaçAo... E JuscoDno dnnça.

(Inrios Luz Icm estirpe, tem [mssado. .íá foi da "Caixa", onde ensinou pou|>ança. Muitos v^zes falou: "Tostflo poupado é (ostAo ganlio"... R Juseelino dançn.

Deodaio ó doutrlniVrip, é dn oratória. Fez versos, no seu tempo de criança. Náo sei se isso 6 verdade ou mera lilsloria. Dlziem que fez... K Juscelino dançn.

/ezinho Bonifácio é bagunceiro, desde «jue surja "oportunoNn enchauça'' Mnis i)arece gaúcho, <jue mineiro, ftie "é do briga"... 12 Juacelluo dança.

Arinos é da Lei, é do preceito. No regimen legal, tem confiança. A. Fôrça opõe a Fôrça do Direito, que ainda é mala forte... E Juscelino thuiçu. licne.dito é, por certo, o mais sabido. De voltar ao Poder, nutro esperança. Dizeui que já passou... pois eu duvido que "íle ufio volte**... E Juscelino dança.

HOTEL SUL-AMERICANO

LUXO, CONFORTO E DISTINÇÃO

Bem no centro de Belo Horizonte, entre a Praça Sete e a Estação da Central.

Tiiiicredo Ni'vcs é pcMiiiciiliiliiliu. I'«recc um l)oiiequ1nhu di' "fiiyniivn". Mua fiiln l>em; aUcuma diri'ltlnho... íísto vni longe... E Juíncllno cliiiiça.

Dllorimmdo Mnrtiu» dn Cosiu Crur, I''llho, (juaiido o acu nome iissliia, cansa... JÍ tfto comprido... quase (|iu! »upÚH 1(110 foiscm dois... B Jiisi'olliKi dimi,a.

Il(<riiaid(i» foi, IiA multoa Instros, "110^0". Foi, JA iifio é... llojfl o Bcii grito lança, ao» quatro ventos: "o petróleo r nosso". — SIml c dal?... E Juscelino ilauça. lliiisliiho é niontanIiAs dc Bnrhaccna. s™ pai quase chegou á Govcrnan(;a. A sorte é assim... As vines, no» awna... Vlsilo sòniente... H Juscelino dança.

miac Pinto é Intrópido gucrrijiro, contra Uctúllo, sempre enrlça a lança... É, (ias "Montanhas", o Allomar llaleelro.. Nilo fala; grita... K Juscelino dança. I.uiz de (tonzaga o Executivo almeja. Nilo é intriga, pol» nflo faço "trança"... I.enilira do LodI, faz que ntto deseja... NAo quer, elu Ilosa? li .Inscellno dança.

José Atitônh» Vasconcelos (lostu, é tSo Quixote, quanto Snnclio Pança. Diz que Ademar vlni, mas uAo aiio.sla... ftie é mineiro... K Juscelino dança, José Magalhães IMiilo, o eterno ausente, com bola de bilhar tem semelhança. Nío usa fixador, loçrto ou pente. Pentear o queV É Juscelino dança. O.svaldo Cosia, como bo.ii lianqiieiro, quer altos Juros, para enehir a pança. Nem Judeu, nem agiota... f mineiroI Só multiplica... K Juseelino dança. Minas Ueraln dc Otrtnl e Tiradcnles, da Fíí, da Llberda<le, da poupança... Minas dos velhos coi'ontiis prudenles... . Minas é austera... li Juscelino il.iiiça. Mas, minha "insplraçAo'* JiV terminou.

VInIto d hallo**... t!hcga de f<'Nlança. O l>aruIhcnto "Jazz** silenciou... Todos SC foruin... IC Juscelino dança.

VI

Nonô chamou Maria Amélia a um canto e perguntou: O que que foi? Tá, com

raiva de mim? _ Té sim — respondeu a

menina, fazendo belcinho. E eu posso saber por

que? E' ? Pensa que eu níU) sei

que sexta-feira passada, quan- do eu falhei, você «aiu com a Otilla? tial, saí «Im, maH o que

que tom isso? Serà que você não vsabe também que a Otilla é minha conhecida desde meni- no. (Nonô por essa época já estava «-.om seis anog e melo) e que entre nó» nunca houve namoro ?

Otilbi era uma outra cole- Kuinha de quem Maria Amé- lia tinha um õlume de morte. Tanto assim que quando che- fiou à escola no dia sejíulnte à aventura de Nonô com a co- lega e soube do acontecido, fe- chou a cara e não deu ntals «bola». Nonô ag:uentou a mfto durante quatro dias e depois resolveu promover, êle proprlo, a reoonciUaçõo. Maria Amélia

História secreta dos amores de Nonô

aceitou as desculpas, como aliás já era previsto, ma« fi- cou entendido que, a partir da- quele dia Nonô nunca mais se atreveria nem mesmo a olhar parn o lado de Otilla. Se qui- sesse, poderia ter amizades coni todas as outras garotas da classe, «menos com aquela sirigaita».

Kra Impressionante o garo- to . Com íiquele olhar morteiro, lembrando mormaço de fim de dezemI>ro, 'a embrulhando to- do mundo, com incrível habi- lidade, iMima revelaçfio preeo- on e incontestável de sua vo- cação para a vida pública. A complicação que arranjara a proposito 'e Otilia, fôra apenas um golpe para desviar a aten- ção de Maria Amelia que já an- dava bastante desconfiada da existência de uma «outra», fo- ra da cfscola. E essa «outra», existia realmente. Com um de- talho, porém. Nfto era uma, mas duas: Esterziniia (a pri-

ma) que Nonft acabava de re- descobrir e com quem vinha fazendo encontros quase que diárUM, e Perrucha, a flllm da lavadeira, um c^o novo surgi- do naqueles dias, mas que pelos cálculos do menino ainda Iria render multa coisa.

K enquanto Maria Amélia es- tivesse preocupada com a pos- sibilidade de ser traída por Otilia, não haveria perigo de descobrir as verdadeiras rivais. Aliás, a partir daquele mo- mento, a situaç&o de Nonô pas- sou a ser a mais cômoda pos- sível, Já que Esterzinha, em conseqüência dos incidentes ocorridos dois anos antes, sô tinlui ciúmes de IJzete, a sua Irmã inai's veliia. E como No- nô não tinha o menor Interes- se por LIzete, procurava, por todos Os modos alimentar a cis- ma de Esterzlnlia, com a Irmã, do mesmo modo que alimenta- va as preocupações de Maria Amélia em relação a OtlUa. Pois bem, foi nesse estado de

espirito, pensando no longo programa quc teria de ciun- prlr naquele dia com as três namoradas, que Nonô voltou para a classe depois do recreio.

A professora reiniciou a au- la dando algumas explicaçõe» ligeiras sôbre o tema «Asso- ciação de IdélaA» e, em segui- da, passou a fazer pequenos testes com os alunos.

Chamou primeiro o Itoohl- nha, que era considerado o mais aplicado da turma. E mostrando-Ihe um pedaço de giz, perguntou: ..— Em que pensa vocft, Ro- chlnha, quando v6 esse giz?

— Penso em nmta-borrão — Mas mata-borrfto, por

que? — insistiu a professora. — Porque quem não tem ma-

ta-borrão, en.vuga a tinta com giz — filosofou vitorioso o aplicadíssimo Bochlnha.

A professora ficou multo sa- tisfeita com a resposta, desen- volvem mala algemas conside- rações em tomo do aaaunto, es-

cIanMu*ndo melhor a aparente- mente estranha associação de Idéias do liochinha e continuou os tostes, chamando Nonft ao quadro. TlVou uni lenço bran- co da bolsa e |H>rguntou: ..

— Em que pensa você, No- nô, quando eu lhe mostro esse lenço branco?

— Kii penso em mnlher nua, «fessora» — respondeu decidido o garoto, ante a estupefação geral dit classe.

— Mas mulher nua, Nonô? Nito é possível! _ r<>lruçou a professora. Qual a associa- ção de idéias que liá entro uniu coisa o outra?

— Ah, Isso eu num sei nflo senhora!

— Então eu nfto ont^Mulo, menino! — Insistiu ainda a profi>NSora. Se não há asso- ciação do idéias, se niSo Iiá re- lação entre uma coisa o outra por que é então que vorê pen.! «a om mulher nua, quando vê um lenpo bnmoot

E' porque eu s6 penso em mulher nua, «fessora» — cs- clamou finalmente o |)equeno e irritante Nonô.

(Continua)

'ggwi»"'" wi p<n nau.

Page 21: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

ADEMAR DE BARROS AO ENVIADO ESPECIAL DE «BINÔMIO»:

Nem todos os pessepistas estão atrás da «Caixinha»

Gareez é uma exceção, embora não se possa dizer o mesmo

dos senhores Coelho Junior e flcacio Dolabela

Sobre Alexandre Konder e Oswaldo Nobre; ainda não fui a Belo Ho- rizonte dar-lhes uma surra em regra, porque quem bate em ladrões é a Polícia — Recebido por engano pelo chanceler Anthony Eden -- Uma comissão de «bicheiros» de S. Paulo interrompe a entrevista.

LONDRES, Setembro (Do enviado especial de BINOMIO) — Como se sabe, encontra-se aqui, há alguns dias, o esquisi- to ex-governador do Estado de Sâo Paulo, sr. Ademar de Sar- ros, que assusta as crianças pacatas de Londres com suas atitudes e indumentárias de toureiro " suburbano. Assim mesmo, Ademar tem obtido al- guns sucessos nos melos ofi- ciais britânicos, onde conseguiu até falar ao chanceler Antho- ny Eden, que lhe concedeu uma entrevista pensando tratar-se do outro Ademar, o Ferreira da Silva, CEimpe&o mundial de salto tríplice. Quando deu pe- la coisa, o elegante e recem- casado político inglês viu que era tarde para recuar e teve de agüentar as histórias do ex- governador paulista, que aliás não deixa de ser também um autêntico campe&o de saltos.

Quando chegamos ao hotel em que se acha hospedado o ilustre visitante, o seu secre- tario particular estava procu- rando obter do gerente do es- tabelecimei;to, licença para co- locar na parede da sala de es- pera, uma fotografia colorida do sr. Barros. O gerente que náo compreendeu bem o mau inglês do secretario, respondeu cortezmente:

— «Não é preciso, meu ami- go. A «Scotland Yard» Já abandonou, há mais de cem

anos, o processo de oferecer prêmlog em dinheiro, pela captura de criminosos»(Tra- dução feita pelo nosso inteli- gente repórter).

VAI SER PRESIDENTE

O sr. Ademar de Barros, re- cebeu-nos em seu apartamen- j to, logo depois de haver prati- cado as suas oito horas diá- rias de ginástica. Pegou o re- porter pelo braço e com um sa- fanâo violento, jogou-o aos pés de sua cama.

— «Estou cada vez mais for- te» — declarou à guisa de cum-1 primento. «Aliás, é preciso quel saibam disso: Vou ser o futu- ro presidente do Basil».

— «Mas e o Gareez, dr. Ade- mar? Dizem que êle está que- rendo passar na sua frente».

— «Ora, essa gente anda multo enganada. Eleg pensam que em meu partido só há ho- mens desonestos e sem palavra. Há muitos, é verdade, mas o Gareez é imia exceção. Nun- ca me pediu um niquel, slquer. E' tão honesto que os meus companheiros de partido nâo queriam de forma alguma que êle fosse o candidato do PSP ao govêrno de S. Paulo».

E riu atléticamente, jogando um travesseiro sôbre o repor- Ijer, que teve de agachar-se para não ser atingido pela brin- cadeira de mau gôsto. I

'Todo mundo quer dinheiro" — exclamou nervoso o ex-governador de S. Paulo.

I TODO MUNDO QUER DINHEIRO

O reporter quis saber em seguida como ia o PSP, ou seja, o «partido do Ademar».

— «Vai indo como Deus é servido» — respondeu. «Pelo menos até agora eu tenho ti- do dinheiro suficiente para comprar e manter o apôio dos meus líderes».

— «Comprar... dr. Ademar» atalha, curioso e surpreso o

reporter. ' «Sim, senhor: comprar

mesmo. Ou você acha que po- líticos como o Mozart Lago, o Salzano, o Coelho Júnior, o Acácio Dolabela Portela,' fa- zem alguma coisa sem ganhar dinheiro? Eles estáo no PSP só porque ainda acreditam na «caixinha».

I — «Mas o senhor concorda com isso, dr. Ademar?»

— «Ora, se concordo. O que quero não é salvar o mundo, maa ir para a presidência da República. E, como o senhor deve saber, todos os caminhos levam a Roma...»

O sr. Ademar de Barros tor- nou a rir com disposição, quan- do era chamado pelo secretá- rio p£irticular para tomar o primeiro lanche da manhã.

«TRIBUNA DE MINAS» UM CASO DE POLICIA'

Quando tomava seu lanche, que era composto de três litros de leite, duas dúzias de laran- jas, 5 quilos de pão e vários tomates maduros, o sr. Ade- mar continuou na entrevista, não tendo nem a delicadeza de convidar o reporter para o re- pasto.

I — «Há muitos problemas a resolver no PSP, antes de po- der candidatar-me à presiden-

I cia da República. Veja o caso ' da «Tribuna de Minas», lá de Belo Horizonte. Eu botei na direção do jornal o Alexandre Konder, crente que êle se tinha

I regenerado, passando a ser um homem de bem. Muitos amigos, na época, foram con- tra a indicação, mostrando as sujeiras que aquele senhor já havia praticado anteriormente. Mas diante das suas promessas

I e juras, de que não voltaria a praticar novas besteiras eu lhe confiei a «Tribuna». '

O reporter continua tomando nota, enquanto o sr. Ademar fala com a boca cheia, deliclan- do-se agora com a segunda dú- zia de laranjas.

— «Pois bem. O Konder foi para Belo Horizonte e, chegan- do lá, a primeira coisa que fez foi juntar-se a um chamtagls- tazlnho sem expressão de no- me Osvaldo Nobre, que'só mais tarde pude ficar sabendo quem era. E começaram os dois a «agir» na praça. Fizeram tan- tas complicações, que estão até ameaçados de ir pra cadela, com váriog processos no fórum de Belo Horizonte».

(Continua na pag}. 2)

O jogo ainda não começou mas êle já se julga o dono da bola.

E quando percebeu que o rapaz segu- rava o volante com apenas uma das mãos e prociuava abraça-la com a outra, a ga- rota gritou assustada:

Por favor, Raul, use as duas mãos!

Não posso — respondeu contraria- do o Raul — se eu largar a outra, quem é que vai segurar o volante?

BINOMIO

ANO I * Belo Horizonte, 28 de Setembro de 1952 * N. 10

losé Nazar

Cirurgião dentista

Ed. Dantes — 3' andar

Sala 322

«aliste

Diáriamente, das 7 ás 11 e das 13 às 19 horas

f NA AULA

Benedito: — Professor, o ' que é um imbecil? '

' Professor: — Ora, Bené,, será que você não sa-i be isso? Um imbecil ( é, por exemplo, indi- ( viduo a quem a gente ( ®^Pj|ica alguma coisa < e êle não entende. ( Compreendeu? (

Benedito: — Não se- ( nhor, (

i

O SrÉ Jusceiino Kubitschek continua a viajar Inten-

san^ente por todo o interior do estado; comendo as

poeiras loiras das estradas e as negras do asfalto

NOMIO

(SOMBRA E AGUA FRESCA)

(ÓRGÃO QUASE INDEPENDENTE)

ANO [ O» BELO HORIZONTE, 12 DE OUTUBRO DE 1952 •• NUM 11

Artur Bemardes ao reporter:

com o

acaba"

loverno

o PK no Palácio da Liberdade é como os gatos; nunca sai da casa, por mais que mudein os inquilinos

Importantes declarações do ex-presidente Artur Bemardes, sôbre a realidade brasileira — Não se reelegeu deputado, pçrque seus elei-

tores morreram de velhos — Jusceiino e a Clevelândia

o ez piosidente e o seu h'filár>co ''lorgnon''

— «Tudo está perdido, meu ilho. Esse país já não se iguenta mais, de tão apodreci- lo que anda. Está tudo caindo ie podre, entre nós: o gover- no, o povo, as instituições. Des- ie que o meu filho Arturzinho foi eleito senador da Repúbli- ca, que eu perdi as esperanças de salvar a nossa terra».

Com esse desabafo, sincero e corajoso, o deputado Artur

Já cansados de fazer chantagens com as grandes empresas de Belo Horizonte e desonestidades de toda ordem com os seus colegas da imprensa, Alexandre Konder e Oswaldo Nobre, diretores da «Tribuna de Minas», procuraram o padre Cyr e pediram uns conselhos. E foi então que ouviram aquela frase alentadora:

— Até mesmo o pior dos homens, meus filhos, ainda pode ser útil aos seus semelhantes.

— Mas até nós, «seu» padre? — per- guntaram os cretinos.

— Sim, até vocês — respondeu o pa- dre.

— Mas depois de tudo isso que nós fi- zemos? — insistiram os calhordas.

— Sim, meus filhos — retornou o pa- dre — depo.«s de tudo isso, vocês ainda po- dem ser úteis à humanidade, servindo de mau exemplo aos seus semelhantes.

Bemardes iniciou suas declara- ções ao BINÔMIO, nas quais êle iria abordar vários proble- mas da atualidade brasileira. A entrevista foi feita em Viço- sa, na biblioteca da residência do ex-presidente, onde se viam, além de numerosos cartazes da campanha «O petróleo, é nosso», diversas bandeirinhas verme- lhas do antigo PRM. O depu- tado se ageitou mais comoda- mente na cadeira e acrescen- tou:

— «No meu tempo a coisa era diferente. Você acha, por acaso, que eu deixaria entrar no Brasil uma figura estranha como esse tal de Jacques Path, que o Chateaubriand descobriu na Europa e está exibindo aos brasileiros? Isso nunca! O meu governo podia ser tudo, mas era um governo de machos!»

E cruzou as pernas com ele- gância, deixando aparecer de sob as calças as ceroulas de fustão alaranjado e um par de borzeguins de fabricação pa- ragnaia.

JUSCELINO E A CLE- VELANDIA

— «As vezes sou atacado — prosseguiu — por ter criado a Clevelândia. Sim, criei real- mente. E que tem isso? A Cle- velândia ssria um brinquedo, se comparada com o que existe em Minas atualmente».

— «Mas se há isso, por que

então o sr. não denuncia o acordo com o governo?» perguntou o repórter.

— «Você está louco, meu filho? E depois? Quem é que vai arrumar emprego para to- da aquela legião de desocupa- dos do PR, que só sabem viver de cargos públicos? Se eu bri- gar com o governo, o meu par- tido acaba».

Depois, passando o enonne lenço estampado sôbre as len- tes do velho «lorgiion» que êle trouxe ainda do Segundo Im- pério, prossegTiiu:

— «O PR no Palácio da Li- berdade é como os gatos: nun- ca sai da casa, por mais que mudem os inquilinos».

AS MALANDRAGENS DO ARTURZINHO

Denotando certo abatimento, o deputado Artur Bemardes refere-se agora ao seu filho, o senador Arturzinlio:

— <E o diabo é que eu nem sempre posso criticar os polí- ticos com a violência necessá- ria, porque qualquer um é ca- paz de me arrazar apenas lem- brando as proezas do Artur- zinho. Aquele meu filho não herdou nada de mim; eu sem- pre fui um homem honesto, sério e decente».

E prosseguindo: — «Ve.ia você: o Arturzinho

passa vários dias sem ir ao (Continua na 2.® pagina)

Fatos em Surdina

Primeiramente uma «xpii' cação sôbre o titulo desta eo luna. Ela vai chamar-se mts- mo «.Fatos em Surdina», co- mo uma outra publicada pe- la ^Tribuna de Minas-», desde a sua fundação. Acontece qu« aquele jornal, depois que ade- riu ao governo, não tem po- dido divulgar mais nada, com medo de perder a verba de 120 mil cruzeiros mensais da Secretaria das Finanças. E co- mo o nome da seção é muito bem (pois foi criado por uni de nossos redatores) e não deve ser desmoralizado por um jornal oportunista, resolvemos aproveitá-lo no BINÔMIO. E não adianta espernear.

Muito embora o sr. Jusceii- no Kubitschek tenha compa- recido oficialmente à instala- ção do II Congresso Espirita, realizado nesta Capital, ne- nhum jornal da cidade noti- ciou a sua presença no impor- tante conclave.

' E' que, ao senhor governa- dor não interessava que esse fato chegasse aos ouvidos do clero, por isso * mandou que um elemento do Palácio (José Morais) telefonasse a todas as redações, pedindo que ex- cluissem o seu nome do noti- ciário. E assim ficou bem vis- to dos dois lados: com os es- piritas porque compareceu ao congresso e com o clero, por- que os católicos não tiveram conhecimento do fato.

Durante n visita de Gareez a Belo Horizonte, o carro de praça no. 723 íienu tí disposi- ção tios representa nles da im- ■prensa paulista, por conta do ooverno de Minas. K desde aquela datap proprii tario do dito veículo é visto diaria- mente no Pulado da Liber- dade. tentando receber os mil e novecentos cruzeiros corres- pondentes às 38 horas de ser- viço. i\o próximo dia lò éle comemorará o primeiro mês de visitas diarias àquela casa.

Na última reunião do Con- gresso dos Estudantes, realiza- da recentemente em Uberaba, um acadêmico de Belo Hori- zonte espalhou dois litros de milho na sala das sessões. Que- ria dizer, com isso, que aque- le era o alimento próprio para os «.animais» que faziam opo- sição aos seus pontos de vista. Mas no momento exato em que ele começou a esparramar o mtlho, uma das senhoritas presentes se pos a gritar em sinal de protesto. Ele então esclareceu com serenidade:

— senhorita está afo- ^Continna na 3.» pagina)

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Page 22: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

2 BINOMlO

12-10-

1 ISINOMIO i* (SOMBRA E AGUA FRESCA)

Diretor: EURO LUIZ ARANTES - Redação: Ed. Capichaba - Rua Rio de Janeiro, 430 - Sala 64

PRINCÍPIOS : 1) A direção se responsabiliza por tôda a matéria pu-

2 blicada, mesmo pelos artijros assinados; J 2) Devolvemos os orisinais iião publicados;

3) Não aceitamos publicidade: a) Do Govêrno do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Força e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema; f) De tôdas as outras firmas e organizações da Ca-

pital, que tenham por norma controlar a impren- sa por inteiTOédio da publicidade.

Distribuição e publicidade: A'MADO RIBEIRO, 9 ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS

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A primeira piada do

humorista

. - humonsta (?) Jair Silva, muito popular na cidade por ser mnao do jogador Munio, antigo «back» central do Atlético passar unia dí.-scompusturazinha no BINÔ-

MIO. uma linguagem que lembra em tudo por tudo a Vi- tonno Papa-Rabo, o funambúlico pcr.sonag(;m de Zc Lins do <cgo ele SC fança com santo ódio contra o nosso jornal, tornan-

do a defesa do governo e do Bo.nco Financial da Produção E taz revelações interessantes cm sua nota, como essa .sobre o ban- queiro Antonio L-.iciano, de quem ele fala com uma intimida- de iiidubitavrlmente suspeita: «o sr. Antonio Luciano não se par ce taut., com o monstro louro de S. Paulo, o famoso J3aae- dito Moreira de Carvalho».

Mas, não nos cal>e comentar as amizades do sr. Jair na

Fado» ^ conhecimento com o «monstro louro de São

O humonsta (?) Jair Silva, ontretanto, parece insinuar que o j)ublico nao aprova com sua simpatia e o seu apoio as criticas ijue fazenios contra o.-, poderosos do momento. Se bem que elo mesmo se confesse urn leitor assíduo de nossas" «injú- rias», entende que BINÔMIO não vem tendo maior aceita- ção entre os leitores. Isso não 6 verdade e devrmos fazer al- guns reparos as observações do distinto humorista (?). Enquan- to o ^scu jornal, o «Estado th Minas», com mais de 20 anos de exi..,tencia, nao venc'- lo mil exemplares em Belo Horizonte (com ou sem a colaboração do sr. Jair), o BINÔMIO está com uma tiragem comprovada de 20.000 exemplares, quase todà da vencida na Capital. Isso seria desprestígio? Impopnlaridà- dU íalta de apoio na opinião pública? Evidentemente que nao. '

■ Mas, não é difícil perceber que o sr. Jair Silva não foi .sin- cero e honesto ao publicar a sua nota contra o «BINÔMIO» Lie sim, molhou ,sua pena na tinta do ódio e do despeito ao referir-se ao nosso jornal. Quem sabe se a reação violenta do distmto _cronista (?) não teria sido provocada por aquela observação de um leitor, que transcrwemos em um de nossos últimos números, segundo a qual «O BINÔMIO já estava re- cebendo a colaboração do humorista (?) fair. Silva», só por- que tinha .saído um rwuquinho mais fraco? Se for por isso dr. Jair, ,.seja-nos pennitido dizer que não fomos nós os autores da fra.se. Nos apenas a transcrevemos, respeitando o ponto de vista de um leitor, que evidentemente tem o direito de não apreciar as suas colaborações no jornal do sr. Assis Chateau- briand. Nos ate que o admiramo.s, dr. Jair. Admiramos no senhor a facilidade com que critica todo o mundo, sem ficar mal com ninguém. Invejamos no senhor a capacidade de agradar a todos os governos, chame-se êle Milton Soares Campos ou Juscelino Kubitschek de Oliveira. Reconhecemos no .senhor urna extraordinária e invejável capacidade de fa- zer do humorísmo um trampolim para obter vantagens na vida de todo o dia. Nos, de.sgraçadamente, somos menos ca- pazes,^ e lhe rendcirios )3or isso mesmo o preito de unvi ad- miraçao incondicional. Portanto, vá cm paz para a casa, es- tanco certo dc que conta entre nós com sinceros ;■ \ rdad.-i- ros admiradores, (jueira-nos bem, doutor.

Se eu brigar com...

Senado, perdido nos aparta- mentos elegantes de Copaca- bana, em torno de uma mesa de «pif-paf». Ainda há pouco tempo, êle perdeu quase dez milhões de cruzeiros na Ar- gentina, me obrigando a fazer toda sorte de ginástica para botar a vida dele em ordem no^ vãmente». PORQUE NAO SE REELE-

GEU O repórter quis saber em

seguida, do sr. Artur Bernar- des, porque foi que êle não se reelegeu para a Câmara dos Deputados, tendo de forçar a saida de três companheiros eleitos, para que pudesse as- sentar no Palácio Tiradentes.

