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Índice
Páginas
0. Introdução..................................................................................................................2
0.1. Objectivos...............................................................................................................3
0.1.1. Objectivo Geral...........................................................................................3
0.1.2. Objectivos Específicos................................................................................3
0.2. Metodologia........................................................................................................3
0.2.1. Tipo de Pesquisa..........................................................................................3
0.2.2. Métodos de Abordagem..............................................................................3
0.2.3. Técnica de recolha de dados........................................................................3
1. HISTÓRIA DE ARTE MOÇAMBICANA...............................................................4
1.1. Contextualização Histórica.................................................................................4
1.2. Arquitectura........................................................................................................4
1.2.1. Arquitectura Nativa ou Tradicional.............................................................4
1.2.2. Arquitectura Moderna e Contemporânea....................................................5
1.3. Escultura.............................................................................................................8
1.3.1. Principais Características da Escultura Moçambicana................................8
1.3.2. Escultura Maconde......................................................................................9
1.3.2.1. Características e Etapas da Escultura Maconde.....................................10
1.3.2.2. Escultura tipo Shetani............................................................................11
1.3.2.3. Escultura Ujama Compactas..................................................................12
1.3.2.4. Escultura tipo Ujama não Compactas....................................................12
2. Conclusão.................................................................................................................14
3. Bibliografia..............................................................................................................15
2
0. Introdução
O presente trabalho fala da Arte Moçambicana e visa abordar os aspectos concernentes
a arquitectura e escultura do nosso país. Desde os tempos antigos até hoje o nosso país
tem desenvolvido diferentes formas de manifestação artística, quer sejam passados de
geração em geração, quer sejam influenciados através dos vários povos vindouros
(árabes e portugueses).
O presente trabalho apresenta um título e 2 subtítulos, onde cada subtítulo possui vários
assuntos. No que refere a Arquitectura, o trabalho faz menção das características da
arquitectura tradicional e da moderna e ou contemporânea. No referente a Escultura o
trabalho descreve as principais características da escultura moçambicana e faz menção
da escultura maconde.
Para além, do desenvolvimento, para melhor compressão este trabalho conta com a nota
introdutória onde encontramos aspectos relacionados com contextualização do estudo, a
conclusão e a bibliografia usada para produção deste trabalho.
3
0.1. Objectivos
0.1.1. Objectivo Geral
Conhecer a Arquitectura e escultura Moçambicana.
0.1.2. Objectivos Específicos
Mencionar as principais características da Arquitectura e Escultura de
Moçambique;
Distinguir os principais tipos de Arquitectura e Escultura presentes em
Moçambique
Indicar as principais influências da Arquitectura e Escultura Moçambicana;
Demonstrar em forma de imagens fotográficas alguns exemplos da Arquitectura
e escultura Moçambicana.
0.2. Metodologia
0.2.1. Tipo de Pesquisa
Quanto a natureza a pesquisa é Explicativa
Quanto aos procedimentos técnicos é uma qualitativa na vertente de pesquisa
bibliográfica.
0.2.2. Métodos de Abordagem
Usou-se o método dedutivo.
Pesquisa qualitativa
0.2.3. Técnica de recolha de dados
Observação
4
1. HISTÓRIA DE ARTE MOÇAMBICANA
1.1. Contextualização Histórica
Moçambique é uma república do sudeste africano com uma superfície de 801.590
quilómetros quadrados; faz fronteira ao norte com a Tanzânia, a leste com o Canal de
Moçambique, a sul e a sudeste com a África do Sul e Suazilândia e a oeste com o
Zimbabwe, Zâmbia e Malawi. Maputo é a capital. Tornou-se independente de Portugal
em 1975.
Como em qualquer parte, principalmente de África, é preciso lembrar que o
desenvolvimento da arte esteve sempre ligado à necessidade de subsistência desde a
criação das pinturas como forma de documentar os acontecimentos marcantes da vida; o
desenvolvimento da escultura como forma de produção de utensílios de caráter
generalizado, partindo dos, de apoio a agricultura, a caça, ao uso doméstico, a
arquitectura até a produção de objectos de uso cerimonial. As manifestações artísticas
de Moçambique apresentam temáticas directamente ligadas a sociedade onde o artista se
insere. O que lhe incomoda, ou lhe agrada, usando sua obra para fazer sua critica.
Generalizando a temática das artes moçambicanas: família, concelhos, politica, doenças,
seca, cheias, nascimento, prisão, festas tradicionais, caminhos da vida, praga, jogo
democracia, mercados, harmonias, amor, hierarquias, sinfonias, religião, opressão,
história, guerras, paz, entre outros.
