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ALINE PACHECO PRÉVE MASON
APLICABILIDADE DA ESCALA LÚDICA DE DISPNÉIA PARA PRÉ-ESCOLARES
Tubarão, 2006
ALINE PACHECO PRÉVE MASON
APLICABILIDADE DA ESCALA LÚDICA DE DISPNÉIA PARA PRÉ-ESCOLARES
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientadora: Profª. Esp. Dayane Montemezzo
Tubarão, 2006
DEDICATÓRIA
Este estudo dedico a minha família: Isadora, minha
filha amada; Márcio, meu amor companheiro
compreensivo; Marilma e Vinícius, meus pais
maravilhosos que mesmo tão distantes, sempre
permaneceram próximos, me auxiliando e
confortando quando necessário. Amo vocês que são
a minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família por todo auxílio,
compreensão e paciência em esperar... sempre
acreditando em meu potencial. Também aos meus
amigos Carla Formentin e Guilherme Sampaio, pela
ajuda neste processo. A minha colega Daniélle
Neves, que me auxiliou durante toda a coleta de
dados. Aos professores: Dayane Montemezzo pela
paciência em me orientar nas horas de “desespero”;
Fernando Massignam que desde a criação da escala
me incentivou; Ralph Rosas e Vilson Leonel pelas
dicas importantes; Paulo Madeira pelo auxílio no
processo de análise do estudo. À Geneci Tavares
pelas dicas de português. Enfim... a todas as pessoas
que contribuíram de uma forma ou de outra para
tornar este momento uma realidade.
RESUMO As doenças respiratórias podem impedir o entretenimento das crianças devido à dispnéia e fadiga, acarretando em limitações funcionais, sendo motivos principais na busca pela reabilitação pulmonar. Para graduação da dispnéia durante o programa de reabilitação pulmonar é necessário utilizar uma escala de percepção de esforço. As crianças apresentam certo grau de dificuldade em utilizar as escalas existentes, desenvolvidas para adultos, provavelmente devido à dificuldade de compreensão tanto da escala quanto do índice de percepção de esforço. Numa amostra de 20 crianças, pré-escolares, com 5 anos de idade, divididos em 3 grupo, para cada grupo utilizou-se uma escala de dispnéia diferente, sendo para o grupo 1 a Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm; para o grupo 2 a Escala Análogo Visual de Percepção de Esforço; e para o grupo 3 a Escala Lúdica de Dispnéia, onde foi avaliada a percepção de esforço pré e pós-atividade aeróbia. Objetivou-se verificar a aplicabilidade da Escala Lúdica de Dispnéia; verificar a relação entre a graduação do índice de percepção de esforço e os sinais de desconforto respiratório nas três escalas; comparar o grau de compreensão entre as três escalas e verificar a compreensão por gênero. A Escala Lúdica de Dispnéia foi compreendida por 50% das crianças e 100% apresentaram os sinais de desconforto respiratório adequados a graduação do índice de percepção de esforço, não havendo diferença na compreensão por gêneros. Palavras-chave: dispnéia; fisioterapia; Escala de Dispnéia
ABSTRACT The respiratory illnesses can hinder the entertainment them children due to dyspnea and fatigue, causing functional limitations, being main reasons in the search for the pulmonary rehabilitation. For graduation of the dyspnea during the pulmonary program of rehabilitation it is necessary to use a scale of effort perception. The children present certain degree of difficulty in using the existing scales, developed for adults, probably due to difficulty of understanding in such a way of the scale how much of the index of effort perception. In a sample of 20 children, preschool, with 5 years of age, divided in 3 group, for each group used a scale of different dyspnea, being for the group 1 Scale Analogous-Appearance de Dyspnea of 100 mm; for group 2 Visual Analogous Scale of Perception of Effort; e for group 3 Playful Scale of Dyspnea. The effort perception was evaluated daily before and after aerobic activity. It was objectified to verify the applicability of Playful Scale of Dyspnea; to verify the relation enters the graduation of the index of effort perception and the signals of respiratory discomfort in the three scales; to compare the degree of understanding between the three scales and to verify the understanding for sex. Playful scale of Dyspnea was understood by 50% of the children and 100% had presented the signals of respiratory discomfort adjusted the graduation of the index of effort perception, not having difference in the understanding for sex. Key-words: dyspnea; physiotherapy; Scale of Dyspnea.
LISTA DE FOTOS
Foto 1 – Brincadeira de “pega-pega” ...................................................................................26
Foto 2 – Brincadeira de “pega-pega em círculo” .................................................................26
Foto 3 – Mensuração do índice de percepção de esforço na Escala Análogo-Visual de
Dispnéia de 100 mm.............................................................................................................27
Foto 4 – Brincadeira de “pega-pega livre” ...........................................................................28
Foto 5 – Mensuração do índice de percepção de esforço na Escala Análogo Visual de
Percepção de Esforço ...........................................................................................................28
Foto 6 – Brincadeiras com a “bola de basquete”..................................................................29
Foto 7 – Brincadeiras com a “bola de basquete”..................................................................29
Foto 8 – Mensuração do índice de percepção de esforço na Escala Lúdica de Dispnéia.....29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade (Grupo 1) ...31
Tabela 2 – Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade (Grupo 2) ...34
Tabela 3 – Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade (Grupo 3) ...37
Tabela 4 – Variação na graduação do índice de percepção de esforço ................................40
Tabela 5 – Sinais de desconforto respiratório e graduação do índice de percepção de esforço
..............................................................................................................................................42
Tabela 6 – Compreensão dos instrumentos de pesquisa da graduação do índice de percepção
de esforço..............................................................................................................................43
Tabela 7 – Compreensão por gênero da graduação do índice de percepção de esforço.......44
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................10
2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA E A RELEVÂNCIA DO INS-
TRUMENTO PARA MENSURAR O ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DE ESFORÇO ...14
2.1 Reabilitação pulmonar pediátrica...............................................................................14
2.2 Dispnéia .........................................................................................................................17
2.3 Instrumentos de mensuração.......................................................................................18
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ..............................................................................22
3.1 Tipo de pesquisa ...........................................................................................................22
3.2 População/amostra .......................................................................................................23
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados................................................................24
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados e local da pesquisa ............................24
3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados ............................................29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................30
4.1 Análise dos grupos ........................................................................................................30
4.1.1 Grupo 1 – Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm........................................30
4.1.2 Grupo 2 – Escala Análogo Visual de Percepção de Esforço.......................................34
4.1.3 Grupo 3 – Escala Lúdica de Dispnéia .........................................................................37
4.3 Análise dos sinais de desconforto respiratório (SDR) ...............................................41
4.4 Análise da compreensão das escalas de dispnéia .......................................................42
4.5 Análise da compreensão por gênero ...........................................................................44
4.6 Análise geral do estudo ................................................................................................44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................47
REFERÊNCIAS .................................................................................................................51
APÊNDICE A – Escala Lúdica de Dispnéia ...................................................................54
APÊNDICE B – Carta de apresentação ..........................................................................55
APÊNDICE C – Termo de consentimento ......................................................................56
ANEXO A – Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm.........................................58
ANEXO B – Escala Análogo Visual de Percepção de Esforço .......................................59
ANEXO C – Escala Analógica Visual...............................................................................60
ANEXO D – Escala Numérica ...........................................................................................61
ANEXO E – Escala de Borg Modificada ..........................................................................62
ANEXO F – Escala do Conselho Britânico de Pesquisas Médicas Modificada-MRC .63
ANEXO G – Escala do Índice Basal de Dispnéia (BDI) e Índice Transicional de
Dispnéia (TDI) de Mahler..................................................................................................64
10
1 INTRODUÇÃO
Do ponto de vista do fisioterapeuta, para trabalhar com crianças pequenas é
necessário termos um amplo conhecimento de suas especificidades, as quais diferem muito
quando comparamos com as crianças maiores e com os adultos, inclusive a maneira na qual
conquistamos a atenção e dedicação para que a prática terapêutica seja aplicada e tenha
eficácia.
A fisioterapia respiratória para o paciente pediátrico é um desafio no tratamento e
na prevenção de complicações pulmonares, a qual procura suprir a deficiência dos
mecanismos de defesa do aparelho respiratório, podendo ser considerada em seu aspecto de
substituição, de compensação ou, ainda, de substitutivo à deficiência momentânea ou
definitiva dos mecanismos de defesa do aparelho respiratório, consistindo em retirar ou
reduzir a obstrução brônquica; prevenir ou tratar a atelectasia, a hiperinsuflação e também à
prevenção dos danos estruturais. A prática clínica competente nesta área requer um
conhecimento seguro das muitas diferenças anatômicas, fisiológicas e fisiopatológicas entre o
lactente, a criança e o adulto, exigindo variações no fornecimento da terapia respiratória, que
é uma das áreas especializadas mais sofisticadas neste campo, sendo o tratamento de crianças,
um dos aspectos mais desafiadores e recompensadores desta terapia. Buscando, sempre, a
reabilitação pulmonar desde a fase aguda até a fase crônica, proporcionando assim uma
11
melhora na capacidade funcional (IRWIN; TECKLIN, 2003; POSTIAUX, 2004; SCANLAN;
WILKINS; STOLLER, 2000).
As doenças pulmonares da criança usualmente iniciam com obstrução das vias
aéreas por causa de infecções bacterianas ou virais. Algumas dessas doenças, como por
exemplo, o refluxo gastroesofágico, a bronquiolite, a epiglotite, a fibrose cística, a asma, a
pneumonia, quando não são devidamente tratadas, podem implicar em seqüelas, resultando
em grandes limitações físicas, o que pode caracterizar a criança como um doente pulmonar
crônico. Podendo alterar também, conforme Irwin e Tecklin (2003), as etapas evolutivas do
desenvolvimento neuropsicomotor, devido à permanência prolongada intra-hospitalar, à
dependência de oxigênio, os quadros de agudização da doença, o que acaba restringindo a
capacidade dessas crianças de explorar seu ambiente, levando a uma diminuição na
estimulação sensório-motora.
