Upload
vuongkhuong
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia
APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL EM UM GRUPO DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE UNAÍ-MG
Paracatu – MG 2016
LARISSA CRISTINA VIEIRA
APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL EM UM GRUPO DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE UNAÍ-MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, MG.
Orientadoras: Profª M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento Profª M Sc. Michelle Faria Lima
Paracatu - MG 2016
LARISSA CRISTINA VIEIRA
Aplicação da Ginástica Laboral em um grupo de professores em
uma escola pública de Unaí-MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, MG.
Orientadoras: Profª. M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento Profª. M Sc. Michelle Faria Lima
Paracatu, 08 de Junho de 2016.
Banca Examinadora
_________________________________________________ Profª. M Sc. Michelle Faria Lima – Orientadora temática
Faculdade Tecsoma
_________________________________________________
Profª. M Sc. Cecília Maria Dias Nascimento – Orientadora metodológica Faculdade Tecsoma
A Deus, pois sua presença significou segurança e a certeza de que não estou
sozinha nessa caminhada. À minha mãe, Erizam, por sua capacidade de acreditar e
investir em mim. Mãe, seu cuidado e dedicação foi o que me deram, em alguns
momentos, força para continuar a lutar. E a mim mesma, pelo meu esforço, minha
dedicação e minha perseverança, afinal, só eu sei como foi difícil chegar até aqui, só
eu sei quantas noites de sono foram perdidas ao longo dessa caminhada, quantos
choros, vontade de “chutar o balde”, desaforos que desceram secos, enfim, por tudo
que eu passei, pois ninguém merece mais do que eu.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por minha vida, por ter me dado uma mãe
sensacional, uma irmã companheira, amigos maravilhosos e muita saúde e força
para superar as dificuldades, não somente nestes anos como universitária, mas em
todos os momentos.
Agradeço a minha mãe Erizam, uma verdadeira heroína que me deu amor,
apoio incondicional e incentivo nas horas difíceis.
Aos meus colegas da VIII Turma de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma e
logo, também colegas de profissão, que me aguentaram nesses longos anos,
principalmente minhas colegas e amigas Pricilla e Thaíny, pois na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença fizeram parte da minha formação е vão continuar
presentes em minha vida com certeza.
A Faculdade Tecsoma, sеυ corpo docente, direção е administração qυе
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro.
E a todos que direta ou indiretamente me ajudaram, acreditaram em mim e
que fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.
“Vitória sem luta é triunfo sem glória.” Provérbio Chinês
RESUMO O professor permanece horas em seu ambiente de trabalho e realiza sempre movimentos repetitivos, o que pode ocasionar problemas relacionados a fatores físicos, psicossociais e emocionais, o que torna os mesmos um grupo de risco a ter doenças ocupacionais, como as Lesões por esforço repetitivo (LER) e/ou Doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT). Sendo assim a Ginástica Laboral visa prevenir e diminuir os casos de LER e/ou DORT, por meio de exercícios específicos de alongamento, fortalecimento muscular, coordenação motora e de relaxamento. Este estudo foi realizado durante os meses de setembro a dezembro de 2015, com 20 professores de uma escola pública de Unaí-MG, onde foi aplicado um questionário ao início e o mesmo após a aplicação do protocolo de Ginástica Laboral e teve como objetivo principal avaliar os efeitos físicos e mentais da Ginástica Laboral em professores dessa escola pública. Ao final do estudo foi possível observar que a Ginástica Laboral tem efeitos positivos em relação ao estado físico e mental dos professores e a mesma altera de forma positiva a disposição dos professores para o trabalho, diminui as dores no corpo, melhora o relacionamento interpessoal com colegas, alunos e familiares, e previne o aparecimento de doenças ocupacionais e cansaço mental, diminuindo o uso de analgésicos, a procura por médicos e afastamentos de suas atividades por doenças ocupacionais. Além disso, foi possível observar também que os professores ficam mais dispostos e satisfeitos com o ambiente de trabalho. Conclui-se que a Ginástica Laboral promoveu resultados positivos para estes professores. Palavras-chaves: Ginástica Laboral. Professores. Doenças Ocupacionais.
ABSTRACT The teacher remains hours on your workplace always performing repetitive movements, which can cause problems related to physical, psychosocial and emotional factors, which makes them a risk group to have occupational diseases such as Repetitive Strain Injuries (RSI) and/or occupational diseases related to work (ODRW). Therefore the Gymnastics aims to prevent and reduce cases of RSI and/or ODRW, through specific stretching exercises, muscle strengthening, motor coordination and relaxation. This study was made during the months of September to December 2015 with 20 teachers of a public school in Unaí, Minas Gerais, where it was applied a questionnaire in the beginning and the same after the application of the Labor Gymnastics protocol, and it had as main objective to assess the physical and mental effects of the Labor Gymnastics in teachers from this public school. At the end of the study it was observed that the Labor Gymnastics has positive effects regarding to the physical and mental state of teachers and the same change positively the disposal of teachers to work, it reduces body aches, improves interpersonal relationships with colleagues, students and their families, and it prevents the emergence of occupational diseases and mental exhaustion, reducing the use of painkillers, the demand for physicians and removal of their activities due the occupational diseases. Besides that, it was possible to note that teachers get more willing and satisfied with the workplace. It concludes that the Labor Gymnastics promoted positive results for these teachers. Keywords: Labor Gymnastics, Teachers, Occupational Diseases.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Tabela 2:
Protocolo de Ginástica Laboral ...................................
Descrição das atividades realizadas por dias da
semana ........................................................................
68
70
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de localização da cidade de Unaí-MG. ..............
36
Figura 2: Figura 3: Figura 4: Figura 5: Figura 6: Figura 7: Figura 8: Figura 9: Figura 10: Figura 11: Figura 12: Figura 13: Figura 14: Figura 15:
Prática de atividade física antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................................... Tipos de atividades físicas praticadas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral .............................. Frequência da prática de atividades físicas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................... Frequência do cansaço e desconforto nos braços antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do cansaço e desconforto nas mãos antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do cansaço e desconforto nos ombros antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do cansaço e desconforto nas pernas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do cansaço e desconforto nos pés antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................ Frequência do cansaço e desconforto no pescoço antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do cansaço e desconforto nas costas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Frequência do desconforto físico geral – dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ......................................................................... Frequência do cansaço físico e mental antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral .............................. Frequência com que sentem dificuldades de realizar atividades simples no trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................................... Frequência do uso de analgésicos para dor muscular antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ......
39
40
40
42
43
43
44
44
45
45
46
47
48
49
Figura 16: Figura 17: Figura 18: Figura 19: Figura 20: Figura 21: Figura 22:
Frequência da procura por serviços médicos devido a dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ......................................................... Frequência dos afastamentos do trabalho por dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ......................................................................... Grau de relacionamento com os colegas e chefia antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ...... Grau de satisfação no trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................................... Grau de disposição para o trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................................... Grau de disposição para o trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral ................................... Grau de satisfação em participar ativamente da Ginástica Laboral antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral .........................................................
50
50
52
53
53
55
55
LISTA DE SIGLAS
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia.
APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo.
CONFEF – Conselho Federal de Educação Física.
DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho.
EUA – Estados Unidos da América.
FEEVALE – Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo
Hamburgo - Rio Grande do Sul.
GL – Ginástica Laboral.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social.
LER – Lesões por Esforços Repetitivos.
MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social.
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.
OIT – Organização Internacional do Trabalho.
SÚMARIO 1. Introdução .................................................................................................... 16
2. Objetivos ...................................................................................................... 18
2.1. Objetivo Geral ........................................................................................... 18
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................... 18
3. Justificativa .................................................................................................. 19
4. Referencial Teórico ...................................................................................... 20
4.1. Professores ............................................................................................... 20
4.2. Lesões por Esforções Repetitivos (LER) ou Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao trabalho (DORT) ..................................................................
21
4.2.1. Fatores de Ricos .................................................................................... 21
4.2.2. Aspectos Clínicos .................................................................................. 22
4.2.3. Patologias relacionas a LER/DORT ...................................................... 22
4.2.4. LER e DORT em professores ................................................................ 23
4.3. Ergonomia ................................................................................................ 24
4.3.1. Abrangência ........................................................................................... 25
4.3.2. Aplicações ............................................................................................. 26
4.3.3. Tipos ...................................................................................................... 27
4.3.4. Objetivos ................................................................................................
27
4.3.5. Benefícios ..............................................................................................
28
4.4. Ginástica Laboral ...................................................................................... 29
4.4.1. A implantação dos programas de Ginástica Laboral ............................. 30
4.4.2. Tipos ...................................................................................................... 31
4.4.3. Objetivos ................................................................................................ 32
4.4.4. Benefícios .............................................................................................. 32
4.4.5. Ginástica Laboral: uma estratégia preventiva e fisioterapêutica da ergonomia no trabalho .....................................................................................
33
4.4.6 Ginástica Laboral em professores .......................................................... 33
5. Metodologia ................................................................................................. 36
5.1. Áreas de Estudo ....................................................................................... 36
5.2. Materiais e Métodos ................................................................................. 36
6. Resultados e Discussões ............................................................................ 39
7. Conclusão .................................................................................................... 8. Referencias Bibliográficas ...........................................................................
57 58
Anexos ............................................................................................................. 65
Anexo A ........................................................................................................... 65
Anexo B ........................................................................................................... 66
Anexo C ........................................................................................................... Apêndices ........................................................................................................ Apêndice A ...................................................................................................... Apêndice B ......................................................................................................
68 69 69 70
16
1. INTRODUÇÃO
A satisfação das necessidades do homem atual está intimamente ligada a um
dos maiores causadores de estresse: o trabalho (ARAÚJO, 2007). Quando
enfocam as perturbações na saúde dos trabalhadores, os distúrbios e problemas
musculoesqueléticos encontram-se no topo dos indicadores de doenças
ocupacionais, independente dos setores de trabalho. As estruturas
musculoesqueléticas passam a ser alvo frequente de agressões que podem ser
diversas, considerando desde posturas viciosas adotadas durante a jornada de
trabalho até fatores psicossociais e emocionais (RENNER, 2005).
Todas as profissões têm seu lado estressante de forma física, psíquica, social
e emocional, mas algumas são mais estressantes que as outras, dentre elas está à
docência. A docência é algo que envolve o professor em sua totalidade e não
apenas o seu saber. O professor deve estar compromissado com o aluno, a
instituição, a sociedade e as constantes mudanças apresentadas por este (WITTER,
2003).
Na docência o professor permanece horas em seu ambiente de trabalho
realizando sempre movimentos repetitivos, o que pode ocasionar problemas
relacionados a fatores físicos, psicossociais e emocionais, sem que haja uma pausa
para descanso de sua musculatura e sua mente, provavelmente este adoecerá
(MELO; GAMBARINI, 2007). Conforme Araújo (2007), tanto o professor (empregado)
quanto o governo (empregador) sofrem prejuízos e para evitar que as atividades do
trabalho afastem estes profissionais do mesmo, procura-se algumas alternativas,
como a Ginástica Laboral que tem como objetivo quebrar o ritmo das tarefas
desempenhadas durante o dia.
A Ginástica Laboral visa prevenir e diminuir os casos de Lesões por esforço
repetitivo (LER) e/ou Doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT), a
mesma é desenvolvida por meio de exercícios específicos de alongamento,
fortalecimento muscular, coordenação motora e de relaxamento. É realizada nos
diferentes setores de uma empresa (SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008), e praticada em
intervalos de cinco a dez minutos diários durante a jornada de trabalho. Esses
exercícios aplicados durante um breve intervalo da jornada de trabalho melhoram o
17
desenvolvimento dos funcionários e a qualidade de vida dos mesmos (CONFEF,
2004).
