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NOTAS DE AULA – Prof. Miriam Ribeiro

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  • NOTAS DE AULA Prof. Miriam Ribeiro

  • CAPTULO I

    A CINCIA ECONMICA

    1.1 Definio de Economia

    A economia a cincia que estuda a forma na qual os indivduos e a

    sociedade fazem suas escolhas e decises, para que os recursos disponveis,

    sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira para satisfazer as

    necessidades individuais e coletivas da sociedade.

    A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e servios e distribu-los para seu

    consumo entre os membros da sociedade.

    Pode-se dizer que a economia preocupa-se com a forma com que os

    indivduos economizam seus recursos, isto , como empregam sua renda de modo a obter o maior aproveitamento possvel. Do ponto de vista da sociedade

    em seu conjunto, a economia trata de como os indivduos alcanam o nvel de

    bem-estar material mais alto possvel a partir dos recursos disponveis.

    O objeto de estudo da cincia econmica a questo da escassez, isto , como economizar recursos.

    A economia somente se preocupa com as necessidades satisfeitas com

    bens econmicos, ou seja, com elementos naturais escassos ou com produtos

    elaborados pelo homem.

    1.1.1 A Economia como Cincia

    Cincia

    A palavra cincia designa um certo modo de conhecer as coisas, as

    pessoas, as atitudes, os conhecimentos. A cincia aquele tipo de

  • conhecimento que possui duas caractersticas, so elas: um conhecimento

    causal e metdico.

    1.2.2. A Economia Cincia

    A economia uma cincia no sentindo autntico do termo, pois fornece

    um conhecimento causal e metdico dos fatos econmicos, com os efeitos da

    decorrentes. Diante da realidade econmica observa, analisa, descobre as

    relaes de causa e efeito e permite a previso e ao eficaz.

    1.3 Diviso da Economia

    A economia est dividida em trs compartimentos: a economia descritiva,

    a teoria econmica e a poltica econmica.

    A economia descritiva e a teoria econmica formam a economia positiva,

    pois tem o objetivo de mostrar a realidade como ela . A poltica econmica

    forma a economia normativa, pois formula e prope novas situaes, como

    deve ser o comportamento das variveis econmicas no futuro.

    1.3.1. Economia Descritiva

    Na economia descritiva, os fatos econmicos so observados dando

    origem ao levantamento e a descrio da forma como os elementos atuam no

    Sistema Econmico.

    1.3.2. Teoria Econmica

    Os levantamentos realizados na economia descritiva so classificados e

    ordenados logicamente em leis, teorias e princpios.

    A teoria econmica desdobra-se em microeconomia, macroeconomia,

    desenvolvimento econmico e economia internacional.

  • Microeconomia - ocupa-se da anlise do comportamento das unidades

    econmicas dentro do sistema econmico. Estuda o comportamento de

    consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com

    a determinao de preo e quantidade em mercados especficos.

    Macroeconomia - ocupa-se do comportamento dos agregados

    macroeconmicos, tais como o Produto Interno Bruto (PIB), a Renda Nacional

    e o nvel geral de preos. Tem enfoque conjuntural, preocupa-se com questes

    como a inflao e o desemprego.

    Desenvolvimento Econmico estuda fatores relacionados com a

    melhoria do padro de vida da populao ao longo do tempo.

    Economia Internacional estuda as relaes entre os residentes e os

    no-residentes de um pas, bem como as relaes entre os pases. Trata da

    determinao da taxa de cmbio, do comrcio exterior, da globalizao, da

    formao de blocos econmicos regionais e das relaes financeiras

    internacionais.

    1.3.3 A Poltica Econmica

    A poltica econmica o conjunto de normas e medidas adotadas pelo

    governo com o objetivo de atingir a um determinado fim.

  • CAPTULO II

    INTRODUO AO PROBLEMA ECONMICO

    2.1 A Escassez

    A histria econmica se resume na luta que as sociedades humanas sempre empreenderam para superar o problema da escassez dos recursos produtivos em face dos crescentes desejos da coletividade. Por esta razo, a economia conhecida como a cincia da escassez. Em todas as sociedades, os recursos patrimoniais so sempre escassos para atender s crescentes exigncias de consumo e bem-estar. Em contrapartida, enquanto a escassez de recursos produtivos constitui uma limitao produo de bens e servios, no h limites para as necessidades e desejos humanos. Ocorrendo, de um lado, a escassez de recursos produtivos, e de outro lado, os ilimitados desejos e necessidades humanas, as sociedades tm que optar e at mesmo decidir sobre a organizao da atividade econmica. Para explorar a natureza e retirar dela todos os bens de que necessitam, todas as sociedades sempre se defrontam com limitao de seus recursos patrimoniais. O suprimento desses recursos sempre foi limitado. A tecnologia e a capacidade cientfica fazem parte dessa limitao. A experincia histrica tem mostrado, inclusive, que medida que os recursos produtivos se expandem e aperfeioam, os desejos e necessidades humanas crescem mais que proporcionalmente. A razo desse aparente paradoxo encontra-se na criao de novos desejos e necessidades motivado pela perspectiva que se abre a todos os povos de sempre aumentarem o padro de vida e o bem-estar social.

    Na verdade, se os povos primitivos se satisfaziam com choupanas e habitaes precrias, as sociedades modernas desejam melhores condies de conforto que no se resume apenas numa habitao satisfatria, mas na

  • existncia de todos os equipamentos urbanos que se tornam cada vez mais indispensveis. A quantidade de bens existentes no consegue suprir todas as necessidades e, contrariamente, so criados novos desejos. Por estes motivos, mesmo nas economias altamente desenvolvidas, a saturao dos desejos humanos est muito longe de ser alcanada. Logicamente, sendo limitados os recursos, as economias devem procurar utiliza-los plenamente, no se justificando o desemprego ou o subemprego de recursos produtivos, ou ainda, a existncia de ociosidade na utilizao de recursos patrimoniais. Logo, os recursos produtivos devem ser combinados adequadamente no processamento da produo.

    2.2 Estudos das Necessidades 2.2.1. Definio - Necessidade a sensao de carncia de algo unida ao desejo de satisfaz-la.

    2.2.2. Classificao das Necessidades

    Primrias ou Naturais So as necessidades de natureza biofisiolgicas. Tambm so chamadas vitais ou de existncia, porque a sua satisfao visa a preservao da vida humana. As necessidades primrias no so concorrentes, pois a satisfao de uma no elimina a satisfao da outra (no se elimina a fome com um copo dgua).

    Secundrias ou Acidentais As necessidades secundrias surgem do relacionamento do indivduo com a sociedade. Por exemplo, o uso de terno e gravata. So necessidades sociais ou culturais, pois o seu atendimento visa ao crescimento do bem-estar da sociedade. As necessidades secundrias so ilimitadas, pois se multiplicam medida que se eleva o nvel social.

    As necessidades secundrias so concorrentes - televiso preto e branco e televiso em cores.

  • A satisfao de uma necessidade implica na criao de uma outra, visto que o indivduo nunca est satisfeito com o que j conquistou, partindo para conquistas maiores.

    Coletivas Representam uma modalidade das necessidades secundrias. So coletivas porque afetam grupos de pessoas. Por exemplo, a colocao de uma rede de esgotos em um determinado bairro. Normalmente, o custo de atendimento das necessidades coletivas elevado cabendo ao Estado o atendimento de tais necessidades.

    2.3 Estudo Econmico dos Bens 2.3.1. Conceituao

    Bem tudo aquilo que satisfaz uma necessidade. Os bens so medidos atravs dos preos. Para que possam ter preo, os bens necessitam ser teis e escassos, ou seja, quanto mais til e escasso for um bem maior ser o seu preo no mercado.

    2.3.2. Classificao dos Bens 2.3.2.1. Quanto raridade ou escassez Nesta classificao, os bens so estudados quanto quantidade

    existente em relao sua procura.

    Bens livres ou no econmicos - So aqueles encontrados na natureza em quantidade superior necessidade.

    Ex: O ar.

    Bens econmicos - So aqueles que existem em quantidade menor que a procura. Tudo que atende s necessidades, com grau de utilidade e escassez. Ex: Gasolina, roupas, alimentos, etc.

    2.3.2.2. Quanto Natureza

  • Nesta classificao, os bens so considerados pela forma como se apresentam.

    Bens Materiais _ So os bens tangveis, ou seja, tudo aquilo que atende a uma necessidade e que pode ser visto e pegado.

    EX: Caneta, sapato, relgio, etc.

    Bens Imateriais ou servios _ So todos os servios prestados, os bens imateriais no podem ser vistos ou tocados.

    Ex: Uma consulta mdica.

    2.3.2.3. Quanto ao Destino

    Para que um bem seja classificado quanto ao destino necessrio conhecer em que ele ser utilizado.

    Bens de Consumo _ So produzidos com a finalidade de atender diretamente s necessidades da sociedade.

    Ex: Caneta, rdio, remdio, etc.

    Bens de Produo ou de Capital _ So aqueles que tm por finalidade produzir outros bens e servios.

    Ex: Mquinas, equipamentos, carro para transporte de passageiros ou de cargas.

    2.3.2.4 Quanto durao

    Bens Durveis - So aqueles que resistem ao primeiro uso, ou seja, que podem ser usados mais de uma vez.

    Ex: Sapatos, roupas, automveis, etc.

    Obs: evidente que embora classificados como durveis, a vida til de cada um difere da dos demais. A diferena pode ser de dias ou at mesmo de anos.

  • Bens no Durveis - So aqueles que se destroem com o primeiro uso. Ex: Alimentos, cigarros, produtos descartveis, etc.

    2.3.2.5 Quanto Funo

    Bens intermedirios - So aqueles que devem sofrer novas transformaes antes de se converterem em bens de consumo ou de produo. Ex: Cimento.

    Bens Finais - So aqueles que j sofreram as transformaes necessrias para seu uso ou consumo. Ex: Relgio.

    2.3.2.6 Quanto relao existente entre eles

    Bens Complementares - So aqueles em que a demanda de um implica na demanda do outro.

    Ex: Linha x agulha de costura; rdio porttil x pilha.

    Bens Substitutos - So aqueles que aos substiturem outros visam proporcionar o mesmo grau de satisfao.

    Ex: manteiga x margarina; acar x adoante.

  • CAPTULO III

    SISTEMA ECONMICO

    3.1 Definio

    Entende-se por sistema econmico o conjunto das relaes bsicas, tcnicas e institucionais que caracterizam a organizao econmica de uma sociedade. Essas relaes condicionam o sentido geral das decises fundamentais tomadas em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua

    atividade.