As estratégias utilizadas pelo fisioterapeuta para a reabilitação pulmonar é
integrar-se ao manejo clínico e à manutenção da estabilidade clínica dos portadores de doença
pulmonar crônica, principalmente nos pacientes que, mesmo com tratamento clínico
otimizado, continuam sintomáticos e com diminuição de sua função física e social.
Elaborando, assim, programas bem direcionados de reabilitação pulmonar, no qual resultam
em melhora na habilidade de realização das atividades de vida diária, na capacidade funcional
de realizar exercícios, na qualidade de vida, na redução dos sinais e sintomas da ansiedade e
da depressão, na redução dos sintomas respiratórios como a dispnéia, na redução da
freqüência e duração das internações, além de reduzir a freqüência de exacerbações de
doenças pulmonares crônicas (ZANCHET; VIEGAS; LIMA, 2005).
No trabalho com crianças, conforme citado por Irwin e Tecklin (2003), é muito
importante tornar a reabilitação pulmonar pediátrica uma experiência tão confortável e
agradável quanto possível, usando jogos ou músicas para obter resultados terapêuticos ajudará
12
a conseguir a atenção e cooperação da criança. As doenças respiratórias podem impedir
especialmente a participação em diversões e jogos normais devido à falta de ar e fadiga,
acarretando em limitações funcionais, as quais se tornam motivos principais para esses
pacientes buscarem a reabilitação pulmonar.
A falta de ar ou dispnéia é uma queixa comum em consultórios médicos, tendo
sido relatada sua ocorrência em até 20% da população geral, o que leva o paciente ao
encaminhamento para atendimento fisioterapêutico. Estudos têm demonstrado que a dispnéia
constitui-se no principal fator limitante da qualidade de vida, relacionada à saúde de pacientes
portadores de doença respiratória crônica, seja ela de cunho obstrutivo ou restritivo. Os
fisioterapeutas trabalham para diminuir esta sensação e tratar a causa da mesma, porém
necessitam de dispositivos auxiliares na área pediátrica para que o trabalho seja completo e
eficaz (MARTINEZ; DE PÁDUA; TERRA FILHO, 2004).
A avaliação da intensidade da dispnéia é um elemento importante tanto em
condições clínicas como em experimentais. Para tal, ao longo dos últimos anos, inúmeras
escalas têm sido desenvolvidas e propostas com essa finalidade. Porém, as crianças
apresentam certo grau de dificuldade em utilizar os instrumentos pré-existentes para mensurar
o índice de percepção de esforço, provavelmente devido à dificuldade de compreensão tanto
da escala que é desenvolvida para adultos, quanto do índice de percepção de esforço
(MARTINEZ; DE PÁDUA; TERRA FILHO, 2004).
Surgindo assim, durante os atendimentos de pneumopediatria na disciplina de
Fisioterapia Aplicada à Pediatria II, no setor de pediatria da Clínica Escola de Fisioterapia da
Unisul, Campus Regional Sul, a necessidade de elaborar um objeto diferenciado para
mensurar o índice de percepção de esforço, adaptado para as crianças que recebiam
atendimento, sendo que o objeto utilizado não era bem compreendido pelas crianças.
13
Elaborou-se então, a Escala Lúdica de Dispnéia – um instrumento para graduar o
índice de percepção de esforço, no qual apresenta-se de forma atraente para crianças. Sendo
que se este objeto apresentar melhor compreensão para as crianças, provavelmente as
respostas coletadas serão mais fidedignas e conseqüentemente irá respaldar um tratamento
mais próximo das limitações funcionais, propiciando uma abordagem mais eficaz.
A partir desse pressuposto, este estudo tem como objetivo geral verificar a
aplicabilidade da Escala Lúdica de Dispnéia para pré-escolares. Para tal, foram desenvolvidos
alguns objetivos específicos como: verificar a relação entre a graduação do índice de
percepção de esforço e os sinais de desconforto respiratório (SDR) apresentados nas três
escalas; comparar o grau de compreensão entre as escalas aplicadas; verificar a compreensão
por gênero.
O trabalho está dividido em cinco capítulos, onde o primeiro relata a parte
introdutória do estudo, destacando os principais conteúdos pertinentes ao mesmo. No segundo
capítulo será apresentado uma revisão de literatura que englobará a reabilitação pulmonar
pediátrica, dispnéia e instrumentos de mensuração. O terceiro capítulo abordará os
procedimentos metodológicos do estudo. O quarto capítulo é constituído pelos resultados e
análise dos dados; por fim, o quinto e último capítulo, as considerações sobre o estudo
realizado.
14
2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA E A RELEVÂNCIA DO
INSTRUMENTO PARA MENSURAR O ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DE ESFORÇO
2.1 Reabilitação pulmonar pediátrica
O aparelho respiratório deve ser considerado como um sistema, ou seja, como um
conjunto de elementos reunidos para uma mesma função. As infecções respiratórias agudas
podem afetar o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios, e os pulmões. De forma
geral, são vírus que causam a maioria das infecções respiratórias, mas podem ocorrer
infecções por bactérias, as quais costumam ser mais graves (POSTIAUX, 2004; LEMOS,
2001).
A cada ano, no mundo, 15 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos morrem de doenças respiratórias, principalmente de pneumonia, no sentido mais amplo, e de bronquiolite. Isso representa uma morte para cada dez crianças dessa faixa etária. Em 96% dos casos, trata-se de crianças do Terceiro Mundo, onde um terço das mortes deve-se à pneumonia, seguindo-se, em ordem de importância, a diarréia e a desnutrição. Os últimos números da Organização Mundial de Saúde (OMS) referem-se ao ano de 1991, em que 17,7 milhões de pessoas foram a óbito por infecções respiratórias agudas, dentre as quais, novamente, 12,9 milhões de crianças nos países em desenvolvimento e... 284 mil nos países industrializados. (POSTIAUX, 2004, p. 21).
Em relação às doenças respiratórias da primeira infância, há fatores
predisponentes (genéticos), desencadeantes (infecciosos e alergênicos) e agravantes
(ambientais) que, isolados ou associados a outros, contribuem para a sua patogênese. Essas
15
afecções da primeira infância têm repercussões a longo prazo sobre a função respiratória dos
adolescentes e dos adultos. Nas patologias sazonais, a fisioterapia preocupa-se com a
prevenção de complicações pulmonares muito freqüentes e que por muitas vezes podem levar
a lesões pulmonares irreversíveis (POSTIAUX, 2004; JANOSKI, 1990).
É um fato aceito que as crianças são diferentes dos adultos. Não apenas suas
respostas emocionais e sua pequena estatura os colocam à parte, mas as diferenças anatômicas
e fisiológicas são aparentes. Sendo que o tratamento completo do paciente pediátrico significa
considerar sistemas em crescimento – cardiopulmonar, esquelético, neurológico etc (IRWIN;
TECKLIN, 2003).
Conforme Postiaux (2004, p. 124):
A fisioterapia respiratória em pediatria é confrontada com um dado muito importante que determina as modalidades de aplicação das diferentes manobras, as respostas a estas manobras, bem como o local de seus efeitos: trata-se da evolução rápida da função respiratória durante o crescimento. Essas modificações estruturais e funcionais do aparelho respiratório condicionam as diferenças metodológicas da fisioterapia respiratória da criança pequena, da criança maior e do adolescente.
Rozov (1999), parafraseando Mackenzie, a fisioterapia respiratória surgiu em
1901 quando William Ewart descreveu o efeito benéfico da drenagem postural no tratamento
da bronquiectasia. Desde então, muita polêmica surgiu, foram introduzidos os exercícios
respiratórios, as técnicas de limpeza brônquica como a tapotagem, a vibração, a tosse
assistida. Paralelamente ao desenvolvimento destas técnicas ocorreu o conhecimento mais
específico da radiologia, da fisiologia respiratória, as grandes evoluções no campo da cirurgia,
das provas de função pulmonar e, finalmente, da ventilação mecânica. A fisioterapia
respiratória acompanhou toda essa atualização, surgindo novas técnicas e algumas caindo por
desuso, como por exemplo, a tapotagem.
Na Inglaterra, em 1934, Kinton, do Brompton Hospital, estabeleceu os princípios de uma reeducação psicomotora eletiva dos músculos respiratórios. Com os novos
16
conhecimentos, o treinamento do diafragma e demais músculos usados na respiração, hoje faz parte de uma terapia específica muscular de grande abrangência. [...] A fisioterapia respiratória foi se tornando terapia utilizada nas mais diversas situações, e seus benefícios, na prática, hoje são mais conhecidos. (ROZOV, 1999, p. 609).
A atuação fisioterapêutica pode possibilitar uma melhor ventilação pulmonar,
através de exercícios e manobras manuais respiratórias que interfiram diretamente na
biomecânica pulmonar evitando a instalação de novos processos infecciosos. Tendo como
objetivos principais a manutenção das vias aéreas superiores e inferiores livres, promoção de
uma melhor ventilação pulmonar, melhora da biomecânica pulmonar e aumento da
capacidade de exercício (BRUNETTO; PAULIN, 2002).