A Ginástica Laboral é uma forma de ergonomia, que adapta o profissional as
condições do seu trabalho, ou seja, trata apenas do profissional e não do seu
ambiente de trabalho, pois não propõe mudanças na estrutura do seu trabalho
(FERREIRA; OLIVEIRA, 2014). De acordo com Araújo (2007), a ergonomia procura
adaptar o ambiente de trabalho aos seus trabalhadores, através de características
individuais, fatores ambientais (ruídos, luzes, temperatura), fatores organizacionais
(horários, turnos, pausas) e o estresse do trabalho (fadiga).
18
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Avaliar os efeitos físicos e mentais da Ginástica Laboral em professores de
uma escola pública.
2.2. Objetivo específico
Verificar se a Ginástica Laboral altera a disposição dos professores para o
trabalho;
Analisar se a prática de Ginástica Laboral diminui as dores no corpo, devido à
má postura e a movimentos repetitivos;
Identificar se a Ginástica Laboral modifica o relacionamento interpessoal com
colegas, alunos e familiares;
Investigar se a prática de Ginástica Laboral previne as doenças ocupacionais,
como Lesões por esforço repetitivo (LER) e/ou Doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho (DORT) e estresse emocional;
Sondar se a Ginástica Laboral ajuda a recuperar o nível de atenção e
capacidade de concentração durante o trabalho.
19
3. JUSTIFICATIVA
Tendo em vista, que o índice de doenças ocupacionais vem aumentando
devido às condições de trabalho que muitas vezes gera cansaço mental e limitações
físicas, se faz necessária a aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral com um
grupo de professores, pois atualmente, é grande o índice de afastamento destes
profissionais do seu ambiente de trabalho, devido ao cansaço físico e mental, que
muitas vezes gera estresse, depressão, lesões osteomusculares, falta de
disposição, dores, dentre outros.
A Ginástica Laboral aparece como forma de prevenção e assim podendo
evitar estes tipos de afastamento, diminuindo os gastos do governo que incluem
continuar pagando o salário deste profissional mesmo com ele afastado e de
contratar e pagar um novo funcionário para substitui-lo, gastos dos próprios
profissionais com médicos e medicamentos, e principalmente melhorar satisfação
destes profissionais consigo mesmo e com seu ambiente de trabalho.
Sendo assim, fica clara a necessidade da aplicação de um protocolo de
Ginástica Laboral e a investigação dos efeitos encontrados após a aplicação do
mesmo com um grupo de professores.
20
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1. Professores
A palavra professor é de origem latina, e “significa aquele que professa ou
ensina um ciência, uma arte, uma técnica ou uma disciplina” (MELO; GAMBARINI,
2007. p. 19).
Melo e Gambarini (2007), ainda acrescentam que o professor deve dar-se
como exemplo, sendo assim respeitado e imitado, mais infelizmente não é
exatamente o que se vê em nosso país, pois o mesmo é menosprezado e
desvalorizado perante o país, afetando sua autoestima.
Atualmente independente do gênero, todos participam de forma ativa do
trabalho, pois o mesmo é fundamental na vida do ser humano. Nas escolas não
deixa de ser diferente existem profissionais de ambos os sexos e com diversas
idades (MARTINS; DUARTE, 2000).
Santos (2012), diz que o setor educacional sofreu recentemente por
modificações que intensificam as atividades dos professores, o que leva estes
profissionais a adoecerem, todas essas modificações afetam diretamente a saúde
dos professores, levando-os a se afastarem cada vez mais de suas funções e a
maior queixa é o desprazer em trabalhar sem recursos e salários adequados.
Para Barros e Lousada (2007), a forma de organização do trabalho na escola
reflete diretamente na saúde desses profissionais. E que não há projetos que atuem
diretamente na saúde destes, assim é impossível desfazer a tríade dor-desprazer-
trabalho existente entre eles.
Gasparini, Barreto e Assunção (2005), relatam que a responsabilidade do
professor extrapolou de uma forma muito rápida, deixando de apenas ensinar, para
atuar de forma ativa da gestão e planejamento escolar, exigindo assim uma
dedicação maior a escola.
No ambiente de trabalho o professor, muitas das vezes, fica exposto a
diversos fatores com barulho, salas superlotadas, cansaço excessivo, excesso de
tarefas, temperaturas e posturas inadequadas, uso excessivo da voz e ritmo intenso
de trabalho. Esses fatores levam os professores a faltarem ao trabalho, a chegarem
atrasados, ao desinteresse e a adoecerem (GARDENAL, 2009).
21
Devido às muitas dificuldades encontradas pelos professores nos últimos
tempos, vários estudos destacam as desordens musculoesqueléticas, problemas
vocais e distúrbios psíquicos como os problemas de saúde mais frequente nestes
profissionais (SANTOS, 2012).
Infelizmente, os professores, independente do nível que lecionam estão mais
propícios a adoecerem. Sem dúvida, é necessário desenvolver projetos que
englobem todas as classes e setores profissionais para amenizar os riscos a estas
patologias, e com certeza os professores também precisam receber uma atenção
especial (SANTOS, 2012).
4.2. Lesões por esforço repetitivo (LER) ou doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho
A LER ou DORT são doenças causadas pela falta de prevenção da saúde do
trabalhador. A denominação LER surgiu no Brasil a partir da publicação da portaria
4062 do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), em 06/08/87,
conhecida por lesão por trauma cumulativo. Esta denominação deixou de ser
definida como tendinite, bursite e passou a ser diagnosticada como LER e tendo a
repetitividade do trabalho como causa dentro de um conjunto de fatores
biomecânicos (COUTO, 1995; RIO,1998, apud BARBOSA, 2002).
Os países industrializados passaram a denominar as lesões por esforços
repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho como LER/DORT
somente após testemunharem o aumento do número de doenças ocupacionais. No
Brasil foi reconhecido como doença ocupacional em 1987 (OLIVA; 2007).
Vários são os conceitos encontrados para LER/DORT. Segundo Chivegato
Filho e Pereira Jr. (2014, p. 19),
A LER e a DORT são consequência de atividades repetitivas relacionadas à organização do trabalho, bem como ao ambiente físico afetando músculos, tendões, nervos e vasos dos membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços, braços, ombro, pescoço e coluna vertebral) e inferiores (joelho e tornozelo, principalmente).
4.2.1. Fatores de Risco
A agressão à saúde do trabalhador com enfoque nos problemas
musculoesqueléticos encontra-se como um dos indicadores de doenças
ocupacionais. Diversas são as causas dessas agressões desde fatores
22
psicossociais e emocionais até a postura física adotada durante a jornada de
trabalho (RENNER, 2005).
Apesar dos avanços tecnológicos e da informatização das empresas as
LER/DORT são as doenças ocupacionais mais presentes no dia a dia do
trabalhador. As causas de LER/DORT são diversas, como força excessiva,
movimentos repetitivos, posturas inadequadas, vibração e compressão de nervos e
músculos (OLIVA, 2007). A ausência de conhecimento sobre a ergonomia e a GL, o
mobiliário inadequado, o estilo de vida inadequada e exercícios repetitivos, também
são fatores que colaboram para o surgimento das lesões ocupacionais (OLIVEIRA,
2007).
Medidas simples como a adaptação do ambiente de trabalho e a adoção de
posicionamentos adequados e menos agressivos funcionam como estratégias
preventivas primárias nos cuidados diários dos distúrbios ocupacionais (RENNER,
2005).
4.2.2. Aspectos Clínicos
Diversas são as manifestações clínicas das LER/DO RT que vão desde
patologias bem definidas e de diagnóstico rápido até síndromes crônicas multifatorial
que muitas vezes envolve aspectos psicológicos importantes e diversos sintomas
(alteração da sensibilidade, cefaleia, cansaço, sensação de inchaço e dificuldade de
concentração) o que dificulta o diagnóstico (RODRIGUES, 2003).
Entre os principais sintomas causados pelas LER/DORT encontram-se dor,
fraqueza, dormência, peso, ardor, queimação, fadiga, câimbras, sensação de frio,
distúrbio do sono, inchaço, dificuldade de manutenção da força muscular e de
permanecer muito tempo sentado, limitação da amplitude de movimento,
enrijecimento da musculatura, sensibilidade aumentada, dentre outros (ORSO et al.,
2001).
4.2.3. Patologias relacionadas a LER/DORT
Como o conceito de LER/DORT engloba inúmeras patologias o Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS) através da Ordem de Serviço nº 606, de 05
de agosto de 1998, aprova a norma técnica sobre Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho e na seção 1 classifica-os da seguinte forma: Neuropatias
23
Compressivas, Tendinites e Tenossinovite, com objetivo de caracterizar o grupo
muscular e/ou nervoso envolvido na patologia para que aconteça um diagnóstico
mais preciso e rápido (RODRIGUES, 2003).
As Neuropatias Compressivas acometem os membros superiores e suas
estruturas mais delicadas, onde os nervos que passam por arcos estreitos são
comprimidos por outras estruturas causando seu principal sintoma, as parestesias
(alteração da sensibilidade) (RODRIGUES, 2003). As principais Neuropatias
Compressivas são: Síndrome do Desfiladeiro Cervicotorácico, Síndrome do
Pronador Redondo, Síndrome do Túnel do Carpo, Síndrome do Supinador,
Síndrome do Interósseo Anterior, Síndrome do Interósseo Posterior, Lesão do Nervo
Mediano na Base da Mão, Síndrome do Canal Cubital e Síndrome do Canal de
Guyon (DELIBERATO, 2002).
As Tendinites e Tenossinovites são decorrentes de processos inflamatórios
que ocorrem nas bainhas tendíneas e nos tendões que causam seu sintoma mais
característico a dor (RODRIGUES, 2003). As principais Tendinites e Tenossinovites
são: Tenossinovite De Quervain, Dedo em Gatilho, Epicondilite Lateral, Epicondilite
Medial, Tendinite Biciptal, Tendinite do Supra-Espinhoso, Tenossinovite dos
Extensores dos Dedos e dos Extensores do Carpo, Tensossinovite dos Flexores dos
Dedos e dos Flexores do Carpo e Tenossinovite do Braquiorradial (DELIBERATO,
2002).
Tendo em vista o exposto sobre as principais LER/DORT, as mais comuns
são: Síndrome do Túnel do Carpo, Tenossinovite De Quervain, Tenossinovite dos
Extensores dos Dedos e dos Extensores do Carpo, Dedo em Gatilho e Epicondilites
Lateral e Medial (DINIZ; MEIJA, 2007).
4.2.4. LER e DORT em professores
Webber e Vergani (2010), relatam que as disfonias são um dos principais
problemas diagnosticados em professores, e o responsável pelo afastamento e/ou
aposentadoria precoce da maioria dos professores brasileiros. São causadas por
alterações na produção da voz, que pode ter relação com saúde vocal e as
condições de trabalho.
24
Dartora (2009), observa que a voz dos professores é vulnerável ao tempo e
ao uso inadequado, as condições de trabalho apresentam fatores de risco para a
saúde vocal e geral.
Os principais tipos de lesões resultantes das disfonias são laringite, pólipo,
cistos, leocoplasia e câncer de laringe. As alterações da mucosa da prega vocal
(nódulos, pólipos e edemas das pregas vocais) têm como característica comum, o
fato de representarem uma resposta inflamatória da túnica mucosa a agentes
agressivos, quer sejam de natureza externa, quer sejam decorrentes do próprio
comportamento vocal (DARTORA, 2009).
Webber e Vergani (2010) e Dartora (2009), relatam que as principais doenças
ocupacionais que afetam os professores são Síndrome do impacto no ombro,
Síndrome do ombro doloroso, Síndrome de dor nas pernas, Síndrome da coluna
lombar, Tenossinovites De Quervaim, Tendinites, Dedo em gatilho, Síndrome do
túnel do carpo, Síndrome do Túnel Ulnar, Epincondilite, Bursite.
