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APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS AO LONGO DA VIDA NO GRUPO DE ESCOTEIROS BADEN POWELL-179 Faculdade Ideau Caxias do Sul MALFATTI, Franciele 1 MACHADO, César Júlio 2 QUADROS, Paula da Silva 3 BORRIN, Thuyse 4 PETEREIT, Rejane Maria Eccel 5 Resumo O artigo tem por objetivo identificar as contribuições que o escotismo pode dar à promoção da vida e contribuir para a formação de sujeitos críticos, ativos e reflexivos através do grupo de escoteiros Baden Powell. O conceito de aprendizagem ao longo da vida refere-se a aprender ao longo de todos os espaços e tempos dos ciclos de vida do sujeito e, contudo com qualidade nesse processo. A metodologia usada foi uma pesquisa quantitativa e qualitativa com aplicação de um questionário realizado com um grupo de escoteiros adultos. Foi realizada também uma análise dos dados e uma pesquisa bibliográfica sobre a origem e a organização do grupo de escotismo citado acima. Observou-se que é de extrema importância a participação dos adultos no grupo de escotismo, pois, eles vivenciam novas experiências e assim ocorrem as aprendizagens que contribuem para o bem estar no desenvolvimento do ser humano. Palavras-chave: Escotismo; Aprendizagem; Experiências; Ciclos de vida; ABSTRACT The paper aims to identify the contributions that Scouting can make to the promotion of life and contribute to the formation of critical subjects, active and reflective through the Boy Scout troop Baden Powell. The concept of learning throughout life refers to learn through all the spaces and times of the subject's life cycles and yet with quality in the process. The methodology used was a qualitative and quantitative research with a questionnaire conducted with a group of adult Scouts. It was also an analysis of the data and a literature search on the origin and the organization of scouting group mentioned above. Noted that it is extremely important the participation of the subjects in scouting group, because they experience experiences occur and so the learning that contribute to the development of human beings. Keywords: Scouting; learning; experiences; Life cycles. 1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau Caxias do Sul RS, [email protected]; 2 Graduando do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau Caxias do Sul RS, [email protected]; 3 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau Caxias do Sul RS, paula- [email protected]; 4 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau Caxias do Sul RS, [email protected]; 5 Professora Mestre orientadora: titulação, Faculdade Ideau Caxias do Sul RS, [email protected]

APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS AO LONGO DA VIDA NO … · Para isso criou o Movimento Escoteiro, hoje praticado em 160 países. No Brasil desde 1910, conta atualmente com 60 mil escoteiros,

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APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS AO LONGO DA VIDA NO

GRUPO DE ESCOTEIROS BADEN POWELL-179

Faculdade Ideau – Caxias do Sul

MALFATTI, Franciele

1

MACHADO, César Júlio 2

QUADROS, Paula da Silva 3

BORRIN, Thuyse 4

PETEREIT, Rejane Maria Eccel 5

Resumo

O artigo tem por objetivo identificar as contribuições que o escotismo pode dar à promoção da vida e contribuir para a formação de sujeitos críticos, ativos e reflexivos através do grupo de escoteiros Baden Powell. O conceito de aprendizagem ao longo da vida refere-se a aprender ao longo de todos os espaços e tempos dos ciclos de vida do sujeito e, contudo com qualidade nesse processo. A metodologia usada foi

uma pesquisa quantitativa e qualitativa com aplicação de um questionário realizado com um grupo de escoteiros adultos. Foi realizada também uma análise dos dados e uma pesquisa bibliográfica sobre a origem e a organização do grupo de escotismo citado acima. Observou-se que é de extrema importância a participação dos adultos no grupo de escotismo, pois, eles vivenciam novas experiências e assim ocorrem as aprendizagens que contribuem para o bem estar no desenvolvimento do ser humano. Palavras-chave: Escotismo; Aprendizagem; Experiências; Ciclos de vida;

ABSTRACT

The paper aims to identify the contributions that Scouting can make to the promotion of life and

contribute to the formation of critical subjects, active and reflective through the Boy Scout troop Baden

Powell. The concept of learning throughout life refers to learn through all the spaces and times of the

subject's life cycles and yet with quality in the process. The methodology used was a qualitative and

quantitative research with a questionnaire conducted with a group of adult Scouts. It was also an

analysis of the data and a literature search on the origin and the organization of scouting group

mentioned above. Noted that it is extremely important the participation of the subjects in scouting

group, because they experience experiences occur and so the learning that contribute to the

development of human beings.

Keywords: Scouting; learning; experiences; Life cycles.

