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Fl 1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO GABINETE DO COMANDANTE B Br r a aç ço o F Fo or r t t e e, , M Mã ão o A Am mi i g ga a! ! PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA BRASÍLIA-DF 2008

Apostila do Programa Educação Financeira-2008

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Page 1: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 1

MMIINNIISSTTÉÉRRIIOO DDAA DDEEFFEESSAA EEXXÉÉRRCCIITTOO BBRRAASSIILLEEIIRROO

GGAABBIINNEETTEE DDOO CCOOMMAANNDDAANNTTEE

BBrraaççoo FFoorrttee,, MMããoo AAmmiiggaa!!

PPRROOGGRRAAMMAA DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO FFIINNAANNCCEEIIRRAA BBRRAASSÍÍLLIIAA--DDFF

22000088

Page 2: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 2

S U M Á R I O

PREFÁCIO ............................................................................................................. 3

HISTÓRICO DO PROGRAMA .................................................................................. 3

MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CONCEITOS BÁSICOS ................... 5

1. A importância da educação financeira para a vida ..................................................... 5 2. Pontos básicos da educação financeira .................................................................... 6 3. Educação financeira para os nossos filhos ............................................................... 7 4. Juros compostos na HP 12C e no Excel ................................................................... 8 5. Custo de oportunidade e depreciação ..................................................................... 14 6. Liquidez ............................................................................................................ 15 7. Curto, médio e longo prazo .................................................................................. 15

MÓDULO 2 - ENDIVIDAMENTO ............................................................................. 16 1. A dificuldade em poupar ....................................................................................... 16 2. Compradores compulsivos .................................................................................... 17 3. Tipos de devedores ............................................................................................. 17 4. Como evitar a inadimplência ................................................................................. 17 5. Gerenciamento da dívida ...................................................................................... 18 6. Aspectos legais (SPC, SERASA, Cod Def Cons) ........................................................ 18

MÓDULO 3 - PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........................................................... 19 1. Conceitos ........................................................................................................... 19 2. Classificação das despesas ................................................................................... 19 3. Redução de despesas ........................................................................................... 20 4. Exercícios práticos ............................................................................................... 20 5. Elaboração do orçamento doméstico ...................................................................... 22 6. Planilhas do orçamento doméstico ......................................................................... 22

MÓDULO 4 - BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................. 23 1. Conceito ............................................................................................................ 23 2. Ativo ................................................................................................................. 23 3. Passivo .............................................................................................................. 23 4. Balanço patrimonial ............................................................................................. 23 5. Análise do balanço patrimonial .............................................................................. 23 6. Ativos bons e ativos ruins ..................................................................................... 23 7. Exemplo de balanço patrimonial ............................................................................ 24

MÓDULO 5 - INVESTIMENTOS .............................................................................. 25 1. Conceitos ........................................................................................................... 25 2. Opções de investimentos ..................................................................................... 27

a. Renda fixa ...................................................................................................... 27 b. Renda variável ................................................................................................ 28

3. A Escolha do investimento certo ........................................................................... 33 4. Dez erros que você deve evitar na gestão do seu dinheiro ........................................ 34

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 35

SITES RELACIONADOS ......................................................................................... 35

ANEXOS ............................................................................................................... 36 Anexo A - Planilha de levantamento da situação financeira ....................................... 37 Anexo B - Pesquisa de preços - Modelo e Planilha no Excel ....................................... 40 Anexo C - Planilha diária ...................................................................................... 44 Anexo D - Planilha mensal .................................................................................... 45 Anexo E - Planilha anual ....................................................................................... 46 Anexo F - Investimentos - Perguntas freqüentes ...................................................... 47 Anexo G - Artigos para reflexão ............................................................................ 54

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA I. PREFÁCIO

O presente programa tem a finalidade de ministrar conhecimentos sobre educação financeira ao público-alvo (integrantes do EB), com o objetivo principal de levar a uma profunda reflexão sobre a forma como lidamos com o dinheiro. Essa reflexão visa conduzir à maturidade financeira, isto é, que aqueles que assimilarem os conceitos e idéias expostas no presente trabalho passem a adotar uma atitude mais racional em suas decisões financeiras pessoais.

Essa racionalidade no trato com o dinheiro é, em regra, propiciada pelo grau de instrução financeira de cada um. Fomentar uma conscientização no campo das finanças pessoais, por meio da sensibilização e do conhecimento, seria, em suma, o objeto do presente trabalho. Esse conhecimento e essa conscientização financeira são fundamentais para termos uma vida financeira organizada e planejada e, dessa forma, alcançarmos, em curto, médio ou longo prazo, a tranqüilidade financeira.

Aos participantes do programa são disponibilizadas, além do conhecimento, ferramentas técnicas, que contribuirão para uma melhor formação na matéria, tais como: planilhas de orçamento doméstico, exercícios práticos, pesquisas de preço, entre outras, possibilitando o aprendizado, por meio de exercícios práticos e dinâmicas de grupo, de alguns dos conceitos aqui expostos.

O presente trabalho pode ser considerado um programa, uma vez que utiliza indicadores de gerenciamento para medir e comparar, ao longo do tempo, a situação financeira dos participantes. Esses indicadores (índice de endividamento, índice de poupança, variação patrimonial) são relativamente simples de serem calculados e manuseados, a fim de possibilitar ao próprio participante aferir os resultados alcançados e, dessa forma, capacitá-lo a gerir com competência e profissionalismo suas finanças pessoais e familiares.

Esse trabalho aborda o tema Educação Financeira de forma completa, haja vista que engloba todos os assuntos necessários para uma gestão eficiente e eficaz dos recursos financeiros pessoais. Assuntos que vão desde noções básicas de contabilidade, economia, matemática financeira e até noções sobre os vários tipos de investimentos disponíveis no mercado financeiro, passando pelo planejamento financeiro. Busca-se tratar o tema de forma técnica e científica sem, contudo, deixar de lado o enfoque sócio-cultural que o assunto exige, pois a maneira como lidamos com o dinheiro revela muito de nós mesmos.

Atualmente a equipe do Programa é composta pelo Gen Div R1 Moura Barreto, coordenador e palestrante do Programa, pelo Ten Cel João Carvalho, autor e palestrante, e pelo 1º Sgt Erivaldo, co-autor das planilhas no excel.

O tema Educação Financeira não se esgota com esse trabalho. Nossa equipe apenas está iniciando o assunto no âmbito do Exército Brasileiro, por uma iniciativa louvável do Comando do Exército. Portanto, críticas e sugestões no intuito de melhorar e aperfeiçoar essa iniciativa serão muito bem aceitas pela equipe.

Considero o presente trabalho apenas como uma ferramenta colocada à disposição do nosso público interno. A decisão de usar ou não essa ferramenta está em nossas mãos.

Ten Cel João Carvalho

II. HISTÓRICO DO PROGRAMA

O presente trabalho começou a ser desenvolvido ao final de 2003, no 3º Batalhão de Engenharia de Construção, em Picos-PI. Na ocasião, exercendo a função de Subcomandante do Batalhão, chegavam às minhas mãos cobranças de débitos, inclusive por vias judiciais, envolvendo alguns integrantes do Batalhão. Quando o problema chegava à Organização Militar já estava fora de controle. Normalmente, o militar havia acumulado débitos e estava inadimplente em vários lugares ao mesmo tempo: bancos, lojas, supermercados, minimercados e, mais grave ainda, devendo a agiotas, que geralmente pressionavam com todo tipo de ameaça, inclusive de morte.

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Levando os problemas mais graves ao conhecimento do Comandante, verificava-se que a situação era muito complicada, pois se constatava que, naquele momento, apenas medidas disciplinares não resolveriam o problema. Passei a negociar pessoalmente algumas dívidas de companheiros e foi possível perceber algumas características que estavam presentes em todas aquelas situações de total perda de controle das finanças. As pessoas que se encontravam nesse quadro:

- lidavam com o dinheiro de forma impulsiva e irracional;

- não usavam qualquer tipo de planejamento para adquirir bens;

- não tinham nenhuma noção dos juros, que pagavam nos diversos empréstimos contraídos para rolar a dívida;

- não sabiam quanto deviam e, pior, quanto estavam recebendo no final do mês;

- também não tinham a mínima idéia do total de suas despesas mensais e continuavam comprando, além do necessário, mesmo com um alto grau de endividamento.

Em suma, essas pessoas viviam em um completo caos financeiro.

Confesso que ao lidar com os problemas de endividamento dos companheiros, comecei a refletir sobre a minha própria situação. A minha vida financeira, até aquele momento, resumia-se a uma rolagem de uma dívida sem fim. Eu vinha gastando mais do que ganhava desde a EsPCEx! Vivia no vermelho há mais de 22 (vinte e dois) anos! E o que eu havia construído até então? Praticamente, nada. Meu patrimônio resumia-se a um automóvel financiado.

A partir de então, decidi mudar esse quadro de descontrole financeiro, com medidas simples, tais como: levantamento dos gastos mês a mês, corte de despesas desnecessárias, redução do uso do cartão de crédito e do cheque especial, redução do uso do crédito, uso do planejamento financeiro, entre outras medidas que têm possibilitado, a mim e a minha família, trilhar, pouco a pouco, o caminho da tranqüilidade e da prosperidade financeira.

Em conversas com o Cel Goulart, então Comandante do Batalhão, verificou-se a necessidade de se ministrar uma palestra que orientasse o pessoal da OM na administração de suas finanças pessoais e a lidar de forma mais racional, madura e inteligente com o dinheiro. Enfim, que mostrasse a importância e a necessidade de se ter as finanças domésticas sob o mais cerrado controle e administradas sob padrões de racionalidade.

Nessa perspectiva, recebi o encargo de preparar uma palestra sobre o tema Educação Financeira e ministrá-la para 02 (dois) públicos distintos: para oficiais e sargentos, bem como para cabos/soldados e servidores civis. A palestra teve uma aceitação muito além do esperado, com uma repercussão que extrapolou os muros do quartel e fui, então, convidado para ministrar a palestra no Banco do Brasil e em outras OM.

Em 2004, com minha transferência para a 19ª CSM, o projeto - ainda incipiente – constituído apenas por uma palestra, foi apresentado para o então Chefe da 19ª CSM, que sugeriu que o projeto fosse transformado em um Programa, com indicadores de gerenciamento, e que fosse aplicado na OM. O desafio foi aceito e assim o fizemos. Após a aplicação do programa na 19ª CSM, o seu conteúdo foi ministrado em várias outras OM, a saber: 28º BC (Aracaju-SE), 6ª RM (Salvador-BA), 35º BI (Feira de Santana-BA), 5ª RM (Curitiba-PR), 20º BIB (Curitiba-PR), 63º BI (Florianópolis-SC), entre outras Unidades, alcançando mais de 30 (trinta) Organizações Militares.

Em maio de 2007, as palestras do Programa foram ministradas na Secretaria de Economia e Finanças (SEF) e para as OM do Comando Militar do Planalto, situadas na Guarnição de Brasília.