    3.2 Elementos Constitutivos do Sistema econmico

    Um estoque de fatores de produo, ou seja, um conjunto de recursos que podem ser utilizados para a satisfao de necessidades humanas. Esses

    recursos compem a conhecida trade: Terra (N), Capital (K) e Trabalho (L). Um grupo de agentes produtivos o empresrio privado ou estatal que tem a seu cargo a complexa tarefa de combinar esses recursos para obter uma

    determinada quantidade de bens e servios.

    Um complexo de unidades produtivas tambm conhecidas como empresas, correspondem s subdivises administrativas nas quais as

    atividades so executadas.

    3.3 Pressupostos bsicos do sistema econmico:

    Base humana ou populacional na qual os indivduos compreendem ao

    mesmo tempo a funo de proprietrios dos fatores de produo e

    consumidores.

    Deve haver disponibilidade dos fatores de produo.

    Os fatores de produo disponveis devem ser utilizados de forma tima.

    1

  • 3.4 Grfico do sistema econmico

    2

  • 3.5 Anlise do Grfico:

    Dado um determinado estoque de fatores, os agentes produtivos ou

    empresrios recrutam os servios desses fatores no mercado de fatores,

    reunindo-os de forma eficiente em unidades produtivas ou empresas

    (fazendas, fbricas, lojas, etc.) com o objetivo de produzir bens ou prestar

    servios.

    A combinao desses fatores, ou sua utilizao em diferentes

    propores, na produo de bens e servios, pressupe a adoo de uma

    TECNOLOGIA, vale dizer, um determinado mtodo ou processo de trabalho que incorpora o conhecimento e a experincia disponveis.

    Todas as unidades produtivas que compem sistema esto agrupadas

    em trs seguimentos:

    1. Setor primrio compreende todas as atividades mais diretamente ligadas explorao dos recursos da natureza agricultura, pecuria, pesca,

    etc.

    2. Setor secundrio inclui todas as atividades de transformao e beneficiamento de diferentes matrias-primas, todas as atividades industriais.

    3. Setor tercirio engloba o comrcio e todas as atividades de prestao de servios (transportes, hotis, bancos, etc).

    Cada um desses setores tem caractersticas especficas e combinam,

    em diferentes propores, os diversos fatores disponveis.

    No setor primrio, o fator de produo TERRA (recurso naturais, incluindo as minas, guas, florestas, etc) de importncia fundamental. Na

    industria, o fator CAPITAL tem predominncia, enquanto que no setor de servios a MO DE OBRA o fator predominante.

    3.5.1 Fluxo de produtos e rendimentos.

    Para produzir os diferentes bens e servios reclamados pela

    sociedade, os agentes produtivos recorrem ao mercado de fatores, procurando

  • obter o direito de uso dos fatores nas diversas empresas que organizam. Para

    tanto, so obrigados a assegurar aos proprietrios dos fatores certa

    remunerao. Assim, ao proprietrio do fator capital oferecem um juro ou

    perspectiva de lucro, ao proprietrio do fator terra, uma renda (ou aluguel), e ao

    proprietrio do fator trabalho, um salrio.

    As unidades produtivas, quando compram os servios dos

    fatores de produo e os utilizam na produo de bens e servios exigidos pela

    comunidade, do origem a dois fluxos diferentes: a oferta global e a procura

    global.

    Oferta global A oferta global um fluxo real de quantidades fsicas de

    alimentos, produtos industriais e servios diversos criados pelo aparelho

    produtivo e ofertados no mercado de bens e servios.

    Procura global A procura global um fluxo monetrio de pagamentos feitos

    aos proprietrios dos fatores de produo sob a forma de aluguis, juros ou

    margem de lucros e salrios. Rendimentos esses que sero gastos no

    mercado de bens e servios de consumo ou poupados.

    Os dois fluxos so como que as duas faces de uma mesma

    moeda, sendo o fluxo de rendimentos a traduo monetria do fluxo real dos

    bens e servios produzidos.

    Do lado da oferta, observa-se que os bens podem ser de dois

    tipos: bens e servios finais e bens de capital, conforme se destinem direta e

    indiretamente satisfao de necessidades humanas. Do lado da

    procura, tambm a renda pode ter dois destinos: gastos de consumo e

    poupana. Os gastos de consumo correspondem procura de bens de

    consumo ou de bens de capital.

    O processo pelo qual a poupana se transforma em compra de

    bens de capital (investimento) pode ser simples e direto, como quando uma

  • empresa reinveste os lucros retidos, ou indireto, atravs das instituies

    financeiras no mercado de capitais, por meio da aquisio de aes de uma

    companhia de investimentos e esta financia a expanso de uma empresa.

  • CAPTULO IV

    CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUO

    As necessidades da sociedade, muitas vezes, derivam do

    prprio desenvolvimento econmico do pas. Quanto maior for o grau de

    desenvolvimento do pas, maiores sero as necessidades e mais exigente Ser

    a populao. Contudo, os fatores de produo empregados para a obteno

    dos bens e servios que iro satisfazer as necessidades so escassos.

    medida que os recursos produtivos se expandem e se

    aperfeioam, os desejos e necessidades humanas crescem mais que

    proporcionalmente.

    Com a quantidade limitada de recursos, no h como produzir

    indiscriminadamente todos os bens e servios desejados pela sociedade.

    Se houver a considerao de que a economia est operando em

    sua mxima eficincia produtiva, onde todos os recursos produtivos disponveis

    esto sendo plenamente utilizados e dentro da melhor combinao possvel, as

    quantidades produzidas de bens e servios alcanam um mximo, sendo nas

    condies apresentadas impossvel aumentar a produo de qualquer bem ou

    servio, visto que os recursos so escassos. O aumento da quantidade

    produzida, ou mesmo, a criao de um bem ou servio, s ser possvel se a

    economia desistir total ou parcialmente da produo de outro bem ou servio

    que vinha produzindo anteriormente, isto , se houver a transferncia de parte

    ou do total dos recursos aplicados na produo atual para a criao ou o

    aumento de outros bens e servios.

    A escassez de recursos e a ilimitao das necessidades

    humanas fazem com que a economia esteja inteiramente voltada para o

    problema das opes.

  • 3.1 Definio

    Curva de possibilidade de produo a representao grfica da combinao de duas mercadorias que a sociedade pode produzir com o pleno emprego de todos os recursos e com a melhor tecnologia disponvel, indica quanto se deve desistir de uma mercadoria a fim de liberar recursos suficientes para produzir mais de uma segunda mercadoria,

    representando o custo de oportunidade.

    3.2 Representao Grfica

    3.3 Pontos notveis da CPP

    a- ponto O

    O ponto O configura uma situao de pleno desemprego. Essa situao

    visualizada apenas na teoria, pois no acontece na prtica. A ocorrncia do

    pleno desemprego significa que os recursos disponveis no estriam sendo

    utilizados para quaisquer fins. Logo, a produo estaria reduzida a zero.

    b- ponto Q

    O ponto Q representa uma situao na qual ocorre a capacidade ociosa

    do sistema. Isto ocorre com certa frequncia e at mesmo considerado

  • normal. Nesse caso, nem todos os recursos esto sendo plenamente

    utilizados.

    c- ponto P

    O ponto P representa uma situao ideal, mas que dificilmente

    alcanada. Ele representa uma situao de pleno, o aproveitamento integral de

    todas as possibilidades de produo da economia. O alcance do pleno

    emprego praticamente impossvel, a no ser em situaes extremas, como

    as vividas por certas naes em perodo de guerra, quando so efetivamente

    mobilizadas todas as foras de combate e retaguardas de produo.

    d- ponto R

    O ponto R representa um nvel impossvel de produo em considerao

    as possibilidades demarcadas pela curva. A possibilidade apresentada no

    ponto R inalcanvel no perodo imediato, pois situa-se alm das fronteiras

    de produo da economia. O ponto R pode ser alcanado em perodos futuros,

    desde que haja deslocamentos positivos da CPP.

    3.4 Deslocamentos da CPP

    Deslocamento Positivo da CPP

    Causas:

    Avano tecnolgico;

    Melhor preparao dos recursos humanos com treinamento especializado;

    Aumento na qualidade de capital;

    Dinamismo empresarial;

    Produo de bens com maior valor agregado.

    Grfico do deslocamento positivo:

  • Deslocamento Negativo da CPP

    Causas:

    Guerras;

    Recesses;

    Revolues.

    Grfico do deslocamento negativo:

    3.5 Os Trs Problemas Econmicos

    Uma das maiores preocupaes existentes em uma economia encontrar a

    opo certa para a obteno de volumes de produo capazes de melhor satisfazer

    as necessidades humanas com os recursos existentes. A melhor opo encontrada

    deve levar em considerao as seguintes questes:

    O que e quanto produzir ? A rea econmica responsvel por resolver esta questo. Ao serem definidos os

    bens e servios e as quantidades a serem produzidas deve-se observar que seja

    atingido o limite das possibilidades de produo.

    Como produzir ? Esta questo esta ligada forma como os bens e servios sero produzidos e

    melhor maneira de atingir as qualidades desejadas.

  • Quem decide esta questo a rea tecnolgica. As tcnicas aplicadas devem

    permitir a melhor combinao entre os fatores de produo para que sejam

    atendidas as quantidades definidas na rea econmica e atendendo

    simultaneamente a rea social.

    Para quem produzir ? Esta questo respondida pela rea social. necessrio que os bens e servios

    produzidos atendam as necessidades e aos desejos da sociedade.

  • CAPTULO V

    INTRODUO TEORIA DOS PREOS

    5.1 Noo de Preos

    Pode-se definir preos como sendo a unidade de bens e servios

    expressa em moeda.

    A quantidade de bens e servios a ser adquirida pelo individuo para

    atender s suas necessidades est diretamente ligado relao entre a quantidade

    de dinheiro que ele possa despender na compra e o preo desses bens e servios.

    Para possurem preo, os bens e servios precisam ser teis e

    escassos.

    Quanto mais teis e escassos maiores sero seus preos.

    A fixao do preo nos mercados de livre concorrncia feita atravs da interao de duas foras:

    Demanda e oferta. O preo estabelecido pela interao das foras de demanda e oferta o preo de equilbrio.5.2 A Lei da Demanda e da Oferta

    A lei da demanda e da oferta est diretamente ligada aos estudos

    tericos realizados por Adam Smith e David Ricardo entre outros.

    Para que sejam estudados o comportamento do produtor e do

    consumidor necessrio admitir : condies ceteris paribus. Ceteris Paribus = que os demais fatores no analisados

    permaneam inalterados.

