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APRENDIZAGEM COOPERATIVA E
INCLUSÃO
Ecologia da Educação Especial e Inclusiva
Prof. Francisco Leitão
Dezembro/2011
Índice
• Aprendizagem Cooperativa e Inclusão
• Fundamentos da Aprendizagem Cooperativa
• Aulas Cooperativas – Planificação e orientação
• Aulas Cooperativas – Ambiente de aprendizagem
• Aulas Cooperativas – Avaliação
• Aplicação de uma metodologia cooperativa – ABP (Aprendizagem Baseada em Problemas)
Aprendizagem Cooperativa
Contexto?
Desenvolvimento do Sistema Educativo: Integração: separação e segregação Aluno individual Inclusão: cooperação e inclusão Currículo
Inclusão Integração
“A inclusão é proporcionar a todos
e cada um, o acesso às melhores
condições de vida e de
aprendizagens possíveis. Não
apenas alguns, mas todos os alunos,
necessitam e devem beneficiar da
aceitação, ajuda e solidariedade
dos seus pares, num clima onde ser
diferente é um valor.” Leitão, F. (2010)
“ A aprendizagem cooperativa é uma estratégia de ensino centrada no aluno e no trabalho colaborativo em pequenos
grupos heterogéneos e que recorre a uma diversidade de atividades, formas e contextos sociais de aprendizagem,
para os alunos de forma activa, solidária, critica e reflexiva,
construírem e aprofundarem a sua própria compreensão do mundo em que
vivem” Leitão, F. (2010)
Bases da Aprendizagem Cooperativa:
- heterogeneidade de grupos;
- interações aluno-aluno;
- construção de relações de ajuda
mútua no seio do grupo.
Índice
“A child is not a vase to be filled, but a fire to be lit”
(Rabelais)
Aspectos Históricos e Bases Teóricas:
António Sérgio – O Objectivo Central da Educação:
Formar homens, homens moralmente fortes, de valores, capazes de,
no contexto da coletividade, cooperativa e solidariamente, atuarem
de acordo com princípios e critérios próprios.
Portugal
Individuo Comunidade
Coletividade
(Sérgio, 1984, pág.21)
Animada centrada na obra coletiva
Coletivo
Escola Cooperativa
Interdependência Pessoal
Atualidade
Responsabilidade Pessoal
António Sérgio
Personalidade
Coletividade
Aprendizagem Cooperativa
Escola Ativa Cooperação
Valores Educativos
Comunidade
Sala de aula Democrática
A sala de aula deve espelhar a sociedade como um todo e ser um laboratório para a aprendizagem da vida real
John Dewey (1916)
Sala de aula Democrática
Organização em Grupos pequenos
Construção do próprio Conhecimento
Princípios democráticos
A sala de aula deve ser um laboratório que estuda os problemas interpessoais e sociais importantes
Aprendizagem Cooperativa
Herbert Thelen (1954, 1960)
Pedagogia da investigação em grupo
“Separados-mas-iguais”
Integração Racial
Em 1954, O supremo Tribunal dos EUA publica a decisão Brown vs. Board of education of Topeka
Relações Intergrupais
Índice
Qualidade do processo de aprendizagem
cooperativa
Planificação cuidada - tomada de decisões flexível
Em função da turma com que se vai trabalhar - heterogeneidade presente
Currículo Práticas
Contexto social de aprendizagem
O principal desafio do professor para iniciar um trabalho cooperativo:
~
Sem nunca esquecer os interesses e conhecimentos prévios dos alunos, nem os seus diferentes níveis e ritmos de
desenvolvimento e aprendizagem
Caso contrário, “se o conteúdo não for interessante e
suficientemente desafiador, uma aula de aprendizagem cooperativa pode rapidamente deixar de funcionar”. Arends, R. (2008)
Escolha de um tema/conteúdo apropriado
Etapas do processo de planificação
1ª - Especificar claramente os objetivos da aula
Académicos Sociais Comunicação
Heterogeneidade dos alunos
2ª - Formar grupos de trabalho depende
1 – Dos objetivos definidos para a aula 2 – Da diversidade cultural (raça, etnia, religião) 3 – Dos diferentes níveis de capacidade dos alunos
Decisões: Nº de grupos a formar; Nº de alunos a constar em cada grupo; Organização e adequação dos recursos físicos, temporais e materiais.