Crianças com doença pulmonar comumente apresentam capacidade de exercício
reduzida e em geral estão menos condicionadas fisicamente do que seus companheiros
saudáveis, podendo melhorar seu condicionamento cardiovascular e alcançar os mesmos
benefícios de seus companheiros saudáveis através de um programa de reabilitação pulmonar
e atividade física regular. Sendo a reabilitação pulmonar de modo geral uma prática
fisioterapêutica direcionada as crianças com algum comprometimento funcional, elaborada
conforme a doença e os sintomas apresentados com objetivo de retornar para a criança uma
maior capacidade funcional respiratória. Para a elaboração de um programa de reabilitação
pulmonar é necessário que haja a prescrição de exercício altamente individualizado e baseado
em uma detalhada história, avaliação e teste de esforço. O fisioterapeuta deve considerar o
tipo, a intensidade, a freqüência e a duração do exercício (IRWIN; TECKLIN, 2003; LEMOS,
2001).
Embora as crianças sejam, de modo geral, bastante ativas, elas geralmente optam
por participar em atividades que consistem de exercício breve e de alta energia. As crianças
estão envolvidas em várias atividades durante o dia, devido a isso, um período específico deve
ser dedicado a atividades aeróbias sustentadas. O tipo, a intensidade e a duração das
17
atividades devem ser fundamentados na maturidade da criança, no condicionamento físico,
estado clínico e experiências anteriores com o exercício. Independentemente da idade, a
intensidade do exercício deve ser baixa no começo e progredir gradualmente, porém esta é
melhor indicada quando realizado um teste de esforço. Como é difícil de monitorar a
freqüência cardíaca nas crianças, a escala para mensurar o índice de percepção de esforço
oferece um método mais prático para monitorar a intensidade do exercício durante o teste de
esforço (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
O teste de esforço dá-se através de testes de campo, teste de endurance de
caminhada sustentada de três, seis, nove ou doze minutos com uma distância pré-mensurada,
teste em esteira rolante e teste em bicicleta ergométrica. Geralmente, as habilidades ou falta
de habilidade ditarão a modalidade a ser usada. Durante a realização desses testes os
indivíduos devem ser cuidadosamente observados e monitorados quanto aos sinais de
aumento do trabalho respiratório desproporcional ao que é esperado, sendo que esses sinais
são aumento do trabalho da musculatura acessória, batimento de asa de nariz, dispnéia e
cianose. Para melhor monitorização e controle utiliza-se escalas de dispnéia, que quantificam
a sensação subjetiva do trabalho respiratório do paciente, podendo ser usadas antes, durante e
após o teste de esforço (IRWIN; TECKLIN, 2003; MAHLER et al, 2000).
2.2 Dispnéia
O conhecimento da patogênese da dispnéia envolve necessariamente a
compreensão do mecanismo nervoso envolvido na geração, na transmissão e na modulação do
ritmo respiratório. O tratamento da dispnéia continua sendo um desafio terapêutico,
principalmente nos casos de insuficiência respiratória crônica. Estudos recentes mostraram
que a indução de sensações respiratórias desagradáveis, ativa áreas do córtex insular.
18
A Dispnéia, assim como a dor, é um sintoma muito comum em diversas doenças,
além do mais a dispnéia é uma sensação multidimensional, envolvendo componentes afetivos
e processos do complexo nervoso. A evidência atual indica que a dispnéia resulta de entradas
multisensoriais e simultâneas, enfatizando um papel fundamental no sistema nervoso central e
periférico na integração final destas sensações complexas (MARTINEZ et al, 2002).
Este é um dos sinais de desconforto respiratório existentes, que leva indivíduos a
buscarem atendimento especializado para melhorar a sua qualidade de vida.
A dispnéia é traduzida, literalmente, como respiração ruim. Este termo diz
respeito à experiência subjetiva de sensações respiratórias desconfortáveis. Contudo, é
necessário que se faça uma distinção entre os conceitos de dispnéia atual e dispnéia usual.
Sendo que o primeiro reflete as característica do sintoma num momento preciso, como, por
exemplo, durante ou após a corrida em esteira, e o segundo refere-se às limitações provocadas
pelo sintoma na execução de atividades do cotidiano como, por exemplo, para subir escadas.
Na prática terapêutica, estamos interessados em medir a dispnéia usual (MARTINEZ; DE
PÁDUA; TERRA FILHO, 2004).
2.3 Instrumentos de mensuração
Desde os tempos pré-históricos, os homens sentiram necessidade de medir e de
comparar grandezas de mesma natureza, por ocasião de uma troca, por exemplo. A
comparação de grandezas exige a escolha de um padrão para cada uma delas. Surgindo
progressivamente no decorrer do tempo. No dia 19 de março de 1791, a Academia das
Ciências adotou definitivamente a unidade de comprimento chamada de metro. A
escolaridade obrigatória, através da grande importância que conferiu ao sistema métrico em
seus programas, contribuiu para a evolução das mentalidades e das utilizações práticas. Para
19
fazer medições, é preciso contar com um modelo para servir de referência, isto é, de um
instrumento de medida fixa, que se utiliza como unidade de comparação (CERQUETTI-
ABERKANE; BERDONNEAU, 1997).
É através de escalas de dispnéia que se mede o índice de percepção de esforço,
onde essa medida traduz não apenas o tipo e a intensidade da atividade que desencadeia a
dispnéia, como, também, costumam refletir os efeitos do sintoma sobre a qualidade de vida
dos pacientes (MARTINEZ; DE PÁDUA; TERRA FILHO, 2004).
Inúmeras escalas têm sido empregadas nesse sentido, dentre elas estão, a escala
Analógica Visual (Anexo C); a escala Numérica (Anexo D); a escala de Borg Modificada
(Anexo E); a escala do Conselho Britânico de Pesquisas Médicas Modificada (MRC), (Anexo
F); a escala do Diagrama de Custo do Oxigênio (OCD); a escala do Índice Basal de Dispnéia
(BDI) e Índice Transicional de Dispnéia (TDI) de Mahler (Anexo G); o Questionário de
Dispnéia da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSDQ); o Componente referente à
dispnéia do Questionário da Doença Respiratória Crônica de Guyatt (CRQ), (MARTINEZ;
DE PÁDUA; TERRA FILHO, 2004).
Essas escalas são elaboradas, todas, para adultos. Quando aplicadas em crianças,
não são bem compreendidas, o que leva os dados subjetivos a se tornarem cada vez mais
subjetivos, não se obtendo dados tão seguros quanto deveriam ser.
A mensuração da sensação de dispnéia constitui um desafio aos pesquisadores da
área considerando-se a subjetividade e complexidade de como mensurar a sensação de
dispnéia. Ultimamente houve avanços referentes à elaboração de instrumentos, os quais
facilitam a comunicação entre os pacientes e os profissionais da área, possibilitando conhecer
tanto a incidência, a duração e a intensidade da sensação de dispnéia. Porém, tratando-se de
crianças, é difícil de encontrar um instrumento para mensurar o índice de percepção de
esforço que seja eficazmente aplicável, levando em consideração as particularidades das
20
mesmas quanto as suas capacidades de aprendizagem cognitiva, para daí então tornar um
instrumento atraente e de fácil entendimento para tais (PEREIRA; SOUSA, 1998).
As crianças se familiarizam com o aspecto ordinal, que trata-se de trabalhar a
ordem dos números, desde a pré-escola, ao mesmo tempo em que aprendem a ler e a escrever
números. Por volta dos cinco anos a criança gosta de contar objetos; diz quantos brinquedos
tem. É capaz de copiar números e pode ser que escreva alguns que lhe sejam ditados. No
decurso do ano, aprende a identificar algumas moedas. As tentativas de somar e de subtrair,
nesta idade, podem ser feitas com ou sem a ajuda dos dedos ou de objetos. Assim como
aprende as letras, a criança está também a aprender símbolos numéricos (ou dígitos) e tanto
inverte estes como aquelas. A contagem dos objetos um a um é menos evidente; começa a
agrupar objetos aos quatro duma espécie, cinco daquela, etc. É também nesta idade, que as
meninas são geralmente melhores na leitura, na escrita e no desenho, ao passo que os meninos
trabalham melhor com os números e prestam mais atenção às histórias (CERQUETTI-
ABERKANE; BERDONNEAU, 1997; GESELL, 1977).
Conforme Rosa Neto (2002, p. 21/22):
Na vida cotidiana, utilizamos constantemente os dados sensoriais e perceptivos relativos ao espaço que nos rodeia. Esses dados sensoriais contêm as informações sobre as relações entre os objetos que ocupam o espaço; porém, é nossa atividade perceptiva, baseada na experiência do aprendizado, a que lhe dá um significado. A organização espacial depende, ao mesmo tempo, da estrutura de nosso próprio corpo (estrutura anatômica, biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e de suas características. Adquirimos pouco a pouco a atitude de avaliar nossa relação com o espaço que nos rodeia e de ter em consideração as modificações dessa relação no curso dos deslocamentos que condicionam nossa orientação espacial. A percepção que temos do espaço que nos rodeia e das relações entre os elementos que o compõem evoluiu e modifica-se com a idade e com a experiência. Essas relações chegam a ser, progressivamente, objetivas e independentes. [...] Conforme as características das nossas atividades, podemos utilizar duas dimensões do espaço plano (desenho, escrita, leitura, etc.) como também há de se considerar igualmente a terceira dimensão (distância ou profundidade).
Considerando a idéia do autor supracitado, pode-se dizer que as crianças têm
noção do espaço plano quando estão desenhando, escrevendo; e noção da terceira dimensão
21
quando trata-se da distância e profundidade. Portanto, enquanto escrevem ou desenham,
permanecem sempre na mesma dimensão e quando correm ou brincam em playgrouns tem a
noção da terceira dimensão, tornando mais fácil para o entendimento das crianças o que é
maior e o que é menor; o que é menos e o que é mais.