  • 5.2.1 Demanda

    Procura ou demanda de um produto pode ser definida como as vrias

    quantidades que sero procuradas pelos consumidores, em funo dos diversos

    preos possveis em determinado perodo de tempo.

    A variao da quantidade demandada de um produto d-se em

    razo inversa da variao do preo do mesmo.

    Este tipo de comportamento tem duas razes bsicas:

    O preo do produto um obstculo ao consumidor;

    Efeito substituio.

    H sempre uma relao de dependncia entre o preo e a

    quantidade procurada de um produto.

    A curva de demanda

    Relaciona a combinao da quantidade procurada em funo dos

    vrios nveis de preos.

    No eixo horizontal (abcissas), escreve-se todos os

    valores correspondentes s quantidades demandadas; no eixo vertical (ordenadas)

    escreve-se todos os valores correspondentes aos preos do produto.

    TABELA 1 Escala de procura de um produto

    Grfico:

    Ponto Preo Quantidade Procurada A 1 20B 2 15C 3 12D 4 10E 5 09

  • Uma curva de procura sempre descendente da esquerda para a

    direita porque medida que o preo do produto diminui, a quantidade procurada

    aumenta.

    Variao da quantidade procurada

    Variao da quantidade de um produto a passagem de um ponto para outro da

    curva de procura, em consequncia de uma variao no preo.

    5.2.2 Oferta

    Define-se a oferta de um produto como sendo as vrias quantidades

    oferecidas de um produto em funo dos diversos nveis de preo que se possam

    obter no mercado em um determinado perodo de tempo.

    A variao na quantidade ofertada d-se na razo direita da

    variao do preo, isto , se o preo aumenta, a quantidade oferecida tambm

    aumenta. O preo sempre um incentivo para o produtor. Em condies ceteris

    paribus, o aumento no preo do produto, sem que os custos de fabricao sejam

    aumentados, d ao produtor condies de aumentar sua margem de lucro.

  • Curva de oferta

    Relaciona a quantidade ofertada aos diversos nveis de preos.

    No eixo das abcissas escreve-se os valores correspondentes s quantidades

    ofertadas, no eixo das ordenadas os valores correspondentes aos preos.

    TABELA 2 Escala de oferta de um produto

    Ponto Preo Quantidade

    Ofertada A 1 0B 2 07C 3 12D 4 16E 5 18

    A curva de oferta sempre ascendente da esquerda para a direita,

    medida que o preo aumenta, a quantidade ofertada tambm aumenta.

    Grfico da oferta

    b-Variao da quantidade ofertada

    A variao da quantidade ofertada a mudana de um ponto para

    outro em funo da mudana de preo.

  • 5.2.3 Equilbrio da oferta e da procura

    O preo de equilbrio o que atende aos interesses de produtores e

    consumidores.

    Graficamente, este ponto ser observado pela interseo das curvas

    de demanda e de oferta.

    O preo de equilbrio aquele em que a quantidade

    voluntariamente ofertada igual quantidade procurada.

    TABELA 3 Escala de procura e de oferta de um produto

    Preo Quantidades

    procuradas

    Ofertadas

    1 48 102 30 303 18 40

    Representao grfica do ponto de equilbrio (E)

  • No preo1, enquanto a procura de 48, a oferta de apenas 10

    (procura maior que oferta), a

    tendncia do preo do produto aumentar. O preo 2 o de

    equilbrio, pois a procura de 32 e a oferta tambm. No preo 3, enquanto os

    produtores oferecem um volume de 40, a procura para o produto de apenas 18, o

    que ir forar a diminuio do preo.

    5.2.4 Variao da Procura

    Os fatores que podem determinar a procura por um produto podem

    ser:

    dimenso do mercado;

    renda ou poder aquisitivo do consumidor;

    gosto ou preferncia do consumidor (propaganda)

    expectativa sobre a evoluo da oferta;

    preo dos produtos similares.

    A alterao em um desses fatores (condies ceteris paribus) provocar o

    deslocamento da curva independentemente do preo do produto no mercado.

    Grfico

  • Alterao no ponto de equilbrio

    Uma expanso ou reduo da procura de um produto mantendo-

    se a oferta fixa, altera o ponto de equilbrio, e em consequncia, o preo e a

    quantidade de equilbrio.

    Grfico

    Sendo fixa a oferta de um produto, os produtores consideram que

    um aumento na procura pode dar oportunidade ao aumento de preo e,

    consequentemente, aumento dos lucros.

    5.2.5 Deslocamento da curva de oferta

    Os fatores que podem determinar a mudana na oferta de um

    produto podem ser:

    A quantidade de empresas que apresentam condies de fabricar o produto;

    A disponibilidade dos recursos de produo:

    preo dos diferentes fatores que compem o processo produtivo;

    Mudana na tecnologia aplicada;

    A expectativa sobre o comportamento da procura;

    A expectativa sobre a variao do preo do produto.

    A ocorrncia de alterao em apenas um desses fatores em condies ceteris

    paribus, faz com que a curva de oferta se desloque para a direita ou para a

    esquerda.

  • Grfico

    Alterao do ponto de equilbrio

    O deslocamento da curva de oferta ir influenciar o

    preo de equilbrio de um produto se sua procura se mantiver inalterada.

    Grfico

    5.3 ELASTICIDADE-PREO

  • Para encontrar a elasticidade-preo divide-se a variao percentual

    da quantidade, pela variao percentual do preo, onde:

    q = variao da quantidade

    q = quantidade

    p = variao do preo

    p = preo

    A frmula para calcular a elasticidade-preo :

    E= q : q = q x p

    q p q p

    5.3.1 Elasticidade-preo da procura

    Elasticidade-preo da procura a relao entre a variao

    percentual da quantidade procurada dos bens e servios e a variao percentual do

    preo do produto.

    Ao determinar-se a elasticidade-preo da demanda encontra-se

    um valor negativo, que deve ser abandonado o sinal, usando-se apenas o mdulo.

    Exemplo: -3 3

    Classificao da elasticidade-preo da procura

    a- Perfeitamente elstica (E ). O valor do coeficiente da elasticidade tende ao

    infinito.

  • b- Relativamente elstica Os produtos desse grupo podem apresentar uma

    variao entre 60% a 20%. So os produtos suprfluos.

    c- Unitria (EP = 1). a procura que, a um aumento real de 20% no preo do

    produto, sofre uma queda de 20%, por exemplo.

    d- Relativamente inelstica Bens considerados de primeira necessidade. Um

    aumento de 25% no preo do produto conduz reduo de 5% na quantidade

    procurada, por exemplo.

    e- Perfeitamente inelstica Neste caso, a quantidade demandada independe do

    preo.

    Representao grfica da elasticidade-preo da demanda

    5.3.2 Elasticidade-preo da oferta

  • Elasticidade-preo da oferta a relao entre a variao

    percentual da quantidade ofertada e a variao percentual do preo do produto.

    A frmula para determinar a elasticidade-preo da oferta :

    E = q x p

    q q

    Classificao da elasticidade-preo da oferta

    a) Relativamente elstica - se, por exemplo, o preo do produto

    varia 20%, a quantidade ofertada varia 60%.

    b) Unitria Quando a variao do preo de 20% e a quantidade

    ofertada sobre a variao de 20%, por exemplo.

    c) Relativamente inelstica O preo varia 30% e a quantidade

    ofertada apenas 10%.

    d) Perfeitamente elstica A quantidade ofertada independente do

    preo.

    e) Perfeitamente inelstica A variao do preo no suficiente

    para provocar reao na quantidade ofertada.

  • CAPTULO VI

    MERCADO

    6.1- Definio

    Mercado o lugar onde vendedores e compradores se centralizam

    em busca de um equilbrio.

    Ou

    Mercado a massa de ofertas e de procuras que se encontram em

    centros de negcios, como base de mercadorias ou de valores mobilirios.

    6.2- Mercado de concorrncia perfeita

    O mercado de concorrncia perfeita tambm pode ser chamado de

    competio livre. Esse mercado no existe na realidade.

    Caractersticas:

    Existncia de um grande nmero de produtores independentes;

    O produto oferecido homogneo;

    Nenhum produtor sozinho pode alterar o preo do produto no mercado;

    No h obstculos entrada de outros produtores;

    H perfeita mobilidade dos fatores de produo.

    6.2.2 Mercado de monoplio

    caracterizado pela existncia de apenas um produtor para atender a muitos consumidores. No h concorrncia, nem produto substituto

  • prximo. O consumido submetido s condies impostas pelo vendedor, caso contrrio, no consumir o produto. H barreiras entrada de novos produtores, que

    podem ser originadas pelas seguintes condies:

    Monoplio natural caracterizado pela necessidade de grande volume de capital.

    As empresas j existentes operam com grandes plantas industriais, com economias

    de escala e custos unitrios baixos, o que permite cobrar preo baixo pelo produto.

    O baixo preo uma barreira entrada de novos concorrentes;

    Patentes- a empresa a nica capaz de produzir o determinado bem por dominar a

    tecnologia, enquanto a patente no cair em domnio pblico;

    Domnio de matrias-primas bsicas por exemplo, o domnio de minas da bauxita

    por empresas produtoras de alumnio.

    Existe tambm o monoplio estatal em setores considerados estratgicos

    segurana nacional, como energia e petrleo.

    6.2.3 Mercado de oligoplio

    Este tipo de mercado pode ser apresentado de duas formas:

    Oligoplio concentrado ocorre quando h um pequeno nmero de empresas no

    setor. Exemplo: indstria automobilstica ;ou

    Oligoplio competitivo Ocorre quando um pequeno nmero de empresas domina

    um setor com um grande nmero de empresas. Exemplos : Nestl e Coca-cola .

    A existncia de empresas dominantes permite a fixao de preos de venda, a

    demanda neste caso relativamente inelstica. Os consumidores tm baixo poder

    de reao a alterao de preos.

    H barreiras entrada de novos produtores devido a fatores como: proteo de

    patentes e domnio de fatores de produo.

    Pode-se caracterizar dois tipos de oligoplio:

    Oligoplio com produto homogneo- alumnio, cimento.

    Oligoplio com produto diferenciado automveis.

    As empresas oligopolistas podem atuar formando cartis (conluios). O cartel uma organizao (formal ou informal) de produtores dentro de um setor, que determina

    a poltica para as outras empresas do cartel, fixando preo e cota do mercado.