Em 2008, por orientação do Senhor Comandante do Exército, o ciclo de palestras sobre Educação Financeira será levado a todos os Comandos Militares de Área e também para as Escolas de Formação e Aperfeiçoamento do Exército Brasileiro.

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Fl 5

MÓDULO 1

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CONCEITOS BÁSICOS

1. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA A VIDA

A educação financeira deve ser entendida como um conjunto amplo de orientações e esclarecimentos sobre posturas e atitudes adequadas no uso e planejamento dos recursos financeiros pessoais e familiares. É a aptidão, preparo para lidar com conceitos e questões financeiras (receitas, despesas, juros, negócios, investimentos, etc). É a capacidade de saber utilizar o dinheiro como ferramenta para tornar a vida melhor, mais criativa, mais produtiva e mais equilibrada.

Qual é o objetivo da educação financeira?

De acordo com Aron Belinky, secretário-executivo da Ecopress - agência de notícias ambientais - o principal objetivo da educação financeira é proporcionar qualidade de vida, garantindo que tenhamos - hoje e no futuro - a segurança material e as condições para uma vida feliz, com realização profissional e pessoal.

"O objetivo é mudar o pensamento de acumular cada vez mais dinheiro para a idéia de viver cada vez melhor", afirma Belinky.

Para ele, a grande confusão está em ver o dinheiro como objetivo ao invés de vê-lo como instrumento. "O importante é que a pessoa priorize a satisfação ao consumo. Viver bem não significa comprar mais um celular ou outro carro, e sim aproveitar a vida", ensina.

Princípios da educação financeira

Segundo Belinky, o planejamento financeiro é essencial para garantir um futuro, ser previdente e evitar situações de riscos e carência. "No entanto, ter mais dinheiro não significa ser mais feliz ou ter mais qualidade de vida. O importante é planejar-se para ter o suficiente, sem consumir com exagero e desperdício".

A educação financeira deveria fazer parte da formação básica de todo cidadão e seus princípios deveriam ser transmitidos de pais para filhos, como ocorre com os princípios de ética e valores, e à escola deveria caber o papel de aprofundar seus conceitos. Infelizmente, o oposto está ocorrendo. Os filhos estão aprendendo em casa da forma errada: pais que não realizam qualquer planejamento financeiro, que vivem endividados, que fazem maus negócios, por não terem noções básicas de finanças. E dessa forma passam o mau exemplo para seus filhos, em um círculo vicioso, que precisa ser interrompido pela Educação Financeira, que precisa ser adquirida já, por meio do sistema educacional ou pelo esforço individual, por intermédio de cursos, palestras e/ou leitura de literatura especializada.

Apesar da necessidade da Educação Financeira na formação de cidadãos bem-sucedidos, em um mundo cada vez mais complexo, o seu ensino tem sido negligenciado pelo sistema educacional. Essa lacuna na formação de nossos estudantes tem sido responsável por muitos fracassos pessoais e familiares. Países desenvolvidos como Inglaterra, EUA e alguns países da Europa incluíram a matéria Educação Financeira na grade curricular de suas escolas, como matéria obrigatória, já há algum tempo.

A falta de educação financeira gera estresse, noites mal dormidas, preocupações triplicadas, entre outros problemas. Muitas pessoas vivem preocupadas com o contracheque. Assim, o trabalhador, sua família e seus ideais tornam-se “reféns” do salário. Se formos associar esse despreparo financeiro ao desemprego, essa situação se torna desesperadora!

Qual a principal pergunta que uma pessoa faz a si mesma quando perde o emprego? Como farei para honrar meus compromissos? Isso sem contar que, geralmente, as recolocações costumam levar, em média, seis meses.

Estamos vivendo a Era da Informação, onde não há mais garantia de emprego e as pessoas permanecem menos tempo no mesmo vínculo.

Passamos da Era Agrícola, há dez mil anos, para a Era Industrial, bem mais recente, há cerca de duzentos anos, para finalmente entrarmos na Era da Informação, que se inicia a partir do final da década de 80 e início da década de 90. Vários eventos históricos assinalam o início dessa nova Era: o fracasso dos sistemas socialistas, o fim dos regimes totalitários, o surgimento da internet, a globalização financeira, a revolução nas telecomunicações, a queda das barreiras entre os países.

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Fl 6 Na Era da Informação a única certeza é a mudança e a evolução: da tecnologia, do

conhecimento, dos produtos, das pessoas e do emprego. Em uma Era onde a instabilidade é a regra, você não pode mais depender somente da empresa, do governo ou do sistema previdenciário estatal para tomar conta de você, quando não puder mais trabalhar ou quando você se aposentar. Seu futuro nos novos tempos está muito mais em suas próprias mãos. Portanto, precisamos ser instruídos financeiramente para administrar bem nossas finanças pessoais e familiares, fazermos bons negócios, valorizar o dinheiro, investir com inteligência, para que dessa forma possamos construir um futuro digno para nós e para aqueles por quem somos responsáveis.

CICLO DA VIDA FINANCEIRA

Fonte: HALFELD, Mauro. INVESTIMENTOS: Como administrar melhor seu dinheiro

Ciclo financeiro da vida: poupar e acumular um patrimônio é a única opção.

Se as pessoas mudam com a idade, também mudam suas necessidades financeiras. Quando analisada do ponto de vista financeiro, a vida de cada indivíduo pode ser dividida em fases, onde as necessidades e os objetivos são diferentes, mudando gradualmente ao longo do tempo.

Um exemplo é o padrão de receitas e despesas. Existem fases em nossa vida, por exemplo, quando as despesas aumentam bastante: quem tem filhos sabe exatamente o que isso significa para o orçamento. Também as receitas variam, pois saímos de uma situação de salários mais baixos no início da carreira para uma situação muito melhor na meia idade, quando a maioria atinge seu apogeu profissional.

No entanto, não somente as receitas e as despesas mudam ao longo do tempo. Também a necessidade de poupança vai se alterando, permitindo que alguns períodos de nossa vida possam ser ideais para acumulação de uma reserva financeira. Outros, por sua vez, são aqueles onde precisamos usar recursos poupados anteriormente para manter nosso padrão de vida. 2. PONTOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

a. Como ganhar dinheiro - aprender a ganhar dinheiro é fundamental, pois ter nível superior não é garantia de futuro tranqüilo. Hoje, a expectativa de vida do ser humano é muito maior. A nova geração pode viver 120 ou 130 anos. Viverão mais tempo do que as gerações anteriores e para isso vão precisar guardar mais dinheiro, para poder viver durante muito mais tempo e não depender de filhos ou do governo. Todos precisam estar preparados financeiramente para se reorganizar e enfrentar situações inéditas.

Idade

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Fl 7 b. Como poupar - todos sabem que precisam ter uma reserva, mas muitos não sabem que

poupar é prazeroso e leva a uma vida equilibrada. c. Como gastar - saber como gastar o dinheiro não é uma tarefa fácil. Ser capaz de

escolher o que é melhor agora, levando em conta o que é importante, exige bom senso e experiência. Gastar é um ato de inteligência.

d. A responsabilidade social e ética no ganho e uso do dinheiro – reforçar na educação da nova geração que a idéia de responsabilidade social e ética deve estar sempre presente na forma de ganhar e usar o dinheiro. 3. EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA OS NOSSOS FILHOS

a. Ensinar ao seu filho a distinguir as coisas que compramos porque “queremos” daquelas que “precisamos”.

b. Desde cedo faça seu filho entender a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro.

c. Ensinar a criança a controlar o consumo por impulso, mostrando como elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado.

d. Explicar aos filhos que tipo de trabalho realizam. Isso ajudará a criança a estabelecer relação entre ganho de dinheiro e os limites de seu uso.

e. Mostrar as diferenças entre coisas “caras” e “baratas” em diferentes ambientes (padaria, farmácia, papelaria etc).

f. Assumir as próprias deficiências com relação ao dinheiro. Use o bom senso e não dê lições de moral.

g. Estimular a criança a participar do orçamento doméstico, incentivando-a a dar sugestões sobre modos de reduzir despesas.

h. Dar mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala.

VALOR DA MESADA

Dos 6 aos 11 anos, de acordo com os especialistas, as crianças devem receber o dinheiro na forma de semanada. Depois, podem recebê-lo mensalmente

Até os 11 anos ______ x R$ 1 = __________________ Idade Valor VALOR DA SEMANADA

Dos 12 aos 14 anos ______ x R$ 8 = _________________ Idade Valor VALOR DA MESADA

Dos 15 aos 18 anos ______ x R$ 12 = _________________ Idade Valor VALOR DA MESADA

i. Não se sentir desanimado se a criança gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros é normal e vai ensiná-la a evitar erros maiores no futuro.

j. Reforçar a idéia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro.

k. Resista à tentação de presentear seu filho a todo o momento. Estipule as ocasiões que você considera mais propícias para isso.

l. Em hipótese alguma estabeleça relação entre desempenho nos estudos e o ganho de dinheiro. Troque-o por um abraço afetuoso.

m. Procure envolver os avós no processo de Educação Financeira da criança, explicando as razões do limite e pedindo que colaborem.

n. Cuide para que a mesada seja um instrumento de amadurecimento financeiro da criança e não uma fonte de conflitos.

o. Não use a suspensão da mesada como forma de punição por malcriações ou baixo rendimento escolar. Essa não é sua função.

p. Fixe um dia para o pagamento da mesada, mantendo-o sempre o mesmo.

q. Não estabeleça como condição para a mesada a realização de tarefas na casa. A criança poderá recusar-se a cumpri-las se não precisar de dinheiro.

Page 8: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 8 r. Ensine a importância de poupar. Proponha uma meta de poupança e incentive seu filho a

alcançá-la.

s. Não o recrimine por suas compras. No entanto, procure impor algumas restrições a gastos que você não concorde.

t. Não se torture por não dar a seu filho tudo o que ele pede. Dessa maneira, ele será um adulto responsável, produtivo e com auto-estima.

Cássia D’Aquino 4. JUROS COMPOSTOS

- São os famosos juros sobre juros. Exemplo: Aplicação de R$ 100,00 (cem reais) durante 7 meses, à taxa de 10% ao mês,

com juros compostos:

JUROS = 10,00 + 11,00 + 12,10 + 13,31 + 14,64 + 16,10 + 17,71 = 94,87 CAPITAL AO FINAL DO 7º MÊS = 100,00 + 94,87 = 194,87 - Fórmula para a capitalização dos juros: Fórmula Traduzida: FV = PV (1 + i )n FV = Valor Futuro ou Montante, do inglês future value. PV = Valor Presente ou Capital Inicial, do inglês present value. i = Taxa de Juros, de interest rate, em inglês. n = Número de Períodos, de number, em inglês. No exemplo acima: FV = 100,00 ( 1 + 0,1 )7 = 100,00 ( 1,1 )7 FV = 100,00 x 1,9487 = 194,87

- R$ 1.000,00 a diferentes taxas, em diferentes períodos:

Credor Taxa (%) 12 meses 24 meses 36 meses

FAM * 1.205,55 1.495,13 1.874,03

CHEQUE ESPECIAL 7,16 2.292,94 5.257,57 12.055,28

CARTÃO DE CRÉDITO 9,00 2.812,66 7.911,08 22.251,23

AGIOTA 10,00 3.138,43 9.849,73 30.912,68

* 1,57%, 1,69% e 1,76%, respectivamente.