22
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este capítulo aborda a classificação do estudo realizado, sobre a definição da
população e amostra, os instrumentos e procedimentos utilizados na coleta de dados e como
se procedeu para analisar e interpretar os dados.
3.1 Tipo de pesquisa
Se considerarmos o nível, a abordagem e o procedimento para coleta de dados
este estudo caracteriza-se como pesquisa explicativa, qualiquantitativa e comparativa,
seguindo abaixo uma breve caracterização.
Utilizou-se a pesquisa explicativa, segundo a classificação de Gil (2002), têm
como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a
ocorrência dos fenômenos, sendo que esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
A abordagem qualitativa é a forma adequada para entender a natureza de um
fenômeno social, enquanto o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da
quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por
meio de técnicas estatísticas desde às mais simples às mais complexas (RICHARDSON et al,
1999).
23
Ainda conforme Richardson et al (1999), onde cita a idéia de Goode e Hatt (1973)
a, [...] pesquisa moderna deve rejeitar como uma falsa dicotomia a separação entre estudos
qualitativos e quantitativos, ou entre ponto de vista estatístico e não estatístico. Além disso,
não importa quão precisas sejam as medidas, o que é medido continua a ser uma qualidade.
Seguindo a idéia do autor supracitado, o aspecto qualitativo de uma investigação
pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente
quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em
dados quantificáveis, na tentativa de assegurar a exatidão no plano dos resultados.
Faz-se uso da pesquisa comparativa, pois são três grupos com sete crianças para
cada instrumento de coleta de dados diferente para cada grupo, com pré-teste e pós-teste após
atividade aeróbia, sendo que esta atividade influenciou apenas no nível da comparação entre a
graduação do índice de percepção de esforço pré-atividade e pós-atividade. Os três grupos
servirão de comparação entre si com o objetivo de detectar qual instrumento de pesquisa terá
um maior grau de compreensão entre as crianças pré-escolares.
No estudo comparativo, em geral, não se usa grupo controle. Faz-se uma
abordagem de pesquisa com dois ou mais tratamentos. São muito usados por serem
informativos (VIEIRA; HOSSNE, 2002).
3.2 População/amostra
A amostra deste estudo foi composta por crianças sem doenças respiratórias em
curso, pré-escolares, de acordo com a definição de Lissauer e Clayden (2003), com faixa
etária de 5 anos a 5 anos e 11 meses de idade, estudantes que freqüentam o período vespertino
do Colégio Dehon, Tubarão, SC.
24
Considerando a idéia de Markoni e Lakatos (1999) a escolha da amostra deve ser
de tal forma que seja a mais representativa possível do todo e, a partir dos resultados obtidos,
relativos a essa parte, poder inferir, o mais legitimamente possível, nos resultados da
população total, como se esta fosse verificada. Foi obtida da população de 31 (trinta e um)
pré-escolares, uma amostra de 21 (vinte e um) crianças considerando o nível de confiança de
90% e um erro máximo de 10%. A mesma foi obtida mediante utilização do software
STATDISK® (software by password, Inc – copyrigh de 1998) que considerou a fórmula:
n=Z². p. q. N
e².(N-1)+Z².p.q , onde Z= 1,64 (correspondente a 90% de confiança); p= 0,50 (proporção
estimada de uma pré-amostra); q= 0,50 (proporção estimada de uma pré-amostra); N= 31
(população); e=10% (erro máximo aceitável para a pesquisa).
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados
Na coleta de dados foram utilizados: a Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100
mm adaptada de Matte (2000) por Soares (2003), (Anexo A); a Escala Análogo Visual de
Percepção de Esforço adaptada de Irwin e Tecklin (1996) por Massignam (2002), (Anexo B);
a Escala Lúdica de Dispnéia (Apêndice A); cronômetro (não possui marca de fabricação
explícita); termômetro externo (não possui marca de fabricação explícita); avental de
identificação confeccionado para a coleta de dados.
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados e local da pesquisa
Primeiramente, fez-se contato com a diretoria do colégio Dehon para explanação
dos procedimentos do estudo e autorização para sua realização. Durante o encontro foi
25
entregue uma carta de apresentação da pesquisadora (Apêndice B), um termo de
consentimento (Apêndice C) representando a turma “III Infantil/2006”.
Em seguida, reuniu-se então, com a professora de educação física da turma para
apresentar o método usado para coletar os dados do estudo e definir os dias para coleta de
dados.
A definição dos grupos foi através da lista de freqüência com o nome dos alunos
em ordem alfabética, onde primeiramente fez-se a divisão por gênero, tendo um total de 10
(dez) meninas e um total de 11 (onze) meninos, sendo que as primeiras 7 (sete) meninas da
lista pertenceram ao grupo 1, os primeiros 7 (sete) meninos da lista pertenceram ao grupo 2 e
as 3 (três) meninas e os 4 (quatro) meninos restantes da lista, pertenceram ao grupo 3.
Foram 3 (três) dias destinados para a coleta de dados, onde a cada dia utilizou-se
uma escala de dispnéia diferente para mensurar o índice de percepção de esforço e também
um grupo diferente a cada dia de coleta de dados. O grupo de crianças que participou da
coleta de dados no dia pré-estabelecido recebeu as instruções sobre a escala de dispnéia que
utilizariam no mesmo dia, minutos antes de realizar a atividade aeróbia; faziam uso do avental
de identificação na cor amarela e com os números na cor verde e azul o qual foi
confeccionado para este estudo, com o intuito de identificar as crianças que participariam da
coleta de dados. Nos três dias da coleta de dados todas as crianças participaram da atividade
aeróbia proposta pela professora de educação física da turma, considerando os objetivos do
trabalho, previamente esclarecidos, e somente o grupo que estava vestido com o avental de
identificação faria parte da coleta de dados do dia. A cada dia de coleta de dados foram
aplicadas diferentes atividades, porém todas com a mesma intensidade e com o mesmo tempo
cronometrado (15 minutos).
No primeiro dia (10/abr/06) realizou-se a primeira coleta de dados com o
denominado grupo 1, onde utilizou-se a Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm, a
26
temperatura do ambiente externo estava em média 28ºC. As sete crianças foram instruídas
individualmente sobre o procedimento da coleta de dados, onde após a explicação que
receberam, ainda em sala de aula, fizeram a primeira mensuração do índice de percepção de
esforço – denominada pré-atividade – vestiram o avental de identificação, em seguida
participaram da atividade aeróbia dirigida pela professora de educação física que no dia
aplicou brincadeiras de “pega-pega” (Foto 1), onde as meninas ficavam de um lado da quadra
e os meninos de outro, após o sinal sonoro uns corriam em direção aos outros para tentar
pegá-los e levar para o seu grupo; em seguida todos sentaram formando um círculo para
brincar de “pega-pega em círculo” (Foto 2), onde uma criança ficava ao redor do círculo e
descrevia a criança na qual queria que se levantasse para pegá-la e ocupar o seu lugar, toda a
atividade foi cronometrada durante quinze minutos. Imediatamente após o término da
atividade aeróbia, cada criança individualmente, fazia a segunda e última mensuração do
índice de percepção de esforço – denominada pós-atividade (Foto 3).
Foto 1: Brincadeira de “pega-pega” Foto 2: Brincadeira de “pega-pega em círculo”
27
Foto 3: Mensuração do índice de percepção de esforço
No segundo dia (11/abr/06) realizou-se a segunda coleta de dados com o
denominado grupo 2, onde utilizou-se a Escala Análogo Visual de Percepção de Esforço, a
temperatura do ambiente externo estava em média 31,3ºC. As sete crianças foram instruídas
individualmente sobre o procedimento da coleta de dados, onde após a explicação que
receberam ainda em sala de aula, fizeram a primeira mensuração do índice de percepção de
esforço – denominada pré-atividade – vestiram o avental de identificação, em seguida
participaram da atividade aeróbia dirigida pela professora de educação física que no dia
aplicou a brincadeira de “pega-pega livre” (Foto 4), onde as crianças após o sinal sonoro da
professora, corriam em direção uns aos outros para tentar pegá-los, toda a atividade foi
cronometrada durante quinze minutos. Imediatamente após o término da atividade aeróbia,
cada criança individualmente, fazia a segunda e última mensuração do índice de percepção de
esforço – denominada pós-atividade (Foto 5).
28
Foto 4: Brincadeira de “pega-pega livre” Foto 5: Mensuração do índice de percepção de esforço
No terceiro dia (17/abr/06) realizou-se a terceira coleta de dados com o
denominado grupo 3, onde utilizou-se a Escala Lúdica de Dispnéia, a temperatura do
ambiente externo estava em média 21,7ºC. Seriam sete crianças, mas uma não compareceu
neste dia, então as seis crianças foram instruídas individualmente sobre o procedimento da
coleta de dados, onde após a explicação que receberam ainda em sala de aula, fizeram a
primeira mensuração do índice de percepção de esforço – denominada pré-atividade –
vestiram o avental de identificação, em seguida participaram da atividade aeróbia dirigida
pela professora de educação física que no dia aplicou brincadeiras com a “bola de basquete”
(Fotos 6 e 7), onde as crianças após o sinal sonoro da professora, começaram a quicar a bola
sobre uma linha reta de um lado ao outro da quadra apenas com uma das mãos; jogavam a
bola para cima deixando-a quicar uma vez no solo e depois a pegavam; formavam uma fila
para acertar a bola na cesta de basquetebol. Toda a atividade foi cronometrada durante quinze
minutos e imediatamente após o término da atividade aeróbia, cada criança individualmente,
fazia a segunda e última mensuração do índice de percepção de esforço – denominada pós-
atividade (Foto 8).