    30

  • 6.2.4 Concorrncia monopolstica

    muitas empresas produzindo um dado bem ou servio;

    cada empresa produz um produto diferenciado(por caractersticas

    fsicas, embalagem, propaganda, atendimento ps venda, etc.) .

    margem de manobra para fixao de preos pequena, visto que

    existem produtos substitutos no mercado.

    Alguns exemplos: as fbricas de roupas, os produtos txteis, a

    prestao de servios.

    Apesar de um grande nmero de produtores, o consumidor pode

    dar preferncia para um determinado profissional.

    Plio = sufixo de origem grega que significa vender.

    Caractersticas das estruturas bsicas de mercado

    Caracterstic

    as

    Concorrnci

    a perfeita

    Monopli

    o

    Oligopli

    o

    Concorr

    ncia

    monopl

    sticaQuanto ao n.

    de empresas

    Muito

    grande

    S h

    uma

    empresa

    Pequeno Grande

    Quanto ao

    produto

    Homogneo No h

    substitut

    o

    prximo

    Homog

    neo /

    diferenci

    ado

    Diferenc

    iado

    Quanto a

    determina

    o do preo

    No h

    determina

    o de preo

    Grande

    poder

    das

    empresa

    s para

    determin

    ao de

    preo.

    Tender a

    controlar

    preos

    atravs

    de

    cartis.

    Sem

    controle

    de

    preos.

    31

  • Quanto

    entrada de

    novos

    concorrentes

    No h

    barreiras

    H

    barreiras

    H

    barreiras

    No h

    barreira

    s

    6.2.5 O abuso do poder econmico nos mercados e a ao

    governamental

    Para evitar o abuso do poder econmico que existe no monoplio e oligoplio, o

    Brasil, desde os anos 1960, possui legislao de defesa da concorrncia. Contudo,

    somente com a Constituio de 1988 que ocorreu mudana expressiva.

    32

  • CAPTULO VII

    NOES DE MOEDA E INFLAO

    7.1 Moeda

    7.1.1 Definio

    No tarefa fcil definir com exatido o que seja moeda. Desta

    maneira, faz-se prefervel conceituar moeda.

    O termo moeda usado para algo que geralmente aceito em

    troca de bens e servios.

    A moeda um instrumento que, pelo fato de ser aceito pela

    populao em troca de bens e servios, passa a ser usado como meio de troca.

    7.1.2 Funes da Moeda

    Instrumento de Troca

    Sem a moeda todas as trocas teriam que ser diretas, isto , escambo (troca de

    mercadoria por mercadoria). H o problema da indivisibilidade na troca direta. O

    escambo fora a auto-suficincia pela dificuldade da troca direta, isto sem levar em

    conta o tempo gasto para a negociao.

    Reserva de valor

    Para que a moeda possa ser aceita em troca de mercadorias, preciso que ela

    possa ser aceita na compra de outros bens e servios. A moeda representa em

    direito o que seu possuidor tem sobre algumas mercadorias.

    Unidade de conta ou denominador comum de valor

    A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas. Com a moeda

    possvel somar um trator mais uma caneta e tambm achar equivalncia fsica de

    moeda.

  • Padro para pagamentos diferidos

    A moeda serve como medida para um pagamento a se realizar em algum tempo

    futuro. Esta funo muito parecida com a anterior, havendo como diferena

    bsica o tempo em que a comparao ser feita, isto , no caso anterior

    comparao era feita no momento atual e esta, no futuro.

    7.1.3 Histria da moeda

    No possvel provar com exatido quando surgiu a primeira

    moeda. Desde a antiguidade sua utilidade foi percebida e surgiram alguns bens

    que, por terem aceitao geral passaram a ser usados como moeda. Por exemplo

    o gado tinha a vantagem de se multiplicar entre uma tropa e outra; o sal foi utilizado

    na Roma antiga, dando origem ao salrio os metais preciosos foram os que mais

    se destacaram, por diversas razes: mostraram ter aceitao geral, pois possuam

    uma farta e permanente procura e uma oferta limitada e, portanto, um preo estvel

    e alto; no se desgastavam; eram facilmente reconhecidos e; eram divisveis. O

    problema inicial da pesagem do ouro para saber seu valor foi resolvido por meio da

    cunhagem. Com a cunhagem surgiu o problema da recunhagem, no qual o passa o

    poder do ouro para o novo proprietrio sem que haja a necessidade e a

    complicao da entrega do metal diretamente.

    A promessa de pagamento em troca do recibo era feita

    inicialmente pelos cunhadores, depois, com o desenvolvimento das atividades e

    instituies econmicas pelos bancos comerciais e aps esses pelo governo ou

    Banco Central. Esse recibo nada mais que moeda papel, totalmente assegurado

    por metal (lastro) e conversvel em ouro.

    Papel-moeda

    Desde o incio do procedimento, contatou-se que grande parte

    dos depsitos em ouro eram inativos. Clientes depositavam e outros retiravam o

    ouro e ainda, havia muitos que trocavam as notas sem exigir o ouro prometido.

    Desta forma, permanecia sempre um valor relativamente constante e

    percentualmente alto de metal imobilizado.

    34

  • A sada de ouro era relativamente menor do que o estoque total.

    Os banqueiros ao constatarem tal fato perceberam que poderiam fazer promessas

    de pagar ouro muito acima de suas reservas.

    7.2 INFLAO

    7.2.1 Definio

    A inflao definida como uma situao na qual h um aumento

    contnuo generalizado de preos. As caractersticas de continuidade e generalidade

    tornam a inflao um processo e no uma ocorrncia passageira. Logo, uma

    economia inflacionria quando o aumento de preos ocorre continuamente e por

    longo perodo de tempo.

    importante ressaltar que o aumento de preos que origina a

    inflao se estende a todos os bens e servios produzidos pela economia.

    7.2.2 Causas clssicas de inflao

    Inflao de demanda

    A inflao de demanda causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que

    no acompanhado pelo crescimento da produo. Sabendo-se que a demanda

    por bens e servios ocorre por meio da moeda, a inflao de demanda entendida

    como excesso de moeda na economia, ou seja, h um aumento de demanda

    mantendo-se a oferta de bens e servios inalterada.

    Inflao de custos

    A inflao de custos tem suas causas nas condies de oferta de bens e servios

    da economia. Nesse caso, a demanda permanece inalterada, enquanto aumentam

    os custos de produo, os quais so repassados para os preos das mercadorias.

    Existe uma intensa relao entre os custos de produo de um

    bem e seu preo. O preo de um bem no pode ser inferior ao seu custo, pois

    nessa situao o empresrio estaria operando com prejuzos e poderia abandonar

    35

  • a atividade. Quando h aumento nos custos de produo, a sada para o

    empresrio se manter em equilbrio repassar o aumento para o preo de seu

    produto.

    36

  • CAPTULO VIII

    ECONOMIA INTERNACIONAL

    8.1 Introduo

    Os pases mantm relaes comerciais, principalmente, porque

    no podem produzir, com o mesmo grau de eficincia, todos os bens de que

    necessitam para satisfazer as necessidades da populao.

    As transaes entre os diferentes pases no esto limitadas ao

    comrcio de mercadorias, os servios e o capital esto includos como objeto de

    intercmbio entre eles.

    Duas teorias se destacam na preocupao de explicar a

    existncia do comrcio internacional. So elas a Teoria da Vantagem Absoluta e a

    Teoria da Vantagem Comparativa.

    8.2 Teorias do Comrcio Internacional

    a- Teoria da Vantagem Absoluta

    Elaborada por Adam Smith, essa teoria parte do princpio de que os pases que

    comercializam entre si aumentam o nvel de seu bem-estar social, visto que a

    quantidade de produtos colocados disposio dos habitantes desses pases

    aumenta.

    Por exemplo: se forem tomados dois pases Brasil e Sua.

    Admitindo-se que em cada um deles so produzidos apenas dois bens: caf e

    relgios. No caso do Brasil, o pas produz 40.000 sacas de caf e 10.000 unidades

    de relgios. No caso da Sua, o pas produz 10.000 sacas de caf e 50.000

    unidades de relgios.

    PRODUTO

    PAS

    CAF RELGIO

    BRASIL 40000 10000

  • SUA 10000 50000 Como os dois pases querem consumir os dois bens, a

    especializao poderia gerar aumento na produo total. Se o Brasil se especializar

    na produo de caf, destinando sua capacidade produtiva para este bem, sua

    produo poder passar a ser de 160.000 sacas. Enquanto que se a Sua se

    especializar na produo de relgio, ela poder produzir 250.000 unidades.

    PRODUTO

    PAS

    CAF RELGIO

    BRASIL 160000 0

    SUA 0 250000

    Logo, o Brasil teria vantagem na produo de caf, enquanto que

    a Sua teria vantagem na produo de relgios. Segundo Adam Smith, o comrcio

    entre os dois pases seria benfico para ambos, pois a populao poderia consumir

    mais dos dois produtos.

    b- Teoria da Vantagem Comparativa

    A teoria da vantagem comparativa de Smith explica apenas uma parte do comrcio.

    David Ricardo, no incio do sculo XIX, buscou explicar a maior parte do comrcio

    mundial, por meio de sua Teoria da vantagem Comparativa. Segundo Ricardo, no

    h necessidade de existir vantagem absoluta para que a especializao e o

    comrcio sejam vantajosos. Mesmo que uma nao apresente desvantagem

    absoluta, na produo de duas mercadorias em relao outra nao, ainda assim

    o comrcio seria vantajoso. Mesmo que uma nao apresente desvantagem

    absoluta, na produo de duas mercadorias em relao outra nao, ainda assim

    o comrcio seria vantajoso, desde que ela produzisse e exportasse o bem no qual

    a vantagem comparativa fosse maior e importasse o bem no qual sua vantagem

    absoluta fosse menor.

  • PRODUTO

    PAS

    CAF RELGIO

    BRASIL 16000 20000

    SUA 18000 25000

    Como pode ser observado no quadro acima, a Sucia supera o Brasil tanto na

    produo de relgios quanto na produo de caf. Mesmo assim, o comrcio entre

    os dois ser benfico para ambos. O que deve ser visto neste caso so os custos

    de produo.

    8.3 Balano de Pagamentos

    A comercializao entre os pases, bem como a interdependncia entre

    eles, d origem a necessidade de se estabelecer um controle sobre o fluxo de

    entrada e sada de recursos. O pas deve comportar-se como uma empresa que

    vende e compra bens e servios, no devendo, por isso, ter prejuzo. Para realizar

    esse controle existe o Balano de Pagamentos (BP).