4.3. Ergonomia
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2015, p. 26),
palavra “ergonomia” vem de duas palavras gregas: “ergon”, que significa trabalho, e
“nomos”, que significa leis, sendo definida como:
Uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.
Bureal (2009), define a ergonomia como o estudo do trabalho e da sua
relação com o ambiente no qual é desempenhado (o local de trabalho) e com
aqueles que o desempenham (trabalhadores).
Não é de hoje que se prática a ergonomia com a finalidade de melhorar a
qualidade de vida dos indivíduos em seu local de trabalho (LIDA, 2005). Brandão,
Andrade e Pedrosa (2008), dizem que a ergonomia nasceu com o homem primitivo,
partindo da necessidade de proteção e sobrevivência do ser humano até mesmo em
afazeres domésticos como produzir utensílios de barro para tirar água de cisterna e
realizar o cozimento de alimentos, além de fazer clava para se defender e matar
animais.
25
Mas somente com a revolução industrial, devido ao aumento da produtividade
e qualidade dos produtos é que as empresas voltaram seu olhar sobre a questão
ergonômica dos trabalhadores, à proporção que ela é aplicada com o objetivo de
melhorar as condições ambientais e buscando a interação com o ser humano (LIDA,
2005).
Apenas em 1915 durante a 1ª Guerra Mundial, que os primeiros passos legais
em relação à saúde do trabalhador aconteceram, sendo criada a Comissão de
Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, composta por psicólogos e
fisiologistas. E em 1929 essa comissão tornou-se o Instituto de Pesquisa sobre
Saúde no Trabalho, para realizar pesquisas devido a preocupações quanto ao
ambiente (iluminação, ventilação e outras) e sobre carga manual, seleção,
treinamento, posturas no trabalho, dentre outras (COUTO, 1995, apud BRANDÃO;
ANDRADE; PEDROSA, 2008).
Mas somente na 2ª Guerra Mundial é que eclodiu a necessidade de aplicar a
ergonomia em beneficio do trabalhador, surgindo na Inglaterra uma sociedade de
pesquisa e estudo do ambiente laboral a Ergonomics Research Society, melhorando
a produtividade e as condições de vida dos trabalhadores (LIDA, 2005).
4.3.1. Abrangência
Segundo Couto citado por Brandão, Andrade e Pedrosa (2008, p. 29) afirma
que:
A ergonomia abrange cinco grandes áreas de estudo aplicadas ao trabalho: ergonomia na organização do trabalho pesado; biomecânica aplicada ao trabalho; prevenção da fadiga no trabalho; prevenção do erro humano e adequação ergonômica do posto de trabalho.
Pavani (2007), traz que a ergonomia possui uma dimensão maior do que se
pensa, uma vez que essa realiza um processo de análise do trabalho propriamente
dito, observando tanto o local de trabalho como o trabalhador em seu aspecto físico,
sensorial e mental, visando que o trabalho compreende o trabalhador, seus
equipamentos, a equipe e as circunstâncias de trabalho em um determinado
ambiente físico e arquitetônico.
A ergonomia é aplicada através de ações que visam em diversas situações o
trabalhador dentro das suas atividades, neste sentido ABRAHÃO (2000), afirma que
o foco de ação é a condição de trabalho inserida em um contexto sócio-técnico, a
26
fim de desvendar as lógicas de funcionamento e suas consequências, não só para a
qualidade de vida no trabalho, como para o desempenho da produção.
No Brasil não existe formação para ergonomista, mas existem vários cursos
de pós-graduação. No entanto não tendo o ergonomista, existem vários profissionais
que já tiveram a oportunidade de cursarem algo sobre ergonomia e aprimorarem
seus conhecimentos sobre o assunto, sendo assim, eles podem solucionar
problemas ergonômicos, visando à saúde do trabalhador. Entre esses profissionais
encontram-se médicos do trabalho, engenheiros de projeto, de produção, de
segurança e manutenção, desenhistas industriais, analistas do trabalho, psicólogos,
enfermeiros, fisioterapeutas, programadores de produção, administradores e
compradores (LIDA, 2005).
Pode-se esclarecer que o fisioterapeuta mesmo sem formação em ergonomia
pode atuar no tratamento e prevenção das LER/DORT, mas sem saber alguns
conceitos da ergonomia é muito difícil obter sucesso (BARBOSA, 2002).
4.3.2. Aplicações
A ergonomia pode ser aplicada em diversos campos, sendo-os físico,
cognitivo e organizacional, onde estuda as condições prévias e suas consequências
devido ao trabalho e a interação entre homem, máquina, ambiente e duração da
jornada de trabalho (FIGUEIREDO; MONTE’ALVÃO, 2005).
A ergonomia física – analisa a anatomia humana, fisiologia, antropometria e
biomecânica do trabalhador em suas atividades no trabalho, o que pode ser
observado, nas posturas, no manuseio de equipamentos, movimentos repetitivos,
cansaço físico, distúrbios musculoesqueléticos, dentre outros. Ergonomia cognitiva –
analisa os aspectos mentais do trabalhador, como a percepção, o raciocínio, a
memória e estresse, sendo observada em treinamentos, interação entre a equipe,
interação homem-máquina e outros. Ergonomia organizacional – abrange a
organização, políticas e processos, o que incluem comunicação, gestão de
qualidade, estrutura do ambiente, duração da jornada de trabalho, turnos, entre
outros aspectos (LIDA, 2005).
27
4.3.3. Tipos
Antigamente, a aplicação da ergonomia era restrita às indústrias, porém com
a evolução dos conhecimentos, houve uma expansão para a agricultura, para o
setor de serviços e para a vida diária do cidadão comum, o que exige uma atenção
maior, para com as mulheres, idosos e portadores de deficiência, porque eles não
faziam parte do mercado de trabalho, pois este era muito machista e preconceituoso
(LIDA, 2005).
A ergonomia pode ser aplicada de diferentes formas, na literatura pode se
defini-la e apresentá-la em diferentes categorizações. Assim, podemos classificá-la
como: Ergonomia de Projeto, Ergonomia Industrial, Ergonomia da Agricultura,
Ergonomia da Mineração, Ergonomia da Construção Civil, Ergonomia do Setor de
Serviços, Ergonomia de Produção e Ergonomia na Vida Diária, mas com os avanços
nos estudos da ergonomia vem surgindo novas classificações a cada dia
(BARBOSA, 2002).
4.3.4. Objetivos
No que se refere à caracterização da atividade e a adequação dos postos de
trabalho frente à aplicabilidade de novas tecnologias, a ergonomia cada vez mais
tem sido bastante solicitada, principalmente na questão dos processos de prevenção
da saúde do trabalhador (ABRAHÃO, 2000).
A ergonomia tem como objetivo a saúde, a segurança e a satisfação do
trabalhador e por último visa à eficiência que deve vir como consequência das
intervenções (LIDA, 2005).
As contribuições da ergonomia para saúde do trabalhador dependem da ação
focada dos trabalhadores em atividades exercidas pelos mesmos, de forma que
trabalhador e ambiente não ultrapassem as suas limitações, evitando situações de
estresse, riscos de acidentes e doenças ocupacionais (ABRAHÃO, 2000).
Em relação à segurança do trabalhador é necessário que o ambiente de
trabalho e seus administradores consigam uma organização que vise às
capacidades e limitações dos trabalhadores, para reduzir os erros e consequentes
acidentes ou estresses gerados (FIGUEIREDO; MONTE’ALVÃO, 2005).
28
A satisfação é resultado de um atendimento às necessidades e expectativas
dos trabalhadores, porém algumas situações podem ser satisfatórias para uns e
insatisfatórias para outros, por isso vai depender das necessidades individuais de
cada trabalhador (LIDA, 2005).
A eficiência é consequência de um conjunto de planejamento e organização
do ambiente, visando sempre as necessidades e limitações de cada trabalhador
(ABRAHÃO, 2000).
Os objetivos da ergonomia visa explicar a ergonomia em uma totalidade e
dimensão, fazendo com que o trabalhador seja inserido em um contexto real,
realizando um trabalho eficaz (LIDA, 2005).
Apesar da evolução da ergonomia nas últimas décadas e a contribuição desta
para o setor urbano, ainda depara-se com problemas relacionados a doenças e
acidentes de trabalho. Como solução para estes problemas, além da implantação
dos programas ergonômicos, existe a necessidade de adequar as atividades às
normas de segurança do trabalho, impostas pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) (COUTO, 2007).
4.3.5. Benefícios
Como visto anteriormente, devido as grandes mudanças e evoluções e a um
mercado competitivo, as empresas atuais estão sentindo a necessidade de se
adequarem às mudanças tecnológicas em ajuste ao ambiente de trabalho com o
objetivo de minimizar danos à saúde do trabalhador, uma vez que o bem estar
depende de uma boa organização do local de trabalho (PRAIA, 2013).
A ergonomia não beneficiará somente os trabalhadores, em suas funções,
saúde e segurança, mas também abrangerá o empregador, uma vez que
trabalhadores com qualidade de vida garantida são mais felizes e se tornam mais
produtivos, consequentemente há o aumento da produção e redução dos
afastamentos por doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (FIGUEIREDO;
MONTE’ALVÃO, 2005).
A prevenção de riscos e segurança do trabalhador se tornam elementos
fundamentais na ação da ergonomia em beneficio à saúde do trabalhador. Para
ergonomia o risco vai além das consequências físicas, pois analisará os fatores
29
psicológicos, sociais e culturais e também os aspectos de saúde e segurança do
trabalho, garantindo as exigências de produtividade e qualidade de vida dentro e
fora do ambiente de trabalho (SOARES, 2007).
Portanto, a ergonomia é aplicada através da busca constante em favorecer a
produtividade sem abandonar as condições adequadas de trabalho dos funcionários,
pois a empresa ao melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores estará
aumentando sua produtividade e ao mesmo tempo reduzindo a ausência e
afastamentos dos funcionários, prevenindo e controlando o aparecimento das
LER/DORT (PRAIA, 2013).
Dentro de uma aplicabilidade eficaz da ergonomia em benefício da qualidade
de vida do trabalhador, é de suma importância que se volte o olhar para a Ginastica
Laboral. Uma vez que esta desenvolverá exercícios específicos e relaxantes para os
funcionários, possibilitando um descanso mais prazeroso e benéfico para sua saúde
(FIGUEIREDO; MONTE’ALVÃO, 2005).
Ergonomia por si só, torna-se incapaz de desenvolver alguma atividade
prazerosa ao trabalhador. Conforme expresso anteriormente, sua função fica
vinculada a ações que melhore as metodologias tecnológicas e ao ambiente de
trabalho, sem prejuízo físico, mental e psíquico do trabalhador. Por tanto, seria
indispensável as suas ações, a intervenção da Ginástica Laboral (GL), dentro de
qualquer atividade exercida por um ser humano (SOARES, 2007).
4.4. Ginástica Laboral
A GL entrou nas empresas como uma pausa nos intervalos intrajornada de
trabalho, o qual foi denominado como “ginástica de pausa”, somente em 1925 é que
se teve a primeira referência bibliográfica, editada na Polônia, sobre esse tipo de
experiência e posteriormente, surgiram outras publicações na Holanda e na Rússia.
Após 1974 os EUA começaram a desenvolver programas diários de ginásticas
durante a jornada de trabalho (CONFEF, 2006).
No Brasil, a GL passou a ser pioneira na questão de saúde do trabalhador
somente em 1973, através do “Projeto Educação Física Compensatória e
Recreação”, elaborado pela Escola de Educação Física da Federação dos
Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS (FEEVALE). Esse projeto
30
fundamentou numa proposta de exercícios físicos baseados em análises
biomecânicas (CONFEF, 2006).