Os cálculos acima poderão ser realizados no site do Banco Central: www.bcb.gov.br/?VALORFUTURO

10,00 11,00

12,1013,31

14,64 16,10

17,71

R$ 194,87

R$ 177,15R$ 161,05

R$ 146,41R$ 133,10R$ 121,00R$ 110,00

R$ 100,00

0 20 40 60 80

100 120 140 160 180 200 220

0 mês 1 mês 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6 meses 7meses

Page 9: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 9

R$ -

R$ 5.000,00

R$ 10.000,00

R$ 15.000,00

R$ 20.000,00

R$ 25.000,00

R$ 30.000,00

R$ 35.000,00

1 8 15 22 29 36Meses

FAM Cheque Especial Cartão de Crédito Agiota

- Qual o segredo dos juros compostos?

TEMPO E TAXA DE JUROS.

DEPÓSITO ÚNICO

Taxa Anual Tempo (Anos) Valor

% 10 20 30

6 8.954,24 16.035,68 28.717,46

12 15.529,24 48.231,47 149.799,61

15 20.227,79 81.832,69 331.058,86 5.000,00

18 26.169,18 136.965,17 716.853,19

6 17.908,48 32.071,35 57.434,91

12 31.058,48 96.462,93 299.599,22

15 40.455,58 163.665,37 662.117,72 10.000,00

18 52.338,36 273.930,35 1.433.706,38

6 26.862,72 48.107,03 86.152,37

12 46.587,72 144.694,40 449.398,83

15 60.683,37 245.498,06 993.176,58 15.000,00

18 78.507,53 410.895,52 2.150.559,58 - Curiosidade

A Ilha de Manhattan foi comprada dos Índios Nativos Americanos, em 1624, por US$ 24,00.

Esses mesmos US$ 24, se aplicados a juros compostos anualmente, à taxa de 8%, valeriam, no final de 2007, 383 anos depois, valeriam US$ 151 trilhões de dólares!

No exemplo acima:

FV = 24,00 ( 1 + 0,08 )383 = 24,00 ( 1,08 )383

FV = 24,00 x ( 6,328464 x 1012 )

FV = US$ 151.883.100.000.000,00

Page 10: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 10 - JUROS COMPOSTOS NA HP-12C E NO EXCEL

FUNÇÕES FINANCEIRAS DA HP 12C

Tecla Função

PV Tecla utilizada para o cálculo ou armazenamento do valor presente de uma operação, ou seja, o principal ou capital.

FV Esta tecla é destinada para o cálculo ou armazenamento do valor futuro, ou seja, o montante de uma operação (montante = principal + juros).

I Tecla utilizada para calcular ou armazenar a taxa percentual de juros. PMT Com esta tecla armazenam-se ou calculam-se as prestações ou parcelas iguais. N Calcula ou armazena o número de períodos iguais do fluxo.

CHS Utilizada para trocar o sinal de um número (de + para – ou vice-versa)

EXEMPLOS: 1) Qual o valor do resgate relativo à aplicação de um capital de R$ 1.000,00, por 3 meses,

a uma taxa de juros compostos de 10% ao mês? Dados: PV = R$ 1.000,00 I = 10% ao mês n = 3 meses FV = ?

Solução pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. 1000 CHS PV -1.000,00 Introduz o valor do principal inicial. 10 i 10,00 Introduz a taxa da operação. 3 n 3,00 Introduz o prazo da operação. FV 1.331,00 Calcula o valor do resgate.

Solução no Excel Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?VALORFUTURO

2) Quanto uma pessoa deve aplicar hoje para ter acumulado um montante de R$ 10.000,00 daqui a 24 meses, a uma taxa de juros de 1 % ao mês, segundo o regime de capitalização composta?

Dados: FV = R$ 10.000,00 I = 1% ao mês n = 24 meses PV = ?

Solução pela fórmula: FV = PV (1 + i )n , onde: PV = __FV__ (1 + i )n

Substituindo os valores na fórmula, temos:

PV = 10.000,00 = R$ 7.875,66 (1 + 0,01)24

Solução pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registros. 100000 FV -10.000,00 Introduz o valor do montante. 1 i 1,00 Introduz a taxa de juros mensal. 24 n 24,00 Introduz o prazo da operação. PV 7.875,66 Calcula o valor do principal inicial.

Solução no Excel Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?VALORFUTURO

3) Determine a taxa mensal de juros compostos cobrada por um banco em um empréstimo no valor de R$ 8.000,00, por 8 meses, cujo valor final pago foi de R$ 10.000,00.

Dados: PV = R$ 8.000,00 FV = R$ 10.000,00

Page 11: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 11 n = 8 meses i = ? % ao mês

Solução pela fórmula: FV = PV x (1 + i )n Substituído os valores, temos: 10.000,00 = 8.000,00 x (1 + i )8 (1 + i )8 = 10.000,00 8.000,00 (1 + i)8 = 1,25 1 + i = ( 1,25 )1/8 i = ( 1,25 )1/8 - 1 i = 0,0283 i = 2,83% ao mês

Solução pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registros. 8000 CHS PV -8.000,00 Introduz o valor do principal. 10000 FV 10.000,00 Introduz o valor do montante. 8 n 8,00 Introduz o prazo da operação. i 2,83 Calcula a taxa de juros mensal.

Solução no Excel Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?VALORFUTURO

4) Qual o montante acumulado pela aplicação de um capital de R$ 5.000,00, à uma taxa de juros de 3% ao mês, pelo prazo de 72 dias corrido, segundo o regime de capitalização composta?

Dados: PV = 5.000,00 i = 3% ao mês n = 72 dias = 72 = 2,40 meses 30 FV = ?

Pela fórmula: FV = PV x ( 1 + i )n FV = 5.000,00 x ( 1 + 0,03)72/30 FV = R$ 5.367,59

Pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. 5000 CHS PV -8.000,00 Introduz o valor do principal inicial. 3 i 3,00 Introduz a taxa de juros mensal. 72 ENTER 30 : n 2,40 Introduz o prazo da operação. FV 5.367,59 Calcula o valor do montante. Solução no Excel

5) Qual a taxa de juros cobrada em uma operação de empréstimo para capital de giro, cujo principal de R$ 20.000,00 proporcionou a quantia de R$ 37.450,31 de montante, após um período de 120 dias, segundo o regime de capitalização composta?

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. 20000 CHS PV -20.000,00 Introduz o valor do principal inicial. 37450.31 FV 37.450,31 Introduz o valor do montante. 4 n 4,00 Introduz o prazo da operação em meses. i 16,98 Calcula a taxa de juros mensal. Solução no Excel Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?VALORFUTURO

6) Uma empresa tomou emprestado de um banco a quantia de R$ 50.000,00 por meio de uma operação de empréstimo para capital de giro, a uma taxa de prefixada de juros compostos de 4,5% ao mês, pelo prazo de 73 dias. Qual o valor final a ser pago pela empresa?

Page 12: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 12 Pressione Visor Significado

f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. 50000 CHS PV -50.000,00 Introduz o valor do principal. 4,5 i 4,50 Introduz a taxa de juros mensal. 73 ENTER 30 : n 2,43 Introduz o prazo da operação em meses. FV 55.652,71 Calcula o valor a ser pago pela empresa. Solução no Excel

7) Uma pessoa aplicou a quantia de R$ 10.000,00 em um Certificado de Depósito Bancário (CDB), a uma taxa de juros compostos de 18% ao ano (ano-base de 360 dias corridos), pelo prazo de 72 dias. Sabendo-se que sobre o valor do rendimento bruto (juros) foi descontado o Imposto de Renda à alíquota de 22,5%, quando do resgate, pergunta-se:

a) Qual o valor do resgate bruto?

b) Qual o valor do Imposto de Renda?

c) Qual o valor do resgate líquido (valor do resgate bruto - valor do Imposto de Renda)?

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. 10000 CHS PV -10.0000,00 Introduz o valor do principal investido. 18 i 18,00 Introduz a taxa de juros anual. 72 ENTER 360 : n 0,20 Introduz o prazo da operação em anos. FV 10.336,57 Calcula o valor do resgate bruto. 10000 - 336,57 Valor do rendimento bruto (juros). 22,5 % 75,73 Valor do Imposto de Renda. - 260,84 Valor do rendimento líquido. 10000 + 10.260,84 Valor do resgate líqiudo.

- PRESTAÇÕES IGUAIS, SEM ENTRADA - UTILIZANDO A TECLA END

1) Um fogão está anunciado por R$ 350,00 para pagamento à vista ou em 5 prestações iguais e mensais, sendo a primeira paga 30 dias após a compra.

Calcule o valor das prestações, sabendo que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 5% ao mês.

Dados: PV = R$ 350,00 n = 5 prestações i = 5% ao mês PMT = ?

Pela fórmula: PMT = PV x ( 1 + i )n x i ( 1 + i )n - 1 PMT = 350 x ( 1 + 0,05 )5 x 0,05 PMT = 80,84 ( 1 + 0,05 )5 - 1

Solução pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g END 0,00 Posiciona no modo END (sem entrada). 350 CHS PV -350,00 Introduz o valor do principal. 5 i 5,00 Introduz a taxa de juros mensal. 5 n 5,00 Introduz o número de prestações. PMT 80,84 Calcula o valor das prestações.

Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?PRESTFIXA

2) Quanto devo aplicar hoje (PV), a uma taxa de juros compostos de 1% ao mês, para poder receber a partir do próximo mês, 6 prestações iguais de R$ 500,00?

Dados: PMT = R$ 500,00 n = 6 prestações i = 1% ao mês PV = ?

Page 13: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 13 Pressione Visor Significado

f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g END 0,00 Posiciona no modo END (sem entrada). 500 CHS PMT -500,00 Introduz o valor da prestação. 1 i 1,00 Introduz a taxa de juros mensal. 6 n 6,00 Introduz o número de prestações. PV 2.897,74 Calcula o valor do principal.

Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?PRESTFIXA

3) Qual a taxa de juros compostos cobrada no financiamento de um televisor à vista de R$ 520,00, para pagamento em 12 prestações iguais e mensais, sem entrada, de R$ 55,13 cada?

Dados: PV = R$ 520,00 PMT = R$ 55,13 n = 12 prestações i = ? ao mês

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g END 0,00 Posiciona no modo END (sem entrada). 520 CHS PV -520,00 Introduz o valor do principal. 12 n 12,00 Introduz o número de prestações. 55.13 PMT 55,13 Introduz o valor das prestações. i 3,91 Calcula a taxa de juros mensal.