1.2. Arquitectura
Segundo MANJATE et all (2009:28) foi pela necessidade do sedentarismo e
agrupamento em grande número de membros pertencentes a uma determinada tribo ou
família e com o desenvolvimento de técnicas de construção eles foram construindo
palhotas.
1.2.1. Arquitectura Nativa ou Tradicional
As habitações nativas são semelhantes em todo território moçambicano. São na sua
maioria circulares, com uma cobertura única, isenta de janelas, tendo porta única.
Infelizmente há divisórias separando a cozinha, do lugar de dormida, que serve
igualmente de celeiro e para guarda de vários utensílios. Forma-se, deste modo, a volta
5
da habitação uma varanda com a base situada ao nível do solo, ou sobrelevada em cerca
de 30 cm. Pelas suas construções, e materiais. Na arquitectura tradicional, as pessoas
não se baseiam na planta para conceber uma casa. Decidem qual o lugar onde a casa vai
ficar, e a sua posição.
Segundo MANJATE et all (2009:26-28) estas casas são circulares e com cobertura
cónica. Geralmente são utilizados como materiais ramos de árvores, fios de cisal, arame,
pregos, barrotes, e caniço. E nos últimos anos desenvolveu se muito a a construção de
casas de madeira e zinco principalmente no sul do Pais. No centro e norte são feitas de
pau-a-pique e maticadas com argila, com um tecto com vários formatos, tais como
pirâmides de base quadrangular ou cónicos.
Fig. 1, 2, 3 e 4 – Arquitectura tradicional de Moçambique Foto: a primeira foi tirada no
distrito de Mocuba e as restantes em Maquival – Zambézia; Fonte: Autores 2013
1.2.2. Arquitectura Moderna e Contemporânea
Olhando para o nosso país no que concerne a arquitectura moderna, na arquitectura
urbana observamos influências árabes e coloniais nos edifícios ligados a época gótica, a
6
do renascimento. Esta influência não só trouxe novos estilos como também trouxe
consigo novas técnicas e uso de materiais resistentes.
Características da Arquitectura Moderna e Contemporânea de Moçambique
Verticalíssimo, Horizontalismo, uso de arcos, abobadas e presença de vitrais nas
construções;
Presença de edifícios com influências árabe e europeia – Construção de igrejas,
catedrais, mesquitas; fortalezas, prédios, monumentos e moradias;
Construção de estradas, pontes e fortalezas;
Uso do cimento, tijolo. Vidro, Blocos, ferro, pedra, madeira e areia;
Uso chapas de zinco, IBR, lusaletes e telhas na cobertura;
Uso de mosaicos e azulejos para ornamentação.
Fig 5 e 6 – Verticalíssimo e Horizontalismo1
1 - Fig. 5 – Catedral de Maputo Exemplo concreto do Verticalíssimo Gótico. obtida em de
www.slideshare.net
Fig. 6 – Catedral Nossa senhora de Livramento mais conhecida como Antiga Catedral Cidade de
Quelimane – Zambézia destacada pelo seu horizontalismo e uso de arcos é considerada património da
UNESCO. Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/africa/20111212-homologados-resultados-das-eleicoes-
intercalares-em-mocambique acessado no dia 27.03.2014
7
Fig. 7, 8, 9 e 10 – Presença das influências árabe e europeia 2
Fig. 11 – Ministério dos Negócios Estrangeiros Fig. 12 – Maputo Shopping Center3
2 Fig. 7 – Mesquita Central de Nampula – prova da influência árabe em Moçambique. Fonte: Autores
2013
Fig. 8 – Paróquia da Sagrada família Cidade de Quelimane. Fonte: Autores 2011
Fig. 9 – Cidade de Quelimane exemplo da construção de prédios
Fig. 10 – Caminhos de Ferro de moçambique, Maputo Fonte: Internet Autor Desconhecido3 As Figuras 11 e 12 são exemplos concretos da arquitectura contemporânea de Moçambique, onde destaca-se o uso do vidro.
8
1.3. Escultura
Segundo MANJATE et all (2009:15) a escultura assim como outras manifestações
artísticas de Moçambique, na maioria das vezes procurou ser um testemunho cultural
transmitido de geração em geração, dando origem a aquilo que podemos chamar de
«Escola Artística Tradicional Moçambicana», ou de raízes tradicionais ancestrais. Esta
arte foi desenvolvida ao longo dos tempos de geração a geração.
A escultura moçambicana reflecte aquilo que são as vivências do seu meio,
apresentando uma dinâmica visual, com movimentos e ritmos aparentes, com relação
figura/ forma, através de repetições de elementos.