29
Foto 6: Brincadeiras com a “bola de basquete” Foto 7: Brincadeiras com a “bola de basquete”
Foto 8: Mensuração do índice de percepção de esforço
3.5 Procedimentos para análise e interpretação dos dados
Os dados serão transferidos para tabelas e no qual passarão por uma análise
descritiva simples, conforme Vieira e Hossne (2002), o pesquisador que trabalha com dados
numéricos pode optar por estatística simples como apresentação dos dados coletados em
tabelas e cálculos de médias e proporções que levam a respostas simples.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo são apresentados e analisados os resultados obtidos durante a coleta
de dados. Inicialmente apresenta-se e faz-se uma análise dos grupos individualmente e do
total, para demonstrar todos os dados que foram obtidos de cada grupo e dos três; ainda, tem-
se uma análise dos sinais de desconforto respiratório, para averiguar a adequação das
graduações do índice de percepção de esforço apontadas nas escalas de dispnéia. Também, a
análise da compreensão das escalas de dispnéia, onde mostra o número de crianças que
compreenderam ou não as escalas de dispnéia; seguindo com a análise da compreensão por
gênero.
4.1 Análise das três escalas de dispnéia
Neste item serão analisados e discutidos os resultados da coleta de dados referente
a cada escala de dispnéia individualmente.
4.1.1 Análise da escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm
Os dados referentes às crianças do “grupo 1”, que usaram a Escala Análogo-
Visual de Dispnéia de 100 mm, obtiveram os seguintes resultados:
31
Tabela 1: Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade
CRIANÇA PRÉ-ATIVIDADE
PÓS-ATIVIDADE
SDR (sinais de desconforto respiratório)
Nº 1 0 cm 5 cm Nenhum Nº 2 0,5 cm 9,5 cm Nenhum Nº 3 0 cm 0 cm Nenhum Nº 4 0,5 cm 0 cm Nenhum Nº 5 1 cm 0 cm Nenhum Nº 6 0 cm 9,5 cm Nenhum Nº 7 0 cm 3 cm Nenhum
Conforme os dados expostos na tabela 1, pode-se descrever que a criança de
número 1 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação pré-atividade de 0 (zero) e
na pós-atividade de 5 (cinco), não apresentando sinais de desconforto respiratório durante
todo o período. O que significa uma graduação do índice de percepção de esforço aumentada
após atividade aeróbia, porém não condiz com a ausência de sinais de desconforto
respiratório. Considerando-se que esta diferença na graduação do índice de percepção de
esforço não é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança não
compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 2 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0,5 (zero vírgula cinco) e na pós-atividade de 9,5 (nove vírgula cinco), não
apresentando sinais de desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma
graduação do índice de percepção de esforço aumentada após atividade aeróbia, porém não
condiz com a ausência de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta
diferença na graduação do índice de percepção de esforço não é compatível com a realidade
observada, o que leva a crer que a criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 3 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa a permanência na graduação
32
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de
sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do índice
de percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a
criança compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 4 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0,5 (zero vírgula cinco) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando
sinais de desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição do
índice de percepção de esforço de dispnéia após atividade aeróbia, condizendo com a ausência
de sinais de desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor
insignificante para a apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que
esta diferença na graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a
graduação pré-atividade foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a
criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 5 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 1 (um) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação do índice
de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de
desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor insignificante para a
apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na
graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a graduação pré-atividade
foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a criança não compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 6 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 9,5 (nove vírgula cinco), não apresentando
sinais de desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do
33
índice de percepção de esforço aumentada após atividade aeróbia, porém não condiz com a
ausência de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na
graduação do índice de percepção de esforço não é compatível com a realidade observada, o
que leva a crer que a criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 7 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 3 (três), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do índice de
percepção de esforço aumentada após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais
de desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do índice de
percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança
compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
Diante do exposto acima, das 7 (sete) crianças que compreendiam o total do
grupo, 4 (quatro) crianças aumentaram a graduação do índice de percepção de esforço após
atividade aeróbia, 1 (uma) criança permaneceu com a mesma graduação do índice de
percepção de esforço após atividade aeróbia e 2 (duas) crianças diminuíram a graduação do
índice de percepção de esforço após atividade aeróbia. Considerando, ainda, que destas, 4
(quatro) estavam adequadas aos sinais de desconforto respiratório e 3 (três) não estavam
adequadas aos sinais de desconforto respiratório. Observando, que 2 (duas) crianças
compreenderam a escala de dispnéia, pois a graduação do índice de percepção de esforço foi
compatível com a ausência de sinais de desconforto respiratório e também a graduação pós-
atividade teve um valor maior ou igual do que na graduação pré-atividade. E 5 (cinco)
crianças não compreenderam a escala de dispnéia, pois a graduação do índice de percepção de
esforço não foi compatível com a ausência de sinais de desconforto respiratório e a graduação
pré-atividade teve um valor maior do que na pós-atividade.
34
4.1.2 Análise da escala Análogo Visual de Percepção de Esforço
Os dados referentes às crianças do “grupo 2”, que usaram a escala análogo visual
de percepção de esforço, obtiveram os seguintes resultados:
Tabela 2: Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade
CRIANÇA PRÉ-ATIVIDADE
PÓS-ATIVIDADE
SDR (sinais de desconforto respiratório)
Nº 1 0 2 Nenhum Nº 2 0 3 Nenhum Nº 3 2 0 Nenhum Nº 4 3 1 Nenhum Nº 5 0,5 0 Nenhum Nº 6 0,5 2 Nenhum Nº 7 1 7 Nenhum
Conforme os dados expostos na tabela 2 pode-se descrever que a criança de
número 1 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação pré-atividade de 0 (zero) e
na pós-atividade de 2 (dois), não apresentando sinais de desconforto respiratório durante todo
o período. O que significa uma graduação do índice de percepção de esforço aumentada após
atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de desconforto respiratório.
Considerando-se que esta situação na graduação do índice de percepção de esforço é
compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 2 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 3 (três), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do índice de
percepção de esforço aumentada após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais
de desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do índice de
35
percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança
compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 3 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 2 (dois) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de
sinais de desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor
insignificante para a apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que
esta diferença na graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a
graduação pré-atividade foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a
criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 4 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 3 (três) e na pós-atividade de 1 (um), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação do índice
de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de
desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor insignificante para a
apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na
graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a graduação pré-atividade
foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a criança não compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 5 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0,5 (zero vírgula cinco) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando
sinais de desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na
graduação do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a
ausência de sinais de desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor
36
insignificante para a apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que
esta diferença na graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a
graduação pré-atividade foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a
criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 6 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0,5 (zero vírgula cinco) e na pós-atividade de 2 (dois), não apresentando
sinais de desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do
índice de percepção de esforço aumentada após atividade aeróbia, condizendo com a ausência
de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do
índice de percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que
a criança compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 7 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 1 (um) e na pós-atividade de 7 (sete), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do índice de percepção de
esforço aumentada após atividade aeróbia, porém não condiz com a ausência de sinais de
desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na graduação do índice de
percepção de esforço não é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a
criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
Diante do exposto acima, das 7 (sete) crianças que compreendiam o total do
grupo, 4 (quatro) crianças aumentaram a graduação do índice de percepção de esforço após
atividade aeróbia, nenhuma criança permaneceu com a mesma graduação do índice de
percepção de esforço após atividade aeróbia e 3 (três) crianças diminuíram a graduação do
índice de percepção de esforço após atividade aeróbia. Considerando, ainda, que destas, 6
(seis) estavam adequadas aos sinais de desconforto respiratório e 1 (uma) não estava adequada
aos sinais de desconforto respiratório. Observando, que 3 (três) crianças compreenderam a
37
escala de dispnéia, pois a graduação do índice de percepção de esforço foi compatível com a
ausência de sinais de desconforto respiratório e também a graduação pós-atividade teve um
valor maior ou igual do que na graduação pré-atividade. E 4 (quatro) crianças não
compreenderam a escala de dispnéia, pois a graduação do índice de percepção de esforço não
foi compatível com a ausência de sinais de desconforto respiratório e a graduação pré-
atividade teve um valor maior do que na pós-atividade.
4.1.3 Análise da Escala Lúdica de Dispnéia
Os dados referentes às crianças do “grupo 3”, que usaram a Escala Lúdica de
Dispnéia, obtiveram os seguintes resultados:
Tabela 3: Graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade
CRIANÇA PRÉ-ATIVIDADE
PÓS-ATIVIDADE
SDR (sinais de desconforto respiratório)
Nº 1 0 0 Nenhum Nº 2 0 0 Nenhum Nº 3 2 0 Nenhum Nº 4 0 1 Nenhum Nº 5 2 1 Nenhum Nº 6 NÃO COMPARECEU Nº 7 2 1 Nenhum
Conforme os dados expostos na tabela 3 pode-se descrever que a criança de
número 1 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação pré-atividade de 0 (zero) e
na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de desconforto respiratório durante todo
o período. O que significa a permanência na graduação do índice de percepção de esforço
após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de desconforto respiratório.
Considerando-se que esta situação na graduação do índice de percepção de esforço é
38
compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 2 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa a permanência na graduação
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de
sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do índice
de percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a
criança compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 3 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 2 (dois) e na pós-atividade de 0 (zero), não apresentando sinais de
desconforto respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de
sinais de desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor
insignificante para a apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que
esta diferença na graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a
graduação pré-atividade foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a
criança não compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 4 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 0 (zero) e na pós-atividade de 1 (um), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma graduação do índice de percepção de
esforço aumentada após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de
desconforto respiratório. Considerando-se que esta situação na graduação do índice de
percepção de esforço é compatível com a realidade observada, o que leva a crer que a criança
compreendeu a utilização da escala de dispnéia.