«Há vários motivos que conspiraram contra a minha

LUXO, CONFORTO E

DfSTIN(ÀO

Bem no centro de Belo Horizonte, entre a Pjaça

Sete c a Estação da

Central,

eleição. Um deles foi a traição do Feliciano Pena, na presi- dência do PR, qué sabotou a minha candidatura. O princi- pal fator da minha derrota, no ontantOj foi aquele que eu já estava esperando há vários anos: a morte, por velhice, de quase todos os meus disciplina- tios eleitores. Eu acredito mes- mo que 90% dos eleitores que me acompanham desde a mo- cidade já não pertençam ao mundo dos vivos». SOMBRA E A'GUA FRESCA

Depois de confirmar para o reporter a notícia de que vai abandonar definitivamente a política, o sr. Artur Bernardes declara que está cansado de tudo e pretende passar o I'esto de sua vida em Viçosa, «intei- ramente alheio às bandalheiras que vão por aí». E depois de mandar buscar chá preto para as visitas (que foi servido cm um enorme bule que êle rece- bera de presente de Pedro II) o sr. Artur Bernardes colocou no velho gramofone tocado a manivela, «as últimas criações musicais». E quando o locutor anunciou, no início da primei- ra gi'avação (a marchinha «Pó de Anjo»): «Disco da Casa Edson, Rio de Janeiro, Brasil», duas lágrimas rolaram pelas faces do ex-presidente.

Infelismen e nada podemo fazer para cobrar a mesada d

três semanas que o seu pai lhe deve!

— Pois é — di- zia tôda contente aquela ouvinte de direitos de nascer, matar, morrer e ser imbecil — o som da Eádio In- confidência agora está tão bom que até o chiado dos discos a gente ouve.

©r. Juscelino fai@nd& cartix à

custei d© BSiSIOMlO

Não é de hoje que estamos pretendendo chamar a atenção do, público para o golpezinho malandro do dr. Jusoeíino Kubitschek, nosso ilustre gover- nador, paia fazer cartaz à cus- ta ds BINOMIO. Sabedor do nosso imenfio prestígio junto à opiiKão pública e da autoridade do (jue fizemos cercar o nosso nome, o chefe do Executivo re- solveu arranjar também o seu «binômio», com visíveis propó- sitos de iludir os incautos. Com aquela cara de choro, que lhe fica tão bem, ao conten;LpIar o pôr do sol na Pampulha, êle passou a falar no «binômio» em todos os seus discursos, sem es- clarecer que o «seu» nada tem a ver com o «nosso» que, co- mo se sabe, é cois.» séria, ho- nesta e decente. Evidentemen- te que a confusão criada era tômo do nome pela má fé e es-

— Apô.s!.o (nie êle vem me pas.sar uin sabão.

perteza do senhor governador tem causado alguns embaraços, principalmente financeiros, ao nosso intrépido quinzenário. Ainda há poucos dias fomos ao Banco do Brasil solicitar um pequeno empréstimo de cinco

I mil cru.'.eiros, para pagar as despesas do processo que a po- lícia nos move por sermos um jornal honesto. Quando o nos- so distintíssimo diretor decli- nou a sua qualidade de respon- i vol pelo BINôrjlO, recebeu na cara uma avalanche de de- saforos que tei'ia feito reagir até mesmo o sr. Clovis Salga- do, vice-goverrador do Estado:

I — Absolutamente! Daqui vo- cês não levam um tostão — gri- tou furioso o gerente do Banco do Brasil. — O crédito dêssé BINÔMIO está inteiramente ar- ruinado na praça. Todo mun- do sabe que vocês não pagam conta. Não adianta insistir.

Só depois de explicarmos de- vida e humildemente o que éra- mos, o que fazíamos, o que que- ríamos, é que conseguimos acal- mar a ira do gerente que nos estava tomando como represen'- tantes. do «binômio» do dr. Jus- celino.

— Ah, inso ó outra 1'istória - ''^claroí; rniHn o /.;?iTntn —

V^y-'s anr" t^rinfiam. Quorem apenas cinco mil cruzeiros.

Por que não pedem cinco mi- lhões ?

Depois de lamentar apenaè não estarmos mais na gestão do sr. Ovidio de Abreu, o zeloso funcionário nos entregou a im- portância, pedindo-nos apenas para não contar nada ao sr. Oscar Netto, «porque senão eu estarei perdido».

Poderíamos citar uma série de embaraços, complicações e pre.iuizos que a confusão criada pelo dr. Juscelino está causan- do-ao nosso jornal, que aliás, é o único e verdadeiro BINÔMIO. Temos o nosso nome registrado e estamos providenciando a responsabilização criminal da- queles malandros que, inexcru- pulosamente, vêm usando o nosso santo nome em vão.

Já é hora de dizer chega ao golpezinho rasteiro e sem ima- ginação do senhor governador!

Anuncie no

BINÔMIO

E bji?âto

12-10-52 BINOMIO

Place Pigalle

...e o Jacques não veio

Pois é, logo agora que eu estava tão animadinho para receber o sr. Jacques {figura estranha) Fath, foi que o dr. Juscelino achou de roer a cor- da. Mas o culpado de tudo foi o dr- Garcez que quis ban- car o direito em S. Paulo e acabou atrapalhando os meus planos. Ah, mas eles me pa- gam. Amanhã mesmo eu vou dizer ao Pedro (o de Belo Ho- rizonte) Pereira {do Palácio da Liberdade) Filho, que o dr. Juscelino já está ficando intolerável com essa mania de imitar o dr. Garcez.

E o pior é que já estava tudo preparado. O aconteci- mento seria batizado com o nome de ^Carnival in Corno's Viüe» e as garotas do Ycreu fariam as honras da casa. Elas ficaram tão animadas com o exemplo da Danuza {Fiu, fiu) Leão. Já estavam tôdas sonhando passar o resto da vida em Paris, trabalhando como modelo do sr. Fath.

BinOIIO li DOVa !É

o acontecimento serviria ainda para que o *grand monde» de Belo Horizonte ficasse conhecendo o casal Gui- lherme ($$$) da Silveira {tecidos Bangú) Filho X sra. Jac- ques Fath. Êles atualmente são o par mais comentado na •alta sociedade do Rio.

Ah, mas eu vinguei. Falei que ia fazer uma crônica jôbre a visita do meu colega Fath a Belo Horizonte e fiz mes- mo. Adeusinho, viu?

POMPADOUR

Assinaturas de BINÔMIO

Por apenas 30 cruzeiros de nossa desvajorizadíssima moeda, você poderá receber o BINÔMIO em sua casa duran- te um ano inteirinho.

Mande-nos essa importância, acom- panhada de seu nome e enderêço e nós lhe enviaremos todos os números do jor- nal, inclusive os que forem apreendidos pela polícia.

Atenção para o nosso novo ende- reço: Ed. Capichaba — Rua Rio de Ja- neiro, 430 — Sala 64.

Sem a presença do sr. Governador do Estado, ou qual- quer outra autoridade civil ou militar, foi inaugurada domin- go passado a nova sede do BINÔMIO. Loc,alizada em um edifício modesto e despretencioso (como convém aos minei- ros), a nova svde deste jornal está, no entanto, em condições de satisfazer às axigências do moderno jornalismo, oferecendo, inclusive, um material queljrável avaliado em quase cinco mi- lhões de cruzeiros. O ato de inauguração, ao contrário dos ac.ontecimmtos oficiais, caracterizou-se pela discreção. Nosso diretor, acompanhado pela turma da ca.sa, aproximou-se da porta de entrada e com pancadinha ligeira, quebrou o ovo sinibolit.o colocado no portão do edifício. — O clichê acima é um flagrante de nossa humilde e despretencio.sa .sede, inau- ,gurada domingo ])assado e para onde deve ser dirigida, dc agora em diante, tôda a correspondência destinada a 'êste Edifício Capichaba — Rua Rio de Janeiro, 430 — Sala 64. Belo Horizonte.

JOSÉ MAZAR

Ciruigião-dentista EJ. Danlés, 3°. an Jar

Sala Ü'2'2

Dídri.Ninentc, das 7 às 11 e das 13 àí 18 horas

ioArHüiKu paid uilú

Segundas, Quartas e Sextas

Tratar com ISMAEL no

Santa Tereza Hotel

Fatos em...

bada à tôa. O milho, por en- quanto, é apenas para os €bur- ros». O das galinhas vai ser distribuído mais tarde»,

O banquete oferecido pelo sr. Maurício Andrade ao go- vernador Lucas Garcez foi pago pelo governo do Estado e ficou em cerca de 80 mil cruzeiros.

Na reunião de carcereiros recentemente realizada em Be- lo Horizonte e de que partici- param representantes do Rio {major Paim), de S. Paulo {major Caneppa) e de Minas {cap. Antônio Dutra Ladeira e dr. Alberto Teixeira) foram tratados, entre outros assuntos, do problema do uso das «.soli- tárias* como meio de recupe- ração dos presos.

A cidade de Pirapora, aqui em Minas, está praticamente ocupada pelos Fuzileiros Na- vais, que lá têm feito tôda sor- te de arbitrariedades, inclusive espancamento de cidadãos du- rante oi dia, em plena via pú- blica.

Em conversa com um ami- go, sôbre o assunto, o sr. Jus- celino Kubitschek declarou que recebera um abaixo as.n- nado da população daquela ci- dade, pedindo providência, mas preferia, ignorar o as.tun- to, para evitar maiores com- plicações. Deve-se lembrar, a prof>ó.nto, que, nas últimas eleições, o atual Governador f!o Estado .lofrru uma de suas derrotas mais fragorosas exata- mente naquele município.

Maria José

FALTA DÁGUA

B' treincnila 11 falta di^gual E o povo, clielo de .tiágoa, ■Xinga a pohre autoridade, Sc esquecendo que é o Moral» Que, em ress.aciis Infernais, Belie a água da cidade.

flLI =

VII

o mês de novembro de 1907 foi encontrar Nonó in- teiramente abatido: expulso da escola, por desrespeito à professora e brigado com «duas das três namoradas.

Tudo começou quando êle cometeu aquela piada de mau KÔstí), sôbi-e o ieiiço branco. A professora ficou furiosa e prometeu expulsá-lo na pri- meira oportunidade. E se ^em prometeu, melhor execu- tou. Dois d;ns depoi.s, Ester- zinlia o apanhava em fla- frrante com Maria Amélia e

■dava um b-.i',' PScAnda'o cm ■p' na V'n p'Mif.T. Roriultado; ^ ficou também sem as duas

N,

A Historia Si^creta dos Amores de Noiiò

namoradas. Mas restava ain- da Perrucha, a filha da la- vadeira.

Foi por essa época que D. Custódia e sua filha Beatriz vieram passar alguns meses cm casa de Nonó. D. Custó- dia era vilha amiga dsí famí- lia e estava morando com o

, genro, marido de Beatriz, guando um desentendimento do casal terminou na separa- ção dos dois. Sem outra so- lução niOíncrUlnea, açoitaram o convite dos velhos amigos

6 foram passar uns tempos com a família de Nono até que se normalizasse nova- mente a situação. Beatriz, com apenas 18 anos de itia- de e menos do 6 meses de casamento, enganava qual- quer um: marecia mais uma colegial que uma senho; a ca- sada e já com grande expe- riência da vida. E pinjco.') dias depois da chegaria, já fi- siora amizade com a irmã de Nonô, com quem passava ho- ras n horas convprsrndo bi-e os m;ii3 va. ia.los a.s.iun-

tos, inclusive sôbre os verda- deiros motivos de seu fracas- so conjugai, i: o próprio No- nô, mesmo sem ser convida- do, as vêzes entrava na con- versa e ficava escutando muito interessado as longas narrativas da ■prima» Eea- trib. E' claro quo Beatriz nunca foi pav^n^a de Nonô,

acl-.ara do coloíT.r antes êle do

110iU! d.n filha (if P. '•'uató- dia, a-5roximava ò;j i;;n p .u- C'i ai:i! . -ií era • o (iu- êle estava t^-iitarJo et.,;-

seguir: aproximar-se um pouco mais de Beatriz que, apesar de bem mais velha que êle, parecia pompreender melhor os seus anseios qua suas próprias namoradas.

A chegada de Beatriz e D. Custódia determinou uma no- va arrumação na casa, para' <]ue todos piidosstrn ser aco- modados. Os qu.irtos de bai- xo passaram a ser ocupado^ um por D. Custódia e a fi- lha e o oiiti-o r :r Nonô, en- quanto o rrsln (ia família fi- <'')u alojiida no an;!ar stipe- ^•ior4

'I -M

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11

(Continua)

Page 23: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

Aprenda a dançar com as garotas mais bonitas da cidade

Bem no centro de Belo Horizonte, a dois passos da Praça Sete e üo

lado da Radio Inconfidência, você encontrará o

montanhêz danças

Funcionando diariamente, das 10,30 da noite às 3 da madrugada

.^edro Pereira

Duelo a ovo podre

na Praça 7

Uno nao pode mais

"Os garôtos vêm

atrás assobiando e

batendo coió"

irarua

Sr. Pedro Pereira Filho, de Pedro Leopoldo, sofre at conseqüências dos sossaricos de seu xará, do Palacio da Liberdade - Uma can- ta enviada ao diretor do BINÔMIO.

BAR

CAÇULA

O MAIOR

E essa foi a pia- da mais infame surgida durante a semana, nos meios forenses:

«Aquele juiz andava tão mal de saúde que che- gava a sofrer de insônia durante as audiências do processo Ota- cílio X Giannetti.»

Na iiistória da imprensa brasileira, as agressões e surras em jornalistaSj aparecem a todo instante. De duelos em pra- ça pública, no entanto, até lioje não tivemos notícias. Essa piaxe, porem, acaba de ser quebrada com o fato ocorrido em Belo Horizonte na semana passada. Desafiado para bater-se em duelo com um indivíduo de nome Waltensir Dutra, o nosso ilustre diretor não teve dúvidas: escolheu as armas e colocou-se à disposição do adversário, que topxju imediata- mente a parada. Assim, às primeiras horas da manhã do dia 7 deste, em plena Praça Sete, nosso destemido diretor empe- Jihou-sc numa emocionante luta a ovo podre, a cinco metros de distancia, saindo vencedor pela expR-ssiva contagem de i8 ovos acertados na testa do contendor, contra zero do dito. — ^ O flagrante acima, tomado logo após a rendição incon- dicional do adversário, mostra o estado em que ficou o sr. Waltensir Dutra depois de receber os i8 ovos em sua respei- tável careca.

Assinada pelo sr. Pedro Pe- reira Filho, proprietário do «Bar do Pedrocax, em Pedro Leopoldo, recebemos a seguinte carta:

«limo. sr. Diretor do BINÔMIO Meu caro senhor. Antes de mais nada devo di-

zer-lhe que sou um admirador incondicional de seu intrépido quinzenário. Há unia coisa, en- tretanto, que me desagrada pro- fundamente: é essa mania que o senhor tem de fazer referên- cias pouco recomendáveis a um tal de Pedro Pereira Filho que deve existir por aí, sem escla- recer que nâo se trata da mi- nha pessoa.

Ora, senhor diretor, eu sou um homem honrado, sincero e de passado limpo. Não é justo, portanto, que venha sofrer as conseqüências do mau compor- tamento de um xará sassari- cante e impúdico, como deve ser esse outro Pedro Pereira Filho de quem «s senhores tanto fa-

lam. o senhor talvez não sai- ba, mas até o meu apelido já foi mudado por culpa do BINÔ- MIO. Antigamente eu era co- nhecido aqui em Pedro Leopol- do, como o Pedroca, proprietá- rio do «Bar do Pedroca». Agora virei Pedro Zazá. E quando eu saio à rua, vem todo mundo atrás de mim, assobiando e ba- tendo coió. Já estou desespera- do e a qualquer momento faço uma besteira, se a situação não se modificar.

Peço-lhe portanto que, de agora em diante, seja mais cla- ro em seu noticiário, dizendo sempre que o Pedro Pereira Pi- lho dos senhores é o do Palácio da Liberdade e não o de Pedro Leopoldo, que, aliás, é uma ci- dade de ótima tradição.

Esperando que o senhor pu- blique essa carta esclarecedora com bastante destaque, subscre- vo-me

Atenciosamente Pedro Pereira Filho, o de Pe-

dro Leopoldo.» Pedro Pereira Filho, o de Belo Horizonte

Era um atieticano tão fanático, que cliegou a ser

convidado para o quadro de árbitros da Federação

IVlineira de Futebol

B 1 M O M 1 O

Fiios íi simiiii

(SOMBRA E AGUA FRESCA)

(ÓRGÃO QUASE INDEPENDENTE)

ANü I •O BKLO Hühl/ON') 26 DK UU TUBKO DE 1952 •• NUM. 12

Juscellfio quer passar por diretor

ci0 PRENDERAM O "BtNOMiO"

A Policia mineira spree»» í*u uma ídisSo do semanário Jiumoristico e político Intitu- lado "Blnoinio", qus se dis- ting^iia peja s.Atira chula e In- dícorosa contra as aulorida- dps. O fJIrctor do panfleto, 'jornalista' Euro Luís Arar»- les, requcreu mandado de íp- gur»nça qua foi ontem apre- ciado p?lo Tribunal de Justi- ça dí Mínii5. -O Procurscíof Ge*al" opinou contr.i n medi- da, e os desembargadores, por maioria, negaram ag "jorru- lista", o remedio sclicitacJo.

Em rortrequernci.». o "3ino- n>io' d»japarcc»ra. perdida a JuS^earaclerlJtica, Tantg me-

Ao alto, um clichê da matéria paga publicada pelo vespertino

«Ultima Hora»

Aguardem breve-

mente, nesta pra-

ça. o lançamento

das

ÂLQUIMETÂS

(Dois biihões de

cruzeiros em apó-

lices do Estado)

Mandou ilustrar com fotografia sua, uma noticia sobre o nosso jornal, pu-

blicada na imprensa do Rio - Mais um golpezinho ridículo e sem imaginação

do senhor governador do Estado, para fazer cartaz à nossa custa.

Quando dissemos, om nosso aúmero anterior, que o dr. Jus- •elino Kubitschek estava que- rendo fazer cartaz à custa de BINÔMIO, muita gente achou que houve um certo exagero.

— «Afinal de contas — dis- se entre uma e outra dose de uisque, no «Trianon», o conse- lheiro governamental Nelson Pacaembú Selman — «o homem é chefe do govêrno e tem uma verba de 80 mil cruzeiros por dia, apenas para a propaganda. Nâo tem necessidade alguma de se valer desses golpezinhos sem imaginação a que se refere o TÍTNOMIO.>

Pois bem, antes mesmo quo a argumentação do l'aoaernbú atravessasse a rua, para ser co- mentada no «Caçula», lá do ou- tro lado, já um rapazinho per-

i fumado e de andar onduloso que milita na imprensa do Rio — o sr. Carlos R. M. de Laet — se encarregava de provar o con- trário. E' que, publicando em sua secção, no vespertino «Ul- tima Hora», uma matéria paga, enviada pelo Serviço de Impren- sa do Palácio da Liberdade, sô- bre a apreensão do BINÔMIO em Belo Horizonte, o mocinho ilustrou a notícia com uma ca- r-v^t„va cio ar. .luscolino Kubi-

tschek, muito embora, no texto da nota, não aparoça uma úni ca vez, o nome do governadoi de Minas. A notícia diz apena' que «Binômio» foi apreendido que o diretor do panfleto 6 jor naüsta entre aspas, e que o Tri bunal de Ju.stiça denegou o mandado de segurança impetra do pela direção do jornal. E para ilustrar tudo isso, uma hor- rorosa caricatura do governa- dor mineiro.

Ora, para os que sabem que o dr. Juscelino Kubitschek an- da para baixo e para cima, com

^Ccn^lul na 2.a p/pira

i[ rm na iirmii e irnipieii para os ai[

A «família» estava tôda com títulos vencidos nos bancos e aguardava com ansiedade o regresso do «chefe»

RIO. 25 (Especial para o BI- NÔMIO, pela Aerovias Brasil) — Conforme anunciaram os «bi- cheiros» da cidade, chegou ao Rio na semana passada, o sr. Ademar de Barros, ex-governa- dor de S. Paulo e candidato de- le próprio á presidência da Re- pública. Ao descer do avião, foi logo gritando para os repórte- res:

— Alô, pessoal! Aqui estou eu novamente para recomeçar o futebol.

E mostrou as suss 22 malas para o sr. Alexandre Koiider, diretor da «Tribuna de Minas», que imediatamente as transpor- tou para a entrada principal do aeroporto Santos Dumont.

PRESENTES Depois de abraçar os correli-

gionários — que se achavam ansiosos pela sua chegada, pois estavam todos com vários títu- los vencidos nos bancos — o sr. Ademar de Barros começou a falar nos presentes que êle trou- xe para a «criançada», que c como êle se refere aos seus companheiros de partido.

— Pra você, Salzano — disse êle — eu «truxe» um patuá. E pra você, Vasconcelos Costa,

(Conclui na 2.a página)

O governador Juscelino Kubitschek encomendou à em- presa americana *Iieechcraft Air Company», um avião pa- ra o seu uso particular. O aparelho custará um milhão e oitocentos mil cruzeiros e será um dos mais modernos no gênero existentes no pais.

O deputado federal Oswal- do Costa esteve há poucos dias em Belo Horizonte. Em sua companhia foi vista no Hotel binancial, uma lindíssi- ma morena que ninguém sou- be explicar quem era.

Em virtude dos vários inci- dentes verificados tia última greve do pessoal de ^Tribuna de Aíinas», o sr. Oswaldo No- bre, um dos diretores daque- le jornal, está de malas pron- tas para transfenr-se para Hão Paulo, pois se acha profunda- mente incompatibiliíado com toda a classe de jornalistas da Capital. Tanto assim que já colocou um anuncio nos jor- nais oferecendo sua casa pa- ra aluguel.

Sabe-se agora quem foi que redigiu a carta aberta à sra. Sara Kubitschek, publicada nos jornais da Capital, com a assinatura de todos os diri- gentes da Ação Católica de Belo Horizonte, a propósito da realização do *Baile das De» butantes*. Trata-se do jorna- lista e historiador João Cami< Io de Oliveira Torres^ figura de destaque do laicato eató- lico de Minas.

Deixou a chefia da sucu. sal do «.Correio da Manhc: em Belo Horizonte, o proj. Orlando de Carvalho, que por mais de três anos exerceu a- quelas funções com os melho- res resultados para o matuti- no carioca.

Motivou o afastamento, a longa pressão que o governo de Minas vinha fazcnd'o jun- to à direção do «Correio da Manhã*, naquele sentido, pois há muito tempo vinha se sentindo prejudicado com a orientação dos noticiários re- metidos pela sucursal.

I MARIA J'OSE'

O «chefe» chega da Europa carregado de presentes

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Page 24: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINOMIO 26-10-52

BINOMIO

1)

(SOMBRA E ÁGUA FRESCA) Diretor: EURO LUIZ ARANTES

Redação: Ed. Capichaba - Rua Rio de Janeiro, 430 - Sala 64 PRINCÍPIOS :

A dire$ão se responsabiliza por tôda d, matéria pu- blicada, mesmo pelos artigos assinados; Devolvemos os oriKinais não publicados; N3o. aceitamos publicidade: * a) Do Governo do Estado;

Da Prefeitura Municipal; Da Companhia Fôrça e Luz; Da Companhia Telefônica; Das empresas de cinema; De tôdas as outras firmas e organizações da Ca- pital, que tenham por norma controlar a impren- sa por intermédio da publicidade.

Distribuição e publicidade; AMADO RIBEIRO ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS •

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Place Pigalle

O nome dela eu não digo

Em conseqüência da carta aberta publicada na impren- sa e assinada pelos líderes ca- tólicos da Capital, censurando d. Sara Kubitschek, por cau- sa da realização do (nBaile das Debutantes», o Palácio da Li- berdade foi obrigado a divul- gar, na mesma imprensa, uma outra nota desmentindo tudo que se relacionava com os pre- parativos da elegantíssima fes- ta.

Com isso, quem ficou em má situação foi o meu amigo e co- leguinha Wilson (Bitô) Frade, que havia snunciado em pri- meira mão, no «.Diário da

Tarde», o início dos preparativos para o referido baile. Domin- go passado, em frente à confeitaria Elite, êle explicava todo afo- bado para os amigos, gaguejando e gesticulando com nervo- sismo:

— Pois é, êles telefonam pra gente do Palácio, em nome da d. Sara, pedindo para dar a notícia e depois êles próprios des- mentem tu(fp;f só porque o d. Cabral não go,ítou. E quem fica com cara de alicate sou eu. Ah se o ^etvton deixasse.,, Eles iam ver o qyie eu ia escrever no «.Diário da Tarde».

Isso mesmo, Bito. Mostre a essa gente que você também reage, apesar de tudo...

X Está correndo a cidade um boato muito feio, envolvendo

um jornalista e urna nadadora. A família da nadadora apre- sentou queixa na Delegacia de Costumes...

... «o nome dela eu não digo, r Não quero ter inimigo

Nem quero sentir remorso.. .•» O dête também eu não falo não, mas dou a € pinta». Tra-

balha na redação do «Diário», o católico, e era congregado ma- riano (fita azul) .

Estão vendo só como êsse mundo está virado. Se os reda- tores do «Diário» já estão fazendo essas coisas, o que que o povo vai pensar, por exemplo, do pessoal do BINÔMIO?

X Puxa, como é pau trabalhar na redação do BINÔMIO.

Fica todo mundo dando palpite no que a gente escreve. Já esta um engraçadinho aqui atras de mim, quçrendo que eu ris- que o tópico anterior, dizendo que o acontecimento é banal e sem interesse jornalístico. E vem com êsse trocadilho infame-.

— Isso não tem graça porque é «diário» na imprensa de Belo Horizonte.

, X Em suma, foram estes os fatos capazes de interessar à

nossa «finesse», acontecidos nesta segunda quinzena de outubro, iluanto ao resto, algumas «senhoras» continuam enganando os Sfius «sacros» maridinhos, em virtude do que, o Paulo, da «Büite Acaiaca» já mandou aumentar a altura da porta de cn- luida daquela casa. Podem esbarrar.

POMPADOUR

Jusceiino quer passar... (Conclusão da l.a página)

um binômiozinho já inteiramen- te desprestigiado e sem qual- quer possibilidade de êxito, fá- cil será compreender que a ma- tér|çi paga do; 1'alácio da Libçr- dade, (divulgando uma notícia sobre o verdadeiro BINOMIO, com uma caricatura do sr. Jus- ceiino Kubitschek) teve visíveis intuitos confusionistas. Sim,

LUXO, CONFORTO E DISTINÇÃO

Bem no centro de Belo Horizonte, entre a Praça

Sete e a Estação da Central,

porque da confusão dos dois «binômios» só poderão ocorrer vantagens para o governo, pois ainda que com isso não consiga elevar o prestígio da seu, .«bi- nômio», o sr. Jusceiino Kubi- tschek conseguirá, pelo menos desprestigiar o nosso, o que, para êlo, não deixa de ser uma apreciável vitória.