Para Figueiredo e Monte’Alvão (2005, p. 21) a GL pode ser definida e
conceituada como:
Um conjunto de práticas físicas elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, que visa compensar as estruturas, mais utilizadas, no trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando-as e tonificando-as.
Os exercícios de alongamento é um elemento fundamental de constituição da
GL como método preventivo de doenças rotineiras do trabalho, entre elas a
LER/DOT (DELIBERATO, 2002).
Picoli e Guastelli (2002, p. 12) afirmam que a GL tem como principal elemento
os exercícios de alongamento:
O alongamento é uma atividade simples, suave, tranquila, que proporciona grande relaxamento e bem estar. Praticado corretamente, pode evitar muitos problemas, relacionados ao trabalho, com a vantagem de que pode ser realizado em quase todos os lugares e a qualquer hora, não exigindo nenhum equipamento especial.
Nesse mesmo sentido com o objetivo principal de prevenir e diminuir os casos
de LER/DORT, a GL se torna fundamental. Ela é desenvolvida por meio de
exercícios específicos de alongamento voltados para a coordenação motora,
relaxamento e fortalecimento muscular, realizado nos diversos setores de uma
empresa (SAMPAIO; OLIVEIRA, 2008).
Ao introduzir em uma empresa a GL, deve se analisar e realizar uma
avaliação do ambiente de trabalho e de cada funcionário, pois a mesma tem como
objetivo melhorar a capacidade funcional dos funcionários, através de exercícios de
alongamento, sendo com maior eficiência entre os intervalos com cerca de 5 a 10
minutos diários, durante a jornada de trabalho (CONFEF, 2004).
4.4.1. A implantação dos programas de Ginástica Laboral
Cañete (1996) afirma que para a implantação da GL nas empresas é
necessário seguir e respeitar algumas etapas, sendo estas divididas em cinco fases.
A FASE I - Levantamento de Necessidades (diagnóstico) que tem como
principal objetivo colher dados como características e condições ambiente de
trabalho e dos funcionários, FASE II – Informação - tem como foco informar,
sensibilizar, chamar a atenção e conscientizar os funcionários sobre a importância
31
da GL em cada um deles e para o ambiente de trabalho como um todo, é nessa fase
que se deve despertar o interesse de todos a participar da GL, na FASE III –
Implementação - é realizada após a conscientização necessária e suficiente dos
funcionários, com o objetivo de colocar em prática o programa de GL, apenas com
um grupo experimental para que surja comentários entre os outros funcionários e
assim conseguir mais interesse dos demais funcionários que não estão participando,
a FASE IV - Desenvolvimento e Consolidação - é quando começa a implantação da
GL em todos os setores, FASE V- Comprometimento - esta é a fase final, onde
todos os funcionários estão participando ativamente da GL, e cientes dos benefícios
e visualizando resultados (CAÑETE, 1996).
Para aumentar os resultados da aplicação da GL na empresa deve se realizar
algumas atividades principalmente como aplicação de questionários para avaliar o
perfil dos funcionários, realização de palestras para prevenção, dicas de saúde no
ambiente de trabalho e criatividade na elaboração das sessões de GL (MARTINS,
2001).
Pode-se ressaltar que as pausas para a GL não são descontadas do salário
dos trabalhadores e nem compensadas em outros horários, a participação é
opcional e a GL não deve ser a única atividade realizada e sim fazer parte de um
plano global de saúde da empresa e não deve ser realizada com exercícios
monótonos, pois o trabalhador pode perder o interesse pela GL e deve-se sempre
conversar com os trabalhadores e aceitar sugestões dos mesmos (OLIVEIRA, 2007).
No inicio a aplicação da GL ficava comprometida ao déficit de profissionais
capacitados no mercado de trabalho. Hoje esta questão da aplicabilidade da GL,
mesmo com normas de segurança estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, esta vinculada a falta de conscientização do empregador, não
generalizando todas as empresas (MARTINS, 2001).
4.4.2. Tipos
Para melhor aplicabilidade da GL, fez-se necessário dividi-la quanto a sua
modalidade, pois essa não deixa de estar vinculada ao tempo integral da atividade
exercida por cada trabalhador. A mesma pode ser dividida em três modalidades,
sendo elas: preparatória, compensatória e de relaxamento (FERREIRA; OLIVEIRA,
2014).
32
Preparatória é realizada antes do início do expediente, com o objetivo de
preparar o trabalhador para o dia de trabalho, visando aquecer os grupos
musculares, principalmente os mais usados em suas tarefas, melhorando a
circulação e oxigenação dos músculos, além de melhorar a disposição dos
trabalhadores para o início de suas atividades (DIAS, 1994).
Compensatória é realizada durante o expediente, visando exercitar os
músculos menos exigidos durante o trabalho e relaxando os mais exigidos para
assim compensar os esforços e movimentos repetitivos, quebrando a rotina e
prevenindo doenças e acidentes (PIGOZZI, 2000).
Relaxamento é realizado após o expediente, através de exercícios de
alongamento e concentração para relaxar os músculos exigidos durante todo o dia
de trabalho, evitando o acúmulo de ácido lático e prevenindo as possíveis câimbras
e doenças ocupacionais (FERREIRA; OLIVEIRA, 2014).
4.4.3. Objetivos
Como objetivo geral, a prática da GL visa garantir a melhoria da qualidade de
vida do trabalhador, beneficiando diretamente o empregador com o aumento da
produtividade e diminuição dos acidentes e doenças ocupacionais (MOREIRA,
2011).
Inúmeros são os objetivos da GL, porém os principais consistem em
promoção de saúde e conscientização corporal, prevenção das doenças
ocupacionais (LER/DORT), melhora da atenção durante a jornada de trabalho,
redução dos acidentes no trabalho, diminuição do afastamento, da procura
ambulatorial dos trabalhadores, melhora a condição física geral, aumento do ânimo
e da disposição para o trabalho, melhora a qualidade de vida dos trabalhadores
dentro e fora da empresa e o relacionamento interpessoal (POLITO;
BERGAMASCHI, 2002).
4.4.4. Benefícios
Devido aos avanços tecnológicos e a busca constante pelo aumento da
produtividade nas empresas, estas tiveram, consequentemente, que dar maior
atenção para a qualidade de vida dos seus funcionários no trabalho. A qualidade
citada acima foi possível através de ações ergonômicas vinculada a GL. Essa por
33
tanto promove muitos benefícios tanto para o trabalhador quanto para a empresa,
pois o trabalhador estando bem, o desempenho do mesmo é melhor e maior, o que
leva ao aumento da produtividade da empresa (FERREIRA; OLIVEIRA, 2014).
Os principais benefícios da GL consistem em melhorar a capacidade no
trabalho, a imagem de si próprio, a sensação de bem-estar, o apetite, o ritmo do
sono e reduzir a ansiedade, a depressão e o estresse (MOREIRA, 2011).
4.4.5. Ginástica Laboral: uma estratégia preventiva e
fisioterapêutica da ergonomia no trabalho
Diante do exposto, percebe-se que a ergonomia necessita como forma de
ação da GL, para melhoria da saúde do trabalhador na prevenção de doenças
ocupacionais e diminuição do afastamento do mesmo (RENNER, 2005).
Para resultado eficaz da implantação da Ginástica Laboral Ocupacional faz-se
necessário um profissional habilitado para a prática das atividades especificas, esse
profissional nada mais seria que o fisioterapeuta, pois é um profissional da área da
saúde que atua no campo da prevenção e reabilitação física. Devendo enfatizar que
o mesmo não teria um resultado preciso sem uma equipe interdisciplinar
(DELIBERATO, 2002).
A fisioterapia preventiva e profilática associada à implantação de um processo
de ergonomia se torna uma estratégia eficaz para eliminação das doenças
ocupacionais relacionadas ao trabalho (RENNER, 2005).
A fisioterapia preventiva e profilática pode ser considerada como ações que
amenizem as causas das dores e desconfortos no trabalho (DELIBERATO, 2002).
Ao realizar as orientações para a prática dos exercícios preventivos e
compensatórios, o fisioterapeuta deve orientar individualmente cada trabalhador
levando em consideração o seu trabalho desenvolvido, estimulando a consciência
corporal e postural. Só assim, possibilitará o relaxamento das estruturas
musculoesqueléticas mais utilizadas por cada trabalhador (RENNER, 2005).
4.4.6. Ginástica Laboral em professores
A qualidade de vida dos trabalhadores é essencial, independe de qual seja a
profissão. E de alguma forma todos sofrem, em algum momento, um grau de
estresse laboral, o que prejudica o desempenho dos mesmos. De fato, vários são os
34
fatores que colaboram para o aparecimento e agravamento das doenças
ocupacionais no decorrer da vida profissional (FERRÃO, 2012).
Nos últimos tempos o professor se tornou tema de diversos estudos que
mostram que o elevado índice de afastamento por motivos de doenças ocupacionais
e problemas psíquicos podem estar associados às condições precárias de trabalho
enfrentadas por eles (SOUZA, 2003).
Os professores utilizam constantemente suas capacidades físicas e mentais
para atingir seus objetivos na produção escolar, o que gera uma hipersolicitação
psicológica e fisiológica, que sem tempo para recuperar são desencadeadas em
doenças ocupacionais e transtornos mentais, o que explica o grande índice de
afastamento destes profissionais (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).
Neste sentido Ferrão (2012), diz que é importante a implantação de um
programa de Ginástica Laboral com professores, para tratar e principalmente
prevenir os mesmos das doenças ocupacionais e estresses do dia a dia.
Recentemente foram realizados estudos que comprovam que profissionais
que realizam Ginástica Laboral regularmente, tem mais disposição e menos queixas
dolorosas, o que reduz assim os afastamentos do trabalho (MELO; GAMBARINI,
2007).
Estudos comprovam que programas de GL vêm atingindo sucesso modesto
no que diz respeito à melhoria na saúde dos trabalhadores e nas relações sociais e
familiares. Os problemas relatados são em relação à organização e estrutura que
não suprem as necessidades dos trabalhadores, assim percebe-se que as empresas
carecem de direcionamento tanto para parte de infraestrutura, quanto da parte de
características físicas dos trabalhadores. Este estudo relata necessidades de
qualquer empresa da atualidade, isso inclui as escolas (FERRÃO, 2012).
Tento em vista problemas complexos e relatos dos professores, a GL vem
como solução que favorece a adequação e manutenção da saúde dos professores.
A realização correta e frequente da GL promove fortalecimento, alongamento e
relaxamento, tanto de músculos sobrecarregados quanto dos menos solicitados
(GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005).
Professores com incapacidades temporárias e baixa produtividade, faltam
demais ao trabalho ou se afastam muito do mesmo, gerando custos atribuídos e
35
prejuízo ao governo. Os principais riscos a saúde dos professores são estresse
excessivo, pressão arterial elevada, uso de tabaco, distúrbios osteomusculares
principalmente da coluna vertebral, sobrepeso e obesidade, abuso de álcool,
depressão e problemas mentais. A GL e a ergonomia esclarecem e previnem
incapacidades temporárias e aumenta a produtividade, diminuindo as faltas e
afastamentos do trabalho, além da diminuição nos custos e prejuízos ao governo
(MELO; GAMBARINI, 2007).
Os objetivos da GL e da ergonomia com os professores vai desde demonstrar
hábitos inadequados, falta de infraestrutura e organização do ambiente de trabalho,
até a relação custo/beneficio e a recuperação e prevenção da saúde. Para garantir
esses objetivos a GL e a ergonomia andam sempre juntas, gerando eficiência e
resultados sempre positivos em relação à promoção da saúde (SOUZA, 2003).
A GL visa não só promover saúde física, mais emocional e social também,
melhorando o relacionamento interpessoal entre os colegas de trabalho com
exercícios e dinâmicas em grupo. A promoção de saúde realizada através da GL
favorece a prevenção e o controle das doenças ocupacionais, além de estimular a
participação ativa dos professores no trabalho e nas atividades realizadas pela GL
(FERRÃO, 2012).