1 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau – Caxias do Sul RS,

[email protected]; 2 Graduando do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau – Caxias do Sul RS, [email protected];

3 Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau – Caxias do Sul RS, paula-

[email protected]; 4Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Ideau – Caxias do Sul RS,

[email protected]; 5 Professora Mestre orientadora: titulação, Faculdade Ideau – Caxias do Sul RS,

[email protected]

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INTRODUÇÃO

A aprendizagem ao longo da vida pode ser considerada um novo conceito

de educação, e se enquadra nas características da sociedade pós-moderna. Cada

vez mais, os sujeitos pertencentes a essa nova sociedade buscam conhecimento em

diferentes formas e espaços não formais, desejam ampliar a sua visão de mundo e

aperfeiçoar-se, entendem que o ser humano está em constante movimento, ainda

mais nos tempos pós-modernos aonde tudo muda constantemente, e a necessidade

de uma educação continuada nas áreas artística, social, física faz muita diferença

para o desenvolvimento humano.

As aprendizagens na fase adulta proporcionam experiências que são

adquiridas ganham significados de vital importância, principalmente emocional . No

mundo atual, é fundamental conhecer os novos contextos de aprendizagens, não só

formais que ocorrem dentro das escolas, mas, sim, ter em mente que o sujeito

aprende em todo o lugar, e aqui nos referimos os espaços não formais e informais,

que desenvolvem um papel riquíssimo de aprendizagens significativas.

Na contribuição de Oliveira (2004), se faz necessário também considerarmos

a aprendizagem ao longo da vida, como um ciclo de vida que está em constantes

transformações, formando o ser no seu processo de vir-a-ser, contemplando todos

os fatores: físico, social, intelectual, afetivo, espiritual e de caráter. O ato de

aprender e ensinar sempre estão presentes em nossas vidas, quer seja, no

ambiente familiar, ou no ambiente escolar, bem como, em todos os espaços de

covivência.

São múltiplos os sentidos e significados associados ao conceito:

aprendizagem ao longo da vida, e assim, a educação é vista como uma das formas

para se alcançar este objetivo. Teorias e explicações surgem com o principal

objetivo de chegar a um conceito que obtenha tudo o que a aprendizagem ao longo

da vida pode proporcionar. Segundo um estudo realizado por Alheit e Dausien

(2006), chegaram à conclusão de que o conceito permanece mal definido, ou seja,

a formação e a aprendizagem podem ser percebidas:

“Globalmente, pode-se diferenciar o conceito mais “restrito” de

aprendizagem que se refere à atividade individual e coletiva concreta, do

conceito mais amplo de formação, que tende geralmente a indicar os

processos de formação individuais e coletivos relacionados acima e as

3

figuras biográficas que permitem a perlaboração da experiência” (ALHEIT e

DAUSIEN, 2006).

A (trans)formação dos processos de aprendizagem transcendem a

apropriação de saberes e competências (ALHEIT, 2006), e passa então, a uma outra

ordem, a das experiências que são adquiridas ao longo de um processo. O foco da

educação deverá estar voltado para uma organização da aprendizagem, não

somente pensando nos conteúdos, mas, sim, ir além buscar como os sujeitos podem

aprender a aprender.

Diante das necessidades existentes na sociedade atual, os sujeitos

necessitam além do conhecimento especifico adquirido na educação formal, buscar

novas experiências em diversos contextos não formais de educação, sabendo

principalmente desenvolver o seu espírito de equipe. Por isso aqueles que fazem

parte atuante de um grupo de escoteiros ampliam os seus horizontes e se engajam

em causas sociais, com o comprometimento de se tornar cidadãos responsáveis e

contribuidores para uma sociedade mais humana.

De acordo com Baden Powell (1920): “Não existe ensino que se compare ao

exemplo”, cujo grupo de escoteiros Baden Powell foco de nossa pesquisa, onde

podemos perceber principalmente a importância do exemplo na vida das pessoas. É

através dos exemplos que as crianças observam desde cedo, e assim acabam tendo

uma visão de como as pessoas agem no seu dia-a-dia.

MATERIAL E MÉTODOS

Para fundamentar os estudos realizados sobre o grupo de Escotismo Baden

Powell, situado na cidade de Caxias do Sul, foi realizada uma pesquisa bibliográfica,

e também uma pesquisa de campo com aplicação de questionário com os

participantes adultos, envolvendo diferentes idades. Foram enviados e recebidos, via

e-mail, para oito participantes onde deveriam assinalar uma ou mais opções que de

cada pergunta.

Através da pesquisa realizada foi representado por meio de gráficos e

analisado os dados obtidos. O método de pesquisa utilizado foi qualitativo e

quantitativo.