Assim, mais uma vez, chama- mos a atenção dos nossos lei- tores para êsse ponto: muito embora continui a campanha publicitária do Estado, divul- gando notícias sôbre o nosso BINÔMIO acompanhadas de fo- tografias do sr. Jusceiino Kubi- tschek, não há qualquer ligação entre êste jornal e aquele se- nhor. E muito menos qualquer ponto de contato entre o nosso BINÔMIO e o dito do govêmo. O nosso, como já disse na As- sembléia o deputado José Ca- bral, «é coisa séria e honesta».

U..

Conclusão da l.a página

eu comprei um espelhindo de primeira qualidade.

Depuis, virando-se para o «r. Coelho Junior, com um sorriM malicioso nos lábios:

— Pra você, nêgo, eu «truxe» uma tinta especial, para assinar compromissos. Duas semanas depois da assinatura a tinta de- saparece completamente, sem deixar qualquer vestfgio...

Em seguida, o sr. Ademar de Barros entrou no automóvel que já estava à espera. E quando o veículo comprava a movimen- tar-se, botou a cabeça para o lado de fora e gritou para • sr. Alexandre Konder, que per- manecia firme, tomando conta das malas:

— Diga ao Oswaldo Nobre que, pra êle, eu «truxe» uma coleira de aço. Quero ver se as- sim, êle para de «morder» a praça, em Bolo Horizonte.

E deu uma bruta gargalhada, batendo com a cabeça na parte superior da janelinlia do carro.

Sm e^e

/Has a

Sem dúvida êle estava mesmo muito mal, pois o médico de-

pois de examiná-lo, falou baixinho para o colega:- Não dura

mais do que uma opinião da "Tribuna de Minas"

BINÔMIO dá o que falar (III)

Mais algumas opiniões sôbre nossa modesta e despreten- siosa publicação:

«Tribuna de Minas» (20-7-52) a propósito da apreensão do «Binômio»:

«Os jornaleiros e proprietários de bancas de jornais fo- ram surpreendidos ontem com a ação de elementos da Policia

que efetuaram a apreensão do quinzenário humorístico BINÔ- MIO. O procedimento das autoridades policiais provocou ime- diata reação de quantos se encontravam na rua no momento, tima vez que nenhuma razão de ordem plausível existia para a violência cometida contra a referida publicação.»

«Tribuna de Minas» (16-10-52) sôbre o mesmo assunto: «Como foi divulgado na época, a polícia apreendeu uma

«dição do referid® pasquim, que tem pretensões a humorístico, acusando-o de achincalhar as autoridades constituídas e ofender ao decoro público. As acusações da policia foram justas...»

«Tribuna de Minas (20-7-52) sôbre o mesmo assunto: «Afinal não se pode compreender e nem se pode admitir

que qualquer beleguim, cego de ignorância dos textos legais, vá à rua e exerça um direito que só lhe seria reconhecida se esti- vesse no cumprimento de mandado judicial. O ato praticado «ontra a edição de BINÔMIO reflete um sentimento de desres- peito à Constituição e uma convicção do arbítrio, elevados a um plano insuportável.»

Ainda hei de ter sangue azul...

«Tribuna de Minas» (16-10-52) ainda sôbre o mesmo as- sunto:

«Assim sendo, livres estão os mineiros do famigerado <|UÍnzenário que há muito vinha deslustrando as tradições de nossa terra, com suas anedotas imorais, suas piadas insossas e suas caluniosas campanhas contra pessoas de bem.»

ao chefe do Cerimonial do Pa- lácio da Liberdade, sr. Pedro Pereira Filho que, segundo o entrevistado, «tem o dom de agradar as mulheres, sem en- tusiasmá-las».

— t^uem entusiasma mesmo — acrescentou — é o Jusceii- no. Ah, se eu pudesse ter pelo menos a metade da disposição daquele malandro!...

— E o senhor não tem, dou- tor?

— Quem sou eu, meu fi- 'ho?... Já tive, mas isso foi há uns vinte ou trinta anos atrás.

E sorriu com aquele riso ner- voso e amargurado, do passa- S'ciro que perdeu o navio e não tem mesmo jeito de embarcar.

MAIOR ACONTECIMENTO: GORBEVILLE

— O maior acontecimento da minha vida? — perguntou o senhor Chateaubriand, respon- dendo à nossa pergunta — Foi a festa do Jacques, no Castelo le «Corbeville». Como adorei iquela noite! Eu me senti como um jovem de 45 anos, dançan- do em meio a mu'herio nu.

SANGUE AZUL POR TRANSFUSÃO

Depois o senador informou solene, como se pela primeira vez estivesse falando sério em sua vida:

— O senhor me pergunta qual é o meu maior desejo? E' ter sangue azul. Hoje sou um dos homens mais poderosos do país, senador da República etc. Até «camelot» do Jacques Fath eu já fui. Só me falta mesmo sangue de príncipes. Eu daria tudo para tê-lo.

E conclui, esperançoso: — Mas eu ainda hei de ter

sangue azul, nem que seja por transfusão.

E ajeitou-se mais comoda- mente na cadeira, enquanto ti- rava do bolso um punhado de fotografias de vários brotos, in- teiramente nus.

ULTIMO ASSUNTO: MULHERES

.. Enquanto fitava um lance de sua biblioteca, onde se encon-

(Conclusão da 4.a págiua)

travam reunidos mais do 1.000 exemplares de litei'atura exci- tante, o senador Assis Chateau- briand discorreu sôbre vários problemas nacionais. E repe- tindo a todo instante a frase predileta do ex-rei Faruk, dizia êle diante de tudo que o agra- dava;

— Bonito como uma mulher nua.

Depois esclareceu finalmente:

— Como você deve ter nota- do, nada me interessa tanto co- mo as mulheres, principalmente os «brotos». Eu durmo, acordo e como com elas.

E num esclarecimento derra- deiro:

— Eu as tenho sempre noa 'ábios.

BAR

IQ

O maior

O Brasil é um pais essencial-

mente agrícola

E a «Casa do Fazendeiro é

essencialmente do agricultor

Casa do Fazendeiro

— Rua do Acn', la — Fone: 2-7327

Belo Horizonte

CO. Ml. TE. CO., S. A. =

A MAIOR ORGANIZAÇÃO IMOBILIÁRIA NO EST. DE MINAS

CASAS - LOTES E CHACARAS

«■XJA

K Historia Sccreía dos Amores de Noiiò

— VIII — Geralmente todos se reco-

lhiam cedo. As nove horas ji «Atavam na cama. Beatriz, no «ntanto, jamais se conformou «cm isso.

— Êsse negócio de «deitar -com as galinhas» nSo é pra mim — dizia ela quase tôdas as noites a d. Custódia, de- pois que a turma da casa su- bia para o andar superior.

Como Nono, depois que pas- ■sou a dormir sozinho no quar- to de baixo, pegou a mania de ler até mais tarde, ela ado- tou o hábito de ir conversar com êle quase tôdas as noites. E quase sempre aparecia de

•chinelos e «peignoir», dizendo que iria ajudá-lo nos estudos. A vpi-dade. ])orém, é que, com Beatri:? perto, Nonô jamais

■conseguia estudar. No princí-

pio sentia apenas uma atração natural pela «prima». Mas depois aquilo foi tomando con- ta, até que chegou a um pon- to que deu para desconfiar. E foi a própria d. Custódia quem se encarregou de cha- mar a atenção da filha, dizen- do que aquilo (ficar conver- sando com Nonô até tarde da noite) não ficava bem para uma senhora casada e separa- da do marido, muito embora o garoto tivesse apenas sete anos de idaríe.

Depois disso, Beatriz sus- pendeu as visitas. Passou qua- se duas semanas sem ir ao

quarto de Nonô. Certa noite, porém, já quase no fim do ano, ela apareceu novamente, enrolada em um fin-ssimo «peignoir» estampado e trazen- do ncs lábios um sorriso que admitia as mais variadas in- terpretações. Nonô, qua;!do a viu parada na porta, tentou dizer qualquer coisa r"ís en- gaarou. Ga;!:uoji)u un 'loiiqui- nho e depois balbuciou com dificuldade:

_— Puxa, pensei que você não vinha nia^s.

Beatrix não respondeu. Fez ina l;:,o'ro r.iurhíjcho, ;i - ' ,.1 de entrar e assentou-se na

beirada da cama com ar de Hiipírioridade. Mas o í.aroto não se conteve. Esqueceu-se de tôda aquela enorme baga- gem de experiência adquirida nos ^ «casos» anteriores e «abriu o livro»:

— Sabe de uma coisa Rea- triz? Cada vez que vicf- ve n aqui no quarto eu fi-o^ r-.-x's maluco. Um dia eu ain.'Ia vcu acabar fazendo L-s !•,:

— Vocô não v;'i fa-í •- tc':a coisa nen!; "na, ' eu n".o vüito ra;". •; .1 :.r, '

? — rrs 1 iV ií'/,, uri (ant,T oT ■ .

E antes que N-.ij pj;!-,

recuperar-se da mancada: ^— Eu sabia que você eri*

bòbo, mas assim também não. Oihe a sua idade e veja a mi- nha, seu pivete saliente.

— X — O abatimenlo moral de No-

nô, no dia seguinf'o, era de fazer dó. Ficou tão sem gra- ça cam a gafe da noite ante- l ior que não teve corattem de aparecer para o almoço, já que a presença de Beatriz, principalmente depois do acon- tecido, er.i o h.-.s.ante para desorio'itá-lo por completo. AIcti fiisso, n i datiiio- hi iiiia Ct?,' (iiie c< js tuI u:i aUi^r -;, i» na rcKÍ fl') > SU"

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Page 25: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO — 26-10-52

^ Ainda hei de ter sangue azul nem

que seja por transfusão"

o JAGUNÇO PARAIBANO

S. PAULO, 25 (Especial pa-i ra o BINÔMIO, neste Estado) 1

Não foi fácil conseguir essa entrevista com o sr. Assis Cha- teaubriand, diretor das «Emis- soras e Diários Associados» e senador da República. Êle que- ria de tôda forma cobrar as de- clarações que iria fazer a êste jornal, alegando que «não esta- va aqui para andar pra trás».

— «Eu não faço nada sem ganhar alguma coisa» — decla- rou êle esclarecendo. — «Quan- do ofereço um presente ao Jus-

I celino, por exemplo é porque já consegui um empréstimo num dos bancos do governo mi- neiro. Outras vêzes, eu gasto 10 mil cruzeiros no presente e quando o presenteado vai rece- bê-lo, contrato com êle uma pu- bliçidade de cem mil num dos meus jornais. E assim vou pros- ' perando, enquanto êsse país se acaba.»

E riu gostosamente, como se acreditasse mesmo que «O Cru- zeiro» esteja com 500 mil exem- plares por edição.

PRIMEIRO ASSUNTO: MULHERES

Depois de muita conversa do nosso reporter, que vem to- mando aulas dessa matéria pelo rádio, com o Governador Jus- celino Kubitschek, cIq concor- dou finalmente em conceder a entrevista, mas não sem antes ter procurado conseguir uma comissão sôbre a venda desta edição do BINÔMIO.

— «O senhor quer saber, en- tão, qual é o meu problema mais importante?» — pergun- tou êle, já preparando a sua declaração — «Eu respondo: mulheres. A gente quando vai chegando à minha idade, meu filho, não pensa noutra coisa.» |

— Mas e o petróleo, a refor-' ma agrária, a escassez de divi- I sas, a falta de energia elétri- ca? — perguntou o reporter.

— Tudo não vale nada, meu filho, se não há mulheres para divertir a gente. Qual é a fun- ção das divisas senão possibili- tar-nos viagens mensais a Pa- ris onde até nós, os velhos, en- contramos diversões especiali- zadas .

O senador sorriu à Jacques

Fath e assoou o nariz em visto- so lenço escarlate, no qual viam várias estampas de mu- lheres nuas.

A ELEGÂNCIA DOS JUS- CELINO

O dr. Assis Chateaubriand 8& queria falar de mulheres, se es- quecendo, talvez de que a en- trevista não era para ser di-. vulrada em sous jornais. E con- tinuou a palestra, referindo-se

IC"nclui na 3 a página)

j O smíimio 111» Dí [Ofíu

CURIOSO FATO OCORRiro EM 1938, COM O SR.

GERALDO STARLING. QUANDO ERA JOGADOR , DE BASQUETE DO FLORESTINA

rodas esportivas pela expressU va alcunha de <s.Geraldo Via- duto». ^ Aconteceu entretanto- que o jogador retirado da qua- dra^ ficou furioso com a de-- cisão do juiz e saiu do estádia- diretamente para casa.

Quem quiser jogar, que arrume calções, porque eu não- empresto o meu — disse^ en- furecido.

Estava assim criada uma si- tuação embaraçosa. O time- precisava da presença do sr. Starling no campo, mas êle- não tinha calções. O sr. Star- ling, entretanto, ou ^Geralda Viaduto-», resolveu o proble- ma sem embaraços. Tirou as calças e jogou todo o resto da^ partida só de cuecas.

Quem duvidar dêsse episó- dio, que procure os jornais de iç)38, e encontrará lá o noti- ciário da mais surpreendente e- deliciosa aventura do sr. Se-- cretário do Interior que, na-~ quela época, só pesava 148'. quilos.

O jogo ia bastante animado, quando um dos atletas teve de ser substituído, porque havia cometido o número máximo de faltas. O único reserva do Florestina — o jogo de bas- quete era entre o Florestina e o Asas — que se encontrava presente era o sr. Geraldo Starling, ' atual secretário do Interior, então conhecido nas

APRENDA A DANÇAR COM AS GAROTAS MAIS BONITAS DA CIDADE.

Bem no centro de Belo Horizonte, a dois passos da Praça'Sete e CiOí

lado da Radio Inconfidência, você encontrará o

MONTANHEZ DANÇAS

Funcionando diáriamente, das 10,30 da noite às 3 da madrugada

uma conversa com o jornalista ASSIS CHATEABBEIAND,

«O MONSTRO LOIRO» DA PARAÍBA

So quena falar^de mulheres nuas, esquecendo-se talvez de que a entrevista não era para ser divulgada nos jornais de sua

propnedade — Sôbre o Juscelino: «Ah, se eu tivesse a dis- posição daquele malandro»... — Já foi tudo nesta vida, até «camelot» do Jacques Fath — Agora só falta ter sangue aaul

O Sr. Antônio Luciano vai abrir em Belo Horizonte uma fábrica

de cremes e outra de po de arroz. É um homem interessado por

tudo que se possa passar na cara.

O (SOMBRA E AGUA FRESCA)

(CRGAO QUASE INDEPENDENTE)

ANO I BELO HORIZONTE, 9 DE NOVEMBRO DE 1952 •• NUM. 13

PREÇO

Ct$ 1,00

CALDEIRA VITRAL, ANTES DO BANHO:

ii=ú. mum nâ

©dHi MÃÚ

ÇOy SaUÂS ÂI^©ILD€iS,

Mmm

Depois da prova de «swinff» o presidente da Câmara Municipal posou diversas vêzes para os fotógrafos, ao lado das fans

As duas filhas

Depois de um ano sem se verem, as duas comadres se encontraram um dia em Belo Horizonte. Cumprimen- tos, abraços, noticias e a conversa desviou para a situa- ção das filhas:

— A minha filha Neusa — disse a primeira — está muito bem. Arranjou um emprego ótimo no Estado, o ordenado não é grand« coisa, mas ela ganha tantos presentes do chefe, que vale a pena. Basta dizer que no aniversário dela êle deu um automóvel. E agora no Natal vai dar uma casa de trezentos contos.

'■ <., Parou um pouco, tomou um fôlego e perguntou

curiosa:

— E a sua filha, comadre, como é que vai? — Mais ou menos como a sua, comadre. Se perdeu

também.

FIIOS EM SDIDim

Foi registrado no ^Cartório das Pessoas Jurídicas* um jor- nalzinho que pretende ser hu- morístico e fazer concorrência ao BINÔMIO. Trata-se de «/í Fuzarca-, que irá sair com a surradissima epígrafe de cFi- Iho da Manha-». Parece que o governo se encontra por trás da iniciativa, o que serve como garantia de um fracasso re- tumbante.

* * Desgostoso com sua derrota

no município de São Gonçalo do Pará, antigo distrito de Pa- rá de Minas, o deputado Be- nedito Valadares pretende ven- der o seu sitio nesta última ci- dade. Essa propriedade assis-

Cont. na pag, 2

É FÃ DE ANSELMO DUARTE E ESTA

TOMANDO AULA DE BALLET COM O

PROFESSOR CARLOS LEITE

Todos os seus amiguinhos queriam assentar ao

lado do repórter — Porque ganhou um con-

curso de danças, acha que pode ser candidato

a governador — «BINÔMIO é do tipo que eu

gosto: macho pra burro»

Esta entrevista nasceu fi-uto de um acaso. O nosso cronis- ta social, percorrendo os mais selecionados pontos de reunião da sociedade belorizontina, no seu trabalho diário, encontrou o sr. Antônio Caldeira Vitral, presidente da Câmara de Ve- readores, participando de um concurso de danças no elegan- tíssimo clube «Aí vem a Mari- nha>. Ao ver o jornalista, o popular homem público não se conteve, chegando mesmo a pe- dir uma reportagem sôbre sua pessoa, o que definitivamente não fazia parte de nossos pla- nos. Mas, dada a insistência do sr. Caldeira, não vimos outra saida e tivemos de preparar es- ta entrevista, que sai publicada sob protestos gerais de tôda a nossa redação.

— O BINÔMIO — disse êle, para agradar-nos — é do tipo que gosto: macho pra burro.

E agarrou pelo braço uma morena entusiasmada, saindo pelo salão a exibir os seus co- nhecidos dotes de bailarino.

SEGUNDO DANÇARINO O estranho na história é que

no concurso não estava em jôgo o título de primeiro dançarino de Minas. Iam escolher apenas o segundo, posição em que o sr. Caldeira já se sentiria mui- to satisfeito.

A prova consistiu num «swing», enfesado, dêsses que a gente bó vê. em filmes france-

ses sôbre a mocidade america- na. O Caldeira, mastigando um chiclete de hortelã pimenta, ati- rava a dama violentamente con- tra a platéia, e, como se ela fôsse um «iü-iô», puxava-a do novo para seu lado, enquanto marcava o ritmo com os trazei- ros, num rebolar ridículo e comprometedor. Em seguida, largava a parceira, dava saltoa estravagantes, abria as penias, batia palmas, para agarrar no- vamente a senhorita, que o acompanhava em todos os mo- vimentos, inclusive nos griti- nhos histéricos que êle soltava a cada instante. Quando a or- questra parava o solo, para marcar apenas a cadência com os instrumentos de percussão, êle dobrava ligeiramente aa pernas, juntava e afastava os joelhos com agilidade, batia no- vas palmas e gritava eufórico, sem perder o compasso: Ê-bá- bu-rê-bá, ê-bá-bu-rê-bá, ê-bá-bu- rê-bá».

Com trinta minutos de ginás- tica, os demais candidatos de- sistiram do concurso. Ao rece- ber, sorridente e suado, o ga- lardão de «segundo bailarino da Minas», dr. Vitral declarou en- fático:

Agora, eu já possoi ser candidato a governador do Es- tado.

OS MENINOS ESTÃO INDÓCEIS

Depois da prova, o sr. An-

Cont. na 3.' pag.

Page 26: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

2 BINÔMIO

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l^iirotor: EUUO LUIZ AUAATES Rodaçãu; EJ. Capicliíiba - líua Uio de Janeiro, 430 ■

1'líINCiI'IOS : A direção se responsabiliza por tôda a matéria pu- blicaila, mesmo pelos artigos assinados; Devolvemos os nripinais não publicados; Não aceitamos publicidade;

1)

a) Do Govcino do Estado; b) Da I'refcitura Municipal; c) Da Companhia í^ôrça e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema; f) Do tôaas as outras firmas e organizações da Ca-

pital, qua tenham por norma controlar a impren- sa por intermédio da publicidade.

Distribuição e publicidade: AMADO RIBEIRO ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS

O liuir<

o reporter la passando em frente ao «Café Galo», quando o humorista (.) Jair Silva repetiu para os amigos que faziam ioda eiu torno dele, aquela frase já transerita em uma de nos- sas edições anteriores:

binômio!i. ^ _ Em seguida olhou para os lados — como se estivesse «con-

íenndo» a reaçao da platéia, sorriu com superioridade e com- pletou a tirada com mais uma de suas inqualificáveis piadinhas:

— «O diabo do jornal vende mais do que picolé de cercia em dia de festa no Paraopeba».

A turma toda «riram», como diria o deputado Sinval Si- queira, na Assembléia Legislativa, e o sr. Jair Silva seguiu feliz o seu caminho, sem cogitar da resposta sôbre o segredo do nos- SO grande sucesso em Bcfo Horizonte,

^ Mas acontece que o dr. Jair Silva sabe tão bem quanto nos, qual é o grande segredo do BINÔMIO. «Salie e não quer dizer» como diria ele próprio, plagiando semanalmente o programa « ialança mas não cai», da Rádio Nacional. Êle sabe

^ principal do nosso êxito está mais' na linha de conduta do jornal, que propriamente no valor dos nossos escritos. Que vencemos em Uelo Horizonte porque con- seguimos conquistar a confiança do leitor. E que conquistamos essa confianp, porque soubemos escolher o melhor caminho a se^ir, isto e, «fazer um jornal honesto, para evitar a concor- rência dos outros».

E claro que não vai nisso qualquer vantagem. Fizemos apenas um raciocínio elementar, à altura de qualquer cérebro

f- a imprensa da Capital está a serviço ^ pagodeiras oficiais, do elogio pago a centímetro de coluna e das trampolinagens Orçamentárias, nosso jornal modesto e despretensioso como é, só poderia chamar a atenção Sc ficLe ao lado do povo, adotando uma linha de conduta inflexível a semço do mterêsse coletivo. Assim, êle se destacou, apareceu

distinguiu-se claramente entre os demais. '

irem lo^of ^oje com uma tira- gem 10 ou 20 vezes maior que a da «Folha de Minas» com

vcIo7nT- """í] V quatrocentas e tantas sucursais pelo mtcnor do Estado. Essa e a verdade, que nem o Tribunal de Justiça poderá e.sconder.

SENSAÇÃO NO... char de tudo e de todos. Nós íiãò tememos a reação da Ipre- ja, porque não somos, nunca fomos e jamais seremos candi- datos à presidência da Repúbli- ca.

O acontecimento não terá tal- vez o brilho social do baile do governador. Em compensação, os presentes poderão muito mais livremente confessar e fazer tu- do aquilo que foram buscar na festa das debutantes. Principal- mente as debutantes. Estas de- verão prestigiar os nossos reda- tores. Assim seja.

(Dos jornais: «Vários casos cm que se acham envolvidos redatores do jornal católico «O Diá- rio», foram parar na De- legacia de Costumes).

- Dizem por aí que quase todos os redatores do «O Diário» vão ser dispensados.

— Uai, é? Por que?

— Porque a turma Já, agora, «não manda nada pro bispo».

O pulha pede

perdão

o sr. Alexandre Konder, dire- tor da «Tribuna de Minas», que por aljíum tempo andou fanfa- Sia'Io na cidade como valente e corajoso, posando como jorna- list.-v <> homem de bom, foi obri- j^ado ajíora a retirar a máscara que trazia afivelada no rosto, fí mostrou o que sempre foi: um pulha sem compostura e um covarde sem qualquer traço de brio.

Todos estão lembrados da campanha movida pelo seu jor- nal contra a diretora da «Casa tio I equeno Jornaleiro», sôbre quem pesam realmente ffraves e irrespondíveis acusações, ü pu- 1 lha, entretanto, dando vasão aos ' seus recalques provenientes, tal- vez, de complexas frustrações sexuais, levou a campanha pa- ra o campo dos ataques mais torpes a pe.ssoa e à honorabili- dade de d. Rufina Garcia, Esta reaíriu bravamente, chamando o canalha a Juizo, a fim de mos- trar onde estavam os funda- mentos das acusações que fazia.

Al^exandre Konder, com a mes- ma frieza com que traia o Bra- sil em 1942, fornecendo infar- maçoes secretas sôbre nossos navios aos submarinos do Eixo nao he.sitou: fez publicamente a sua retratarão, pedindo que lhe perdoassem o «engano» cometi- do, O seu artiffo, em que des-

/'"ío o <iue dissera dias atrás, é a mais vergonhosa hu- milhação que até hoje caiu sô- bre a imprensa mineira.

Para o sr, Alexandre Konder entretanto, tudo não passou de um ato banal,^ diário em sua vi- , . ; ® confissão de sua pusi- lanimtdade e o reconhecimento de sua falta de caráter.

Place Pigalle

Vamos eleger a "MISS PECADO"

o ir. Henrique {diretor do «.Diário-») José {unhas poli- das) Hargreaues, contou para todo mundo que iria proces- sar o Pompadour, só porque eu disse aqui que um dos re- datores do jornal dele andou envolvido num caso com amct nadadora e foi parar na De- legacia de Costumes.

Logo depois, no entanto,, aconteceu um outro caso, tão Tnais grave que êle agora tem que ficar caladinho, se não quiser mais complicações. Quando me contaram o se- gundo fato eu fiquei tão sa- tisfeito que bati com a mão-

I t ■ ■ „ zinha direita na esquerda e falei assim: — Dcm feito. Quem mandou êle fazer maldade comigo? ^uíuuue-

* * * Outro que precisa tomar muito cuidadinho com a òolicía

de costumes é o Paulo {qua.^e advogado) Maia. Aquelas coi- sas que aconteceram domingo na ^Boite Acaiaca» são tão nra- ves que comprometeriam até o meu amigo Luciano.

* * *

A„ {ex-quase-noivo) Caran foi visto ontem na Av. Afonso Pena acompanhado de uma senhorita mais escu- da do que a <^Doite Bambih. O sr. Caran não viu os aZos que estavam parados em frente à Igreja de S. José. "

* * ♦ Rapazes e moças do nosso «grand monde» e.ctão estudan-

Para que os senhores puritanos possam fazer uma idéia ligeira do que será isso, vou adiantar que, durante a festa será escolhida entre as senhoritas presentes, a menos virtuosa de todas, que recebera o titulo de </.Miss Pecado-*.

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ESTÁ DISTRIBUINDO

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Fatos em..

tiu a importantes conversa- ções políticas e é conhecida por «Fazenda de Santa Edwi- ges».