36
5. METODOLOGIA
5.1. Área de estudo
Este estudo foi executado em uma escola pública localizada no município de
Unaí-MG, com população estimada 82.887 pessoas, segundo o censo em 2010,
como divisas e confrontações com as cidades de Paracatu, Buritis e Brasília, com
área territorial de 8.447,107 km² (IBGE, 2015).
Figura 01 – Mapa de localização da cidade de Unaí-MG.
FONTE: IBGE.
A instituição tem suas atividades realizadas de segunda à sexta-feira, das 7h
às 23h, divididas nos períodos matutino, vespertino e noturno. Nela encontram-se
turmas de ensino fundamental séries iniciais (1º ao 5ºano), ensino fundamental
séries finais (6º ao 9º ano) e ensino médio (1º ao 3º ano), além de cursos técnicos.
Foi executado com 20 professores do ensino fundamental séries finais e/ou
médio do turno matutino da escola, sendo do sexo feminino e masculino, com idades
que variam de 23 a 57 anos, todos com ensino superior completo e com mais de 3
anos de profissão. A autorização para a realização deste estudo foi obtida junto à
diretora da escola que assinou um ofício que esclarecia e solicitava a execução do
projeto.
5.2. Materiais e Métodos
Este estudo se classifica como Quantitativo-Descritivo, que segundo Marconi
e Lakatos (2011, p. 70),
37
Consiste em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fato ou fenômeno, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave. Qualquer um desses estudos pode utilizar métodos formais, que se aproximam dos projetos experimentais, caracterizados pela precisão e controle estatísticos, com a finalidade de fornecer dados para a verificação de hipóteses. Todos eles empregam artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações, programas, ou amostras de populações e programas. Utilizam varias técnicas como entrevistas, formulários etc, e empregam procedimentos de amostragem.
E na subdivisão de Quantitativo-Descritivo pode ser classificada como estudo
de avaliação de programa, que Marconi e Lakatos (2011, p. 70) trazem que,
Consiste nos estudos quantitativo-descritivos que dizem respeito á procura dos efeitos e resultados de todo um programa ou método especifico de atividades de serviços ou auxilio, que podem dizer respeito a grande variedade de objetivos , relativos a educação, saúde e outros. As hipóteses podem ou não estar explicitamente declaradas e com frequência derivam dos objetivos do programa ou método que está sendo avaliado e não da teoria. Empregam larga gama de procedimentos que podem aproximar-se do projeto experimental.
Este estudo foi realizado através de pesquisas bibliográficas em livros e
artigos científicos de fontes confiáveis, o mesmo foi executado com a implantação
de um protocolo de Ginástica Laboral com professores de uma escola da rede
pública.
A autorização foi realizada com envio de um ofício (Apêndice A) a diretora,
solicitando a autorização para realização do projeto. A seleção dos professores para
este estudo se baseou em quem trabalhar no turno matutino e se disponibilizar em
participar e assinar um termo de consentimento (Anexo A), e como exclusão os que
se negarem a isto, uma vez que não há contra indicações para realização da
Ginástica Laboral, pois a mesma é realizada com trabalhadores, e
consequentemente, se a pessoa esta apta a trabalhar, também estará para realizá-
la.
Foi realizada uma palestra para os professores com objetivo de informar
sobre a Ergonomia e a Ginástica Laboral e para propor sobre o projeto, depois foi
aplicado um questionário de Poletto (2012) – Modificado (Anexo B) para avaliação
dos profissionais antes da implantação do protocolo de Ginástica Laboral e o mesmo
ao final da execução, com intuito de verificar os efeitos encontrados após a
aplicação. O questionário possuía coleta de dados pessoais, perguntas de sim ou
não e abertas e perguntas onde os professores deveriam marcar um “x” na opção
38
onde ele considerava mais próximo do que sentia no trabalho com avaliação de 1 a
10, que consistiam em 1 nunca ou ruim, 5-6 com alguma frequência ou regular e 10
sempre ou ótimo, isso dependendo do contexto da pergunta.
As atividades foram realizadas de segunda a sexta-feira, às 7h com duração
de 10 a 15 minutos, durante um período de 3 meses e meio, sendo setembro,
outubro, novembro e o início de dezembro do ano de dois mil e quinze. As atividades
realizadas foram baseadas em um protocolo de exercícios (Anexo C) e essas
atividades (Apêndice B) abordaram aspectos como estimulação quanto às
necessidades de cada um. Foram realizadas atividades de raciocínio visando à
atenção dos professores, brincadeiras lúdicas, disputas recreativas e mímicas.
Abordou-se também atividades que tiveram como foco a propriocepção,
esquema corporal e lateralidade, expondo exercícios de comando que trabalharam
todos estes aspectos. Como foco também houve atividades trabalhando o equilíbrio,
entrando então exercícios como equilíbrio em uma perna só, olhos vendados dentre
outros. Todas as atividades aplicadas tiveram como finalidade estabelecer uma
melhora nas alterações implicadas pelas patologias apresentadas por cada um.
O estudo teve como objetivo principal avaliar os efeitos físicos e mentais da
Ginástica Laboral em professores de uma escola pública, além de verificar se a
Ginástica Laboral altera a disposição dos professores para o trabalho, se diminui as
dores no corpo, devido a movimentos repetitivos, se modifica o relacionamento
interpessoal com colegas, alunos e familiares, se previne as doenças ocupacionais,
como LER e DORT. E em maio de 2016 foi realizada uma palestra com os
professores estudados, apresentando os resultados encontrados após o término do
estudo.
39
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o mês de agosto do ano de dois mil e quinze foi realizado o contato
inicial com os professores, com a diretora da escola e foi feita a seleção dos
professores para participar do estudo, que foi realizado no período de agosto a
dezembro deste mesmo ano, perfazendo setenta e seis dias, cinco vezes na
semana, sendo de segunda a sexta, no inicio do turno matutino, às 7h da manhã
com duração entre 10 a 15 minutos, sendo realizada a ginástica laboral preparatória.
A amostra do estudo foi composta por vinte professores, sendo dose do sexo
feminino e oito do sexo masculino, com idades entre vinte e três a cinquenta e sete
anos e com mais de cinco anos de profissão.
O questionário inicial foi aplicado no dia 24/08/2015. Foram realizadas setenta
e seis sessões durante os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de
dois mil e quinze, posteriormente foi aplicado o questionário final no dia 17/12/1015.
Figura 02 – Prática de atividade física antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
8
12
10 10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
SIM NÃO
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
40
Figura 03 – Tipos de atividades físicas praticadas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 04 – Grau da prática de atividades físicas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Quando perguntados se praticavam algum tipo de atividade física antes da
aplicação da Ginástica Laboral apenas 8 professores praticavam e depois passaram
para 10 professores, como pode ser observado na figura 02. Na figura 03, podemos
observar que os professores procuraram melhorar ainda mais sua qualidade de vida
realizando algum tipo de atividade física, antes 1 professor andava de bicicleta, 2
caminhavam e 5 praticavam musculação e depois aumentou 2 professores que
1 2
5
0 1
2
5
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Andar de bicicleta Caminhada Musculação Vôlei
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
0 0
8
0
2
8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 vez por semana 2 vezes por semana 3 vezes ou mais porsemana
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
41
começaram a praticar vôlei. Na figura 04, observamos que a prática dessas
atividades variou de 2 a 3 vezes ou mais por semana, onde antes 8 professores
praticavam 3 vezes ou mais e depois acrescentou 2 professores que começaram a
praticar 2 vezes por semana.
Matsudo e Matsudo (2000), afirmam em estudo que a prática regular de
atividade física traz efeitos neuromusculares, antropométricos, metabólicos e
psicológicos. Estes efeitos trazem benefícios como a prevenção de doenças
crônicas, ocupacionais e na melhor qualidade de vida dos praticantes.
Guedes e Guedes (1995), relatam que a prática de atividades físicas, além de
promover saúde ainda ajuda na prevenção e na reabilitação de algumas patologias
como as LER e DORT.
Segundo Polito (2002), a prática de atividade física vem apresentando bons
resultados quanto à prevenção de doenças ocupacionais. Nahas (2001), acrescenta
que a prática de atividade física reduz o processo degenerativo provocado pelo
envelhecimento, proporcionando mais longevidade e mais qualidade de vida.
Segundo Poletto (2002), a prática de atividade física fortalece o sistema
osteomuscular prevenindo doenças, como as ocupacionais. Nahas (2001), ainda
relata que os benefícios encontrados pela prática da atividade física vão desde
prevenção à reabilitação das doenças ocupacionais.
Quando perguntados se consideravam seu trabalho repetitivo, antes 15
professores consideraram e 5 não e depois esses números se mantiveram. E
quando perguntados se consideravam seu trabalho intenso, antes 12 professores
consideravam e 8 não e depois estas opiniões se mantiveram.
Freudenthal (2000), relata que o trabalho dos professores é penoso, pois
causa desgaste físico e psicológico além do que se considera normal. Webber e
Vergani (2010), fala que como previsto na Constituição Federal de 1998 os
professores deveriam receber um adicional de penosidade, porém até hoje esse
adicional não foi regulamentado e assim não é aplicado, uma vez que a Constituição
Federal de 1998 foi adiada a vinte e sete anos, e até hoje não foi corrigida.
Para Dartona (2009), pelo fato do trabalho do professor ser penoso e não
existir a regulação legal, o mesmo está contrariando o princípio da dignidade
humana que tem proteção constitucional. Para Webber e Vergani (2010), o trabalho
42
dos professores é muito repetitivo e muito intenso, o que causa vários problemas de
saúde sendo físicos e mentais, que leva os profissionais dessa área a se sentirem
inferiores a outros profissionais. Esse é um dos inúmeros fatores que mostram o
desprestígio sofrido por esses profissionais no Brasil.
Os professores são numerosos e relevantes na população brasileira, os
mesmos são expostos diariamente a esforço repetitivo o que os fazem um grupo de
risco ao aparecimento de Lesões por esforços repetitivos (LER) e Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) (PORTO; ALMEIDA;
TEIXEIRA, 2013).
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo –
APEOESP (2003), relata que desde 1983 a Organização Internacional do Trabalho
(OIT), indica em nível mundial, os professores como a segunda categoria
profissional a apresentar doenças ocupacionais.
Porto, Almeida e Teixeira (2013), ainda acrescenta que o ritmo acelerado,
esforço físico repetitivo e ambiente físico estressante, são os principais fatores a
ocasionar danos a saúde dos professores.
Nas figuras 05 a 12, fica claramente visível que depois da aplicação da
Ginástica laboral houve uma melhora em relação ao grau com que os professores
sentiam cansaço ou desconforto físico em partes isoladas e/ou geral do corpo, isso
se dá pelos inúmeros benefícios que a Ginástica Laboral proporciona.
Figura 05 – Grau do cansaço e desconforto nos braços antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
10
7
3
20
0 0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
43
Figura 06 – Grau do cansaço e desconforto nas mãos antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 07 – Grau do cansaço e desconforto nos ombros antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
13
6
1
20
0 0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
8 8
4
18
2
0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
44
Figura 08 – Grau do cansaço e desconforto nas pernas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 09 – Grau do cansaço e desconforto nos pés antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
6 7 7
16
1
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
10
6
4
18
0
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
45
Figura 10 – Grau do cansaço e desconforto no pescoço antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 11 – Grau do cansaço e desconforto nas costas antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
9
7
4
15
5
0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
3
8 9
17
1 2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
46
Figura 12 – Grau do desconforto físico geral – dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Poletto (2002), ressalta que os dados positivos resultando em uma redução
significativa dos desconfortos musculares estão relacionados diretamente a prática
regular da Ginástica Laboral. Jost (2000), também relata resultados positivos ao
aplicar um protocolo de Ginástica Laboral, onde houve diminuição do desconforto
muscular.