4) Um carro está sendo financiado por meio de uma operação de leasing da seguinte forma:

- Valor à vista do bem: R$ 26.000,00. - Condições de financiamento: 20% do valor do bem, a título de entrada, e o saldo em

24 prestações iguais de R$ 1.100,00, vencendo a primeira 30 dias após a entrada.

Qual a taxa de juros cobrada em tal operação? PULO DO GATO! O valor a ser financiado é de R$ 20.800,00 e não R$ 26.000,00, pois será pago R$

5.200,00 de entrada! Logo o PV será R$ 20.800,00. Então:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g END 0,00 Posiciona no modo END (sem entrada). 20800 CHS PV -20.800,00 Introduz o valor do principal. 24 n 24,00 Introduz o número de prestações. 1100 PMT 1.100,00 Introduz o valor das prestações. i 2,00 Calcula o valor da taxa de juros.

- PRESTAÇÕES IGUAIS COM ENTRADA - UTILIZANDO A TECLA BEGIN

1) Uma geladeira está anunciada por R$ 1.000,00 para pagamento à vista ou em 12 prestações iguais e mensais, sendo a primeira paga no ato da compra (com entrada). Calcule o valor das prestações, sabendo que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 4,5% ao mês.

Dados: PV = R$ 1.000,00 n = 12 prestações (com entrada) i = 4,5% ao mês PMT = ?

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g BEGIN 0,00 Posiciona no modo BEGIN (com entrada). 1000 CHS PV -1.000,00 Introduz o valor do principal. 4,5 i 4,50 BEGIN Introduz a taxa de juros mensal. 12 n 12,00 BEGIN Introduz o número de prestações. PMT 104,94 BEGIN Calcula o valor das prestações.

Page 14: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 14 2) Qual a taxa de financiamento de um televisor de 29 polegadas, cuja entrada é de R$

180,00 e um saldo devedor de 5 prestações no mesmo valor da entrada, sabendo que o valor à vista é de R$ 950,00?

Dados: PV = 950,00 PMT = 180,00 n = 6 i = ?

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g BEGIN 0,00 Posiciona no modo BEGIN (com entrada). 950 CHS PV -950,00 Introduz o valor do principal. 6 n 6,00 BEGIN Introduz o número de prestações. 180 PMT 180,00 BEGIN Introduz o valor de cada prestação. i 5,44 BEGIN Calcula o valor da taxa de juros mensal.

- SISTEMA PRICE OU FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO Uma geladeira no valor de R$ 1.000,00 foi financiada em 48 prestações iguais mensais

de R$ 55,32, segundo o Sistema Price de Amortização. Calcule: a) a taxa mensal de juros compostos cobrada nessa operação; b) o total acumulado de juros e principal pago nas 35 primeiras prestações; c) o saldo devedor imediatamente após o pagamento da 35ª prestação; d) o valor dos juros e principal contido na 36ª prestação; e) o saldo devedor imediatamente após o pagamento da 36ª parcela.

Solução pela HP-12C:

Pressione Visor Significado f CLX 0,00 Limpa todos os registradores. g END 0,00 Posiciona no modo END (sem entrada). 1000 CHS PV -1000,00 Introduz o valor financiado. 48 n 48,00 Introduz o número de prestações. 55,32 PMT 55,32 Introduz o valor das parcelas. i 5,00 Calcula o valor da taxa de juros mensal. 35 f AMORT 1.455,82 Juros acumulados nas 35 primeiras parcelas. X ⇔ Y 480,38V Valor do principal amortizado em 35 parcelas. RCL PV -519,62 Saldo devedor após o 35º pagamento. 1 f AMORT 25,98 Valor dos juros incluídos na 36ª parcela. X ⇔ Y 29,34 Valor da amortização incluída na 36ª parcela. RCL PV -490,28 Saldo devedor após o pagamento da 36ª parcela. 5. CUSTO DE OPORTUNIDADE E DEPRECIAÇÃO

Gasto Médio de um Automóvel, com um ano de uso, no valor de R$ 25.000,00

Despesa Mensal (R$) Anual (R$)

Seguro (5% ao ano) 104,20 1.250,00

IPVA (3% ao ano) 62,50 750,00

Estacionamento 40,00 480,00

Manutenção 125,00 1.500,00

Depreciação Prevista (10% ao ano) 208,30 2.500,00

Custo de Oportunidade (6% ao ano) 125,00* 1.500,00

Multas e Eventualidade ? ?

Total 665,00 7.980,00

* Custo dado pelo uso alternativo do recurso. No exemplo acima, seria a aplicação dos R$ 25.000,00, utilizados na aquisição do automóvel, em uma caderneta de poupança, com juros de 0,5% ao mês.

Page 15: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 15 O valor do custo mensal do automóvel em questão de R$ 665,00 mensais, se investidos

em uma aplicação financeira, oferecendo 0,5% de juros reais por mês, irão valer:

Em 10 anos: R$ 109.524,66

Em 20 anos: R$ 308.793,48

Em 30 anos: R$ 671.342,52

E aplicado a 1% de juros reais por mês, irão valer:

Em 10 anos: R$ 154.505,49

Em 20 anos: R$ 664.433,37

Em 30 anos: R$ 2.347.392,66

DEPRECIAÇÃO DO AUTOMÓVEL NOVO

VEÍCULOS 0 Km Após 1 anos Após 2 anos Após 3 anos

Chevrolet Celta 1.0 4p 25.590 -16,6% -20,9% -23,7%

Volkswagem Gol 1.6 4p 31.060 -14% -22,1% -31,8%

Fiat Palio Weekend 1.8 44.900 -16,3% -26,3% -32,6%

Ford Focus Ghia 2.0 63.850 -21,6% -34,1% -41,3

Toyota Corolla Xei 1.8 60.791 -18,9% -28,8% -32,6%

- Fonte: Bolsa Jornal do Carro

Entre os especialistas não há consenso sobre um índice anual de depreciação dos veículos. Em geral, o carro sofre a maior desvalorização no primeiro ano, entre 15% e 30%, e se reduz gradualmente, estabilizando-se a partir do quarto ano, com um índice anual de 10%. No entanto, outros fatores pesam na hora da venda além da depreciação, como a quantidade de quilômetros rodados, o estado do veículo, o uso que é feito dele (passeio ou serviço), por exemplo. Até a cor do carro influencia no momento da revenda.

A troca por veículos numa concessionária da própria marca, muitas vezes, é a opção de muitos para não perder dinheiro. 6. LIQUIDEZ

- Maior ou menor facilidade de se negociar um bem, convertendo-o em dinheiro.

Hierarquia de liquidez de ativos: Dinheiro vivo Caderneta de Poupança Ouro Fundos de Ações Ações na Bovespa Imóveis urbanos Imóveis rurais Negócios próprios Antiguidades - Reserva de Emergência = de 3 a 6 x Despesa Mensal

7. CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO

- Depende do seu horizonte de tempo, isto é, quanto tempo você dispõe para alcançar uma determinada meta.

- Exemplo: se você tem vinte anos para atingir um objetivo, então: • Curto prazo: seria até três anos; • Médio prazo: entre três e dez anos; • Longo prazo: a partir de dez anos.

Fim do Módulo I

Page 16: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 16

MÓDULO 2

ENDIVIDAMENTO

1. A DIFICULDADE EM POUPAR - A origem primitiva da necessidade de consumir; - Sociedade de Consumo; - Hábitos adquiridos no período de hiperinflação; - O apelo do marketing; - A necessidade de compensar carências afetivas; - Falta de objetivos na vida; - Falta de Educação Financeira.

- Valor a ser poupado:

Perfil Valor da Reserva (% em

relação ao rendimento líquido) Solteiro, no começo da carreira 5 a 10 Casado, sem filhos, no começo da carreira 5 a 15 Casado com filhos pequenos e vida financeira estável 10 Casado com filhos na escola 5 Marido e mulher têm rendimentos – com ou sem filhos 10 a 15 cada um Pessoas maduras, com filhos já encaminhados na vida 15 a 20

- Simulação de aplicação na poupança (Taxa de 6,17% ao ano) Valor Mensal

Depositado (R$) 10 Anos 20 Anos 30 Anos

50,00 8.463,77 23.865,93 51.894,44 100,00 16.927,53 47.731,86 103.788,88 150,00 25.391,30 71.597,80 155.683,32 200,00 33.855,06 95.463,73 207.577,76 250,00 42.318,83 119.329,66 259.472,20 300,00 50.782,59 143.195,59 311.366,64 350,00 59.246,36 167.061,53 363.261,08 400,00 67.710,13 190.927,46 415.155,52 450,00 76.173,89 214.793,39 467.049,96 500,00 84.673,66 238.659,32 518.944,40 600,00 101.565,19 286.391,19 622.733,29

- Para se ter R$ 1 Milhão aos 60 anos de idade, você precisa de aplicações mensais de:

Idade atual Taxa de 8% ao ano

Taxa de 10% ao ano

Taxa de 12% ao ano

25 R$ 466,73 R$ 297,22 R$ 183,18 35 R$ 1.100,12 R$ 810,82 R$ 593,05 45 R$ 2.962,03 R$ 2.509,76 R$ 2.121,08 50 R$ 5.551,72 R$ 5.003,41 R$ 4.505,92

Poupança = Receitas - Despesas

Anos de Estudo (Brasil) Rendimentos de todas as fontes (R$) Menos de 1 ano 257,43 Entre 1 e 3 anos 314,24 Entre 4 e 7 anos 425,08 Entre 8 e 10 anos 740,80 Entre 11 e 14 anos 1.067,05 15 anos ou mais 2.594,45

Fonte: PNAD 2005 para idade de 45 anos

Anos de Estudo (EUA) Renda Anual Média (US$) Primeiro Grau 20.781 Segundo Grau 38.563

Graduação em Faculdade 64.293 Mestrado 76.065 Doutorado 92.316

Fonte: U.S. Bureau of the Census, Money Income in the United States, 1996

Page 17: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 17 2. COMPRADORES COMPULSIVOS

Muitos são os motivos que levam uma pessoa a comprar: a necessidade, a diversão, os modismos, a importância, o status e o apelo mercadológico do comércio. Mas há quem consuma pelo simples prazer de comprar, de adquirir alguma coisa independente da sua utilidade ou significado.

O ato de comprar indiscriminadamente é uma doença chamada oneomania, que atinge as pessoas caracterizadas como compradoras compulsivas. A oneomania é um distúrbio bastante controvertido do ponto de vista psiquiátrico e psicológico.

Alguns especialistas consideram a oneomania uma doença obsessiva-compulsiva. Nesse caso, a pessoa teria outros comportamentos compulsivos característicos, além de comprar – como contar objetos sem conseguir parar, por exemplo. No caso desses sintomas estarem ausentes, a oneomania é considerada um distúrbio no controle dos impulsos.

Para auxiliar pessoas que sofrem da oneomania foi criado um grupo conhecido como Devedores Anônimos. Fundado nos Estados Unidos em 1967, o Devedores Anônimos (DA) tem o propósito de ensinar seus membros a reaprender a lidar com o dinheiro e para isso realizam cálculos das despesas domésticas e as relacionam com os ganhos mensais da pessoa.