* * * Segundo o reporter Oscar

Nonato Chaves, do «Diário de Minas-», a Delegacia de Furtos copia o cinema.

ExistcTH la tixas € <y dr. Jair Dias, que é o delega- ^o ^declarou o jornalista. Como esses tiras têm realizado algumas proezas na praça, o pessoal passou a chamar a tur- ma da Delegacia de «Ali Babá e seus 40 ladrões».

* * * O ST. Ramos de Carvalho

freqüenta duas vezes por se- mana {segundas e sextas) as sessões espíritas da Casa Trail' sitória, situada no Horto Flo- restal.

Para transportar-se até lá,, utiliza-se invariàvelmente da CdTHzoTicte da Radio IticoTiji'^ dência, que fica esperando na l>orta.

* * * MARIA JOSÉ

MARCELO COIMBRA

TAVARES

ADVOGADO

9-11-1952 BINÔMIO

Era um padre (a d bairrista que, quando foi transferido para

a zona contestada entre Minas e o Espirito Santo, passou a re-

zar assim o Smai da Cruz: ■ «Em nome do Padre, do Filho e de

Minas Gerais, amem.»

Caldeira Vitral antes do banho.,.

cônio Caldeira Vitral nos con- vidou para chegar até o seu apartamento, o que fizemos no «Chevrolet» conversível da Câ- mara Municipal, que estava es- tacionado na porta do clube há mais de 5 horas. Juntamente com o presidente e o repórter, viajaram vários meninotes de cabelos untados, que durante to- do o tempo da viagem só fala- vam de ballet e Jean Paul Sar- tre. No meio do caminho, sur- giu uma briga entre os rapazes, pois todos êles queriam ássen- tar ao lado do repórter, deixan- do êste compreensiveJmente res- sabiado. O sr. Vitral apaziguou os ânimos, entretanto, prome- tendo arrumar um repórter pa- ra cada um de seus inquietos amiguinhos.

— A gente que é mais velho e experimentado — nos decla- rou, à guisa de explicação, o presidente da Câmara Munici- pal — tem de áar conselhos às

«crianças». Os meninos de ho- je são tão impetuosos...

E passou a mão pelo rosto, de leve, como se fôsse o sr. Pedro Pereira Filho posando para o fotógrafo do «Jornal das Moças».

FA ARDOROSO

Já no seu luxuoso aparta- mento, o sr. Caldeira Vitral continuou a conversa, envergan- do um rico «robe-de-chambre» de veludo rosado, enquanto des- cansava os pés num delicado chinelo com aplicações de armi- nho. Das paredes, ornamenta- das com flores singelas, pen- diam vários retratos de artistas de cinema, entre os quais os de Tyrone Power, Cornei Wilde, Van Johnson, Victor Mature, e, 1 destacando-se entre os demais, com vistosa dedicatória, uma belíssima <pose» do galfi na- cional Anselmo Duarte.

— Eu sou um fã ardoroso do bom cinema — declarou o pre- sidente da Câmara, equilibran- do o chinelo na ponta do pé di- reito. Os artistas de minha predileção, quando posso, têm de vir para meu quarto acrescentou, apontando para os retratos.

lí riu com malícia, oferecen- do ao repórter cigarros ameri- canos preparados por êle mes- mo em sua fábrica da Came- leira.

SABE VIVER

Espreguiçando-se diante do enorme espelho que tomava to- do um lado da parede do seu quarto, como se fôsse uma «pin-up-girl» de folhinha ame- ricana, o sr. Caldeira declarou solene para o repórter:

— Muita gente se espanta com o meu sucesso na política e nos negócios. Mas, eu não

vejo razão para isso. O senhor achíi vantagem, por acaso, em ser presidente do uma Câmara em que o sr. Xixico Ferreira de Carvalho é vereador? Na li- teratura, igualmente eu entrei descansado, pois também o sr. Moacir Andrade não passa por literato? Ora, meu amigo, eu conheço muito bem a malandra- gem da praça, tanto que resolvi criar agora uma «Faculdade de Sociologia e Ciências Políticas». Coragem não mo falta. Nem coragem, nem cultura.

— De onde se conclui, que a iniciativa já está prâticamente vitoriosa — acrescentou o re- pórter.

— Deus «lhe ouva», meu amigo — ajuntou esperançoso o futuro catedrático.

FÉ NO FITTURO

Já se preparando para o ba- nho, o sr. Vitral soltou os ca- belos cuidadosamente armados om três ou quatro topetes, rea- firmando para o repórter a sua

confiança no futuro: — Ora, meu amigo, depois

que o Zé Maria Alkmim lan- çou com sucesso o seu plano do 2 bilhões de apólices, (jual é o golpo <iu© não pega nessa ter- ra? Aqui nuncu houve polícia.

Enquanto o presidente espar- ge delicadamente água de colô- nia dentro da banheira côr de rosa, o repórter faz a última pergunt*:

— Quer dizer quo qualquer mentira pega nessa terra?

— Qualquer uma, meu ami- go. Até essa do Juscelino di- zendo que não houve violência nas eleições municipais de do- mingo passado.

E fechou a porta da sala do banhos, explicando antes pára o reporter, que já se retirava, que tinha de encerrar a entre- vista, pois precisava dormir ur/i pouco para chegar, à tardp, bem disposto á aula de ballet do professor Carlos Leite.

CO. BVBL TE, CO., S. A

A MAIOR ORGANIZAÇÃO IMOBILIÁRIA NO EST. DE MINAS

CASAS - LOTES E CHACARAS

1EI.TLJ ^ CíUEl.K-ns A . 607

IX Foi em março de 1908. De-

pois de um período de quatro meses de complicações e abor- recimentos causados em casa, Nonô voltava finalmente à es- cola, disposto a comportar-se melhor e a recuperar com van- tagens o tempo perdido até então. Primeiros dias, tudo bemi Depois... Bem, depois começaram os casos. Logo no primeiro boletim mensal, trê."» zeros e quatro insuficientes. Quando viu aquilo, o pai não se aguentou mais. Aproveitou o mau humor com que chega- ra da rua e explodiu em cima do filho:

— Seu vagabundo! Quem sabe você está pensando que

\ escola é pra namorar? Você e suas ilustres coleguinhasl Em vez de pegar nos livros e estudar, ficam procurando can- tos pra fazer «pouca-vergo- nha». Tensa que eu não sei de tudo?

Profundamente chocado com a violência do «velho», Nonô procurou explicar-.se:

_ — ^ isso não, pai — disse êle choramingando E* a professôra que implicou co- migo e só me dá zero e ainda

, me chateia o tempo todo da aula.

A Historia Secreta dos x^mores de Noiiò

— Chateia coisa nenhuma. Quem não presta é você mes- mo. Só quer saber de namo- ros. E no fim do mês é aquela

corrente de zeros. E' só zero, zero, zero!

Nonô não respondeu mais. Correu para o quarto e abriu o bico. Chorou tanto que o pai acabou ficando com pena e prometeu ir à escola no dia seguinte, saber qual era a im- plicância da professôra.

No outro dia, pela manhã, sairam os dois, pai e filho, a caminho da escola. A estas alturas, no entanfo, a opinião do «velho» já estava comple- tamente mudada. Dava infei- ra razao ao filho que, apesar de malandro incorrigível, era tido e havido, na família, co- mo garoto inteligente. Não era possível, portanto, que lo- go em Aritmética, êle tirasse apenas zeros, um atrás do ou- tro. Não, aquilo só poderia ser implicância da profes.sôra que, com certeza, era alguma velha rabujenta e cheia de re- calques .

Essa impressão, no entanto (de ser a professora uma ve- lha rabujenta e cheia de re- calques) se desfez logo no iní- cio, quando os dois foram re- cebidos na porta da escola por uma figurinha frágil c sinuo- sa, de uns 18 anos, no máxi- mo.

Ao ouvir as explicações do pai de Nonô, a profe.s.sóra, ou melhor, a professorinha estra- nhou a queixa:

_— Não senhor. O Nonô es- tá sendo muito injusto comi- go. Eu trato todos os atunos com a mais absoluta igualda-t de. Não tenho nada contra o «eii filho. Mas isso é coisa dfi criança e o senhor deve com- preender. ..

ticou então o problema nes- se pé: a afirmativa de Nonô contra a afirmativa da profest sôra. Em quem acreditar? Nít vpz chorosa do filho, que se dizia vítima das implicâncias da mestra, ou no sorriso trê- fego e convidativo da reque- brante professorinha? E já estava o pobre homem pro-

penso a fazer um novo recuo de 180 graus em sua opinião sôbre ò caso quando a própria professôra lhe sugeriu que as- sistisse a uma aula da turma, a fim de botar tudo em pratos limpo.i. Aceita a sugestão, ela o introduziu na sala e come- çou as explicações sôbre con- tas de somar. Depois, levan- tou-se de sua mesa, caminhou entre as carteiras, apontou com o dedo na direção de No- nô e perguntou breijeira: — Nonô, quantos são dois

mais dois? E foi então que Nonô deu

um berro feroz, virou-se para o pai e gritou vitorioso:

— Está vendo, papai? Está vendo? Ela já começa.

Esse foi o Nonô dos ban- cos escolares. Um Nonô com- plicado. arrogante e malan- dro. Era inteligente também. Ninguém lhe negava essa qua- lidade. Mas era principalmen- te malandro. P^studava muita Geografia, porque tinha von- tade de viajar, quando cres-

cesse. E Ciências Naturais, porque achava bonito. Fora disso, não havia professôra capaz de metí*r-Ihe na cabeça uma conta de somar ou uma prova dos nove. Desprezava ostensivamente a Aritmética, a História do Brasil e até mesmo a Língua Pátria.

E foi assim que êle fez o curso primário. Lendo Cjên- cias Naturais, porque achava bonito, e marcando no mapa do Brasil todos os lugares que pretendia visitar, depois de grande. Não tinha vocação para coisa alguma. Achava tôdas as profissões extrema- mente ridículas e se ria delaa. Esse aliás, era o detalhe qife mais contrariava o seu velho pai que, quando pegava o bo- letim escolar no fim do mês o via a corrente de zeros co- mentava desolado para os ami- gos:

T , menino tá ínuito malandro. Nao quer saber de

balhn. E so namorar e paa* sear, *

rado-*'^''"'" concluía amargu- •7- Se esse diabo continuar

assim, vai acabar é se meten- do na política, quando crescer,

(Continua)

Page 27: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

A CASA DO RÁDIO possui o maior e o melhor estoque de discos da cidade, mantendo sempre as últimas

novidades, inclusive o samba QUEM HA DE DIZER, em belíssima gravação de FRANCISCO ALVES.

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BINÔMIO 9-11-1952

Sensâção no i^grané rnonc/e» com o ^^Bâsle dos Debochantes^^

Os «Lrotos» vão exitir oficialmente o c^ue satem da vida e das

coisas-Carnaval da í^>ieja contra a festa do ^«verno

Os meios gran-finos da cida- de devem andar muito preocu- pados com a ameaça de não se realizar êste ano o decente e moralíssimo «Baile das Debu- tantes», onde os «brotos» de nossos salões exibem oficialmen- te, pela primeira vez, o que sa- bem da vida e das coisas. Acon- tece que o governo — o patro- cinador desta e de outras pago- deiras elegantes — parece re- ceioso de tomar agora a inicia- tiva de promover o tão esperado e delicioso acontecimento, que, le modelo, só tem as provocan- tes criaturinhas com que certas casas de moda enfeitam seus restidos luxuosos e caríssimos.

Tudo foi provocado pela rea- ção da Igreja, que vem fazendo um verdadeiro Carnaval contra a idéia do baile gran-fino. O governo, então, que quer ficar bem com todo o mundo — com católicos, mas também com os

pagaos — não sabe o que fazer. Realiza ou não realiza o «Baile das Debutantes»? Eis a dúvida cruel, como diria o sr. Pedro Pereira Filho, retocando com a pinça as sombrancelhas bem trabalhadas do governador Jus- celino Kubitschek.

A COLABORAÇÃO DO BINOMlO

E' neste ponto que surge a participação do BINOMIO. Nós não podemos deixar de empres- tar mais uma vez a nossa cola- boração, decidida e patriótica, a um governo que, entre outros méritos, teve a idéia luminosa de homenagear êste brilhante e

modesto quinzenário, dando nosso nome ao seu programa administrativo. O dr. Juscelino pode ter a certeza de nossa so- lidariedade no transe difícil por- que passa, vendo gravemente a- meaçada uma das mais impor- tantes realizações do seu gover- no: o «Baile das Debutantes».

Resolvemos promover em nos- sa redação — um pouquinho me- nor do que os salões do Iate, e por isso mesmo muito mais apropriada para a ocasião — o «Baile dos Debochantes», ou se- ja, o baile de nossos queridos redatores, que vivem a debo-

Cont. na pag. 2

Edição imprópria do BINÔMIO

«Puro — dizia o advogado Bri- taldo Silveira — era aquele cidadão que passou a vida tôda sem ter incor- rido no artigo 218 do Código Penal Brasileiro.»

No próximo domingo, BINÔMIO circulará ex- traordinàriamentc, com uma edição imprópria pa- ra menores de i8 anos. Êsse número o sr. não deve levar para casa. E' apenas para ser lido e ras- gado imediatamente.

Trata-se de uma edição cuja leitura nós não acon- selhamos à famílias, pois conterá apenas transcri- ções dos jornais sustenta- dos pelo governo, isto é: «Folha de Minas», «Es- tado de Minas», «Diário

Bernardino Machado de Lima ADVOGADO

Ed. Queluz - R. S. Paulo, 692

— Sala 202 —

da Tarde», «Diário de Minas», «O Diário» e «Tribuna de Minas».

Depois des.sa edição o leitor poderá saber afinal onde estão as imoralida- des, se é no BINÔMIO ou nos jornais do gover- no.

«Onde eu traba- lho — declarou nervoso o ator Procópio Ferreira — não há lugar para outro palha- ço. Por isso, rom- pi o contrato fir- mado com o se- nhor Américo Re- nê Giannetti».

Quem há de dizer? Samba de Lupicinio Rodrigues - Gravação de FRANCISCO ALVES

(Oferta da «CASA DO RADIO LTDA.>)

Quem há de dizer Que quem você está vendo Naquela mesa bebendo £' o meu querido amor..,

2) Repare bem Que tôda vez que ela fala Ilumina mais a sala Do que a luz do refletor.

S) E eu o dono Aqui no meu abandono Espero louco de sono o cabaret terminar.

6) Rapaz Leva essa mulher contigo Diiilse uma vez um amigo Quando nos viu conversar..

7) Você»! se amam E o «mor deve ser sagrado O roíito deixa de lado Vai construir o seu lar

8) Palavra Quase aceitei o conselho O mundo êsse grande espelho E' que me fez pensar assim:

9) Ela nasceu Com o destino da lua Pra todos que andam na ma Não vai viver só pra mim.

3) O cabaret se inflama Quando ela dança...

4) E com a mesma esperança Todoa lhe põem o olhar...

Edição Imprópria para menores de 18 anos. í^ão

pode ser exposta aberta nas bancas.

B I M O lE I O (SOMBRA E AQUA FRESCA)

(ÓRGÃO QUASE INDEPENDENTE)

ANO I BELO HORIZONTE, 16 DE NOVEMBRO DE 1952 NUM. 14

Tiragem

da presente

edição

22.500

exemplares

A ÚNICA COISA QUE GETÚLIO QUER;

«DEITAR-SE NA CAMA COM O BRIGADEIRO»

ADVERTÊNCIA AOS LEITORES

Aí está a primeira edição imprópria de BINÔMIO. Este número do nosso quinzunúrio, como já advertimos, não de- ve ser levado para a casa, pelo seu tom e pelas histórias inconvenientes que contém. Hesitamos muito, antes de pre- pará-lo, porque temos compromissos muito sérios com os nossos leitores e alimentávamos o receio de ofendê-los em seus mais caros princípios morais, com a matéria que agora estamos divulgando. Mas vencemos esse temor inicial, en- tendendo que em nome mesmo daqueles compromissos, de- víamos colocar noà seus termos exatos a questão da linha adotada pelo nosso jornal desde o seu primeiro número^ Alegou-se, e isso algumas vezes até em círculos respeitá- veis, que BINÔMIO estava descambando para o campo da literatura fescenina e licenciosa, comprometendo as críti- cas justas que fazia contra os erros do governo. Era pre- ciso então que viéssemos a público, com toda a veemencía de um protesto indignado, para mostrarmos que aqueles julgamentos sôbre a nossa conduta não passavam na ver- dade de frutos ou de uma ignorância total da linha do jor- nal ou da mais deslavada e cínica má-fé. Em ambos os ca- sos, não vemos como defender a posição daqueles julgado- res, principalmente quando êles têm responsabilidade na própria organização da sociedade e se chamam chefe de Polícia, juizes e até mesmo desembargadores.

Não queremos, entretanto, passar lição de moral em ninguém, e nem seria esta a oportunidade melhor para uma tarefa assim. Desejamos apenas chamar a atenção dos lei- tores para a desigualdade de julgamento que certas pes- soas, e até de responsabilidade, dispensaram a êste jornal em confronto com os seus congêneres da Capital.

Para tais pes.soas, o nosso jornal deve ser repudiado, fechado, destruído, atomizado. Os outros, entretanto, podem entrar no mais recesso de seus lares, para formar a cons- ciência de suas filhas e suas esposa^. O nosso pertence ao redil de Satanaz, enquanto os demais são enviados da Pro- vidência Divina, e encontram sempre as portas dos lares mineiros abertas de par em par para recebê-los, como se recebe a um médico ou a um sacerdote. Os mesmos falsos catãos que murmuram contra o BINÔMIO, não se enver- gonham de recomendar para seus entes queridos a leitura de uma «Folha de Minas» ou de um «Diário Católico», por exemplo, cujas matérias para transcrevermos em nossas páginas tivemos de inserir numa edição especial, publicada com a advertência que encima a literatura proibida dos fo- lhetos vendidos clandestinamente nos pontos suspeitos da cidade. Depois da leitura deste número, poderão os nossos leitores ficar sabendo onde estão as imoralidades da im- prensa belorizontina, se no BINÔMIO ou nos chamados jor- nais sérios, para os quais o governo de Minas reserva men- salmente uma verba de publicidade superior a 1 milhão de cruzeiros.

Lamentamos mais uma vez ^ue tenhamos sido obriga- dos a prestar esses esclarecimentos, levando aos nossos lei- tores a literatura deletéria, mórbida e escabrosa que os nossos prezados colegas freqüentemente inscrevem em suas páginas. Mas era preciso mostrar á população que o «diabo não é tão feito assim como se pinta».

«Já o boiinou e agore quer desvia-lo»

«O Monstro pretende das mulheres o melhor, que é ainda o amor carnal» —- Para o senador Assis Chateaubriand, o i)re- sidente da República é ura desvirginador de donzelas incau- tas «Enorme o amor que êle dedica às carnações novas»

No dia 7 de outubro de 1952, o «Estado de Minas», órgãa dos «Diários Associados», publicava em sua 4a. página, uft. interes- santíssimo artigo do senador Assis Chateaubriand, uma das figuras de maior prestígio na alta sociedade brasileira. Trata- se de um trabalho intitulado «O Monstro Loiro de Itu», no qual o ilustre jornalista compara s. excla. o sr. presidente da Re- pública, dr. Getúlio Vargas, cona o tarado de São Paulo.

Era nosso propósito transcre- ver na íntegra o comovente ar- tigo do senador paraibano. Mas, ele e bastante longo e tomaria um espaço^ que não possuímos em nosso jornal, de forma que somos obrigados a selecionar os trechos mais curiosos, que saem entretanto publicados em sua absoluta exatidão. Nada acrescentaremos de nossa res- ponsabilidade, a não ser os tí- tulos e explicações marginais necessários à melhor compreen- são do leitor. «O MONSTRO LOIRO DE ITU»

O senador Assis Chateau- briand inicia seu artigo, com a desenvoltura que marca seus es- critos:

«Ele aparece, no sul, como seu êmulo surgiu em São Pau-

•j parecem na iden- tidade dos métodos de desviar pessoas incautas, atraindo-as aos bosques cerrados para poa- suí-las e estrangulá-las. Agora ambos os monstros inquietam á sociedade brasileira, com a ou- sadia de sua agressividade. Qual dos dois revela maior ímpeto? Qual deles tem mais volúpia de carne tenra, de musculozinhos frescos, desses que a gente põe na boca e o filet se desfaz em polpa de pêssego macio? Qual o que devora as suas vítimas com maior sede de beber sangue juvenil ?» PRIMEIRAMENTE GOSTAVA

DE «BALZAQUEANAS» E prossegue no mesmo tom o

senador Chateaubriand: «Acompanho os passos do

Monstro Loiro de Itu, desde que ele desembarcou no Rio, em ja- neiro de 51. Outrora o seu ví- cio se cevava em balzaqueanaa e super-balzaqueanas de qual- quer tempo. Hoje, com a evolu- ção dos anos, está na plenitude

do amor livre, como entre a se- dução do amor livre, prefere os brotos».

UDN, ORFANATO DE VIRGENS

O ilustre jornalifltft, antigo membro da «Liga de Decência», descreve agora a próxima víti- ma do« Monstro Loiro de Itu»;

«A UDN é um orfanato, com meninas de 12 e 14 anos, sem pai nem mãe. Mas o sátii-o in- corrigível àquela Cjue namora, de verdade, desde vários anos, é a Rainha dos Brotos. De fita branca no cabelo repartido en- tre dois, o arzinno de Pucela desguarnecida, o Brigadeiro é desde 1950 o objeto da lascíva do Monstro. Olha-a, com o olhar mais lubrico do mundo. E' com ela que quer ir. E' a ela que pretende, agora de novo desem- caminhar, sem o receio de um proceso sensacional, pelo muito de castidade da rapariga. Que tentaç&o que é o Brigadeiro! Está virgem, praticamente vir- gem desde 36!»

QUER DEITAE-SE COM O BRIGADEIRO

Em seguida, o senador faa uma reveleçfio impoitantíaeima, deflcrevendo os planos de sua

excia. o sr. presidente da Repú- blica:

«O Sátiro poderá estar pen- sando a esta hora em tudo: se- ja na guerra da Coréia, como no pre_ç«» do feijão. Menos em ministério, mudança do minis- tro, contradança de partido. O que ele almeja é só uma coisa, uma coisa só: deitar-se na cama com o Brigadeiro, conspurcar-lhe a pureza, desnudando-o e bei- jando-© com os beiços ávidos, ri- cos da sensualidade e do amor que êle tem pelas camações no- vas». O GOSTOSO VAI SER AGORA

Revelando seus conhecimentos sôbre a vida do ar. Getúlio Var- gas, continua com sua descriçã* rica de detalhes o senador pa- raibano:

«E' fato que êle já teve o Bri- gadeiro que boiinou o Brigadei- ro; que a Menina passou pela porta do seu educandário. Mas o «Brotinho» em 29, 30 e 32, ti- nha 12 ou 13 anos; não. sabijt o que fazia. Era totalmente ino- cente das intenções daquele que pretendia desviá-lo. O gostos»

Cont. na pag. 2

D. Heroina e o Pinto

«Tribuna de Minas» publicou em sua primeira página, no dia 5 de setembro des- te ano, a seguinte comovedora notícia:

«Despacho na Secretaria de Educação, sobre uma professora. Heroina Freitas, que pediu a juntada do sobrenome Pinto:

«Não consta que d. Heroina Freitas tenha Pinto. Se o tem, não o usou até ago- ra. Se o Pinto é do seu marido, tem o di- reito de usá-lo oficialmente.

A' consideração superior.

Defiro a d. Heroina o uso do Pinto, desde que prove sua existência».

Page 28: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO

o V

16-11-1952

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(s:; ,. I.liretür:

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;"'/i lí AüUA FlfESCA) KUliü LUIZ ARANTES

Redação: Ed. Capichaba - Rua Rio de Janeiro, 430 - Sala 64 PKINCfriOS :

A direção se responsabiliza por toda a matéria pu- blicada, mesmo polos artigos assinados; Devolvemos os originais não publicados; Não aceitamos publicidade: a) Do Govênio do Estado;

Da Prefeitura Municipal; Da Companhia Kôrça e Luz; Da Conipanliia Telefônica; Das emprêsas de cinema; De tôdas as outras firmas e organizações da Ca-

g| pitai, que tenham por norma controlar a impren- ^ sa por intermédio da publicidade. « Distribuição e publicidade: AMADO RIBEIRO 3 ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS •

e« «O 03 •• ••••••••••••••««

b) c) d) e) í)

LA B § B A

«A precocidade do Ubaldo se revelou à família e so consti- tuiu em orgulho de Divinópolis, através de um episódio inespe- rado e sugestivo.

Naqueles inesquecíveis tem- pos em que, em junho, ainda fazia frio nesses trópicos, seus pais, uma noite, colocaram-no na cama, es<]uecendo-se, porém, de Cübri-lo.

De madrugada, o corpo gela- do como o ó o do poeta Edison Moreira, Ubaldo reclamou:

— Me embrulha, pai... A originalidade da frase, o

poder de síntese, a desconcer- tante observação, o desprêso pe- la sintaxe (o menino tinha ape- nas três anos), foram suficien- temente fortes para formar a convicção gorai e unânime de que Divinópolis era berço de uma inteligência excepcional merecedora do respeito e da ad- miração de todos os seus habi- tantes .

E logo sua fama passou a ocupar a atenção de todos os fnclitos espíritos do lugar, in- clusive invadiu meu pobre tugú- rio de nobre exilado entre ple- beus. Um castigo que não me- reço absolutamente. ' Intrigado com o fenômeno, passei então a acompanhar o desenvolvimento daquele inexce- dível prodígio e me f«i permi- tido anotar inúmeros fatos com- pMbatórios da fôrça daquele gênio tenro, sim, mas já cheio do vigor dos grandes e altos vegetais.

Vou revelar hoje dois ape- nas.

