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Universidade São Francisco
Curso de Fisioterapia
APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O
TRABALHO EM CIRURGIÕES-DENTISTAS
Bragança Paulista
2006
Claudia da S. Santos
Kátia M. Pereira
APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O
TRABALHO EM CIRURGIÕES-DENTISTAS
Bragança Paulista
2006
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia como parte dos requisitos para obtenção do grau de Fisioterapia, coordenado pela Profa. Dra. Rosimeire Simprini Padula.
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus primeiramente, aos nossos pais,
irmãos, amigos e a Profª. Rosimeire Simprini Padula.
SANTOS, C. S., PEREIRA, K. L, Aplicação de Índice de Capacidade para o Trabalho em
Cirurgiões-Dentistas 2006, Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da
Universidade São Francisco.
RESUMO
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho podem levar à incapacidade
funcional do trabalhador. Os fatores que levam à esses distúrbios são conhecidos
como LER/DORT e têm sido amplamente discutidos , figurando atualmente como um
dos primeiros problemas de Saúde Pública no Brasil, responsável por muitos
afastamentos. Objetivo: Aplicar um questionário aos trabalhadores para saber a sua
capacidade para o trabalho através do Índice de Capacidade para o Trabalho.
Método: Participaram deste estudo 32 cirurgiões-dentistas de ambos os sexos.
Resultados: Condizentes com a pesquisa do autor do livro de ICT (TUOMI, 2005),
onde as atividades de trabalho dos cirurgiões dentistas necessitam de ambas as
exigências físicas e mentais (93,75%) e só exigência mental (6,25%). A percepção
da capacidade para o trabalho dos próprios cirurgiões dentistas são consideradas
como boa (43,75%) e ótima (56,25), não sendo referidos outros resultados. Foram
observados locais de dores em todos os dentistas, sendo a região lombar a mais
acometida (46,87%) e em segundo lugar o ombro (37,5%) e a região menos
acometida a cabeça (6,25%) Este estudo concluiu que o dentista usa a exigência
física e mental. O tempo não influenciou na capacidade funcional dos dentistas e os
locais mais acometidos por queixas álgicas foi à coluna espinhal (lombar e cervical),
membro superior e membro inferior.
PALAVRA CHAVES: Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho
(LER/DORT), Dentista, Índice Capacidade para o Trabalho.
ABSTRACT:
The musculoskeletal to links the work can take to worker in the ability incapacity. The
factors take this disorders are well-known likes LER/DORT and have bigger discuss and
today like the first problems of public health in the Brazil, responsible a lot of move. The
object this work is to apply one questionnaire to workers to know yours ability incapacity with
the ICT.
This study to participate 32 dentist of the us sex. The results were going to say with
the research of the author of book ICT, where the activities of work of the dentists need both
the physical and mental requirement (93,75%) and alone mental requirement (6,25%). The
perception of the capacity for the work of the proper dentists are considered good (43,75%)
and excellent (56,25%), are not being related others results. The dentists observe
themselves more locals of pain in all being the lumbar region the attack (46,87%) and in
according to place the shoulder (37,5%) and the region little attack the head (6,25).
This study was to conclude that use the physics and mental requirement. The time of
work did not influence in the dentist capacity and they related place with the pain are the
column spinal (back and cervical), the upper limb and too inferior limb.
Keywords: Work Musculokeletal Disorders, Dentist, WCI.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------9
2. MÉTODO -------------------------- ---------------------------------------------------------------------------12
2.1- MATERIAIS --------------------------------------------------------------------------------------12
2.2- PROCEDIMENTOS ----------------------------------------------------------------------------12
3. RESULTADOS-----------------------------------------------------------------------------------------------13
4. DISCUSSÃO--------------------------------------------------------------------------------------------------16
5. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------17
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------------------------------------------------------18
ANEXOS-----------------------------------------------------------------------------------------------------------20
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -------------------------------21
ESCALA DE DOR E DESCONFORTO----------------------------------------------------------22
QUESTIONÁRIO ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O TRABALHO---------------------23
I – INTRODUÇÃO
Os Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho podem levar à
incapacidade funcional do trabalhador. Assim, é essencial conhecer os fatores que levam e
agravam esses distúrbios, também conhecidos como LER ou DORT (RANNEY. , 2000).
Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho são manifestações
patológicas que acometem as estruturas neuromusculares tendinosas, com repercussões
na região do pescoço, coluna lombar, região cervical, cintura escapular e membros
superiores (MICHELIN et al. ,2000). A LER ou DORTsão nomes genéricos utilizados para
designar afecções que estão associadas ao trabalho e que atingem principalmente a região
superior do sistema músculo-esquelético (WALSH e GILL COURY., 2002).
Segundo WALSH et al (2004), os fatores predisponentes têm sido extensamente
discutidos e divididos em fatores individuais, psicossociais, organizacionais, físicos e
biomecânicos. Para COUTO (1998) os fatores biomecânicos como repetitividade, posições
extremas das articulações e uso de força desempenham papel primordial para a instalação
de lesões.
As LER/DORT figuram hoje como um dos principais problemas de Saúde Pública no
Brasil sendo responsável por quase 90% dos afastamentos. (GARCIA et al., 2004).
Mesmo não havendo o controle pelo INSS sobre a prevalência de LER/DORT
devido a não notificação (CATs) dos distúrbios osteomusculares, alguns estudos mostram
que as DORTs ocupam o primeiro lugar entre as doenças ocupacionais, acompanhando a
tendência mundial de aumento das incidências destes distúrbios (GARCIA et al., 2004).
As DORTs podem gerar diferentes graus de incapacidade funcional, sendo
considerado um dos mais graves problemas no campo da saúde do trabalhador e tendo
uma incidência maior entre os trabalhadores jovens; onde as mulheres são as mais
atingidas (WALSH et al., 2004).
A LER tornou-se um grande problema para o trabalhador representando um enorme
custo econômico para o SUS. A Previdência Social registrou 6382 casos de doenças
ocupacionais em 1987 e 20.646 em 1995, sendo um custo muito alto para o governo federal
(GREVE., 1999).
Atualmente, os profissionais liberais têm sofrido com as doenças ocupacionais tanto
quanto os trabalhadores da indústria (CASTRO & FIGLIOLI., 1999). Os profissionais da
Odontologia são colocados em um dos primeiros lugares em afastamento por incapacidade
temporária ou permanente (DOORN,1995 apud SERAFIM, 2001), respondendo por cerca de
30% das causas de abandono prematuro da profissão (FERREIRA., 1997).
Como fatores de risco relacionados ao trabalho consideram-se as posturas e os
9
movimentos inadequados, repetições, vibrações, carga estática e dinâmica, intervalo de
descanso e os aspectos ambientais (ruídos, iluminação, temperatura, etc) como os grandes
preditores no surgimento de quadros álgicos (MACIEL et al., 2006).
Estes fatores são potencializados nos dentistas, trabalhando com movimentação do
tronco para frente e para o lado, com os braços abduzidos, colocando o peso do corpo em
uma das pernas, enquanto a outra aciona o pedal, este esforço estático leva ao maior risco
de lesão músculo esquelética (GRANDJEAN., 1998).
A postura sentada, independente de qualquer condição associada, reduz a curvatura
lombar fisiológica, aumenta em 35% a pressão dos discos intervertebrais e alonga as
estruturas posteriores da coluna, predispondo os cirurgiões dentistas a desconfortos no
corpo todo (RODGHER., 1996).
As dores nos cirurgiões dentistas estão relacionadas freqüentemente aos
movimentos repetitivos e por longos períodos que passam na posição sentada (FISH e
MORRIS., 1998).