Nas reuniões do grupo, o consumidor compulsivo encontra o conforto e a possibilidade de desabafar com outros que sofrem da mesma doença. No Brasil o DA foi criado em São Paulo em, estando presente hoje também nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Minas e Bahia.

3. TIPOS DE DEVEDORES Ocasionais - situação devedora causada por um imprevisto; Descuidados - total descontrole das finanças (compradores compulsivos); Crônicos - passam a vida inteira devendo. Muitos deles agem por má-fé. Calculistas - planejam ficar no vermelho por um determinado período para atingir

metas. - Explicações para o endividamento: ganhar pouco, família grande, ajuda à família,

doenças, acidentes, outras.

4. COMO EVITAR A INADIMPLÊNCIA • O primeiro passo é se conscientizar que o dinheiro não é elástico, por isso é importante

saber o que é imprescindível e guardar uma parte. Nós somos os responsáveis pelo nosso futuro.

• O segundo é reunir a família. Faça um levantamento de todos os gastos, inclusive com o cafezinho. O casal deve sempre decidir em conjunto onde cortar gastos, quanto guardar e onde pôr o dinheiro.

• O terceiro é traçar objetivos: metas de curto, médio e longo prazos. • O quarto é abandonar a onda de consumismo (saia de casa com apenas uma folha de

cheque na carteira e adquira o hábito de sair de casa com o dinheiro contado). • O quinto é começar a economizar nas pequenas coisas (dar valor ao dinheiro que ganha

com muito suor): - Utilizar racionalmente o telefone celular; - Habituar-se a apagar a luz toda vez que sair de um recinto e usar lâmpadas menos

potentes em certos ambientes; - Fechar bem a torneira para que ela não fique pingando; - Diminuir a chama do fogão quando os alimentos começarem a ferver; - No verão, colocar o chuveiro elétrico na posição “Verão”; - Pesquisar preços antes de comprar qualquer produto. Não ter vergonha de sair da loja e

comprar no vizinho que é mais barato; - Ficar atento aos preços das tarifas públicas, como água e luz, que têm sofrido reajustes

elevados. • O sexto é não avançar no limite do cheque especial – já que as taxas de juros são

elevadas. É bom não esquecer que esse limite não é um salário a mais. Tentar diminuir gradativamente o endividamento e só comprar à vista.

- Cheque pré-datado: ao utilizá-lo, faça constar do pedido ou da nota fiscal os números dos cheques pré-datados e as datas previstas para os descontos.

- Os valores deverão fazer parte do orçamento do consumidor. • O sétimo é não parcelar as compras no cartão de crédito, para não arcar com juros de

cerca de 8% e 9% ao mês, respectivamente, ou taxas de 152% a 181% ao ano. • Cartão de crédito: o controle das despesas realizadas com cartão exige cuidados. O

consumidor deve verificar a conveniência de ter mais de um cartão (alguns consultores são

Page 18: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 18 contra ter mais de um), não se esquecendo de incluir, nas despesas, as anuidades. Convém o pagamento integral da fatura. Os juros cobrados no parcelamento são elevados.

• O oitavo é cortar supérfluos. • O nono é elaborar um orçamento doméstico. • O décimo é fazer uma pequena reserva no fim do mês, que irá se multiplicar nos meses

seguintes, se você tomar gosto pelo hábito da poupança. Um cofrinho em casa é um começo. Poupar vai aumentar sua auto-estima.

• Não há fórmula mágica para melhorar de vida. As pessoas de baixa renda devem buscar serviços extras, aproveitando seu tempo livre ao máximo.

5. GERENCIAMENTO DA DÍVIDA - Para quem perdeu o controle 1º) Seguir os quatros primeiros passos listados em “Como evitar a inadimplência”. 2º) Considerar a possibilidade da venda de um bem para eliminar ou amortizar o

endividamento. 3º) Pratique a avareza. Neste caso não é pecado. 4º) Corte a TV a cabo e o celular. Prefira um pré-pago. 5º) Passe longe dos shopping centers. 6º) Renegocie dívidas, quando o corte de despesas não-essenciais não resolver o

problema. Cuidado para não cair no golpe de não trocar seis por meia dúzia. 7º) Saia do cheque especial e busque um empréstimo pessoal, mas antes confirme se os

juros e as condições são favoráveis. A mesma dica é dada para quem está com dívida no cartão de crédito. Ou procure um empréstimo familiar. Mantenha sempre uma“ficha limpa” com seus familiares e amigos, pagando rigorosamente em dia seus empréstimos. Essa costuma ser a mais barata fonte de crédito.

8º) Adquira o hábito de comprar à vista e adie a compra enquanto não tiver o dinheiro todo. Uma interessante alternativa é buscar comprar bens usados que, geralmente, são muito mais baratos. Livros, eletrodomésticos e móveis podem muito bem ser adquiridos em “segunda-mão”.

- A cartilha da renegociação • Se não houver condições para pagar uma dívida no vencimento, o melhor é avisar o

credor, se possível com antecedência. A medida demonstra o empenho em resolver a questão quanto antes.

• Seja claro e honesto com o credor. Explique seus problemas, sem desculpas ou rodeios. • Procure evitar intermediários. As empresas de cobrança e os consultores de dívidas

ganham um porcentual sobre o valor devido e têm menos autonomia para negociar a diminuição de encargos ou o alongamento dos prazos.

• Peça um demonstrativo da dívida para verificar quanto está sendo cobrado em multa, principal ou juros de mora.

• Pleiteie juros menores para o parcelamento. Alguns credores chegam a abrir mão das taxas para garantir o recebimento do principal. As multas de atraso também podem ser eliminadas do saldo total. Taxas de juros ou multas acima de 2% são consideradas altas.

• Negocie dentro de suas possibilidades financeiras. Não assuma um pagamento mensal maior do que pode suportar.

• Não aceite a cobrança de honorários advocatícios nem despesas de cobrança. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, esses custos devem ser pagos por quem contrata os serviços – no caso o credor.

• Use qualquer sobra do orçamento para tentar negociar o pagamento à vista de suas dívidas, dando prioridade àquelas com encargos mais altos, como financeiras, cartões de crédito e cheque especial.

• Caso não se sinta preparado para entrar numa renegociação sozinho, procure o serviço de auxílio ao consumidor inadiplente oferecido gratuitamente pela Serasa.

- Estudo de caso 1 - Solução do estudo de caso 1

6. ASPECTOS LEGAIS (SPC, SERASA, Cod Def Cons) As informações sobre inclusão/exclusão do nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC),

SERASA, Código de Defesa do Consumidor poderão ser consultadas no site: www.endividado.com.br

Fim do Módulo III

Page 19: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 19

MÓDULO 3

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

1. CONCEITOS

- Gerir com maturidade financeira suas finanças pessoais (investimentos, despesas, patrimônio, dívidas), a fim de viabilizar a realização dos seus sonhos: casa própria, poupar para a educação dos filhos, fazer a viagem dos sonhos, investir de acordo com o perfil pessoal, ser bem sucedido na carreira profissional, tornar-se empresário, ter uma aposentadoria tranqüila, ter qualidade de vida, entre outros.

- Inclui a realização do seu orçamento, a racionalização dos gastos e a otimização de seus investimentos.

- O planejamento financeiro não se resume ao orçamento doméstico, que é apenas uma das ferramentas para sua realização. É necessário também estabelecer objetivos/metas de curto, médio e longo prazo, além de estratégias para alcançá-los.

- Um planejamento financeiro eficiente pode fazer mais por seu futuro do que 30 ou 40 anos de trabalho.

- Eventos que podem originar a necessidade do planejamento financeiro: • compra ou venda de negócios de família • crise financeira • herança ou repartição de bens • mudanças na carreira profissional • planejamento para filhos ( nascimento, adoção, educação ) • planejamento para aposentadoria • preparação para casamento, separação • recebimento de grande soma de dinheiro ou inesperada queda financeira

- O planejamento das finanças não visa apenas o sucesso financeiro, ele é relevante para o sucesso pessoal e profissional.

- O gerenciamento adequado das finanças é o diferencial entre sonhadores e realizadores. - ALGUNS EQUÍVOCOS A RESPEITO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

1. Confundir Planejamento Financeiro com Investimentos; 2. Esperar momentos de crise para tomar a iniciativa de fazer o Planejamento Financeiro; 3. Esperar retornos irreais para seus investimentos; 4. Não estabelecer objetivos financeiros mensuráveis; 5. Pensar que Planejamento Financeiro é a mesma coisa que planejamento para

aposentadoria; 6. Pensar que Planejamento Financeiro é para quando ficarem velhos; 7. Pensar que Planejamento Financeiro é Planejamento Tributário; 8. Pensar que Planejamento Financeiro é somente para quem possui muito dinheiro; 9. Pensar que utilizar os serviços de um Consultor Financeiro, significa perder o controle

de suas finanças pessoais; 10. Tomar uma decisão financeira sem entender seus efeitos em sua situação financeira

global. 2. CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS

• Obrigatórias Fixas - despesas que não podem ser eliminadas ou reduzidas. Ex: aluguel, IPTU, IPVA, condomínio, etc...

• Obrigatórias Variáveis - despesas que não podem ser eliminadas, mas podem ser reduzidas. Ex: alimentação, luz, gás, água, telefone, combustível, vestuário, higiene, limpeza, escola, remédios, manutenção do carro, etc...

• Não Obrigatórias Fixas - são as despesas que você pode eliminar, mas não pode reduzir. Ex: empregada, plano de saúde, assinaturas de jornal e revistas, TV a cabo, taxa de clube, seguro do carro, etc...

• Não Obrigatórias Variáveis - são as despesas que podem ser eliminadas e reduzidas. Ex: celular, produtos de beleza, viagens, cinema e teatro, discos, livros, etc...

Page 20: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 20

3. REDUÇÃO DE DESPESAS - Reduzir as despesas OV. - Eliminar e/ou reduzir despesas NOF e NOV.

Fonte: FRANKENBERG, Louis. Seu Futuro Financeiro - 2 Ed. Rio de Janeiro, Campus, 1999.

4. EXERCÍCIOS PRÁTICOS a. Sugestões de redução de despesas

Nr Ord

Para iniciar ou incrementar a poupança

Para quem perdeu o controle

01 Usar racionalmente o telefone fixo Telefone fixo somente para receber chamadas e fazer chamadas locais - pulsos da franquia

02 Trocar o celular de linha por um de cartão

Desfazer-se do telefone celular

03 Diminuir o tempo do banho quente (05 Min)

Cortar o chuveiro quente

04 Trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas e apagá-las quando não estiver usando

Idem

05 Diminuir as despesas com restaurantes, bares, lanchonetes, etc...

Cortar despesas com restaurantes, bares, lanchonetes, etc...