39
A criança de número 5 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 2 (dois) e na pós-atividade de 1 (um), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação do índice
de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de
desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor insignificante para a
apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na
graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a graduação pré-atividade
foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a criança não compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
A criança de número 6 não compareceu no dia da coleta de dados.
A criança de número 7 mensurou o índice de percepção de esforço na graduação
pré-atividade de 2 (dois) e na pós-atividade de 1 (um), não apresentando sinais de desconforto
respiratório durante todo o período. O que significa uma diminuição na graduação do índice
de percepção de esforço após atividade aeróbia, condizendo com a ausência de sinais de
desconforto respiratório, pois a graduação apontada na escala tem valor insignificante para a
apresentação de sinais de desconforto respiratório. Considerando-se que esta diferença na
graduação do índice de percepção de esforço é incompatível, pois a graduação pré-atividade
foi maior que a graduação pós-atividade, o que leva a crer que a criança não compreendeu a
utilização da escala de dispnéia.
Diante do exposto acima, das 6 (seis) crianças que compreendiam o total do
grupo, 1 (uma) criança aumentou a graduação do índice de percepção de esforço após
atividade aeróbia, 2 (duas) crianças permaneceram com a mesma graduação do índice de
percepção de esforço após atividade aeróbia e 3 (três) crianças diminuíram a graduação do
índice de percepção de esforço após atividade aeróbia. Considerando, ainda, que 6 (seis), total
do grupo, estavam adequadas aos sinais de desconforto respiratório. Observando, que 3 (três)
40
crianças compreenderam a escala de dispnéia, pois a graduação do índice de percepção de
esforço foi compatível com a ausência de sinais de desconforto respiratório e também a
graduação pós-atividade teve um valor maior ou igual do que na graduação pré-atividade. E 3
(três) crianças não compreenderam a escala de dispnéia, pois a graduação do índice de
percepção de esforço não foi compatível com a ausência de sinais de desconforto respiratório
e a graduação pré-atividade teve um valor maior do que na pós-atividade.
Conforme o conteúdo exposto acima permite, ainda, explanar os dados coletados
referente às graduações do índice de percepção de esforço dos três grupos. Podendo ser
analisados cada grupo individualmente e os três grupos, o número de crianças que
aumentaram a graduação do índice de percepção de esforço, o número de crianças que
permaneceram com a mesma graduação do índice de percepção de esforço e o número de
crianças que diminuíram a graduação do índice de percepção de esforço.
Tabela 4: Variação da graduação do índice de percepção de esforço pré e pós-atividade
GRUPOS
GRADUAÇÕES
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 TOTAL GRUPOS
Aumentou (↑) 4 (57%) 4 (57%) 1 (17%) 9 (45%) Permaneceu (=) 1 (14%) 0 2 (33%) 3 (15%) Diminuiu (↓) 2 (29%) 3 (43%) 3 (50%) 8 (40%)
Total Crianças 7 (100%) 7 (100%) 6 (100%) 20 (100%)
Pode-se observar diante da tabela 4, acima exposta, que do grupo 1, das sete
crianças que compreendiam o total do grupo, 4 (57%) aumentaram a graduação do índice de
percepção de esforço após atividade aeróbia, 1 (14%) permaneceu com a mesma graduação
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia e 2 (29%) diminuíram a graduação
do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia.
41
Do grupo 2, das sete crianças que compreendiam o total do grupo, 4 (57%)
aumentaram a graduação do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia e 3 (43%)
diminuíram a graduação do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia.
Do grupo 3, das seis crianças que compreendiam o total do grupo, 1 (17%)
aumentou a graduação do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, 2 (33%)
permaneceram com a mesma graduação do índice de percepção de esforço após atividade
aeróbia e 3 (50%) diminuíram a graduação do índice de percepção de esforço após atividade
aeróbia.
Em um somatório dos três grupos pôde-se observar que das 20 (vinte) crianças, 9
(45%) aumentaram a graduação do índice de percepção de esforço após atividade aeróbia, 3
(15%) crianças permaneceram com a mesma graduação do índice de percepção de esforço
após atividade aeróbia e 8 (40%) diminuíram a graduação do índice de percepção de esforço
após atividade aeróbia.
4.3 Análise dos sinais de desconforto respiratório (SDR)
Neste item está sendo apresentado os dados coletados referente aos sinais de
desconforto respiratório observados antes, durante e após a realização da atividade aeróbia, os
quais são comparados com as graduações do índice de percepção de esforço pré-atividade e
pós-atividade a fim de verificar a coerência com os sinais de desconforto respiratório
apresentados. Considerando que a criança poderá apresentar sinais de desconforto respiratório
quando a graduação do índice de percepção de esforço apresentar um valor igual ou superior a
4 (quatro) nas três escalas. Foram analisados cada grupo individualmente e os três grupos, a
relação entre os sinais de desconforto respiratório em comparação com a graduação do índice
de percepção de esforço.
42
Tabela 5: Sinais de desconforto respiratório e graduação do índice de percepção de esforço
GRUPOS SDR (sinais de desconforto respiratório)
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 TOTAL GRUPOS
Coerente com a graduação
4 (57%) 6 (86%) 6 (100%) 16 (80%)
Não coerente com a graduação
3 (43%) 1 (14%) 0 4 (20%)
Total Crianças 7 (100%) 7 (100%) 6 (100%) 20 (100%)
Diante da tabela 5, acima exposta, pode-se dizer que das sete crianças que
compreendiam o total do grupo 1, 4 (57%) os sinais de desconforto respiratório coerente com
a graduação do índice de percepção de esforço e 3 (43%) os sinais de desconforto respiratório
não coerente com a graduação do índice de percepção de esforço.
No grupo 2, das sete crianças que compreendiam o total do grupo, 6 (86%) os
sinais de desconforto respiratório coerente com a graduação do índice de percepção de esforço
e 1 (14%) os sinais de desconforto respiratório não coerente com a graduação do índice de
percepção de esforço.
No grupo 3, em todas as crianças do grupo, num total de 6 (seis) correspondendo a
100%, os sinais de desconforto respiratório coerente com a graduação do índice de percepção
de esforço.
No somatório dos três grupos pôde-se observar que das 20 (vinte) crianças, 16
(80%) os sinais de desconforto respiratório coerente com a graduação do índice de percepção
de esforço e 4 (20%) os sinais de desconforto respiratório não coerente com a graduação do
índice de percepção de esforço.
4.4 Análise da compreensão das escalas de dispnéia
43
Os dados coletados referente à compreensão das três escalas de dispnéia
individualmente e um somatório geral. Levando em consideração a compreensão da escala de
dispnéia por parte das crianças quando o valor mensurado pós-atividade for maior que na pré-
atividade, sendo que este valor deve estar adequado aos sinais de desconforto respiratório
apresentados. E para considerar como não compreendido o valor mensurado pré-atividade
deve maior que na pós-atividade e não estar adequado aos sinais de desconforto respiratório
apresentados. Analisando assim, o número de crianças que compreendeu e o número de
crianças que não compreendeu a escala de dispnéia.
Tabela 6: Compreensão da escala de graduação do índice de percepção de esforço
GRUPOS COMPREENSÃO DA ESCALA DISPNÉIA
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 TOTAL GRUPOS
Compreendeu 2 (29%) 3 (43%) 3 (50%) 8 (40%) Não
compreendeu 5 (71%) 4 (57%) 3 (50%) 12 (60%)
Total Crianças 7 (100%) 7 (100%) 6 (100%) 20 (100%)
Diante da tabela 6, pode-se considerar que das 7 (sete) crianças que
compreendiam o total do grupo 1, 2 (29%) compreenderam a escala de dispnéia e 5 (71%) não
compreenderam a escala de dispnéia.
Do grupo 2, das 7 (sete) crianças que compreendiam o total do grupo, 3 (43%)
compreenderam a escala de dispnéia e 4 (57%) não compreenderam a escala de dispnéia.
Do grupo 3, das 6 (seis) crianças que compreendiam o total do grupo, 3 (50%)
compreenderam a escala de dispnéia e 3 (50%) não compreenderam a escala de dispnéia.
No somatório dos três grupos observou-se que das 20 (vinte) crianças, 8 (40%)
compreenderam as escalas de dispnéia e 12 (60%) não compreenderam as escalas de dispnéia.
44
4.5 Análise da compreensão por gênero
Apresenta-se neste item a compreensão dos instrumentos de pesquisa por gênero.
Analisando assim, o número de crianças do gênero masculino e o número de crianças do
gênero feminino que compreenderam ou não as escalas de dispnéia.
Tabela 7: Compreensão por gênero da graduação do índice de percepção de esforço
GÊNERO
COMPREENSÃO
MASCULINO FEMININO TOTAL GÊNEROS
Compreendeu 4 (40%) 4 (40%) 8 (40%) Não
Compreendeu 6 (60%) 6 (60%) 12 (60%)
Total Crianças 10 (100%) 10 (100%) 20 (100%)
Diante da tabela 7, exposta acima, pode-se considerar que no total de 20 (vinte)
crianças participantes do estudo, sendo 10 meninas e 10 meninos, 8 (40%) crianças, 4
meninos e 4 meninas compreenderam as escalas de dispnéia; 12 (60%) crianças, 6 meninos e
6 meninas não compreenderam as escalas de dispnéia. De acordo com os resultados
apresentados, não houve diferença na compreensão entre os gêneros, neste estudo.