Comparando ainda os resultados do presente estudo com Longen (2003), há
uma semelhança no que se refere à diminuição dos desconfortos musculares gerais
após a aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral, mesmo sendo uma amostra
maior do que o do presente estudo.
Martins e Duarte (2000), ressaltam que os resultados positivos obtidos
durante o período inicial e final da aplicação da Ginástica Laboral são devido à
prática regular da mesma e as mudanças no estilo de vida, possibilitando assim,
uma melhor qualidade de vida a esses profissionais, tanto no ambiente de trabalho
quanto fora dele.
Vieira, Soares e Pires (2013), descrevem que a prática regular de Ginástica
Laboral por professores traz resultados positivos diminuindo os desconfortos
musculares físicos, prevenindo de LER e DORT, melhorando a qualidade de vida
profissional e pessoal dos mesmos.
7
9
4
18
1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
47
Figura 13 – Grau do cansaço físico e mental antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
A figura 13 mostra uma redução significativa do cansaço físico e mental do
antes para o depois da aplicação da Ginástica Laboral, uma vez que antes apenas 1
professor sentia cansaço físico e mental com frequência de 1 a 4, 3 professores de 5
a 6 e 16 professores de 7 a 10, e depois 16 professores de 1 a 4, 4 professores de 5
a 6.
Thiele (2008), em estudo observou e constatou que os professores vivem
diariamente situações que demonstram o elevado nível de cansaço físico e mental,
desânimo e angústia em relação ao seu trabalho.
Costa e Germano (2005), relatam que estudos realizados em todo o mundo
apontam que os professores correm grande risco de sofrem esgotamento físico e
mental, levando em consideração as dificuldades que os mesmos encaram
diariamente em seu ambiente de trabalho.
No estudo de Longen (2003), a Ginástica Laboral reduziu o esgotamento
físico e mental dos professores e consequentemente diminuiu o risco de acidentes e
doenças ocupacionais, melhorando a consciência corporal, equilíbrio e a
flexibilidade.
No estudo de Vieira, Soares e Pires (2013), há uma semelhança no que se
refere à redução da frequência do cansaço físico e mental em professores após a
aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral.
1
3
16 16
4
0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
48
Já Martins e Duarte (2000), relatam que a Ginástica Laboral não influencia
muito na diminuição do cansaço mental, apenas no cansaço físico, porém Vieira,
Soares e Pires (2013), acrescentam que a Ginástica Laboral influencia de forma
indireta na diminuição do cansaço mental, uma vez que quando um professor fica
menos cansado fisicamente isso reflete no cansaço mental, melhorando a
disposição para com o trabalho.
Figura 14 – Grau com que sentem dificuldades de realizar atividades simples no trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Na figura 14 nota-se que houve uma diminuição significativa e positiva em
relação à frequência com que os professores sentiam alguma dificuldade em realizar
atividades simples no trabalho, sendo que antes 18 professores sentiam essa
dificuldade com frequência de 1 a 4 e depois este número aumentou para 19
professores.
Frequentemente a principal causa de incapacidade temporária ou permanente
é a combinação de sobrecarga nas estruturas anatômicas do sistema osteomuscular
com a falta de tempo para recuperação. A sobrecarga ocorre por uso excessivo de
certas musculaturas com movimentos repetitivos e intensos (PINTO, 2009).
Os movimentos repetitivos dos professores normalmente consistem em
escrever e apagar o quadro, movimentar-se pela sala de aula, manter-se muito
tempo de pé, curvar-se nas carteiras dos alunos, além de algumas atividades
18
2
0
19
1 0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
49
repetitivas como correção de cadernos, provas, exercícios dos alunos e o uso diário
do computador, são fatores que auxiliam para o surgimento das doenças
ocupacionais. Grande parte dos professores sofre por consequência dos
movimentos repetitivos exercidos por eles, por não conseguirem realizar alguma
dessas atividades citas, por dor, desconforto, fadiga ou cansaço mental
(VEDOVATO; MONTEIRO, 2008).
Longen (2003), em estudo observou resultados positivos diminuindo o índice
de professores com dificuldades de realizar atividades simples no trabalho após a
aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral, assim como no presente estudo.
Webber e Vergani (2010), relatam que Ginástica Laboral previne as doenças
osteomusculares e diminui o índice de professores que relatam dificuldades em
realizar atividades simples no trabalho, melhorando a autoestima e a disposição
para com o trabalho.
Nas figuras 15, 16 e 17 observa-se resultados positivos após a aplicação da
Ginástica Laboral no que consiste na diminuição do uso de remédios, da procura por
serviços médicos e de afastamentos por doenças musculares, uma vez que depois
da aplicação da Ginástica Laboral a frequência com que os professores usavam
remédios, procuravam por serviços médicos e se mantinham afastamentos por
doenças musculares, diminuiu para de 1 a 4.
Figura 15 – Grau do uso de analgésicos para dor muscular antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
14
4
2
20
0 0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
50
Figura 16 – Grau da procura por serviços médicos devido a dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 17 – Grau dos afastamentos do trabalho por dores musculares antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Gasparini, Barreto e Assunção (2005), observa em dados de afastamentos
por problemas de saúde vividos pelos professores, que os mesmos estão
diretamente associados as doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho.
16
1
3
19
0 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
19
1 0
20
0 0 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
51
Segundo dados da APEOESP (2006), no Brasil existe um elevado número de
professores afastados temporariamente de suas atividades, por possuírem algum
tipo de doença psíquica e principalmente por doenças osteomusculares relacionadas
ao trabalho, as LER e DORT.
Costa e Germano (2005), acrescentam que os afastamentos dos professores
de suas atividades podem estar associados às condições pelas quais os mesmos se
sujeitam como, permanecer muito tempo em pé, ou em assentos nada ergonômicos,
número excessivo de alunos nas salas de aula, trabalho repetitivo, jornada de
trabalho intensa, baixos salários, dentre outros.
Gasparini, Barreto e Assunção (2005), realizou um estudo com professores
de Belo Horizonte que teve resultado semelhante ao realizado por Costa e Germano
(2005) com professores da rede municipal de Ipatinga e o presente estudo
demonstraram que a Ginástica Laboral diminuiu o índice de uso de medicamentos,
procura por médico e afastamentos devido a dores musculares.
Discutindo ainda sobre a diminuição de afastamentos, Siqueira e Ferreira
(2003), relatam que a pratica regular e diária da Ginástica Laboral é um fator
determinante para diminuir a procura por médicos e uso de medicamento,
diminuindo consequentemente o número de afastamentos por doenças ocupacionais
relacionadas ao trabalho (LER e DORT).
Em estudo Longen (2003), relata resultados positivos com a diminuição da
procura por médico e uso de medicamentos o que consequentemente diminuiu o
índice de afastamentos por doenças osteomusculares.
52
Figura 18 – Grau de relacionamento com os colegas e chefia antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Na figura 18 é possível observar que antes da aplicação da Ginástica Laboral
o relacionamento no ambiente de trabalho entre colegas e chefes era regularmente
bom onde 15 professores avaliaram o grau de relacionamento de 7 a 10, porém
após a aplicação, este melhorou ainda mais passando para 16 professores com grau
de 7 a 10.
Ulrich (2005), relata que professores estressados, com dores ou desconfortos
musculares, cansados física e/ou mentalmente tendem a ter um relacionamento com
colegas de trabalho com possíveis brigas e desavenças, o qual faz com que o
ambiente de trabalho se torne indesejado e desconfortável.
Lima e Filho (2009), relatam em estudo que a Ginástica Laboral aproxima um
professor dos demais colegas e assim melhora o clima no ambiente de trabalho e o
relacionamento interpessoal entre eles, melhorando ainda o relacionamento
interpessoal com os alunos e familiares.
Webber e Verganin (2010) e Longen (2003), em seus estudos mostram
resultados positivos após a aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral com
professores de uma rede publica, melhorando o relacionamento interpessoal entre
os professores, assim como o presente estudo.
0
5
15
0
4
16
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
53
Figura 19 – Grau de satisfação no trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 20 – Grau de disposição para o trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Na figura 19 é possível observar que 13 professores avaliavam o grau de
satisfação para o trabalho de 7 a 10 e depois passou para 16 professores com mais
satisfação. A figura 20 nos mostra que a disposição para o trabalho também
melhorou, pois, antes da aplicação 12 professores avaliavam o grau de disposição
2
5
13
2 2
16
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
3
5
12
1 2
17
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
54
de 7 a 10 e depois 17 professores, mostrando assim que a Ginástica Laboral teve
um papel importante para melhora da satisfação e da disposição para o trabalho.
No Brasil a jornada de trabalho dos professores varia em torno de 40h
semanais, sendo 20% deste tempo dedicado ao trabalho extraclasse, porém esses
trabalhos extraclasses são realizados na maioria das vezes no período de descanso
em casa. Essa sobrecarga de horas e a pouca remuneração têm efeitos nocivos nas
condições de trabalho e de saúde dos professores, tornando o trabalho mais
estressante e insatisfatório (COSTA; GERMANO, 2005).
Este trabalho excessivo representa uma sobrecarga nas horas vagas,
inclusive nas férias e finais de semana, retirando dos professores a oportunidade de
estarem com seus familiares, amigos ou mesmo realizarem outros tipos de
atividades (LONGEN, 2003).
Segundo Gasparini, Barreto e Assunção (2005), a qualidade de vida no
trabalho está presente nos aspectos relacionados à satisfação e à disposição para o
trabalho, o que depende diretamente da realização profissional, relacionamento
interpessoal e do estado físico e mental.
Poletto (2002), relata que a satisfação e a disposição para o trabalho estão
interligadas, uma vez que dependem de fatores como autoestima, bom
relacionamento interpessoal, estrutura do ambiente de trabalho e um bom estado
físico e mental.
Em estudo Poletto (2002), observou que a prática regular da Ginástica
Laboral, melhora o relacionamento interpessoal entres os colegas, previne de
doenças osteomusculares e ajuda melhorar o desempenho profissional, o que
resulta em maior satisfação e disposição para com o trabalho.
Longen (2003) e Vieira, Soares e Pires (2013), relatam em estudo resultados
positivos quanto à satisfação e a disposição para o trabalho após a prática de
Ginástica Laboral, assim como no presente estudo.
55
Figura 21 – Grau de disposição para o trabalho antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Figura 22 – Grau de satisfação em participar ativamente da Ginástica Laboral antes e depois da aplicação da Ginástica Laboral.
FONTE: O autor.
Nas figuras 21 e 22 observa-se que antes da aplicação da Ginástica Laboral
existia um resultado muito negativo em relação a mesma, talvez seja pela falta de
informação sobre o assunto ou por nunca terem participado, porém após a aplicação
da Ginástica Laboral nota-se que a disposição e a satisfação em participar
20
0 0 0 0
20
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
20
0 0 0 1
19
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 a 4 5 a 6 7 a 10
Nú
me
ro d
e e
ntr
evi
stad
os
ANTES
DEPOIS
56
ativamente da mesma, teve um elevado índice de melhora, mostrando que a
Ginástica Laboral produz inúmeros benefícios quando praticada regularmente.
Longen (2003), observou em seu estudo que a necessidade do homem de
buscar a satisfação no ambiente de trabalho e a tentativa de amenizar a sobrecarga
sofrida no sistema osteomuscular é completamente diminuída com a prática de
Ginástica Laboral.
Figueiredo e Mont’Alvão (2005), relata que o aumento da disposição para
iniciar o trabalho está interligado a Ginástica Laboral, uma vez que, a mesma
previne lesões osteomusculares e além de tudo promove a socialização e
descontração no ambiente de trabalho.
