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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA MARQUES DISCIPLINA DE HISTÓRIA PROFESSOR ORLANDO APOSTILA DE HISTÓRIA DO TERCEIRO BIMESTRE SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO A crise do Antigo Sistema Colonial: breve estudo comparativo dos processos de independência na América Latina Com relação ao Antigo Sistema Colonial, pode-se dizer que em uma das suas características foi a praticada pelas colonizações espanhola e portuguesa, a exploração das riquezas em benefícios dos governos e comerciantes de suas respectivas metrópole. Isto foi um modelo de monopólio comercial adotado. Porém, era permitido que pessoas autorizadas pelos governos comercializassem com as colônias americanas mesmo não sendo espanhóis ou portugueses. Para garantir um controle, um imenso corpo burocrático cuidava para que o poder funcionasse dos dois lados do Atlântico. Esse funcionamento do poder era amparado pelo esforço missionário e pelo aparato repressivo da Igreja Católica, como os tribunais da Santa Inquisição que cumpriram o papel de coerção e geração de consenso entre a população. Com o tempo, começaram a surgir conflitos entre os colonos e as autoridades sobre as várias determinações que mantinham tais benefícios. Foi uma contradição do sistema que determinou o surgimento desses conflitos: para continuar explorando, o governo metropolitano precisava incentivar o crescimento da economia colonial. No entanto, ao fazer isso, os colonos adquiriam força socioeconômica para lutar contra as medidas que consideravam abusivas. Além disso, o capitalismo liberal confrontava as barreiras de dominação política e o monopólio comercial da metrópole sobre a colônia; e a dependência, em grande parte, de variadas formas de trabalho compulsório, das políticas coloniais. A crítica em relação ao trabalho compulsório, principalmente ao escravo, vinha de razões humanitárias e estruturais. Estruturais porque o capitalismo liberal estava se desenvolvendo e se expandindo por causa do livre comércio e trabalho assalariado. Como o escravo não recebia salário, não poderia participar do mercado consumidor. Era necessária a existência de mercados livres sem restrições para o capitalismo liberal se desenvolver. Tanto Portugal como a Espanha impuseram para as suas colônias um monopólio sobre todo o comércio que foi caindo aos poucos até o ponto de haver certa liberdade de comércio. Foi assim que se abriram rotas de comércio que fizeram as exportações aumentar. Na segunda metade do século XVIII, foram feitas algumas tentativas de lutar contra a opressão colonial, mas sem ter em mente a ruptura política ou estrutural. No Peru, os indígenas, que trabalhavam nas minas rebelaram-se contra os espanhóis, sob o comando de Tupac Amaru, que se dizia descendente dos imperadores incaicos. A rebelião estendeu-se por toda a área do antigo império Inca, mas acabou sufocada e seu líder executado. No entanto, a vontade de se rebelar não terminou com a repressão. Ela foi aumentada com os acontecimentos das guerras napoleônicas na Europa. Qual a relação de Napoleão nisso? Quando o exército de Napoleão invadiu Portugal, por este não ter aderido totalmente ao bloqueio continental imposto sobre os ingleses, a Espanha era aliada da França e pretendia ter uma parte do império português. Durante os acontecimentos, desencadeou-se uma conspiração na Espanha, que obrigou o rei a abdicar. Temendo

Apostila de Historia Do Terceiro Bimestre Segundo Ano

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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA MARQUESDISCIPLINA DE HISTÓRIAPROFESSOR ORLANDOAPOSTILA DE HISTÓRIA DO TERCEIROBIMESTRESEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO

A crise do Antigo Sistema Colonial: breve estudo comparativo dos processos de independência na América Latina

Com relação ao Antigo Sistema Colonial, pode-se dizer que em uma das suas características foi a praticada pelas colonizações espanhola e portuguesa, a exploração das riquezas em benefícios dos governos e comerciantes de suas respectivas metrópole. Isto foi um modelo de monopólio comercial adotado. Porém, era permitido que pessoas autorizadas pelos governos comercializassem com as colônias americanas mesmo não sendo espanhóis ou portugueses. Para garantir um controle, um imenso corpo burocrático cuidava para que o poder funcionasse dos dois lados do Atlântico. Esse funcionamento do poder era amparado pelo esforço missionário e pelo aparato repressivo da Igreja Católica , como os tribunais da Santa Inquisição que cumpriram o papel de coerção e geração de consenso entre a população.

Com o tempo, começaram a surgir conflitos entre os colonos e as autoridades sobre as várias determinações que mantinham tais benefícios. Foi uma contradição do sistema que determinou o surgimento desses conflitos: para continuar explorando, o governo metropolitano precisava incentivar o crescimento da economia colonial. No entanto, ao fazer isso, os colonos adquiriam força socioeconômica para lutar contra as medidas que consideravam abusivas.

Além disso, o capitalismo liberal confrontava as barreiras de dominação política e o monopólio comercial da metrópole sobre a colônia; e a dependência, em grande parte, de variadas formas de trabalho compulsório, das políticas coloniais.

A crítica em relação ao trabalho compulsório, principalmente ao escravo, vinha de razões humanitárias e estruturais. Estruturais porque o capitalismo liberal estava se desenvolvendo e se expandindo por causa do livre comércio e trabalho assalariado. Como o escravo não recebia salário, não poderia participar do mercado consumidor.

Era necessária a existência de mercados livres sem restrições para o capitalismo liberal se desenvolver. Tanto Portugal como a Espanha impuseram para as suas colônias um monopólio sobre todo o comércio que foi caindo aos poucos até o ponto de haver certa liberdade de comércio. Foi assim que se abriram rotas de comércio que fizeram as exportações aumentar.

