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Aplicabilidade de Resíduos em Obras Geotécnicas - Estudo Experimental de Misturas de Solo e Cinza Volante de Resíduo Sólido Urbano Aluna: Paula Helene Toraldo Teixeira Silveira Orientadora: Michéle Dal Toé Casagrande Co-Orientador: Cristian Chacon Quispe Introdução A gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é um problema existente no Brasil e no mundo. A disposição final das quantidades gigantescas de RSU gerado diariamente é um problema que afeta a todos os setores da sociedade. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais a quantidade de RSU está aumentando ao longo dos anos. Devido a este aumento anual, as preocupações ambientais com os métodos de deposição tradicionais e a falta de espaço para instalação de aterros sanitário, incentivam novas alternativas de gestão dos RSU, tais como incineração. O processo de incineração com geração de energia transforma materiais orgânicos em CO2 e H2O, mas também produz resíduos orgânicos que podem ser classificados como cinza de fundo, subproduto do processo de combustão e cinza volante, proveniente da câmara de combustão, que é recolhido a partir do reator e filtros . Esta pesquisa foi baseada na utilização de cinza volante como material estabilizante em obras de terra submetidas a esforços estáticos, através de ensaios experimentais de laboratório, podendo diminuir a exploração de recursos naturais, agregar valor ao resíduo e eliminar problemas atuais de disposição de resíduos em lixões e aterros sanitários. A técnica de inserção de materiais alternativos em obras geotécnicas auxilia na diminuição dos custos das obras, incentivando o investimento neste tipo de infraestrutura e atendendo as parcelas da sociedade que são menos favorecidas. Objetivo O objetivo principal desta pesquisa é avaliar a influência da cinza volante de RSU proveniente da Usina Verde S.A., como material estabilizante em uma amostra de um solo coluvionar argiloso, para possíveis aplicações em obras geotécnicas. Este objetivo será alcançado através da avaliação do comportamento físico, químico e mecânico do solo e das misturas solo-cinza, estabelecendo parâmetros de comportamento que possam medir a influência da adição da cinza volante de RSU no solo. De acordo com o objetivo principal descrito, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

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Aplicabilidade de Resíduos em Obras Geotécnicas -

Estudo Experimental de Misturas de Solo e Cinza Volante de Resíduo Sólido Urbano

Aluna: Paula Helene Toraldo Teixeira Silveira

Orientadora: Michéle Dal Toé Casagrande

Co-Orientador: Cristian Chacon Quispe

Introdução

A gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é um problema existente no Brasil e no

mundo. A disposição final das quantidades gigantescas de RSU gerado diariamente é um

problema que afeta a todos os setores da sociedade.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais a quantidade de RSU está aumentando ao longo dos anos. Devido a este aumento

anual, as preocupações ambientais com os métodos de deposição tradicionais e a falta de

espaço para instalação de aterros sanitário, incentivam novas alternativas de gestão dos RSU,

tais como incineração.

O processo de incineração com geração de energia transforma materiais orgânicos em

CO2 e H2O, mas também produz resíduos orgânicos que podem ser classificados como cinza

de fundo, subproduto do processo de combustão e cinza volante, proveniente da câmara de

combustão, que é recolhido a partir do reator e filtros .

Esta pesquisa foi baseada na utilização de cinza volante como material estabilizante

em obras de terra submetidas a esforços estáticos, através de ensaios experimentais de

laboratório, podendo diminuir a exploração de recursos naturais, agregar valor ao resíduo e

eliminar problemas atuais de disposição de resíduos em lixões e aterros sanitários.

A técnica de inserção de materiais alternativos em obras geotécnicas auxilia na

diminuição dos custos das obras, incentivando o investimento neste tipo de infraestrutura e

atendendo as parcelas da sociedade que são menos favorecidas.

Objetivo

O objetivo principal desta pesquisa é avaliar a influência da cinza volante de RSU

proveniente da Usina Verde S.A., como material estabilizante em uma amostra de um solo

coluvionar argiloso, para possíveis aplicações em obras geotécnicas.

Este objetivo será alcançado através da avaliação do comportamento físico, químico e

mecânico do solo e das misturas solo-cinza, estabelecendo parâmetros de comportamento que

possam medir a influência da adição da cinza volante de RSU no solo.