4

Sobre o método de pesquisa utilizado, Goldenberg (2009) afirma:

“Enquanto os métodos quantitativos pressupõem uma população de objetos

de estudo comparáveis, que fornecerá dados que podem ser generalizáveis,

os métodos qualitativos poderão observar, diretamente, como cada

indivíduo, grupo ou instituição experimente, concretamente, a realidade

pesquisada. A pesquisa qualitativa é útil para identificar conceitos e

variáveis relevantes de situações que podem ser estudadas

quantitativamente.” (GOLDENBERG, 2009)

Ou seja, ao realizar uma pesquisa qualitativa e quantitativa, além dos dados

obtidos, poderão aparecer outros dados ocultos, como por exemplo, as emoções,

motivações, experiências de um sujeito em particular e/ou também de um grupo

específico.

A finalidade deste artigo é identificar as contribuições que o escotismo pode

dar à promoção da vida e contribuir para a formação de sujeitos críticos, ativos e

reflexivos através do grupo de escoteiros Baden Powell. Foi considerando os dados

históricos e estatísticos, assim como os aprendizados que ocorrem no grupo,

relacionando-os com o contexto escolar e o papel da educação, bem como

considerando que todo o processo é uma aprendizagem ao longo da vida.

1 HISTÓRIA, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO

O escotismo foi fundado por Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, ex

tenente-general do exército Britânico, no ano de 1907. Ele achou que seria muito

bom se outras crianças tivessem a oportunidade de se divertir ao ar livre, viver em

contato com a natureza e de aprender coisas úteis que não se ensinam nas escolas.

Para isso criou o Movimento Escoteiro, hoje praticado em 160 países. No Brasil

desde 1910, conta atualmente com 60 mil escoteiros, no estado do Rio Grande Do

Sul são 11 mil escoteiros e por fim em Caxias do sul a cidade do estado com o maior

numero de jovens inscritos no movimento ao todo são 1mil.

A ideia de escotismo surgiu através de um acampamento realizado por Baden

Powell, com meninos na idade entre 12 a 16 anos. O acampamento aconteceu no

Canal da Mancha – Inglaterra tinha como fundamento ensinar aos garotos noções

básicas de primeiros socorros, localização, observação, segurança e orientação. A

5

idéia deu tão certo que Baden Powell decidiu mostrar e dividir seus ensinamentos

em um livro, chamado Escotismo para Rapazes, lançado no ano de 1908.

Ele achou que seria muito bom se outras crianças tivessem a oportunidade de

se divertir ao ar livre, viver em contato com a natureza e de aprender coisas úteis

que não se ensinam nas escolas. Para isso criou o Movimento Escoteiro, hoje

praticado em 160 países. No Brasil desde 1910, conta atualmente com 60 mil

escoteiros, no estado do Rio Grande Do Sul são 11 mil escoteiros e por fim em

Caxias do sul a cidade do estado com o maior numero de jovens inscritos no

movimento ao todo são 1mil.

Baden Powell, já havia se aventurado pelas linhas e palavras no mundo da

escrita, quando escreveu seu primeiro livro, publicado no ano de 1899, denominado

Aids to Scouting, e era destinado aos soldados de primeira viagem, recém

recrutados para o serviço militar. O livro Escotismo para Rapazes foi tão aclamado,

que professores de educação física acabaram por introduzir os métodos ensinados

nos livros às suas aulas.

Os ensinamentos de Baden Powell foram tão bem aceitos pelo mundo todo,

que não demorou muito até que grupos de escotismo começassem a surgir pelo

mundo a fora. A partir de então, por volta 1910 Baden Powell se dedica única e

exclusivamente ao escotismo e neste período também surgem as Guias Escoteiras

ou Bandeirantes.

O escotismo se enquadra na forma de educação não-formal, e atua na

formação do cidadão, buscando através da interação e proteção da natureza,

ensinar valores e responsabilidades que serão levados e vivenciados ao longo da

vida. Inspirados pelos ensinamentos de Baden Powell, muitos grupos de escotismo

foram criados no Brasil. Os escoteiros são ensinados desde crianças, a resgatarem

os valores que possuem, e como ponto principal está a formação do caráter social

de um cidadão, e com destaque para a afirmação da sua autonomia através da

realização de tarefas que envolvem o convívio social.

No município de Caxias do Sul atualmente existem sete grupos de escotismo,

e fazem parte do 26º Distrito, juntamente com os municípios vizinhos de São Marcos

e Flores da Cunha. Em nosso projeto falaremos em especial sobre Grupo Escoteiro

Baden Powell 179RS, e sua forma de educação não – formal, como aprendizagem

ao longo da vida.