Na segunda metade do século XVIII, foram feitas algumas tentativas de lutar contra a opressão colonial, mas sem ter em mente a ruptura política ou estrutural. No Peru, os indígenas, que trabalhavam nas minas rebelaram-se contra os espanhóis, sob o comando de Tupac Amaru, que se dizia descendente dos imperadores incaicos. A rebelião estendeu-se por toda a área do antigo império Inca, mas acabou sufocada e seu líder executado. No entanto, a vontade de se rebelar não terminou com a repressão. Ela foi aumentada com os acontecimentos das guerras napoleônicas na Europa.

Qual a relação de Napoleão nisso?

Quando o exército de Napoleão invadiu Portugal, por este não ter aderido totalmente ao bloqueio continental imposto sobre os ingleses, a Espanha era aliada da França e pretendia ter uma parte do império português . Durante os acontecimentos, desencadeou-se uma conspiração na Espanha, que obrigou o rei a abdicar. Temendo complicações, Napoleão nomeou José, seu irmão, rei do país ibérico. Os espanhóis reagiram formando uma junta na cidade de Cádiz para combater os franceses. A Inglaterra também reagiu e impôs um bloqueio aos navios espanhóis que iam para a América (Tática essa que também foi ameaçada de ser feita contra Portugal se Dom João decidi-se ficar do lado dos franceses). Nas colônias também se formaram juntas lideradas pelos Criollos (brancos descendentes de espanhóis).

Aliás, a própria Inglaterra apoiou os movimentos de independência, com algumas ressalvas, é claro, por causa do bloqueio continental. Com o bloqueio, teve o mercado europeu suspenso por um tempo. Para compensar isso, passou a investir em um livre mercado nas Américas.

Após a derrota de Napoleão, tanto Espanha quanto Portugal tentaram reatar os laços de dominação colonial. Os movimentos de libertação que se seguiram não tinham, a princípio, o objetivo de se separar da metrópole. Seus objetivos eram de eliminar os entraves mercantilistas (tirar Espanha e Portugal da posição de intermediárias do comércio das colônias com outras regiões, acabar com a carga tributária metropolitana).

As lideranças encontraram legitimidade na experiência bem sucedida dos norte-americanos que se tornaram independentes da Inglaterra sem alterar toda a estrutura social vigente . Isto provou que as idéias Iluministas do século XVIII, servidas de base para a Revolução Francesa de 1789, não eram tão subversivas como a Espanha e Portugal, e a Igreja insistia. Além disso, a pressão inglesa contra as práticas monopolistas das metrópoles ibéricas servia de motivo para tirar o papel das monarquias ibéricas de intermediárias de um comércio.

No caso da América Portuguesa, as características são semelhantes. A separação completa da metrópole só aconteceu no último momento porque até então os habitantes das colônias nas Américas não se sentiam como colonos. Eles se sentiam como súditos de um rei, não importando onde ele estivesse. Aliás, a palavra “colônia” nem era utilizada naquela época.

Após as independências, toda a estrutura colonial é preservada, permanecendo a grande propriedade, o trabalho escravo, a monocultura e a produção em larga escala. No entanto, politicamente, os antigos Vice-Reinos se fragmentaram. Por isso é interessante mostrar como ocorreram essa tentativa de volta ao que existia antes de Napoleão em três casos diferentes.

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Haiti

Da mesma forma que em outras colônias, a administração colonial haitiana era constituída por um Governador-Geral e uma assembléia colonial, formada pela elite branca, que representava os interesses locais. A economia exibia uma configuração de Plantation com a predominância das plantações de cana-de-açúcar, e vivia predominantemente para o mercado externo.

O Haiti foi muito lucrativo para a burguesia marítima, responsável pelo tráfico negreiro, e para os produtores de açúcar. Cerca de 20 anos antes da revolta, a colônia começou a viver a apoteose. Exportava 35 mil toneladas de açúcar bruto e 25 mil toneladas de açúcar branco. A elite branca ostentava mais e mais. Entre 1783 e 1789, a produção quase dobrou. E a colônia não avançava sem os escravos. Dos 536.000 habitantes, 480.000 eram escravos.

Os ideais iluministas da Revolução Francesa tiveram muita influência na colônia, inclusive entre os negros, e com a queda da monarquia durante a primeira fase desta (1789), os dirigentes brancos do Haiti viram a oportunidade de se libertarem do domínio colonial Francês.

Na França, A abolição dos escravos era defendida, apesar de ser o sustentáculo da burguesia marítima. A Inglaterra, que havia perdido sua colônia na América do Norte com ajuda dos pensamentos iluministas franceses, passava a fazer propaganda contra a escravidão.

Após a convocação dos Estados-Gerais na França (representações da nobreza, burguesia e clero), alguns proprietários de terra em São Domingos apressaram-se em formar um comitê para defender seus interesses. Um grupo de mulatos livres também enviou uma delegação. Os colonos queriam mais espaço na política às vésperas da revolução e a manutenção da escravidão. Isto entrava em choque com um dos lemas da Revolução, a Igualdade. Nos debates na colônia, permanecia o conservadorismo.

A Assembléia Constituinte, na França, em 1791, aprovou a igualdade de direitos entre todas as pessoas de São Domingos. A medida permitia o voto dos mulatos, e mantinha a escravidão. Muitos escravos, alguns mais próximos aos centros onde ocorriam os debates, começavam a entender a dimensão da oportunidade. Fazendeiros viam a decisão da igualdade de direitos como uma ameaça brutal. Insistiram na posição de que mulatos e negros não eram pessoas. Em paralelo aos protestos dos mulatos contra os brancos, os escravos começavam a se organizar. 

Quem deu o estopim a Revolução negra foi um capataz (e também sacerdote vodu). Era conhecido como Boukman. Ele planejou atear fogo nas plantações, exterminar os brancos e tomar a colônia a partir de Lê Cap. Quando começou a revolta, os escravos destruíram completamente as fazendas. As plantações viraram cortinas de chamas e fumaça. Os latifundiários foram executados. Os escravos da parte sul e do lado ocidental engrossaram o coro das revoltas. A repressão aumentou. Boukman foi morto em luta, mas o levante não parou. Os insurgentes passaram de 100 mil e ganharam adeptos. De uma onda de fúria, o movimento amadureceu e abraçou a bandeira da liberdade e da independência.