De acordo com o objetivo principal descrito, foram estabelecidos os seguintes

objetivos específicos:

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Realizar ensaios de caracterização física da cinza volante de RSU e misturas

solo-cinza, através de ensaios de laboratório normatizados;

Avaliar o comportamento mecânico do solo puro e das misturas com diversos

teores de cinza volante, através de ensaios de compactação e ensaios triaxiais

consolidados isotropicamente drenados (CID), a fim de se obter os parâmetros

de resistência ao cisalhamento;

Analisar as influências dos teores de cinza volante adicionada ao solo nas

misturas solo-cinza.

Programa Experimental

O programa de ensaios estabelecido, tem como objetivo principal avaliar o efeito da

adição de cinza volante de Resíduo Sólido Urbano (RSU) nas propriedades mecânicas de um

solo coluvionar.

Os ensaios do programa experimental desta pesquisa, para estudo do comportamento

mecânico dos materiais, foram realizados no Laboratório de Geotecnia e Meio Ambiente na

PUC-Rio.

No presente projeto foram utilizados dois distintos tipos de materiais, são eles: solo

(SP-Figura 1) e cinza volante (CV – Figura 2), bem como as misturas decorrentes destes

materiais, com diferentes teores de cinzas. O solo utilizado neste trabalho é um solo maduro,

coluvionar, argilo-arenoso, não saturado, coletado manualmente no interior do campus da

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

A cinza volante é proveniente da incineração do Resíduo Solido Urbano (RSU) na

Usina Verde, que fica localizada na Ilha do Fundão – Rio de Janeiro.

Figura 1 – Amostra de Solo após secagem e destorroamento.

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Figura 2 – Aspecto da Cinza Volante.

Tabela 1 – Composição e teores das misturas estudadas

Material /

Mistura Solo (%)

Cinza Volante

(%) Siglas

Solo 100 0 SP

Cinza Volante 0 100 CV

Mistura 1 80 20 SP80CV20

Mistura 2 70 30 SP70CV30

Mistura 3 60 40 SP60CV40

Ensaios de Compactação Proctor Normal:

Os ensaios de compactação foram realizados para o solo argiloso e as misturas solo-cinza,

com o intuito de se determinar a umidade ótima de compactação (wótm) e o peso específico aparente

seco máximo (γdmáx) dos materiais e misturas. Estes ensaios foram realizados segundo as diretrizes

da norma NBR 7182 da ABNT, utilizando-se a energia de compactação Proctor Normal e com reuso

de material.

As curvas de compactação da cinza volante foram determinadas no Laboratório de

Geotecnia e Meio Ambiente da PUC-Rio. Após preparação das misturas de solo-cinza, foram

colocadas dentro do molde cilíndrico pequeno (cilindro Proctor) de dimensões 10 cm de

diâmetro com 12,7 cm de altura. A compactação foi feita manualmente.

Para a determinação de cada curva de compactação o processo foi repetido cinco

vezes para cada mistura, com a finalidade de obter a umidade ótima de compactação (wótm) e o

peso específico aparente seco máximo (γdmáx) para cada material, individualmente.

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Figura 3- Corpo cilíndrico compactado.

Ensaios Triaxiais:

Os ensaios triaxiais permitem o controle efetivo das tensões confinante e axial, sob

condições axissimétricas aplicadas no corpo de prova. O ensaio triaxial dito convencional

segue uma trajetória de carregamento axial, neste tipo de trajetória, a tensão axial (σa) é

aumentada, enquanto a tensão confinante (σc) é mantida constante. A execução do ensaio

pode ser dividida em duas fases: adensamento e cisalhamento.

Os ensaios triaxiais realizados no presente trabalho são do tipo Consolidado

Isotropicamente Drenado (CID), todos foram executados no Laboratório de Geotecnia e Meio

Ambiente da PUC-Rio.

As variações de volume foram obtidas através de medidores de variação volumétrica

(MVV), fabricados na PUC-Rio, segundo o modelo do Imperial College. Todas as partes do

equipamento são apresentadas na Figura 4.