    8.3.1 Definio

    O Balano de Pagamentos o registro sistemtico das transaes

    ocorridas entre residentes e no residentes de um pas durante determinado

    perodo de tempo.

    Grupos de contas.

    a- Balana Comercial

  • Registra as exportaes e importaes de mercadorias. Se as exportaes forem

    maiores do que as importaes o saldo ser positivo, e se as exportaes forem

    menores do que as importaes o saldo ser negativo.

    b- Balana de Servios

    Registra as despesas e receitas decorrentes de pagamentos e recebimentos

    como fretes e juros.

    c- Transferncias Unilaterais

    Registra as transaes sem contrapartida, tais como as remessas feitas por meio

    de doaes de um pas para o outro em auxlio.

    d- Transaes Correntes

    A balana comercial, a balana de servios e as transferncias unilaterais

    formam o balano de pagamentos em transaes correntes (ou conta corrente).

    e- Capitais Autnomos

    Nesta conta so registradas as entradas e sadas de capitais voluntrios que

    tomam a forma de investimentos diretos (aquisio ou venda de participao

    societria), novos emprstimos e amortizao de emprstimos anteriores.

    f- Erros e Omisses

    Confronto do saldo do balano de pagamentos com o saldo de capitais

    compensatrios deve ser igual a zero, pois o mtodo de contabilizao o das

    partidas dobradas. Mas como isto nem sempre acontece, o valor da diferena

    lanado neste item do balano de pagamentos.

    g- Saldo do Balano de Pagamentos

    o confronto entre o saldo das transaes correntes e o saldo dos capitais

    autnomos.

    h- Capitais compensatrios

  • So geridos pelas Autoridades Monetrias e refletem o tratamento dado ao saldo

    do balano de pagamentos. Se superavitrio, qual o destino dado ao excesso de

    divisas e, se deficitrio, qual a origem dos recursos que neutralizam o excesso de

    despesas de divisas.

    8.4 Estrutura geral do Balano de Pagamentos

    1- Balana Comercial (FOB).

    Exportaes

    Importaes

    2- Balana de servios (lquido).

    Viagens internacionais

    Transportes

    Seguros

    Renda de Capitais

    Servios Governamentais

    Servios Diversos

    3- Transferncias Unilaterais

    4- Saldo do Balano de Pagamentos em transaes Correntes

    (1+2+3).

    Movimentos de Capitais

    5- Movimentos de Capitais Autnomos

    Investimento (lquido)

    Reinvestimentos

    Financiamentos

    Amortizaes

    Emprstimos mdio e longo prazos

    Capitais a curto prazo

    Outros capitais

    6- Erros e Omisses

    7- Saldo Total do Balano de Pagamentos (4+5+6)

  • Demonstrativo de Resultados

    8- Movimento de Capitais Compensatrios

    Haveres e obrigaes no exterior

    Emprstimo de regularizao

    Atrasados

  • CAPTULO IX

    CENRIO ECONMICO MUNDIAL NA ATUALIDADE

    9.1 Globalizao

    9.1.1 Consideraes preliminares

    O conceito de globalizao ainda permanece impreciso, apesar do uso extenso

    que dele tem sido feito na literatura contempornea em relao s mudanas nas

    relaes internacionais, econmicas e polticas, que o mundo vem assistindo nas

    ltimas dcadas.

    O processo de globalizao representa uma nova formatao capitalista, que

    derivada da dinmica da acumulao e internacionalizao dos capitais. Esta nova

    formatao capitalista envolve diferentes aspectos e dimenses.

    Do ponto de vista comercial, o processo de globalizao traduzido na

    semelhana crescente das estruturas de demanda e na crescente homogeneidade

    da estrutura de oferta das vrias economias. So possibilitadas com isso a

    apropriao de ganhos de escala, a uniformizao de tcnicas produtivas e

    administrativas e a reduo do ciclo de vida do produto. Verifica-se tambm o

    crescimento intrafirmas. Em consequncia, a competio, que anteriormente estava

    centrada no produto, passa a ser centrada na tecnologia do processo. A

    competio passa a ocorrer em escala mundial, com as empresas frequentemente

    reestruturando sua atividade em termos geogrficos, e sendo beneficiadas tanto

    pelas vantagens comparativas de cada pas como pelo prprio nvel de

    competitividade de cada empresa. As diversas rodadas de negociaes

    multilaterais no mbito do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comrcio), ao

    reduzirem as barreiras comerciais, contriburam para estimular a globalizao

    comercial.

    A perspectiva institucional revela que a globalizao leva a uma semelhana

    cada vez maior na configurao dos diversos sistemas nacionais e a uma

  • convergncia dos requisitos referentes regulao em diversos setores, levando

    as economias a se direcionarem a um comportamento mais homogneo.

    Quanto poltica econmica, a globalizao altera diversos atributos relativos

    soberania econmica e poltica em um nmero cada vez maior de pases, tanto nas

    economias em desenvolvimento. Os novos padres de comrcio e de produo

    esto fazendo com que os Estados redefinam seu comportamento na rea da

    industria, dos servios e das trocas internacionais, e compete aos Estados a

    definio de polticas que visam criar e apoiar o desenvolvimento de vantagens

    competitivas para suas indstrias nacionais. As polticas nacionais afetam cada vez

    mais o comrcio internacional e, por sua vez, as decises no mbito internacional

    afetam as polticas nacionais. A perda de autonomia no estabelecimento das

    polticas nacionais tem sido um tema amplamente estudado. Existe uma mudana

    na forma de interveno do Estado no domnio econmico, e seu passa a ser mais

    de regulao.

    9.1.2 A identificao do fenmeno

    As condies favorveis de crescimento do comrcio internacional no perodo

    aps a Segunda Guerra Mundial representam o ponto de partida para o processo

    de interdependncia econmica. Surgiu, pela primeira vez, a noo de uma

    economia mundial. As diversas rodadas de negociaes multilaterais no mbito do

    GATT, que tinham por meta remover as barreiras comerciais, possibilitaram um

    crescimento do volume de comrcio sem precedentes.

    O fim da Guerra Fria e queda do Muro de Berlim aceleram o processo e

    propiciaram a construo de um novo modelo na ordem econmica mundial. Havia

    um modelo de polaridades definidas: de um lado os Estados Unidos como lder e,

    do outro, a Unio Sovitica. Ainda est em formao um novo modelo, no qual os

    Estados Unidos vm se impondo como nica potncia mundial, no apenas no

    campo militar, como tambm no econmico. Contudo, na rea comercial, a disputa

    est intensa entre os Estados Unidos, Unio Europeia, Japo e China.

  • O mundo era analisado por um modelo de polaridade definidas e na atualidade se

    encontra em um modelo mais complexo de polaridades ainda indefinidas.

    9.1.3 As empresas transnacionais e o comrcio internacional

    A empresa transnacional pode ser definida como a empresa de grande porte, que

    possui capital em no mnimo dois pases e conta com um grau elevado de

    dinamismo tecnolgico.

    As empresas transnacionais possuem um lugar de destaque no novo cenrio do

    comrcio internacional. As empresas transnacionais tm uma grande capacidade

    de mobilizar recursos, sejam estes financeiros, mercadolgicos, gerenciais ou

    organizacionais, em qualquer parte do mundo.A empresa transnacional o

    principal agente privado da inovao tecnolgica, desempenha relevante papel no

    comrcio internacional e realiza a quase totalidade dos fluxos de investimento

    externo direto no mundo. Com isto, as empresas transnacionais acabam por

    interferir na poltica interna dos pases onde esto sediadas.

    No comrcio de bens e servios, as empresas transnacionais se destacam devido

    sua elevada especializao. No entanto, a atuao das empresas transnacionais

    particularmente importante no comrcio de produtos manufaturados, em virtude da

    convergncia entre os padres de investimento e comrcio internacional. A relao

    de comrcio entre os pases desenvolvidos e os pases em desenvolvimento ocorre

    predominantemente em um comrcio interindustrial. marcante a influncia das

    empresas transnacionais no comrcio internacional, e nem sempre os governos

    conseguem direcionar o comportamento dessas empresas. Um dos principais

    efeitos da influncia das empresas transnacionais no comrcio internacional a

    dificuldade de imposio das regras da Organizao Mundial do Comrcio (OMC).

    As regras da OMC devem levar em considerao os principais agentes do

    comrcio que so as empresas transnacionais, mas que se encontram, muitas

    vezes, fora do controle dos governos, que so os negociadores das regras do

    comrcio internacional e membros da OMC.

  • Investimento externo direto o investimento feito com o propsito de adquirir uma

    participao acionria em uma empresa operando em uma economia que no

    aquela de origem do investigador, sendo que o objetivo do investidor participar na

    gesto da empresa. Ver Reinaldo Gonalves (1994, p. 41-42).

    9.2 Integrao Econmica Regional

    O livre comrcio caracterizou as relaes comerciais internacionais, desde a

    segunda metade do sculo passado at 1914. Os Estados no intervinham,

    cabendo a iniciativa privada direcionar as relaes comerciais internacionais

    (Perodo do Liberalismo Clssico).

    A situao mudou intensamente durante o perodo compreendido entre as duas

    guerras mundiais.

    Aps o perodo de guerra, o comrcio internacional passou a ser regulado por

    outra ideologia, que visava a liberdade generalizada das trocas de mercadorias.

    Surgiram os acordos internacionais; nos quais, a liberalizao do comrcio era

    sustentada, tambm, em no interveno estatal nas relaes comerciais

    internacionais (Neoliberalismo).

    Logo, pode-se salientar que durante a poca do Liberalismo Clssico havia uma

    voluntria absteno do Estado enquanto que no Neoliberalismo a interveno do

    Estado estava limitada pelos acordos internacionais.

  • O fenmeno da integrao regional recente nas relaes internacionais. Ele

    surge aps a Segunda Guerra Mundial, quando os pases europeus, chocados com

    os horrores da guerra, firmaram o propsito de garantir a paz por meio da

    integrao. A dcada de 50 caracterizada por um contexto de aumento nos

    ndices de crescimento econmico, fundamentado na liberdade comercial. Uma das

    caractersticas marcantes da mudana do cenrio internacional nas ltimas

    dcadas tem sido o aumento no nmero de acordos regionais de comrcio, que

    apresentam como motivos particularmente relevantes insatisfao com as

    negociaes multilaterais no mbito do GATT; e a procura de novas alternativas

    por parte das economias em desenvolvimento para dinamizar o processo produtivo

    afetado pela intensa crise da dcada de 80. A integrao regional tem a finalidade

    de remoo das barreiras de comrcio entre as naes participantes, bem como o

    estabelecimento de mecanismos de cooperao e coordenao entre elas.