Ao lado dos primeiros líderes, como Jean François e Biassou, outro ex-escravo demonstrou excelência de planejamento militar e conhecimento de política: François Dominique Toussaint, conhecido como Toussaint L’Ouverture. Ele possuía uma intuição política acima da média e logo se tornou um dos comandantes da revolta. Unificou e organizou o exército rebelde.

Os brancos se negavam a aceitar uma rendição ou um acordo de paz. Logo depois a monarquia caiu na França e a República foi proclamada, e houve uma declaração de guerra contra a Inglaterra. Os rebeldes também se mobilizavam na medida da evolução política do Velho Continente. Em 1794, a França aboliu a escravidão de todos os seus territórios. Toussaint, lutando pelos franceses, conseguiu expulsar britânicos e espanhóis da colônia. Foi nomeado pela metrópole chefe do exército. Chegava ao auge de seu poder.

Quando Napoleão Bonaparte foi eleito primeiro-cônsul, São Domingos proclamou uma Constituição, tornando-se província autônoma (1801). Contudo, no ano seguinte, Napoleão se tornou cônsul vitalício, passou a defender os ideais burgueses da Revolução Francesa e reinstituiu a escravidão nas Antilhas. Tentou submeter o Haiti e os ex-escravos enviando tropas.

Toussant foi capturado e levado para a França mesmo tendo feito seu exército imprimir derrotas aos franceses. Seu sucessor, Jean-Jacques Dessalines, proclamou a independência da ilha em 1804 sob o nome de Haiti , que só foi reconhecida pela França em 1825.

A repercussão da revolução de São Domingos foi gigantesca para a luta contra a escravidão. Ainda maior era o temor dos escravocratas de que a revolta influenciasse todas as Américas. A singularidade desta independência está na participação e liderança dos negros objetivando bases mais populares para a massa de ex-escravos.

México

Pode-se dizer que os antecedentes da luta pela independência do México aconteceram da mesma forma de outras regiões da América espanhola: um enfrentamento entre criollos e peninsulares. Ela começou com a abdicação do rei espanhol, Carlos III, e de seu filho, Fernando VII. O vácuo de poder na metrópole gerou uma clara ruptura dentro da elite colonial. Para os peninsulares, o poder sobre o Vice-Reino da Nova Espanha continuava nas mãos do monarca, mesmo ele estando afastado. Já para os criollos, o momento era adequado para realizar reformas mais radicais , apesar de aceitarem continuar súditos do rei. Porém, por acreditarem que a soberania havia sido entregue ao monarca pela nação, não reconheciam a autoridade da Junta de Governo de Cádiz. Eles não propuseram uma ruptura, mas queriam um governo local na ausência do monarca.

Por causa dessa disputa de poder, os criollos formaram grupos de conspiradores e foram condenados a clandestinidade. Em uma das cidades ligadas ao grupo conspirador de criollos era Querétaro, norte do Vice-Reino. Lá, um

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grupo de liberais reuniu-se para planejar um levante contra o domínio dos peninsulares. Entre os conspiradores estava o padre Miguel Hidalgo, que hoje é considerado o pai da pátria mexicana.

A conspiração foi descoberta, e na iminência de ser preso, Hidalgo convocou seus fieis a se juntarem na conspiração sob o lema “Viva a Virgem de Guadalupe! Morte ao mau governo! Viva Fernando VII”. O exército de Hidalgo marchou para a capital da província, Guanajuato, onde contou com a adesão dos mineradores locais. Depois foi em direção a cidade do México e no caminho enfrentou e executou todos os peninsulares que ofereciam resistência. Esse avanço das forças de Hidalgo só se deteve após a batalha do monte de Las Cruces, nos arredores da cidade do México.

Mesmo enfraquecido, o movimento rumou para o norte, estabelecendo-se em Guadalajara. Foi nesse momento que Hidalgo emitiu três decretos que duraram pouco: acabava com a escravidão dos indígenas, abolia os tributos que estes deveram pagar à coroa espanhola e ordenava que a propriedade das terras deveriam ser transferidas das mãos dos proprietários brancos para a população nativa. Em 1811, o grupo de Hidalgo foi emboscado e feito prisioneiro na cidade de Monclova. Hidalgo foi julgado pela Santa Inquisição e declarado culpado de heresia e traição, sendo condenado à morte.

Apesar da desarticulação, o movimento contra o domínio espanhol prosseguiu. Os restantes dos lideres ligados a Hidalgo rumaram para o sul e estabeleceram a Suprema Junta Nacional Americana, nos mesmos moldes das juntas estabelecidas em outras partes da América para conservar a soberania de Fernando VII. Nesse meio tempo, outro padre dava continuidade as ações armadas, José María Morelos y Pavón. Ele nunca teve treinamento militar, mas mantinha com sucesso as ações bélicas contra o governo do Vice-Reino na região sul. Diferente de Hidalgo e outros insurgentes, Morelos pregava a separação completa da Espanha.

Em um congresso realizado após a desagregação da Suprema Junta Nacional Americana, da qual Morelos foi um dos chefes, se propôs a eleição de representantes através do voto popular para um novo órgão máximo de governo, o Congresso de Chilpancingo. Esta quando eleita, declarou a independência do México (1813) e uma constituinte (1814), que durou poucos meses. Morelos também foi preso e executando. Com isso, surgiu uma disputa de poder entre Vicente Guerrero e Manuel Félix Fernandez.

Aos poucos, a maior parte da elite criolla abandonou as lutas de independência por ver nelas um conflito entre “castas, classes e raças”, e voltaram a apoiar a Espanha. Para acabar de vez com os insurgentes, o vice-rei encarregou um oficial criollo, Agustín de Itúrbide, que tinha se destacado nas lutas contra Morelos e Hidalgo.