Para a gravação dos dados obtidos por intermédio do transdutor, foi utilizado o

sistema de aquisição de dados composto pelo hardware QuantumX de oito canais e pelo

software CatmanEasy (Figura 5). Com este equipamento foi possível realizar e monitorar em

tempo real, todas as etapas do ensaio.

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Figura 4 -(a) Caixa leitora de dados ; (b) Medidor de Variação de Volume tipo Imperial

College; (c) Painel de controle das Pressões; (d) Pressão confinante; (e) Cilindro de Acrílico;

(f) Corpo-de-prova; (g) Válvulas da prensa Triaxial; (h) Controle para inicio do cisalhamento

(a) (b)

Figura 5– (a) Software CatmanEasy na etapa de cisalhamento, (b) Sistema de aquisição de

dados (Ramirez; 2012).

Procedimento de saturação dos corpos de prova

As técnicas de saturação utilizadas para os corpos de prova de solo argiloso e misturas

solo-cinza foram de saturação por percolação de água através da amostra e de saturação por

contrapressão. No caso da percolação, o gradiente utilizado foi de 7 kPa, sendo que a água

fluía da base para o topo do corpo-de-prova. Na saturação por contrapressão, a pressão

confinante aplicada ao corpo-de-prova excedia a contrapressão em 10 kPa, onde o fluxo de

água era permitido pelo topo e base.

Para verificar se o grau de saturação apresentava nível satisfatório, calculou-se o

parâmetro B de Skempton, por meio da seguinte equação:

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Equação 1

onde:

Δu: excesso de poropressão gerado,

Δσc: acréscimo de tensão confinante aplicado.

Para as amostras de solo e misturas de solo-cinza foram considerados valores de B

aceitáveis maiores ou iguais a 0,95. Além de medir o parâmetro B, era monitorada a

quantidade de água que percolava através da amostra, considerando-se saturada quando se

atingia um volume percolado de duas vezes o volume de vazios do corpo de prova.

Adensamento e Cálculo do t100

Após a saturação do corpo de prova, iniciava-se a fase de adensamento. Durante 24

horas foram coletados dados de variação de volume.

Com estes dados, foi traçado o gráfico de variação de volume (ml) x raiz do tempo

(min0,5

). Segundo a recomendação de Head (1986), prolongava-se o trecho retilíneo inicial até

encontrar a prolongação horizontal do trecho final. Este último trecho corresponde à

estabilização das variações de volume. O ponto de interseção destas duas linhas prolongadas

forneceu a raiz de t100 (min0,5

) no eixo das abscissas. Logo, com o valor de t100 (min) calculou-

se a velocidade de cisalhamento.

Cálculo da velocidade de cisalhamento e etapa de Cisalhamento

Como os ensaios triaxiais foram drenados, a expressão utilizada foi a seguinte:

Equação 2

Onde:

ν: velocidade máxima de cisalhamento em mm/min,

L: altura do corpo de prova em mm,

εf: deformação axial estimada na ruptura em %,

tf: tempo mínimo de ruptura em minutos.

Onde o tf para o ensaio triaxial (CID) é:

Equação 3

Todos os ensaios (de solo argiloso e misturas solo-cinza) tiveram um tempo de ruptura

menor do que 120 minutos.

O objetivo de definir uma velocidade suficientemente lenta para a aplicação da

compressão axial é permitir a total drenagem da água do corpo de prova sem gerar excesso de

poropressão.

Para os corpos de prova feitos com o solo argiloso e misturas solo-cinza foi definido

que a ruptura ocorreria para uma deformação axial de 5%. Assim, a velocidade máxima (ν)

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calculada foi a mesma para todos, sendo a velocidade adotada igual a 0,030 mm/min. Com a

velocidade de cisalhamento definida, procedeu-se a colocação de um par de engrenagens na

prensa, que definiu a velocidade desejada. Para os cálculos foi adotado 15% de deformação

axial como deformação máxima para todos os ensaios.