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No ano de 1985, através de um projeto de lei que sustentava a ideia de criar

nas escolas estaduais grupos de escotismo, com a finalidade de proporcionar a

aquela comunidade estudantil outras formas de educação que fizessem algum

significado para o convívio social na sociedade, foi fundado o Grupo de Escotismo

Baden Powell 179RS, nas dependências do Colégio Imigrante, no bairro Bela Vista

na cidade de Caxias do Sul, o grupo trabalha com todas as seções: Lobinhos,

Escoteiros, Seniores e Guias, Pioneiros, Escotistas, Dirigentes e Velhos Lobos. O

grupo está sempre envolvido a nível nacional nas atividades escoteiras e conta com

seus representantes para manter sua cultura e tradição ao longo dos anos, e

continuar transmitindo os seus valores e ensinamentos de vida.

2. ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS DE ESCOTEIROS

Hoje o Movimento Escoteiro e dividido por numerais e por três modalidades

que são: Modalidade Básica a qual pertence o grupo de escoteiro Baden Powell-

179, Modalidade do Mar e Modalidade do Ar. Caxias do Sul possui as três

modalidades citadas.

2.1 Ramo Lobinho

A Alcateia é o ramo escoteiro em que ficam crianças de 07 a 10 anos de

idade de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do lobinho visam os

primeiros ensinamentos, a parte em que a criança aprende viver junto com outras

pessoas. Na Alcatéia a criança aprende e se preparar para, quando tiver a idade

certa, seguir para a Tropa Escoteira.

O programa da Alcateia é inspirado no "Livro da Jangal", de Rudyard Kipling,

resumido em "Mowgli, o menino-lobo". A organização da Alcatéia pode ser só de

lobinhos, lobinhas ou mista. O chefe é chamado de Akelá e seus assistentes são

chamados Baloo, Baguera, Kaa, Chill ou outros nomes representados no "Livro da

Jângal".

A Alcateia é dividida em matilhas, cada uma com 4 a 6 crianças, nos quais

são realizados trabalho e jogos, mas isso não é o mesmo que o sistema de

patrulhas, adotada no Ramo Escoteiro ou Ramo Sênior. O lobo é o animal símbolo

de todas as matilhas, que se diferem numa mesma Alcatéia pelas cores próprias dos

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lobos. A matilha é liderada por um Lobinho ou Lobinha chamado de Primo, auxiliado

pelo Sub-Primo. Os Primos e Subs são escolhidos pelo Akelá.

Antes de completar 11 anos de idade, o Lobinho é encaminhado para a Tropa

Escoteira, depois de fazer a "trilha" para se adaptar na futura tropa, o Lobinho passa

por uma cerimônia de passagem na qual se despede da Alcateia.

2.2 Ramo Escoteiro

A Tropa Escoteira é o ramo escoteiro em que ficam jovens de 11 a 14 anos

de idade de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do escoteiro visam

aumentar os conhecimentos e aumentar sua autoconfiança. Na Tropa Escoteira o

jovem aprende a conviver em equipe, o sistema de patrulha, o respeito à natureza e

muitas outras coisas necessárias nessa faixa de idade.

A organização da Tropa Escoteira pode ser só de escoteiros, só de escoteiras

ou mistas. A tropa é dividida em no máximo 4 patrulhas, que são equipes de 5 a 8

jovens. Cada tropa é independente para fazer sua própria programação, como por

exemplo, seus próprios acampamentos. Cada patrulha tem como símbolo e nome

um animal, uma estrela ou uma constelação. Todos os seus membros devem

conhecer suas principais características. Os fatos marcantes da vida da patrulha

devem ser indicados no bastão e na bandeirola da patrulha.

Cada patrulha tem o seu monitor, que é responsável pela administração,

disciplina, treinamento, atividades e boa apresentação de sua patrulha, ajudado pelo

sub-monitor. Esses dois jovens são escolhidos pela chefia após passar por uma

"corte de honra". Antes de completar 15 anos de idade, o Escoteiro ou Escoteira é

encaminhado para a Tropa Sênior ou Tropa Guia, depois de fazer a "rota" para se

adaptar na futura tropa, o Escoteiro ou a Escoteira passa por uma cerimônia de

passagem na qual se despede da Tropa.

2.3 Ramo Sênior

A Tropa Sênior/Guia é o ramo escoteiro em que ficam os jovens de 15 a 17

anos de idade de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do sênior e da

guia visam aumentar os conhecimentos e treinamento para o desenvolvimento

físico, moral, intelectual, espiritual e social. São introduzidos valores de vida,

8

autodomínio, coragem, amizade, respeito e autoconfiança suficiente para enfrentar

qualquer situação.

A Tropa Sênior (masculina), Tropa Guia (feminina) ou Tropa Sênior Mista é

dividida em no máximo 4 patrulhas de 4 a 6 jovens. Cada patrulha adota um nome

característico, que pode ser o de algum acidente geográfico bem conhecido pela

patrulha ou de uma tribo indígena nacional.