+ + + + + + +

FUNDO DERESERVA

RECEITAS GLOBAIS

DA FAMÍLIA

ORÇAMENTO FAMILIAR

RENDA

COMPANHEIRO/A

SALÁRIO

PRINCIPAL

JUROS

OUTRASRENDAS

Aluguel

0

Alimen-ção e

Limpeza

-5%

Vestuá-rio

-3%

Presta-ções

-2%

Higiene Pessoal

-1%

Cheque Especial

0

Lazer

-1%

Trans-porte

0

EXEMPLO DE

ECONOMIA FEITA EM ALGUNS

DOS ITENS

12% Total de

Economia

Page 21: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 21

06

07

08

09

10

b. Estabelecimento de metas de curto, médio e longo prazo

Cada pessoa, casal ou família deve tentar elaborar suas próprias metas e objetivos. O

teste que descrevemos deve apenas servir como um exemplo. Modifique-o à vontade para incluir suas próprias prioridades e sonhos.

Você irá reencontrar algumas das metas descritas a seguir em diversas partes do

Programa. Os seres humanos têm muitos sonhos em comum. Coloque uma data ao preencher seu próprio teste.

1) Meus/nossos objetivos de curto prazo (de 1 a 3 anos) são: Cortar as despesas mensais do orçamento doméstico em R$ ______________________ Reduzir gradativamente o endividamento por cartões, cheques especiais, etc.

mensalmente em _____ % ou R$ ________________________________________________ Iniciar uma poupança mensal de R$ _______________________________________ Incrementar minhas/nossas receitas em R$ __________________________________ Outro(s) objetivo(s) (tenha tantos quanto desejar):

OBJETIVO CUSTO PRAZO

(MESES) %

APLICAÇÃO VALOR

MENSAL

Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?APLICACAO

2) Meus/nossos objetivos de médio prazo (de 3 a 10 anos) são: Tentar eliminar completamente compras a prazo, cheques pré-datados, cheques

especiais, endividamento por cartões de crédito além do período de graça, etc. Ter uma reserva de emergência, no valor de 3 a 6 vezes a despesa mensal, para

imprevistos, em caderneta de poupança ou outra aplicação. R$ _________________________ Iniciar um fundo de educação para os filhos de mensalmente R$ ___________________ Comprar um carro, ano/modelo _________. Guardar mensalmente R$_______________ Adquirir o primeiro imóvel, casa de campo, terreno ou sítio. Poupar mensalmente R$____

_______________________________________________________ Fazer uma viagem para ______________ (local) guardar mensalmente R$ ___________

Page 22: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 22 Outro(s) objetivo(s) (tenha tantos quanto desejar):

OBJETIVO CUSTO PRAZO

(MESES) %

APLICAÇÃO VALOR

MENSAL

Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?APLICACAO

3) Meus/nossos objetivos de longo prazo (de 10 a 30 anos) são: Investir R$ __________ mensalmente, tendo por finalidade preparar a aposentadoria por

meio de um plano complementar de previdência, tipo FAPI ou PGBL. Possuir uma renda total de pelo menos R$ __________ mensais quando me(nos)

aposentar(mos). Investir R$ __________________________ numa carteira ou fundo de ações. Possuir o próprio negócio ou empreendimento. Poupar mensalmente R$ _____________ Possuir capital suficiente para dar uma educação universitária e pós-universitária para

os filhos. Poupar mensalmente R$ ________________________ Ter um patrimônio financeiro de, no mínimo, R$ ________________________________ Ter um patrimônio total de R$ ______________________________________________ Outro(s) objetivo(s) (tenha tantos quanto desejar):

OBJETIVO CUSTO PRAZO

(MESES) %

APLICAÇÃO VALOR

MENSAL

Calculadora Financeira do bcb: www.bcb.gov.br/?APLICACAO

5. ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DOMÉSTICO

- Dicas

• Listar todos os gastos; • Guardar recibos, notas fiscais, tíquetes de supermercado e outros comprovantes de

despesas; • Lançar as despesas diariamente; • Convocar toda a família para participar.

6. PLANILHAS DO ORÇAMENTO DOMÉSTICO a. Pesquisas de preços (Anexo B) b. Planilha diária (Anexo C) c. Planilha mensal (Anexo D) d. Planilha anual (Anexo E) e. Percentual de gasto por item em relação à receita líquida. f. Gráficos.

Fim do Módulo III

Page 23: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 23

MÓDULO 4

BALANÇO PATRIMONIAL

1. CONCEITO É um raio x da situação financeira de uma pessoa. Confronta todos os bens e direitos (o que

você tem) com todas as obrigações (o que você deve). 2. ATIVO

Bens e direitos que você tem. 3. PASSIVO

Dívidas e obrigações a cumprir. 4. BALANÇO PATRIMONIAL

R$ 67.300,00TOTAL

R$ 11.000,00AUTOMÓVEL

R$ 50.000,00APARTAMENTO

ATIVO PERMANENTE

R$ 1.300,00PASEP

R$ 2.000,00EMPRÉSTIMO IRMÃO

ATIVO DE LONGO PRAZO (>1 ano)

R$ 2.000,00SALDO POUPANÇA

R$ 1.000,00SALDO C/C

ATIVO DE CURTO PRAZO (<1 ano)

ATIVO

R$ 67.300,00TOTAL

R$ 11.000,00AUTOMÓVEL

R$ 50.000,00APARTAMENTO

ATIVO PERMANENTE

R$ 1.300,00PASEP

R$ 2.000,00EMPRÉSTIMO IRMÃO

ATIVO DE LONGO PRAZO (>1 ano)

R$ 2.000,00SALDO POUPANÇA

R$ 1.000,00SALDO C/C

ATIVO DE CURTO PRAZO (<1 ano)

ATIVO

R$ 52.500,00SUBTOTAL

R$ 40.000,00PRESTAÇÃO IMÓVEL

EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO (>1 ano)

R$ 5.000,00PRESTAÇÃO IMÓVEL

R$ 6.000,00FINANC AUTOMÓVEL

R$ 1.500,00CARTÃO DE CRÉDITO

EXIGÍVEL DE CURTO PRAZO (<1 ano)

PASSIVO EXIGÍVEL

R$ 52.500,00SUBTOTAL

R$ 40.000,00PRESTAÇÃO IMÓVEL

EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO (>1 ano)

R$ 5.000,00PRESTAÇÃO IMÓVEL

R$ 6.000,00FINANC AUTOMÓVEL

R$ 1.500,00CARTÃO DE CRÉDITO

EXIGÍVEL DE CURTO PRAZO (<1 ano)

PASSIVO EXIGÍVEL

R$ 67.300,00TOTAL

R$ 67.300,00 - R$ 52.500,00= R$ 14.800,00

Ativo - Passivo Exigível

PATRIMÔNIO LÍQUIDO(sua riqueza)

R$ 67.300,00TOTAL

R$ 67.300,00 - R$ 52.500,00= R$ 14.800,00

Ativo - Passivo Exigível

PATRIMÔNIO LÍQUIDO(sua riqueza)

5. ANÁLISE DO BALANÇO PATRIMONIAL

a. PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO EXIGÍVEL No exemplo acima: Patrimônio Líquido = R$ 67.300,00 - R$ 52.500,00

Patrimônio Líquido = R$ 14.800,00

b. ÍNDICE DE LIQUIDEZ = ATIVO DE CURTO PRAZO = 3.000,00 = R$ 0,24 PASSIVO DE CURTO PRAZO 12.500,00

c. ÍNDICE DE COBERTURA DE DESPESAS MENSAIS = ATIVO DE CURTO PRAZO = = 3.000,00 = 1,24 DESPESAS MENSAIS

2.410,00

d. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO = PASSIVO = 52.500,00 = 78% ATIVO 67.300,00

e. ÍNDICE DE POUPANÇA = SOBRA DO MÊS = 90,00 = 3,6% RECEITAS 2.500,00

6. ATIVOS BONS E ATIVOS RUINS

a. Ativos bons geram renda para você e aumentam a sua solidez financeira. Ex: imóvel alugado, táxi arrendado, etc.

b. Ativos ruins dão despesas e reduzem o seu poder de compra. Ex: chácara, casa de praia, etc.

Ativo

Ativo Bom Renda

Ativo Ruim Despesas

Ativo

Ativo Bom RendaAtivo Bom Renda

Ativo Ruim DespesasAtivo Ruim Despesas

Page 24: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 24 7. EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL

a. ATIVO (O que você tem) 1) ATIVO DE CURTO PRAZO (pode ser convertido em dinheiro em menos de 01 ano)

a) Saldo em conta corrente R$ b) Saldo de poupança R$ c) Saldo em investimentos de curto prazo R$ d) Fundo de renda fixa R$ e) Outros R$

TOTAL DO ATIVO DE CURTO PRAZO (a) R$

2) ATIVO DE LONGO PRAZO (convertido em dinheiro em um prazo > 01 ano)

a) Empréstimos a familiares R$ b) FGTS R$ c) PIS/PASEP R$ d) Outros R$

TOTAL DO ATIVO DE LONGO PRAZO (b) R$

3) ATIVO PERMANENTE

a) Casa R$ b) Apartamento R$ c) Automóvel R$ d) Motocicleta R$ e) Bens móveis (TV, geladeira, DVD, etc) R$ f) Outros R$

TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (c) R$

4) TOTAL DO ATIVO (d) = (a+b+c) R$

b. PASSIVO (suas obrigações, dívidas)

1) EXIGÍVEL NO CURTO PRAZO (< 1 ano)

a) Cartões de crédito (VISA e outros) R$ b) Saldo devedor de empréstimos (FAM,CDC, etc) R$ c) Prestações do imóvel a vencer (até um ano) R$ d) Prestações do automóvel a vencer (até um ano) R$ e) Outros R$

TOTAL DO EXIGÍVEL NO CURTO PRAZO (e) R$

2) EXIGÍVEL NO LONGO PRAZO (> 1 ano)

a) Prestações do imóvel a vencer (maior que um ano) R$ b) Prestações do automóvel a vencer (maior que um ano) R$ c) Saldo devedor de empréstimos (maior que um ano) R$ d) Outros R$

TOTAL DO EXIGÍVEL NO LONGO PRAZO (f) R$

3) TOTAL DO PASSIVO (g) = (e+f) R$

c. PATRIMONIO LÍQUIDO (sua riqueza) = ATIVO - PASSIVO 1). TOTAL DO ATIVO (d) R$

2) TOTAL DO PASSIVO (g) R$

3) PATRIMONIO LÍQUIDO = (d-g) R$

Balanço Patrimonial no Excel Fim do Módulo IV

Page 25: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 25

MÓDULO 5

INVESTIMENTOS

Falar de investimentos, enquanto você ainda tem dívidas para pagar, não faz sentido. Afinal, o retorno que se obtém de qualquer aplicação financeira certamente é inferior ao custo do seu empréstimo. Assim, para quem ainda não está no azul, a prioridade não deve ser investir, mas quitar o mais rápido possível a sua dívida. O saneamento das finanças deve ser a primeira fase da vida financeira de qualquer pessoa ou família.

Uma vez alcançado este objetivo é hora de rever seus hábitos financeiros e elaborar um plano financeiro de forma a conseguir poupar regularmente - segunda fase da vida financeira. Uma vez que as finanças estejam em dia e em ordem e haja alguma sobra no orçamento, então você está pronto para investir.