Para os ensaios triaxiais, os variantes de tensão q (tensão de desvio) e p’ (tensão

efetiva média normal) foram calculados com as formulações de Lambe, para os parâmetros de

resistência do solo utilizou-se os valores da envoltória de resistência (α’) e da coesão (a’)

obtida no espaço p’:q, para calcular os parâmetros de resistência no espaço Mohr Coulomb

(φ’ – c’). As formulações de Lambe e os parâmetros definem-se como:

Equação 4

Equação 5

Equação 6

Equação 7

Onde:

α’: inclinação da envoltória de resistência no espaço p’:q.

a’: intercepto com o eixo q da envoltória de resistência no espaço p’:q.

φ’: inclinação da envoltória de resistência do espaço σ:τ (Mohr Coulomb).

c’: intercepto da envoltória de resistência do espaço σ:τ (Mohr Coulomb).

Análises de Resistência

Para obter a tensão de ruptura pode-se analisar o pico das curvas tensão versus

deformação traçadas em função da diferença de tensões principais (σ1-σ3) ou da relação

σ1/σ3 dependendo da finalidade do ensaio. A Figura 6 apresenta os critérios para

determinação de ruptura.

A resistência ao cisalhamento dos solos é afetada por diversos fenômenos entre os

quais podemos destacar tensão de confinamento, o atrito e a coesão.

A resistência por atrito é função da tensão normal no plano de deslizamento relativo

de cada partícula. A superfície de contato real entre dois corpos constitui apenas uma parcela

da superfície aparente de contato, dado que em um nível microscópico as superfícies dos

materiais são efetivamente rugosas. Considerando que o coeficiente de atrito deve ser

governado pelo que ocorre nos pontos reais de contato, as características de rugosidade e de

adsorção da superfície da partícula serão relevantes para controlar a resistência que se

desenvolve. A rugosidade governa o tamanho das protuberâncias superficiais, que em geral

são diferentes quer se consideram partículas grossas ou partículas finas. Por outro lado, a

adsorção de água e outras substâncias tende a afetar a natureza e tamanho da área de contato

entre partículas.

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Figura 6 – Diferentes critérios para definição de ruptura.

A coesão consiste na parcela de resistência de um solo que existe independentemente

de qualquer tensão aplicada, além disso, existe vários origens da coesão nos solos, por

exemplo, a cimentação entre partículas proporcionada por carbonatos, sílica, óxidos de ferro e

responde muitas vezes por altos valores de coesão; outras são as forças de atração e repulsão

causadas pelos fenômenos eletrostáticos e eletromagnéticos.

Critério de Ruptura

O estudo da resistência ao cisalhamento dos solos é a análise do estado de tensões que

provoca a ruptura do mesmo, podendo estabelecer máxima tensão de compressão, tração ou

cisalhamento ou máxima deformação. Entre os diversos critérios os mais aplicados para solos

são o critério de Mohr e de Coulomb.

O critério de Coulomb pode ser expresso pela equação:

τ = c + tgφ * σ Equação 8

Onde:

τ = tensão de cisalhamento;

σ = tensão normal existente no plano de ruptura;

φ e c = constantes do material.

A ruptura nesse critério ocorre quando a tensão de cisalhamento atinge o valor

expresso pela equação 8 ilustrado na Figura 7 (a). O critério de Mohr é expresso pela

envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura como pode ser observado na Figura 7

(b). A ruptura ocorre quando a tensão de cisalhamento atinge esta envoltória. Como as

envoltórias curvas são de difícil aplicação, frequentemente elas são substituídas por retas que

melhor se ajustem às curvas.

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(b) (b)

Figura 7 – Representação dos Critérios de ruptura: (a) de Coulomb; (b) de Mohr

Análises de Deformabilidade

Os solos são materiais de comportamento elasto-plastico, ou seja, podem gerar

deformações plásticas e elásticas ao mesmo tempo. As deformações elásticas são aquelas que

após um ciclo de carregamento-descarregamento são totalmente reversíveis, enquanto as

deformações plásticas são aquelas irreversíveis.

O ensaio triaxial proporciona uma medida direta do módulo de Young (E). O módulo

de Young minora ao aumento da compressão axial e para o ponto máximo da curva tensão-

deformação o módulo tangente se converte em zero. O coeficiente de Poisson (υ) pode ser

calculado como o coeficiente das deformações laterais sobre as deformações axiais em um

ensaio triaxial com carga axial. O υ da areia é constante para grandes deformações e então

tem um valor superior a 0,5. O valor de υ implica a expansão de um material em um ensaio

triaxial. O υ só é menor de 0.5 nas primeiras fases do ensaio triaxial quando a amostra

diminui de volume. O valor de υ tem uma influência relativamente pequena nos cálculos

práticos.