Nos trabalhos e atividades que, por sua natureza, exijam interesses,

habilidades ou conhecimentos avançados, as patrulhas poderão ceder lugar a

equipes de trabalho, integradas por membros de diferentes patrulhas, cabendo a

coordenação de cada equipe ao seu integrante melhor qualificado.

Na Tropa Sênior/Guia ficam os jovens numa idade de muitas mudanças,

ideias novas, valores que estão mudando. Nessa tropa, o relacionamento entre a

chefia e os membros é bastante distante da Tropa Escoteira, pois os membros já

têm uma maturidade suficiente para seguir seus próprios caminhos sendo auxiliados

pelos chefes.

A Tropa Sênior/Guia normalmente é a que exige um maior esforço físico e um

alto grau de conhecimento, o que permite os jovens evoluírem muito. Todos que um

dia passaram pela Tropa Sênior/Guia sabem o valor que essa tem e o quanto essa

fase foi boa e importante para seu crescimento na vida. Antes de completar 18 anos

de idade, o sênior ou a guia é encaminhado para o Clã Pioneiro, depois de passar

pela "ponte" para se adaptar no futuro Clã, o jovem passa por uma cerimônia de

passagem na qual se despede da Tropa Sênior/Guia.

2.4 Ramo Pioneiro

O Clã Pioneiro é o ramo escoteiro em que ficam os jovens adultos de 18 a 21

anos incompletos de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do

pioneiro ou da pioneira visam aumentar a integração do jovem ao mundo, voltando-

se ao serviço a comunidade e o exercício de cidadania com base nos valores da

Promessa e Lei Escoteira. O lema pioneiro é SERVIR. A unidade onde ficam os

pioneiros e pioneiras é chamado de Clã. O Clã Pioneiro pode ser masculino,

feminino ou misto. O Clã é orientado por um Mestre Pioneiro e/ou uma Mestra

Pioneira que podem ter seus assistentes.

9

A Comissão Administrativa do Clã ou o Conselho do Clã é a autoridade para

tratar de todos os assuntos internos de administração, finanças, disciplina e

programação. O Mestre Pioneiro detém o poder de veto, que deverá exercitar em

casos excepcionais de forma a conduzir as atividades dentro dos princípios do

Escotismo.

2.4.1 Origem do grupo

A guerra de 1914, entretanto, impediu que a Sociedade se desenvolvesse.

Ao término da guerra, o problema dos jovens assumiu importância maior, por causa

dos que descobriram a existência do Escotismo, mas já haviam ultrapassado a idade

de 16 ou 17 anos de idade. Assim, em setembro de 1918, foi escrito um folheto

intitulado "Regulamento dos Rovers" (Pioneiros), dentro do Movimento Escoteiro.

Em 1920 foram publicados, em duas partes, "Notas sobre o Adestramento dos

Rovers".

O passo seguinte, importante para o desenvolvimento do Pioneirismo, foi a

publicação por Baden Powell de seu livro "Caminho para o Sucesso", com o objetivo

de estimular, inspirar e aconselhar os Pioneiros.

2.4.2 Objetivos do grupo

O Pioneirismo é "uma ação ativa e efetiva sobre todos os componentes da

estrutura individual" porque cria condições, no sentido de desenvolver, no jovem, os

valores referentes à reflexão, à ação e à avaliação, utilizando, para isso, o Clã como

meio.

2.4.3 A origem do lema

O Lema Pioneiro "SERVIR" foi adotado por B.P. com base no escudo de

armas do Príncipe de Gales, título que até hoje é utilizado pelo futuro herdeiro da

Coroa Britânica. Baden Powell considerou que a herança que guarda a palavra

"SERVIR" é digna de ser portada por todos aqueles que, em suas ações e palavras,

demonstram, com orgulho e honra, o espírito de ser um Verdadeiro Pioneiro.

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2.4.4 A Forquilha Pioneira

A "Forquilha Pioneira" encerra, no seu simbolismo, o firme propósito do

Pioneiro Investido de continuar enriquecendo o processo de sua vida por

pensamentos e ações melhores, razão porque, o Mestre Pioneiro deve incentivar

aos jovens que entram no Clã a se tornarem Pioneiros Investidos, possuindo, cada

um, a sua Forquilha.

A Forquilha é feita de um galho de árvore e se constitui de quatro partes:

Ponteira: na parte inferior da haste, representa, simbolicamente, a base

de toda a vida do Pioneiro, ou seja, seu caráter sem mancha;

Haste: representa o caminho reto que o Pioneiro deve palmilhar, em

sua vida, como homem de caráter, consciente de suas

responsabilidades;

Nós da haste: são dificuldades, os obstáculos a serem transpostos no

seu caminhar pela estrada da vida;

V da forquilha: simbolicamente, é a vitória, coroando uma vida

dignificante, honesta, proveitosa.