Uma vez, visita em casa, os pais de Ubaldo, como era de costume, insistiam com o me- nino para falar alguma coisa.

pois todos estavam doidos para ouvi-lo, etc. e tal. Depois de insi.stontcs, i;npertinentes e de- moníacos rogos, o menino abriu a bôca c deixou cair no embas- bacamento dos presentes, o con- ceito pausaio, misterioso e su- premo:

— Retroz preto... De outra feita, esteve em ca

sa do seus pais, para vê-lo ouvi-ln, o cel. Pedro X. Gon tijo, chefa político local, acom- panhado da diretora do grupo o da presidente da Liga Con tra os Maus Costumes (já nes sa época, não muito remota, pois o Ubaldo contava seis anos, Divinópolis ainda não gozava de bom conceito). Era de noi- te, o Ubaldo (juerendo deitar, embrulhado numa camisola, doi- do de sono. Quando viu seu pai buscá-lo e sua mãe abandonar o tricô, deduziu logo que teria de se exibir. Exposto na sala, pediu-lhe o pai

que falasse ejn francês nomes de membros do corpo humano. Safado da vida, Ubaldo come- çou a ladainha. De repente, vi- sita-lhe uma amnesia. Não ha- via mais jeito de se lembrar de nada. E o pai insistindo, ante a curiosidade das visitas meio decepcionadas e a compreensão aflita da mãe. Nervoso, o pai urra em seu ouvido. Tão alto gritou e tão forte que a inteli- gência do menino acordou, fe- lizmente. Estava salva a pá- tria. O menino levanta a cami- sola e, lúcido e calmo, pega uma coizinha engraçadinha, parecida com um biquinho de borracha, e encerra a enumeração:

— La bimba...» («Folha de Minas 16|9|51).

«Amai-vos uns sobre os outros»

(Pensamento de um escolar, citado por Rubem Braga no «Diário de Minas» de 5-11-52}

(h' 'vnmA'

ilHOOS

njlí íOf,

io «A

' Anuncio publicado em 5 de agosto dêste ano pelo jornal católico (proprieda- de da «Boa Imprensa S.A.» e sustentado pela Cúria Metropolitana) «O Diário» e reproduzido no dia se- guinte, como curiosidade, na primeira página da «Tribuna de Minas»:

«Aluga-se quarto inde- pendente, a mulher livre. Tratar à rua...

É o «fruta* cio Minas

«Jogando na ultima partida do jôüo Mackenzie^ X Minas, o Yustrich já havia co- metido três faltas, quando desalojou um adversário e atirou-o sôbre a arquibanca- da, O juiz Álvaro Piriri apitou incontinenti a falta. Mas o Yustrich inchou o peito e correu par ao oficial:

— Mocinho, não vá dizer que eu come- ti «foul»'

O Piriri, já sofrendo as convulsões do dito, desculpou-se trêmulo:

— Não, «seu» Yustrich, não senhor. Esse «fruta» aí do Minas é que rícocheteou no senhor...» (Diário de Minas. 9-12-49 — Ia. pag. do II caderno).

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O GIGANTE DA

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«Diz a senhorita Celeste que na verda- de houve casos tristes a rej^istrar durante as Olimpiadas Universitárias. Pelo menos, duas pequenas foram surpreendidas no se- guinte diálogo:

— Então, querida, como foi de Olim- piadas?

— Maravilhosamente.

— E o resultado?

— Ah' Isso agora não sei. Só daqui a nove meses...»

(Diário de Minas. 14-9-52 — Ia. pag. do II caderno).

— E sobrcfudo njQ «« «{quota «juc as horât exlraordiitiriaf tie pjfjt cm dobro!. . . ^

(Reprodução de um desenho publicado pelo «Diário da — Noite», em 4-11-52 —

As mãos...

coito a três, quatro espasmos. Porém era somente Carlito que a levava ao aniquilamento com- pleto, àquela sensação de arre- batamento total, na mais dolo- rosa e agradável sensação da carne, a tortura e o espasmo».

E a história continuava por aí, incluáive com alguns trechos que, por considerarmos excessi- vamente grosseiros, deixamos de transcrever mesmo nesta edi- ção imprópria.

J. REIS

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RUA DA BAHIA. 887 / 209 A 211

DEITAR-SE INA... vai ser agora: fazer o Briga- deiro Miss 1952».

ü JVIONSTKO PKEFKKE 0 AIMÜU CAKNAL

I^as, o diretor dos «Diários Associados» mostra certo receio pelos golpes do «Monstro» e ad- verte em tom paternal:

«O essencial do caráter por- tanto, do Monstro Loiro é a li- bertinagem. Seu voluntariado é do amor livre. Nada de compro- missos permanentes. Há indiví- duos amorosos que buscam jun- to as mulheres consolações de- licadaSj como sorrisos e visitas o Monstro pretende delas o me- lhor, que é ainda ^ amor car- nal. Na poHtica, é onde encontra a satisfação mais profunda da. crueldade dos seus sentimentos. Despreza nuanças no tipo do amoi-paixão, que o tortura, so- bretudo quanto aos anjos e aos serafins, isto é, por aquelas criaturas que nunca foram de- floradas. E' temperamental essa inclinação pela virgindade e pe- la santidade de certos caracte- res. Neles é que mais gosta de fixai os^ seus romances, ou a sua lubricidade, o que dá no mesmo».

O BRIGADEIRO NÃO DA' «BOLA»

O senador informa então que o Brigadeiro tem resistido até aqui ás galanterias do sr. pre- sidente da República, que tudo faz para conquistá-lo:

«Dai por diante, é um nunca mais acabar de apalpadelas de agarrações a furto, de piscade- las dolhos, de faceirices de todo jeito. Passa-a adiante de todas as outras o Sátiro: coionel, bri- gadeiro, tenente-brigadeiro, ma- jor-brigadeiro. E' toda uma sé- lie curiosa de bolinagem. Atro- pela-a na rua, no bonde, no fun- do da casa, no futebol, por toda a parte. E ela não cede mais; não cedeu até 1949, quando, por sua vez, passou a seduzí-lo a Menina esquiva. Senhor de no-

, posto, o Monstro não tem tido descanço, tendo apanhado por ai uns lambaris, a sua libi- do não se contenta dos peixes de segunda ordem, que tem pes- cado. Eis, portanto, a razão pe- la qual persegue o Brigadeiro, que é um peixão».

16-11-52 BINOMIO

C^SELLO MO centro Blk% DONAS DE CASA"

(Diário de Minas, 22-7-52 - 5.a pag. do l.o saderno)

O "BROTO" E A "BRUTA

As duas grandes sensações da cidade

ff

O «BROTO»

A garota infernalíesima que passa pela rua, virando a ca- beça de marmanjos de tôdas as idades e nos enchendo o cora- ção dos mais desconcei tantos desejos, é o «broto», a maior invenção brasileira dos últimos tempos. Qual é o cidadão que até hoje não teve a sua dor do cabeça, como também dor de outras coisas mais graves, pi-e- ocupado com um «broto». To- dos nós, irmãos, já tivemos.

A outra sensação é a «Bru- ta». Sim, a «Bruta-Liquidação»

A «BRUTA»

de A NACIONAL, que está vi- rando a cabeça de todo o mun- do com os seus preços espetacu- larmente baixos. Todos nós, irmãos, devemos aproveitar os preços da «Bruta», já que os do «Broto» estão pela hora da morte.

O «BROTO» COMO A «BRU- TA» PODEM SER ENCON- TRADOS NA AVENIDA.

A «Bruta Liquidação» da A NACIONAL, Avenida com São Paulo.

O Brigadeiro já virou corôa

A propósito do artigo do sr. Assis Chateaubriand, descre vendo a bolina do sr. Getulio Vargas no brigadeiro Eduardo Gorncs (e que estamos trans-

«Um dos oradores na inauguração do retrato do governador na sede da FMF declarou que^ o An- tônio Caran seria um con- tinuador da obra adminis- trativa anterior. O Caran mexeu com a sombranee- Iha e, cotueando discreta- mente o França Campos, comentou baixinho:

— Se essa «obra» é a mesma que entendem os meninos lá em casa, vai ser preciso mandar a exa- me de laboratório».

(Diário de Minas 2-7-52 — la. pág. do 2.' cader- no) .

crevendo na primeira página) «Tribuna de Minas», em sua edição do dia 9 de outubro de ste ano tece os seguintes co mentários:

«Este Chateaubriand por certo que nós não o conhece- mos. E' outro que aí está com o mesmo nome! Outro, que a- penas logra ser o eco do ver- dadeiro, daquele que foi, sem favor, um dos pináculos da nossa imprensa. Mas, o eco nostálgico do fim bem próximo, que para ele se avizinha sem cjualquer resjxúto pela austeri- dade dos anos vividos. Pobre Chato!. . . Para que es.se espe- táculo deprimente? Para que tanto caldo e tanta exibição de imoralidade? Para provar que ainda pode perturbar a paz das donzelas e das balzacjnia- nas? Ninguém mais acredita nisso, querido senador. . .

E, cá, entre nós: o Briga- di'iro de há muito que já virou corôa. Ninguém mais pensa sequer em boliná-lo...»

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Por apenas 30 cruzeiros de nossa desvalorizadissima moeda, você poderá receber o BINÔMIO em sua casa duran- te um ano inteirinho.

Mande-nos essa importância, acom- panhada de seu nome e enderêço e nós lhe enviaremos todos os números do jor- nal, inclusive os que forem apreendidos pela policia.

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Trecho de uma nota divulgada na primeira página de «Tribuna de Mi- nas», no dia 7|11| 952:

«Ouvem-se, en- tão, dentro da Fe- deração, frases co- mo esta: — O Ta- tá foi hoje chama- do de vira-bosta num jornal. Cabe- te pedir o voto de praxe...»

TEM OENTE

Parece Senhora

«Quando da visita do ministro Sousa Lima ao interior de Mi- nas, o diretor de certa autar- quia federal, por ocasião de um banquete, elogiou os dotes físi- cos e morais de sua «senhora». Acontece que o referido diretor não é propriamente casado, o que causou certo mal-estar en- tre os convivas que conhecem a situação».

(«Tribuna de Minas», 24-10-52).

«0 comerciário Manoel da Sil- va Guimarães, residente no bair- ro do Carlos Prates, ontem, en trou afobado no edifício Acaia- ca. Ao pegar o elevador, per- guntou ao ascensorista:

— Por obséquio, onde fica o escritório do dr. Walter Car- mer ?

— Não há esse nome aqui. — Há sim, senhor. — Então não o conheço. — Paz o favor de me deixar

no 10." andar. Ao chegar ali, Manoel da

Silva Guimarães se meteu no corredor. Vendo em uma porta

as iniciais W. C. paia lá se di- rigiu, crente que encontraria o que procurava. Depois de bater na dita porta por cinco vezes, uma voz fina e avoludada res- pondeu lá de dentro:

«Tem gente».

(«Tribuna de Minas», 2(>-7-r)2)

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Page 29: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINÔMIO 16-11-52

«As mãos cabeludas e gordas de Carlito escorregavam-se volu-

- ptuosamente por suas carnes»

(Reprodução de um desenho publicado por «Tribuna de Minas» no dia 2-4-52^ 7.' página)

Carmen não resistiu — «Êle mesmo trouxe os primeiros clientes para o leito do pecado» — Depois abandonou a amante, porque «tinha muitos filhos para tratar» ~ Leia

abaixo a curiosíssima história publicada pelo

DIÁRIO DE MINAS

Os leitores do «Diário de Mi- nas», que se contam por milha- res em todo o E)stado, tiveram oportunidade de ler uma histó- ria curiosíssima no número do diíi 8 de julho de 1951' em sua 1.' página do 3.' caderno do prestigioso órgão da imprensa mineira. E' a história de uma jovem — Carmen — com ape- nas 14 anos, que se apaixonou perdidamente pelas mãos do fi- lho da vizinha.

A HISTÓRIA O jornal começa a história,

informando que Carmen nâo ti- nha pai, pois «êste morrera

«POR RÔLA» É OU NÃO É IMORALIDADE?

No BINÔMIO: sim; nos jornais do governo: não

Por ocasião do julgamento do mandado de segurança impetra- do pela direção de BINÔMIO, contra a medida policial que de- terminou a apreensão de uma de nossas edições, a parte mais interessante dos debates foi exatamente a discussão sobre o verfadeiro sentido da expressão POIl RÔLA. Desejavam saber os senhores desembargadores do Tribunal de Justiça, se POR RÔLA é ou não é imoralidade. Isto porque a edição de BINÔ- MIO apreendida pela Polícia era exatamente aquela que tra- zia na primeira página a man- chete «dUSCELINO FOI A AKAXA E LEVOU RÔLLA».

Muito embora, na referida manchete, o termo RÔLA apa- recesse com dois «LL» e «R» maiúsculo e o texto da notícia esclarecesse, de modo inequívo- co, tratar-se do sr. Joaquim Rôlla, preferiram os senhores desembargadores — por 6 votos contra tres — considerar imo- ral a manchete de BINÔMIO

O EXEMPLO DO ÓRGAO OFICIOSO

A propósito, desejamos sub- meter à apreciação dos leitores, duas anedotas divulgadas êste ano por dois jornais tidos como sérios e decentes pelas autori- dades da Capital.

A primeira delas, contada I Pois bem. Ontem à noite, lá pelo cronista Barão de Barbar bela, na página de esportes da «Pôlha de Minas» (órgão ofi- cioso do sr. Juscelino Kubits- chek) fala sôbre um passeio dos jogadores Ubaldo e Petrô- nio à Pampulha. A certa al- tura, o Ubaldo viu um pombal e ficou muito curioso. Virou-se então para o colega e pergun- tou, apontando para a casa das pombas:

— «Pra que isso, Pepê? E foi então que o Petrônio

sorriu malicioso e respondeu em cima da perna:

— «Pra pô rôla, Baldo». TAMBÉM A «TRIBUNA» A segunda foi narrada na co-

luna «Ronda Policial», da «Tri- buna de Minas» do dia 10 de ju- lho deste ano.

Diz o seguinte: «O sr. José Guilhermino de

Sousa é, como o cronista Felix Fernandes Filho, entusiasmado por caçadas. Todos os sábados, de madrugada, sai de casa, «aparelhado», e se embrenha nas matas à caça de veados perdizes, pássaros e outros bi- chos mais. E seu ponto predi- leto para contar aos amigos suas proezas é debaixo de um poste localizado na confluência das ruas Garças e Rio Manso.

Pirerucú

«o Joãozinho, excelente arqueiro do Vila e insis- tente reserva no Atlético, exerceu, há tempos, a profis- são de garção.

Certa vez, num restaurante de luxo, servia um peixe uma senhora. Esta, grande entendida desse prato, ao

vêr aquela massa que o Joãozinho lhe trouxera, temendo uma intoxicação c querendo certificar-se do que iria in- gerir, perguntou ao guapo goleiro:

— Pirarucu? . E o Joãozinho, rápido, olhando pros lados: — Tiraram, sim, sra.»

(«Folha de Minas», 9—9—51)

se encontrava José Guilhermi- no, em companhia de amigos. Falava da última caçada. Em certo momento, disse:

— Imaginem vocês. Eu, lo- go que vi o «bruto», saí cor- rendo em seu encalço. Ele pu- la daqui, pula dali, mas estava sempre na minha mira. Entre- tanto, ao pular uma cêrca, caí. A espingarda foi longe e dis- parou. No momento, passava um bando de rolinhas. E não é que matei um punhado delas ?

— No «duro?» — perguntou Antônio Gonçalves.

— Sbn. Agora adivinha quantas rolas morreram.

— Umas dez... — Põe rôla nisso...»

Carnaval

«Carnaval, ai quantas vezes As imprudentes Marias Choram tristes nove meses As loucuras de três dias.

Antes que a noite se acabe, Lá se vai tudo que é seu. Ela sorri mas bem sabe Que não volta o que perdeu.»

(Versos do poeta Djalma An- drade, publicados em 1947 por ALTEROSA, «a revista da fa- mília brasileira»),

MHim para Dbá

Segundas, Quartas e Sextas

Tratar com ISMAEL no

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quando ela era ainda uma cri- ança». Tratava-se de uma me- nina ardente, viva e bonita. Co- mo dissemos, caiu de amores por Carlito. E então o jornal descreve;

«De vez em quando, extasiada nos braços animalescos e gos- tosos de Carlito, se reocrdava do filho de dona Clarinda e di- zia sorrindo ao amante: «Sabe como êle me provocava ? — «Quem?», perguntava o homem raivoso. — «O Pedrinho, filho de dona Clarinda, você já ou- viu falar nêle. Pedia-me para deixar trepar na laranjeira, e eu sabia o que isso significa- va; atirava-se forte desta aos meus seios pequeninos e ba- band®-se todo gritava: ê ta la- ranjinha gostosa».

«NAQUELA CAMA»... Continua a história de Car-

men, pelas páginas respeitáveis do «Diário de Minas»:

«A fôrça do homem e seu modo de aniquilá-la ali naque- la cama, naquele quarto, sem- pre estava presente no seu pen- samento e mais que nêle, na sua carne que queria ser cada vez mais maltratada, pisada, ferida e tiranizada, para que gozasse tal uma cadela e ainda ébria e soluçante buscasse iiTÍtá-lo a fim de açolar a cólera e obri- gá-lo a castigá-la com volup- tuosas bofetadas. Aquelas mãos, que mãos possantes e doces, aterrorizadoras e atraen- tes, quando deliciosas escorre- gando-lhe pela carne numa bus- c6 que só elas sabiam».

NUNCA BEIJOU Esclarece o intrépido jornal

que Carmen «nunca beijara, ti- nha horror aos beijos, porém

mordia com ânsia as desconfor- mes mãos cabeludas e gordas de Carlito».

CARMEN SE PERDE Depois de tanto morder as

mãos de Carlito, Carmen pas- sou a viver em sua companhia^ embora já nesta época aceitasse convites para sair com outros homens, segundo a narrativa do «Diário de Minas». Carlito a obrigara a prostituir-se, «para você nâo me pesar muito». Diz o redator que «Carlito se en- carregou êle próprio de trazer- Ihe os primeiros clientes». CARLITO QUER ABANDO-

NAR CARMEN Nesta altura — de acordo

ainda com o «Diário de Minas» — Carlito já estava se enfa- rando da amante. Então escre- ve o jornal, transcrevendo de- claração do malandro:

«Eu tenho mulher e filhos e se a visito ainda é porque você (Carmen) me desperta, sempre que a vejo, um desejo safado de esmagá-la na carne, desej* com que você mesma me pediu que macerasse com tôda a mi- nha potência os seus seios, na primeira noite».

CARLITO SUPERIOR A TODOS OS OUTROS

Carmen então respondeu ao amante:

«Carlito, pise-me, bata-me e sobretudo me aperte até matar, com essas mãos que adoro, com- preende, que adoro».

Carmen não se emocionava com os outros homens que lhe passavam pela vida. Tudo era Carlito. «As suas mãos eram magnéticas — diz o jornal. Outros homens arrastavam o

Cent, na pag. 2

Expressão nova

«Na verdade preciso envelhecer e procurar pôr em dia minha arcaica linguagem. Do contrário, me transformo num pernicioso e inútil marginal.

Domingo, nâo me foi possível entender determinadas expressões que andavam de bôca em bôca.

Esta por exemplo: Antes do início do segundo tempo, o Osvaldo Simões,

fotografo da «Tribuna de Minas», entrou em campo para' bater uma chapa do Atlético. Um cruzeirense, certamente meio nervoso com o placar, gritou:

— Cai fora, puchasaaco! A grafia deve ser mesmo assim, pois, após o jôgo fui

ao dicionário e não encontrei nada a respeito. Pensei então que pudesse ser «pucha-saco». Porém logo afastei a hipó- tese, visto como, em se tratando de galo, o máximo que o Osvaldo Simões poderia fazer era puxar-lhe o esporão o rabo ou a crista. E nada disso o rapaz fez». '

(«Folha de Minas» 18-9-51).

O sr. Pedro Pereira Filho voltou de Goiás profundamente dece-

pcionado com os xavantes. Descobriu que os índios daquela

tribo não comem gente.'

B 1 N O in 1 O (SOMBRA E AC3UA FRESCA)

(ÓRGAO QUASE INDEPENDENTE)

ANO 1 99 BtíLO HORIZONTE, 23 DE NOVEMBRO DE 1952 •• NUM. 15

Tiragem

da presente

edição

25.000

exemplares

JUSCELINO PRECISA DE ROLLA!

FIIIS El SOHim

Já está escolhido o futuro di- retor de «Tribuna de Minas», om substituição ao sr. Alexan- dre Kondcr, que exerce presen-

■ temente a<iuela fiiti'-ru. Trata- se do jornalista mineiro Adela- dio Settc do Azevedo dire- tor de um dos jornais adema- ristas de São Paulo, que nor muito tempo trabalhou na im- prensa belorizontina. Como se sa- be, já há ai,?'-"" ^ lí a-sc como certo o afastamento do sr. Ivonder, em virtwle de víinos incidentes com o PSP minoiro, criados por aquele cidadão.

* * * Não vão muito bem as coi-

»as para os lados da Rádio In- confidência. Até o dia Ifi do corrente, quando foram pom- posamente inaugurados os no- vos transmissores adquiridos no governo passado, as dívidas da emissora oficial elevavam-se a mais de 4 milhões de cruzei- ros. Sabe-se que existe nos meios oficiais uma tendência muito forte no sentido do afas- tamento do locutor Ramos de Carvalho da direção da emis- sora, pois há aí uma quase unanimedade quanto à sua in- competência para ocupar o im- portante cargo.

Cent, na pag, 2

A caminho de Pasárgada

TANTO A UDN QUANTO O PSD ESTÁO DE ACÔRDO NESTE PONTO.

Aumenta a cada in.stante o -■nigma que cerca o funciona- mento do.s hotcis cio governo nas c.stâncias hidromincrais. Ninguém sabe ao certo o que prctcnte o governador Jusce- lino Kubitscliek, embora .seu lilêncio sôbre o assunto cause suspeitas gi-rais. Para os ele- mentos da oposição os propó- sitos do chefe do Executivo são ps mais condenáveis e compro- metedores possíveis, deixando- o irremediàvelmente mal pe- rante a opinião pública . Os udenistas combatem violenta- mente a conduta do sr. Jus- ::c!ino Kubitschek diante do problema da exploraç.íto dos hotéis balneários. Já os pesse- distas pensam de maneira di- versa, rasgando os mais incon- licionais elogios ao seu diri-

gente máximo. Seja como fôr, o assunto

merece o maior destaque, pois da orientação que o governo pretenda tomar diante dêle de- penderá em grande parte o fu- turo das cidades de veraneio.

Que irá fazer? Que não irá fazer? Nós não sabemos res- ponder ao certo e preferimos

o vereador Francisco Fern-ira de Carvalho, lider do PSD, clue iria fazer importante reve- lação. Como se sabe, o sr. Carvalho c elemento estreita- mente ligado ao governador c sua palavra deve ser r.-cehida

Continua na pá,!,'. .1

PREÇO

Ct$ 1,00

deixar a questão para a apre- ciação do leitor.

Na sessão da Câmara dos Vereadores, de quinta-feira última, dia 20, por exemplo, surgiu uma acalorada discus- são entre os vereadores udenis- tas e pessedistas, moti- vada por um discur- so do sr. José Leão, atacando o que chamou de, «regime do escândalo e pouca vergonha criado pelo governo nas es- tâncias hidroininerais».

Em defesa do governo com- pareceu, embalado e nervoso, '

MÉTODO CIlíNriKICo

'(Tragédia em dois atos)

ATO I Cenário: Delefracia de Polícia de cidade do interior. Personagens: Delegado e preso. I)K(.E(;AI)0: — Vanio Ioko, seu dis«;ramado. Ou você

confessa ou eu te rebento de couro. PRESO: — Ui. ,. ai. .. ai-ai. ,. ui-ui. ,. (Ruído de correiadas, borrachadas e outros argumentos

policiais). 4c >1: >|c ATO II

(Cinco horas depois). Cenário: A mesma delegacia. Per-sonaRcns: Delegado e sargento comandante do des-

tacamento. SARGENTO; Seu delegado! õ seu delegado, peguei

o «home da foice». Tá aqui comigo. DELEGADO: — O sargento burro, que num fai nada

dereito. Agora num adianta mais. ôcê pode sortá o seu ho- me, porque o que eu peguei já confes.sd.

Page 30: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINOMIO 23-11-52

BINOME®. (SOMBRA E ÁGUA FRESCA)

Diretor: EURO LUIZ ARANTES Redação: Ed. Capichaba - Rua Rio de Janeiro, 430 - Sala 64

PRINCÍPIOS : 1) A direção se responsabiliza por tôda a matéria pu-

blicada, mesmo pelos artigos a.ssinadct>; 2) Devolvemos os orit^inais não publicudou; 3) Não aceitamos publicidade:

a) Do Govêrno do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Fôrça e Luz; d> Da Companhia Telefônica;

• Ci) Das empresas de cinema; ^ ' f) De todas as outras firmas e organizações da Ca-

pitai, que tenham por norma controlar a impren- sa por intermédio da publicidade.

* Distribuição e publicidade; AMADO KlBEIRO S ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS •

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Uma promessa para idílio

Hoje ninguém mais discute, nem uK-smo o deputado Sin- val Siqueira com sua burrice apocaliptica, que o BINÔMIO te- nha marcado o mais estrondoso sucesso na imprensa mineira em todos os tempos. Sem o colorido extravaganti" da «Folha de Minas» ou as bênçãos cpi.iCopais de «O Diário», mas simplesmente com o desassombro de nossa linha e a independência de nossa con- duta, conseguimos, em apenas 9 meses de atividade, um resul- tado que consagra definitivamente qualquer publicação. Em nosso numero de domingo passado, com o qual mostramo.s o fa- risaismo moralista dos demais jornais, atingimos uma tiragem de 32.500 exemplares, ou seja, um total equivalente á tiragem ver- dadeira dos 7 diários editados na Capital, üs 22.500 exempla- res que distribuímos no sábado á noite, já no domingo pela ma- nhã estavam praticamente esgotados. Fomos obrigados a provi- denciar com urgência a impressão de uma quota suplementar de mais 10.000 exemplares, a fim de atender á procura do leitor durante os outros dias da semana. Poderiam haver provas mais concretas de um sucesso jornalístico? O fato c tão evidente que ate o vereador Antônio Caldeira Vitral, sucumbido na sua inu- tilidade de manequim da «Casa Guanabara», não encontra difi- culdade em perceber.

O humorista (?) insiste

em íazer graça

o sr. Jair Silva, até para plifííía-; e um mau humorista. Depois de ler as nossas duas notas sôbre sua pessoa, nas (luai.s fizemos scRuir a palavra humorista de um sinal de inter roRação entre parêntesis, o ilus- tre cronista entendeu que aí es tava a chave para o sucesso de seus e.scritos. E resolveu então espalhar ênse recur.so a torto e a direito em seus trabalhos, co- mo fêz na terça-feira última, em nova crônica que Rentilmen- te nos dedicou.

Mas, o dr. Jair não apriu com bastante inteliíçência. O sinal usado por nos causou efeito, doutor, porque cabia na frase, assentava muito bem no pensa- mento que estávamos emitindo. Os leitores, professor, f^ostaram do nosso comentário, porque co- nhecem de sobra o tipo de hu- morismo que v. excia. pratica. Porém V. excia, não compre- endeu isso e foi aquele despro- pósito de estilo, de sentido e de propriedade de sua ultima notinha.