Resultados e Discussões

Densidade Real dos Grãos (Gs)

Os valores obtidos de Gs são apresentados na Tabela 2 e Figura 8.

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Tabela 2 – Resultados do ensaio de densidade real dos grãos para o solo, cinza volante

e mistura solo-cinza volante.

Amostra Teor de

Cinza (%)

Densidade real

dos Grãos (Gs)

Solo (SP) 0 2,720

SP80CV20 20 2,817

SP70CV30 30 2,926

SP60CV40 40 2,899

Cinza Volante

(CV) 100 2,412

Figura 8 – Variação da densidade real dos grãos com o teor de cinza volante.

Os resultados indicam que ao adicionar cinza volante, o Gs chega até um pico de 30%

e depois começa diminuir.

Limites de Atterberg

Os resultados de Limite de Liquidez (LL), limite de Plasticidade (LP) e Índice de

Plasticidade (IP) do solo com adição de cinza volante são apresentados na Tabela 3.

2.720

2.817

2.9262.899

2.412

2.2

2.4

2.6

2.8

3.0

0 20 30 40 100

Den

sid

ad

e r

eal

do

s g

rão

s (

Gs)

Teor de cinza volante (%)

Variação do Gs com o teor de cinza volante

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Tabela 3 – Resultados dos ensaios de Limites de Atterberg para o solo e misturas solo-cinza

volante.

Amostra Teor de Cinza

(%)

LL

(%) LP (%) IP (%)

Solo (SP) 0 53 39 14

SP80CV20 20 40 28 12

SP70CV30 30 37 27 10

SP60CV40 40 33 24 9

Nota-se que diminuem o limite de liquidez, limite de plasticidade e o índice de

plasticidade com o aumento de teor de cinza.

Análise Granulométrica

A Figura 9 apresenta a comparação entre solo, cinza volante e as misturas com 20%,

30% e 40% de teor de cinza volante. Ao final, apresenta-se a Tabela 4 com os resultados, em

porcentagens, do ensaio de análise granulométrica para o solo, cinza volante, cinza de fundo e

as misturas solo-cinza.

Figura 9 – Distribuição granulométrica do solo, cinza volante e misturas com 20%, 30% e

40% de teor de cinza volante.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0.001 0.01 0.1 1 10 100

Po

rcen

tag

em

qu

e p

assa (

%)

Diâmetro dos Grãos (mm)

SP Cinza Volante SP80CV20 SP70CV30 SP60CV40

0

70

60

50

40

30

20

10

90

80

100

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Tabela 4 – Resultados das análises granulométricas.

Amostra Argila

(%)

Silte

(%)

Areia Pedregulho

(%) Fina (%) Média (%) Grossa (%)

Solo 53 10 12 19 6 0

SP80CV20 29 21 16 18 11 5

SP70CV30 4 25 25 24 15 7

SP60CV40 18 24 16 14 13 15

Cinza Volante 8 38 35 18 1 0

As misturas com 20% e 40% de teor cinza volante apresentam um comportamento

desuniforme, mas para o teor de 30% de cinza volante é notável uma melhora apresentando

um comportamento bem graduado. Além disso, na Tabela 4 é notado que com o aumento de

teor de cinza volante, aumenta-se a porcentagem de pedregulho, o que é notável na

conformação de grãos da cinza volante pura.

Ensaios de Compactação Proctor Normal

A Figura 10 apresenta a curva de compactação Proctor Normal do solo e as misturas

do solo-cinza volante. A Tabela 5 apresenta um resumo dos valores de umidade ótima (wótm)

e de máxima densidade seca (γdmáx).

Figura 10 - Curvas de compactação Proctor Normal do solo e misturas solo-cinza

volante.

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

Den

sid

ade

Sec

a (g

r/cm

3)

Teor de Umidade (%)

Densidade Seca vs. Teor de Umidade

Linha de Saturação

SP

SP80CV20

SP70CV30

SP60CV40

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Tabela 5 – Resultados dos ensaios de compactação Proctor Normal para o solo e misturas de

solo-cinza volante.