    9.2.1 Os tipos de blocos econmicos

    a-Zona de livre comrcio

    A zona de livre comrcio representa a primeira fase de integrao econmica

    entre os pases. Por meio de um tratado entre as partes, os pases negociam entre

    si a criao de uma zona na qual os bens podem circular livremente, sem que haja

    qualquer tipo de barreira. Com a finalidade de impedir que outros pases no

    pertencentes ao bloco se beneficiem do acordo preferencial, utilizado um

    instrumento chamado regras de origem. As regras de origem, determinam a

    procedncia dos bens que podero ser beneficiados pelas preferncias

    negociadas.

    b- Unio aduaneira

    A unio aduaneira representa a segunda faz de integrao. Nessa fase, alm da

    livre circulao de bens, as partes negociam uma tarifa externa comum para

    delimitar a fronteira externa da unio em relao aos demais pases. Para a

    eficcia do acordo, deve ser criado um rgo de coordenao de controle poder

    causar distoro nas prticas de comrcio, pois pases que no integram o bloco

    podero ser beneficiados com a livre circulao de bens.

  • Nesta fase de integrao importante a coordenao das polticas econmicas

    entre as partes, para facilitar a conduo do processo de integrao.

    c- Mercado comum

    O mercado comum representa a terceira fase do processo de integrao. Nesta

    fase, alm das caractersticas de uma unio aduaneira, com a livre circulao de

    bens, os pases-membros tambm estabelecem a livre circulao de pessoas,

    servios e capitais.

    Nesta fase, deve ser elaborada uma legislao do mercado comum, bem como

    polticas comuns acima das polticas nacionais. mister tambm nesta fase que

    haja a harmonizao das polticas macroeconmicas.

    d- Unio monetria

    A unio monetria representa a quarta fase de integrao. Nesta fase, que

    pressupe a implantao do mercado comum entre os pases-membros, h a

    exigncia de uma coordenao muito estreita das polticas econmicas,

    principalmente nveis compatveis de taxas de juros, taxas baixas de inflao e

    polticas monetrias de acordo com ndices estabelecidos de dficits pblicos. A

    unio monetria tambm requer um efetivo processo de ajustamento e

    convergncia das taxas de cmbio para faixas compatveis de flutuao. Outra

    caracterstica fundamental a criao de um sistema de bancos centrais

    independentes e de um banco central da unio monetria, sendo sua caracterstica

    marcante a possibilidade de criao de uma moeda nica com o desaparecimento

    ou no das moedas nacionais.

    e- Unio poltica

    A unio poltica representa a ltima fase do processo de integrao. Pressupes

    a existncia do mercado comum e da unio monetria. Esta fase, que representa o

  • ponto mximo de um processo de integrao, tem como finalidade a formao de

    uma poltica comum de relaes externas, de defesa e de segurana.

    O processo de integrao europeia teve origem no Tratado de Paris, de 1951,

    que constitui a Comunidade Econmica do Carvo e do Ao (CECA). Em 1957

    foram assinados os Tratados de Roma, criando a Comunidade Econmica

    Europeia (CEE) e a comunidade Europeia de Energia Atmica (EURATOM). Em

    1992 foi assinado, na cidade holandesa de Maastricht, o Tratado da Unio

    Europeia, que reuniu em um s instrumento (o Ao nico Europeu) as regras de

    integrao europeia e seus povos rumos. A partir de Maastricht, a Comunidade

    Europeia transformou-se em Unio Europeia (UE).

    Os primeiros pases que aderiram aos acordos foram Alemanha, Frana, Itlia,

    Blgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1972 aderiram Reino Unido, Dinamarca e

    Irlanda. A Grcia foi incorporada em 1979. Em 1985, foram includos Portugal e

    Espanha e, em 1995, foram acrescentados ustria, Sucia e Finlndia.

    Na Amrica latina, o processo de integrao regional teve incio

    com a assinatura do Tratado de Montevidu em 1960, que deu origem a ALALC O

    NAFTA (North American Free Trade Agreement) Acordo de livre Comrcio da

    Amrica do Norte, entre Estados Unidos Canad e Mxico, foi assinado em 1992,

    objetivando a formao de uma zona de livre comrcio.

    9.3 O Mercosul

  • Com o objetivo de incrementar a economia e o desenvolvimento

    dos pases, foi assinado em 26.03.91 o tratado de Assuno entre Brasil,

    Argentina, Uruguai e Paraguai, para a formao de um mercado comum.

    Os quatros pases, diante da evoluo dos fatos internacionais

    (formao de grandes blocos econmico, globalizao e acirramento da

    concorrncia) perceberam que sua unio promoveria o desenvolvimento econmico

    e a modernizao e a ampliao da oferta de bens e servios. Outro objetivo o

    melhor aproveitamento dos recursos disponveis da regio.

    Em 1985, quando foi inaugurada a ponte que liga as cidades

    brasileiras de Foz do Iguau e a Argentina de Puerto Iguaz, os presidentes dos

    pases firmaram o acordo de integrao denominado Declarao de Iguau,

    embrio do Mercosul, que ainda contaria, posteriormente, com a adeso do

    Paraguai e Uruguai. Foi , sem dvida, um dos projetos internacionais mais

    importantes da Amrica Latina em dimenso e alcance.

  • CAPTULO X

    CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    As definies de crescimento e desenvolvimento econmico,

    muitas vezes, levam a confuses, visto que so dois termos que fazem parte do

    progresso das naes, mas que no podem ser definidas como sinnimos. O

    processo de crescimento se ocorrer de maneira isolada, poder acarretar

    desequilbrios estruturais em uma economia, dificultando as tarefas de seus

    governantes. O processo de desenvolvimento, no entanto est sempre

    acompanhado pelo processo de crescimento, pois no pode haver

    desenvolvimento sem crescimento.

    10.1 Crescimento Econmico

    O crescimento econmico um processo caracterizado pelo

    aumento da capacidade produtiva de bens e servios de uma economia, em um

    determinado perodo de tempo. O crescimento econmico relao entre a

    variao percentual do PIB e a variao percentual da populao, com todas as mudanas estruturais inerentes ao processo.

    10.2 Desenvolvimento Econmico

    Para a ocorrncia do desenvolvimento, alm do aumento na

    quantidade de bens e servios produzidos por uma economia, num determinado

    perodo de tempo, e em termos per capita,

    so necessrias mudanas de carter qualitativo. O desenvolvimento no pode ser

    analisado tomando-se por base indicadores como o PIB . para a observao do desenvolvimento devem ser considerados indicadores que reflitam mudanas na

    qualidade de vida da populao. Os pases desenvolvidos na maioria das vezes

    apresentam indicadores como:

    Alta renda per capita;

    Alto nvel de estoque de capital;

  • Baixa taxa de mortalidade infantil;

    Alto padro educacional e baixo ndice de analfabetismo;

    Baixa taxa de desemprego e elevada produtividade de mo-de-

    obra;

    Eficiente distribuio de renda

    Elevada taxa de poupana, etc.

    O grau de desenvolvimento de um pas est refletido em um

    conjunto de indicadores. O grande desafio enfrentado na atualidade est

    relacionado com a enorme lacuna que existe entre os pases ricos e os pases

    pobres, lacuna essa que est se tornando cada vez maior com o passar do

    tempo.

    Os pases em desenvolvimento enfrentam graves problemas,

    um dos principais a relao comercial. Os pases desenvolvidos so, na maioria

    das vezes, grandes exportadores de produtos industriais, enquanto que os pases

    em desenvolvimento possuem a tradio de serem exportadores d matrias-primas

    e produtos agrcolas. Outro problema a forma com o aumento do consumo se

    reflete na economia. Nas economias desenvolvidas, a expanso do consumo

    normalmente seguida pela expanso na produo e os novos produtos aparecem

    quando a demanda tem condies para adquiri-los; alm disso, a tecnologia diminui

    o preo do produto, o que permite o aumento do consumo do mesmo. Nas

    economias em desenvolvimento a situao bem diferente. O aumento da

    demanda provoca aumento dos preos, visto que a capacidade produtiva no

    avana na mesma proporo do aumento da demanda.

    Fatores no estritamente econmicos tambm podem

    condicionar o funcionamento da atividade econmica. As economias em

    desenvolvimento enfrentam fortes desequilbrios sociais e polticos, que impedem a

    aplicao de medidas econmicas. As diferenas regionais e culturais tambm

    representam um grave problema, pois impedem uma plena integrao social e

    poltica.

    51

  • Compete aos governantes dos pases em desenvolvimento a

    elaborao de uma estratgia que supere a situao de desequilbrio e que permita

    a esses pases conduzirem o processo de desenvolvimento de suas economias

    segundo os interesses de sua sociedade.

    52

  • EXERCCIOS

    I- I - Marque com X a resposta correta:1- O problema da humanidade que induziu o homem a formular teorias que originaram a cincia econmica foi:(A) a escolha dos fatores de produo para maximizar o trabalho humano;(B) a escassez de recursos produtivos que limita os desejos humanos;(C) a abundncia de recursos produtivos que torna os desejos humanos;(D) a escassez de recursos produtivos por um lado, que limita a produo de bens e servios, e os desejos humanos ilimitados.

    2- Denominam-se bens de capital:(A) aqueles destinados satisfao direta das necessidades humanas;(B) aqueles que devem sofrer novas modificaes antes de chegarem ao consumidor;(C) aqueles que tm vida til superior a 10 anos;(D) aqueles que no atendem diretamente s necessidades humanas, destinando-se a aumentar a eficincia do trabalho.

    3- A maquinaria industrial deve ser classificada como:(A) bens livre (B) bens de consumo no-durvel(C) bens de capital(D) bens de consumo durvel

    4- Denominam-se bens de consumo:(A) aqueles que devem sofrer novas modificaes antes de chegarem ao consumidor;aqueles que esto na natureza em quantidade superior ao consumo;aqueles destinados satisfao direta das necessidades humanas;(C)aqueles destinados satisfao direta das necessidades humanas;(D)aqueles que no atendem diretamente s necessidades humanas, destinando-se a aumentar a eficincia do trabalho.