Fase inicial – Grupos homogéneos (afinidade)
Grupos heterogéneos
Respeito e tolerância pela diferença, aceitação e valorização do outro
de curta duração
Os alunos trabalham em conjunto para atingirem um objetivo comum, discutem e partilham ideias, ajudam-se mutuamente no processo de construção coletiva do conhecimento.
Dão lugar
Cultura etnias níveis de desenvolvimento
3ª -Estruturação da interdependência social
Interdependência social
Empenho e Contribuição individual de cada aluno
Concretização da tarefa e objetivos comuns do grupo
Co-responsabilização para o sucesso comum
Segundo Rogers (2000), o desenvolvimento da aprendizagem cooperativa deve integrar três dimensões como o envolvimento mútuo, partilha e iniciativa conjunta. É através destas dimensões que os grupos encontram a sua identidade.
4ª Supervisão do trabalho de grupo Papel principal do professor
Controlar a eficácia das interações cooperativas do grupo
Assegurar que os grupos trabalham de forma produtiva
” o papel do professor que estrutura grupos cooperativos desloca-se do papel de um transmissor de informações para o de mediador da aprendizagem” Johnson & Johnson(1987)
5ª - Avaliação dos procedimentos do grupo
Auto-regulação do grupo
Reflexão por parte do professor quanto à forma como vai avaliar o desempenho dos alunos, tanto individual como de grupo
Valorização de comportamentos e aprendizagens por parte do professor
Índice
" Estas etapas estão fortemente
interligadas, condicionam-se
mutuamente, estando as decisões
a tomar em cada etapa
dependentes das decisões
anteriormente tomadas." Leitão, F. (2010)
Cooperar Trabalho de grupo para que um membro o realize
1. Interdependência positiva
2. Responsabilidade individual
3. Competências sociais
4. Interações face-a-face
5. Avaliação dos procedimentos de grupo
Gerir o ambiente de aprendizagem
1. Interdependência positiva
Fonte: http://universo10.files.wordpress.com/2010/11/aprendizagem-cooperativa.ppt
1. Interdependência positiva
“A interdependência positiva é o pilar fundamental da aprendizagem cooperativa”
Leitão, F. (2010)
É um elemento imprescindível para a cooperação
1. Interdependência positiva
A interdependência positiva, pode ser alcançada por 5 procedimentos distintos:
Interdependência de objetivos
Interdependência de tarefas
Interdependência de recursos
Interdependência de papéis
Interdependência de recompensas
2. Responsabilidade individual
Fonte: http://universo10.files.wordpress.com/2010/11/aprendizagem-cooperativa.ppt
2. Responsabilidade individual
Cada elemento É responsável pela tarefa
que lhe foi atribuída
Grupo É responsável pelas aprendizagens
definidas para esse grupo
A responsabilidade individual é a chave para assegurar que todos do elementos do grupo saiam fortalecidos
3. Competências Sociais
3. Competências Sociais
Conteúdos Académicos
Competências Sociais
Grupo Cooperativo
Todos os elementos se conheçam e confiem uns nos outros
Dentro do grupo haja um diálogo aberto, direto
Todos os elementos do grupo respeitem as diferenças individuais e se apoiem uns aos outros
Resolvam de forma construtiva os eventuais conflitos que surjam dentro do grupo
4. Interações face-a-face
4. Interações face-a-face
“Os alunos devem interagir diretamente uns com os outros enquanto trabalham”
Leitão, F. (2010)
Proporcionando feedbacks mútuos, questionando as conclusões uns dos outros, partilhando conhecimentos… estando desta forma a ensinarem-se e a encorajarem-se
uns aos outros
5. Avaliação dos procedimentos do grupo
5. Avaliação dos procedimentos do grupo
Os alunos devem analisar os resultados permanentemente:
Auto-avaliando e refletindo o seu desempenho
Avaliando e refletindo sobre o desempenho e ações dos outros elementos
Avaliando e refletindo sobre o desempenho e ações do grupo
Índice
Avaliação Inclusiva
• Avaliação seja resultado do envolvimento ativo dos intervenientes do processos educativo.
• As escolas devem adotar critérios de acordo com o contexto educativo específico.
Avaliação Cooperativa
• Tarefa difícil de realizar, dados os objetivos da aprendizagem cooperativa.