Uma estratégia de investimento bem sucedida começa muito antes da decisão de investir, ela começa no momento em que você se familiariza com alguns conceitos básicos de economia, juros, planejamento financeiro - conceitos estudados no módulos anteriores. No módulo atual, vamos estudar alguns conceitos específicos sobre o mercado financeiro e suas diversas opções de investimentos, desde a opção mais conservadora, a poupança, até as mais arrojadas como ações e negócio próprios, passando por fundos DI e fundos de Renda Fixa. O conhecimento e o estudo das diversas opções disponíveis no mercado, irá nos preparar para investir bem e nos possibilitar, principalmente, otimizar e potencializar nossos escassos recursos financeiros disponíveis. 1. CONCEITOS

a. Poupança e Investimento Coloquialmente, podemos definir poupança como a parcela da renda não consumida. Mas

por que um indivíduo deixa de consumir? Para poder gastar mais no futuro. Esta poupança ou qualquer disponibilidade financeira pode ser investida, para aumentar o consumo futuramente. O investimento dos recursos financeiros de qualquer pessoa deve ser muito bem planejado para permitir atingir seus objetivos de consumo futuro.

As várias alternativas disponíveis devem ser analisadas observando-se suas necessidades quanto a rentabilidade, segurança e liquidez.

O objetivo da administração de investimentos é atender às necessidades do investidor em termos de rentabilidade, segurança e liquidez. Esses aspectos estão intimamente associados e a preferência por um, representa a aceitação de perda em outro. Exemplificando:

- A aplicação em caderneta de poupança é segura por contar com a garantia da instituição financeira e do Fundo Garantidor de Crédito, mas rende apenas 6% ao ano de juros.

- A compra de um imóvel pode se dar por uma pechincha, mas o investidor precisa estar consciente de que sua venda poderá ser demorada.

- A aplicação em ações pode ser rentável, mas o investidor terá de suportar as oscilações do mercado e assumir eventuais perdas de capital.

b. Rentabilidade, Segurança e Liquidez de um investimento.

INVESTIMENTO RENTABILIDADE SEGURANÇA LIQUIDEZ Poupança Baixa Boa Alta Imóveis Baixa Boa Baixa Ações Potencialmente alta Baixa Conforme a ação Ouro Baixa Boa Alta

A rentabilidade de um investimento é apurada pelo resultado da divisão do valor de resgate ou venda pelo valor da aplicação ou compra. Representa o resultado financeiro da operação.

Quanto mais previsível o valor de resgate/venda, maior a segurança e menor o risco do investidor.

Já liquidez é a capacidade de transformar o investimento em dinheiro.

Não existe investimento que seja simultaneamente rentável, seguro com liquidez. O investidor terá de optar pelo aspecto mais relevante na sua preferência.

Page 26: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 26 O risco pode ser definido como probabilidade de perda. Pode ser classificado como de

mercado e de crédito. O risco de mercado está associado à variação de preços do investimento, enquanto o risco de crédito é possibilidade do investidor não receber o devido por ocasião do resgate.

Uma máxima do mercado diz que “ao maior risco corresponde o maior retorno”.

c. Qual o objetivo do seu investimento?

Antes de decidir como investir o seu dinheiro, você precisa ter em mente qual o seu objetivo: você quer comprar uma casa, pagar seus estudos, garantir um pé de meia para emergências? É com base em suas metas que poderá definir, por exemplo, o prazo pelo qual poderá manter o dinheiro aplicado. Prazo este que terá implicações sobre o risco e liquidez da sua aplicação.

d. Definindo seu perfil de investidor

RESPONDA SIM OU NÃO SIM NÃO

1 - O investimento que você está analisando representa um percentual alto do seu patrimônio?

2 - Você tem mais de 40 anos? 3 - Você tem filhos ou outros parentes que dependem integralmente de você em termos financeiros?

4 - Você investe a maior parte dos seus recursos em poupança ou renda fixa?

5 - Você acha que vai precisar deste dinheiro no curto prazo? 6 - Você prefere um porto seguro a uma aventura? 7 - Você não toleraria perder parte do principal deste investimento? 8 - Você se considera conservador em termos de investimentos? 9 - Você faz seguro de tudo que é possível? 10 - Você nunca investiu em ações e fundos de ações?

Conte o Número de Respostas Afirmativas

c. Rentabilidade –

d. Segurança - e. CDI e Taxa Selic

A taxa básica de juros da economia brasileira, definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), é conhecida como Selic meta. Nos encontros mensais, os membros do Copom discutem uma série de fatores que afetam a economia, a fim de estabelecer qual será a taxa básica daquele período. "Eles examinam expectativas de inflação, taxas de juros dos países desenvolvidos, preços do petróleo, entre outras variáveis, e definem uma taxa de juros, com o objetivo de cumprir a meta de inflação para o ano", ensina o professor de mercados financeiros do Ibmec, Ricardo Humberto Rocha.

7 ou mais Você é conservador.

Mantenha-se em fundos de renda fixa

ou poupança.

Entre 4 e 6 Você tem um perfil

moderado. Pode arriscar um pouco.

3 ou menos Um perfil agressivo.

Pense em investimentos de

maior risco.

Page 27: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 27 Na reunião de março, o Copom optou por manter a Selic em 11,25% ao ano, com o

objetivo de evitar que a inflação de 2008 ultrapasse a meta de 5,5%. "A taxa estabelecida pelo Comitê, porém, é uma meta, um alvo. No dia-a-dia, a Selic costuma ser um pouco maior ou menor do que a definida na reunião", explica César Castanhar, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas.

A Selic diária, portanto, é um pouco diferente dos juros estabelecidos pelo Copom. Divulgada pelo próprio Banco Central (BC), ela é uma taxa média das operações com títulos públicos no dia. Estas negociações são registradas no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que dá origem ao nome da taxa.

Um dos fatores que pode influenciar a taxa diária é a liquidez do mercado. Quanto mais dinheiro há em circulação, maior a procura por títulos públicos federais e, portanto, menor a taxa oferecida pelo BC. "Se a taxa diária começar a escapar muito da meta estabelecida pelo Copom, o BC vai atuar no mercado e tentar trazê-la de volta", afirma Ricardo Humberto Rocha.

Selic e CDI: taxas próximas Os movimentos da Selic interferem nas mais diversas aplicações. Alguns dos

investimentos mais populares, como os fundos DI, têm como referência ( benchmark ) o CDI (Certificados de Depósito Interfinanceiro), que, por sua vez, tende a acompanhar a taxa básica de juros.

"O CDI é o instrumento com que as tesourarias dos bancos negociam recursos de curto prazo", define César Castanhar. "Mas funciona também como indexador. A média das taxas negociadas entre os bancos é calculada diariamente e usada como referência para aplicações financeiras", completa o professor.

As taxas Selic e do CDI tendem a ser muito próximas. Por isso, um fundo DI ou de renda fixa, que tem como objetivo acompanhar o CDI, costuma ter títulos públicos federais indexados à taxa básica de juros em suas carteiras.

"O CDI é como se fosse uma taxa espelho da Selic, mas, enquanto um é estabelecido pelas negociações entre os bancos, a outra é definida pelas operações com títulos do governo", conclui o professor Ricardo Humberto Rocha.

2. OPÇÕES DE INVESTIMENTOS

a. Renda Fixa

- Caderneta de Poupança Aplicação mais conservadora. Baixo Rendimento: TR + 0,5% ao mês. Baixo Risco. Alta liquidez. Considerada com o primeiro passo para o investimento. Ajuda a desenvolver um padrão de investimento. Disponível nos Bancos. Tributação: isenta de IR. Garantida até R$ 60.000,00 pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

- CDB - Certificados de Depósito Bancário

Títulos de créditos emitidos pelos bancos para captar recursos. Período: entre 30 e 1800 dias (05 anos). CDB pré-fixado.

Aplicações em Renda Fixa Aplicações em Renda Variável

Caderneta de Poupança Ações

CDB e RDB Imóveis

Fundos DI Negócios Próprios

Fundos de Renda Fixa Multimercado

Títulos Públicos Fundos Cambiais

Page 28: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 28 CDB pós-fixado. Risco Médio. Tributação: % IR sobre o rendimento e IOF. Tendência de queda dos juros: aplicar no pré-fixado. Tendência de alta: pós-fixado. Garantia até 60.000,00.

- RDB - Recibos de Depósito Bancário

Idênticos ao CDB. Não são recomprados pelos bancos antes do prazo indicado para o vencimento.

- Fundos DI

Fundos de renda fixa que buscam acompanhar a evolução do CDI/Selic. Investem mais em títulos públicos pós-fixados. A rentabilidade deve ser próxima aos índices. Risco: baixo Tributação - conforme tabela de tributação dos fundos Existe taxa de administração. Investir em produtos que rendam, no mínimo, 90% do CDI.

- Fundos de Renda Fixa

Aplica tanto em títulos públicos pré-fixados quanto em CDB. Possui taxa de administração. Composição da carteira deve ser analisada na escolha do fundo. Podem render menos que a poupança, em função da tributação.*

- Tesouro Direto

Compra e venda de títulos públicos federais sem intervenção bancária.

Baixa taxa de administração.

Baixo risco.

Operação online, por meio do CPF.

Rentabilidade muitas vezes maior que a de fundos e produtos bancários de renda fixa.

Para maiores informações e aplicações: www.tesourodireto.gov.br

b. Renda Variável - AÇÕES

Parcela em que se divide o capital de uma empresa. Tipos: - Ordinárias - dão direito de voto nas decisões e participação nos lucros. - Preferenciais - não dão direito de voto. O acionista tem prioridade no recebimento de

dividendos, às vezes em percentual maior que o recebido nas ordinárias. Quanto é preciso para começar?

Não existe um valor mínimo exigido para investir na Bolsa. Isso varia em função do preço das ações que se deseja comprar e até mesmo da Corretora que você escolher.

Como começar a investir?

Há diversas formas de investir em ações: • Individualmente: O investidor procura uma Corretora e contrata seus serviços. Em

seguida, com a assessoria dos profissionais da Corretora, o investidor escolhe as ações que deseja adquirir e transmite a ordem de compra diretamente para a corretora. Veja a lista de Corretoras da BOVESPA

• Clubes de Investimento: Um grupo de pessoas físicas se reúne e procura uma Corretora para constituir um Clube de Investimentos. Nesse caso, existe um representante do clube, que fica em contato com a corretora para transmitir as decisões acordadas entre os participantes. Saiba mais sobre Clubes de Investimento.

Page 29: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 29 • Fundos de Investimento: O investidor compra cotas de um fundo de ações, que

devem investir, no mínimo, 67% em ações, administrado por uma Corretora de Valores, um Banco ou um Gestor de Recursos independente, autorizado pela CVM.

Qual a melhor forma de escolher em que ações investir?