Após algumas batalhas, Itúrbide chamou o líder rebelde Guerrero para negociar a “regeneração” do movimento de independência. Ele fez um acordo conhecido como plano de Iguala (1821): declarava o México independente o transformando numa monarquia governada por Fernando VII ou outro príncipe europeu (mas caso nenhum quisesse, seria escolhido um rei criollo), o catolicismo seria declarado a religião oficial e oferecia igualdade de direito a todos independente da cor da pele.

Dessa forma, obteve o apoio nacional e pressionou o vice-rei, Juan O’Donojú, a reconhecer sua autoridade. Ambos concluem o tratado de Córdoba (1821) que autoriza Itúrbide a formar uma regência. Emissários são enviados a Espanha para oferecer a cora a Fernando VII.

Porém a morte do vice-rei e a declaração de fidelidade à constituição espanhola de 1812 feita após a reunião do cabildo da cidade do México alteraram a situação. Como o último acontecimento assinalava a ascensão dos liberais, os conservadores resolvem unir-se em torno de Itúrbide, que ocupa militarmente a cidade do México, declarando sua independência (1821), e, aproveitando o clima favorável, é coroado imperador (1822), com o nome de Augustín I. No entanto, governa apenas por 8 meses e foi o único imperador mexicano.

Independência da Nova Granada (atuais Colômbia, Venezuela e Equador)

Como no caso do México citado acima, a independência da Nova Granada começou com as disputas de poder entre peninsulares e criollos, federalistas e centralistas, republicanos e realistas; além de contar com a não aceitação da autoridade da Junta de Cádiz. Foram formadas várias juntas nos territórios espanhóis americanos, que em certos casos, disputaram o poder também entre si.

Os primeiros movimentos de emancipação tiveram como líder Francisco Miranda que combatera pela independência dos EUA e lutara na Revolução Francesa. Após fracassar em 1806 (decidiu se render por temer uma revolução de escravos como aconteceu no Haiti dois anos antes), tentou proclamar a independência da Venezuela (1811), mas foi derrotado.

Alguns anos depois, Simon Bolívar passou a liderar os exércitos dos movimentos de emancipação. Criticou o federalismo adotado na tentativa de independência da Venezuela, o acusado de ser o responsável pela derrota, e pregou o centralismo em todos os momentos. Em sua empreitada, contou com a ajuda do governo haitiano e norte-americano em alguns momentos.

A partir da sólida base estabelecida, praticamente sem concorrentes ao posto de comandante supremo, Simón Bolívar criou uma forte máquina de guerra em torno da Legião Britânica (mercenários europeus) e de venezuelanos . Progressivamente conseguiu fazer os espanhóis recuarem até libertar a Venezuela

Em 1819, o Congresso de Angostura elaborou a Constituição da futura República da Colômbia. No mês de agosto do mesmo ano, a batalha de Boyacá assegurou a conquista de Bogotá e sua efetivação como a capital da grande República da Grã-Colômbia.

Os espanhóis não desistiram e a Grã-Colômbia teve sua independência assegurada apenas em 1821, no que se refere aos dias de hoje a Colômbia, Panamá e Venezuela. Na região que hoje é denominada Equador, a independência só aconteceu em 1822 quando passou a fazer parte da Grã-Colômbia oficialmente.

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Depois de ter conseguido a independência, foi preciso construir os novos governos republicanos. E foi nesse momento que começaram a surgir as diferenças entre os lideres. A primeira delas surgiu quando Bolívar redigiu para a Bolívia, em 1826, a constituição do país (presidência perpétua, senado hereditário, etc). A segunda veio no mesmo ano quando deixou Lima, no atual Peru, para resolver os conflitos separatistas na atual região da Venezuela na Grã-Colômbia feitos por seu amigo José Antonio Paez. Bolívar era a favor da separação da Venezuela sem uma guerra civil, mas seus opositores não, que incluía o presidente da Grã-Colômbia. Então ele se aproximou dos setores mais conservadores e proclamou a ditadura em 1828.

Logo após esses acontecimentos sua imagem passou a se deteriorar até mesmo no exterior. Além disso, um movimento antibolivariano se formou na Bolívia contra a ocupação de tropas venezuelanas. Isto gerou uma guerra, que aparentemente venceu, mas na prática foi pressionado a agir e estava sem voz de comando porque seu estado-maior estava negociando, aparentemente sem o seu conhecimento, com as cortes européias a escolha de um príncipe que estabeleceria uma monarquia constitucional para evitar a anarquia política que parecia inevitável após sua morte. Após isso renunciou e se exilou na Inglaterra até sua morte em 1830. A partir daí, a então Grã-Colômbia foi se fragmentando aos poucos.

Bolívar apareceu como herói dez anos depois quando seus restos mortais foram colocados em trazidos do exílio até Caracas. Por mais de um século a sua memória e as suas relíquias foram usadas como garantia de estabilidade para regimes políticos. Recentemente, Simón Bolívar teve seu culto renovado mais uma vez ao se tornar um herói mestiço, popular e anti-imperialista, dentro do bolivarianismo, o socialismo do século XXI.

Bibliografia

AQUINO, Rubim Santos Leão de. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. 2º edição. Rio de janeiro: Ao Livro Técnico, 1983.BETHELL, Leslie. História da América Latina: da independência até 1870. Volume 3. São Paulo: Edusp. Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF; Fundação Alexandre Gusmão, 2004.CARVALHO, Yone de; LIMA, Lizânia de Souza; PEDRO, Antonio. História do Mundo Ocidental: ensino médio: volume único 1º edição. São Paulo.FTD. 2005.KOSHIBA, Luiz; PEREIRA, Denise Manzi Frayze. Américas: uma introdução histórica. São Paulo: Atual, 1992.FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira; MORAIS, Marcus Vinicius de. A Longa Marca pela Liberdade. In: História Viva. São Paulo, 48, p. 46-51, out 2007ALMEIDA, Jaime. A Independência dos Aristocratas. In: História Viva. São Paulo, 48, p. 62-79, out 2007

QUESTIONÁRIO

1. É POSSÍVEL AFIRMAR QUE O ANTIGO SISTEMA COLONIAL UTILIZAVA OS PRINCÍPIOS MERCANTILISTAS. JUSTIFIQUE TOMANDO COMO EXEMPLOS OS CASOS DAS COLONIAS ESPANHOLAS E PORTUGUESA NA AMÉRICA.