Interdependência
positiva Responsabilidade
Individual
Reciprocidade e ajuda mútua Avaliação individual
Avaliação Cooperativa
• Como avaliar individualmente um aluno, a partir de produções desenvolvidas em grupo ?
Responsabilidade Individual
Avaliação individual
Avaliação Cooperativa
• Os alunos devem saber como vão ser avaliados
• Saber como o utilizar o próprio processo de avaliação para modificar, redefinir a cultura de cooperação
Avaliação
Processos Produtos
Avaliação - conclusão
Deve ser feita pelos professores e pelos alunos
Reporta-se ao desenvolvimento individual e ao trabalho
coletivo
Deve abranger os domínios cognitivo e afetivo
Depende dos objetivos traçados e das estratégias
adotadas
Índice
Aprendizagem Baseada em Problemas
Uma estratégia cooperativa
Aprendizagem Baseada em Problemas
Modalidade de dinâmica curricular , cujas raízes assentam no ensino
por descoberta e na aprendizagem cooperativa.
Inscreve-se no paradigma construtivista, relacionando-se com as
teorias de Dewey, Piaget, Vygotsky e Brunner
Orientada para a habilidade de resolução de problemas
É uma abordagem centrada no aluno permitindo que este se torne
mais maduro adquirindo graus crescentes de autonomia*.
Consiste na apresentação de situações baseadas em problemas reais e
significativos que sirvam de base para a investigação e pesquisa dos
alunos.
Papel do Professor
“Nos contextos cooperativos de aprendizagem os professores partilham a
autoridade com os alunos de formas muito específicas e diversas.”
(Leitão, 2010)
Apresentar problemas, fazer perguntas e facilitar a investigação e
diálogo.
Proporcionar suporte - uma estrutura de apoio - que promova a
pesquisa e o crescimento intelectual.
Proporcionar a experimentação de papéis de adultos;
Permitir que ganhem a confiança na sua capacidade de pensar e se
tornem aprendentes autónomos
Vantagens da ABP para os alunos
Aprendizagem baseada em problemas
Competências de pensamento e resolução de problemas
Comportamentos e competências
sociais associado a papéis de
adulto.
Competências para a
aprendizagem independente
Planificar aulas de ABP
A planificação de aulas ABP, tal como todas as abordagens de ensino
interativo e centradas no aluno, exige tanto ou mais esforço de
planificação que implicam três fases distintas.
Tomar decisões acerca dos objetivos;
Criar situações problemáticas apropriadas;
Organizar recursos e planificar logística
Cinco etapas de uma aula ABP
Orientar os alunos para o
problema
Organizar os alunos para o
estudo
Prestar assistência às investigações .
Desenvolver e apresentar artefactos
/exposições
Analisar e avaliar o trabalho
Adaptar a ABP a alunos diversificados
Proporcionar um maior número de instruções diretas sobre as técnicas
de investigação;
Demorar mais tempo a explicar as aulas de ABP e as expetativas em
relação ao trabalho;
Dar aos alunos mais tempo para cada uma das fases de investigação;
Estabelecer cronogramas mais precisos para a verificação de processos
e responsabilizar os alunos pelo seu trabalho.
Avaliação
Avaliação da compreensão;
Utilizar listas de verificação e escalas de cotação;
Avaliar situações e papéis do adulto;
Avaliar o potencial de aprendizagem;
Avaliar o esforço do grupo.
Bibliografia
• LEITÃO, F. (2010). Valores Educativos, Cooperação e Inclusão. Salamanca: Luso-Española de Ediciones
• ARENDS, R. (2008). Aprender a Ensinar. Lisboa: McGraw-Hill
• Improvement Through Research In The Inclusive School, Estratégias e Práticas em Salas de Aula Inclusivas, IRIS 128735-CP-1-2006-1-BE-COMENIUS-C21. http://www.ciep.uevora.pt/iristt/PT/docs/TT_Estrategias_e_Praticas_WD_PT.pdf (acedido em 03/12/2011)
• ROGERS, J. (2000). Communities of Practice: A framework for fostering coherence in virtual learning communities. Educational Technology & Society 3 (3)
• STAINBACK, S.; STAINBACK, W. (2000). Inclusão: um manual para educadores. Porto Alegre: Artmed.