SP SP80CV20 SP70CV30 SP60CV40

Máxima Densidade Seca (gr/cm3) 1,575 1,549 1,545 1,540

Ótimo Teor de Umidade (%) 24,0 24,7 24,8 24,6

Nota-se que ao aumentar o teor de cinza volante na mistura, a máxima densidade seca

começa diminuir. O teor ótimo de umidade aumenta nas 3 misturas de solo-cinza volante, o

que explica a queda da densidade seca.

Ensaios Triaxiais CID

São apresentados neste item os resultados dos ensaios triaxiais CID, em compressão

axial, realizados em amostras do solo (SP) e misturas com teores de cinza volante e cinza de

fundo a 20%, 30% e 40% em relação ao peso do solo seco. Foram aplicadas tensões efetivas

de 50, 200 e 400 kPa, em todos os casos.

Figura 11 - Curvas tensão e deformação volumétrica versus deformação axial para o solo puro

(S100), ensaios de compressão triaxial.

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Influência do Teor de Cinza

O comportamento de tensão desviadora e deformação volumétrica versus deformação

axial dos ensaios com solo (SP) e misturas de solo com 20 %, 30% e 40% de cinza volante

(SP80CV20, SP70CV30 e SP60CV40) ao zero dia de tempo de cura é apresentado e

comparado na Figura 12.

Figura 12 - Curvas tensão desviadora e deformação volumétrica versus deformação axial para

o SP, misturas SP80CV20, SP70CV30 e SP60CV40 em ensaios de compressão triaxial.

Nota-se que para a tensão confinante de 50 kPa, a mistura de SP80CV20 apresenta

melhor comportamento do que o corpo de prova de SP e com o aumento da deformação axial

esta tende a se igualar com o comportamento da mistura de SP70CV30 e SP60CV40, estas

duas últimas misturas tem quase o mesmo comportamento ao longo de toda a deformação

axial e o comportamento das três misturas é melhor do que com SP para esta tensão

confinante. As misturas solo-cinza apresentam um comportamento rígido diferente do SP.

O corpo de prova de SP para a tensão confinante de 50 kPa, se expande e as misturas

solo-cinza volante se expandem no início do ensaio tendo uma variação entre 3% e 6% de

deformação axial para recuperar seu volume inicial. A mistura de SP70CV30 se comprime

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

0 2 4 6 8 10 12 14 16

σd(k

Pa

)

εa (%)

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

40 2 4 6 8 10 12 14 16

ε v(%

)

εa ( % )

SP 400 Kpa SP80CV20 T0d 400KPa SP70CV30 T0d 400KPa SP60CV40 T0d 400KPa

SP 200 KPa SP80CV20 T0d 200KPa SP70CV30 T0d 200KPa SP60CV40 T0d 200KPa

SP 50 Kpa SP80CV20 T0d 50KPa SP70CV30 T0d 50KPa SP60CV40 T0d 50KPa

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mais do que as outras misturas. A mistura de SP60CV40 se comprime menos em comparação

às outras misturas. Então, pode-se dizer que não existe uma tendência no comportamento dos

corpos de prova com o aumento do teor de cinza volante, mas só que se expande no inicio e

acaba se comprimindo para deformações axiais maiores de 6%, para esta tensão confinante.

A mistura SP60CV40 apresenta maior deformação volumétrica do que as misturas de

SP80CV20, SP70CV30, mas menor do que o SP ao atingir a resistência de pico, mas todas

chegam a resistência de pico com um volume maior do que ao inicio do cisalhamento.

Nota-se para a tensão confinante de 200 kPa, as três misturas (solo-cinza volante)

apresentam quase a mesma trajetória, com uma pequena melhora da mistura de SP60CV40. O

comportamento da mistura de SP80CV20 é muito mais rígido do que as outras duas misturas

e do que o SP. O comportamento das três misturas é melhor do que o SP para esta tensão

confinante. Também a mistura SP80CV20 atinge uma resistência pico para 6% de

deformação axial, mas a mistura de SP70CV30 e SP60CV40 atinge a resistência pico com

uma deformação axial maior (10%).