Para escolher as ações, o investidor deve ponderar três critérios: liquidez (facilidade de vender a ação quando quiser resgatar), retorno (possibilidade de ganhos) e risco (possíveis perdas). A combinação desses três elementos, a critério do investidor, definirá em quais ações aplicar.

Importante

Antes de iniciar seus investimentos, você deve fazer algumas ponderações. Ganhos a curto prazo não devem ser a expectativa de quem decide investir em ações. É aconselhável que o investidor não dependa do recurso aplicado em ações para gastos imediatos e que tenha um horizonte de investimento de médio e longo prazos, quando eventuais desvalorizações das ações poderão ser revertidas.

DEVO INVESTIR EM AÇÕES?

Fonte: HALFELD, Mauro. INVESTIMENTOS: Como administrar melhor seu dinheiro

Você tem reserva para emergências, seguro de

vida e seguro saúde?

Sim

Providencie os

três antes de

pensar em ações. Não

Se você tem um

objetivo dentro de

5 anos, não invista

em ações. É arriscado!

Você quer ganhar no

médio e longo prazo

(mais de 5 anos)?

Você precisa ganhar

no curto prazo

(menos de 5 anos)?

Sim

Não

Sim

Você está preparado

para investir.

Comece aos poucos.

Não coloque mais

de 30% de seu

patrimônio em Bolsa.

Você suporta quedas

de mais 30%,

em 1 ano?

Sim Não

Page 30: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 30

DEVO INVESTIR EM AÇÕES DIRETAMENTE OU EM FUNDO?

Fonte: HALFELD, Mauro. INVESTIMENTOS: Como administrar melhor seu dinheiro

- IMÓVEIS

Sensação de segurança - ativo real.

Risco Baixo.

Baixa liquidez.

Encargos administrativos.

Desvalorização.

Manutenção do imóvel.

Fundos imobiliários.

Quanto você tem

para investir?

Gosta de acompanhar o

mercado e selecionar ações?

Invista a metade em fundos e faça

sua carteira própria com o restante.

Entre R$ 30

e 100 mil

Sim

Mais de

R$ 100 mil

Menos de R$ 30 mil

Invista só em fundos de ações.

Você pode fazer sua própria

carteira se desejar.

Não

Page 31: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 31

DEVO COMPRAR OU ALUGAR MINHA RESIDÊNCIA?

Fonte: HALFELD, Mauro. INVESTIMENTOS: Como administrar melhor seu dinheiro

COMPARAÇÃO DAS TABELAS PRICE E SACRE PARA FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

Você tem reserva de

emergências6, seguro

de vida e seguro saúde?

Sim

Providencie os três

antes de pensar em

comprar imóveis. Não

Procure um financiamento

com juros baixos ou alugue um imóvel

mais simples até juntar a quantia

necessária.

Você tem dinheiro

para comprar à vista?

Ainda é cedo

Aguarde. Sua família já

está definida?

Sim

Não

Vá em frente

e boa sorte!

Não

Sim

Page 32: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 32 - NEGÓCIOS PRÓPRIOS

Necessidade de uma preparação prévia minuciosa: • Localização. • Informação. • Custos. • Reservas financeiras. • Mercado.

Usar a intuição Aptidão O risco da sociedade Levantar recursos necessários Razões do insucesso: • Falta de conhecimento do mercado. • Falta de maior dedicação. • Falta de motivação dos funcionários. • Falta de capital de giro. • Outras.

Estatística: • Após o 1º ano - 64% sobrevivem. • Após o 2º ano - 34%. • Após o 5º ano - 3%.

Estudo de caso 3 link

- MULTIMERCADO Combina renda fixa com renda variável ou renda fixa e câmbio. Retorno e risco intermediário. Existem as opções conservadoras, moderadas e agressivas. Tem taxa de admnistração. Possibilidade de superar o CDI/Selic.

- FUNDOS CAMBIAIS

Deve possuir pelo 80% do patrimônio aplicado em ativos relacionados à moeda estrangeira.

Usado como proteção diante de crises internacionais. Risco: alto

- FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Associação de investidores. Gestão profissional. Ganhos de escala. Diversificação de riscos. Redução de custos. Taxa de administração - 0,5 a 5% ao ano. Taxa de performance.

c. Tributação

- Aplicações de longo prazo - são consideradas aplicações de longo prazo aquelas cujo prazo seja superior a 365 dias.

Prazo da aplicação Alíquota de IR Até 180 dias 22,5%

De 181 a 360 dias 20% De 361 a 720 dias 17,5% Acima de 720 dias 15%

Page 33: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 33 - Aplicações de curto prazo - são consideradas aplicações de curto prazo aquelas cujo

prazo seja inferior a 365 dias. Possuem somente duas alíquotas:

Prazo da aplicação Alíquota de IR Até 180 dias 22,5%

Acima de 180 dias 20%

- Ações - possuem alíquota única de 15%:

Prazo da aplicação Alíquota de IR Independente do prazo da aplicação 15%

- Come-cotas: é a tributação que incide sobre os fundos de renda fixa de longo prazo e

de curto prazo e que ocorre semestralmente (último dia útil dos meses de Maio e Novembro). Para o cálculo deste imposto os fundos usam a menor alíq uota de cada tipo: 20% sobre os rendimentos para os fundos de curto prazo e 15% para os de longo prazo. Ele chama come cotas porque os Administradores dos fundos reduzem a quantidade de cotas dos investidores para pagar o imposto devido à Receita Federal.

- IOF: O Imposto sobre Operações Financeiras incide nos resgates feitos num período

inferior a 30 dias. O percentual do imposto pode variar de 96% a 0%, dependendo do número de dias decorridos da aplicação, e incide sobre o rendimento do investimento.

Veja como é feita a cobrança regressiva de IOF:

Número de dias decorridos

após a aplicação IOF

(em%) Número de dias decorridos

após a aplicação IOF

(em%) 1 96 16 46 2 93 17 43

3 90 18 40

4 86 19 36 5 83 20 33

6 80 21 30

7 76 22 26 8 73 23 23

9 70 24 20

10 66 25 16 11 63 26 13

12 60 27 10

13 56 28 6 14 53 29 3

15 50 30 0

3. A ESCOLHA DO INVESTIMENTO CERTO

a. A decisão por um ou outro investimento deve levar em conta: - Seu perfil;

- Os prazos de aplicação;

- Quantidade mensal de aportes ou retiradas;

- Sua disponibilidade financeira.

Page 34: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 34 b. Composição da carteira de acordo com o perfil do investidor

c. Regra 100 de alocação de ativos

REGRA 100 DE ALOCAÇÃO DE ATVOS

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

35 45 55 65

Idade

Renda Variável e Ativos Pouco Líquido Renda Fixa e Ativos Líquidos

4. DEZ ERROS QUE VOCÊ DEVE EVITAR NA GESTÃO DO SEU DINHEIRO

- Investir naquilo que você não conhece. - Concentrar seus investimentos em uma única aplicação. - Não ter uma reserva para emergências. - Perder o controle das dívidas. - Dar importância às grandes decisões e menosprezar as pequenas. - Não seguir os objetivos financeiros que você mesmo definiu. - Usar mais a emoção do que a razão na hora de investir. - Não correr riscos. - Não levar em conta a inflação, por menor que seja. - Desperdiçar o dinheiro no pagamento de juros desnecessários – comprar a prazo.

Fim do Módulo V

Page 35: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 35

REFERÊNCIAS 1. HALFELD, Mauro. INVESTIMENTOS: Como administrar melhor seu dinheiro – 3 Ed.

S.Paulo, Editora Fundamento Educacional, 2007. 2. HALFELD, Mauro. SEU DINHEIRO – 1 Ed. S.Paulo, Editora Fundamento Educacional,

2004. 3. ROBERT T. Kiyosaki - SHARON L. Lechter PAI RICO PAI POBRE - 46 Ed., Rio de Janeiro,

Campus, 2000. 4. EWALD, Luis Carlos. SOBROU DINHEIRO! - Lições de Economia Doméstica - 5 Ed. Rio de

Janeiro, Bertrand Brasil, 2003. 5. FRANKENBERG, Louis. Seu Futuro Financeiro - 2 Ed. Rio de Janeiro, Campus, 1999. 6. FRANKENBERG, Louis. Guia Prático para Cuidar do seu Orçamento - 5 Ed. Rio de

Janeiro, Campus, 2000. 7. FRANKENBERG, Louis. Sucesso e Independência: família, carreira e finanças para toda

a vida - 1 Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2007. 8. MARTINS, José Pio. Educação Financeira ao Alcance de Todos – 1 Ed. São Paulo, Editora

Fundamento Educacional, 2004. 9. CAVALCANTI, Francisco. Mercado de Capitais – 1 Ed., Rio de Janeiro, Campus, 2001. 10. D’AQUINO, Cássia. Educação Financeira: 20 dicas para ajudar você a educar seu filho

- 2 Ed. São Paulo, 2001. 11. BORGES, Luísa. Salve Seu Bolso: o mais completo guia para antes, durante e depois

da compra - 1Ed. S.Paulo, Editora Fundação Peirópolis, 1999. 12. MENDONÇA, Luís Geraldo. Matemática Financeira - Publicações FGV Management - 3

Ed. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2004; 13. LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais - 10 Reimpressão. São

Paulo, Editora Globo, 2003; 14. NOGAMI, Otto. Não Seja o Pato do Mercado Financeiro - 1 Ed. São Paulo, Editora

Avercamp, 2004. 15. EID JÚNIOR, William. Como Fazer o Orçamento Familiar - 3 Ed. São Paulo, Editora

Publifolha, 2001. 16. CERBASI, Gustavo. Casais Inteligentes Enriquecem Juntos - 1 Ed. São Paulo, Editora

Gente, 2004. 17. CERBASI, Gustavo. Dinheiro: Os Segredos de quem tem - 1 Ed. São Paulo, Editora

Gente, 2005. 18. ANTÔNIO, Cidinha C. Como Ficar Rico - 6 Ed. São Paulo, Editora Academia de

Inteligência, 2004. 19. TOSI, Armando José. Matemática Financeira com Ênfase em Produtos Bancários - 1

Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2003. 20. LEI nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor.

SITES RELACIONADOS

www.endividado.com.br

www.bcb.gov.br

www.infomoney.com.br

www.investshop.com.br

www.investuol.com.br

www.economatica.com.br

www.pladin.uol.com.br

www.abamecsp.com.br

Page 36: Apostila do Programa Educação Financeira-2008

Fl 36

www.ancor.com.br

www.serasa.com.br

www.bb.com.br

www.uol.com.br/economia

ANEXOS

Anexo A - Planilha de Levantamento da Situação Financeira

Anexo B - Pesquisa de Preços - Modelo e Planilha no Excel

Anexo C - Planilha Diária

Anexo D - Planilha Mensal

Anexo E - Planilha Anual

Anexo F - Investimentos - Perguntas Freqüentes

Anexo G - Simulador de Juros Compostos no EXCEL

Anexo H - Artigos para Reflexão

Brasília-DF, março de 2008.

EQUIPE DO PROGRAMA