2. QUAL O PAPEL DA IGREJA DENTRO DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL?3. A CONTRADIÇÃO EXISTENTE DENTRO DA ESTRUTURA DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL

POSSIBILITOU SEU FIM. JUSTIFIQUE.4. O EXCLUSIVISMO COLONIAL, PRINCÍPIO MERCANTILISTA ADOTADO PELOS REINOS DE PORTUGAL E

ESPANHA NAS SUAS COLONIAS NÃO ERA TOTALMENTE E FOI CAINDO AOS POUCOS. JUSTIFIQUE.5. AS PRIMEIRAS REVOLTAS COLONIAIS NÃO TINHAM A INTENÇÃO DE LUTAR CONTRA A

DOMINAÇÃO EUROPEIA NA AMÉRICA. JUSTIFIQUE.6. A LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO FOI CAUSADA POR MOTIVOS HUMANITÁRIOS E ECONOMICOS.

JUSTIFIQUE.7. É POSSIVEL DIZER QUE AS GUERRAS EMPREENDIDAS POR NAPOLEÃO NA EUROPA INFLUENCIARAM

OS MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA NAS AMÉRICAS. JUSTIFIQUE.8. A INDEPENDÊNCIA DOS EUA, ILUMINISMO E A REVOLUÇÃO FRANCESA INFLUENCIARAM OS

MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA LATINA. JUSTIFIQUE.9. DE TODOS OS MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA NAS AMÉRICAS, O DO HAITI SE DIFERENCIA DOS

DEMAIS. POR QUÊ?10. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO HAITI SOFREU INFLUENCIA DO DESENROLAR DA REVOLUÇÃO

FRANCESA. POR QUÊ?11. QUAIS OS OBJETIVOS DOS REVOLTOSOS NO HAITI?12. QUAL FOI A REPERCURSÃO DA REVOLTA NO HAITI?13. DIGA AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS DO MOVIMENTO DE INDEPENDÊNCIA NO MÉXICO E NOVA

GRANADA.14. FAÇA UMA PESQUISA NA INTERNET E DIGA QUAL DOS TRÊS LÍDERES DA INDEPENDÊNCIA

MEXICANA É MAIS POPULAR.15. O QUE CAUSOU A FRAGMENTAÇÃO TERRITORIAL DOS ANTIGOS VICE-REINOS APÓS AS

INDEPENDÊNCIAS?

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16. QUAL A IMPORTANCIA DE HEROIS NACIONAIS COMO BOLÍVAR PARA OS GOVERNOS?

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

1. INSATISFAÇÃO DA POPULAÇÃO COLONIAL

Crise do Sistema ColonialMOTIVOS:

Muitos colonos sentiam-se prejudicados pelas normas e pelo controle que Portugal exercia sobre o Brasil; Entrada de ideias iluministas no Brasil colônia;

Outras proibições aos colonos que geravam insatisfação: Exercer o ofício de ourives na Região de Minas Gerais (1751) para evitar o extravio de outro. Em 1766 essa medida foi

estendida para Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro; A partir de 1777 com a queda do Marques de Pombal:

o Manter manufaturas têxteis, com exceção daquelas que produziam panos grosseiros de algodão, destinados a vestimenta dos escravos ou à confecção de sacos (1785). A medida tinha o objetivo de concentrar mão de obra da colônia essencialmente em duas atividades: a agricultura exportadora e a extração de minérios. Os tecidos e outras manufaturas usadas pelos colonos teriam de ser importados por meio do comércio metropolitano;

o Instalar indústria de ferro (até 1795), o que obrigava os colonos a importar da Europa as ferramentas e utensílios de que necessitavam.

1.2. PRIMEIRAS REBELIÕES

Durante o período colonial, houve várias rebeliões envolvendo parte da população e representantes da metrópole, com o objetivo de modificar aspectos da política colonial, sem a intenção de separar o Brasil de Portugal.

Revolta de Beckman (1684 em São Luís)Guerra dos Mascates (1710 em Recife)Revolta de Vila Rica (1720 na atual cidade de Ouro Preto)

1.3. REBELIÕES SEPARATISTAS

1.3.1. INCONFIDÊNCIA (CONJURAÇÃO) MINEIRA

As condições sociais e econômicas de Minas Gerais, na década de 1780 eram muito boas porque a capitania havia conseguido se desenvolver por causa das medidas do Marques de Pombal. No entanto, as minas de ouro estavam se esgotando. Por isso, os responsáveis não estavam mais conseguindo arrecadar o imposto real sobre as Minas (o quinto), e a receita devida a coroa se atrasava ano a ano.

O governador da província, Visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma derrama (cobrança forçada dos impostos atrasados). Membros da elite colonial de Minas começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a cobrança da derrama. Esse movimento ficou conhecido como Inconfidência Mineira.

Boa parte dos lideres desse movimento eram intelectuais que conheciam aspectos dos filósofos iluministas europeus e inspiravam-se em alguns ideias que impulsionaram a independência dos EUA (1776) e a Revolução Francesa (1789). Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da elite econômica mineira foi Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes.