Em estudo Longen (2003), relata que além de benefícios fisiológicos, a
Ginástica Laboral traz ganhos relativos à disposição em iniciar o trabalho, pois a
mesma traz uma descontração e melhora o clima existente no ambiente no qual ela
é aplicada e leva os participantes a quererem sempre participar.
Grando (1999), em estudo relata que os professores buscam uma proposta
alternativa para diminuir o desgaste físico e mental diariamente, e a Ginástica
Laboral promove isso, o que leva os mesmo a terem satisfação em participar
ativamente da Ginastica Laboral.
Em estudo Longen (2003), relatou que após a aplicação da Ginástica Laboral
os professores se sentiam mais dispostos ao trabalho e sentiam satisfação em
participar da Ginástica Laboral, assim como o presente estudo.
57
7. CONCLUSÃO
Após a aplicação do protocolo de Ginástica Laboral nota-se que a mesma
altera de formar positiva a disposição dos professores para o trabalho, melhora o
relacionamento interpessoal com colegas, alunos e familiares, diminui as dores no
corpo, causadas por movimentos repetitivos e previne o aparecimento de doenças
ocupacionais, como a LER e/ou DORT e o cansaço mental, diminuindo assim, o uso
de analgésicos, a procura por médicos e afastamentos de suas atividades por
doenças ocupacionais.
Foi possível observar que a Ginástica Laboral tem efeitos positivos em
relação ao estado físico e mental dos professores.
58
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABERGO (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA). O que é Ergonomia? Rio de Janeiro: ABERGO. 2015. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 15 ago 2015.
ABRAHÃO, J. I. Reestruturação produtiva e variabilidade do trabalho: uma abordagem da ergonomia. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2000, vol.16, n.1. ISSN 1806-3446. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v16n1/4387.pdf>. Acesso em: 16 ago 2015.
APEOESP- Associação dos Professores do estado de São Paulo, 2003. Disponível em: <www.apeoesp.gov.br>. Acesso em: 23 mar 2016.
APEOESP- Associação dos Professores do estado de São Paulo, 2006. Disponível em: <www.apeoesp.gov.br>. Acesso em: 23 mar 2016.
ARAÚJO, T. M.; GINÁSTICA LABORAL E ERGONOMIA: Considerações Sobre Essa Temática. Campinas, 2007. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000413643>. Acesso em: 12 ago 2015.
BARBOSA, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho-DORTs: a Fisioterapia do trabalho aplicada. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2002.
BARROS, M. E. B. LOUZADA, A. P.; Dor-Desprazer-Trabalho Docente: Como Desfazer essa tríade? Revista Psicol. USP, out./dez. São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/41935>. Acesso em: 11 set 2015.
BRANDÃO, S. F.; ANDRADE, T. B.; PEDROSA, R. C. S. A ergonomia como fator de influência na mudança organizacional: Um Estudo de Caso na Biblioteca da Faculdade Sete de Setembro – Fasete. Revista Rios Eletrônica - Revista Científica da Fasete. v. 02, n. 02. dez, 2008. Disponível em: <http://www.fasete.edu.br/revistarios/> Acesso em: 15 ago 2015.
BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO. A sua saúde e segurança no trabalho. Uma Coleção de Módulos – Ergonomia. Bureau Internacional do Trabalho, Genebra. 2009. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/pub_modulos2.pdf>. Acesso em: 15 ago 2015.
CAÑETE, I. Humanização. Desafio da Empresa Moderna. Porto Alegre: Foco Editorial, 1996.
CHIAVEGATO FILHO, L, G., PEREIRA JR., A. LER/DORT: multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. Interface (Botucatu) [online]. 2004, vol.8, n.14.
59
ISSN 1807-5762. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v8n14/v8n14a08.pdf>. Acesso em: 21 ago 2015.
CONFEF - CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. 2007 ano da ginástica laboral. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA. Rio de Janeiro, n. 22, dez. 2006. Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3646>. Acesso em 11 ago 2015.
CONFEF - CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Ginástica laboral. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA. Rio de Janeiro, ago. 2004. Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3529>. Acesso em 11 ago 2015.
COSTA, P, G. GERMANO, A. Afastamento dos professores de 5ª à 8ª séries da rede municipal de ipatinga da sala de aula: principais causadores. Ipatinga-MG, 2005. Disponivel em: < http://bibliotecadigital.unec.edu.br/ojs/index.php/unec03/article/viewFile/289/365>. Acesso em: 12 abr 2016.
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: Conteúdo Básico: Guia Prático. Belo Horizonte: ERGO Editora, 2007.
DARTORA, C, M. Aposentadoria dos professores. Editora: Juruá. Curitiba, 2009. Disponível em: <https://www.jurua.com.br/bv/conteudo.asp?id=23694>. Acesso em: 07 abr 2016.
DELIBERATO, C. P. Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações. Manole. São Paulo, 2002.
DIAS, M. F. M.; Ginástica Laboral: empresas gaúchas têm bons resultados com ginástica antes do trabalho. Revista Proteção, v. 6, n, 29, maio, 1994.
DINIZ. D. R.; MEIJA. D. P. M. Ergonomia como fator de prevenção da doença Tenossinovite Estenosante de De Quervain no ambiente de trabalho. São Paulo: 2007. Disponível em: <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/20/29_-_Ergonomia_como_fator_de_prevenYYo_da_doenYa_Tenossinovite_Estenosante_de_De_Quervain_no_ambiente_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 15 ago 2015.
FERRÃO, S. S. R. A Contribuição da Ginástica Laboral na Manutenção da Saúde dos Professores da Escola Municipal Arnaldo Setti-GO. Planaltina-DF, 2012. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/4617/1/2012_SuzySayonaraRennerFerrao.pdf>. Acesso em: 24 set 2012.
FERREIRA, B. M. P.; OLIVEIRA, H. F. R. Benefícios da Ginástica Laboral na Prevenção de Doenças. 10.° CONEX, UEPG, 2014. Disponível em> < http://www.uepg.br/proex/anais/trabalhos/186.pdf>. Acesso em: 17 ago 2015.
FIGUEIREDO, F.; MONT´ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. Disponível em:
60
<media/revistas/2008/a_ergonomia_como_fator_de_influencia_na_mudanca_organizacional.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2015
FRANÇA, A.C.L.; RODRIGUES, A.L. Stress e trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. Editora: Atlas. São Paulo, 1996.
FREUDENTHAL, S, P. Aposentadoria Especial. Editora: Ltr. São Paulo, 2000.
GARDENAL, I. Por que os professores adoecem? Jornal da Unicamp, Campinas, novembro de 2009. Disponível em: <www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/novembro2009>. Acesso em: 25 set de 2015.
GASPARINI, S. M.; BARRETO, S. M.; ASSUSNÇÃO, A. A. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a03v31n2.pdf>. Acesso em: 19 ago 2015 e 24 abr 2016.
GRANDO, J. C. Recreação Industrial uma Tendência na Empresa. Blumenal: FURB, Dynamis – Revista Tecno-Científica. v. 7, n. 26, p. 45-6, jan/mar, 1999.
GUEDES, D, P. GUEDES, J, E, R, P. Atividade Física, Aptidão Física e Saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.1, n.1, p. 18 - 35, 1995.
IBGE, Cidades, 2015. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=317040&search=minas-gerais%7Cunai > Acesso em: 08 out. 2015.
JOST, L. Implantação de programa de atividade física na empresa. (Monografia). Universidade de Contestado Concordia - SC. Rev. Universidade de Contestado Concordia, Santa Catarina, 2000.
LIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 6 Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
LIMA, M, F, E, M. FILHO, D, O, L. Condições de trabalho e saúde do/a professor/a universitário/a. Rev. Ciências & Cognição 2009; Vol 14 (3): 062-082. Disponível em: <http://www.cienciasecognicao.org>. Acesso em: 25 mar 2016.
LONGEN, W.C. Ginastica Laboral na prevenção de LER/DORT? – Um estudo reflexivo em uma linha de produção. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Ergonomia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em: <http://www.fisioterapialonglife.com.br/images/re2.pdf>. Acesso em: 06 abr 2016.
MARCONI, M A; LAKATOS, E M. Fundamentos da metodologia científica. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, C. O. DUARTE, M. F. S.; Efeitos da Ginástica laboral e servidores da reitoria da UFSC. Rev. Bras. Ciên. e Mov. v.8 n. 4. Distrito Federal, 2000.
61
Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/78314/170539.pdf?sequence=1>. Acesso em: 27 set 2015 e 22 de mar 2016.
MARTINS, C. O. Ginástica Laboral no Escritório. Jundiaí-SP: Fontoura, 2001.
MATSUDO, S, M. MATSUDO, V, K, R. Evidências da importância da atividade física nas doenças cardiovasculares e na saúde. Revista Diagnóstico e tratamento, v.5, n. 2, p. 10-17,2000.
MELO, D. A.; GAMBARINI, L. C. Benefícios Psicológicos da Ginástica Laboral para professores da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Beatriz Mireya. Fundação Universidade Federal de Rondônia-UNIR. Rondônia, 2007. Disponível em: <http://www.def.unir.br/downloads/1211_beneficios_psicologicos_da_ginastica_laboral_para_professore.pdf>. Acesso em: 21 ago 2015.
MOREIRA, R,F,C.; wPos-pós-graduação a distância: Ginástica Laboral. Brasília, 2011.
NAHAS, M. Atividade física, saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Rev. bras. fisioter. vol.5. Londrina, 2001.
OLIVA. A. C. I. Abordagem Fisioterapêutica na Sindrome do Túnel do Carpo decorrente da Ler, Dort em mulheres. Rio de Janeiro: 2007. Disponivel em: < https://www.uva.br/sites/all/themes/uva/files/pdf/abordagem_fisioterapeutica_sindrome_tunel_carpo.pdf>. Acesso em: 15 ago 2015.
OLIVEIRA, E. R. Prevalência de doenças osteomusculares em cirurgiões-dentistas da rede pública e privada de Porto Velho - Rondônia. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde). Universidade de Brasília, Brasília, 2007. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1225/1/Dissertacao_2007_EdneaOliveira.pdf>. Acesso em: 16 set 2015.
ORSO, P. J.; MUROFUSE, N. T.; MATIAS, L. V.; MARZIALE, M. H. P. Reflexões acerca das Lesões por Esforços Repetitivos e a Organização do Trabalho. Revista online Biblioteca Professor Joel Martins. Campinas, v. 2, n. 2, fevereiro, 2001. Disponivel em: < file:///C:/Users/Microsoft/Downloads/Dialnet-ReflexoesAcercaDasLesoesPorEsforcosRepetitivosEAOr-4856032.pdf >. Acesso em: 17 ago 2015.
PAVANI, R. A. Estudo ergonômico aplicando o método Occupational Repetitive Actions (OCRA): Uma contribuição para a gestão de saúde no trabalho. Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro,São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.fisioterapia.com/public/files/artigo/ocra.pdf>. Acesso em: 11 ago 2015.
PICOLI, E. B.; GUASTELLI, C. R. Ginástica Laboral para cirurgiões-dentistas. São Paulo; Phorte, 2002.
62
PIGOZZI, H. Alterações nos sintomas de estresse com a ginástica laboral. Monografia (Conclusão de curso em Educação Física). CEFID/UDESC, Florianópolis, 2000.
PINTO, A, P. A lei e a crise. Jornal Trabalhista Consulex, Brasília, v. 26, n. 1259, p. 16, fev. 2009. Disponível em: <http://www.cjf.gov.br/revista/numero3/artigo01.htm>. Acesso: 03 mar 2016.
POLETTO, S. S.; Monografia: Avaliação e implantação de programas de Ginástica Laboral, implantações metodológicas. Universidade do Rio Grande do Sul – Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção. Porto Alegre – 2002. Disponível em: <http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/Sandra%20Salete%20Poletto.pdf> Acesso em: 19 Ago 2015 e 20 março 2016.