4.6 Análise geral do estudo
Por fim, para responder o objetivo geral deste estudo, que é de verificar a
aplicabilidade da Escala Lúdica de Dispnéia, deve-se analisar os dados referente à
compreensão das escalas de dispnéia e a coerência dos sinais de desconforto respiratório
quando comparados ao índice de percepção de esforço. Podendo-se dizer que do grupo 1,
29% das crianças compreenderam a Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm; do grupo
45
2, 43% das crianças compreenderam a Escala Análogo Visual de Percepção de Esforço e do
grupo 3, 50% das crianças compreenderam Escala Lúdica de Dispnéia. Das três escalas de
dispnéia utilizadas a que obteve maior compreensão, conforme o exposto, foi a Escala Lúdica
de Dispnéia (grupo 3). Na análise em relação aos sinais de desconforto respiratório, concluiu-
se que a Escala Lúdica de Dispnéia (grupo 3), foi melhor compreendida, pois 100% das
crianças do grupo apresentaram os sinais de desconforto respiratório adequados a graduação
do índice de percepção de esforço.
Deve-se levar em consideração a citação de Pereira e Sousa (1998) que de acordo
com as idéias de Scott (1977); Kremer (1981); Huskisson (1983); Jensen (1986); Gift (1989);
Pimenta (1994) e Pimenta (1996), escrevem que as escalas analógicas visuais, mais
freqüentemente utilizadas na mensuração da dor pós-operatória, consistem de uma faixa
limitada de 10 cm de comprimento, a qual representa o contínuo da experiência dolorosa e
tem em suas extremidades palavras-âncora como: sem dor e pior dor possível. Os
participantes são instruídos a assinalar a intensidade da sensação dolorosa em um ponto dessa
reta, sendo que os escores podem variar de 0 (zero) a 10 (dez) e são obtidos medindo-se, em
milímetros, a distância entre a extremidade ancorada pelas palavras sem dor e o ponto
assinalado pelo participante. Essas escalas têm a vantagem de serem de fácil aplicação,
porém, alguns participantes, especialmente crianças e idosos, referem dificuldades em utilizá-
las, o que, possivelmente, é decorrente da necessidade de certa abstração para compreendê-la.
Esta idéia vem de encontro com o resultado obtido com este estudo, pois no grupo
1 no qual foi utilizado a Escala Análogo-Visual de Dispnéia de 100 mm, pode-se constatar
que das 7 (sete) crianças, o total do grupo, apenas 2 (29%) compreenderam a escala de
dispnéia, sendo esta escala de dispnéia a que obteve uma menor compreensão pelas crianças
em relação as outras escalas utilizadas neste estudo.
46
É necessário que se tenha bem claro que a sensação de dispnéia é uma experiência
subjetiva de desconforto respiratório, podendo ser percebida diferentemente entre um
indivíduo e outro. Para tanto, um valor na escala de dispnéia pode significar uma percepção
de esforço da intensidade maior para um indivíduo do que para outro.
47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os objetivos e os resultados apresentados neste estudo, pode-se
dizer que a escala de maior aplicabilidade foi a Escala Lúdica de Dispnéia, onde 50% das
crianças compreenderam o instrumento de pesquisa e 100% das crianças apresentaram os
sinais de desconforto respiratório adequados a graduação do índice de percepção de esforço.
Já em relação à compreensão por gênero, não houve diferença entre os meninos e as meninas.
A experiência de criar e elaborar um instrumento para mensurar o índice de
percepção de esforço em crianças, denominada Escala Lúdica de Dispnéia, e
conseqüentemente concretizar este estudo, permite sugerir e recomendar algumas adaptações
para uma nova e próxima pesquisa.
Construiu-se a Escala Lúdica de Dispnéia não utilizando nenhuma técnica de
escalonamento, nem mesmo obtendo conhecimento sobre tais. Porém, logo após o contato
com literaturas sobre o assunto, percebeu-se que, sem dúvida alguma, é necessário fazê-la
conforme o processo indicado pelos estudiosos da área, o qual se seguiu como base para
sugerir algumas modificações na Escala Lúdica de Dispnéia.
Conforme Malhotra (2001), em uma escala contínua de classificação, também
chamada de classificação gráfica, classifica-se os objetos colocando uma marca na posição
apropriada de uma reta que vai de um extremo ao outro da variável de critério, sendo que a
forma de escalonamento pode variar consideravelmente, por exemplo, a reta pode ser vertical
48
ou horizontal; podem ser dados pontos da escala, na forma de números ou descrições sucintas,
e, quando for uma escala de pontos, pode conter poucos ou muitos pontos.
Considerando ainda os estudos de Malhotra (2001), para a construção de uma
escala de medição o pesquisador deve tomar seis decisões. Sendo que a primeira decisão é
quanto ao número de categorias da escala, o qual deve conter um número suficiente para a
possível discriminação entre os objetos de estímulo. A segunda é se a escala deve ser
equilibrada ou não-equilibrada, porém para que se obtenha dados objetivos é necessário que a
escala seja equilibrada, ou seja, o número de categorias favoráveis e desfavoráveis deve ser o
mesmo. A terceira é se a escala deve conter número par ou ímpar de categorias, a qual irá
depender se há necessidade de uma posição neutra ou imparcial na escala. A quarta é a
escolha entre a escala forçada ou não-forçada, sendo que na escala não-forçada a fidelidade
dos dados poderá ser intensificada, pois esta inclui uma categoria “sem opinião”. A quinta é
em relação à natureza e gradação da descrição verbal, que consiste em rotular cada categoria,
algumas categorias ou apenas as categorias dos extremos da escala, para reduzir a
ambigüidade da escala. Por fim, a sexta diz respeito à forma ou configuração física da escala,
na qual podem ser apresentadas de maneira vertical ou horizontal, podem ser representadas
por boxes, linhas discretas, ou unidades num conjunto contínuo e podem ser ou não ser
representadas por números a eles atribuídos, também ilustradas por figuras ou objetos que
representem o conteúdo que a escala deseja alcançar, particularmente quando o público alvo é
de crianças.
Durante a coleta de dados com a aplicação das escalas de dispnéia, em especial a
Escala Lúdica de Dispnéia – objeto deste estudo – observou-se que as crianças possuem as
percepções bem aguçadas e que nada passa despercebido diante do olhar atento. As cores são
um atrativo pelas quais as crianças têm suas preferências, pois quando foi utilizado números
coloridos na construção da escala, tendo como intenção que a mesma repassasse o aspecto
49
lúdico e entretece a criança, não imaginava que essas cores influenciariam na graduação do
índice de percepção de esforço. Percebeu-se que durante a coleta de dados houve preferência
pelo número 2 (dois), o qual se encontrava na cor vermelha. Portanto, conclui-se que estes
números, os quais representam à graduação do índice de percepção de esforço devem ser
todos de uma única cor.
Para que um estudo seja mais completo e confiável, deve-se levar em
consideração a idéia de Vieira e Hossne (2002) onde relatam que na coleta de dados, é preciso
muito cuidado para evitar a tendenciosidade na tomada das medidas, pois a expectativa do
pesquisador pode, eventualmente, conduzir o resultado de uma pesquisa. E para evitar a
tendenciosidade no ato da medição utiliza-se o estudo cego, em que o pesquisador não sabe a
que grupo pertence os participantes da pesquisa. Podendo realizar também o estudo
duplamente cego, em que nem os participantes nem o pesquisador sabem a que grupo
pertence.
Considerando os resultados deste estudo com relação aos gêneros da amostra, não
há necessidade de separar os grupos de pesquisa por gênero; pois com a amostra estudada
houve o cuidado metodológico de distribuí-la em dois grupos com o mesmo gênero e um
grupo misto, porém não houve predomínio dos gêneros com relação as variáveis analisadas.
Deve-se levar em consideração que quando o estudo é realizado por apenas um
pesquisador, no qual o mesmo realiza as explicações sobre os procedimentos e faz os
questionamentos, há um risco menor da informação procurada pelo pesquisador sofrer
variações. O que faz diferença nos resultados, pois a forma de um indivíduo ou pesquisador
indagar ou explicar, não é a mesma de outro, podendo influenciar no comportamento do
indivíduo ou grupo em estudo, e consequentemente nos resultados. Foi o cuidado tomado
neste estudo.
50
Quando se iniciou a busca para a realização deste estudo, algumas dificuldades
foram encontradas como, por exemplo, a amostra do estudo não poderia sair das dimensões da
escola e, mesmo na escola não poderia sair da rotina de estudo da amostra. O tempo para a
realização da coleta de dados, então, tornou-se restrito por essas implicações. Talvez, se essas
limitações não fossem impostas ou o tempo melhor estruturado considerando as restrições da
escola, poderia ter sido realizado um estudo mais controlado, com maior tempo para a coleta
de dados e um número maior de amostragem.
Tendo em vista que para trabalhar com crianças necessita-se de um tempo
prolongado, devido as suas particularidades, as quais requerem maior atenção individualizada,
maior tempo para obterem informações e explicações sobre o novo, pois tem curiosidade
sobre o assunto no qual ainda não obtém conhecimento.
Talvez um local mais adequado, onde pudesse ter um maior controle das variáveis
como tempo disponível para coletar os dados; espaço mais adequado para individualidade na
hora de coletar as respostas; fatores ambientais como a temperatura e o clima. Essas
dificuldades com certeza, devem ser controladas em um próximo estudo.
Visando que a intenção do estudo foi de verificar a aplicabilidade da Escala
Lúdica de Dispnéia, pode-se alcançar o objetivo proposto mesmo sem desencadear a sensação
de dispnéia, podendo avaliar o grau de compreensão que as crianças tiveram em relação às
escalas de percepção de esforço.
As sugestões e recomendações podem ser feitas quando nos dedicamos e temos
um olhar crítico, o que nos permite perceber as alterações e mudanças que devemos fazer em
nosso estudo para que fique ainda melhor e mais completo.