Com base em um levantamento de entrevistas realizadas em consultórios médicos
no Brasil, observam que a causa comum de dores nos adultos foram: lombalgias, dores
torácicas e dores nos membros. E as dores consideradas as mais incapacitantes foram:
lombalgias, cefaléias e dores músculo-esqueléticas generalizadas (COX., 2002).
Os trabalhadores necessitam de uma amplitude de movimento sem restrição e sem
dor para realizar suas atividades ocupacionais e diárias, a mobilidade das articulações
devem permanecer como prevenção de lesões novas ou recorrentes. A força muscular
também pode diminuir caso o tecido mole se encurte devido à adaptação que ocorre com o
tempo. À medida que o músculo perde sua flexibilidade normal, ocorre uma alteração na
relação comprimento-tensão do músculo. Quando um músculo se encurta, não será capaz
de produzir o pico de tensão e desenvolve-se uma fraqueza com retração. A perda da
flexibilidade independente da causa pode também provocar dor originada no músculo, tecido
conectivo ou periósteo. Isso, por sua vez, diminui a força muscular (KISNER & COLBY.,
1998). Ocorre também o fator associado ao quadro músculo-esquelético que englobam a
atividade repetitiva e monótona, o esforço físico-postural, aspecto da organização do
trabalho, insuficiência de pausas, insatisfação no trabalho (SANTOS FILHO et al., 2001)
Há necessidade de se avaliar sempre os agentes que causam sintomas, lesões,
doenças e condições de trabalho, procurando melhorar a relação entre a capacidade e a
demanda do trabalho (BELLUSCI et al., 1999).
As prevenções dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho podem
ser a nível primário, quando não se tem a dor, visando a prevenção da patologia; em nível
secundário, ocorre a nível patológico, mas as DORTs ainda estão em progressão, tentando
evitá -las. Em nível terciário a capacidade para o trabalho foi reduzida pela doença. Este
10
nível previne a invalidez do trabalhador e promove a reabilitação do trabalhador a condições
para a atividade de trabalho (PEREIRA., 2003).
A Fisioterapia é realizada como prevenção destes distúrbios osteomusculares e
também para diminuir o quadro álgico já instalado, reabilitar organismos lesados, quando
possível, recuperar as condições de saúde preexistentes dos organismos, cujas condições
haviam sido prejudicadas (REBELATTO & BOTOME., 1999).
Uma das formas de realizar a prevenção é fazendo o acompanhamento da saúde do
trabalhador desde a sua admissão no posto de trabalho, para diagnosticar se existe lesão
ou se o trabalho tem algum fator que a pré dispõe. Na Finlândia foi desenvolvido um
questionário sobre a capacidade no trabalho, sendo utilizado pelo Serviço de Saúde
Ocupacional para prever ou apontar o grau de acometimento do trabalhador (TUOMI.,
2005).
O conceito de capacidade para o trabalho diz respeito à capacidade que o
trabalhador tem para executar seu trabalho em função das exigências do trabalho, de seu
estado de saúde e de suas capacidades físicas e mentais, representando uma medida do
envelhecimento funcional (MARTINEZ et al., 2006).
A capacidade para o trabalho, considerada como resultante de um processo
dinâmico entre recursos do indivíduo em relação ao seu trabalho, sofre influência de
diversos fatores, como aspectos sócio-demográficos, estilo de vida, processo de
envelhecimento e exigências do trabalho. Entre os diversos fatores, a saúde é considerada
como um dos principais determinantes da capacidade para o trabalho (MARTINEZ et
al.,2006).
Segundo TUOMI (2005) a capacidade para o trabalho diminui juntamente com o
envelhecimento do trabalhador, assim sendo MONTEIRO et al (2006) mostra que o
interesse em estudar a capacidade para o trabalho se deve pelas mudanças na faixa etária
populacional mantendo as pessoas trabalhando até faixas etárias mais avançadas.
O Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT) é um instrumento que retrata a
avaliação do próprio trabalhador sobre sua capacidade. O índice revelará quão bem um
trabalhador é capaz de realizar sua atividade. Considerando as exigências físicas e mentais
do trabalhador, pode-se prever alguns fatores de riscos nos locais de trabalho e num futuro
próximo o quão capaz ele poderá executar seu trabalho,em função das exigências físicas e
mentais e o estado geral de saúde (TUOMI, 2005).
Os resultados da aplicação do ICT são destinados a orientar medidas para prevenir a
queda prematura na capacidade para o trabalho (WALSH, 2004).
Diante da sobrecarga existente na atividade realizada por esses profissionais e o alto
índice de queixa de dores e desconfortos, o presente trabalho teve a intenção de aplicar um
questionário de Índice Capacidade para o Trabalho aos cirurgiões-dentistas a fim de verificar
11
e quantificar a capacidade de trabalho e os locais corporais de queixas álgicas.
2 – MÉTODO
Participaram do estudo 32 cirurgiões-dentistas na faixa etária de 34,69 ± 8,85 anos,
de ambos os sexos (18 mulheres e 14 homens) residentes nos municípios de Extrema (MG)
e de Socorro (SP).
2.1 - MATERIAIS
• Termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1).
• Questionário Índice de Capacidade para Trabalho (Anexo 2).
ICT – Índice de Capacidade para o Trabalho: O questionário consta de 75 perguntas
referentes a dados pessoais; atividade de trabalho; condições de saúde, e manifestação
sobre a percepção da capacidade em realizar as tarefas diárias. Em um escala de 0 a 10 os
dentistas designaram quantos pontos eles dariam para demonstrar a sua melhor capacidade
de trabalho atual. Há ainda 51 itens com tipos de doenças que o individuo pode ter;
considerando ainda se algumas dessas doenças podem gerar impedimento para realização
do seu trabalho; quantos dias tiveram que faltar no serviço em decorrência da doença; se o
cirurgião dentista tem esperança para o futuro.
• Escala de dor e desconforto (Anexo 3).
12
2.2 - PROCEDIMENTOS
Foram inicialmente contactados 50 cirurgiões dentistas e receberam informações
sobre o trabalho a ser realizado, seguido pela concordância em participar do trabalho
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após o aceite, foram aplicados
50 questionários nos consultórios dos cirurgiões dentistas, sendo que 32 foram respondidos,
já que 18 não foram devolvidos por não terem sido respondidos.
A análise do questionário do ICT é feito através do escore, como indicado abaixo. Os
pontos retratam a própria percepção do(a) trabalhador(a) sobre sua capacidade para o
trabalho.
Pontos Capacidade para o trabalho Objetivos das medidas 7-27 Baixa Restaurar a capacidade para
o trabalho. 28-36 Moderada Melhorar a capacidade para
o trabalho. 37-43 Boa Apoiar a capacidade para o
trabalho. 44-49 Ótimo Manter a capacidade para o
trabalho.
Com auxílio do ICT, o profissional que aplicou o questionário será capaz em um
estágio precoce, identificar trabalhadores e ambientes de trabalho que necessitem de
medidas de mudanças ergonômicas. As medidas para restaurar a capacidade para o
trabalho ou avaliações adicionais da mesma são necessárias para aqueles que apresentam
baixo Índice de Capacidade para o Trabalho (pontuação máxima de 27). Para aqueles em
que esse Índice é moderado (pontuação entre 28 e 36), medidas para melhorá-lo são
recomendadas.
Trabalhadores com bom Índice de capacidade para o Trabalho (pontuação entre 37 e
43) devem receber informações sobre como mantê-lo. Trabalhadores com ótimo Índice de
Capacidade para o Trabalho (pontuação entre 44 e 49) também devem ser informados
sobre quais os fatores no trabalho, relacionados ao estilo de vida que mantêm e quais
enfraquecem a capacidade para o trabalho.
Após o recolhimento dos questionários, os dados coletados foram tabulados e
analisados de acordo com os parâmetros do Índice de Capacidade para o Trabalho (TUOMI,
2005).