As técnicas da escultura sobre a madeira e a cerâmicas utilizadas pelos artistas
contemporâneos são estreitamente ligadas às técnicas tradicionais.
Segundo DIAS (1973), estas esculturas do tipo tradicional acrescentou-se a partir dos
anos 60, uma escultura de um novo tipo, que ganha uma inspiração contemporânea
libertando-se totalmente dos padrões formais ancestrais. Entre os artistas que marcaram
esta renovação, Matias Ntundo, que interessou-se pela técnica da xilogravura e Reinata
Sadimba, que partindo da confecção de objectos usuais em cerâmica começou à criar
representações de figuras humanas de um alto nível estético.
1.3.1. Principais Características da Escultura Moçambicana Representação do “monstro africano”;
Presença da escultura monumental;
Representação destorcida de figuras humanas;
Uso da madeira;
Uso de mármore;
Uso do bronze;
Psikhelekhedana;
Transformação de armas em obras de arte.
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Fig. 13 e 14 – Escultura Monumental. Fonte: slideshare.net 2014
Fig. 15 – Esculturas feitas com armas por Hilário Nhatugueja, Kester e Fernando Rosa
respectivamente. Fonte: African Server
1.3.2. Escultura Maconde
Segundo MANJATE et all (2009:15) a escultura maconde, originária do norte do país,
faz parte das expressões artísticas mais interessantes do continente africano, tendo
conseguido uma renovação recente fora de toda norma ocidental. No norte, trabalha-se
sobretudo o ébano enquanto que no sul, as esculturas em madeira de sândalo são as
esculturas mais difundidas. A escultura Maconde tem como principal motivo o corpo
humano, retratando aspectos da vida quotidiana e da sua cultura no geral.
10
MANJATE et all (2009:15) afirma que a escultura maconde é uma arte com muita
expressividade, tendo como importantes registos a produção de estatuetas e mascaras,
recorrendo principalmente a madeira de ébano e de Pau-Preto. é trabalhada com
estruturamentos primitivos, que são manuseados com rapidez e precisão, e as obras
produzidas são de inigualável valor artístico.
Segundo DUARTE (1987:103), a escultura maconde é considerada, no contexto
africano, uma das mais valiosas. Como uma da sua característica principal ela revela
uma escultura com uma rara sensibilidade humanística. Os traços fisionómicos são
tratados ao pormenor, o que permite avaliar as extraordinárias motivações que assistem
o artista, cada figura humana é facilmente identificável deste modo, permitindo
distinguir a tribo, ou a família a que pertence, que crença adopta, os aspectos de
feiticismo que aceita, e os costumes que a caracterizam.
As deformações provocadas pelas incisões, a profundidade, o desenho e as tatuagens
são elementos de identificação da arte maconde.
Na visão de FERREIRA (1949:19) os macondes (etnia originária dos planaltos da
província de Cabo Delgado), encontram-se instaladas tanto numa como na outra
margem do rio Rovuma, junto à fronteira com a Tanzânia. Até ao período colonial, a
tradição da escultura nos macondes está ligada aos cultos e à reprodução da sociedade.
As máscaras mapiko são esculpidas em madeira tenra ou dura utilizadas para as danças
dos ritos de iniciação masculinos ou também como objectos usuais. Elas são uma prova
de notável e grande sentido estético.
Na escultura maconde, é preciso sempre lembrar que desde todo sempre, ate antes de ser
credenciada como arte, ela sempre teve uma função sacra satisfazer a cultura
tradicional, tal como a conceção das famosas mascaras do mapico e outros utensílios.
1.3.2.1. Características e Etapas da Escultura Maconde
1ª Etapa: Arte Maconde antiga
Elaboração de máscaras Mapico, de pequenos objectivos e de uso, e num
período mais recente, Execução das primeiras esculturas em corpo inteiro em
madeira leve policromada;
Elevado nível de simplificação por acentuação;
E execução para fins Rítmicos.
11
Fig. 16, 17 e 18 – Máscaras Macondes Fonte: slideshare.net e Margot Dias 1973
respectivamente.
2ª Etapa: período colonial (princípios do anos 30 e finais dos anos 40)
Elaboração de bustos e figuras em corpo o inteiro, retratando personagens da
vida quotidiana, esculturas animalistas, início da utilização do pau-preto.
Acentuado carácter Realista, funções de crítica social, início da comercialização.
3ª Etapa: Arte Maconde moderna (anos 60)
A Arte Maconde moderna desenvolveu-se a partir dos anos 60, chamou atenção
aos Apreciadores de arte por todo o mundo, assenta-se na criação de novos dois
estilos: Ujama e Shetani.