3. PRINCÍPIOS: PROMESSAS, DEVERES E LEIS

De acordo com a organização do grupo de escotismo Baden Powell estão

definidas as promessas e as leis que condizem com o trabalho realizado no grupo,

onde cada um(a) dos integrantes devem fazer a sua parte e contribuir para o bom

andamento do projeto realizado.

São as promessas:

A Promessa do Lobinho:

Prometo fazer o melhor possível para: Cumprir meus deveres para com

Deus e a minha pátria, obedecer a Lei do Lobinho e praticar todos os dias uma

boa ação.

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A Promessa Escoteira:

Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para: Cumprir meus

deveres para com Deus e a minha pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer

ocasião e obedecer à Lei Escoteira.

Promessa Escoteira para os Adultos:

Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para: Cumprir meus

deveres para com Deus e a minha pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer

ocasião, obedecer à Lei Escoteira e servir aos Escoteiros do Brasil.

()

Fonte: Clã Pioneiro, 2015

E são as Leis:

Lei do Lobinho:

1. O Lobinho ouve sempre os

Velhos Lobos.

2. O Lobinho pensa primeiro nos

outros.

3. O Lobinho abre os olhos e os

ouvidos.

4. O Lobinho é limpo e está

sempre alegre.

5. O Lobinho diz sempre a

verdade.

Lei Escoteira:

1. O Escoteiro tem uma só palavra;

sua honra vale mais que sua própria

vida.

2. O Escoteiro é leal.

3. O Escoteiro está sempre alerta

para ajudar o próximo e pratica

diariamente uma boa ação.

4. O Escoteiro é amigo de todos e

irmão dos demais escoteiros.

5. O Escoteiro é cortês.

6. O Escoteiro é bom para os

animais e as plantas.

7. O Escoteiro é obediente e

disciplinado.

8. O Escoteiro é alegre e sorri nas

dificuldades.

9. O Escoteiro é econômico e

12

respeita o bem alheio.

10. O Escoteiro é limpo de corpo e

alma.

Fonte: Grupo Escoteiro Baden Powell 179/RS

O Ramo Pioneiro trabalha os seus princípios em cima das 10 virtudes que são:

Verdade: O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais do que a

própria vida.

Lealdade: O Escoteiro é leal.

Altruísmo: O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica

diariamente uma boa ação.

Fraternidade: O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais

Escoteiros.

Perfeição: O Escoteiro é cortês.

Bondade: O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.

Consciência: O Escoteiro é obediente e disciplinado.

Felicidade: O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.

Eficiência: O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.

Pureza: O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

()

Fonte: Clã Pioneiro, 2015

É possível perceber que o(a) escoteiro(a) realiza um trabalho que

independente da sua idade permeia pelo caminho da responsabilidade, onde leva

em consideração um ser que está em constante transformações e que está sempre

aprendendo, tendo como princípio norteador o respeito consigo mesmo e com os

outros ao seu redor. De acordo com Rabelo (2012), o escotismo é uma prática extra-

escolar que tem como principal objetivo despertar nos jovens os valores éticos e

morais, baseados na pedagogia do “aprender fazendo”.

Ao participar de um grupo de escotismo as crianças aprendem desde cedo,

que elas fazem parte de uma sociedade que precisa ter os valores resgatados e que

13

é o dever deles passar isso adiante, em qualquer lugar que eles estejam, seja no

grupo de escoteiros e fora dele também.

Os valores que eles aprendem dentro do grupo são levados para a sua vida

inteira, onde são passados de geração a geração, sempre com o ideal de praticá-los

e acima de tudo ter orgulho de fazer parte de um grupo que considera estes

aspectos como primordiais para qualquer fase da vida, pois, assim é que acontece a

aprendizagem ao longo da vida, ou seja, aprendizagens muito significativas e que

não serão esquecidas. Ou seja, a aprendizagem ao longo da vida pode ser

considerada como um dos pilares básicos da cidadania (Covita, 2002).

4. BADEN POWELL: CARÁTER EDUCADOR

O grupo de escoteiros Baden Powell tem um caráter educador. Em suas

diversificadas atividades ele procura desenvolver o indivíduo em um processo de

autonomia do seu ser. Pode-se dizer que o escotismo atinge interdisciplinarmente o

sujeito, bem como a área física, moral, intelectual, social e espiritual.