3 - RESULTADOS
Os respondentes do questionário eram 64% casados, 32% solteiros, 3,2% vivem
com companheiros (as), 3,2% são separados (as); Dentre eles 40,62% têm ou estão
cursando Pós-Graduação e 34,37% realizam trabalho noturno. O tempo médio na atividade
de trabalho como cirurgião dentista é de 11,88 ± 9 anos.
O Gráfico 01 mostra as respostas dos indivíduos sobre o tipo de demanda
(exigência) de sua atividade de trabalho, considerando as exigências categorizadas como
físicas, mentais ou ambas.
06,25
93,75
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Fisica Mental Ambas
Exigências da Tarefa
Percentual de resposta (%)
Gráfico1. Relação da Exigência de Trabalho em dentistas
Com relação à Exigência de trabalho, os resultados mostraram que nenhum
indivíduo considerou que apresente em sua atividade, exigência física (0%); 6,25% têm a
percepção de que sua atividade exige trabalho mental e 93,75% acredita que possui ambas
as exigências - física e mental.
13
.
O Gráfico 2 mostra a análise em conjunto das respostas obtidas por meio do Índice
de Capacidade para o Trabalho. Considerando as Capacidades para o Trabalho, de acordo
com a classificação e categorias pré estabelecidas para o calculo do ICT.
0 0
43,75
56,25
0
10
20
30
40
50
60
Baixa Moderada Boa Ótima
Capacidade de Trabalho
Percentual de respostas (%)
Gráfico 2-Apresenta percentual de resposta referente à Capacidade de Trabalho.
No Gráfico 2 tem-se a participação de todos os dentistas que responderam o
questionário de ICT. A Capacidade de Trabalho foi considerada boa para 43,75% dos
indivíduos e para 56,25% dos indivíduos como ótimo. Não houve nenhum escore em que o
resultado obtido tenha sido considerado como baixo ou moderado para a capacidade para o
Trabalho.
14
O Gráfico 03 mostra a resposta dos indivíduos em relação aos locais de dores e
desconfortos posturais.
Observaram-se os locais de dores e desconfortos posturais em todos os dentistas,
sendo que a região lombar foi a mais acometida com 46,87% de ocorrência.
6,25
28,12
21,87
21,87
46,87
34,36
37,5
25
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Cabeça
Cervical
Ombro
MMSS
Punho+Mão
Região Torácica
Região Lombar
MMII
Locais de queixas Algicas
Percentual de Ocorrência em (%)
Gráfico 3 . Relação do Percentual de Ocorrência dos locais de queixas álgicas.
O Gráfico 3 observou que os locais onde os cirurgiões dentistas queixam-se de
menos dores foi a cabeça com 6,25%. As outras regiões mostraram um importante resultado
de queixas dolorosas onde a região lombar foi a mais acometida com 46,87% seguida pelo
ombro com 37,5%; os membros inferiores também tiverem um percentual elevado com
34,36%.
A região cervical foi acometida com 28,12% sendo um valor razoável neste trabalho,
onde a dor lombar significou 60% a mais do que na região cervical.
A região de punho e mão com 25%, os membros superiores e a região torácica
tiveram os mesmos percentuais de 21,87%.
15
4 - DISCUSSÃO
Os resultados (Gráfico 1) mostraram que a exigência do trabalho percebida pelos
cirurgiões dentistas (93,75%) foi nos âmbitos, físico e mental , isso se deve a sua atividade
de trabalho que necessita de muita destreza nas mãos e muita concentração. A percepção
maior de exigências tanto físicas, quanto mentais esta diretamente relacionada as atividades
realizadas por esses profissionais. O cirurgião dentista necessita de concentração na
execução de sua tarefa, já que seu trabalho exige precisão e atenção para efetuar os
procedimentos. Além disso, permanecem por longos períodos em posição estáticas e muitas
vezes repetidas, durante a sua grande jornada de trabalho. As exigências observadas nesse
estudo (físicas e mentais), também foram observadas por TUOMI (2005) para o mesmo
grupo de profissionais.