A MANCHETE ANUNCIAVA COM

PEZAR; «O COMiCIO VALIA MUITO

MAIS DO QUE TRÊS CRUZEIROS».

O t ia r,c ri . O ÜQO Âlqui meias...

Mas o êxito sem precedentes de BINOMIO não constituiu surpresa para aqueles que tomaram a si o encargo de ríalizá-lo. Não porcjue sobrestimássemos as nossas forças, e sim, porque co- nhecíamos a vulnerabilidade do atual govêrno — cujos erros e falhas combatemos desde o primeiro instante — com suas nego- ciatas mensais, suas pagodeiras semanais e seus passeios diários. Por isso mesmo, afirmamos desde o nosso i.' número que BINO- MIO iria desenvolver-se, progredir, crescer, com uma desenvol- tura que talvez nem mesmo o sr. Geraldo Starling tenha atingi- do dos 12 aos 16 anos, quando tomava jx>derosas doses diárias de «Pó Royal», com gemadas de ovos de pavão.

Na ocasião em que o sr. Antônio Edílio Duarte, um dos diretores da «Loteria de Minas» saiu pela cidade proibindo os distribuidores do seu joguinho de dar qualquer propaganda ao nosso jornal, assumimos publicamente o compromisso de fazer a nossa tiragem ultrapassar os 30 nif bilhetes semanais distribuídos p<-la instituição do extravagante diamantinense. Os leitores hoje podem cientificar-se, .sobre provas que lhes forneceremos a qual- quer instante, que não. estávamos falando sem fundamento ao fazer aquela promessa ao sr. Edílio. Com o nosso último número cumprimos o que prometemos, nada valendo que contra nós te- nham conspirado a.s dificuldades criadas pelo govêrno, a oposi- ção dos donos da vida e a indignação histérica de meia dúzia de calhordas que nunca nos admitiram, jwrque nunca admiti- ram qualquer coisa honesta c decente.

BINOMIO entra agora em seu 10.' mês de existência, como um menino crescido, que espanta a vizinhança com o atrevi- mento de suas façanhas e a sinceridade dos nomes feios.

O seu comentário entretanto não valeu apenas para demons- trar que v. excia., como humo- rista, cheRou ao fim. Foi tam- bém a confi.ssão de um ressen- timento rebarbativo, alimentado com a efervecência de um sal de fruta. E o ressentimento, matando o raciocínio, compro- meteu ainda mais a sua apre- ciada secção, dando-nos êsse primor de mau gosto e de cre- tinice que foi a sua resposta ao BINÔMIO. Nesse passo, dou- tor, quando o sr. anunciar no- vamente que vai deixar os «Diá- rios Associados», porque não lhe querem pagar os vales, a direção do jornal aproveita a oportunidade e lhe dá as des- pedidas.

Mas nós também, queremos ter o direito de lhe fazer aqui uma advertenciazinha: tome cuidado, doutor, para não perder o em- prego .

disse, quem primeiro estudou aquele plano das apólices fui eu. Estudsi-o em todos os seus detalhes, dei-lhe, forma e então, só depois disso, é que convidéi o Alkmin para fazer parte da sociedade que ia explorar a sensacional invenção. Pois não é que agora o malandro resol- veu tocar o negócio sozinho, só porque me encontro temporaria- mente impadido de agir? Isso é papel que um homem faz ? Não teve nem a cortezia de mo agradecer a idéia, passando co- mo autor da descoberta! Até o nome do negócio êle me plagiou O3 meus títulos se chamavam «Felipetas»; os dêles êle bati- zou como «alquimetas». Esfre- gando nervosamente a mão di- reita contra a esquerda, acres- centou:

— Quero só vêr na hora de repartir os lucros do' negócio Êle não poderá me esquecer.

OUTROS ASSUNTOS O tenente Felipeto abordou

ainda vários outros assuntos na entrevista. Disse que os seus golpes não teriam fracassado se êle estivesse se estabelecido em Bolo Horizonte. Conhece muito o sr. Antônio Luciano, «um ex- celente praça». Tem uma birra especial pelo sr. Osvaldo Nobre, que «só sabe dar pequenos gol- pes». Admira muito o sr. Oví- dio de Abreu, principalmente depois que comprou um lugar na diretoria do Banco Financial da Produção. Atualmente, só ali- menta um desejo: «conhecer to- dos os implicados no inquérito do Banco do Brasil». Terminan- do suas declarações, Felipeto

declarou ao repórter do BINO- MIO:

— Não se esqueça de levar meu abraço ao governador Jus- celino. Tenho ouvido ótimas re- ferências a sua pessoa, rências á sua pessoa

E se retirou para combinar com o representante do sr. As- sis Chateaubriand, uma reporta- gem paga sôbre sua pessoa na revista «O Cruzeiro», assinada pelo jornalista David Nasser.

Fatos em..

KSKcc^SS^M

IIIARMS

—- NSo adianta insistir, que você não vai mesmo a esse tal de «Baile das Debutantes» — exclamou raivoso o rapaz de cabelos untados para a morena requebrante com que dan- çava na elegante gafieira «Aí Vem a Marinha» — Aquilo não é coisa para gente direita.

SO NA

CAMISARIA

QlMIMn

it.Ki0PEJ«ifnn,3M

Desvenda-se agora a verda- deira história que cercou o afastamento do sr. Afonso Pau- lino da presidência da Caixa Econômica Estadual. Tudo se prendeu ao fato de estar aque- le ex-udenista, hoje convertido a política do atual govêrno,

I praticando intensa agiota- ' Rem, com o dinheiro da insti-

1 tuição. O sr. José Maria Alk- i min foi quem exigiu o seu ime- , diato afastamento do cargo, tão

logo teve conhecimento das ir- regularidades praticadas.

>|( !)« 4! Deverá sair na próxima se-

mana o 1.' número de um jor- nal pretensamente humorístico, cujo diretor é antigo especia- lista em perpretar maus troca- dilhos e repetir conhecidos lu- gares comuns. Trata-se do pri- meiro concorrente que vai sur- gir na cidade ao apreciado cro- nista Jair Silva, do «Estado de Minas».

MARIA JOSÉ

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?3-ll-1952 BINOMIO

Ao despedir-se do filho que par ia para a Capital, recomendou compenetrado

aquele velho e expenente mineiro:-"Meu filho, nunca seja bobo. Nao durma

no ponto porque o mundo não foi feito para os trouxas. Mas também nunca

seja tao desonesto quanto o Oswaldo Nobre, diretor da "Tribuna de Minas^

porque isso já é demais".

Place Pigalle

Os diplomandos vão de beca

Graças a urna sugestiva idéia do meu amigo Pedro (o de Belo Horizonte) Pereira {pro- tocolo) Filho, os diplomandos

. dêste ano da Universidade de Minas Gerais vão comparecer às solenidades de formatura lindamente vestidos de beca. E o nosso diretor que, como ninguém sabe, ê bacharelan- do (?) de Direito, vai ficar uma gracinha dentro da vis- tosa indumentária. Principal- mente êle que é um diretor levado da <iibeca». . .

* * * Aliás, vou aproveitar a

oportunidade para fazer uma sugestão ao senhor reitor da Universidade Católica. Se os di- plomandos da UMG vão comparecer às solenidades de colação de grau vestidos de beca, os da Católica poderão comparecer de batina. Aposto que êles ficarão muito mais engraçadinhos do que os colegas da UMG.

« ii! 4c Gostei imenso de ver o sr. Juscelino {ex-Pé de Valsa) de

Oliveira dançando com a senhorita Emilinha (fiu... fiu...) Borba, durante a festa de inauguração dos novos transmissores da Rádio Inconfidência. O governador mostrou que ainda está em forma e que aquele «íx» antes do ^Pé de Valsa» é uma grande injustiça que estão fazendo com êle.

* * * Queria só que vocês vissem o sucesso que eu fiz ontem em

frente ao «.Piiiguim», quando um rapagão simpático se meteu a engraçadinho comigo. Eu olhei pra êle assim de perfil, fiz um gesto delicado com a mãozinha direita e exclamei bem alto:

— Sai Massachussetts! * * *

Adeusinho, viu? POMPADOUR

O Sr. Ramos de Carvalho está apro veitaiido muito bem os novos trans-

missores da Rádio Inconfidência

Depois da chanta- gem do carro «Pi- nar», o «conto do vi- fiário» em Belo Hori- zonte mudou de no- me. Passou a ser o «conto do arcebis- po».

Bernardino Wachac'o de Lima

ADVOGADO

Ed. Qaeluz - R. S. Paulo, 692

— Sala 202

O W

ACREDini

IRodrigues

iLaercio

ajjfaiates

R.TÜPINAMBA$.S32 F o N E:2*0240

JUSCELINO PRECISA... com respeito c acatamento.

Quando o sr. Jo«6 Leão fez alusão a «uma pessoa» que es tava sendo protegida nas con- ■orrcncías ]jara arn-ndamcnto dos hotéis balneário.s, o sr. IVancísco I'erreira de Carva- lho esclareceu com coragem:

— Já sei quem é. E s;'í de tudo que se passa ix>r trás da

; história. r^m seguida o sr. Ferreira

de Carvalho fez a surpreendcn- ^e revelação. «Essa pessoa» não era outra senão o sr.

. Joaquim Rolla, que venceu a I concorrência para explorar o Grande Hotel de Araxá, Mas

j o sr. Carvalho não via qual- I quer gravidade no fato. Pelo contrário, entendia cjue o sr. Governador tinha agido com o maior acerto {mssível.

— O sr. Joaquim Rolla - - declarou ele dispõe de gran- de experiência na indústria de hotéis e turismo. Poderá jxir isso prestar enormes serviços

ao Estado. Juscelino precisa muito dêlc, para reorganizar os hotéis das estâncias hidro- minerais.

Levantando-se com nervo- BÍ.smo, contesta o. sr. Jo.sé Leão:

— Muito pelo contrário. O sr. Juscelino Kubitschek pre- cisa mesmo do sr. Joaquim Rolla, mas é para restaurar o império da jogatina nas prin- cipais cidades do Estado, eomo fez no tempo da Ditadura.

A discussão prosseguiu jK)r longo tempo, sem tpie se che- gasse a imi acordo cm tôrno do assunto. Mas dc uma ma- neira ou de outra — para res- taurar ã jogatina no Estado ou para n-organizar os hotéis nas estâncias hidrotninerais — chega-.sc à conclusão de que o sr. Juscelino Kubitschek pre- cisa realmente dc Rolla. E neste ponto tanto a UDN quanto o PSD estavam dc acordo.

X Estava tôda a família à me-

sa, na hora do almoço, quan- do D. Custódia saiu-se com esta: — Olhe aqui, primo — dis-

se ela falando para o pai de Nonô — você precisa chamar a atenção de seu filho. Afi- nal de contas êle já é muito crescido para ficar abusando de certas intimídades com uma senhora casada...

— O que? — perguntou fu- ribundo o primo de d. Custó- dia — Você se refere ao No- nô ?

— E' a êle mesmo, primo. Todas as noites fica chaman-

k História 8(M',ret(i dos Ainoi'es dc Nonô L

do a Beatriz para o quarto dêle. Para que, eu não sei.

A estas alturas Nonô já es- tava tão vermelho de vergo- nha, que o sangue parecia sair-lhe pelos poros. Quis di- zer algum a coisa, mas d. Custódia não deixava. Conti- nuava falando ininterrupta- mente, como uma vei-dadeíra avalanche. Foi quando Bea- triz entrou na conversa e sal^ vou a situação:

— Não é nada disso — ex- plicou ela — a mamãe está

exagerando. Eu apenas fui ao quarto do Nonô, umas duas ou três vêzes, porque êle me pediu para ensinar-lhe arit- mética. Não vejo nada de mais nisso. Afinal de contas eu sei muito bem o que estou fazendo. Ou a mamãe tem al- guma dúvida?

Nonô saiu da mesa com vontade de enfiar a cara no primeiro buraco que encon- trasse . Todos o olhavam es- pantados e desconfiados, in- clusive o pai que cruzou os

talheres e se retirou sem di- zer palavra.

No dia seguinte, Nonô foi chamado às falas pelo pai. Fez os juramentos de praxe, prometendo não criar muis casos para a família e saiu despreocupado, como se nada tivesse acontecido.

Mas o garoto, por essa épo- ca, já começava a ivdquirir o hábito de esquecer fàcilmente as promessas feitas e não se preocupar por muito tempo

com as coisas desagradáveis. Durante o incidente na mesa, a propósito de Beatriz, ficou mais vermelho do que as per-

' nas da Betty Grable em filme colorido da Fox, com vergo-

nha das pessoas presentes, Mas 24 horas depois, quando o pai o chamou às falas, êle já so esquecera de tudo e nem pensava mais no caso. E tam- bém os incidentes dessa natu- reza passaram a ter efeito de- sastroso sôbre seu caráter, tim vez de causar-lhe horror

as situações complicadas e embaraçosas, davam-lhe cora- gem para arriscar-se a no- vas aventuras.

fCon(inua)

íS:

Page 31: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

PíÂM© BAí AiüyiMiiiÂS r M^m»

Assinaturas de BlNÔívIiO

Por apenas 30 cruzeiros de nossa desvaldrizadíssima moeda, você poderá receber o BINÔMIO em sua casa duran- te um ano inteirinho.

Mande-nos essa importância, acom- pantiada de seu nome e enderêço e nós lhe enviaremos todos os números do jor- nal, inclusive os que forem apreendidos pela polícia.

BINOMIO 23-11-52

FELUPETO ENFURECIDO:

Tirou Adib Abdo da cadeia para servir como assistente seu — «Nada me doi tanto como a traição dos amigos» — O te- nente Luiz Felipe quer conhecer pessoalmente todos os impli- cados no inquérito do Banco do Brasil e envia uma saudação especial ao governador Juscelino — «Meus golpes não teriam fracassado, se tivesse me estabelecido em Belo Horizonte»

«O ZE' MARIA ME ROUBOU A IDÉIA E QUER TOCAR O NEGÓCIO SOSINHO»

KIO, 22 — (Da sucursal, pelo rádio do Palácio da Liber- dade) — o popularísaimo e conceituado tenente Pelipeto, atualmente com enorme cartaz pelos seus golpes na praça, recebeu ontem no Presídio do Distrito Federal, onde se acha hospedado, o repórter do BINÔ- MIO para uma entrevista espe- cial. No momento em que ali chepamos, a ilustre personalida- de estava terminando uma parti- da de «21» com outros hóspe- des do mesmo estabelecimento. Tão log'o nos viu, foi dizendo com dfisombaraço e decisão:

— Vocês que são de Minas ji'i devem ter percebido a sujeira grossa que Zé Maria Alkmin, secretário das Finanças do seu Estado, está me aprontando. Lançou como seu um plano de

j apólices feito e idealizado por ' mim, sem ter ao menos a gen- i tileza de agradecer a sugestão. I Passando a mão pelo rosto, pessimista, ajuntou Felipeto:

Esse Alkmin está me sain- do um golpista refinado.

ADIB ABDO SÔLTO POR ALKMIN

Depois de receber o «bichei- ; ro» que recolhe os palpites dos ' d.itentos da Penitenciária, o te- nente Felipeto prosseguiu em suas declarações ao reporter:

— Apesar de retido aqui no Rio, eu continuo sendo uni ho- mem muito bem informado. E posso lhe assegurar que há mui Ia coisa mal explicada por trás do plano de apólices do sr.

; Alkmin, cuja autoria me per- tence. T ? ? — O SI'. Adib Abdo, por exem-

plo, foi posto em liberdade gra- ças à interferência do sr. se- cretário das Finanças. O Z6 Maria Alkmin quer aproveitar a sua experiência no assunto pa- ra o lançamento dos dois bi- lhões de apólices programados pelo governo.

Em seguida, ajuntou: — o Adib, como se F-abo, foi

mou procurador em Balo Hori- 7;onte por muito tempo. E' um homem que está em condições Je prestar ótimos serviços ao soil novo patrão.

E riu satisfeito, como se fosss um corretor de «Folha de Mi- nas» recebendo a verba (!:•. ^Loteria Mineira> di'íi'inn:'a ao pagamento do avião iiue distri- 'lui o jornal no interior do Es- tado.

RAZAO DE UM CONFLITO o repórter do BINOMIO já

estava intrigado com a insistên- cia do tenente em criticar o sr. José Maria Alkmin, ilustre se- cretário das Finanças de Minas. Felipeto veio ao encontro da curiosidade do repórter e escla- receu:

— Ora, tenho razões de so-

bra para isso. Nada me doi tan- to, meu caro, como a traição dos amigos. O que o Alkmin me fez revoltaria o mais santo dos homens.

— Mas foi assim, tenente? indagou timidamente o repórter.

— Ora, se foi. Como já lhe

Cont. na pag. 2

E' RAMOS SIM!

o sr. Ramos de Carvalho andou muito entusiasmado nestes últimos dias com a inauguração dos novos transmissores da Rádio Inconfidência, melhoramento que tem entre outros méritos o de mostrar a um número muito maior de ouvintes que o sr. Ramos de Carvalho é um péssimo diretor de estação. Muitos artistas famosos vieram do Rio e São Paulo para raiimar as festas come- morativas . A parte mais importante do «::ho\v», entretanto, foi dada por um artista da terra, numa autêntica política de valori- zação da «prata da casa». Trata-se dos vários núm.^ros de dança que o sr. Juscelino Kubitschek proporcionou à platéia, tendo como parceira a conhecida sambista Emilinha Borba, favorita da Marinha c de todos nós. Mas o sr. Ramos de Carvalho, emocionado com o espetáculo, excedeu-se um pouco nas bebi- das e chegou quase a perder os sentidos. E quando um amigo procurava forçá-lo a cheirar sais de amoníaco, a fim de recu- perar inteiramente o controle, êle esclareceu, com alguma difi- culdade: — «Não, Wilson, sal pra mim só o de frutas». E sor- riu com desembaraço, como se estivesse treinando para a tele- visão . Neste momento,. o nosso fotógrafo bateu a foto acima.

O tenente Felipeto qu.indo re tirava de seu arquivo particu- lar, para mostrar ao repórter, o original do

plano das <ü Aiqiiimetas»

sr. Antonio Luciano vai ser contratado para repor-

ter do BINOMIO. E o liomem que tem dado os

maiores furos da praça.

B 1IV O 111 O (SOMBRA E AC3UA FRESCA)

(ÔRGAO QUASE INDEPENDENTE)

ANO 1 •• BELO HORIZONTE. 14 DE DEZEMBRO DE 1952 •• NUM. 16

Tiragem

da presente

edição

25.000

exemplares

JUSCELINO FICOU DE TANGAS NO RIO

Carta aberta ao gover-

nador do Estado

Doutor Juscelino:

Nós não podemos compreender a perseguição perma- nente que o senhor vem fazendo ao BINÔMIO. Se nós dizemos que o senhor não gosta d:' Ròlla, o senhor nos manda prender. Se nós afirmamos — ao contrário - - que o senhor precisa de Rôlla, acabamos na cadeia do mesmo jeito. No final, não só jx'rdemos a edição do jor- nal, como não ficamos sabendo, realmente, se o senhor precisa ou não precisa de Rôlla.

. O seu procedimento, excelência — seja-nos |)ermitido dizer — revela uma infinita covardia. O senhor j.i tem 6 ou 7 diários só em Belo Horizonte, que vivem a elogiar os seus atos, informando o povo sobre coisas que o senhor nunca fez e deixando de noticiar muitas outras que o se- nhor gosta tanto dc fazer. Mas há ainda as estaçõ<ís de rádio, as revistas, os alto falantes, as companhias de ci- nema, o Murtinha, o ]3rof. Avelar e tantos outros veículos dc publicidade que andam por aí cantando as exc-elsas maravilhas do seu governo. Para e senhor perceber a injustiça que está cometendo conosco, basta veriiicar que só uma página do «Estado de Minas» corresponde, em tamanho, a dois ou três e.xemp]ares do BINÔMIO. E' verdade que temos uma tiragem superior à de todos os outros jornais da Capital, reunidos. Mas isso não quer dizer nada, doutor, ponjuc também o almanaque do Ca- pivarol tira anualmente centenas de milhares de exempla- res. E o senhor não persegue o almanaque do Capivarol. A sua história, portanto, é conosco, pobres vítimas de sua birra governamental, que já nem sabemos mais o que fazer para agradá-lo.

4: :ic 4: Mas a sua atitude, doutor, está sendo muito mal re-

cebida pelo povo mineiro, que gosta de ler as mentiras do «Estado dc Minas», mas aprecia também as verdades dos jornais sérios, como o BINÔMIO. Para muitos, doutor, a sua cisma com o nosso quinzenário c fruto apenas dc um despeito violento, desses que os americanos e cnizeirenses costumam sentir pelo Atlético. E' que o nosso BINÔMIO está muito mais popular e conhecido do que o seu, aquele que o senhor jurou realizar mas que até hoje só tem ser- vido para fazer confusão com o nosso jornal. E o despeito não é cousa de homem, doutor. Ate parece que o senhor está se deixando influenciar pelo seu chefe do Cerimonial.

Mas nós esperamos que de agora por diante o senhor nos deixe em paz. Que o senhor cuide mais do seu «bi- nômio» e se preocupe menos com o nosso. E desejamos que o senhor consiga para o seu, o prestígio e a popula- ridade que nós já conseguimos para o nosso. Êstes, doutor, íão os votos sincei'os do contribuinte conformado

FMRO LUIZ ARANTES

Correria e escândalo numa raanhil dc sol

goveriiiidcr de Minas

lililí;;

o governador, em pose especial para o BINOMIO, numa foto- grafia feita exataríieníe ha seis uieses. Oortio se vê, já v.ocfuela

época, o ilustre diamantinense gostava de andar de tangas

Todo o mundo queria ver o

RIO. M (i)c Diidu, PHpfcüil para o HINÒMIO) _ Copaca- bana aprpRentou no ponúKimo sábado, no cenário (ranqiiilo da» .siia,s arcins, um espetáculo Iné- dito por êste.<i lados: todos D» hanhi.sru.s correndo íitri>s do um horioru. Ninfviiém >in a plástic* provocante do ICuiilinha liorba exposta ao sol com ii;.i biquíni, di' jiK-Tiiientar o niaÍM puro do», cn;)ucIilnho.s. Nin^Tuém viu IjU* tU'1 Fiu'Ro, ensaiando al^unA pa^^os do prú.vi>a;> número de ftmi ( > naíuralinia no Teatro ■is. fcio. ToduH (iiri-inm para it :)on!o oiulp es!a',ii aqnêle cidn- ;/'i ■ iMi\ (.'■ lace.s púlidim e ro-

tcajiuido luxuoso cal- li-,' «-i'.Mniituny::).

O' fato cr.asi);! profunda curió- Mid:ul<', porquo nli (o<!o o muu- <Io teiu o costumo de correr atrás de moças e nuilhere.s, muM nunca se viu Isso de uma caça- da a inn homem. Mas naquele <lía tôcla uma tradição ia por terra, ou melhor, por areia, pois ali estavam marnianjos de to- das as procedências, idades e cores, perseguindo um cidadão sexo masculino.

— (iiie seria? — pergunta- ram uns.

— Só indo ver — responde- ram outros.

E a cada instante ia aumen- tado o cordão do curiosos, que já se alongava do 3.' até o 4.* pôsto. Mas^ não eram apenaii os banhistas que se dirigiam pa- ra o ponto estratégico, na arein branca da praia. Também o» salva-vidas, os guardas, os ven- dedores de «Coca Cola» e «Ki- bon» aderiram A expedição e marchavam galhardamente, mer- gulhando os pés na areia revol- vida. Todos queriam ver o «fe- nômeno».

(Contínua na 2a. página)

PREÇO

Cr$ 1,00

O sr. Pedro Pereira Filho promoveu em seu gabinete, uma reunião de todos os côn- sules acreditados junto ao governo mineiro. — «Ató o dia da reunião» — dizia na As- sembléia o deputado Adolfo Portela «os cônsules eram acreditados Junto ao govêrno de Minas. Depois dela ficaram desacredita- dos junto à opinião pública».

Page 32: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

â.*f2 BINOMIO 14 - 12-1952 14 - 12 - 1952 BINOMIO

i SINCTMEO (SOMBRA E ÁGUA FRESCA)

Diretor: EURO LUIZ AKANTES Gerente: Aí.,'A 1)0 RiBElRO

Bedação: Ed. Capichaba - liua Rio de Janeiro, 430 - Sala 64 PRINCílMOS :

1) A direção se responsabiliza por tôda a matéria pu- blicada^ mesmo pelos artigos assinados;

2) Devolvemos os originais não publicados; 3) Não aceitamos publicidade:

aj Do Govêrno do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Fôrça e Luz; d) Da 'Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema; f) De tôdas as outras firmas e organizações da Ca-

pital, que tenham por norma controlar a impren- sa por intermédio da publicidade.

_ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS •••••••••••••••

»•

Mi! [i smim

Violência e covardia

A Polícia de Minas deu no dia eni que circulou a última idição do BINÔMIO mais uma demonstração de seu espírito de violência e sua inabalável tradição de covardia. Não se sa- ti.sfazendo em apreender ilegalmente aquêle número de no.sso jornal (o Tribunal de Justiça já reconheceu a ilegalidade do ato), os beleguins policiais, sob as ordens de um chefe de Po- lícia que se permite as maiores truculências para ver se conse- gue ser efetivado no cargo, passaram a espancar e esbordoar todos aqueles que liam o BINÔMIO. Foi assim que um bravo Mtudante de direito, o jovem Achilles de Castro Leite, se tor- aou alvo da brutalidade de dois «tiras» achacadores, que se lançaram sobre êle com a fúria que seus chefes recomendam, defendem e justificam.

Espancado c insultado, o acadêmico foi levado ao 2.' Dis- trito^ onde as violências não prosseguiram graças à intervenção enérgica do deputado Milton Sales. Mas a Polícia tinha pre- parado uma farça ridícula contra o estudante. Para isentar de responsabilidade criminal os dois espancadores, forjou um processo em que eles apareciam como vítimas da «violência» do universitário. Para o sr. chefe de Polícia, dentro da obtusi- dade de seu raciocínio e da pobreza ide suas luzes, o espancador era o estudante, o violento era o estudante, o monstro era o estudante. Os dois policiais não passavam de anjos à procura do acalento divino. Felizmente a opinião pública reagiu à al- tura, forçando as autoridades policiais a recuarem no embuste vergonhoso.

E dessa forma, em pleno centro da Capital do Estado, o ir. Juscelino Kubitschek vai fazendo a sua democraciazinha. Democracia do arrebenque. Da violência. Da covardia.