O desenvolvimento físico que esse grupo atinge acaba proporcionando

atividades ao ar livre, jogos, exercícios, excursões e acampamentos em uma

quantidade relativa por semestre. O jogo tem uma função extremamente importante

no desenvolvimento do caráter do sujeito. É por meio dele que a criança, jovem ou

até mesmo adulto vai aprender que nem sempre toda às vezes é possível ganhar,

mas que perder é importante para a vida dentro de uma sociedade.

Segundo Huizinga (1993, p.6), o jogo tem sempre um significado um objetivo

determinado, ele aborda o jogo como elemento mais antigo de uma cultura, o próprio

animal começando com ela antes do ser humano. Outro autor que transcreve e

estuda sobre a importância dos jogos é Kishimoto (1994), que afirma que essa

atividade produz sensações de prazer, satisfação, expressão de vontade,

exploração, curiosidade e divertimento. Durante ela o sujeito vai apresentar

diferentes reações de acordo com o momento do jogo, com situações que requerem

soluções de problemas, troca de ideias assim representando seu caráter e

expressando ideias.

O grupo de escoteiros procura desenvolver um papel social com a sociedade.

Ele não se isola, mas procura se inserir em sua comunidade e até mesmo outras

14

cidades por meio de atividades relevantes e ação social tendo um olhar para as

necessidades do seu próximo. Em março de 2011, por exemplo, em uma enchente

em São Lourenço do Sul deixou dezenas de famílias desabrigadas, então o grupo

de Baden Powell de Caxias do Sul se mobilizou e começou uma campanha pelas

redes sociais a fim de arrecadar comida e agasalhos para a população. Os

escoteiros agiram de acordo com o espírito querendo sempre servir, repetindo a

frase do fundador Baden Powell: "o melhor meio de alcançar a felicidade é contribuir

para a felicidade dos outros".

É indispensável também a valorização pelo espiritual, não importando qual

Deus ou fé o indivíduo acredite. E a cada etapa em desenvolvimento o escoteiro vai

sendo desafiado com novas responsabilidades e desafios, vão crescendo e

passando por categorias do grupo: Lobinhos, escoteiros, sênior, pioneiros e chefes.

Atividades que vão acrescentando no cognitivo do sujeito por meio da aprendizagem

na cozinha, no campismo, natação e salvamento, primeiros socorros regras de

segurança, orientação, transmissão de sinais, estudo da natureza. Todas elas

pensadas na complexidade e relevância para toda a vida.

O grupo de escoteiros prepara o sujeito para a vida, para as diversas

situações do cotidiano a fim de torná-lo independente e relevante nos seus grupos

sociais mesmo que elas sejam adversas e por isso ela acrescenta e é fundamental

para o desenvolvimento ao longo da vida. Todo o ser é capaz de crescer e aprender.

O grupo Baden Powell dá suporte e é um canal para tal processo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos oito questionários que foram enviados e retornados, por e-mail,

citamos abaixo alguns aspectos relacionados às idades, mas, principalmente os

dados que vieram a complementar a pesquisa sobre a aprendizagem ao longo da

vida.

15

Gráfico 1:

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Referente a este gráfico 1, a primeira parte do gráfico é referente à idade dos

entrevistados, que são respectivamente: até 20 anos, dois entrevistados; e de 20 a

30 anos, são seis entrevistados.

A segunda parte do gráfico é referente à faixa etária com que os escoteiros

começaram a frequentar o grupo de escotismo Baden Powell, que obtemos menos

de 10 anos, são dois entrevistados, e de 11 a 20 anos, são seis entrevistados.

E a terceira parte do gráfico é referente há quanto tempo os escoteiros

participam, do grupo Baden Powell, na faixa de 1 a 5 anos, um entrevistado; de 5 a

10 anos, um entrevistado; e de 10 a 15 anos, seis entrevistados.

0

10

20

30

Idade do entrevistados Faixa etária com que os escoteiros começaram a

frequentar o grupo de escotismo Baden Powell

Há quanto tempo os escoteiros participam do

grupo Baden Powell

Faixas Etárias

16

Gráfico 2:

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

E por fim, este segundo gráfico é referente à quais áreas da vida foram

desenvolvidas a partir da participação no grupo de escotismo Baden Powell. As

áreas da vida físico, cognitivo, espiritual e outros tiveram a mesma quantidade de

respostas.

Cada área de vida tem como principais objetivos: físico (corpo), cognitivo

(aprender), espiritual (crença), ou seja, o ser humano está sempre em constantes

transformações e por isso necessita ter um equilíbrio em todas estas áreas, que

estão sendo desenvolvidas com o Escotismo. É o processo de aprender ao longo da

vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada ser humano aprende de uma maneira singular, dentro de suas

características biológicas e psicológicas. Ele leva uma carga de vivências e cultura a

cada passo de aprendizado. Segundo Oliveira (2004) acontece diversas

transformações psicológicas ao longo da vida de cada indivíduo ocasionando

processos de desenvolvimentos que serão absolutamente singulares. Em cada

situação de interação com o mundo externo, o sujeito encontra-se em um

Áreas de vida desenvolvida com o Escotismo:

Físico

Cognitivo

Espiritual

Nenhuma das alternativas

Outros

17

determinado momento de sua trajetória particular, trazendo consigo certas

possibilidades de interpretação e ressignificação do material dessa fonte externa.