No Gráfico-2 o resultado demonstrou que a Capacidade para o Trabalho foi
considerada por 56,25% dos cirurgiões dentistas como ótima e 43,75% boa, sendo que o
índice de baixa e moderada Capacidade para o Trabalho não foram referidas. Este resultado
demonstrou a percepção dos cirurgiões dentistas em relação a sua própria atividade de
trabalho, a sua capacidade atual para o trabalho. Esse perfil favorável pode ter sido
condicionado porque esses profissionais apresentam conteúdo do trabalho mental e físico,
pois os trabalhadores com conteúdo de trabalho mental tendem a ter sua capacidade para o
trabalho mais preservada do que aqueles com conteúdo predominante físico (MARTINEZ.,
2006).
Segundo BELLUSCI (1999), as exigências e os fatores de estresse no trabalho
precisam estar equilibrados com a capacidade dos trabalhadores em realizar suas
atividades, para que eles não tenham perdas da sua capacidade para o trabalho.
MARTINEZ (2006) diz que a satisfação no trabalho esta associada à saúde, podendo
exercer, desta forma, repercussões indiretas sobre a capacidade para o trabalho.
O resultado mostrou que os locais de dores mais relatados nos cirurgiões dentistas
foram as regiões: lombar com 46,87%, passando pela cervical até os membros inferiores.
Segundo Santos Filho (2001) a prevalência de acometimento em região lombar foi de 36 a
57%, 42% no ombro e 44% na região cervical, para a classe dos cirurgiões dentistas.
O acometimento da coluna lombar e dos membros inferiores deve-se à postura
sentada dos dentistas, pois leva a uma maior compressão dos discos vertebrais e a
contração estática dos músculos posteriores da coluna e a dificuldade do retorno venoso
nos membros inferiores, levando a ter edemas e dores nas pernas e nas costas
(GRANDJEAN., 1998).
16
A contração estática em flexão, juntamente com a rotação da coluna cervical,
combinado com a flexão e abdução do ombro, com o trabalho dinâmico das mãos
repetidamente, aumenta o risco de inflamações nas articulações e tendões, de processos
crônicos degenerativos e de câimbras musculares, expondo os dentistas às DORTs
(GRANDJEAN.,1998).
Os segmentos corporais afetados serão gradativamente alterados com conseqüentes
danos.
GÖSTA (1997) estudou o diagnóstico dos distúrbios do sistema mão braço em
trabalhadores que usam ferramentas vibratórias em sua atividade, constatando que deve ser
feita uma avaliação minuciosa dos sinais e sintomas dos distúrbios musculoesqueletais para
correlacioná-los ao trabalho desenvolvido.
MICHELIN (2000) designa como síndrome de vibração de mão braço às
perturbações de circulação de pele digital, síndrome de túnel carpal e outros possíveis
efeitos de vibração.
Os distúrbios musculoesqueléticos causados por movimentos vibratórios referem-se
a dentistas que desempenham a sua atividade profissional nas especialidades de
traumatologia bucomaxilofacial, dentistíca restauradora, endodontia, periodontia, nas quais o
uso de vibração de mão com ou sem instrumento vibratório é relevante (MICHELIN).
As maiorias dos fabricantes dos equipamentos cumprem a sua parte tanto
ergonômica quanto tecnológica. Cabe aos dentistas se conscientizarem da necessidade de
variar suas posturas bem como realizar exercícios físicos e laborais e, sobretudo,
alongamentos globais como forma de prevenção e preservação da sua saúde física e
mental.
17
V - CONCLUSÃO
Concluímos em nossa pesquisa que os dentistas usam as exigências físicas e
mentais e a sua percepção para a capacidade para o trabalho é ótima e em menor
porcentagem boa e também os locais de dores referidos pelos dentistas condizem com os
autores SANTOS (2001), TUOMI (2005) sendo a região lombar, MMII e ombro uma das
mais acometidas.
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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