    5-Os bens que devem sofrer transformaes antes que possam atender s necessidades humanas so conhecidos como:

    (A) bens de capital(B) bens econmicos(C) bens de consumo(D) bens intermedirios

    6- A capacidade produtiva da economia limitada pelo:(A) estoque de capital(B) tamanho da fora de trabalho

    1

  • (C ) conhecimento tecnolgico(D) disponibilidade de recursos naturais(E) todas as respostas anteriores

    7- Os servios bancrios classificam-se no:(A) setor primrio(B) setor secundrio(C) setor tercirio(D) setor privado

    8- Um bem livre aquele que:(A) de utilizao imediata(B) imaterial(C) no escasso, existindo em abundncia(D) no atende uma necessidade humana

    9- Dentre os bens no- econmicos encontramos:(A) servios mdicos(B) servios de consultoria(C) o ar(D) A e B esto corretas

    10- Em um sistema econmico observa-se a gerao de dois fluxos, so eles:(A) produtivo e especulativo(B) real e produtivo(C) real e nominal(D) nominal e intermedirio

    11- O fluxo nominal tem origem na:(A) produo efetiva(B) remunerao do trabalho(C) remunerao do capital(D) B e C esto corretas

    12- O fluxo real tem origem na:(A) venda de produtos intermedirios(B) remunerao dos fatores produtivos(C) quantidade de bens e servios finais produzidos(D) todas as respostas esto corretas

    13- Por sistema econmico entende-se:(A) a interdependncia no funcionamento da economia a partir do fluxo de renda produzido pelo trabalho(B) a articulao dos fatores com vistas produo exclusiva de bens e servios intermedirios(C) a interdependncia do funcionamento da economia, demonstrada atravs da articulao dos fatores e gerao dos fluxos de bens finais e monetrios(D) a articulao dos fatores visando exclusivamente `a produo de bens finais.

    2

  • 14- No fluxo nominal encontram-se:(A) pagamento dos salrios(B) pagamento das compras realizadas de bens finais(C) pagamento de juros e aluguis(D) todas as respostas esto corretas

    15- No fluxo real encontram-se:(A) os servios de beleza(B) a produo de cal(C) a produo de cerveja(D) todas as respostas esto corretas

    16- A CPP destina-se a mostrar:(A) como a mudana tecnolgica permitir obter uma certa quantidade de um bem a fim de garantir maior quantidade de um segundo bem(B) a mais valiosa combinao de dois ou mais bens que uma economia poder produzir(C) as combinaes alternativas de bens que podero ser obtidos com uma quantidade fixa de recursos produtivos e uma dada tecnologia(D) como se d o processo de escolha do consumidor

    17- Um ponto interno da CPP indica que a economia:(A) est produzindo alm de suas possibilidades(B) est em um nvel de produo que utiliza plenamente seus recursos(C) est produzindo aqum de suas possibilidades, havendo portanto capacidade ociosa(D) um ponto de impossibilidade

    18-Entre as fontes de deslocamento da CPP esto:(A) o avano tecnolgico (B) o aumento da fora de trabalho(C) o aumento da quantidade de capital(D) o aumento da produtividade(E) todas as respostas esto corretas

    19- Um ponto externo CPP indica que:(A) a economia produz permanentemente alm de suas possibilidades(B) a economia utiliza plenamente seus recursos produtivos(C) a economia produz ineficientemente, desperdiando recursos(D) um ponto que representa uma impossibilidade de se alcanar no momento

    20- A CPP pode deslocar-se devido:(A) a uma diminuio da capacidade ociosa(B) a uma diminuio do fator capital e um aumento do fator trabalho(C) a diminuio do fator trabalho e aumento do capital(D) ao melhor aproveitamento dos recursos devido ao aumento da produtividade

    21- se uma economia produz eficientemente, utilizando plenamente os seus recursos, significa que ela estar em um ponto:(A) interno da CPP

    3

  • (B) na CPP(C) externo CPP(D) nada se pode afirmar

    22- assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas de um bem?(A) preo e durabilidade do bem(B) preo do bem, renda do consumidor, custos de produo(C) preo do bem, preo dos bens substitutos e complementares, renda e preferncia do consumidor(D) renda do consumidor e custo de produo(E) preo do bem, preo dos bens substitutos e complementares, custo de produo e preferncia do consumidor

    23- o leite torna-se mais barato e seu consumo aumenta. Paralelamente, o consumidor diminui sua demanda de ch. Leite e ch so bens:(A) complementares(B) substitutos(C) independentes(D) inferiores

    24- Supondo o preo do bem eixo vertical e a quantidade ofertada no eixo horizontal, pode-se afirmar que, ceteris paribus:(A) a curva de oferta desloca-se para a direita quando o preo do bem aumenta(B) a curva de oferta desloca-se para a esquerda quando o preo do bem cai(C) a curva de oferta desloca-se para a direita quando aumentam os custos de produo(D) a quantidade ofertada aumenta quando o preo do bem aumenta, ceteris paribus(E) todas as respostas esto corretas

    25- O mercado no qual h um pequeno nmero de produtores, que podem realizar acordos de preos entre si, chama-se:(A) monoplio(B) oligoplio(C) concorrncia monopolstica(D) concorrncia perfeita

    26- Se todos os preos subirem, correto afirmar que vai haver inflao?(A) sim, mas a renda da populao deve permanecer inalterada(B) sim, desde que a taxa de juros real se mantenha inalterada(C) sim, no caso do aumento estar inserido em persistente alta no nvel geral de preos(D) nenhuma das respostas anteriores

    4

  • II Responda as questes abaixo:

    1- Por que a economia conhecida como a cincia da escassez?

    2- Qual a importncia da utilizao racional dos recursos escassos?

    3- Como a cincia econmica est divida?

    4- Diferencie a microeconomia da macroeconomia.

    5- Como est dividida a teoria econmica?

    6- Defina poltica econmica.

    7- Qual o ramo da economia que estuda as relaes entre os pases?

    8- Cite trs caractersticas das necessidades secundrias.

    9- Por que os bens livres no so objeto de estudo da economia?

    10-O que so bens complementares? Cite trs exemplos.

    5

  • 11-O que so bens substitutos. Cite trs exemplos.

    12-Diferencie os bens de consumo durveis dos no- durveis .

    13-Defina sistema econmico.

    14-Como constituda a procura global?

    15-Como constituda a oferta global?

    16-Coloque ao lado de cada um dos fatores de produo a sua respectiva

    remunerao.

    17-Coloque ao lado de cada um dos setores produtivos abaixo relacionados a sua

    respectiva atividade.

    a- setor primrio -

    b- setor secundrio -

    c- setor tercirio -

    18-Relacione a utilizao dos fatores de produo com o grau de desenvolvimento

    dos pases.

    6

  • 19-Diferencie produo de produtividade.

    20-Qual a funo dos agentes produtivos?

    21-Qual a relao entre o preo e a quantidade na determinao da demanda por

    um produto? Por qu? represente graficamente.

    22-Qual a relao entre o preo e a quantidade na determinao da oferta de um

    por um produto? Por qu? Represente graficamente.

    23-Quais as variveis que podem afetar a demanda de um bem?

    24-Quais as variveis que podem afetar a oferta de um bem?

    25-Qual a diferena entre demanda e quantidade demandada ?

    26-Qual a diferena entre oferta e quantidade ofertada ?

    7

  • 27-O que significa ponto de equilbrio? Represente graficamente.

    28-O que significa preo de equilbrio? Represente graficamente.

    29- Qual o significado da expresso ceteris paribus?

    30-O significa mercado em livre concorrncia?

    31-Defina elasticidade- preo.

    32-Em qual tipo de elasticidade- preo da demanda o consumidor mais sensvel

    variao de preo?

    33-Em qual tipo de elasticidade- preo da demanda o consumidor menos

    sensvel variao de preo?

    8

  • 34-Diferencie o mercado em monoplio do mercado em concorrncia perfeita por

    meio de trs caractersticas.

    35-Evidencie as principais caractersticas do mercado em concorrncia

    monopolstica.

    36-Destaque duas conseqncias negativas para o consumidor do mercado em

    oligoplio.

    37-Defina moeda.

    38-Comente sobre trs funes da moeda.

    39-Defina inflao.

    40-O que caracteriza a inflao de demanda.

    9

  • 41-O que caracteriza a inflao de custos.

    42-Por que os metais preciosos foram to bem aceitos como moeda?

    43-Defina crescimento econmico.

    44-Diferencie crescimento econmico de desenvolvimento econmico por meio de

    quatro caractersticas.

    45-Por que afirma-se que o conceito de desenvolvimento econmico est ligado

    juzo de valor?

    46-A renda per capita um indicador confivel de desenvolvimento econmico?

    Por qu?

    47-Qual a justificativa para a intensa preocupao dos pases em relao

    manuteno do crescimento econmico?

    10

  • 48-Por que no pode haver desenvolvimento sem crescimento?

    49-Faa uma relao dos principais problemas dos pases menos desenvolvidos.

    50-Defina PIB.

    51-Defina PNB.

    11

  • 12

  • TRABALHO DE INTRODUO ECONOMIA ( 2 PONTOS )

    Prof. Miriam Ribeiro

    Nmero mximo de componentes por grupo: 6

    Data da Avaliao __/__/_______

    No haver consulta ao material na hora da aula.

    1- Escreva um pargrafo introdutrio sobre o processo de globalizao (aspecto conceitual)

    2- Quando a globalizao teve origem?

    3- A- Quais os reflexos da globalizao sobre as empresas brasileiras ?

    B- Quais os reflexos da globalizao sobre o Direito?

    4- Selecione uma reportagem sobre a globalizao e destaque (em tpicos) as principais

    caractersticas.

    5- Quando teve origem o processo de integrao econmica regional( formao de blocos

    econmicos)?

    6- Descreva as principais caractersticas de cada uma das cinco fases do processo de integrao

    econmica regional ( zona de livre comrcio, unio aduaneira, mercado comum, unio

    econmica e unio poltica).

    7- Quando foi criado o Mercado Comum Europeu e por qu?

    8- Quantos pases formam a Unio Europeia e quando ela foi criada?

    9- Quando foi criado o Mercosul e quais os pases participantes?

    10- Por que foi criado o Mercosul?

    11- Qual a fase do processo de integrao na qual encontra-se o Mercosul na atualidade?

    12- Quais as principais dificuldades para a concretizao do mercado comum?

    13- Quando e por que foi criado o NAFTA?

    14- Quais os objetivos da ALCA? Cpula das Amricas.

    15- Se a ALCA for criada, quantos pases devero participar?

    16- Quais as principais preocupaes do Brasil em relao a formao da ALCA?

  • 17- Selecione uma reportagem sobre integrao econmica regional e destaque as principais

    caractersticas.

    18- Por que os pases comercializam entre si?

    19- Quando e por que foi criado o GATT?