Os conspiradores esperavam que a derrama fosse imposta em meados de fevereiro de 1789. Contando com a inquietação geral do povo, eles se propunham a instigar um motim sob a cobertura e conivência dos Dragões Imperiais, para assassinar o Governador e se proclamar uma república independente. O alferes Joaquim José da Silva Xavier deveria provocar a agitação em Vila Rica e teria o auxílio de companheiros que chegariam antecipadamente à cidade em pequenos grupos, com as armas escondidas debaixo dos casacos. Quando os Dragões fossem convocados para enfrentar a multidão, Freire de Andrade (outro participante da inconfidência) deveria atrasar-se até que o alferes tivesse partido à caça dos Barbacenas em Cachoeira do Campo. Introduzindo-se na escolta do governador, ele prenderia e executaria o visconde de Barbacena, voltando então para Vila Rica. O coronel Freire de Andrade, à frente dos Dragões, faria face à multidão perguntando-lhe o que pretendia. E o alferes Silva Xavier, mostrando a cabeça do Governador, bradaria que queriam a liberdade. A seguir seria proclamada a República e lida uma declaração de independência

a. Projetos dos inconfidentes mineiros:

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Separar parte da capitania de Minas Gerais e Rio de Janeiro de Portugal Adotar uma nova bandeira, que teria um triângulo no centro com a frase “libertas quae sera tamem” (liberdade ainda

que tardia) Desenvolver indústrias no novo país; Criar uma universidade em Vila Rica; Criar o serviço militar obrigatório; Incentivar a natalidade para favorecer o povoamento, oferecendo pensões para as mães com muitos filhos.

b. Os problemas dos inconfidentes: Não tinha tropas e armas para conquistar o poder; Não tinha participação popular, pois o movimento não tinha propostas para melhorar as condições de vida da

população e muito menos o interesse de acabar com a escravidão.

c. Repressão ao movimento

O movimento foi denunciado pelo coronel Joaquim Silvério dos Reis ao governador de Minas Gerais e, em troca, obteve o perdão de suas dívidas. Quando o visconde de Barbacena foi informado, suspendeu a derrama e organizou tropas para prender os envolvidos.

Os participantes da conjuração foram presos, julgados e condenados. Onze deles receberam sentença de morte, mas a rainha de Portugal, D. Maria I, modificou a pena para degredo perpétuo em colônias portuguesas da África. Só Tiradentes teve a pena de morte mantida.

d. Representação da Inconfidência Mineira

Após a proclamação da república, foi oficializada a representação criada sobre a Inconfidência Mineira. O movimento foi visto como o primeiro a lutar pela independência, e Tiradentes tornou-se “herói nacional”. Anos depois, em 1936, o governo Vargas tomou medidas para conferir à Inconfidência uma memória oficial e, em 1965, Tiradentes foi considerado, por lei, o “patrono cívico da nação brasileira”.

1.3.2. INCONFIDÊNCIA BAIANA (também conhecida como CONJURAÇÃO BAIANA, REVOLTA DOS BÚZIOS E REVOLTA DOS ALFAIATES)

Em 1798 ocorreu na Bahia outro movimento que pregava a separação de Portugal, mas se diferenciava do ocorrido em Minas Gerais por um detalhe: foi promovido por brancos e negros pobres. Alguns homens ricos e letrados se afastaram do movimento quando perceberam seu alcance popular. Participaram da Conjuração soldados, negros livres, alfaiates, pedreiros e sapateiros.

O movimento tinha simpatia pelos ideais da Revolução Francesa, pelo modo que foi feita a independência dos EUA e pelo governo republicano, além de pregarem a proclamação de uma república democrática na Bahia, abolição da escravidão, aumento da remuneração dos soldados, abertura dos portos aos navios de todas as nações (não só o da Inglaterra) e melhoria das condições de vida da população. As lojas maçônicas tornaram-se um espaço importante de articulação de ideias. A Sociedade Maçônica Cavaleiros da Luz, na Bahia, era local destas reuniões sigilosas.

Pode-se dizer que a Conjuração Baiana iniciou na madrugada de 12 de agosto de 1798, quando foram divulgados onze boletins manuscritos com as principais resoluções dos revoltosos. Vários deles reclamavam do pagamento dos militares e da injustiça da hierarquia militar

A ordem colonial parecia estar em perigo, e o governo não hesitou em tomar medidas enérgicas. Mas a dura repressão do governo da Bahia em pouco tempo tornou impossível o sonho dos conjurados. Quem se arriscou foi impiedosamente punido. Na manhã de 26 de agosto de 1798, começaram as prisões. Quarenta e uma pessoas foram detidas, mas somente 33, entre as quais onze escravos, chegaram ao final dos inquéritos (destes onze escravos, quatro foram condenados à morte).  No dia 8 de novembro de 1799, eles foram enforcados e esquartejados.

BIBLIOGRAFIA:MAXWELL, Kenneth. Conjuração mineira: novos aspectos. Estud. av. vol.3. no.6. São Paulo May/Aug. 1989.VALIM, Patrícia. Liberdade para a Bahia. Site da Revista de História da Biblioteca Nacional. Acessado em 26/05/2012. http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/liberdade-para-a-bahia.COTRIM, Gilberto. História global Brasil e geral. Volume único. 6º edição. São Paulo: Saraiva, 2002.

QUESTIONÁRIO

Page 7: Apostila de Historia Do Terceiro Bimestre Segundo Ano

1. O SISTEMA ECONOMICO QUE IMPEROU NO BRASIL DURANTE O PERÍODO COLONIAL ENTROU EM CRISE POR CAUSA DE DOIS MOTIVOS. DIGA QUAIS SÃO ELES.

2. AS PRIMEIRAS REVOLTAS COLONAIS NÃO TINHAM A INTENÇÃO DE SE SEPARAR O BRASIL DE PORTUGAL. QUAIS OS OBJETIVOS DESSAS REVOLTAS?