Segundo DIAS (1973) podem ser observadas na escultura maconde moderna 4 estilos
nomeadamente:
Escultura tipo Shetani
Escultura Ujamaa
Escultura tipo Ujamaa não compacta
Esculturas em Baixo-Relevo
1.3.2.2. Escultura tipo Shetani
Designa uma variedade complexa de figuras mitológicas, sendo umas consideradas
perigosas para os seres humanos, outras não. Personagens estilizadas e deformadas,
formas sinuosas e entrelaçadas e uma grande capacidade de abstração, onde emergem
12
seios, olhos ou cabeças e outros elementos marcaram as características fundamentais do
tipo shetani.
1.3.2.3. Escultura Ujamaa Compactas
O ujamaa é uma composição de figuras umas em cima das outras em equilíbrio
harmonioso e dinâmico. As esculturas do tipo ujamaa representa, não só o grupo
familiar, no sentido restrito e lacto, mas também representa a comunidade e suas
gerações, incorporando os espíritos dos antepassados protectores e as preocupações
diárias.
Através destas esculturas juntamente com a aplicação da técnica de baixo-relevo
evocam-se mitos e preocupações quotidianas, a força vital e a fecundidade.
1.3.2.4. Escultura tipo Ujamaa não Compactas
As figuras são trabalhadas em redor de um espaço oco e não de um núcleo maciço. Esta
forma de trabalhar exige maior mestria e um treino intensivo.
Fig. 19, 20 e 21 – Estilo Shetani, Ujamaa Compacta e Ujamaa não Compacta,
respectivamente.
Principais escultores Moçambicanos
Alberto Chissano (1935-1994), Malangatana, Bernardo Muimbo, Reinata Sadimba,
Jorge Augusto Nhaca (1943-1997), Joaquim Francisco Makukule (1956-1980?),
Muando, Domingos Ernesto (1960), Faizal Omar Matequenha (1978), Albino Zaqueu
Lucas (1943?), Pais Ernesto Shikani, Naftal Langa (1932), Victor Sousa (1952), Sansão
Cossa (1946), Luís Muiengua, Francisco Duas, Ubisse (1957) e Makamo.
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Obras de Alberto Chissano Sem Título e sem data
Fig. 22, 23, 24 e 25 – Exemplos da escultura em madeira
14
2. Conclusão
Depois de uma vasta pesquisa no que diz respeito à Arquitectura e Escultura
moçambicana conclui-se o seguinte:
a arquitectura moçambicana é vista em duas vertentes nomeadamente: a arquitectura
tradicional e a arquitectura moderna e ou contemporânea. A arquitectura tradicional
moçambicana caracteriza-se pelo uso de materiais locais que são na sua maioria
precários. As sua plantas podem ser circulares, quadradas ou rectangulares. E o formato
da sua cobertura pode ser cónica ou piramidal.
A arquitectura moderna é caracterizada pela influência colonial e árabe. A influência
colonial pelo goticismo e renascimento português e a árabe pela arte islâmica.
Destacam-se aqui, a construção de igrejas, catedrais, mesquitas, fortalezas, pontes,
estradas e praças.
A escultura moçambicana reflecte as vivências do povo moçambicano, seu meio,
apresentando uma dinâmica visual, com movimentos e ritmos aparentes, com relação
figura/ forma, através de repetições de elementos. Destacam-se o uso de materiais como
a madeira, o bronze, e a argila.
A escultura maconde é a mais destacada devido as suas marcaras e aos estilos
magníficos usados nas suas técnicas. Estes estilos são o estilo ujama e o estilo shetani.
O estilo ujama pode ser ujama compacta e ujama não compacta. Os macondes são
grandes escultores e conhecedores da técnica de baixo-relevo.
15
3. Bibliografia
MANJATE, Rangel. et all. Educação Visual 11ª Classe. Maputo, texto Editores, 1ª
edição, 2010.
DUARTE, Ricardo Teixeira. Escultura Maconde. Maputo Núcleo editorial e
departamento de arqueologia e Antropologia da UEM, 1987, p.103
FERREIRA, Felisberto. A Estatuaria Maconde. In: Boletim da sociedade de estudos da
colónia de Moçambique, nº 19, 1949 p.19-33
MARGOT, Dias. O Fenómeno da escultura Maconde Chamada ´´Moderna``. Lisboa,
J.I.U. 1973
Internet
www.slideshare.net/historiadeartemocambicana.htm acessado no dia 26.03.2014
http://www.portugues.rfi.fr/africa/20111212-homologados-resultados-das-eleicoes-intercalares-em-
mocambique acessado no dia 27.03.2014