Muitos dizem que a fase adulta é caracterizada pela estabilidade e ausências

de mudanças. Porém, isso está completamente inadequado. O que se destaque em

um adulto é o fato de estar inserido no mundo de trabalho e das relações

interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do jovem.

Traz consigo uma história mais longa (provavelmente mais complexa) de

experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre

si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação à inserção em situações de

aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto

fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em

comparação à criança) e, provavelmente maior capacidade de reflexão sobre o

conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem. (Oliveira, 2004).

Experimentamos situações, adquirimos habilidades, testamos nossas

emoções e nossos sentimentos da “escola” mais efetiva que há: a “universidade da

vida” (Field, 2000). Portanto, aprendemos e nos formamos nas conversas com os

amigos, assistindo a televisão, lendo livros, jornais, revistas, navegando pela

internet, tanto quanto quando refletimos e quando fazemos projetos. A maneira que

aprendemos é variada e o ser humano é aprendente ao curso de toda a sua vida.

O conceito de aprendizagem ao longo da vida tomou uma dimensão

estratégica e funcional. É a ele que se recorre para definir as missões de formação

das sociedades pós-modernas. O mais importante documento sobre a política de

formação, “Memorandum” sobre a educação e a formação ao longo da vida,

ratificado pela Comissão Européia define que aprendizagem ao longo da vida não é

apenas mais um dos aspectos da educação e da aprendizagem, ela deve se tornar o

princípio diretor que garante a todos o acesso às ofertas de educação e de

formação, em uma grande variedade de contextos de aprendizagem (Comission of

the European Communities, 2000, p.3).

Os indivíduos, muito mais do que antes, querem planejar as suas vidas,

esperam contribuir ativamente para a sociedade e devem aprender a viver

positivamente na sua diversidade cultural, étnica e linguística. A educação, no seu

sentido mais amplo, é a chave para aprender e compreender como superar esses

desafios.

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O Memorandum estipula claramente que a aprendizagem ao longo da vida

concerne a todas as atividades significativas, tais como:

- Processos de aprendizagem formais: Ocorrem nas instituições de formação

clássicas.

- Processos de aprendizagem não formais: Se desenvolvem fora dos

estabelecimentos de formação institucionalizada. Acontece nos locais de trabalho,

em organismos e associações, no seio de atividades sociais.

- Processos de aprendizagem informais: Acompanham a vida cotidiana e não

são empreendidos intencionalmente.

É importante conectar esses diferentes modos de aprendizagem a fim de

buscar a aprendizagem ao longo da vida. Essa aprendizagem deve envolver

“lifewide”, quer dizer, atingir todas as áreas da vida, para isso estabelece-se

ambientes de aprendizagem nos quais os diferentes modos de aprendizagem

encontram-se para complementarem-se organicamente. (Comission of the European

Comunnities, 2000, p.9).

A educação ao longo da vida parece responder primeiramente a uma

necessidade econômica e social, que atinge todos os grupos sociais não importando

seu nível econômico. O livro branco da educação ao longo da vida, publicado pelo

ministério da educação inglês em 1998, afirma em sua proposta central:

“Para fazer face a mudança rápida e ao desafio da era da informação e da comunicação, devemos garantir que as pessoas possam voltar a aprender ao longo de suas vidas. Nós não podemos contar com uma pequena elite apenas, qualquer que seja seu grau de educação. Ao contrário, necessitamos de criatividade, de espírito empreendedor e da instrução de todos.” (Department for Education and Employement, 1998, p.7)

O conceito novo de educação ao longo da vida revela um fenômeno novo que

um pesquisador em ciências da educação John Field (2000, p.133) chamou de

“nova ordem educativa”. Aprender ganha um significado novo para a sociedade

inteira, para as instituições educativas e para os indivíduos. Ou seja, a

aprendizagem ao longo da vida, significa que se uma pessoa tem o desejo de

aprender, ela irá realizar esta ação, independente de onde ela estiver e de como

esta aprendizagem irá ocorrer (Sitoe, 2006).

Os conceitos de educação e aprendizagem devem levar em consideração a

relevância dos espaços e tempos educativos que estão para além dos espaços e

tempos escolares (Alves, 2010).

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REFERÊNCIAS

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