51
REFERÊNCIAS
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52
MARTINEZ, J. A. B.; DE PÁDUA, A. I.; TERRA FILHO, J. Dispnéia. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 199-207, jul./dez. 2004. Disponível em: <www.bireme.br>. Acesso em: 03 set. 2005. PEREIRA, L. V.; SOUSA, F. A. E. F. Mensuração e avaliação da dor pós-operatória: uma breve revisão. Revista Latino Americana de Enfermagem, v. 6, n. 3, p. 77-84, jul. 1998. POSTIAUX, G. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por ausculta pulmonar. Tradução Valdir de Souza Pinto e Denise Radanovic Vieira. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para aptidão, desempenho e saúde. Tradução Antônio Carlos da Silva. São Paulo: Phorte, 2002. RODRIGUES, S. L.; VIEGAS, C. A. DE A.; LIMA, T. Efetividade da reabilitação pulmonar como tratamento coadjuvante da doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal de Pneumologia, v. 28, n. 2, p. 65-70, mar./abr. 2002. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 21 abr. 2006. ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. ROZOV, T. Doenças pulmonares em pediatria: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Atheneu, 1999. SCANLAN, C. L.; WILKINS, R. L.; STOLLER, J. K. Fundamentos da terapia respiratória de Egan. Tradução Marcos Ikeda. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000. SOARES, G. DE S. Análise de asma induzida por exercício em crianças comparadas no pré e pós-circuito. 2003. 104 f. Monografia (Graduação em Fisioterapia) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão. VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia cientifica para a área de saúde. Rio de Janeiro: Campus, 2002. ZANCHET, R. C.; VIEGAS, C. A. A.; LIMA, T. A eficácia da reabilitação pulmonar na capacidade de exercício, força da musculatura inspiratória e qualidade de vida de portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 31, n. 2, p. 118-124, mar./abr. 2005. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 21 abr. 2006.
54
Nº 7 GRUPO 3 ESCALA LÚDICA DE DISPNÉIA
Data: ___ / ___ / ___.
GRADUAÇÃO PRÉ-ATIVIDADE DE 15’: Temperatura ambiente: ____ºC NOME: ______________________________________________________ IDADE: ___ DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ GÊNERO: ( ) F ( ) M SINAIS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO: ( ) NÃO ( ) SIM, QUAIS: ___
55
Tubarão, 13 de março de 2006.
De: Profª Dayane Montemezzo (Professora do Curso de Fisioterapia da Unisul - Campus
Tubarão – Orientadora do TCC).
Para: Profª. Erly Popoaski (Diretora do Colégio Dehon).
Prezada diretora
Cumprimentando-a cordialmente venho por meio desta solicitar autorização para
que a acadêmica ALINE PACHECO PREVE MASON da 8ª fase do curso de Fisioterapia
desta universidade, matrícula: 90251, CPF: 030.828.949-84, RG: 4.111.657-7, proceda à
coleta de dados do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nas dependências do Colégio
Dehon.
O trabalho é sobre “APLICABILIDADE DA ESCALA DE DISPNÉIA LÚDICA
ADAPTADA PARA PRÉ-ESCOLARES”, para sua execução seria necessário à colaboração
dos alunos na faixa etária de 5 anos, onde os mesmos seriam instruídos a mensurar a sensação
de dispnéia durante o dia-a-dia através da “Escala de Dispnéia Lúdica” elaborada pela própria
acadêmica-pesquisadora. O trabalho tem o propósito de verificar a aplicabilidade deste
instrumento importante para a prática fisioterapêutica pediátrica.
Desde já agradecemos a compreensão e colaboração e colocamo-nos a disposição
para maiores esclarecimentos.
____________________________ ______________________________ Aline Pacheco Préve Mason Dayane Montemezzo Acadêmica Orientadora
56
TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados coletados serão sigilosos.
Declaro que todos os sujeitos foram informados que podem se retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso do
responsável: _______________________________________________
RG: _______________________________________________
Local e Data: _______________________________________________
Assinatura: _______________________________________________
58
Nº 7 GRUPO 1 Escala análogo-visual de dispnéia de 100mm
Data:___ / ___ / ___.
GRADUAÇÃO PRÉ-ATIVIDADE DE 15’: Temperatura ambiente: ____ºC NOME: ______________________________________________________ IDADE: ___ DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ GÊNERO: ( ) F ( ) M SINAIS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO: ( ) NÃO ( ) SIM, QUAIS: ___
59
Nº 7 GRUPO 2 ESCALA ANÁLOGO VISUAL
DE PERCEPÇÃO DE ESFORÇO
Data: ___ / ___ / ___.
0 0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nenhum
Muitomuito fraco
Muito fraco Fraco Mode
rado Pouco Forte Forte Muito
Forte Muito Muito Forte
Máximo
Adaptado de: IRWIN, S.; TECKLIN, J.S. Fisioterapia Cardiopulmonar. 2a ed. São Paulo: Manole. 1996. GRADUAÇÃO PRÉ-ATIVIDADE DE 15’: Temperatura ambiente: ____ºC NOME: ______________________________________________________ IDADE: ___ DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ GÊNERO: ( ) F ( ) M SINAIS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO: ( ) NÃO ( ) SIM, QUAIS: ___
62
ANEXO E – ESCALA DE BORG MODIFICADA
0 Nenhuma
0.5 Muito, muito, leve
1 Muito leve
2 Leve
3 Moderada
4 Um pouco forte
5 Forte
6
7 Muito forte
8
9 Muito, muito, forte
10 Máxima
63
ANEXO F – ESCALA DO CONSELHO BRITÂNICO DE PESQUISAS MÉDICAS
MODIFICADA (MRC)
Grau Descrição
0 Sem dispnéia, a não ser durante exercícios extenuantes.
1 Dispnéia correndo no plano ou subindo uma inclinação leve.
2 Devido à dispnéia, caminhada no plano mais vagarosamente do que pessoas
da mesma idade ou, quando andando no plano em seu próprio ritmo, tem que
interromper a marcha para respirar.
3 Interrompe a marcha para respirar após caminhar em torno de 100 metros ou
após andar poucos minutos no plano.
4 A dispnéia impede a saída de casa ou apresenta dispnéia ao vestir-se ou
despir-se.
64
ANEXO G – Índice Basal de Dispnéia (BDI) e Índice Transicional de Dispnéia (TDI) de
Mahler
O Índice de Dispnéia Basal de Mahler (BDI) é um questionário objetivo
multidimensional, que inclui três domínios: dispnéia para esforços fixos usuais, dispnéia para
atividades de trabalho, dispnéia para esforço mais intenso. Estes domínios são avaliados por
meio de notas que podem variar de zero a quatro, cujo resultado final varia de nota zero
(dispnéia máxima) a doze (sem falta de ar).
1 Dispnéia atual
1.1 Dispnéia em atividades de trabalho
ATIVIDADE USUAL: ______________ DOMÉSTICA: ________________
______ Grau 4 Nenhuma incapacidade. Capaz de realizar atividades usuais e ocupação sem
falta de ar
______ Grau 3 Incapacidade discreta. Prejuízo em pelo menos uma atividade, mas
nenhuma atividade completamente abandonada. Redução das atividades no trabalho ou nas
atividades usuais que parece leve ou não claramente causada pela falta de ar.
______ Grau 2 Incapacidade moderada. O paciente mudou atividades do trabalho e/ou pelo
menos uma atividade usual pela falta de ar.
______ Grau 1 Incapacidade acentuada. Paciente incapaz de trabalhar ou abandonou a
maioria mas não todas as atividades costumeiras pela falta de ar.
______ Grau 0 Incapacidade muito acentuada. Incapaz de trabalhar e abandonou todas as
atividades habituais pela falta de ar.
______ W Quantidade incerta
65
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões ( ________________________ )
1.2 Dispnéia para esforços fixos usuais
______ Grau 4 Extraordinária. Tem falta de ar apenas com atividades extraordinárias, tais
como carregar cargas muito pesadas no plano, cargas mais leves ao subir ladeiras, escadas ou
correndo. Nenhum falta de ar com tarefas ordinárias.
______ Grau 3 Maior. Tem falta de ar apenas com atividades maiores tais como subindo
ladeira forte, mais de 3 lances de escadas, ou carregando carga moderada no plano.
______ Grau 2 Moderada. Tem falta de ar com tarefas moderadas tais como subir uma
ladeira suave, menos de 3 lances de escada ou carregando uma carga leve no plano.
______ Grau 1 Leve. Tem falta de ar com atividades leves tais como andando no plano,
tomando banho, permanecendo em pé ou fazendo compras.
______ Grau 0 Nenhuma tarefa. Falta de ar em repouso, enquanto sentado, ou deitado.
______ W Quantidade incerta
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões ( ________________________ )
1.3 Dispnéia para esforço mais intenso
Para a tarefa mais extenuante (Qual? ________________) que o paciente possa realizar,
por pelo menos 5 minutos.
______ Grau 4 É feita rapidamente sem pausas por falta de ar ou sem reduzir o ritmo.
______ Grau 3 É feita lentamente mas sem pausas ou sem parar para tomar respiração.
66
______ Grau 2 É feita lentamente e com uma ou duas pausas para tomar respiração antes
de completar tarefa ou pará-la de todo.
______ Grau 1 É feita lentamente e com muitas paradas ou pausas antes que a tarefa seja
completada ou abandonada.
______ Grau 0 O paciente tem falta de ar em repouso ou enquanto sentado ou deitado.
______ W Quantidade incerta
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões (______________________)
ESCORE TOTAL DA DISPNÉIA: _______________________