    20- Quando o GATT foi incorporado pela OMC?

    21- Qual o objetivo da OMC?

    22- Comente sobre trs princpios da OMC.

    23- Quantos pases participam da OMC atualmente?

    24- Quais as principais dificuldades enfrentadas pela OMC na atualidade?

    25- Selecione uma reportagem sobre a OMC e destaque (em tpicos) as principais caractersticas.

    Consultar: www.desenvolvimento .gov.br ; www.braziltradenet.org.br; www.wto.org

  • CONSENSO DE WASHINGTON

    (Do livro: Para conhecer o Neoliberalismo, Joo Jos Negro, pg. 41-43, Publisher Brasil, 1998)

    "Em 1989, no bojo do reaganismo e do tatcherismo mximas expresses do neoliberalismo em ao, reuniram-se em Washington, convocados pelo Institute for International Economics, entidade de carter privado, diversos economistas latino-americanos de perfil liberal, funcionrios do Fundo Monetrio Internacional (FMI), Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo norte-americano. O tema do encontro Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?, visava a avaliar as reformas econmicas em curso no mbito da Amrica Latina.

    John Willianson, economista ingls e diretor do instituto promotor do encontro, foi quem alinhavou os dez pontos tidos como consensuais entre os participantes. E quem cunhou a expresso "Consenso de Washington", atravs da qual ficaram conhecidas as concluses daquele encontro, ao final resumidas nas seguintes regras universais:

    1. Disciplina fiscal, atravs da qual o Estado deve limitar seus gastos arrecadao, eliminando o dficit pblico;

    2. Focalizao dos gastos pblicos em educao, sade e infra-estrutura 3. Reforma tributria que amplie a base sobre a qual incide a carga tributrio, com maior peso nos

    impostos indiretos e menor progressividade nos impostos diretos 4. Liberalizao financeira, com o fim de restries que impeam instituies financeiras

    internacionais de atuar em igualdade com as nacionais e o afastamento do Estado do setor; 5. Taxa de cmbio competitiva; 6. Liberalizao do comrcio exterior, com reduo de alquotas de importao e estmulos

    exportao, visando a impulsionar a globalizao da economia; 7. Eliminao de restries ao capital externo, permitindo investimento direto estrangeiro; 8. Privatizao, com a venda de empresas estatais; 9. Desregulao, com reduo da legislao de controle do processo econmico e das relaes

    trabalhistas; 10. Propriedade intelectual.

    Embora tivessem, em princpio, carter acadmico, as concluses do Consenso acabaram tornando-se o receiturio imposto por agncias internacionais para a concesso de crditos: os pases que quisessem emprstimos do FMI, por exemplo, deveriam adequar suas economias s novas regras. Para garantir e "auxiliar" no processo das chamadas reformas estruturais....., o FMI e as demais agncias do governo norte-americano ou multilaterais incrementaram a monitorao novo nome da velha ingerncia nos assuntos internos das alteraes "modernizadoras".

    Em sntese, possvel afirmar que o Consenso de Washington faz parte do conjunto de reformas neoliberais que apesar de prticas distintas nos diferentes pases, est centrado doutrinariamente na desregulamentao dos mercados, abertura comercial e financeira e reduo do tamanho e papel do Estado.

    E, conforme o ex-embaixador Paulo Nogueira Batista, "apresentado como frmula de modernizao, o modelo de economia de mercado preconizado no consenso de Washington constitui, na realidade, uma receita de regresso a um padro econmico pr-industrial caracterizado por empresas de pequeno porte e fornecedoras de produtos mais ou menos homogneos. O modelo o proposto por Adam Smith

  • e referendado com ligeiros retoques por David Ricardo faz dois sculos. Algo que a Inglaterra, pioneira da Revoluo Industrial, pregaria para uso das demais naes mas que ela mesma no seguiria risca. No Consenso de Washington prega-se tambm uma economia de mercado que os prprios Estados Unidos tampouco praticaram ou praticam (...). O modelo ortodoxo de laissez-faire, de reduo do Estado funo estrita de manuteno da lei e da ordem da santidade dos contratos e da propriedade privada dos meios de produo poderia ser vlido no mundo de Adam Smith e David Ricardo, em mercados atomizados de pequenas e mdias empresas gerenciadas por seus proprietrios e operando em condies de competio mais ou menos perfeita; universo em que a mo-de-obra era vista como uma mercadoria, a ser engajada e remunerada exclusivamente segundo as foras da oferta e da demanda; uma receita, portanto, de h muito superada e que pouco tem a ver com os modelos modernos de livre empresa que se praticam, ainda que de formas bem diferenciadas, no Primeiro Mundo" (Batista: 1995, pg. 119-120).

    Na verdade, o Consenso de Washington representa, no contexto da Amrica Latina, o mesmo movimento de contra-ataque do capitalismo em relao s conquistas dos trabalhadores. desnecessrio afirmar que aqui o pano de fundo outro, que existem, quando muito, arremedos de Estados de Bem-estar e que a democracia, a muito custo, tenta fazer sua reentrada num continente marcado por sucessivos perodos de ditaduras declaradas ou disfaradas, civis ou militares (com preponderncia das ltimas). Em suma, aqui na Amrica Latina o conservadorismo prope discusses e modelos ps-welfare para sociedades que nem sequer se aproximaram daquela configurao no que diz respeito a direitos sociais e distribuio de renda e onde, ao contrrio, o Estado tem servido historicamente mais aos interesses das classes dominantes associadas-dependentes ou no do capitalismo mundial, do que aos setores subalternos."

    A crise da dcada de 1960: a caminho do golpe Aps o fim do Estado Novo de Getlio Vargas, o poder na poltica brasileira seria sucedido por diversos governos populistas. Aps o suicdio de Vargas em 1954, todos os presidentes governariam o pas sob o fantasma da imagem popular de Getlio. E todos eles, desde Juscelino Kubitschek, teriam a sua sombra as Foras Armadas.

    Quando Jnio Quadros enviou o seu pedido de renncia em 25 de agosto de 1961, intentava inverter uma situao desfavorvel politicamente, quando praticamente todas as foras polticas, de direita e de esquerda, faziam oposio a seu governo. Jnio imaginava que os parlamentares no votariam o pedido de renncia e que a populao solicitaria sua permanncia na presidncia, talvez ainda com mais poderes. Jnio acreditava, tambm, que as Foras Armadas no iriam aceitar que o vice-presidente Joo Goulart, considerado subversivo e com ligaes perigosas com o comunismo, assumisse a presidncia.

    Entretanto, tudo deu errado para Jnio. No dia seguinte, as manchetes dos principais jornais do pas estampavam: Jnio renuncia!

    Jnio Quadros acertara apenas numa coisa: os militares no aceitaram a posse de Joo Goulart. A oposio, particularmente a UDN, tambm se mostrava contrria. Em viagem diplomtica na China, Jango foi avisado que seria preso se voltasse ao Brasil.

  • Os ministros militares general Odilio Denys, o brigadeiro Grum Moss e o almirante Silvio Heck aps a renncia de Jnio Quadros: o vice-presidente Joo

    Goulart era impedido de assumir o poder.

    Todavia, diversas manifestaes exigiam o cumprimento da Constituio. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, cunhado de Joo Goulart, liderava o Movimento de Resistncia Democrtica, que exigia a posse de Jango e se colocava contra um possvel golpe militar. Para no entrar em confronto com a populao que protestava nas ruas pela normalidade poltica, parte dos militares se recusou a reprimir o Movimento. Tal posicionamento acabaria criando um racha nas Foras Armadas, o que adiaria por alguns anos o golpe.

    Mobilizao armada no Rio Grande do Sul a favor do cumprimento da Constituio

    A soluo encontrada por militares e lideranas polticas foi a adoo do parlamentarismo. Pela emenda constitucional n 4 de 2 setembro de 1961, aprovada em toque de caixa em meio crise poltico-social, o regime republicano substitua o presidencialismo pelo parlamentarismo. Assim, Joo Goulart poderia assumir o governo, desde que aceitasse subordinar seu poder a um primeiro-ministro indicado pelo

  • Congresso e aprovado pelos militares. Pelo Ato ficava estabelecido, tambm, a realizao, em 1965, de um plebiscito popular que decidiria a manuteno ou no do novo sistema de governo. Para evitar uma guerra civil, Jango aceitou a medida e assumiu a presidncia em 7 de setembro de 1961. A tenso dos 12 dias que se seguiram renncia de Jnio Quadros foi trocada por uma sensao de alvio, tanto pela esquerda e pela direita, como pelos militares, que poderiam se sentir humilhados pela fracassada oposio posse de Jango.

    Sempre vigiado de perto pelos militares, Joo Goulart assumia a Presidncia da Repblica

    Joo Goulart assumia o poder apoiado por foras nacionalistas e esquerdistas, principalmente pela CGT (Central Geral dos Trabalhadores), pela UNE (Unio Nacional dos Estudantes), por movimentos rurais, como a Liga Camponesa, liderada pelo deputado Francisco Julio e por escales inferiores das Foras Armadas (suboficiais, sargentos e marinheiros). Acreditavam que Jango seria o presidente capaz de fazer as reformas sociais que o Brasil necessitava naquele momento. Entretanto, isto s seria possvel com a ampliao de seus poderes, sem a limitao imposta pelo Congresso e por seu primeiro-ministro. Diante da presso o plebiscito, proposto para acontecer em 1965, foi antecipado para 1963 e 82% dos brasileiros votaram pela volta ao presidencialismo (10 milhes a favor do presidencialismo contra 2 milhes que votaram pela continuidade do parlamentarismo). Assim, Jango pode finalmente realizar sua plataforma de governo. Nesse mesmo ano, o presidente apresentou nao o Plano Trienal que pretendia, atravs do corte de gastos pblicos e da realizao das Reformas de Base (estruturas agrria, administrativa, bancria, tributria, eleitoral e educacional), reduzir a inflao e as desigualdades sociais.

    Rapidamente as classes mais conservadoras e os polticos de direita se inflamaram contra as Reformas, acusando o presidente de levar o pas ao comunismo. Do outro lado, a esquerda que exigia que Jango implantasse de qualquer forma as Reformas.

    Tentando levar frente o Plano Trienal, Jango apresentou ao Congresso um anteprojeto de reforma constitucional que estabeleceria novas discusses acerca do Plano Trienal. Porm, a oposio no concordou com alteraes na Constituio, impedindo as reformas. Sem qualquer fora poltica, Jango solicitou ao Congresso a instalao de estado de stio. O pedido desagradou tanto a esquerda quanto a direita, que tem