POLITO, E. BERGAMASCHI, E. C. Ginástica Laboral: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
PORTO, M, D. ALMEIDA, T, C. TEIXEIRA, Z, D. Condições de trabalho e saúde dos professores das escolas públicas da zona sul da cidade de Manaus. Manaus, 2013. Disponivel em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:XsJlNsXS6F4J:www.convibra.org/dwp.asp%3Fid%3D6404%26ev%3D31+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em> 27 mar 2016.
PRAIA, D. T. Risco ergonômico em costureiras da indústria de confecções de Coari – AM. Revista Pesquisa em Fisioterapia (RPF), v. 3, n. 2, 2013. Disponível em: < http://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/224 >. Acesso em: 11 ago, 2015.
RENNER, J. S. Prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Boletim da saúde. Porto Alegre. Jan./jun. 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_saude_v19n1.pdf#page=68>. Acesso em: 11 ago 2015.
RODRIGUES, A. C. Aspectos da Ergonomia que Contribuem na Prevenção das LER/DORT num setor da Salim, Celso Amorim. Doenças do Trabalho: exclusão, segregação e relações de gênero. São Paulo, v. 17, n. 1, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S012-88392003000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 ago 2015.
SAMPAIO, A. A.; OLIVEIRA, J. R. G. A ginástica laboral na promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida no trabalho. V.7, n.13, 2008. Disponível em: <file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/Downloads/BoletimEF.org_Ginastica-laboral-na-promocao-da-saude-e-qualidade-de-vida.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2015.
SANTOS, E, L. A Influência da Ginástica Laboral na Qualidade de Vida dos Professores e na Prática do Processo de Ensino e Aprendizagem de Ciências.
63
Monografia. Medianeira, 2012. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2504>. Acesso em: 11 set 2015.
SILVA, K, S, B. BASTOS, T, T. Aplicação da Ginástica Laboral com o propósito do bem-estar no ambiente de trabalho. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Universidade da Amazônia. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, curso de Fisioterapia. Belém – Pará, 2009. Disponível em:< http://www.unama.br/graduacao/fisioterapia/pdf/2009.1/aplicacao-da-ginastica-laboral.pdf>. Acesso em: 23 mar de 2016.
SIQUEIRA, M. J. T.; FERREIRA, E. S. Saúde das professoras das séries iniciais; o que o gênero tem a ver com isso?. Rev. Psicologia, Ciência e Profissão, v. 23, n. 3, p. 76-83. São Paulo, 2003.
SOARES, M.; Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor. Prod. [online]. 2007, vol.19, n.3, ISSN 1980-5411. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/v19n3/01.pdf>. Acesso em: 11 set 2015.
SOUZA. B. C. As lesões relacionadas ao trabalho no panorama da Saúde Ocupacional. São Paulo: 2003. Disponível em: <http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/ocupacional_bianca.htm>. Acesso em: 13 set 2015.
THIELE, M, E, B. Um olhar sobre a saúde do professor: desafios e possibilidades. São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/1225_933.pdf>. Acesso em: 23 mar 2016.
ULRICH, E. Percepções de professores universitários sobre as relações interprofissionais que levam ao estresse. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2005. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PPSI0205.pdf>. Acesso em: 22 abr 2016.
VEDOVATO, T, G.; MONTEIRO, M, I. Perfil sociodemográfico e condições de saúde e trabalho dos professores de nove escolas estaduais paulistas. Rev. Esc Enferm USP. Volume 42, N º2, São Paulo, 2008.
VIEIRA, F, S, F. SOARES, D, S. PIRES, P, F. Efeitos da ginástica laboral em professores da rede pública de ensino fundamental, avaliados por meio de pontos de sensibilidade dolorosa. FIEP BULLETIN - Volume 83 - Special Edition - ARTICLE I – 2013.Disponível em: <http://www.fiepbulletin.net>. Acesso em: 07 abr 2016.
WEBBER, D, V. VERGANI, V. A profissão de professor na sociedade de risco e a urgência por descanso, dinheiro e respeito no meio ambiente laboral. Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI. Fortaleza - CE, 2010. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/fortaleza/3122.pdf>. Acesso em: 02 abr 2016.
64
WITTER, G. P. Professor-estresse: análise de produção científica. Psicol. Esc. Educ. (Impr.) [online]. 2003, vol.7, n.1, ISSN 1413-8557. Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/pee/v7n1/v7n1a04.pdf>. Acesso em: 15 Agos 2015.
65
ANEXOS
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96).
Eu, ______________________________________________________________, RG ______________________, abaixo
qualificado (a), declaro para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido (a) sobre o projeto de pesquisa
intitulado: “Aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral com um grupo de professores de uma escola pública de Unaí-MG”,
desenvolvido pela aluna Larissa Cristina Vieira, do curso de bacharelado em Fisioterapia da Faculdade Tecsoma em
Paracatu/MG.
A Ginástica Laboral visa prevenir e diminuir os casos de LER/DORT, é desenvolvida por meio de exercícios específicos de
alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento. As atividades serão realizadas de
segunda a sexta-feira, às 7h com duração de 5 a 10 minutos, durante um período de 3 meses e meio, sendo setembro,
outubro, novembro e o início de dezembro do ano de 2015, com intuito de analisar os efeitos físicos e mentais encontrados
após a aplicação do protocolo de Ginástica Laboral.
O entrevistado tem a liberdade de recusar a sua participação em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem
prejuízo ao seu tratamento e cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os
dados e informações provenientes deste trabalho serão utilizados com fins de publicação e produção de trabalho de conclusão
de curso para grau de bacharel. Declaro outros sim, que depois de esclarecida pela pesquisadora e ter entendido o que me foi
explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.
Unaí, _____ de agosto de 2015.
Termo de esclarecimento livre e esclarecido
Objeto de pesquisa
Nome:__________________________________________________________ RG______________________ Data de
nascimento ___/___/___ sexo F( ) M( ) Endereço:_______________________________________________________
nº______ Bairro:____________________ Cidade _______________________ CEP___________ Telefone
_____________________________
____________________________________________
Assinatura do declarante
Declaração do pesquisador
Declaro, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
cumprindo todas as exigências contidas no capitulo IV da resolução 196/96 e que obtive de forma apropriada e voluntária, o
consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para realização desta pesquisa.
Unaí, ______ de agosto de 2015.
______________________________________________
Larissa Cristina Vieira
Assinatura do pesquisador
66
ANEXO B – QUESTIONÁRIO INICIAL E FINAL
QUESTIONÁRIO MODIFICADO DE POLLETO (2012)
1 – IDENTIFICAÇÃO
Nome:____________________________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) Idade: ____ Tempo de Serviço___________________ Turno____________
Você está na escola quantas vezes na semana? _________
Pratica alguma atividade física? ( ) Sim ( ) Não
Em caso de afirmativo, qual (is )?_____________________________________
Quantas vezes por semana?
( ) 1x por semana ( ) 2 x por semana ( ) 3 x ou mais por semana
Você considera seu trabalho repetitivo? ( ) Sim ( ) Não
Você considera seu ritmo de trabalho intenso? ( ) Sim ( ) Não
2 – AVALIAÇÃO PESSOAL E DO TRABALHO
(1) Nunca (5-6) Com alguma frequência (10) Sempre
Para as questões abaixo, marque com um “x” a opção que você considera mais aproximada a como você se sente no trabalho. Cada número corresponde a uma resposta, escolha apenas um de acordo com seu significado.
2-1 QUANTO AO MEU ESTADO FÍSICO MENTAL
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nos braços?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nas mãos?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nos ombros?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nas pernas?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nos pés?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado no pescoço?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansaço ou desconforto, mais concentrado nas costas?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Atualmente sinto desconforto físico geral – dores musculares?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Procuro serviço médico devido a dores musculares?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
67
2.2 QUANTO A MINHA SATISFAÇAO NO TRABALHO
De uma maneira geral estou satisfeito no meu trabalho?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Meu relacionamento com os colegas e chefia é bom?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto satisfação em participar ativamente da Ginástica Laboral?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.3 QUANTO A MINHA DISPOSIÇÃO PARA O TRABALHO
Sinto mais disposição para o trabalho após realizar a Ginástica Laboral?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
De uma maneira geral estou sempre disposto para o meu trabalho?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fonte: POLETTO (2012) – (Modificada).
Permaneci afastado do trabalho devido a dores muscularas?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Utilizo analgésico para dor muscular? 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto dificuldade para realizar atividades simples no meu trabalho?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sinto cansado fisicamente e mentalmente? 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
68
ANEXO C – Protocolo de Ginástica Laboral
Tabela 01 – Protocolo de Ginástica Laboral
Modalidade Protocolo de Exercício
Aquecimento - Pescoço: movimentos de flexão e extensão do lado
direito e esquerdo alternado.
- Braços: movimento de circundação, englobando a
articulação do ombro.
- Mãos e Pulsos: movimentos de circundação.
- Tronco: movimentos de flexão e extensão, com as
mãos apoiadas na cintura.
- Pernas: movimento de flexão e extensão do joelho.
- Pés: movimentos alternados da ponta do pé para o
calcanhar.
- Geral: saltos, balanços, alcançar com alternância os
membros inferiores e superiores.
Alongamento - Pescoço: flexionar para os lados e ara frente.
- Braços: estender para cima, frente, trás e para os
lados.
- Mãos e Pulsos: elevar os dedos e puxar ara trás. -
Tronco: movimento de flexão frontal, extensão lateral.
- Pernas e pés: elevar, estender e flexionar.
- Geral: espreguiçar todo o corpo.
Dinâmicas - Pescoço: circundar a cabeça.
- Braços: soltar os braços ao longo do corpo,
movimentos dos ombros para trás e para frente.
- Mãos e Pulsos: com os braços, balançar os dedos,
as mãos e os pulsos.
- Tronco: flexionar para frente com os joelhos
levemente flexionados, soltando o corpo.
- Pernas e pés: balançar levemente, soltando a
musculatura.
- Geral: dinâmica de grupo: recreação e brincadeiras.
FONTE: SILVA; BASTOS (2009).
69
APÊNDICES
APÊNDICE A – Autorização para a excursão de projeto
Ofício
Autorização para a excursão de projeto
Ofício
Paracatu, 24 de agosto de 2015.
Assunto: solicitação para aplicação de um protocolo de Ginástica Laboral com um grupo de professores.
Prezada Diretora,
A Faculdade TECSOMA, vem apresentar a aluna Larissa Cristina Vieira, acadêmica do 8° período do Curso de
Fisioterapia da Instituição Faculdade Tecsoma - Paracatu - MG, e por meio deste solicitar a Sra. Diretora da
Escola Estadual Delvito Alves da Silva autorização para realização do Projeto de pesquisa de Conclusão de
Curso com fins científicos, cujo tema “APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL COM UM GRUPO DE
PROFESSORES EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE UNAÍ-MG”, no período de setembro a dezembro de 2015.
Desde já agradecemos pela atenção e contamos com a sua colaboração.
Colocamo-nos totalmente à disposição para demais esclarecimentos.
Atenciosamente,
_________________________________________
Profª. MSc. Michelle Faria Lima
Coordenadora do Curso de Fisioterapia
A Excelentíssima Sra. Diretora
__________________________________
Maria de Fátima Soares Brito
70
APÊNDICE B – Descrição das atividades realizadas por dias da
semana
Tabela 02 – Descrição das atividades realizadas por dias da semana.
Dias Exercícios
Segunda Alongamento de membros superiores e
aquecimento.
Terça Alongamento de membros inferiores e
aquecimento.
Quarta Alongamento de coluna e aquecimento.
Quinta Alongamentos em dupla de membros
superiores e aquecimento.
Sexta Dinâmicas.
FONTE: O autor.