Pode-se dizer que o SP e as misturas SP80CV20, SP70CV30 e SP60CV40 apresentam

o mesmo comportamento e se expandem para a tensão confinante de 200 kPa. A diferença é

pouca, mas a mistura de SP80CV20 apresenta uma deformação volumétrica menor do que o

SP e as misturas de SP70CV30 e SP60CV40 até o final do ensaio.

A mistura SP80CV20 apresenta menor deformação volumétrica do que as misturas

SP70CV30, SP60CV40 e o SP ao atingir a resistência pico, contudo, todas atingem a

resistência de pico com uma deformação volumétrica maior do que ao inicio do cisalhamento.

Enfim, nota-se que para a tensão confinante de 400 kPa. a mistura de SP60CV40

apresenta um comportamento muito melhor quando comparado às misturas SP80CV20 e

SP70CV30 e ao SP. A mistura de SP60CV40 apresenta um comportamento mais rígido do

que as outras misturas e do que SP alcançando sua resistência de pico aos 10% de deformação

axial.

As mistura de solo-cinza volante e o SP se expandem para a tensão confinante de 400

kPa, no entanto, a deformação volumétrica da mistura de SP70CV30 é maior que as outras

misturas e do SP.

Nota-se que para teores de cinza volante de 20% e 30% as porcentagens de expansão e

contração são maiores do que com 40% de cinza para todas as tensões confinantes. Então,

pode-se concluir que a porcentagem de expansão ou compressão dos corpos de prova é

inversamente proporcional ao teor de cinza que contem cada mistura de solo-cinza volante,

como por exemplo, para teor de cinza volante de 40% a expansão ou compressão apresentada,

para diferentes tensões confinantes, é menor que com teores de cinza volante de 20% e 30%.

A Figura 13 apresenta as envoltórias de resistência para o solo (SP) e as misturas

SP80CV20, SP70CV30 e SP60CV40 para zero dia de tempo de cura, as quais são

comparadas em suas trajetórias e parâmetros de resistência de Lambe e Mohr.

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Figura 13 – Comparação entre as envoltórias do SP, misturas SP80CV20, SP70CV30 e

SP60CV40.

Repara-se a diferença que existe entre o solo (SP) e as misturas do solo-cinza volante,

apresentando uma melhora das misturas ao longo da trajetória. Entre as misturas de

SP80CV20, SP70CV30 e SP60CV40 pode-se dizer que à medida que se acrescenta o teor de

cinza volante no solo, o parâmetro de coesão diminui e ângulo de atrito aumenta pelo qual se

conclui, neste caso, que a mistura de SP80CV20 apresentou melhores parâmetros de

resistência. Também para tensões confinantes altas, como 400 kPa, a diferença de

comportamento entre as misturas é maior.

A Tabela 6 apresenta os parâmetros de resistência do solo (SP) e das misturas do solo

com cinza volante para os diferentes teores ensaiados em um tempo de cura de zero dia.

Tabela 6 – Resumo de coesão e ângulo de atrito para o solo argiloso (SP) e as misturas solo-

cinza para zero dia de tempo de cura.

Comparação de resultados

Misturas do Solo

Parâmetros de

Lambe Parâmetros de Mohr

a (kPa) α (°) c (kPa) φ (°)

Solo 19,0 24,0 21,2 26,4

SP80CV20 45,0 26,3 51,8 29,6

SP70CV30 35,5 28,0 41,9 32,1

SP60CV40 28,0 29,5 34,0 34,4

Nota-se que todas as misturas ensaiadas apresentam um comportamento melhor do

que do solo (SP), pode-se dizer que a inserção da cinza volante ajuda no comportamento do

solo e melhora seus parâmetros de resistência. Dentro de todas as comparações, conclui-se

que a mistura SP80CV20 é a que têm melhor comportamento em comparação com as outras

misturas com diferente teor de cinza.