3. QUAL A IMPORTÂNCIA DAS MEDIDAS ECONOMICAS TOMADAS PELO MARQUES DE POMBAL PARA A COLÔNIA DO BRASIL?

4. PESQUISE TRÊS REVOLTAS COLONIAIS QUE NÃO TINHAM O OBJETIVO DE SEPARAR O BRASIL DE PORTUGAL. DIGA EM QUE LUGAR OCORRERAM, OS PRINCIPAIS LÍDERES E OS MOTIVOS DA DEFLAGRAÇÃO.

5. QUAL A RELAÇÃO DO IMPOSTO DO QUINTO, A DERRAMA COM A INCONFIDÊNCIA MINEIRA?6. QUAL A RELAÇÃO DAS IDEIAS ILUMINISTAS, A INDEPENDÊNCIA DOS EUA E A REVOLUÇÃO

FRANCESA COM A INCONFIDÊNCIA MINEIRA E BAIANA?7. DIGA TRÊS PROJETOS DOS INCONFIDENTES MINEIROS.8. QUAIS OS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS INCONFIDENTES MINEIROS?9. QUAL FOI O DESFEIXO DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA?10. POR QUE A INCONFIDÊNCIA MINEIRA PASSOU A TER IMPORTÂNCIA NA HISTÓRIA DO BRASIL

SE ELA NÃO TEVE APOIO POPULAR?11. DIGA DUAS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE OS INCONFIDENTES DE MINAS E DA BAHIA.12. QUAL A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA MAÇONARIA NA INCONFIDÊNCIA BAIANA?13. QUAL FOI O DESFEIXO DA INCONFIDÊNCIA BAIANA?

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (parte 2)

2. FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL

MOTIVO: Bloqueio Continental imposto por Napoleão Bonaparte a todos os países europeus os proibindo de manter relações

comerciais com a Inglaterra.

CONSEQUENCIAS:Abertura dos Portos: Fim do monopólio comercial (“Pacto Colonial” ou “Exclusivo Colonial”) a qual o Brasil estava submetido com a assinatura do Tratado de 1810 que concedeu aos comerciantes ingleses redução das taxas cobradas sobre os produtos que exportava.

2.2. O GOVERNO DE DOM JOÃO VI NO BRASIL Organizou a estrutura administrativa da monarquia portuguesa: nomeou ministros de Estado, colocou em

funcionamento diversos órgãos públicos, instalou Tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil; Criou a Biblioteca Nacional, Academia de Belas Artes e o Jardim Botânico; Em 1808 foi decretada a liberação da atividade industrial no Brasil

o No entanto, faltava capital para investir em máquinas, mão de obra especializada e tecnologia industrial Criação da Academia Militar e da Marinha, e do Hospital Militar; Criação de dois cursos de medicina (primeiros cursos superiores do Brasil); Liberação para a circulação de jornais; Contratação de artistas e professores estrangeiros que chegaram ao Brasil em 1816 (Missão Francesa); Elevação do Brasil a categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves (1815). Com essa medida o Brasil deixava de ser

colônia e adquiria autonomia administrativa.

Em 1816, D. Maria I, morre e D. João torna-se soberano com plenos poderes. A cerimônia de aclamação ocorreu em 1818, no Rio de Janeiro, provocando protestos entre os portugueses que viviam em Portugal. Motivos dos protestos:

o Desde 1811 as tropas francesas já haviam se retirado de Portugal;o A guerra terminará na Europa desde 1815. Não haviam mais razão da corte portuguesa permanecer no Rio de

janeiro.

2.3. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)

CAUSAS: Insatisfação com o aumento de impostos destinados a sustentar a Corte portuguesa no Rio de Janeiro; Queda do preço no mercado internacional do açúcar e algodão; Manutenção do monopólio comercial português, mesmo depois da Abertura dos Portos feita por D. João.

Page 8: Apostila de Historia Do Terceiro Bimestre Segundo Ano

OBJETIVOS: Foi consensual o desejo de estabelecer uma república organizada conforme os ideais de igualdade, liberdade e

fraternidade. Os grandes proprietários pretendiam estabelecer relações econômicas diretas com a Inglaterra e os EUA. Para tanto,

chegaram a remeter uma carta ao presidente norte-americano oferecendo “liberdade absoluta de comércio”.

CARACTERÍSTICAS: Foi um movimento de elite dirigido por padres; O movimento se espalhou pela Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Durante os combates, o governo provisório do Recife alforriou escravos e organizou pequenos agrupamentos militares.

Isso fez surgir ideias de igualdade social dentro do movimento. Por causa disso, os grandes proprietários retiraram o apoio ao movimento.

REAÇÃO GOVERNAMENTAL

Dom João tratou de combater violentamente a Revolução Pernambucana enviando para a região tropas, armas e navios. Os rebeldes foram atacados e, depois de muita luta, obrigados a se entregar. Os líderes do movimento foram condenados a morte.

2.4. REVOLUÇÃO DO PORTO (REVOLUÇÃO LIBERAL)

CAUSAS: Dominação britânica; Perda da posição de centro do Império Português

OBJETIVOS: Expulsão dos ingleses; Obrigar a volta da família real portuguesa exilada no Brasil; Elaborar uma constituição de caráter liberal limitando os poderes do rei

CARACTERÍSTICAS: Os revoltosos assumiram o governo e convocaram eleições para as Cortes (organismos parlamentares que deveriam

elaborar uma Constituição e por fim ao absolutismo); Haviam três grupos entre as Cortes que desejavam a hegemonia no Império Português: os deputados portugueses

(maioria), os representantes das elites regionais do Brasil, e os funcionários e membros da realeza.

Objetivos dos três grupos:Português

Controlar o poder real, o transformando em monarquia em constitucional; Reconduzir o Brasil a condição de colônia ao mesmo tempo que atraia a elite colonial do Brasil para formar a

mesma configuração política.Representantes das elites regionais do Brasil

Manter a condição de reino do Brasil para manter os privilégios recebidos desde 1808; Afastar o risco de radicalizações populares que pudessem levar à perda de seu poder socioeconômico. A elite do Centro-sul articulada em torno da Corte de D. João, defendia a criação de uma monarquia Dual, com o revezamento da sede do império entre Lisboa e Rio de Janeiro (a questão do local da sede no Brasil fazia as elites divergirem. Os baianos, queriam a sede em Salvador; Os representantes do Grão-Pará e Maranhão queriam a manutenção do poder em Lisboa), com a supremacia política e econômica do Brasil.