Veio a Minas-.

quem é que não pode receber? O ministro sorriu e tirou do

bolso uma tabela Price, que é ^ obra que êle mais admira, de- pois de «As Mil e uma mulheres que eu amei», do poeta Jesu de Miranda.

VOLTARA' PARA NOVAS FARRAS

Já no fim da entrevista, o ministro Abou-Re-Cido fez uma pergunta que nos desconsertou:

— Quanto é que eu vou ganhar «nisso».

— «Nisso» o que? perguntou o reporter.

— Na entrevista. O reporter ficou boquiaberto,

enquanto o ministro anunciou q u e, sem dinheiro, não di- ria mais nem uma palavra. E ameaçando:

— E já faço muito, pois do Contrário eu ponho o Fauzze Je- ha em cima de Vocês.

— Nos dê apenas uma pala- Vra, doutor. Quando é que que ^ sr. voltará a Minas ? , — Breve, muito breve. Se ti-

ver a certeza de que o Juscelino continuará sempre o mesmo fes- teiro, sou capaz de pedir minha designação para cônsul em Be- lo Horizonte, mandando às fa- vas a embaixada no Rio.

— Verdade ? — Só ,falo a verdade, meu a-

migo. E mandou o secretário dizer a

uma pessoa que o procurava que êle não estava n-ais em casa.

Neste ponto resolvemos nos retirar do apartamento, onde o sr. ministro deveria receber dali a pouco vários agiotas da praça, que iam conferenciar com o ilus- tre^ visitante. Quando o nosso fotógrafo bateu a chapa do sr. ministro para sair na entrevista, pulou na frente, enérgico e au- toritário, o vereador Ciro Ca- naan. Quando foi revelado o fil- me, só aparecia no flagrante a figura do vereador. Por este mo- tivo, a presente reportagem sai sem a clássica fotografia do en- trevistado.

C'liiforme noticiamos em pri- meira mão, deverá assumir a direção do tabloide «Tribuna de Minas», cm substituição ao seu atual diretor Alexandre Konder, que está sofrendo das faculda- des mentais, o jornalista Adelá- vio Sette de Azevedo, que di- rige em São Paulo um jornal do sr. Ademar de Barros. A mu- dança vem sendo esperada para o começo do próximo mês, tudo dependendo de um laudo médico já solicitado a conhecido psi- quiatra da Capital, a fim de que se torne possível a aposen- tadoria do sr. Konder no Ins- tituto dos Comerciários.

^ ^ ^ Aumenta a onda contra o sr.

Ramos de Car^■alho na direção da Rádio Inconfidência. Um dos elementos de prestígio no go- vêrno que não o toleram é o es- ■ritor Slurilo Rubião que, ape-

sar de ter sido diretor da emis- soraj não mereceu a simples atenção de um convite do sr. liamos para as solenidades de inauguração dos novos trans- missores. Fala-se que o sr. Ru- bião será o substituto do locu- tor de Diamantina à frente da estação oficial.

* * * A Caixa Econômica Federa!

está realizando com o sr. An- tônio Luciano, do Banco Finan- cial, o que se pode chamar de um negócio de pai para filho. Como o .çr. Luciano deve à au- tarquia cerca de 12 milhões de cruzeiros, e não pretende pagar essa divida tão cedo, resolveram

! os dirigentes da Caixa propor- I lhe uma troca de terrenos, com : a_ qual ficaria extinto o seu dé- bito. O negócio, entretanto, é

I de assustar o mais cândida imortal. O sr. Luciano deverá ' entrar com um lote avaliado em

12 milhões de cruzeiros (avalia- ção excessiva) e a Caixa com uma área avaliada em 6 mi- lhões, mas com o valor real de 12 milhões, mais um lote ava- liado em 1 milhão e 500 mi) (avaliação muito modesta), além de 6 ^ milhões de cruzeiros, em dinheiro. Recebendo apenas o primeiro terreno, o diretor do Banco Financial já estaria ga- nhando alto na transação. Mas terá ainda, de contrapeso, o pa- gamento pela Caixa da impor- tância de 6 milhões de cru- zeiros .

91: ijc 4: Num dos últimos julgamentos

no Fórum Lafaiete, o promotor Sizenando de Barros deu uma bela demonstração de sua filo- sofia jurídica. Quando o réu acabou de ouvir a sentença con- denatória e tentou suicidar-se com uma lâmina de gilete, o bravo acusador exclamou cate- górico, alheio ao sangue que es- guichava do quase suicida e à perplexidade de quantos se achavam no recinto:

— Eis aí a extinção da pu- nibilidade pela morte do réu.

* * ♦ _ Parece assentada a efetiva-

ção do sr. Geraldo Starling Soa- res na Secretaria dO Interior. O mesmo não acontece com o sr. Luiz Soares da Rocha, na Chefia de Polícia. Fala-se que o governador Juscelino Kubits- chek pretende preencher êste cargo com o sr. Alberto Tei- xeira dos Santos Filho, atual- mente exercendo as fundes de diretor da Penitenciária de

) Neves. I MARIA JOSE'

A PEDIDOS

M\

Alexandre Konder. ESPIÃO NAZÍSTA

Osvaldo Notre; ESTELIONATAKIO MUNICIPAL

ALEXANDRE KONDER — espião e sabotador nazista, julgado pelo Tribunal de Se- gurança Nacional, ex-redator- chefe do jornal «A Gazeta de Notícias», órgão da propa- ganda do Eixo, ex-íuncioná- rio da embaixada nipônica no Rio e apontado como respon- sável direto pelas informa- ções que possibilitaram aos submarinos alemães o torpe- deamento de mais de um de nossos navios. Sobre as suas atividades anii-nacionais, du- rante a úitiina guerra, trans- crevemos, sem mais comen- tários, trecho de uma publi- cação da União Nacional dos Estudantes (UNE), feita em ma;o de 1943, sob o título «Qumta coluna e integralis- mo»:

ix atava-se de um grupo de espionagem e sabotagem, que mantinha contacto com o último embaixador alemão Pruffer, que precisava achar . no Brasil um responsável pe- la espionagem, pois, com o rompimento das relações di- plomáticas do Brasil com o iilixo, não mais podiam fun- cionar as repartições diplo- máticas que sempre foram as sedes dos serviços de es- pionagem. Para isso era ne- cessário um grupo de brasi- leiros que, com essa qualida- de de nacionais, afastassem suspeitas.

Reuniu-se em torno do ca- pitão Túlio Regis Nascimen- to um grupo de confiança sua, que estava-à altura de prestar tão vergonhosos ser- viços. Convidou um seu pri- mo, Alexandre Konder, inte- gialista, redator do órgão simpatizante do Eixo «Gaze- ta de Notícias», funcionário da embaixada japonesa no Rio de Janeiro, autor de li- vros sobre o Japão e as de- licias do imperialismo nipô- nico. Outro recrutado para o grupo foi também um inte- gralista, Geraldo Melo Mou- rão, também redator de «Ga- zeta de Notícias». Nesse mes- mo processo de- espionagem estavam envolvidos o chefe nacional interino do integra- lismo, Raimundo Padilha, Ál- varo Costa, Mendes Pimen- tel, Osvaldo Riffel e outros verdes da mesma estatura moral.

O grupo tentou dinamitar navios aliados ancorados no pôrto, forneceu informações ao inimigo, ■ mantinha liga- ções com Buenos Aires, atra-

vés de mensageiros, ou por correspondência, através do endereço que Alexandre Kon- der arranjou. Túlio iNascimen- to ia aos EE. UU. /estudar labricação de motores na in- dústria bélica americana, com

^i™,de surpreender segre- dos militares que depois íor- necw'ia ao Alto Comando a- lenião. Entretanto uma men- sagem djs espiões em que se falava no golpe foi surpreen- dida pelo serviço secreto a- mericano, e ai encontrou-se o fio da meada, que terminou com a prisão dos bandidos».

OSVALDO NOBRE — O dr. Osvaldo Nobre é mais co- nhecido dos mineiros, princi- palmente dos Bancos e Casas Bancárias com as quais man- teve relações irregulares, que lhe deram nesses meios um conceito pouco lisonjeiro. Suas atividades na praça po- dem ser assim resumidas: Foi diretor dos «Diários As- sociados», de onde foi afas- tado, depois de inquérito pro- cedido sobre a administração da empresa. Foi chefe de ga- binete do prefeito Otacilio Negrão de Lima, cargo que teve de deixar, depois de con- tida a emissão de chequ(ís sem fundo por êle praticada.

Exerceu, também, a presi- dência do América Futebol Clube, tendo em sua gestão emitido sessenta e quatro mil cruzeiros de che- ques sem cobertura contra o Lanço Hipotecário e Agríco- la de Minas Gerais. Até ho- je, decorridos três anos do termino de seu mandato, as suas contas não foram apro- vadas pela comissão especial do clube.

Funcionário do «Diário da Municipalidade)^, o sr. Osval- do Nobre foi demitido pelo atual prefeito da capital, após a conclusão do inquérito re- centemente procedido na Pre- feitura, em que são acusados principais os srs. Adib Abdo e Dante Lúcio.

Sobre os dois diretores de «Ti-ibuna de Minas», paira também a acusação feita a- traves da, imprensa por parte da Associação dos Repórteres Fotográficos e pelo jornalis- ta José Maria Rabelo, de que vêm praticando em Minas, chantagens contra emprêsas e estabelecimentos, usando a modalidade de extorsão co- nhecida nos meios jornalísti- cos como «imprensa amarela».

Jus(elino ficou..

Em torno do indivíduo de fa- ces pálidas e românticas se en- contrava uma verdadeira multi- dão de curiosos. Alguns riam. Outros gargalhavam. Outros chegavam a espernear. Foi quando o nosso repórter se apro- ximou e quis saber o que es- tava havendo. Alguém explicou fazendo piada:

— Veja que coisa engraçada, moço. O govêrno de Minas está de tangas.

_ O nosso repórter, que conhe- cia muito bem o personagem da

história, não se perturbou. Afi- nal de contas, não é novidade para ninguém que o govêrno de Minas esteja de tangas. Isso vem de muito tempo.

"Dize-me com quem

andas e dir-te-ei o

que bebes".

(José Morais)

Era um banqueiro tão rico, tinha tanto dinheiro, que o filho

freqüentava diariamente a "Boite Acaiaca" e ele nem desconfiava.

BINOMIO dá o que falar (IV)

Deputado Fabrício Soares, da UDN, na Assembléia Legis- lativa:

«V. Excia , sr. Presidente, é testemunha de um flagrante «que acaba de se dar neste recinto: o sr. deputado Chaves Ribeiro, da bancada pessedista, acaba de ser fotografado lendo um nú- mero do BINÔMIO. Por êste mesmo fato, um estudante foi es- pancado em praça pública. De duas, uma: ou os policiais es- 4>ancam o nobre deputado Chaves Ribeiro e terão cometido uma ignomínia, ou, então, não espancam o nobre deputado Chaves Ri- beiro e serão considerados covardes».

H: Deputado Chaves Ribeiro, do PSD, em resposta ao deputado

Fabrício Soares: «Não achava que havia mal algum em ler o BINÔMIO,

■uma vez que a primeira pessoa que vi lendo-o foi o deputado Mata Machado, da UDN.»

* * * Deputado Mata Machado, da UDN, em resposta ao sr. Chaves

Hibeiro: «Nobre deputado, quem acha que há mal em lê-lo é a po-

licia e não eu». * * *

Deputado Carlos Horta Pereira, da UDN, em auxílio do co- lega de bancada:

«Nós, pelo contrário, achamos que há mérito em lê-lo». * * *

Deputado Dnar Mendes, também da UDN, logo em seguida: «Podemos incluir ainda o nobre deputado cônego Aurélio Mes-

<quita, que também leu o BINÔMIO há poucos minutos».

4: 4: Hi «Gazeta do Brasil», do Rio, na edição de 3|12|52: «— BINÔMIO — é um dos jornais mais valentes e atrevidos

■das Alterosas. Feito por um grupo de jovens bravos e idealistas.. BINÔMIO vai «escrachando» os maus elementos que infestam as terras mineiras. Um dos «estarr ados» em grande estilo pelo ver-

-rineiro periódico tem sido o famigerado Luciano, proprietário do Hotel Financial em Belo Horizonte e presidente do Banco Finan- cial da Produção. Luciano é o Al Capone da Metrópole mineira. -Cheio de dinheiro, não faz outra coisa senão perverter meninas pobres, que lhe caem nas garras».

* # * O cronista Clemente Luz, no «Diário da Tarde», sôbre a úl-

tima apreensão do BINÔMIO: «... é forçoso reconhecer que BINÔMIO nem sempre se man-

tém dentro de uma linha de ética jornalística, abusando do direito •de crítica e de livre expressão do pensamento».

* * * Alexandre Konder, na «Tribuna de Minas»: «Órgão da chalaça e do insulto».

* 4c i|: Jornalista Paulo Bittencourt, diretor do «Correio da Manhã»,

•do Rio: «E' o único BINÔMIO que encontrei em Minas».

4c 4c 4c Delegado Luiz da Rocha, em Juiz de Fora, quando o BINO-

MIO foi apreendido pela 1.' vez: «O BIMóNIO (sic) agora n ão apruma mais em Belo Hori-

zonte».

Assinaturas de BINÔMIO

Por apenas 30 cruzeiros (3e nossa desvalorizadíssima moeda, você poderá receber o BINÔMIO em sua casa duran- te um ano inteirinho.

Mande-nos essa importância, acom- panhada de seu nome e enderêço e nós lhe enviaremos todos os números do jor- nal, inclusive os que forem apreendidos pela polícia.

Oi'

KSKc(;«8S,M)

ÍO NA

CAMISARIA

J. REIS

Alfaiate

Vendas pelo sistema

crediário

RUA DA BAHIA. 837 S/ i09 A 211

laKi-Mi m Uiiá

Segundas, Quartas e Sextas

Tratar com ISMAEL no

Santa Tereza Hotel

Place Pigalle

As senhoritas puxaram os cabelos da senhorita

o acontecimento da semana foi a colação de grau dos for- mandos da Universidade de Minas Gerais, todos lindamen- te vestidos de beca. Durante as solenidades de formatura dos bacharelandos de Direito, a «nota fora da pauta» foi for- necida — como aliás já se es- perava — pelo nosso cornpli- cadissimo diretor, que deixou de atender à chamada de seu nome porque na hora exata êle i.tinha ido lá fora», como qualquer aluno de grupo. Eu só faltei dar um chilique, de tão nervoso que fiquei quando vi a platéia tôda de pé, ba-

tendo palmas e gritando «Viva o BINÔMIO», e êle nada de aparecer.

4: 4c 4e O meu amigo Miguel {jornalista) Challup é o advogado

das senhoritas C. e M. A., que puxaram os cabelos da senho- rita S., depois de um baile. O caso foi parar no s.^ Distrito e o sr. Ezequiel (36% ao mês) Melo (títulos e hipotecas) Cam- pos é o defensor da senhorita S. Estas senhoritas de hoje an- dam tão indóceis...

4c 4e 4c O caso vem de longe. Há tempos, quando a senhorita S.

se meteu a engraçadinha com o namorado da senhorita C., que é amiga particular da senhorita M. A., aconteceu a pri- meira complicação. Em conseqüência do último incidente a senhorita S. foi proibida de frequetitar o elegante ponto de reunião.

4c 4c 4( Regressou esta semana do Chile, onde foi participar de um

congresso de jornalistas, o meu amigo José {Internacional) Aparecido {boa conversa) de Oliveira. O José voltou impres- sionadissimo com as garotas chilenas que «são mais liberais do que os professores do Colégio Afonso Celso». Contou ainda que assistiu a uma partida de futebol em Valparaiso, visitou tôdas as «boites» de Santiago e arranjou uma namorada em Vina, del Mar.

E o Congresso, José? POMPADOUR

A História Secreta dos Amores de Nonô

XI Aos 12 anos Nonô era

mais insuportável do que os anúncios da Lei 760, grava- dos pelo Pimpinela. Atirava muito bem de bodoque, co- nhecia todas as emprcgadi- nhas da vizinhança e já ga- nhara um concurso de dan- ças na matinê infantil do clube local. Tinha 4 namo- radas. Mas apesar disso e da idade, ainda usava calças curtas. E dava gosto ver a- quele meninão feio e de per- nas finas, caminhando des- preocupado pelas ruas da cidade, com o bodoque a ti- racolo.

Era tão moleque, tão sem juizo, tão irritante, que ten- tou ser escoteiro e não con- seguiu «porque foi julgado impossível».

O comum, no ca.so, era o candidato ser julgado incapaz. Mas com Nonô tudo era di- ferente. Era capaz até demais. Tão capaz, que foi julgado impossível. Interrompendo novamente os estudos, em conseqüência de novos casos criados na escola, transfor- mou-se num verdadeiro pro- blema ambulante que, de- pois de soltar os cavalos dos freguezes que estavam con- versando na venda do «seu» Manoel, caminhava até rnais adiante para quebrar com a bola de pneu, a vidraça co- lorida da residência do dr. Fortunato. Sua família já estava desesperada diante da impossibilidade total de en- contrar uma solução para o

«caso Nonô», quando o me- nino, de um momento para outro, sem que ninguém es- perasse, resolveu socegar.

Mudou completamente de atitudes. Guardou o bodo- que, deixou de fazer mole- cagens na vista dos outros e passou a andar limpinho.

— Que seria? — pergun- tavam intrigados os paren- tes.

Mas Nonô não «dava bo- la». Voltou a ser o menino calado e misterioso dos tem- pos do namoro com Maria Amélia, quando intrigava to- dos — e principalmente a na- morada — com sua niudez quase total. Alguma coisa es- tava acontecendo.

(Continua)

Page 33: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

o EMBAIXADOR DA SÍRIA, SR. ABOU-BÍÍ-CIDO:

»

Veio a Minas para divertif-se nas farras do govêrno

«Depois que o Kondcr e o Pedro Pereira receberam condecorações, to- do o mundo po de candidatar-se» '

-lT^-:celino não queria aparecer em público com os outros dois agracia- dos «Depois dos iivrcs do poetíi Jesu de Miranda, a tabela Price é-

a obra que mais me agrada — AdibAbdo e Zé Muniz entre as outras, pessoas que vão receber medalhas do embaixador

novas condecorações

E muito difícil ser conde- corauo, sr. ministro? torna a per^'untar o nosso repórter.

~ Difícil nada, meu caro De- pois que os srs. Pedro Pereira Jíilho e Alexandre Konder rece- comenda, qualquer um pode se candidatar.

E, explicando: —- Aliás, já há várias pessoas,

na lista que deverão receber bre vemente a homenagem do meií país.

— Várias? — Sim, várias. E contou no dedo: — O Adib Abdo, nosso com-

panheiro de colônia. O sr Lu- cmno, do Banco Financial. O Zé Muniz, conhecido homem públi- co mineiro. O sr. Jacarandá, que- e o melhor vendedor do seu jor- nalzinho. A dona Verônica, co- sinheira da república onde já mwou um sírio certa vez. O sr. João Pinheiro Neto, que nin- guém sabe o que faz no Palá- cio da Liberdade, mas que ficou com uma inveja danada do sr Pedro Pereira Pilho, quando êlé recebeu a medalha.

todo êsse pessoal ? "7 E não é tudo. Há muit»

mais gente, ainda. > lepetindo o que já dissera

antes: ^ ■ Depois que o Pedroca e o Konder receberam a medalha,

(Cont n» pa^. 2)

Publicidade

RADAR

passou a tratar dos objetivos de sua viagem a Minas.

."77 Gostei tanto da primeira. "Sita, que agora estou aqui de novo. Nunca vi um governo que saiba dar festas tão saborosas, (palavra empregada com certa impropriedade, pois o ministro^ nao conhece bem ainda a lin- gua portuguêsa) como o do seu ■ Estado. O dr. Juscelino pode; nao servir para mais nada, ma^. para dar festas é um verdadeiro artista.

iVIas, qual foi o pretexto que o senhor encontrou para vol- tar a Minas e divertir-se nas festas do governo? perguntou o repórter.

— Eoi a entrega das conde- corações aos srs. Juscelino Kubi- tschek, Pedro Pereira Filho e Alexandre Konder. ~ Mas, não havia necessida-

de de sua vinda, pessoalmente, a tíelo Horizonte só para entre- gar as condecorações.

Não havia o que, meu fi- Ino. Eu vim para explicar ao Juscelino que a sua inclusão na- quela lista tríplice tinha sido- íiuto de mero acaso. Se eu não viesse, ele poderia ter justas ra- zoes de ficar indignado com o meu país, por ser apresentado em publico recebendo coiidecora-

na compaiiiiia dessa dupla ouspeitíssima (jUo' são o sr Pe- ii-o i^ereira luiho e Alexandre Kondor. O ar. Jujcehno íoi sem- pre liu) sujeito macho.

Neste momento enti-a na sala ° ®-'-'í'etário paivieular do sr Abou-Iie-Cido, uue passa a ven- der biihetinhos de uma rifa a todos os presentes, explicando aolicauaiiuiite:

E' barato, «senores». E' barato.

Já afirmava há poucos dias na Assembléia Legislativa um arguto cronista político, que depois de <f.Seleções Sexuais», o BINÔMIO é o jornal mais lido no govêrno de Minas. O governador Juscelino Kubits- chek, por exemplo, tem feito referências em rodas de ami- gos a várias piadas de nossa publicação, como aconteceu em Poços de Caldas, quando êle estava contando a todo o mun- do aquela notícia sobre o in- cêndio no Palácio da Liberda- de. — Êsse pessoal — dizia o governador, querendo bancar o engraçado — faz rir até o Tristão da Cunha. E sorria,

desenvolto, com aquêle sorriso de trapesista de circo que tan- to o distingue. Mas faltava um documento que comprovas- se o prestigio do BINÔMIO no seio de Abraão, desculpem, do govêrno mineiro. E êle ai está. A fotografia que estamos publicando acima foi batida no próprio recinto da Assembléia, num momento em que mais intensos iam os debates. O de- putado Chaves Ribeiro, um dos representantes pessedistas mais ligados ao governador Juscelino Kubitschek, entrega- se — absorto e distante — à leitura do número do BINÔ- MIO apreendido pela Polícia.

De vez enquando, levantava a cabeça, olhava para os la- dos e sorria com dtscreção. Quando percebeu que tinha si- do apanhado em flagrante delito pelo fotógrafo, o depu- tado governista ficou com as faces em braza. Muito mais vermelhas que as pupilas do sr. José Morais, depois do i8.' uisque no Bar do Grande Ho- tel. Ao lado do sr. Chaves Ribeiro, fingindo que não tem nada com a coisa, o deputado também governista Otelino Sol, que até poucos minutos antes estivera *chepando» a leitura do jornal.

As medalhas recebidas pelos senhores Alexan- dre Konder e Pedro Pereira Fillio

Radio Os deputados do

Esteve há poucos dias na ci- irte para visitar a «colônia-s» •

comer quibe feito com o trigo de Patos de Minas, que o sr. Giannetti jurou colher e até ho- je não apareceu, o ministro ple- nipotenciário da Síria, sr. Abou-. Re-Cido, que se alojou numa ca- sa de hipotecas da rua dos Cae- tós. Não foi fácil á reportagem do BINÔMIO conseguir uma en- trevista com o ilustre visitante, pois durante todo o tempo em íjue estivemos em seu aparta- .nonto lá ficou o vereador Ciro Canaan, quarendo ser o único a /aiar e sair nas fotografias. O ministro Abou-lie-Cido confir- mou a su;;]>!'ita que levávamos '.'onos.',,, pois é profundamente aborrecido e não faz segredo dis- so jjaia nlnfíuéra. Quando chega- mos aos S 'us aposentos, ele esta- ^ a lend , um exemplar de «As Mil e U:na ?1\i)heres que eu

do inspirado, poeta minei- ro o irrpqui.íto «Dom Juan», ""r'su Cl'- ?''rnnía.

— 0'timo, ótimo... dizia êle a todo o instante.

— E' pena não ser ilustrado. Como se sabe, o sr. Abou-Re-

Cido, além de muito aborrecido, é um valente pweta, coisas que aliás sempre andam juntas. Ao nos vêr, êle exclamou sem o clássico recato asiático:

— A imprensa aqui? Isso me enche o coração de pétalas odo- rosas, forrando-o com a alcati- fa de uma alegria sem fim. Eu aprecio tanto a imprensii. prin- cipalmente quando publica os meus poemas.

E sorriu, afetado, como se fos se o jornalista José Costa, dc «Informador Comercialppdind' aum redator para cscr> ver o ar tigo que êle vai assinar no pió ximo número do jornal.

AS CONDKCOKAÇÕES

Depois do discorrer s^bre v.1 rios problemas sírios, ou melhor financeiros, o sr. Abon-R'^-C''''

governo deliram com o ^^Binômio''

O veiculo

mais eficiente

da suQ

propaganda

Os túrceúúres do "Cruzeiro" vão iniciar imia campaíiSia

para que o clube vol^e a chamar-se "Palestra Itaiia".

〠gostam do notne atual "porque todo cruzeiro

tem um gaSo por cima'\

I

IN Ò MIO

(SOMBRA E ÁGUA FRESCA)

(ÓRGÃO QUASE: INDEPENDENTE)

ANO 1 em BELO HORIZONTE, 28 DE DEZEMBRO DE 1952 •• NUM. 17

TIMO DE CARVALHO

NÃO GOSTA D£ POMBA

Apesar dos seus 52 anos, o ..-governador Juscelino Kubits- chek é um homem que ainda reage com grande disposição, frente às mais variadas situa- ções. E diante do belo, princi- palmente, êlo não tem pajjas na língua, exprissando sempre com -a maior naturalidade — e no momento — tudo aquilo que o

•espetáculo lhe possa sugerir. De uns tempos para cá, o alegre e

.jovial diamantinense tem sido visto com muita freqüência pas-

iseando à tardiiiha pela Avenida Afonso Per.a, na hora em que

«o comércio cerra suas portas e •os funcionários públicos voltam ;.à repartição para marcar o pon- to de saída. Nestas ocasiões, ge- ralmente, o sr. Juscelino Kubi- tschek é acompanhado à distân- «cia e com discroção, por um re- prjseiltarite dò nosso departa- mento fotográfico, que ontem colheu o belíssimo flagrante aci- ma, surpreendendo o govevna- ido'r quando êste admii-ava bo- tquiaberto as inegáveis «qualida- •des> de uma das 132 funcioná- rias recentemente admitidas na «Caixa Econômica Estadual, a ajedido do sr. José Morais.

"Sou um Iiomcin sério •— declarou êle à nossa repoi'ta^em

o deputado Ultimo de Carva- lho, muito conhecido na praça por suas famosas palhaçadas na Assemlbléia Legislativa, está agora com o complexo do ho- mem sério. Ninguém sabe ex- plicar — nem mesmo o seu co- lega e conterrâneo Dnar Men- des — o que houve com o Ul- timo que, além desse estranho complexo, ainda deixou transpa- recer, nas declarações prestadas

a êste jornal, que não gosta da terra que o elegeu deputado.