0

100

200

300

400

500

600

700

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

q (kP

a)

p (kPa)

400 KPa

200 KPa

50 KPa

Solo Puro

SP80CV20

SP70CV30

SP60CV40

Resultados:Solo Puroa = 19 kPa c = 21,22 kPa

α = 24,0º Φ = 26,4ºSP80CV20a = 45 kPa c = 51.77 kPa

α = 26,3º Φ = 29,6º

SP70CV30 a = 35.5 kPa c = 41,9 kPaα = 28,0° φ = 32,1°SP60CV40a = 28 kPa c = 34,0 kPaα = 29,5º Φ = 34,4º

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Conclusão

A partir dos resultados apresentados e analisados, conclui-se que: A adição da cinza

volante de Resíduo Sólido Urbano (RSU) no solo coluvionar argiloso estudado, proporcionou

a melhora em grande parte das propriedades mecânicas do solo, obtendo-se um novo material

geotécnico com características próprias.

A seguir estão sumarizadas as principais conclusões relacionadas à adição de cinzas de

RSU ao solo utilizado neste trabalho:

Segundo o sistema de classificação SUCS e as análises realizadas, o solo foi

classificado como do tipo CH (argila arenosa de media plasticidade), a cinza

volante como SM (areias siltosas) que tem um melhor comportamento mecânico

quando comparado ao solo, mas ao serem misturadas com o solo, com diferentes

teores, melhoram seu comportamento apresentando, como por exemplo, uma

classificação de SW-SC, que é uma areia bem graduada, para a mistura de

SP70CV30;

Os resultados da composição química da cinza volante e do solo apresentaram

elevados teores de SiO2, Al2O3 e Fe2O3, além de baixos teores matéria orgânica,

que em conjunto são positivos para a ocorrência das reações pozolânicas, que

integram o processo de estabilização química do solo e é refletido nos resultados

nas misturas solo-cinza volante;

Os parâmetros de compactação (ɣ dmax e wotm) das misturas solo-cinza são

influenciados pelo teor de cinza. A adição das cinzas ao solo gera diminuição na

máxima densidade seca;

As análises dos resultados dos ensaios triaxiais CID comprovaram a influência

já conhecida do teor de cinza, as misturas solo-cinza apresentaram ganhos nos

valores dos parâmetros de resistência principalmente para o teor de 20% de

cinza;

Dos ensaios triaxiais CID, conclui-se que as misturas solo-cinza atingem sua

resistência de pico em menores deformações axiais quando comparado ao solo.

Este nível de deformação axial, para atingir a resistência de pico, aumenta para

tensões confinantes maiores, mas diminui com o aumento de teor cinza, sem

apresentar variações deste tipo de comportamento com tempo de cura;

O teor de cinza volante, o tempo de cura e a tensão de confinamento influenciam

na deformação volumétrica das misturas solo-cinza, apresentando menores

deformações volumétricas (expansão ou compressão) para maiores teores de

cinza e maiores tempos de cura;

As misturas solo-cinza apresentaram um comportamento mais rígido em

comparação ao solo em todos seus tempos de cura;

Pelos resultados obtidos se recomendaria, para a utilização em obras geotécnicas, a

mistura com 40% de cinza volante pelo melhor comportamento apresentado ao atingir o

maior valor de coesão com o tempo e sem alteração significativa do ângulo de atrito, em

comparação com as outras misturas com cinza volante.

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Referências

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1984) ABNT NBR 6459: Solo –

Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro/RJ.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1984) ABNT NBR 7180: Solo –

Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro/RJ.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986) ABNT NBR 6457:

Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio

de Janeiro/RJ.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986) ABNT NBR 7182: Solo –

Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro/RJ.

DAS, B. M. (2007) Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 6ª Edição. Tradução All Tasks –

São Paulo: Thomson Learning.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) ABNT NBR 10004:

Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro/RJ.

CETSB - El.5011 ver. Fev/97 - "Sistema de incineração de resíduos de serviço de saúde

Procedimento".

Morgado,T.(2006) Incineração de Resíduos sólidos Urbanos, Aparoveitamento na Cogeração

de Energia. Curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás

Quispe,C (2013)- “Comportamento de um Solo Argiloso estabilizado com cinzas de Resíduo

Sólido Urbano (RSU) sob carregamento Estático”- Tese de mestrado. Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro

Site: http://www.iee.usp.br/destaques/Residuos_Solidos.pdf