Membros da realeza Resistir a qualquer tentativa de diminuição do poder real.

CONSEQUENCIAS: A família real volta a Portugal, mas Dom João deixa seu filho no Brasil como regente.

2.5. A INDEPENDÊNCIA

As Cortes de Lisboa retiraram boa parte da autonomia do Brasil para Portugal voltar a ser o centro de poder do Império Português e exigiram a volta de Dom Pedro.

Ao perceber que os deputados portugueses não abririam mão da subordinação do Brasil, a elite colonial organizou-se em torno de Dom Pedro, dando-lhe apoio para resistir e desobedecer às ordens que chegavam de Lisboa (assim surgia o Partido Brasileiro).

O confronto se intensificou até Dom Pedro decretar a emancipação política do Brasil.

BIBLIOGRAFIA:

Page 9: Apostila de Historia Do Terceiro Bimestre Segundo Ano

COTRIM, Gilberto. História global Brasil e geral. Volume único. 6º edição. São Paulo: Saraiva, 2002.CAMPOS, Flavio de; CLARO, Regina. A Escrita da História 2. Coleção A Escrita da História. Ensino Médio. Edições Escala Educacional: São Paulo. 2010.

QUESTIONÁRIO

1. A VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL AJUDOU A NÃO CRIAR MOVIMENTOS DE INDEPENDENCIA PELO BRASIL. POR QUE A FAMÍLIA REAL FUGIU DE PORTUGAL?

2. DIGA UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE O MOVIMENTO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E DO RESTANTE DA AMÉRICA LATINA.

3. DIGA UMA DAS CONSEQUÊNCIAS DA VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL.4. APONTE QUATRO MEDIDAS ADOTADAS POR D. JOÃO VI DURANTE SUA ESTADIA NO BRASIL.5. OS PORTUGUESES ESTAVAM SATISFEITOS COM A MANUTENÇÃO DA ESTADIA DE D. JOÃO VI

NO BRASIL? JUSTIFIQUE.6. APONTE AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)?7. QUAL FOI O DESFEIXO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA?8. QUAIS OS OBJETIVOS DA REVOLUÇÃO DO PORTO?9. QUAL FOI O DESFEIXO DA REVOLUÇÃO DO PORTO?10. A DIVERGÊNCIA ENTRE DEPUTADOS BRASILEIROS E PORTUGUESES NA CORTE EM PORTUGAL

DESENCADEOU A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. JUSTIFIQUE.11. ATUALMENTE, EXISTE UMA DIVERGÊNCIA ENTRE HISTORIADORES SOBRE OS REAIS MOTIVOS

DE D. PEDRO TER TRAÍDO O PAI E LIDERADO O MOTIVO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. QUE PESQUISE PARA SABER QUE DIVERGÊNCIA É ESSA.

TRABALHO DE PESQUISA LIBERTADORES DAS AMÉRICASFABRICAÇÃO DE HERÓIS NACIONAIS

Turmas 2009, 2010, 2012.

Data final da entrega: 29/09 Valor total: 4,0

Vocês se agruparão em grupos de três e no máximo quatro pessoas. Elaborarão um vídeo de no mínimo 4 minutos e no máximo 8 minutos com um dos personagens do quadro

abaixo. Todos os membros do grupo terão que participar do vídeo. Os alunos que não quiserem elaborar um vídeo deverão comunicar ao professor Orlando (eu!) até o dia 15 de

agosto por escrito. Os alunos que não elaborarem o vídeo farão uma apresentação em sala para a turma de no mínimo 10 minutos e

no máximo 30 minutos sobre um dos personagens listados abaixo em data a ser combinada com o professor Orlando.

Os alunos que não elaborarem o vídeo farão uma apresentação de forma individual ou grupo de até 4 pessoas. Caso tenham dúvidas, me procurem. Utilizem a área apoio se tiverem dúvidas de como fazer a pesquisa.

Regras:

Não será tolerado que um, ou mais, integrante do grupo leia durante a gravação do vídeo ou da apresentação em sala.

Não será tolerada apresentações iguais as de outros grupos mesmo que sejam de turmas diferentes . Produzam vídeos próprios, estudem, criem. Não serão toleradas ofensas pessoais e palavras de baixo calão. Diga no vídeo o lugar que pesquisaram (fontes). Se apresentem. Não quero nada escrito, apenas falado. Durante a apresentação para a turma e a elaboração do vídeo, poderá ser utilizada apresentação de slides.

Page 10: Apostila de Historia Do Terceiro Bimestre Segundo Ano

Observação: Copiar algo é plágio. Plágio é crime. Pesquisar em um local, como site ou livro, não significa que tenha que copiar o que está escrito nele. Colocar a fonte é mostrar onde estudou. Caso ocorra plágio o trabalho será zerado. Observação: Caso algumas das regras acima sejam desrespeitadas, o grupo perderá pontos ou terá o trabalho zerado.

PERSONAGENS

AUGUSTIN ITÚRBIDE SIMÓN BOLIVAR SAN MARTIN JOSÉ ARTIGASPADRE HIDALGO D. PEDRO I BERNADO O’HIGGINS PADRE MORELOSANTONIO JOSÉ DE SUCRE

TOUSSAINT L’OUVERTURE

TIRADENTES

Auxílio: O aluno deverá citar os feitos do personagem; Quais as dificuldades encontradas pelo personagem; A época em que o personagem viveu; O motivo do personagem ser considerado importante; Quando e porque tal personagem passou a estar nos livros de história.