«SOU UM HOMEM SÉRIO»

Esquivando-se sempre da re portagem, tôd« vez que era abordado sôbre problemas d( sua cidade natal, o sr. Ultimi de Carvalho acabou por deixar- nos uma péssima impressão.

— «Eu sou um homem sério»

Assinaturas de

Por apenas 30 cruzeiros de nossa desvalorizadíssima moeda, você poderá receber o BINÔMIO em sua casa duran- te um ano inteirinho.

Mande-nos essa importância, acom- panhada de seu nome e enderêço e nós lhe enviaremos todos os números do jor- nal, inclusive os que forem apreendidos pela polícia.

— limitou-se êle a dizer, quan- do lhe perguntamos sôbre uma listória complicada da Coopera- iva dos Produtores de Leite de

Rio Pomba, no período de sua presidência.

— «Sou um homem sério» — repetiu — «e não devo ficar dan- do explicações sôbre um assun- to tão escandaloso».

E Toltou-nos as costas, desa- parecendo na primeira porta.

NAO GOSTA DE POMBA Diante de tal atitude do de-

putado das professoras e consi- derando a importância da Coo- perativa para o progresso de seu município, chegamos à sur- preendente conclusão de que o sr. Ultimo de Carvalho, real- mente, não gosta dc Pomba, a cidade que o elegeu deputado.

PREÇO

CrS 1,00

Tiragem

da presente

edição

25.000

exemplares

FATOS EM SURDINA

saída honrosa

Desde segunda-feira última que o jornal «Tribuna de Mi- nas» já tem nova direção, con- firmando-se assim a notícia que divulgamos anteriormente nesta coluna, sôbre a substituição doa srs. Alexandre Konder e Os- waldo Nobre. Apenas o novo diretor não é, conforme anun- ciamos, o jornalista Adelavio Sete de Azevedo e sim o sr. Guilherme Junqueira Meireíe» que, provisòriamente, assumiu a direção e a gerência da empre- sa.

Ficou combinado, no entanto, que os nomes dos dois antigos diretores só sairão do expedien- te do jornal depois que êles fi- zerem uma completa e satisfa- tória prestação de contas.

* * * O sr. Newton de Paiva Fer-

reira, que mesmo antes de tor- nar-se fabricante dos picolés Aida, já era um grande entu- siasta do Natal dos Pobres, ven- deu agora essa rendosa indús- tria à Organização das Volun- tárias, do govêrno mineiro, pel» importância de dois milhões d« cruzeiros.

Em conversa com o deputad* Manuel Taveira, na presença d* outros parlamentares e de um repórter dêste jornal, o conhe- cido homem de negócios expli- cou ofl motivos da transação:

— o Natal dos Pobres estar* rendendo apenas 700 mil cruzei- ros para os «Diários Associa- dos».

* * * Quando de sua recente visits

a Caxambu, o sr. Geraldo Star- ling teve um incidente cora • porteiro do Parque das Aguaiu daquela cidade, que resultou n» suspensão por 15 dias do refe- rido funcionário.

que, na manhã do dia 21. dêste, o rotundo chefe de Polí- cia, confiando talvez na grand* publicidade que BINÔMIO venà fazendo em tôrno de sua estra- nha figura, achou de entrar n* Parque das Águas sem comprar ingresso nem identificar-se, sen- do barrado pelo porteiro que, a* que parece, não é um dos nos- sos mais assíduos leitores.

* * * À notícia de que o Inquérits

do Banco do Brasil está siends impresso em Belo Horizonte, nas oficinas do futuro jornal da UDN, podemos acrescentar, com absoluta segurança, os Seguin- tes detalhes;

O relatório do sr. Miguel Tei- xeira será apresentado em um lÍTr* de quase quatrocentas pá-

(Cont. na pag.

Page 34: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

BINOMIO 28 . 12 - 52

POEMA DE NATAL

Papai Noel moderno

1'apal Noel acordou atrasado. Ksfregou os olhos, colocou as barbai poeti{a4B e chamou o chefe do gabinete. O relógio elétrico de S. Pedro, na nuvem de cima, bateu oito horas.

Entrou no «Departamento de Brinquedos Para os Pilh«g dea Po-

1 líticos Brasileiro». J!j começou a selecionar presentee. Lá fora cs seus auxiliares procuravam os carneiros mecânicos, para trelá-los à carruagem. — Para o fiiho do dr. Jaffot, que e presidente do Banco do Brasil — murmurou êle — eu levo esse automóvel de verdade, «m miniatura. Depois continuou a seleção. E escolheu presentes para os filhos dos fiscais do imposto de renda e para os filhos dos fiscais do imposto de consumo. Não se esqueceu dos filhos dos advogados da Prefeitura do Distrito Federal, e dedicou um presente especial, ao filho do homem que venceu a concorrência para a construção dos 3.000 quilômetros de estradas do «binômio» do Juscelino. Pegou tudo e colocou com cuidado ' num enorme saco colorido que nas costas êle trazia pendurado.

O relógio bateu nove horas e os anjos ainda não tinham chegado com os carneiros mecânicos. O «Velho» olhou para os lados observou as condições do tempo e continuou a tarefa. Mas os carneii'os não chegavam nunca.

A's dez e meia Papai Noel já tinha escolhido presentes para todos os filhos dos políticos envolvidos no inquérito do Banco do Brasil. E os carneiros ainda não tinham chegado. Começou a ficar impaciente e quase perdeu a calma. Quando o relógio de S. Pedro bateu onze horas, êle já estava com o saco cheio de brinquedos. E nada de aparecerem os carneiros

E foi então qu« Papai Noel enfurecido, tomou aquela desastrosa decisão: telefonou para a terra

• chamou um «taxi» da OMTA (Organização Mineira de Tombos Aéreos)

Fatos em...

frinss, sob responsabilidade ipn^liula José Aparecido d( OliTeira, que conseguiu do dli- putado José Bonifácio todo > documentário relacionado com t famosa devassa.

Sabe-se ainda que, em rirtr. de das despesas já realizada.<- até agora, o livro será lançadí de qualquer maneira, mesmt <iue o tíupremo Tribunal Fede ^al conceda, ao Sindicato dc Bancos^ o mandado de sej^uran a impetrado por aquela entida

de contra a divulgarão do in quorito no «Diário do Con^jrcs 10».

MARIA JOSÉ

O secíeíaiiado...

Em 1952, não houve Natal para os filhos dos políticos brasileiros. E S. Pedro, para 1953, Já reuniu todos os mecânicos do ceu « mandou que êles fabricassem «ra outro Papai Noel

que eu não cedia, me exoneroí; <io cargo de secretário e correu ao Rio para pedir desculpas ao patrão. Não meu caro, nesse ponto eu ainda continuo com o velho Bernardes: o govêrno dô- le podia ter todos os defeitos, mas foi sempre um govêrno de machos».

Nesse instante entra no apar- tamento o «boy» do hotel, tra- zendo uma enorme quantidade de cartas, cartões e telegramas de solidariedade que o sr. Di- lermando Cruz vem recebendo diàriamente de todo o interior do Estado.

— «Está vendo só?» — co- mentou êle — «Antes da exo- neração eu era apenas um mo- desto político municipal. Agora todo mundo me conhece. O meu prestígio subiu tanto que até dos eleitores do Silvio de Abreu eu tenho recebido manifesta- ções de solidariedade».

NÃO PRETENDIA CONTI- NUAR NA SECRETARIA

A seguir o sr. Dilermando Cruz explica para o repórter que não pretendia mesmo continuar na Secretaria da Viação, onde vinha perdendo cêrca de 15 mil cruzeiros por mês, correspon- dentes à diferença entre os ven- cimentos de secretário « de de- putado federal.

— «Além disso» — comple- tou — «eu estava ocupando uma função que não eleva nin- guém. O secretariado do Jus- celino hoje em dia está mais desmoralizado do que a campa- nha contra o jôgo do bicho. Ou I você acha que pode haver algu- j ma vantagem em ser secretário | de um govêrno onde o Mário Hugo Ladeira ocupa uma pas- | ta e o Geraldo Viaduto respon- | de por outra?»

(SOMBRA E ÁGUA FRESCA) Diretor: EURO LUIZ ARANTES

Gorente; AMADO RIBEIRO Redação: Ed. Caçichaba - Rua Rio da Janeiro, 430 - Sala 64

«INOÍPIOS : 1) A direção so responsabiliza por tôda a matéria pu-

bli««4a, MMinio |»elM artigos assinados; 2) Devolvemos os originais não publicados; « 3) Nã« aceitamos publicidade:

a) Do Grorêrno do Estado; b) Da Prefeitura Municipal; c) Da Companhia Fôrça e Luz; d) Da Companhia Telefônica; e) Das empresas de cinema; f) De tôdas as outras firmas e organizações da Ca-

pital, que tenham por norma controlar a impren- sa por intermédio da publicidade.

ASSINATURA ANUAL: 30 CRUZEIROS

1 t

3INÔMIO dá o que falar (V)

Mais algumas opiniões sobre nossa modesta e despretenciosa publicação:

Revista PN (Publicidade e Negocios), edição de 20-12-52: «BINÔMIO, jornal humorístico antigovernamental, dirigido,

pelo sr. Euro Luiz Araates teve uma de suas edições apreendidas; Dela polícia. A direção de BINÔMIO impetrou mandado de segu- rança e perdeu. Mais tarde, porém, vingou-se, lançando a edição, de 16-11-52, cuja primeira página trazia no alto, em cinco coIunas =

«Edição imprópria para menores de 18 anos. Não pode ser exposta aberta nas bancas». E qual o conteúdo dessa edição fora do comum? O diretor de-

BINÔMIO, numa tremenda vingança, colecionou de todos os jor- nais de Belo Horizonte, nada menos de quatro páginas de frases anedotas e transcrições realmente impróprias para menores. Estas, írases perdidas num artigo não sobressaem. Mas, destacadas- constituem, de fato, uma literatura torpe. Vamos dar algumas amostras do que BINÔMIO encontrou, não citando porém as fon- tes, uma vez que não queremos ser instrumentos desse terríveí jornalista Euro Luiz Arantes. Garantimos, porém, que foram pu- blicadas pela imprensa de Belo Horizonte».

A seguir, o redator transcreve quase toda a edição de BINÔ- MIO do dia 16 de novembro último.

_ Era um comerciante tão sabido que mandou colocar na porta do seu estabelecimento o se- guinte aviso: "Veja, antes, os preços da Ca- sa Guanabara".

I O humorista (?) Jair Silva, sôbre essa mesma edição de BI- NÔMIO:

«Não satisfeito com as imoralidades de sua própria iniciativa,, o sr. Euro Luiz Arantes esteve recolhendo material de outros jor- nais. Consultou até velhas edições. Mas esqueceu-se de uma histó- ria de zebra com pijama...»

O humorista Sangirardi Junior, também na revista PN (Pu- blicidade e Negócios) de 20-12-52;

«A parte pròpriamente fenomênica de BINÔMIO está no ex- pediente, que aparece na segunda página, esquerda, alto. Um jor- nal com um expediente assim — e que se denomina «orgão quase independente» — é muito mais raro do que um galo de três per- nas ou um bezerro de duas cabeças».

O antigo espião nazista Alexandre Konder, em artigo publi- cado na «Tribuna de Minas»:

«BINÔMIO, pasquim de inspiração nitidamente vermelha, se- eundo os moldes traçados pelo Congresso de Varsovía...»

«Jornal do Povo» (órgão oficial do Partido Comunista en. Minas): '

«BINOMIO é o único jornal que, nessa época, ainda se dá ao, luxo de fazer propaganda contra o comunismo, de graça».

I Gustavo André, em carta enviada ao jornalista R. Magalhães; Junior, a propósito da última apreensão do BINOMIO, e publicada-, no «Diário de Notícias»:

«Ora, Tejam só o Juscelinol Não pensa senão em bailes e fes- ta», em recepções e chás, ao ponto de transformar o Palácio da> Liberdade numa espécie de clube recreativo. Êle se diverte à gran- de, maa nio quer que os outros se divirtam sequer com a loiturai de um jornalzinho humorístico como BINÔMIO».

28 - 12 - 52

3

Era um funcionário público. E tinha tal horror ao trabalho que

quando assentou na mesa e ouviu o garçon gritar "Serviço pra

um , nao teve duvidas: saiu correndo do restaurante.

Place Pigalle

As paredes do banheiro do Ra-

mos são cobertas de espelhos

Nas festas de formatura que todos os anos me dei- xam atarefadíssimo, mas que neste 1952 chegaram a obrigar-me a verdadeiras corridinhas entre a Secre- taria de Assistência e o auditório do Cine Brasil, pude observar em meio a enormes chapéus coloridos e vestidinhos foleados, as mesmas caras dc sempre; garotas que só saem de ca- sa na época das festas dc colação de grau, perma- necendo fora da circulação durante todo o resto do ano.

Nos bailes lá estavam elas ainda, esoerançosas de neste verão, pegarem o seu engenheiro, 'medico ou ba- charel. >1a- que não foram atendidas por Santo Antô- nio, arquivaram o seu "de gala" e já começaram a pensar nos bailes do ano que vem.

Achei lindo o traje usado pelo maestro Delê e pre-

J..? ''(^comendá-lo aos meus amiguinhos para a vida aiaria: casaco grená e calças azuis. Até me lembrei de que o Pedrinho (Fifí) Pereira, já pretendeu em certa época, adotar no Palácio da Liberdade um uniforme Idêntico ao usado pela Guarda Suiça do Vaticano.

Despertou geral curiosidade, durante as solenida-

inntA ® {consul) Paulo WMG) Pemdo, Magnífico (?) Reitor da Universidade. Seu manto branco sugerido pelo prof. Manoel Cabral

a Garna, da Universidade de Coimbra, quando de sua visita a Capital, foi trazido do Irã, pelo Hugo {Mossa-

cgh) Goutier, nosso amiguinho de tantas reuniões.

.4 senhorita S. esteve no 2." Distrito e retirou a quei- xa que havia apresentado contra as senhoritas C. e M. A. Ja esta freqüentando novamente o elegante ponto ae reunião e as três voltaram a ser grandes amiquinhas como nos velhos tempos. '

A História Secreta dos Amores de Nonô

Dessa vez, entretanto, ncni o farmacêutico con- seguiu diagnosticar o mal do garoto. Que Nonô es- tava doente, não havia duvidas. Seu al)atimcnlo ínoral c físico ora mais do que visivel. Rccusava- sc, no entanto, a dizer uma única palavra sôhrc o que estava sentindo. Passava o dia lodo aca- Iirunhado dentro de casa e muito emI)ora não saís- se nem ao menos |)ara ver as namoradas, toma- va dois banhos diários e trocava de roupas segui- damente.

(.onio na cidade não havia médicos e o estaíío dc abatimento do garoto

— XII —

continuasse a agravar-se de modo assustador, seus pais resolveratn mandá- lo a Capital, aos cuidados <le um tio, e com uma carta de recomendação para um doutor anu'go da família.

Dias <lei)ois chegava a caria do lio Zcca, dando as i)rimeiros notícias. A viagem correra normal- mente, com um detalhe, porém: Nonô permane- ceu a maior parte do tenii)o no carro de pri- meira classe, muifo em- bora sua passagem fosse <le segimda. Esse golpe, aliás, ele liaveria de re- pelí-lo nuiítas vezes ain-

da, nos anos seguintes, sempre que tivesse de viajar nas históricas e tradicionais comi)osi(,'ões da Rede Mineira de Vía- ção.

Quanto à doen(,'a... B('m... isso tio Zcca ex- plicaria depois, pessoal- mente. Adiantou apenas que o tratamento já fôra iniciado e se prolongaria por (fuase dois anos (na- quele temi)o não existiam ainda os poderosos anti- bióticos hoje tão coniie- cidos) e (fuc Nonô não dissera nada em easa j)oi'(iue ficara com ver- gonha.

(continua)

A eficiência do doutor delegado

Na semana passada, foi pre- so em Belo Horizonte, em com- panhia de elementos suspeitos de atividades subversivas, o estudante e jornalista Sebas- tião Nery. A «batida» foi rea- lizada por investigadores da Delegacia de Ordem Pública, tendo o comando de seu titu- lar, o dr. José Henriques. Ia tudo muito bem, quando Se-

Estou cumprimentando o elegante sr. Ramos Kperfumoso) de Carvalho, pelo bom gosto que demons- 1 trou ao mobiliar e ornamentar sua nova residência na tiarroca, uma deliciosa mansão que êle acaba de ad- quirir por quinhentos e sessenta mil cruzeiros. Tem chamado especial atenção dos visitantes a sala de ba- nhos do vistoso palacete. cujas paredes são totalmente forradas de espelhos.

Para a primeira reunião da turma no novo lar do sr. Ramos, ja recebemos convites: eu, o Pedrinho o

"finesse" ^ legítimos representantes da

bastião, ao ser interrogado, deu um de seus ataques de nervosismo e passou a maior descompostura no sr. José Henriques:

— «Vocês pensam que eu sou palhaço? Pois estão muito enganíuios. Isso aqui é uma bagunça muito grande e eu vou processar o senhor, o go- vernador do Estado, o presi- dente da República, todo mun- do, por desrespeito à Consti- tuição».

O delegado quis dizer qual- quer coisa, mas o mocinho es- tava de fato nervoso e, sacu- dindo a cabeça diante da au- toridade, exclamou decidido:

— «Vocês estão dizendo que eu sou «comuna», não é? Pois saibam de uma coisa: «comu- nas» são vocês; eu sou seguidor de Jacques Maritain e ninguém

AOS NOSSOS 13.500 ASSINANTES

Qualquer reclamação sôbre o não recebimento dêste jornal, deverá ser endereçada ao Ed. Capichaba — Rua Rio de Ja- neiro, 430 — sala 64.

^spero que todos vocês tenham passado um belo Natal e que tenham em 1953 um ano repleto de retx- nioes elegantes. "t; i

Jingle bells!... JingU hells!...

POMPADOUR

^ Aquele diamantinense (Helionice Mou- rao) depois da 13/ dose, conseguiu sinteti-

em três palavras, tudo o que o «Caçula» lhe inspirava:

«Bar, doce bar».

tem nada com isso». E foi então que o dr. José

Henriques sentiu um estalo atrás da orelha, virou-so para o prêso e respondeu em cinm da perna:

«Quem? Jacques Mari- tam? Pois fique sabendo tam- bém o senhor que nós já temos ordem de prisão contra êle».

E mandou recolher o Tiãozi- nho.

Radio

Publicidade

radar

-K ★ Jf

O veiculo

mais eficiente

da sua

propaganda

Page 35: Ape^r de depredados pelo povo, o sr. Antonio Luciano mandou

A ,;-Bj[jSlOMIQ 28 - i2 - ^2

DILEKMAMK) CRUZ, DEPOIS DA EXONERA rap.

I

"0 secretariado do Joscellno está mais desmoralizado do

que a campanha contra o jogo do bicho"

QUARTEL

] POLÍTICA DO «CHAPÉU NA MAO» E DOS «PANOS ' QUENTES», A QUE VEM SENDO ADOTADA PEIX) GOVÊRNO MINEIRO

O Bernardes FUho deu razão ao Juscelino por mna questão de solidariedade de classe: êle também é da farra — A partici- pação do lider getuli^ta Arlindo Zauini, nas acusações ao governo federal —■ Não é vantagem ser secretário de um governo onde o Mário Hugo Ladeira ocupa uma pasta e o Geraldo Viaduto responde por outra — Importantes decla- rações do sr. Dilermando Cruz à reportagem de BENÔMIO

fÈC>^fílí)0^

O medico: — O seu estado geral é bom. Vamos ago- ra examinar-lhe o peilo. lísiá vendo

^ aquela tina sôbre a mesa, lá no fundo da sala? (aispa lá.

O recruta: — Daqui?

...E a

grama estava

molhada

Por PEDKO MONGE

Quando eu chepruei no Cassino, Peguei logo a namorada, Fomos dar uma voltinha ... E a grama estava molhada.

Voltamos então ao «grilb, A turma estava animada Retornamos pala I'ampa . .. E a grama estava molhada.

Fomos ao bar praticar Nossa primeira goleada. Pegamos copos, saímos . . .E a grama estava molhada.

Ela foi ao camarim, Eu fiquei perto da escada. Quando acabou nós descemos ...E a grama estava molhada.

Adentramos no salão. Só pra dar uma espiada, Salmos logo depois ... E a grama estava molhada.

Madrugada, muita gente. Temperatura abafada... Fomos tomar uma «fresca» ... E a grama estava molhada.

Dançamos mais uma hora E «Ia inquieta, apaixonada. Levou-me lá para baixo .. .E a grama estava molhada.

Fim de baile, confusão, A turma suou que escorreu. A grama ainda molhada ...E secos, aó ela e eu

J. REIS

Alfaiate

Vendas pelo sistema

crediário

jjüA DA BAHIA, 887

S/ 209 A 2t1

CAÇULA

O MAIOR

Quando entramos no aparta- mento do sr. Dilermando Cruz. no Hotel Financial, para entre- vistá-lo sôbro a sua exoneração do cargo de secretário da Via- ção e Obras Públicas de Minas, o ilustre político e fabricante de meias conversava animadamen- te com o lider getulista Arlin- do Zanini, que o fôra cumpri- mentar pela «brilhante entrevis- ta» (são palavras do sr. Zani- ni) concedida na semana pas- sada ao «Diário de Minas>, acu- sando o governo federal de des- prestigiar o nosso Estado.

Como já é do conhecimento público, foi por discordar inte- gralmente dos termos dessa en- trevista que o governador Jus- celino Kubitschek exonerou o sr. Dilermando Cruz do cargo que vinha ocupando até então no governo mineiro.

— «Já sei o que vocês que- rem» — foi logo dizendo o ex-

secretário da Viação, ao reco- nhecer os representantes de BI- NÔMIO. . E em seguida, colocando a mão direita sôbre" o ombro do repórter:

— Espero apenas que vocês não façam como o «Estado de Minas» que corta sempre a me- lhor parte das declarações que a gente faz à imprensa, para no dia seguinte o Nelson Sel- man aparecer na casa do entre- vistado, oferecendo a publicação integral, mas como matéria paga.

O repórter esclareceu que o BINÔMIO não pertencia à ca- deia dos «Diários Associados» e o sr. Dilermando Cruz prosse- guiu — agora mais à vontade — em suas declarações:

— «O que eu disse na minha primeira entrevista ao «Diário de Minas» é o que todos têm vontade de dizer, mas ninguém

'O DISCURSO QUE EU NÃO PRONUNCIEI"

Em uma das gavetas de sua mesa de trabalho, na Radio Inconfidência, o sr. Ramos de Carva:lho guarda com especial carinho os originais de um dis- curso que êle pretendeu pro- nunciar por ocasião das sole- nidades de inauguração dos no- vos transmissores da emissora oficial, mas que, graças à in- tervenção de elementos mais prudentes, deixou de ser lido ao microfone. No alto da pri- meira página encontramos uma anotação a lapis, com os di- zeres: «O discurso que eu não pronunciei».

Como se trata de uma peça realmente curiosa, vamoa transcrevê-la para 03 nossos leitores.

«Meus fans de todo o Bra- sil. O meu desejo neste mo- mento era abraçá-los pessoal- mente, um por um, com toda s tempestuosidade de meu sangue tropical. Mas sei que isso é impossível, porque vo- cês sSo milhões e eu tão so- mente um. E' verdade que te- nho o meu irmão Luiz, tam-

bém locutor. Mas êle é diferen- te. Tão diferente, que se dá ao luxo de gostar apenas das fans do sexo frágil. O que não aconcce comigo, que gos- to de todos vocês. Reparto igualmente com vocês, toda a minha amizade. Considero-os todos merecedores da minha estima.

Hoje estou bastante emo- cionado. Sinto-me nervoso, co- mo se fosse uma virgem inex- periente. pensando na noite de nupcias. Nem sei como es- tou suportando o peso da e- moção que me domina neste instante.

Freqüentes rezes, às véspe- ras deste acontecimento, fi- quei pensando comigo mesmo, com a cabeça lançada de leve sôbre a almofada do meu lei- to, no que seria do rádio de Minas sem a minha contri- buição. Sinceramente que fij muito pela radiofonia minei- ra, graças, é claro, à notável experiência que eu trouxe da BBC da Londres. Como você» a.vem saber, eu fuj

to tempo locutor da BBC de Londres, onde aprendi, inclu- sive, êsse modo de falar que tanto me caracteriza.

A Rádio Inconfidência está em festas. Agora, está falan- do mais alto, para mais lon- ge. E quando se apagarem as luzes dos apartamentos e a sombra da noite cair sôbre o meu rosto delicado, ficarei em paz com a minha conciência E direi para mim próprio com voz suave e pausada- —' Ramos, como você é capaz! Como você é diferente do res- to doa homens!

Mas os minutos estão pas- sando e Ramos de Carvalho ▼w terminar a «na Ramos de Carvalho ronh.r nao quer seim tempo de | eus qiiendissimos fans - Ra- !

de Carvalho vai retirar-

mftdpsi" j '■®'^°'her-se, com a annn ao "ommato de

orque Ramos de Carvalho gostou de propaganda.

Tenho dito.»

tem coragem. Nem mesmo o meu amigo Tristão da Cunha que costuma pensar em voz al- ta, quando lhe convém».

— Mas muita gente ficou contra o senhor, inclusive o se- nador Bernardes Filho que é seu companheiro de partido — ob- servou o repórter.

— «Ora, o Bernardes Filho, ^le dsu razão ao Juscelino por uma questão de solidariedade de classe. Ou você não sabe qua âle também é da farra?»

O sr. Arlindo Zanini, que até então permanecera calado, gos-

da piada e comentou satis- feito:

— «Você é de morte, Diler- mando».

POLÍTICA DO «CHAPÉU NA MAO»

— «Mas em tudo isso» — continuou — «quem está fazen- do o pior papel é mesmo o nos- so Juscelino. Em vez de exigir um apoio a que tem.os realmen- te direito e que não pode ser negado de maneira alguma, pre- fere fazer a política do «chapétt na mão» e dos «panos quen- tes». Mas eu já percebi tudo O que êle quer é continuar naa boas graças do «Velho», cust. O que custar».

o reporter mostrou-se surpra- ' so e o sr. Dilermando Cruz es- clareceu melhor mento:

«Veja bem; primeiro êl« queria que eu desmentisse a en- trevista. Depois, quando tíb

(Cent, na pag. 2Í

o seu peniA-

I